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Universidade Federal Fluminense

Instituto de Física
Licenciatura em Física

Kit didático com Arduino para experimentos


em Física e aplicação a sensor de ultrassom

Cauê de Souza Coutinho Nogueira

Niterói
2022
Cauê de Souza Coutinho Nogueira

Kit didático com Arduino para experimentos em Física


e aplicação a sensor de ultrassom

Trabalho de conclusão de curso apresen-


tado ao Curso de Graduação em Física da
Universidade Federal Fluminense como requi-
sito parcial para obtenção do título de Licen-
ciado em Física.

Universidade Federal Fluminense


Instituto de Física
Licenciatura em Física

Orientador: Dante Ferreira Franceschini Filho

Niterói
2022
Ficha catalográfica automática - SDC/BIF
Gerada com informações fornecidas pelo autor

N778k Nogueira, Cauê de Souza Coutinho


Kit didático com Arduino para experimentos em Física e
aplicação a sensor de ultrassom / Cauê de Souza Coutinho
Nogueira ; Dante Ferreira Franceschini Filho, orientador.
Niterói, 2022.
35 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Física)-


Universidade Federal Fluminense, Instituto de Física,
Niterói, 2022.

1. Ensino de Física. 2. Arduino. 3. Atividade Experimental.


4. Produção intelectual. I. Franceschini Filho, Dante
Ferreira, orientador. II. Universidade Federal Fluminense.
Instituto de Física. III. Título.

CDD -

Bibliotecário responsável: Debora do Nascimento - CRB7/6368


CAUÊ DE SOUZA COUTINHO NOGUEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Física da Universidade
Federal Fluminense como requisito parcial para
obtenção do título de Licenciado em Física.

Aprovado em 16 de fevereiro de 2022.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________
Prof. Dr. Dante Ferreira Franceschini Filho - Orientador -UFF

____________________________________________________
Prof. MSc. Newton Luiz Pires Mansur - UFF

____________________________________________________
Prof. Dr. Juan Lucas Nachez - UFF

Niterói
2022
Resumo
O fato de a Física ser uma ciência experimental faz supor que seu ensino deva ser baseado
na realização de experimentos. Em consonância com essa necessidade, a Lei de Diretrizes e
Bases determina que uma das finalidades do Ensino Médio seja abordar os temas científicos
e tecnológicos de forma a sempre relacionar teoria e experimento. Em conformidade com
esse princípio, muitos livros didáticos possuem propostas para a realização de experimentos.
No entanto, em geral, ficam no fim dos capítulos e não são apresentadas em conjunto com
o conteúdo teórico. Para aprimorar a abordagem experimental da Física no Ensino Médio,
diversos autores têm sugerido montagens experimentais baseadas na utilização do Arduino.
Entretanto, essas propostas, de forma geral, requerem a dedicação de muito tempo para
prototipagem e um grande conhecimento de eletrônica. Assim, o propósito do presente
trabalho é a implementação de um projeto para determinação experimental de curvas
de posição em função do tempo e a sugestão da construção de shields específicas para
o ensino de Física, reduzindo o custo, o tempo de montagem e os erros nas medidas. O
trabalho inclui o projeto, a construção e os testes de um dispositivo com essa finalidade.
A montagem é aplicada na determinação do movimento de um bloco deslizando em um
plano inclinado, movimento que se supõe de aceleração constante. Além da determinação
da curva de posição em função do tempo, o projeto propõe uma forma de evidenciar para
os estudantes o comportamento parabólico dessa curva. Por fim, propõe o desenvolvimento
de outras placas com diversas possibilidades de aplicação.

Palavras-chave: Experimentação. Arduino. Experimentos de baixo custo. Shield educaci-


onal
Abstract
The fact that Physics is an experimental science suggests that its teaching should be based
on experiments. In line with this need, the Brazilian Law of Directives and Bases determines
that one of the purposes of High School is to approach scientific and technological topics
in a way that always relates theory and pratice. In accordance with this principle, many
textbooks have proposals for carrying out experiments. However, they are usually at
the end of chapters and are not presented in conjunction with the theoretical content.
To improve the experimental approach to Physics in High School, several authors have
suggested experimental setups based on the use of Arduino. However, these proposals, in
general, require the dedication of a lot of time for prototyping and a great knowledge of
electronics. Thus, the purpose of the present work is the implementation of a project for
experimental determination of position curves as a function of time and the suggestion
of building specific shields for Physics teaching, reducing the cost, assembly time and
measurement errors. The work includes the design, construction and testing of a device
for this purpose. The assembly is applied in determining the motion of a block sliding on
an inclined plane, a motion that is assumed to have constant acceleration. In addition to
determining the position curve as a function of time, the project proposes a way to show
students the parabolic behavior of this curve. Finally, it proposes the development of other
boards with different application possibilities.

