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V - ÓTICA

1. Reflexão e refração

Raio Incidente Raio Refletido


Linha Normal
Na figura ao lado observamos dois meios
diferentes, ar e água por exemplo. Quando um
raio de luz incide sofrerá principalmente 1 '1
meio 1: n1
reflexão e refração.
Sendo assim o raio incidente tem uma meio 2: n2

parte refletida e outra parte transmitida. O raio 2

refletido forma um ângulo 1’ (chamado ângulo


Raio Refratado
de reflexão), com a linha normal n. O raio
transmitido ou refratado forma um ângulo 2 Figura 1: raio incidente, refletido e refratado.

(chamado ângulo de refração) com a linha


normal a superfície de contorno entre os meios 1 e 2.
A reflexão pode ser especular, quando os raios que chegam paralelos são refletidos também
paralelos e Difusa, quando há dispersão.
A lei da Reflexão, diz que o raio refletido pertence ao plano de incidência, e o ângulo de reflexão
é igual ao de incidência, então:
 1   1 (1)
A lei da refração, diz que o raio refletido também permanece no plano de incidência, e

n1 sen 1  n2 sen  2 (2)


1
onde n1 e n2 são os índices de refração dos meios 1 e 2 e dependem da velocidade da luz no seu
interior, a saber:
c
n (3)
V
onde c é velocidade da luz no vácuo ( c  3,0  10 m / s ) e V é a velocidade da luz do meio com
8

índice de refração n.
A Lei da reflexão é essencial no estudo dos espelhos e a lei da refração no estudo das lentes.

1
Índice de refração é um dos valores que caracteriza oticamente o meio. Este índice varia “levemente”com o
comprimento de onda da luz.
2. Espelhos

Observando a figura ao lado vemos o objeto 0 que

colocado diante do espelho plano, gera, com a


incidência da luz, a imagem I. Observe que o módulo
da distância p (distância do objeto ao espelho) é
igual ao módulo da distância i da imagem ao
espelho. Temos:
p -i
Nos casos em que a imagem é formada pelo
Figura 2: espelho plano (fonte: Halliday,
encontro do "prolongamento dos raios" é chamada Resnick e Walker, p.31).
de imagem virtual. Quando a imagem é formada com
os próprios raios é chamada de imagem real.
Na figura 5 é mostrado um espelho esférico
côncavo (lado esquerdo e convexo (lado direito).
Observe a terminologia:
V: vértice do espelho. Figura 3: objeto extenso diante do
C: centro do espelho, é o centro geométrico da espelho plano (fonte: Halliday,
Resnick e Walker, p.32).
curvatura.
Eixo central: passa pelo vértice e pelo centro do espelho.
r: raio do espelho, distância do centro a qualquer parte do espelho. É um valor positivo para o
espelho côncavo e negativo para o convexo.
F: foco do espelho, dizemos que o espelho côncavo possui foco real e o convexo foco virtual.
r
f: distância focal, f  ; como o raio, f é um valor positivo para o espelho côncavo e negativo
2
para o convexo.

Traçado dos principais raios

A partir das propriedades geométricas da parábola e do círculo, duas regras básicas são
adotadas: (i) um raio que incide paralelo ao eixo central do espelho será refletido passando pelo
foco – propriedade da parábola; (ii) um raio que incide passando pelo centro, será refletido
passando também pelo centro do espelho – propriedade do circulo. Dessa forma se o espelho for
esférico ou cilíndrico, ele deverá ter um arco de no máximo 10o, para que a curvatura coincida
com a parábola (veja figura 4).
No espelho plano a imagem sempre será virtual, do mesmo tamanho do objeto e não
invertida, porem nos espelhos esféricos haverá variações.

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No espelho côncavo, as características da imagem mudam a medida que é alterada a
*
posição do objeto até o espelho. No convexo, a imagem sempre será não invertida , virtual e
menor que objeto. Veja as figuras 5 e 6.

Eixo Central Eixo Central

c F V V F c

Eixo Central

c F V

Figura 4: principais elementos dos espelhos esféricos côncavo e convexo.

(a)
(b
)

(c)
(d
)

(e)

Figura 5: formação de imagens com objetos em diferentes posições no espelho


côncavo (fonte: Greef, p. 309).

