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O entrevistador define os temas mas não é rigidamente estruturado nem completamente não
diretivo.
→ Introdutórias
→ Acompanhamento (follow up)
→ Exploração
→ Especificação
→ Diretas
→ Indiretas
→ Estruturadoras
→ Silêncio
→ Interpretação
Perguntas introdutórias
→ As perguntas dos indivíduos podem ser desenvolvidas com base na atitude critica, curiosa e
persistente do entrevistador, isto pode ser feito através de questões diretas sobre o que foi dito,
apenas acenar a cabeça ou apenas uma pausa pode indicar ao entrevistado que deve continuar
a descrição
→ Repetir palavras significativas de resposta pode conduzir a novas elaborações
→ É importante identificar o que é importante para o entrevistado mas ao mesmo tempo manter
em mente as questões de investigação
Perguntas de exploração
→ O entrevistador persegue a resposta tentando explorar o seu conteúdo mas sem formular quais
são as dimensões a ter em conta
Exemplo: “poderia dizer algo mais a esse respeito?”, “pode fornecer uma informação mais detalhada?”,
“tem outros exemplos disso?”
Perguntas de especificação
Perguntas estruturadas
Silêncio
O relatório do estudo deve fornecer informação suficiente, segura e verificável, para ser possível
a verificação do estudo.
Os cientistas nem sempre registam o comportamento passivamente, por vezes intervêm para
criar situações de observação específicas.
Métodos de observação direta:
→ Traços físicos
→ Registos de arquivo
Limitações à observação
→ Por questões éticas ou pela raridade de algumas situações e contextos apenas é possível
observar estes processos em animais, meninos selvagens, situações provocadas pelos pais e em
crianças institucionalizadas. Exemplo: impacto do isolamento precoce no desenvolvimento
→ Desencadear eventos pouco frequentes na natureza ou que costumam ocorrer sob condições
que tornam difícil a sua observação
→ Investigar os limites da resposta de um organismo, variando sistematicamente a qualidade de
um evento estímulo
→ Aceder a uma situação que não está disponível à observação naturalista
→ Montar situações específicas para que importantes comportamentos antecedentes possam ser
controlados e comportamentos consequentes possam ser observados
→ Estabelecer uma comparação, manipulando uma ou mais variáveis independentes para
determinar o seu efeito no comportamento
→ Observação participante
→ Observação estruturada
→ Experiência de campo
Observação participante
Não camuflada
→ Os participantes sabem que o observador está presente com o objetivo de recolher informação
acerca do seu comportamento
→ Muito usado por antropólogos que procuram compreender a cultura e o comportamento de
grupos
Camuflada
→ O comportamento das pessoas altera-se quando sabem que estão a ser observadas
→ Os investigadores podem decidir camuflar o seu papel de observador se acreditam que as
pessoas não vão agir como naturalmente agiriam
→ Esta situação pode levantar questões éticas
Exemplo de estudo:
Um grupo de psicólogos finge sintomas psiquiátricos (ouvir vozes) e dão entrada em 12 hospitais
psiquiátricos.
A observação participante camuflada permite observar situações que não estão disponíveis à
observação científica. Exemplo: organizações criminosas, grupos extremistas
Exemplo: Griffin mascarou-se de negro e viajou a pé, à boleia e de autocarros pelo sul da américa.
Registou as suas experiências como observador participante e escreveu um livro com o título “Negro
como eu”.
Têm a ver com a influência que um observador participante pode ter no comportamento sob
observação e que não é fácil de avaliar, isto é:
Podem ocorrer num contexto natural ou em laboratório. Exemplo: natural- podem usar
observação estruturada para analisar a interação pais-crianças no jardim; laboratório – situação
estranha, Ainsworth
Piaget usou muito este método, apresentou problemas muito específicos para as crianças
resolverem e forneceu variações do problema para testar os limites da sua capacidade de resolução e
durante a observação questionou-as para aceder ao seu processo de raciocínio.
→ Permite que a observação seja realizada em condições mais naturais do que as condições
artificiais de laboratório
→ São métodos que não exigem observação ou questionamento direto das pessoas
→ Os investigadores podem obter informação importante acerca do comportamento das pessoas
examinando traços físicos (marcas, vestígios) do comportamento (graffitis, desgaste de soalhos)
ou de registos de arquivo (álbuns de fotografias escolares, documentos oficiais)
→ Quando o investigador recolhe dados com estas medidas o individuo geralmente não está
presente, o que torna estas medidas particularmente não reativas
Medida reativa:
Traços físicos
Consiste na análise de vestígios, reminiscências, fragmentos ou produtos do comportamento
passado produzidos pelos indivíduos. Exemplo: produtos artísticos, de consumo e de uso, lixo
produzido, etc)
Em alguns estudos podem ser as únicas medidas utilizadas, mas é mais comum que sejam
combinadas com outras medidas.