Keywords: Experimentation. Arduino. Low cost experiments. Educational shield.


Lista de ilustrações

Figura 1 – Arduino UNO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12


Figura 2 – Kit didático de ciência da Arduino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 3 – Exemplo de montagem de experimento proposto . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 4 – Montagem do aparato para queda livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 5 – Montagem do aparato para o pêndulo simples . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 6 – Resultados obtidos com a oscilação do pêndulo . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 7 – Montagem do aparato para o sistema massa-mola . . . . . . . . . . . . 15
Figura 8 – Resultado obtido no experimento massa-mola . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 9 – Montagem do circuito de carga e descarga com acionamento manual . . 16
Figura 10 – Montagem do circuito de carga e descarga com acionamento automático 17
Figura 11 – Esquemático do circuito utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 12 – Montagem experimental para aquecimento do resistor . . . . . . . . . . 18
Figura 13 – Curva Resistência x Temperatura do material analisado . . . . . . . . . 18
Figura 14 – Sala de Aula da disciplina OCE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 15 – Projeto web de monitoramento da sala . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 16 – Esquemático didático do Hardware . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 17 – Montagem do circuito em uma protoboard . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 18 – Esquemático elétrico da shield . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 19 – Imagens do Circuito Impresso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 20 – Protótipo desenvolvido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 21 – Tela do Aplicativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 22 – Experimento sendo realizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 23 – Gráfico posição x tempo do experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 24 – Gráfico ∆S/∆T x tempo do experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 25 – Imagens do Circuito Impresso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Lista de abreviaturas e siglas

BNCC Base Nacional Comum Curricular

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MUV Movimento Uniformemente Variado

OCE Oficina de Ciências Exatas

PCN Parâmetros Curriculares Nacionais

PNLD Programa Nacional do Livro Didático

PPP Projeto Político Pedagógico


Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.3 Revisão bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3.1 Arduino Science Kit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.3.2 Utilização de uma lâmpada e de um sensor luminoso para acompanhamento
de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.3.3 Estudo de carga e descarga de um capacitor . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3.4 Estudo de dependência da resistência elétrica com a temperatura . . . . . . 17

2 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1 Curso de Arduino e projeto educacional . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1.1 Aparato para verificação da temperatura e da luminosidade . . . . . . . . . 19
2.2 Construção do produto educacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3 Proposta de experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

3 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

APÊNDICES 31

APÊNDICE A – CÓDIGO DE ARDUINO UTILIZADO NA SHIELD 32

APÊNDICE B – CÓDIGO DO APLICATIVO NO MIT APP IN-


VENTOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
9

1 Introdução

1.1 Motivação
A utilização do Arduino como ferramenta de coleta e de aquisição de dados para
o ensino de Física é um tema de grande destaque. Já existem diversas propostas para
a sua utilização1, 2, 3, inclusive encontra-se disponível para venda um kit de ensino de
Física desenvolvido pela própria Arduino4. Todas as propostas visam à construção de
equipamentos de baixo custo e de código aberto, permitindo melhor acesso e compreensão
dos métodos de medida utilizados.
A metodologia de ensino por experimentação é defendida como forma de se alcançar
uma aprendizagem significativa 5, 6. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB)7 determina que uma das finalidades do Ensino Médio é a compreensão dos fundamen-
tos científico-tecnológicos sempre relacionando a teoria com a prática. Podemos encontrar
as mesmas diretrizes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) 8 e nas habilidades
especificas de ciências da natureza na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)9, e, como
resultado, os livros didáticos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)10 buscam
sempre incluir experimentos no final de seus capítulos. No entanto, apesar da tentativa de
inserção da experimentação nas escolas, ela, na verdade, fica relegada a um segundo plano
e sem conexão com o formalismo teórico. Também é necessária a consideração do custo
elevado para a implementação de laboratórios didáticos nas escolas, que, infelizmente,
muitas vezes, não possuem essa infraestrutura disponível.
Com essas considerações, a proposição de experimentos de baixo custo para a
utilização em escolas se torna fundamental para fomentar o ensino por experimentação e a
busca por uma aprendizagem significativa5. Como proposto por Ausubel, a realização de
experiências é uma das rotas para a processo de assimilação da aprendizagem significativa.
Além disso, considerando os desafios vividos pelos professores, a utilização de materiais de
baixo custo é de extrema importância 11.

1.2 Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo principal propor um experimento para o
ensino de cinemática, com o intuito de facilitar a visualização de movimentos, incluindo os
acelerados. Assim, buscou-se a entrega de um produto educacional de baixo custo e código
aberto baseado no uso de Arduino e que permita uma utilização facilitada, reduzindo
as dificuldades da prototipagem, sem perder o acesso ao processo da medida. Portanto,
Capítulo 1. Introdução 10

desenvolveu-se uma shield i para ensino de Física — uma placa que contenha todo o
hardware do experimento e que permita a montagem do experimento de forma rápida e
com baixíssimo custo.