*
A palavra invertida, neste caso significa de cabeça para baixo.
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Figura 6: formação da imagem em um espelho convexo (fonte: Greef, p. 310).

As características das imagens também podem ser previstas analiticamente através da equação dos
espelhos.
O ângulo externo de um triangulo é igual a soma dos ângulos internos não adjacentes. Para a

figura 7 temos:     e     , então 2      (1).

Figura 7: a geometria dos raios conduz ao método analítico (fonte: Halliday, Resnick e Walker, p.44).

Aplicando a relação para arcos S=r  , teremos:

ac ac ac
 ;   e   (2)
p r i
.. ....... ...... ... ............ .. .................... .... . .
O sinal de (  ) pode ser substituído por (=) nas equações que envolvem  e  .
.... .
.................. ..... ........ .
Substituindo as equações (2) em (1), temos:

ac ac ac
2   , que conduz a:
r i p

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2 1 1 1 1 1
  ou   (3) (equação dos espelhos)
r i p f i p

Observação:
 Para espelhos côncavos: valores de r e f positivos.
 Para espelhos convexos; valores de r e f negativos.
 Distância até a imagem ( i) negativa: imagem atrás do espelho (virtual);
 Distância até a imagem ( i) positiva: imagem na frente do espelho (real)

Verifique a validade da equação (3 ) para as seguintes casos:


1º caso: espelho plano.
2º caso: objeto sobre o centro de um espelho côncavo.

Agora vamos deduzir a expressão da ampliação (m), que fornece o tamanho da imagem e prevê
se é invertida ou não.
de cd
Na figura 8 temos dois triângulos semelhantes: cde e abc, portanto  , sendo que ab é a
ab ca
altura do objeto e de é a altura da imagem que está invertida. Como é importante associar uma
ampliação negativa com uma imagem invertida, definimos m, para este caso, arbitrariamente como
de
m=- , sendo que cd=i e ca =p. então:
ab
i
m=- (4) (ampliação)
p
Exemplo
Um objeto é colocado a 60 cm de
um espelho côncavo de 1 m de raio.
(a) represente o objeto, espelho,
imagem e raios. (b) encontre a posição
da imagem e sua ampliação. (c)
compare as letras (a) e (b).
Figura 8: observe os triângulos semelhantes abc e edc (fonte:
Halliday, Resnick e Walker, p.36).

3. Reflexão interna total

Observando na figura 9, verifique que um dos raios sai tangente a superfície. Aplicando a lei da
refração, temos:
n2
n1 sen  c=n2 sen 90 sen  c= (5)
n1

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n2

n1

Figura 9: ocorrência de reflexão interna total a partir do ângulo crítico C, (fonte:
Halliday, Resnick e Walker, p.29).

Observe pela equação 5 que n1  n2 é a condição necessária para haver reflexão interna total 3,
portanto o índice do meio em que o raio é gerado deve ser maior do meio que está ao redor.
Uma aplicação muito importante deste fenômeno é a fibra ótica, veja a figura 10.

Figura 10: reflexão interna total através de uma fibra de vidro. Repare que o índice de refração da fibra é
maior que o meio envolvente - ar (fonte: Tipler, p. 357)

3
Neste caso n1 é o índice em que o raio de luz ou sinal é gerado.
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4. Lentes

4.1 Tipos de lentes

Figura 11: tipos de lentes (fonte: Halliday, Resnick e Walker, p.53).


A lente menisco convexa, também é chamada de côncavo-convexa e a lente menisco-côncavo
também é conhecida como convexa-côncavo. Quando o índice de refração da lente é maior que o
meio4, as três primeiras se comportam como lentes convergentes, e as três ultimas como lentes
divergentes. Caso o índice da lente for menor que o índice do meio (ex: bolha de ar na água), o
comportamento é contrário.

E se a lente possui índice de refração igual o meio que a cerca, qual o comportamento dos raios
quanto a seu desvio?

Agora vamos aprender a traçar os raios:


A pergunta que devemos fazer ao traçar um raio é:
Nesta interface o raio se afasta ou se aproxima da normal?
Analisando a lei da refração concluímos que:
 Quando o raio penetra num meio mais refringente, se aproxima do normal;
 Quando penetra em um meio menos refringente, se afasta do normal.

