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OBSERVAÇÃO EM LABORATÓRIO

A observação em laboratório é aquela que tenta descobrir a ação e a conduta, que teve lugar em condições
cuidadosamente dispostas e controladas. Entretanto, muitos as pectos importantes da vida humana não
podem ser observados sob condições idealiza das no laboratório . A observação em laboratório tem, até
certo ponto, um caráter artificial, mas é im portante estabelecer condições o mais próximo do natural, que
não sofram influências indevidas, pela presença do observador ou por seus aparelh,os de medição e
registro. O uso de instrumentos adequados possibilita a realização de observações mais refi nadas do que
aquelas proporcionadas apenas pelos sentidos.

Entrevista

A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha in formações a respeito de
determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na
investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema
social.

Para Goode e Hatt (1969:237), a entrevista "consiste no desenvolvimento de pre cisão, focalização,
fidedignidade e validade de certo ato social como a conversação". Trata-se, pois, de uma conversação
efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação
necessária.

Alguns autores consideram a entrevista como o instrumento por excelência da investigação social.
Quando realizado por um investigador experiente, "é muitas vezes superior a outros sistemas de obtenção
de dados", afirma Best (1972: 120).

A entrevista é importante instrumento de trabalho nos vários campos das ciências sociais ou de outros
setores de atividades, como da Sociologia, da Antropologia, da Psicologia Social, da Política, do Serviço
Social, do Jornalismo, das Relações Públicas, da Pesquisa de Mercado e outras.

OBJETIVOS
A entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevista do, sobre
determinado assunto ou problema. 196 Quanto ao conteúdo, Selltiz (1965:286-95) apresenta seis tipos
de objetivos:

a) Averiguação de "fatos". Descobrir se as pessoas que estão de posse de certas informações são capazes
de compreendê-Ias.

b) Determinação das opiniões sobre os "fatos". Conhecer o que as pessoas pensam c;>u acreditam que os
fatos sejam.

c) Determinação de sentimentos. Compreender a conduta de alguém através de seus sentimentos e


anseios.

d) Descoberta de planos de ação. Descobrir, por meio das definições indiviaduais dadas, qual a conduta
adequada em determinadas situações, a fim de prever qual seria a sua.

As definições adequadas da ação apresentam em geral dois componentes: os padrões éticos do que
deveria ter sido feito e considerações práticas do que é possíveis fazer. e) Conduta atual ou do passado.
Inferir que conduta a pessoa terá no futuro, conhecendo a maneira pela qual ela se comportou no passado
ou se comporta no presente, em determinadas situações.

f) Motivos conscientes para opiniões, sentimentos, sistemas ou condutas. Descobrir quais fatores podem
influenciar as opiniões, sentimentos e conduta e por quê

TIPOS DE ENTREVISTAS

Há diferentes tipos de entrevistas, que variam de acordo com o propósito do entrevistador:

a) Padronizada ou Estruturada. É aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente


estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela se realiza de acordo com um
formulário (ver mais adiante) elaborado e é efetuada de preferência com pessoas selecionadas de acordo
com um plano. O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas,
permitindo "que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças
devem refletir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas" (Lodi, 1974:16). O
pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas a determinada si tuação, de alterar a ordem dos
tópicos ou de fazer outras perguntas.
b) Despadronizada ou não-estruturada. O entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em
qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma
questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação
informal. Esse tipo de entrevista, segundo Ander-Egg (1978:110), apresenta três mo dalidades:

• Entrevista focalizada. Há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o


entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá
esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso, são necessários habilida de
e perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, é utilizada em estudos de situações de mudança de
conduta.

• Entrevista clínica. Trata-se de estudar os motivos, os sentimentos, a conduta das pessoas. Para esse tipo
de entrevista pode ser organizada uma série de perguntas específicas.