1.3 Revisão bibliográfica


O ensino por experimentação é objeto de estudo e é defendido por diversos pesqui-
sadores como uma das formas de aprendizagem significativa6, 12. Pode-se acompanhar o
processo do desenvolvimento da experimentação no trabalho de Giordan13. Ele traça uma
contextualização histórica da evolução e da busca pela introdução da experimentação no
ensino de ciências.
Segundo o autor, pode-se iniciar o entendimento da construção do conhecimento
científico pela defesa aristotélica do Empirismo seguido pelo surgimento do Positivismo e
pela busca de um estudo investigativo. A contribuição da experimentação na construção
das ciências no século XVII aliada às proposições de Francis Bacon, René Descartes e
Galileu Galilei, com os processos indutivos e dedutivos, consolidam o método científico
como ferramentas para elaboração do conhecimento científico.
Giordan contextualiza também a retomada do pensamento positivista por Augusto
Comte no século XIX, seguido pela crescente pesquisa na área da educação científica a partir
da década de 60. Essas concepções culminam em políticas que incluem a experimentação
nas diretrizes e na legislação que guiam a educação no país.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em vigor desde 1996,
estabelece as diretrizes do ensino do país e serve como um ideal mínimo para guiar todas
as políticas públicas relacionadas à educação7. No artigo 35 da LDB, observa-se que a
integração do ensino teórico com a prática é uma das finalidades do Ensino Médio:

Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração
mínima de três anos, terá como finalidades:
(...)
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada
disciplina.7

Seguindo essa diretriz, encontra-se novamente o ensino por experimentação nos


Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)8. Os PCNs são documentos que definem a
política pública, servem como ponto de partida para o trabalho docente e como guia para
as escolas elaborarem seus próprios Projetos Políticos Pedagógicos (PPP).
i
A shield é uma placa de expansão que se encaixa no Arduino e adiciona finalidades especificas a ele
Capítulo 1. Introdução 11

[...] para que de fato possa haver uma apropriação desses conhecimentos,
as leis e princípios gerais precisam ser desenvolvidos passo a passo, a
partir dos elementos próximos, práticos e vivenciais8.

A Base Nacional Comum Curricular também em consonância com esses ideais


estipula como parte do currículo básico do ensino de ciências, a interpretação de resultados
experimentais e a elaboração de experimentos por intermédio do emprego de instrumentos
de medidas. Pode-se observar diretamente as proposições nas habilidades 205, 301 e 302
da BNCC:

(EM13CNT205) Interpretar resultados e realizar previsões sobre ativi-


dades experimentais, fenômenos naturais e processos tecnológicos, com
base nas noções de probabilidade e incerteza, reconhecendo os limites
explicativos das ciências.

(EM13CNT301) Construir questões, elaborar hipóteses, previsões e esti-


mativas, empregar instrumentos de medição e representar e interpretar
modelos explicativos, dados e/ou resultados experimentais para construir,
avaliar e justificar conclusões no enfrentamento de situações-problema
sob uma perspectiva científica.

(EM13CNT302) Comunicar, para públicos variados, em diversos con-


textos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimentos, elaborando
e/ou interpretando textos, gráficos, tabelas, símbolos, códigos, sistemas
de classificação e equações, por meio de diferentes linguagens, mídias,
tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), de modo a
participar e/ou promover debates em torno de temas científicos e/ou
tecnológicos de relevância sociocultural e ambiental.9

Por fim, encontram-se como um item obrigatório dos livros didáticos do Programa
Nacional do Livro Didático (PNLD)10, as atividades experimentais. Infelizmente, as
proposições experimentais ainda aparecem como um adendo à teoria e ocupam de forma
geral o final dos capítulos dos livros. No trabalho de Fernandes14, que realizou análises
dos livros do PNLD, há a indicação de que as propostas experimentais presentes nos
livros aprovados no PNLD visam ao cumprimento dos critérios eliminatórios e não à real
aplicação das prática experimentais no dia a dia. Seu estudo apresenta a necessidade de
diversas adequações aos experimentos propostos e evidencia a segregação das propostas
experimentais em caixas de "Faça você mesmo".
Em virtude dessas propostas e desafios, faz-se necessário considerar e analisar as
possibilidades reais da utilização de experimentos nas escolas. Com o intuito de entender
essas possibilidades, Dantas11 realizou um estudo da infraestrutura de diversas escolas
públicas. Neste trabalho, visita e analisa diversos laboratórios didáticos de escolas públicas e
conclui sobre a existência de um grande déficit nesses espaços. A realização de experimentos
torna-se muito limitada considerando que a própria infraestrutura apresenta problemas.
Capítulo 1. Introdução 12