4
Este é o caso mais comum – meio envolvente com índice menor que a lente, por isso as três primeiras lentes da
figura 11 são freqüentemente chamadas de convergente e as três últimas de divergente.

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Exemplo: a partir destas conclusões, mostrar que as lentes biconvexa e plano – convexa são
convergentes, e que as lentes bicôncavo e plano – côncavo são divergentes.

4.2 Formação de Imagens através das lentes

Figura 12:traçado dos raios que chegam paralelo ao eixo da lente (fonte: Greef, p.286).

Figura 13: traçado de um raio que procede de um corpo extenso (fonte: Greef, p.286).
As figuras 12 e 13 mostram o que ocorre com os principais raios – veja que esta orientação é
prevista pela lei da refração.

Comentário a partir da figura 14:


 Na letra F temos uma lente divergente, nas demais a lente é convergente;
 Na letra e temos o objeto entre o foco e a lente, neste caso a lente age como lupa;
 Na letra d não há forma,ao de imagem, observe que os raios são paralelos;

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 Observe que nas letras a, b e c, ocorre formação de imagem real e invertida, sendo que
em a a imagem é do tamanho do objeto, em b menor e em c é maior que o objeto. Neste
5
caso é necessário um anteparo para ver a imagem.
 Na letra F, não representamos as demais posições para este tipo de lente, mas sempre
formará uma imagem virtual, não invertida e menor que o objeto.
Observação: a equação dos espelhos e da ampliação, respectivamente (3) e (4), podem ser usadas
r
para prever a configuração da imagem, somente não é válido a relação f  .
2

2F F O 2F F F 2F
F 2F

I
I
b
a

2F O F F 2F 2F F F 2F

I
c d

O
I

2F F O F 2F 2F F I F 2F

e F

Figura 14: formação de imagens com objeto em diversas posições.

5
Este anteparo pode ser o próprio olho.
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5. Olho e Defeitos de Visão

O olho humano é descrito, sob o ponto de vista da ótica geométrica como um “instrumento ótico”
cujas partes principais são: uma lente convergente (córnea + cristalino + humor vítreo e aquoso) e
um anteparo para projeção da imagem (retina).
Deste ponto de vista o olho pode ser comparado a uma máquina fotográfica onde no lugar da retina
temos o filme fotográfico. A retina é sensibilizada pela incidência de luz e através do nervo ótico
transporta estas informações ao cérebro (ver figura 15 c). A seguir é mostrado as principais partes do
olho.

(a)

(b)

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(c)

(d)

Figura 15: (a) principais partes do olho; (b) formação da imagem na retina; (c) conversão da imagem no
cérebro e (d) semelhança entre o olho e a máquina fotográfica. Fonte: Greef, p. 230, 264 e 328.

O cristalino se deforma para que o foco seja a retina, independente da posição do objeto. Esta
deformação do cristalino garante a nitidez da imagem.
Para pessoas sem dificuldade de visão, quando um objeto está a mais de 6m do olho (ponto
remoto), a imagem formada sobre a retina será nítida sem esforço ou deformação do cristalino.
Embora ocorra deformação do cristalino a distâncias menores que 6 m, existe um limite mínimo para
nitidez da imagem, a 25 cm do olho, chamado de ponto próximo.
As principais anormalidades na visão estão ligadas a má focalização da imagem, geralmente
ocorre os seguintes defeitos: miopia, hipermetropia e astigmatismo.
A miopia geralmente é causada por um alongamento do globo ocular ou uma mudança no índice
de refração dos meios transparentes do olho. Neste caso o foco fica anterior a retina, portanto a
imagem formada sobre ela não é nítida.

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(a)

(b)

(c)

Figura 16: (a) visão normal; (b) simulação da miopia e (c)simulação da hipermetropia. Fonte:
Greef, p.269, 270 e 271.

