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Entrevistas: Tipos e Conceitos

Para Duarte (2005, apud Fontana & Frey,1994,), “entrevista é uma das mais comuns e poderosas
maneiras que utilizamos para tentar compreender nossa condição humana”. Para este mesmo
autor (Duarte, 2005, p. 62), “a entrevista tornou-se técnica clássica de obtenção de informações
nas ciências sociais, com larga adoção em áreas como sociologia, comunicação, antropologia,
administração, educação e psicologia”.

Tipos de entrevistas

As entrevistas estão definidas em três tipos: abertas, semiabertas e fechadas.

Duarte (2006, p.64-66) conceitua a entrevista da seguinte maneira:

Entrevista aberta: se caracteriza por ter um tema central que flui livremente, sendo aprofundada
em determinado rumo de acordo com aspetos significativos pelo entrevistador enquanto o
entrevistado define a resposta segundo seus próprios termos, utilizando como referência seu
conhecimento, perceção, linguagem, realidade, experiência. Muitas vezes é realizada como
sondagem, para a elaboração de roteiros semiestruturados ou questionários estruturados;

Entrevista semiaberta: parte de um roteiro-base apoiados em teorias e hipóteses que interessam


à pesquisa e que em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses
que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante;

Entrevista fechada: é realizada a partir de questionários estruturados, com perguntas iguais para
todos os entrevistados, de modo que seja possível estabelecer uniformidade e comparação entre
respostas.

No que tange as entrevistas individuais temos que observar as questões éticas que envolvem
pesquisa com seres humanos, bem como a aceitação preferencialmente por escrito quando se
tratar de entrevistar pessoas em empresas, associações, com isto estaremos melhor validando a
pesquisa e creditando seriedade ao trabalho.

Sempre que possível, nas entrevistas individuais é importante que o pesquisador seja apresentado
à pessoa que ele irá entrevistar, por alguém a qual o pesquisado conheça, estabelecendo com isto
uma relação de confiança.

Como toda a entrevista há vantagens e desvantagens ao realizá-la. Para Goldenberg (1997, p.


88), as vantagens em realizar uma pesquisa são:” as pessoas têm maior paciência e motivação
para falar do que para escrever; permite maior profundidade no relato das informações;
estabelece uma relação de confiança e amizade entre pesquisador pesquisado, o que propicia o
surgimento de outros dados”.

Já as desvantagens na realização da entrevista apresentam as seguintes características: “o

entrevistado afeta o entrevistador; exige mais tempo, atenção e disponibilidade do pesquisador; é


mais difícil comparar as respostas; o pesquisador fica na dependência do pesquisado: se quiser
ou não falar, que tipo de informação deseja dar e o que quer ocultar”. (GOLDENBERG, 1997,
p.88-89)

Podemos inferir por meio das vantagens da entrevista individual é que ela enriquece a pesquisa a
ser realizada quando conseguimos fazer com que o entrevistado perceba a importância do
trabalho que estamos realizando, neste caso caberá ao entrevistador ser hábil no seu
convencimento e arguição para com o entrevistado.

Quando optamos pela pesquisa qualitativa podemos utilizar como método de coleta de dados, o
tipo de entrevista acima descrito ou podemos utilizar o grupo focal.

Grupo focal

Os estudos acerca do Grupo Focal surgiram na década de 1940, e sua utilização inicial é
atribuída nas Ciências Sociais (Costa, 2005), mas o que observamos por meio de autores que
estudam métodos de pesquisa é a utilização deste tipo de técnica na área de marketing, políticas
públicas, educação e mais recentemente na saúde. O grupo focal é bastante flexível, pois pode
ser utilizado em pesquisas qualitativas e quantitativas como complemento. Para Costa (2005,
p.180), “o grupo focal, quando bem orientado, permite a reflexão sobre o essencial, o sentido dos
valores, dos princípios e motivações que regem os julgamentos e perceções das pessoas”.

Para Dias (2000, p.144) grupo focal são: “pequenos grupos de pessoas reunidos para avaliar
conceitos ou identificar problemas”.

Para Iervolino & Pelicioni (2001, p.116), “o grupo focal pode ser utilizado no entendimento das
diferentes perceções e atitudes acerca de um fato, prática, produto ou serviço”.