Dessa forma, precisa-se considerar sempre a proposição de experimentos de baixo custo e


condizentes com a realidade estrutural das escolas.
Assim, o Arduino surge como uma ótima ferramenta para a proposição de expe-
rimentos nos laboratórios didáticos de Física. Ele apresenta um custo muito reduzido
e um grande leque de possibilidades de aplicação. Diversos estudos recentes propõem a
sua utilização para realização de experimentos com cinemática, termodinâmica, ótica e
elétrica.
O Arduino consiste em uma placa de desenvolvimento de código aberto, inicialmente
desenhado na Itália em 2003, para facilitar o acesso à eletrônica e à prototipagem. Era
uma ferramenta que permitia, em uma única placa, a programação simplificada de um
microcontrolador. Anteriormente, o uso destes chips possuía um custo de aprendizado
elevado e em muitos casos não era acessível. A partir de 2010, a plataforma Arduino
se disseminou e passou a ser muito utilizada desde por pessoas que estão começando a
prototipar de forma individual até por empresas que o utilizam em produtos finais como
em suas impressoras 3D.
Na figura 1, tem-se a placa Arduino UNO que foi utilizada neste projeto. Esta
placa possui diversas entradas e saídas digitais, além de cinco entradas analógicas, o que a
torna muito versátil para a aquisição de medidas e para a criação de experimentos. Nesse
sentido, foram selecionados alguns projetos em que se propõe a utilização do Arduino
como ferramenta para o ensino de física.

Figura 1 – Arduino UNO

1.3.1 Arduino Science Kit


Seguindo essa tendência, a própria Arduino lançou um kit para o ensino de Física4
com a proposta de diversos experimentos. Todavia, a sua aquisição torna-se restrita em
face do custo muito elevado, além de possuir código fechado, sendo necessária a compra do
Capítulo 1. Introdução 13

produto para acesso ao conteúdo proposto. A figura 2 mostra o conteúdo do Kit e a figura
3, a montagem de um dos experimentos propostos visando aos estudos de cinemática, com
a utilização de um sensor giroscópico.

Figura 2 – Kit didático de ciência da Arduino


Fonte: Arduino Company, 20224

Figura 3 – Exemplo de montagem de experimento proposto


Fonte: Arduino Company, 20224

1.3.2 Utilização de uma lâmpada e de um sensor luminoso para acompanhamento


de movimento
Em sua dissertação, Silva3 apresenta a utilização de diversas montagens. Com um
Arduino, uma lâmpada e um sensor de luminosidade foram monitorados movimentos de
uma queda livre, de um pêndulo simples e de um sistema massa-mola. Para o objeto em
queda livre, montou-se um aparato com dois sensores de luminosidade e duas fontes de
luz. Desse modo, pôde-se obter o tempo decorrido entre um ponto e outro. Na figura 4,
Silva ilustra a montagem experimental e o esquemático do circuito utilizado.
Capítulo 1. Introdução 14

(a) Esquemático (b) Diagrama da montagem experimental

Figura 4 – Montagem do aparato para queda livre


Fonte: Silva, 20183

Silva também constrói um experimento para acompanhamento da oscilação de um


pêndulo simples utilizando a mesma concepção da proposta anterior. Entretanto, monitora-
se somente um ponto da trajetória, buscando obter a frequência do movimento. Na figura
5, tem-se o desenho esquemático do circuito com somente um sensor de luminosidade e a
montagem do experimento proposto.

(a) Esquemático (b) Diagrama da monta-


gem experimental

Figura 5 – Montagem do aparato para o pêndulo simples


Fonte: Silva, 20183

Na figura 6, o autor apresenta os resultados obtidos pelos estudantes. Com esses


gráficos, pôde-se obter a frequência de oscilação do pêndulo e, tendo a sua massa, pôde-
se calcular a gravidade a que o experimento está submetido. No trabalho em questão,
obtiveram-se 9,94 m/s2 , resultado satisfatório para um experimento didático.
Capítulo 1. Introdução 15

(a) Gráfico sinal x tempo (b) Detalhe da curva obtida

Figura 6 – Resultados obtidos com a oscilação do pêndulo


Fonte: Silva, 20183

Por fim, tem-se a proposta da construção de um sistema massa-mola. Para isso,


Silva utiliza o mesmo hardware construído no experimento anterior, mas agora fixa o
sensor de luminosidade no objeto em movimento, como mostra a figura 7.