As pessoas que possuem miopia aproximam os objetos pois o ponto próximo é menor que 25 cm
devido os raios procedentes de objetos próximos serem mais divergentes. A lente usada para corrigir
este defeito é divergente.
A hipermetropia é causada por um encurtamento do globo ocular ou uma mudança no índice de
refração dos meios transparentes do olho. Neste caso a imagem se formaria nitidamente atrás da
retina (ver figura 16)
As pessoas com uma pequena hipermetropia podem ter uma visão mais nítida de objetos
distantes devido a acomodação visual e mudança na direção dos raios que chegam ao olho.
Quando uma pessoa de visão normal observa um objeto a cerca de 25 cm do olho, o cristalino
focalizará a imagem sobre a retina, realizando o esforço máximo. Para conseguir enxergar com
maior nitidez, a pessoa deverá afastar o objeto até seu ponto “próximo” que neste caso é maior de 25
cm. Este defeito pode ser corrigido com um óculos de lentes convergentes.
Um defeito semelhante é a presbiopia que ocorre devido as dificuldades de acomodação do
cristalino, que vai se tornando mais rígido a partir dos 40 anos.

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Astigmatismo é uma perda se focalização devido a falta de esfericidade da córnea, assim a
correção do astigmatismo utiliza-se uma lente cilíndrica, onde a luz é desviada de forma diferenciada
, isto é, não é simétrica.
O grau do óculos está relacionado ao poder de convergência da lente. O poder de convergência
1m
(P) ou popularmente chamado de grau é dado pela equação P  , isto é, se dividirmos 1 m pela
f
distância focal teremos seu grau, também medido pela unidade dioptria (d).

6. microscópio ótico

O microscópio ótico é composto basicamente de duas lentes convergentes: a objetiva (próxima


do objeto) e a ocular (próximo ao olho). A figura 17 mostra um microscópio, observe que a lente
ocular gera uma imagem a partir da imagem formada pela objetiva.

Figura 17: Microscópio ótico (fonte: Keller, Gettys e Skove, p. 432)

7. Propagação da luz num meio inomogênio

A composição química, a densidade da atmosfera e a temperatura variam com a altura,


ocasionado índices de refração diferentes na atmosfera. É possível dividir a atmosfera em camadas
com diferentes índices de refração, que reduzem de valor a medida que aumenta a altura. Isto gera
um desvio dos raios, ocasionando uma diferença entre a posição real e virtual de uma estrela (ver
figura 18).

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(a) (b)

Figura 18: (a) desvio de um raio de luz.. (b) imagem virtual de uma estrela como resultado
variação do índice de refração da atmosfera. Fonte: Nussenzveig, p.36 e 37.

8. O Princípio de Fermat (complemento)

Baseado na sua idéia de que "a natureza sempre atua pelo caminho mais curto", Pierre de Fermat
enunciou o princípio que afirma que um raio de luz segue o caminho que corresponde ao tempo
mínimo. Veja um análogo:
Suponha que em A esteja o homem
nadador que tentará socorrer o homem
que está se afogando e C. Se o homem
que vem trazer socorro percorrer o B
caminho ABC levará um tempo maior
A
A
para chegar em C do se escolher o
caminho ADC. Isto porque a velocidade
na areia, por melhor que seja o nadador é D
consideravelmente maior que na água. C A
A

Figura 19: uma analogia que confirma o Princípio


de Fermat.

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9. Onda eletromagnética

Na figura 1 é mostrado uma onda eletromagnética plana propagando-se em linha reta na


direção de um observador parado no ponto distante da fonte.

Figura 20: onda eletromagnética (fonte: Halliday, Resnick e Walquer, vol 4, p.6).

As equações abaixo descrevem as componentes do campo Elétrico magnético de uma onda


eletromagnética como mostrada na figura 9.

Os campos E e B oscilam numa direção transversal a direção de propagação e são


perpendiculares entre si.
Ondas de rádio, TV, telefone Celular, raios-x, infravermelho, luz visível, apesar da diferença na
utilização e propriedades, são todas ondas eletromagnéticas formadas pela propagação campo
elétrico e magnético. O que as torna diferente é o seu comprimento de onda. Todas possuem a
mesma velocidade c no vácuo que também pode ser considerada no ar. Quando as mesmas
mudam de meio, mudam também de velocidade. O comprimento de onda  e a freqüência f são
inversamente proporcionais, por isso podemos classifica-las pelo comprimento ou pela
freqüência, é importante perceber que quanto maior o comprimento de onda, menor é a
freqüência e vice-versa. A freqüência, velocidade e comprimento de uma onda eletromagnética
estão relacionados pela equação:
c  f
onde  é dado em metros, f em s-1=Hz (Hertz) e c=3,0x108m/s. Segue o espectro e a seguir
uma tabela sobre a luz visível.