O que podemos inferir sobre os conceitos acima citados é que o grupo focal é uma técnica

que colabora quando se quer investigar com mais profundidade o objeto de pesquisa,
principalmente quando esse se trata de elementos que não podem ser mensuráveis pela via
quantitativa. Podendo ser “uma técnica perfeitamente adaptável a qualquer tipo de abordagem:
exploratória, fenomenológica ou clínica”. DIAS (2000, p. 144)

Características, vantagens e desvantagens Podemos citar como característica principal do


grupo focal “a interação entre os participantes e o pesquisador que objetiva colher dados a partir
da discussão focada em tópicos específicos e diretivos” (IERVOLINO & PELICIONI, 2001,
p.116). De acordo com Dias (2000) conforme o tipo de pesquisa a ser utilizada, (vide item 1
deste módulo), será direcionado o objetivo do grupo focal.

O que percebemos é que o grupo focal é uma técnica flexível que quando bem aplicada colabora
com o pesquisador na busca de seus constructos na efetivação do seu objeto de pesquisa. Outras
características que compõem o grupo focal são:

- O grupo é formado por seis a dez pessoas (DIAS 2000); (IERVOLINO & PELICIONI, 2001);

- A seleção dos participantes é feita por aproximação de características de perfil;

- Cada reunião deve durar uma hora e meia (1h30), no máximo duas horas (2h), (GOMES &
BARBOSA, 1999);

- O pesquisador deve escolher até cinco tópicos para discussão;


- O pesquisador tem uma agenda onde estão delineados os principais tópicos a serem

abordados. Estes tópicos são geralmente pouco abrangentes, de modo que a conversação sobre os
mesmos se torne relevante; (GOMES & BARBOSA, 1999).

De acordo com Dias (2000, p.146), o objetivo do grupo focal é “identificar perceções,
sentimentos, atitudes e ideias dos participantes a respeito de um determinado assunto, produto ou
atividade”.

Vejamos cada item do planejamento:

a) Elaboração do roteiro de entrevistas É o primeiro item e deve conter o “objeto da entrevista, o


foco da dinâmica da pesquisa” (COSTA, 2005, p.183). Este roteiro não deve “engessar “a
pesquisa de modo a não permitir que outras perguntas sejam feitas, ao contrário cabe ao
pesquisador/moderador flexibilizá-lo na medida em que achar conveniente.

b) Público-alvo O público-alvo, como já dissemos anteriormente deve ser escolhido por


características de perfil homogêneo, o grupo deve ter “nível socioeconômico e acadêmico
semelhante, para evitar inibições e constrangimentos” (COSTA, 2005, p.185).

c) Pesquisador/moderador Como já foi mencionado, o moderador é o pesquisador, aquele que vai


conduzir a reunião, estabelecendo regras. Ele terá o papel de facilitador, tendo o cuidado de não
“induzir às respostas” (COSTA, 2005, p.185). Pode e deve fazer intervenções sempre que
necessário para o bom andamento do grupo, quando há divergências de opiniões.

d) A condução da reunião É aprazível que o pesquisador receba os participantes um a um,


disponibilize café ou água, dê as boas-vindas e agradeça a participação, e se o orçamento da
pesquisa permitir, “forneça brindes ou almoço em restaurante, amostras do produto”
(IERVOLINO & PELICIONI, 2001, p.117). Para que haja uma maior interatividade entre os
participantes, o pesquisador após se apresentar pode solicitar que cada participante se apresente.
É nesse momento, também que o pesquisador fala sobre a pesquisa, define algumas regras,
informe e já tenha de antemão a permissão dos participantes para gravar a reunião.
Para que não haja inibições e constrangimentos o pesquisador deve identificar cada participante
por um número, mesmo tratando-os pelo nome no decorrer da reunião.

De acordo com Costa (2005, p.187), a disposição dos participantes na sala onde será feita a
reunião deve ser da seguinte forma: sentar-se ao redor de uma mesa de reuniões ou em círculo e
ter a sua frente a identificação com nome e número para facilitar a atuação do
pesquisador/moderador. O observador registra as respostas usando apenas o número”.

e) Análise dos dados. Temos que ter em mente que não será possível quantificar os dados
coletados neste tipo de técnica, pois os mesmos são de natureza qualitativa e devem receber igual
tratamento.

Podemos concluir a partir do uso do grupo focal, que ele é uma ferramenta que tende a
enriquecer o trabalho do pesquisador, principalmente quando este tem por interesse, entender os
desejos, crenças e perceções dos sujeitos pesquisados.

7 tipos de entrevista de emprego

• Entrevista de emprego técnica. É aquela que avalia conhecimentos técnicos bem específicos.

• Entrevista comportamental ou por competências. Esse é um dos tipos mais comuns nos
processos seletivos atuais. ... •

Entrevista com estudo de caso.

• Entrevista simulada.

• Entrevista coletiva.

• Entrevista-painel.

• Entrevista “de campo”

Bibliografia
Textos jornalísticos /discurso de imprensa- ENTREVISTA

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