(a) Fotografia da montagem (b) Diagrama do sistema


proposto

Figura 7 – Montagem do aparato para o sistema massa-mola


Fonte: Silva, 20183

Com essa prática, obteve-se o gráfico abaixo (figura 8) e esses dados permitiriam
aos alunos a obtenção da frequência de oscilação de um movimento harmônico simples.
Capítulo 1. Introdução 16

Figura 8 – Resultado obtido no experimento massa-mola


Fonte: Silva, 20183

1.3.3 Estudo de carga e descarga de um capacitor


De modo geral, o estudo da carga e descarga de um capacitor é um experimento
que devido ao seu alto custo não é acessível às escolas. Para a realização tradicional deste
experimento, é necessária a utilização de um osciloscópio e de um gerador de funções,
equipamentos raramente presentes no universo escolar. Em seu trabalho, Cavalcante1
apresenta uma solução para o estudo da carga e descarga de um capacitor integrando o
osciloscópio e o gerador de funções no próprio Arduino.
Propõe-se a elaboração de dois circuitos: no primeiro circuito, o estudante possui
uma chave mecânica a partir da qual ele pode controlar o ciclo do experimento, figura 9; e,
no segundo, a utilização de uma modulação de pulso para realização da carga e descarga de
forma automática (figura 10). Para a aquisição de dados, é necessário conectar o Arduino
a um computador e utiliza-se o software Processing para controle do experimento e a
geração dos gráficos.

(a) Montagem experimen- (b) Circuito com acionamento (c) Gráfico obtido
tal manual

Figura 9 – Montagem do circuito de carga e descarga com acionamento manual


Fonte: Cavalcante et al., 20111
Capítulo 1. Introdução 17

(a) Circuito com aci- (b) Gráfico obtido


onamento automá-
tico

Figura 10 – Montagem do circuito de carga e descarga com acionamento automático


Fonte: Cavalcante et al., 20111

1.3.4 Estudo de dependência da resistência elétrica com a temperatura


Um assunto normalmente negligenciado no ensino básico de Física e até nos
laboratórios didáticos dos cursos superiores de Física é a dependência da resistividade
de um material em função da temperatura. Em seu trabalho, Sari15 propõe a realização
de um experimento de baixo custo para acompanhamento da curva resistência versus
temperatura de um material.
Ele constrói uma montagem experimental utilizando um Arduino, um sensor de
temperatura, um resistor conhecido e um resistor desconhecido que será aquecido, como
esquematizado na figura 11. Na figura 12, observa-se a montagem experimental em que o
resistor desconhecido é aquecido a partir da utilização de um banho-maria e de um bico
de bunsen. A aquisição de dados é realizada com o Arduino conectado diretamente a um
computador, o que permite ao estudante obter diretamente a curva experimental, figura
13. Assim, a partir desses pontos, chega-se ao cálculo da resistividade do material em
qualquer temperatura.

Figura 11 – Esquemático do circuito utilizado


Fonte: SARI e KIRINDI, 201915
Capítulo 1. Introdução 18

Figura 12 – Montagem experimental para aquecimento do resistor


Fonte: SARI e KIRINDI, 201915

Figura 13 – Curva Resistência x Temperatura do material analisado


Fonte: SARI e KIRINDI, 201915

Com base nessas propostas verifica-se a necessidade da ampliação da utilização do


Arduino nas salas de aulas. Ao considerar a dificuldade da criação e da utilização dessas
ferramentas, seja pela necessidade de desenvolvimento de circuitos, seja pela criação da
programação, torna-se fundamental a buscas de formas de facilitação da sua utilização.
19

2 Metodologia

2.1 Curso de Arduino e projeto educacional


No ano de 2019, o Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa - Brasil-
China, localizado no município de Niterói, ofereceu um curso de Arduino para os seus
professores como parte de um projeto educacional da Shell NXplorer. O objetivo era
a incorporação da utilização de Arduino e da prototipagem ao ensino de ciências. Em
particular, essa escola tem em seu PPP um grande diferencial: uma disciplina e um espaço
dedicado ao aprofundamento do ensino de ciências, chamada de Oficina de Ciências Exatas
(OCE). Na figura 14, pode-se observar a sala de aula de OCE, um excelente espaço para a
aplicação de propostas educacionais com Arduino.

Figura 14 – Sala de Aula da disciplina OCE

2.1.1 Aparato para verificação da temperatura e da luminosidade


A partir da oficina realizada para os professores da escola, propôs-se aos estudantes
a utilização dessa plataforma para solução de algum desafio encontrado no ambiente
escolar. Durante o ano letivo, os estudantes haviam estudado sobre energia e sobre os
desafios da economia energética. A partir da vivência, verificaram que diversas salas da
escola, situadas em um prédio anexo, ficavam recorrentemente com o ar condicionado e as
luzes ligadas desnecessariamente. Com o problema em mente, os estudantes criaram um
projeto que permitia aos professores, aos inspetores ou a outro membro da comunidade
escolar o acesso a um site na internet e ao acompanhamento do consumo de luz e do ar
condicionado de uma sala de aula da escola. Na figura 15, podem ser observadas algumas
fotos do projeto e a página para acompanhamento do consumo na sala.
Capítulo 2. Metodologia 20