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Figura 21: Espectro eletromagnético

Comprimento de onda (nm) Freqüência (1014Hz)


Violeta 400 a 450 6,7 a 7,5
Anil 450 a 500 6,0 a 6,7
Azul 500 a 530 5,7 a 6,0

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Verde 530 a 570 5,3 a 5,7
Amarela 570 a 590 5,0 a 5,3
Alaranjada 590 a 620 4,8 a 5,0
Vermelha 620 a 750 4,0 a 4,8

10. Interferência a partir de duas fendas estreitas - experiência de Young

A partir do encontro de raios vindos de duas fontes ou dois orifícios diferentes teremos
interferência. Se os raios que se encontram forem coerentes (diferença de fase constante e
consequentemente ambos com o mesmo comprimento e freqüência) teremos formação de
pontos claros escuros ou máximos e mínimos. Se o encontro ocorre entre raios não coerentes,
até pode formar pontos claros e escuros, porém por alguns instantes, cuja percepção não é
possível pelo ser humano.
Pontos escuros são formados por encontros de um vale com uma crista, a diferença de fase é
. Pontos claros são formados por encontros entre vales ou entre cristas.
A diferença de caminho pode ser dado por: d sen  . A formação máximos de interferência
ocorre para:
d sen   0
d sen   
d sen   2
d sen   3
uma expressão generalizada para pontos máximos pode ser escrita como: d sen   m ,
onde m = 0, 1, 2, ....e uma expressão para formação de pontos mínimos poderá ser escrita
1
como: d sen   (  m) , onde m = 0, 1, 2, ....
2

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(d)

Figura 22: Interferência da luz


(fonte: Halliday)

3. Interferência em uma película

Considerações importantes:
os raios 1 e 2 sofrem interferêcia, da mesma forma 1' e 2'.
(i) O comprimento de onda ' na película é diferente que o comprimento de onda  fora da
película, a saber:

í  , onda n é o índice de refração da película.
n
(ii) Na refração não ocorre mudança de fase, mas na reflexão pode ocorrer:
 Quando a reflexão ocorre de um meio onde a velocidade é menor para um
meio onde a velocidade é maior (pelicula - ar), não ocorre mudança de fase.
 Quando a reflexão ocorre de um meio onde a velocidade é maior para um
meio onde a velocidade é maior (ar-película) ocorre uma mudança de fase de fase
de 180o.

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A partir destas considerações podemos escrever as seguintes relações:

1
(a) Máximo para raios refletidos: 2 Ln  ( m  )
2

(b) Mínimo para raios refletidos: 2Ln  m


1
(c) Mínimo para raios transmitidos: 2 Ln  ( m  )
2
(d) Máximo para raios transmitidos: 2Ln m

Em todos os casos temos: m=0, 1, 2, 3, 4,...

Figura 23: Interferência na


película (fonte: halliday).

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11. Difração em uma fenda única

(c)
Figura 24: difração por uma fenda (fonte: Halliday p. 93 e 94)
a
Observe que a diferença de caminho na letra (a) é: sen  , portanto para termos um mínimo
2
a 
neste caso precisamos de sen   .
2 2
a 
Para o caso da letra (c) precisamos de sen   .
4 2
Para generalisar uma expressão para mínimos, podemos escrever: a sen   m

asen m onde m= 1, 2, 3, ...

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12. Polarização

Introdução

A polarização de uma onda caracteriza a direção das oscilações da mesma. Somente ondas
transversais podem ser polarizadas.

Figura 6: polarização de uma onda na corda. Fonte: Gaspar p.252 (Fisica 2).

Figura 25: O polarizador permite a passagem do campo elétrico da onda luminosa somente
segundo o eixo de transmissão do polarizador. Fonte: Keller V2, p. 492.