• Não dirigida. Há liberdade total por parte do entrevistado, que poderá expressar suas opiniões e
sentimentos. A função do entrevistador é de incentivo, levando o informante a falar sobre determinado
assunto, sem, entretanto, forçá-lo a responder.

c) Painel. Consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a fim de estudar
a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas devem ser formuladas de maneira diversa, para
que o entrevista do não distorça as respostas com essas repetições.

VANTAGENS E LIMITAÇÕES

Como técnica de coleta de dados, a entrevista oferece várias vantagens e limitações:

Vantagens:

a) Pode ser utilizada com todos os segmentos da população: analfabetos ou alfabetizados.

b) Fornece uma amostragem muito melhor da população geral: o entrevistado não precisa saber ler ou
escrever.

c) Há maior flexibilidade, podendo o entrevistador repetir ou esclarecer perguntas, formular de maneira


diferente; especificar algum significado, como garantia de estar sendo compreendido.

d) Oferece maior oportunidade para avaliar atitudes, condutas, podendo o entrevis~o ser observado
naquilo que diz e como diz: registro de reações, gestos etc.

e) Dá oportunidade para a obtenção de dados que não se encontram em fontes documentais e que
sejam relevantes e significativos.
f) Há possibilidade de conseguir informações mais precisas, podendo ser comprovadas, de imediato, as
discordâncias. g) Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento estatístico.

Limitações:

A entrevista apresenta algumas limitações ou desvantagens, que podem ser superadas ou minimizadas
se o pesquisador for uma pessoa com bastante experiência ou tiver muito bom-senso.

As limitações são:

a) Dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes.

b) Incompreensão, por parte do informante, do significado das perguntas, da pesquisa, que pode levar a
uma falsa interpretação.

c) Possibilidade de o entrevistado ser influenciado, consciente ou inconscientemente, pelo


questionador, pelo seu aspecto físico, suas atitudes, idéias, opiniões etc.

d) Disposição do entrevistado em dar as informações necessárias.

e) Retenção de alguns dados importantes, receando que sua identidade seja revelada.

f) Pequeno grau de controle sobre uma situação de coleta de dados.

g) Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada.

OBSERVAÇÃO DIRETA EXTENSIVA

A observação directa extensiva realiza-se através do questionário, do formulário, de medidas de opinião


e atitudes e de técnicas mercadológicas.

Questionário

Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas,
que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.

Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois
de preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo.

Junto com o questionário deve-se enviar uma nota ou carta explicando a natureza da pesquisa, sua
importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o interesse do recebedor, no
sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável.

Em média, os questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25% de devolução. Selltiz (1965 :281)
aponta alguns fatores que exercem influência no retomo dos questionários: "O patrocinador, a forma
atraente, a extensão, o tipo de carta que o acompanha, solicitando colaboração; as facilidades para seu
preenchimento e sua devolução pelo correio; motivos apresentados para a resposta e tipo de classe de
pessoas a quem é enviado o questionário."

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Como toda técnica de coleta de dados, o questionário também apresenta uma série de vantagens e
desvantagens:

Vantagens:

a) Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados.

b) Atinge maior número de pessoas simultaneamente.

c) Abrange uma área geo~ca mais ampla.

d) Economiza pessoal, tanto em adestramento quanto em trabalho de campo.

e) Obtém respostas mais rápidas e mais precisas.

f) Há maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato.

g) Há mais segurança, pelo fato de as respostas não serem identificadas.

h) Há menos risco de distorção, pela não influência do pesquisador.

i) Há mais tempo para responder e em hora mais favorável.

j) Há mais uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal do instrumento.

I) Obtém respostas que materialmente seriam inacessíveis

Desvantagens :

a) Percentagem pequena dos questionários que voltam.

b) Grande número de perguntas sem respostas .

c) Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas.

d) Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas.

e) A dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma uni formidade aparente.

f) Na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma questão influenciar a outra.

g) A devolução tardia prejudica o calendário ou sua utilização.

h) O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos toma difícil o controle e a


verificação.

i) Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário, invalidando, portanto, as questões.


j) Exige um universo mais homogêneo.

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