(a) Sistema para monito- (b) Estudantes desenvol-


ramento de tempera- vendo o projeto
tura e de umidade
web

(c) Site para acompanhamento

Figura 15 – Projeto web de monitoramento da sala

A realização do projeto trouxe grandes resultados. Os estudantes que participaram


de seu desenvolvimento demostraram grande interesse na continuidade da utilização do
Arduino e na prototipagem — dois estudantes, inclusive, compraram kits para utilizarem
em casa. Além disso, o professor responsável, Prof. Renan Rebeque Martins, foi vencedor
do prêmio Shell de Educação Científica pela elaboração e coordenação do projeto.
Entretanto, ficou evidente que, para um bom aproveitamento de uma proposta como
essa, é necessária a disponibilização de uma grande carga horária para que os estudantes
possam ter contato com diversos conceitos distintos, como programação, eletrônica e
prototipagem. Sem duvida, o processo é muito proveitoso para os alunos, mas, em condições
normais, não é simples a realização de um experimento que demande tanta preparação no
laboratório didático.
Com essas considerações, propõe-se neste trabalho o desenvolvimento de kits
didáticos com Arduino mediados por shields buscando a redução do tempo de prototipagem,
mas mantendo o baixo custo e o acesso do usuário ao instrumento de medida.
Capítulo 2. Metodologia 21

2.2 Construção do produto educacional


A proposta deste produto é a construção de uma shield para o ensino de Física.
Consiste em uma placa que se encaixa no Arduino e que contém todo o hardware necessário
para a realização do experimento. A shield permite uma montagem rápida do experimento,
sem o risco de mau contatos — normalmente presentes nas protoboard — e mantendo o
baixo custo. Além disso, o sistema permite a aquisição dos dados diretamente no celular
do aluno, reduzindo a necessidade de um computador dedicado ao experimento.
O conceito apresentado visa à construção de uma shield para cada experimento.
No último capítulo, proporemos a construção de outras placas, apesar de o foco deste
trabalho ser a construção de uma placa para medidas de distâncias do sistema em relação
a algum anteparo por meio da utilização de um sensor ultrassônico.
O produto proposto é dividido em três partes: hardware, software e um aplicativo.
O hardware é composto por um Arduino e uma shield. O Arduino é responsável pela
aquisição de dados, processamento e comunicação com o módulo bluetooth. A shield é
responsável pela conexão do Arduino com o sensor de distância e com o módulo bluetooth
e por fixar a bateria que o alimenta. A figura 16 apresenta um diagrama do circuito criado
com as imagens dos componentes.

Figura 16 – Esquemático didático do Hardware

Inicialmente, foi realizada a montagem do circuito com a utilização de uma proto-


board que permite testar o circuito antes da fabricação da shield, como na figura 17.
Capítulo 2. Metodologia 22

Figura 17 – Montagem do circuito em uma protoboard

Com o circuito de testes funcionando, foi confeccionada a shield. A placa proposta


permite que os componentes sejam soldados em um único dispositivo que se fixa solidamente
ao Arduino, permitindo que o estudante utilize o sistema de medida livremente, o que
reduz, de forma significativa, o tempo de montagem e os problemas oriundos do mau
contato.
A figura 18 mostra o esquemático elétrico da placa.

Figura 18 – Esquemático elétrico da shield


Capítulo 2. Metodologia 23

(a) Layout da placa (b) Visão 3D da montagem

Figura 19 – Imagens do Circuito Impresso

Lista de materiais necessários para a montagem do hardware:

- Arduino Uno

- Shield para medidas de distância

- Sensor de distância ultrassônico - HC-SR04

- Módulo Bluetooth - HC-05

- Resistor 1 kΩ

- Resistor 2,2 kΩ

- Barra de pinos com 30 pinos

- Bateria

Os materiais necessários para a construção da shield totalizam um custo de aproxi-


madamente cinquenta reais. Somando-se ao custo do Arduino, o experimento totalizaria
cerca de cem reais. Entretanto, o Arduino não estaria restrito a este experimento. Poderia
ser desencaixado da shield e utilizado em uma outra placa e em outro experimento. Um
sistema comercial de aquisição de dados semelhante custa na ordem de vinte mil reais 16.
Logo, seria uma ferramenta completamente inacessível à grande parte dos estudantes e
das escolas 11.
Abaixo pode-se observar a montagem final do produto proposto, figura 20.
Capítulo 2. Metodologia 24

Figura 20 – Protótipo desenvolvido

Em conjunto com o hardware, foi desenvolvido um aplicativo na plataforma do MIT


App Inventor, apêndice B. Esse sistema de desenvolvimento já é utilizado por escolas para
a introdução à programação, uma vez que permite uma programação simplificada e em
blocos. Dessa forma, o estudante tem a possibilidade de entender e modificar o aplicativo
utilizado.
Esse aplicativo se comunica via bluetooth com o Arduino e realiza a coleta e a
visualização dos dados em forma de tabela ou em forma de gráfico. O aplicativo funciona
em conjunto com o código desenvolvido no Arduino, que realiza as medidas de distância
a partir do sensor de ultrassom e as envia para o módulo bluetooth. Esse código está
disponível no anexo A. Na figura 21, pode-se observar a tela do aplicativo desenvolvido,
com um espaço para conexão com o Arduino, visualização do gráfico e dos pontos obtidos.