As ondas transmitidas pôr uma antena de rádio, por exemplo, é geralmente linearmente
polarizada.
Em um filamento a luz emitida é não polarizada devido ao grande número de átomos e
moléculas orientadas ao acaso.
Processos que tornam a luz polarizada:
(i) Reflexão e transmissão
(ii) Espalhamento
(iii) Dupla Refração
(iv) Dicroismo

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Reflexão e Transmissão

Consideremos um feixe de luz não polarizado no ar, incidindo em uma superfície de vidro.

Figura 26: Polarização por reflexão. Fonte: Keller p. 497 v.2

Existe um ângulo de incidência, chamado ângulo de Brewster (B) no qual a reflexão para a
componente paralela ao plano de incidência é zero. Então o feixe refletido pelo vidro, nestas
condições é completamente polarizado.
Em 1812, Sir David Brewster, descobriu que quando o feixe refletido é totalmente polarizado,
o feixe refratado e refletido são perpendiculares.

 refrat   reflet  90

Aplicando a lei da refração, chega-se a:


n2
 B  tan 1
n1

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Polarização por absorção

Um polarizador por absorção seletiva geralmente é formado por moléculas de hidrocarboneto


de cadeia longa, alinhados no processo de fabricação. Estas cadeias tornam-se condutoras nas
freqüências óticas, quando a película é mergulhada numa solução de iodo. Quando a luz incide
com seu vetor campo elétrico paralelo às cadeias do polímero, as correntes elétricas que se
estabelecem absorvem a energia da luz. Se o campo elétrico for perpendicular às cadeias, a luz
será transmitida. A direção perpendicular as cadeias é o eixo de transmissão.

Figura 27: Polarização por absorção. Fonte: Tipler, p. 365.

Lei de Malus

Observando a figura acima, vemos o segundo polaróide, também chamado de analisador, cujo
eixo de transmissão faça um ângulo  com o eixo do primeiro polaróide. O campo elétrico
transmitido na seguna película é E cos.
Como a intensidade é proporcional a E2, a intensidade da luz transmitida pelos dois
polarizadores será dada pela lei de Malus:

I I0 cos2
Onde
I: Intensidade transmitida pelo analisador ou segundo polarizador
I0= Intensidade transmitida pelo primeiro polarizador (~50% da incidente não polarizada)
Observação: há situações em que a luz incidente é polarizada, dispensando assim o primeiro
polarizador.

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ANEXO: DEPENDÊNCIA DO MEIO EXTERNO

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Quinta lista de exercícios
1. Na figura ao lado, determine os ângulos 1 e 2.

2. Foi medida a velocidade da luz amarela do sódio, num certo líquido, e obtido o valor de 1,92
.108 m/s. Qual é o índice de refração deste líquido, em relação ao ar, para a luz de sódio.
3. Descreva como seria o meio ambiente á sua volta se todos objetos fossem completamente
absorventes.
4. Em que condições uma lente delgada, convergente ou divergente, formará: (a) uma imagem
real; (b) uma imagem invertida e (c) uma imagem menor que o objeto?
5. A distância focal de uma lente depende do meio em que está imersa? É possível uma lente
ser convergente num meio e divergente noutro?
6. A distância focal de um espelho esférico é afetada pelo meio no qual ele se encontra imerso?
7. Óculos comuns não amplificam a imagem, embora uma lupa o faça. Qual é então, a função
dos óculos?
8. O índice de refração do benzeno é 1,8. Qual é o ângulo crítico de incidência para um raio de
luz propagando-se no benzeno em direção a uma camada plana de ar acima dele?
9. Um objeto é colocado a 10 cm do vértice do espelho côncavo, cuja distância focal é 20 cm. a)
A que a distância do espelho se formará a imagem do objeto? b) Mostre em um diagrama, a
formação da imagem do objeto?
10. Um espelho côncavo, usado ao fazermos a barba, tem um raio de curvatura de 35 cm. Ele
está posicionado de modo que a imagem da face de um homem seja 2,5 vezes o tamanho de
sua face. A que distância está o espelho da face do homem? (R: 10,5 cm)
11. Os espelhos retrovisores usados em motos são convexos.
a) Que tipo de imagem eles formam?
b) Qual vantagem em se usar esse espelho?
c) Qual a distância focal de um espelho que fornece uma imagem distante 8 m do objeto,
quando este está a 6 m do espelho? (R: - 3 m)
d) Qual a ampliação dessa imagem?
12. Uma pessoa deseja colocar na parede de seu quarto um espelho plano, cuja altura seja tal
que ela consiga observar sua imagem por inteiro. Para que isso seja possível, qual deve ser:
OBS: Usar semelhança de triângulos.
a) A altura mínima do espelho (tamanho do espelho); (R: H/2)
b) A distância a que o espelho deve ser colocado em relação ao chão; (R: h/2)

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c) A distância a que a pessoa deve se situar em relação ao espelho. (R: Qualquer distância)

13. Um espelho convexo tem um raio de curvatura de 22 cm.


(a) Se um objeto for colocado a 14 cm do espelho, onde estará sua imagem? (R: - 6,2 cm)
(b) Qual é a ampliação lateral, neste caso? (R: + 0,44)
14. Uma pessoa está olhando um lago quando vê um peixe. Represente a imagem virtual e
posição real do peixe.
15. A lupa é uma lente de faces convexas geralmente usada como “lente de aumento”. Usando
uma lente desse tipo, é possível queimar pedaços de madeira seca ou de papel quando nela
incidem os raios do sol. Como se explica esse fato?
16. Um raio de luz é refratado em uma
superfície ar vidro, fazendo um ângulo
de 750 com a normal do lado do ar e
um ângulo de 39,71o com a normal do
lado do vidro. Com auxílio da tabela ao
lado que relaciona o comprimento de
onda com o respectivo índice de
refração nos diferentes tipos de vidro,
estime o tipo de vidro de que o prisma
é feito. (a faixa escura compreende os
comprimentos de luz visível).
17. Um objeto de 5 mm de altura é
colocado a 250 mm de um espelho
convexo de raio de curvatura R=400
mm. (a) A que distância do espelho
estará a imagem? (b) A imagem é
invertida? (c) Qual é o tamanho da imagem? (d) A imagem é real ou virtual?
18. A figura abaixo mostra um raio de luz incidente, perpendicular á face ab de um prisma de
vidro (n=1,52). Ache o maior valor do ângulo , de modo que o raio seja totalmente refletido
na face ac do prisma quando imerso (a) ar (b) água, n=1,33.

19. Justifique os seguintes métodos rápidos para determinar se um espelho esférico é côncavo
ou convexo:

99 Laboratório de Física - Prof. Paulo R. Innocente


a) Olhando para a própria imagem desde um ponto próximo ao espelho: se a imagem é
aumentada, o espelho é côncavo; se é diminuída, o espelho é convexo”.
b) Olhando de uma grande distância: se a imagem é invertida, o espelho é côncavo; se é
ereta, é convexo.
20. Sobre o microscópico ótico: (a) que lentes são normalmente usadas? (b) trace os raios afim
de que a imagem ampliada seja vista. (c) é possível o funcionamento para qualquer distância
entre as lentes?

21. A luz possui: (a) comprimento de onda; (b) freqüência e (c) velocidade. Quais destas
quantidades permanecem inalteradas quando a luz passa do vácuo para uma lâmina de
vidro?

22. O comprimento de onda da luz amarela do sódio, no ar, é 589 nm. Qual a sua
freqüência? (b) Qual seu comprimento de onda no vidro cujo índice de refração é 1,52?
(c) Encontre a velocidade da luz no vidro. R: (a) 5,1x 10 14 Hz, (b) 387 nm, (c) 1,97 x108
m/s.

23. Qual é a distância linear entre dois máximos adjacentes no anteparo se o comprimento

entre as fendas e o anteparo é de 55 cm. R: 2,5 mm.

24. Luz verde monocromática, cujo comprimento de onda = 550 nm, ilumina duas fendas
estreitas, paralelas, separadas pela distância de 7,7 μm. Determine o desvio angular da
franja clara de terceira ordem, m = 3; (a) em radianos e (b) em graus.