Figura 21 – Tela do Aplicativo


Capítulo 2. Metodologia 25

2.3 Proposta de experimento


Este produto tem como fundamento a realização de medidas de distância e permite
a aquisição da posição em função do tempo. Dessa forma, pode ser utilizado para o
acompanhamento de diversos experimentos de cinemática. Neste trabalho, escolheu-se a
apresentação de um experimento para o estudo do movimento no plano inclinado. O ensino
e a visualização do movimento uniformemente variado (MUV) é considerado um ponto que
merece cuidado. Para muitos estudantes que estão começando o estudo de cinemática, a
visualização de uma equação de segundo grau como resultado de um movimento acelerado
não é intuitiva. Portanto, escolheu-se a apresentação deste experimento.
O kit do Arduino foi fixado a uma caixa impressa em 3D e o plano inclinado foi
posicionado próximo a uma parede para servir de anteparo para a realização das medidas
pelo sensor de ultrassom. A shield foi ligada e conectada ao aplicativo, iniciando a aquisição
da posição. Em seguida, a caixinha foi solta e espera-se que tenha descido pelo plano
inclinado com aceleração constante. Na figura 22, tem-se uma fotografia da montagem
experimental. Com os dados coletados, gerou-se o gráfico abaixo (figura 23).

Figura 22 – Experimento sendo realizado

Figura 23 – Gráfico posição x tempo do experimento


Capítulo 2. Metodologia 26

Com a curva obtida, é possível a visualização de que o movimento gera uma


parábola e, portanto, que a equação de movimento do MUV é uma equação de segundo
grau. Sugere-se o cálculo dos ∆S/∆T de alguns intervalos do experimento para a obtenção
da velocidade média nesses trechos e a visualização da velocidade ao londo da trajetória,
como exemplificado na tabela 1 e na figura 24.

S T ∆S/∆T
0,0165 0,2
0,0174 0,3 0,009
0,0284 0,4
0,0375 0,5 0,091
0,0566 0,6
0,0747 0,7 0,181
0,1444 0,9
0,1779 1 0,335
0,1779 1
0,2139 1,1 0,36

Tabela 1 – Tabela para cálculo dos ∆S/∆T

Figura 24 – Gráfico ∆S/∆T x tempo do experimento

Além do proposto, é possível fixar uma superfície abrasiva na parte de baixo do


carrinho, como uma lixa d’água, e realizar um experimento para calcular o coeficiente
de atrito cinético nesses dois casos. Essa medida costuma envolver grande dificuldade de
realização e pode proporcionar ao aluno o contato com o estudo do atrito, normalmente,
pouco abordado no Ensino Médio.
27

3 Conclusões

Com o trabalho proposto, é possível a construção de um produto de baixo custo


para realização de diversos experimentos de cinemática. A shield foi construída e um
experimento de movimento uniformemente variado no plano inclinado foi realizado. O
custo final do Kit proposto foi de cinquenta reais e o tempo de prototipagem e construção
do experimento foi significativamente reduzido.
Além da redução dos custos e do tempo de montagem propostos, durante o
desenvolvimento do projeto, identificou-se uma outra possibilidade de simplificação, de
maior redução de custos e de melhora do kit. Assim, sugere-se para trabalhos futuros
a elaboração de duas shields:, uma dedicada somente à alimentação e à comunicação e
outra para os sensores. Na figura 25a, a temos visualização 3D da placa que foi idealizada.
Dessa forma, o custo do módulo bluetooth e da bateria é dividido entre os experimentos.
Sugere-se também a utilização de outras placas com outros sensores, como uma shield
para medidas de temperatura, figura 25b; uma para medidas analógicas, figura 25c e a
atualização da placa de ultrassom, figura 25d.

(a) Placa de alimentação e de comu- (b) Placa de temperatura


nicação

(c) Placa analógica (d) Nova versão da placa de ultrassom

Figura 25 – Imagens do Circuito Impresso


Capítulo 3. Conclusões 28

Infelizmente, não foi possível a realização do experimento , em sala de aula, devido


à pandemia, entretanto um professor do Colégio Brasil-China se interessou em fazê-lo após
a melhora do cenário pandêmico.
29

Referências

1 CAVALCANTE, M. A. et al. Física com Arduino para iniciantes. Revista Brasileira


de Ensino de Física, v. 33, n. 4, p. 4503, 2011. Disponível em: <www.sbfisica.org.br>.
Citado 3 vezes nas páginas 9, 16 e 17.