25. Uma experiência de Young é realizada com luz de comprimento de onda de 500 nm. As
fendas têm uma separação de 1,2 mm e o anteparo está a 5,4 m das fendas. Qual a
distância entre as franjas claras? (R: 2,25 mm)

26. Determine a separação entre as fendas, num dispositivo de fenda dupla, que produz
franjas de interferência espaçadas de 0,018 rad em um anteparo distante. Adote luz de

27. Um feixe de luz branca, com intensidade constante na faixa visível de comprimentos de
onda da luz (430 a 690 nm), incide perpendicularmente em um filme de água com índice
de refração n= 1,33 e espessura de 320 nm, que está suspenso no ar. Para que

observador? R: 567 nm que corresponde ao amarelo-esverdeado

28. Queremos revestir uma placa de vidro (n=1,5) com uma camada de uma sustância
transparente (n=1,25) para que a reflexão de uma luz de comprimento de onda 600 nm
seja eliminada por interferência. Determine a espessura mínima da camada. R: 120 nm

29. Explique como se dá o aspecto colorido das bolhas de sabão?

30. Considere difração em uma fenda única. Explique o que ocorre quando
aumentamos: (a) o comprimento de onda; (b) a largura da fenda.

31. Quando luz monocromática incide sobre uma fenda de largura igual a 0,022 mm, o
primeiro mínimo da difração ocorre para um ângulo de 1,8 0 em relação á direção do feixe
incidente. Determine o comprimento de onda da radiação incidente. R: 691 nm

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32. Luz monocromática de comprimento de onda igual a 441 nm incide numa fenda estreita.
O segundo mínimo está a uma distância de 1,5 cm do máximo central e a configuração
de difração se forma sobre um anteparo a 2,0 m de distância da fenda. (a) Calcule o
ângulo de difração θ do segundo mínimo. (b) qual é a largura da fenda? R: (a) 0,0075
rad (b) 0,12 mm.

33. Luz de comprimento de onda igual a 633 nm incide numa fenda estreita. O ângulo entre
o primeiro mínimo num dos lados do máximo central e o primeiro mínimo do outro lado é
de 1,20. Qual é a largura da fenda? R: 0,06 mm.

34. Em uma configuração de difração de fenda única, a distância entre o primeiro e o quinto
mínimo é de 0,35 mm. O anteparo está distante da fenda 40 cm e usa-se luz com um
comprimento de onda igual a 550 nm. (a) C
mínimo. (b) Determine a largura da fenda. (a) 0,000219 rad (b) 2,51 mm.

35. Numa fenda única, o primeiro mínimo ocorre para θ = 90 0, significando, portanto, que
todo o hemisfério fronteiro está preenchido com luz. Determine a razão entre a largura
da fenda e o comprimento de onda para que isto ocorra.

36. Luz monocromática com um comprimento de onda igual a 538 nm incide sobre uma
fenda de largura igual a 0,025 mm. A distância entre a fenda e o anteparo é d 3,5 m.
Considere um ponto no anteparo a 1,1 cm do máximo central. Calcule θ.

37. Quando observamos um céu claro através de uma placa polarizadora, notamos que a
intensidade varia com a rotação efetuada na placa. Isto não ocorre quando olhamos para
uma nuvem através da placa. por que?

38. Quando luz despolarizada incide em dois polarizadores cruzados não há luz transmitida.
Um estudante afirmou que se houvesse um terceiro polarizador inserido entre os dois
primeiros, poderia ocorrer alguma transmissão. Isso faz sentido?

39. Um polarizador e um analisador (ambos ideais) estão dispostos de forma que a luz deve
atravessar os dois. Suponha que a intensidade da luz no detetor (localizado após o
analisador) seja 0,65 W/m2 quando o ângulo θ for 0o. (A) Qual é a intensidade quando θ=
π/4 rad. (b) Qual é a intensidade quando θ = 3π /4 rad

40. Um polarizador e um analisador são orientados de modo transmitirem a máxima


quantidade de luz. A que fração de seu valor máximo se reduz intensidade da luz
transmitida quando se gira o analisador num ângulo de:
30o
45o
60o
41. Um feixe de luz incide sobre um líquido cujo índice de refração é 1,40. Os raios refletidos
são completamente polarizados. Qual o ângulo de refração do feixe?

42. A que ângulo acima do horizonte deve estar o sol para que sua luz refletida pela superfície da
água parada seja completamente polarizada?

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