2 MARTINAZZO, C. A. et al. ARDUINO: UMA TECNOLOGIA NO ENSINO DE


FÍSICA. PERSPECTIVA, Erechim, v. 38, n. 143, p. 21–30, 2014. Citado na página 9.

3 SILVA, A. P. D. EXPERIMENTOS COM O ARDUINO®NAS AULAS DE FÍSICA.


0–65 p. Tese (Doutorado) — UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO,
Mossoró, 2018. Citado 5 vezes nas páginas 9, 13, 14, 15 e 16.

4 Arduino Company. Arduino Science Kit Physics Lab. 2022. Disponível em:
<https://www.arduino.cc/education/science-kit>. Citado 3 vezes nas páginas 9, 12 e 13.

5 AUSUBEL, D. P. The Acquisition and Retention of Knowledge: A Cognitive View.


[S.l.]: Springer Netherlands, 2000. Citado na página 9.

6 SÉRÉ, M.-G.; COELHO, S. M.; NUNES, A. D. O papel da experimentação no ensino


da Física. Cad.Bras.Ens.Fís., v. 20, n. 1, p. 30–42, 2003. Citado 2 vezes nas páginas 9
e 10.

7 Presidência da República. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. [S.l.]:


Presidência da República. Citado 2 vezes nas páginas 9 e 10.

8 MÉDIO, E. et al. Parâmetros Curriculares Nacionais. [S.l.]. Citado 3 vezes nas


páginas 9, 10 e 11.

9 Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 2018. Citado 2


vezes nas páginas 9 e 11.

10 Ministério da Educação. Guia de Livros Didáticos - PNLD 2018 - Física. [S.l.: s.n.].
ISBN 9788577832316. Citado 2 vezes nas páginas 9 e 11.

11 DANTAS, S. M. M. d. M.; SANTOS, J. O. d. Estrutura e utilização do laboratório de


ciências em escolas públicas de ensino médio de teresina-PI. Revista da SBEnBio, v. 7, p.
4267–4275, 2014. Citado 3 vezes nas páginas 9, 11 e 23.

12 SALES, J. P. A. et al. EXPERIMENTAÇÃO COMO PROCESSO DE ENSINO


E APRENDIZAGEM DE FÍSICA ÓPTICA. DESAFIOS - Revista Interdisciplinar da
Universidade Federal do Tocantins, Universidade Federal do Tocantins, v. 6, n. 3, p. 37–42,
10 2019. ISSN 2359-3652. Citado na página 10.

13 GIORDAN, M. O PAPEL DA EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS.


II Encontro Nacional de Pesquisa em educação em ciências. Citado na página 10.

14 MARIANA PEREIRA FERNANDES. ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NO


LIVRO DIDÁTICO DO PNLD-FÍSICA. Tese (Doutorado) — Universidade Federal
Fluminense, 2017. Citado na página 11.
Referências 30

15 SARI, U.; KIRINDI, T. Using Arduino in Physics Teaching: Arduino-based Physics


Experiment to Study Temperature Dependence of Electrical Resistance. Journal of
Computer and Education Research, Journal of Computer and Education Research, v. 7,
n. 14, p. 698–710, 10 2019. ISSN 2148-2896. Citado 2 vezes nas páginas 17 e 18.

16 Phywe. Cobra Phywe. Disponível em: <https://www.phywe.eu/experiments-sets/


student-experiment-sets-tess/cobra-digicart-expert-set_2042_2973/>. Citado na página
23.
Apêndices
32

APÊNDICE A – Código de Arduino utilizado


na shield

1 #include <Ultrasonic.h>
2 #include <SoftwareSerial.h>
3

4 SoftwareSerial Bluetooth(9, 10);


5

6 #define pino_trigger 4
7 #define pino_echo 5
8

9 Ultrasonic ultrasonic(pino_trigger, pino_echo);


10 char pronto;
11 char pc;
12

13 void setup()
14 {
15 Serial.begin(9600);
16 Bluetooth.begin(115200);
17 // Aguarda 1 seg antes de acessar as informações do sensor
18 delay(1000);
19 }
20

21 void loop()
22 {
23 int cmMsec, inMsec;
24 long microsec = ultrasonic.timing();
25 cmMsec = ultrasonic.convert(microsec, Ultrasonic::CM);
26

27 // Envias os valores lidos para o aplicativo


28 if (Bluetooth.available()) {
29 pronto = Bluetooth.read();
30 }
31 else {
32 pronto == '0';
33 }
APÊNDICE A. Código de Arduino utilizado na shield 33

34 if (Serial.available()) {
35 pc = Serial.read();
36 }
37 else {
38 pc == '0';
39 }
40

41 Serial.println(cmMsec);
42 Bluetooth.println(cmMsec);
43

44 delay(150);
45 }
34

APÊNDICE B – Código do aplicativo no MIT


App inventor

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