Abordagem multi-método:
→ São vestígios e evidências físicas que resultam do uso ou não de um item. Exemplo: restos de
cigarros em cinzeiros, marcas feitas em livros, desgaste de soalhos
Registos de arquivo
São documentos arquivados, públicos e privados que descrevem atividades de indivíduos,
instituições, governos e outros grupos, incluem registos de eventos específicos ou registos de dados
contínuos.
Medidas não reativas que fornecem uma alternativa à observação e inquérito. Podem ser usados
para confirmar a validade de outras medidas em estudos multi-métodos para testar hipóteses, conferir
validade externa a resultados de laboratório ou avaliar os efeitos de um tratamento natural.
European Social Survey regista, arquiva e disponibiliza dados sobre países europeus.
Exemplo: Philips estudou a hipótese de que “parte do número de mortes originadas por acidentes de
veículos motorizados são na verdade suicídios camuflados e que tal como os outros suicídios
aumentam (suicídios imitativos) após a notícia de um episódio de suicídio difundido nos media”.
Comparou a frequência de acidentes por veículos na semana após notícias de suicídios (períodos
experimentais) com períodos de controlo. Os dias de controlo foram semelhantes em termos do dia da
semana, presença ou ausência de férias e altura do ano.
Classificação dos métodos de observação
Amostras de comportamento
→ Amostras temporais
→ Amostras situacionais
Registar o comportamento
→ Registos narrativos/qualitativos
→ Registos seletivos/quantitativos
Amostragem de comportamento
→ Quando não é possível observar todo o comportamento registam-se amostras representativas
do comportamento
→ Dependendo da amostra recolhida do comportamento as observações podem ser mais ou
menos generalizáveis à totalidade das observações (validade externa)
→ Só é possível generalizar os comportamentos observados para indivíduos, momentos, contextos
e condições semelhantes às da observação
→ A amostra de comportamento deve ser em tudo semelhante aos comportamentos que pretende
representar. Exemplo: estudantes, observação em sala de aula, início do ano letivo é diferente do
fim do ano letivo
Validade externa:
→ Obtém-se quando os resultados de uma investigação podem ser generalizados para uma ampla
variedade de populações, contextos e condições para além das do estudo
Amostragem temporal
→ Consiste em recolher amostras representativas do comportamento em observação escolhendo
vários intervalos de tempo distintos
→ Podem ser selecionados sistematicamente, aleatoriamente ou ambas. Exemplos:
sistematicamente – 1º, 3º, 5º dia de cada semana; aleatoriamente – crianças no infantário,
observações sistemáticas ao longo do dia, 10min de 30 em 30min ou em vários períodos de
10min distribuídos aleatoriamente ao longo do dia
→ São bips eletrónicos que podem ser programados para alertar os participantes para registar
pensamentos, atitudes ou situações numa agenda de tempo aleatória ao longo do dia
Amostragem por evento
→ É mais adequada quando os comportamentos de interesse ocorrem com pouca frequência, o
observador regista cada evento que cumpre uma definição pré-determinada. Exemplo:
brincadeira sociodramática criança, às casinhas
→ Pode introduzir enviesamento no registo do comportamento
→ Os investigadores podem ter a tendência de procurar momentos em que o comportamento de
interesse vai ocorrer e esse comportamento pode não ser representativo dos mesmos
comportamentos noutras situações
→ Só é possível obter uma amostra verdadeira/representativa dos comportamentos se alguma
forma de aleatorização for utilizada
Amostragem situacional
→ Envolve estudar comportamentos em diferentes localizações e sob diferentes circunstâncias e
condições
→ Usar a amostra por situação promove a validade externa dos resultados
→ Envolve observar ao mesmo tempo em tantas localizações e condições diferentes que se reduz a
possibilidade de resultados se deverem a um conjunto específico de circunstâncias ou condições
Exemplos:
Qualitativa
Quantitativa
Escala ordinal
→ Envolve ordenar as observações segundo determinadas características dos eventos observados
ou segundo uma classificação/avaliação do comportamento observado
→ Neste caso existe uma relação de maior ou menor entre os dados recolhidos mas em que não
sabemos o tempo ou o intervalo entre os lugares. Exemplo: resultado de uma corrida, 1º,2º,3º
lugar; participantes ordenam coisas por preferência ou atratividade
Escala de intervalo
→ Consiste em criar escalões na ordem de relação (maior ou menor) estabelecida entre os dados
observados (conhecendo a dimensão do intervalo)
→ Podemos quantificar não apenas que um evento é superior a outro numa determinada
característica mas também quanto maior é e em quantas unidades de intervalo iguais. Exemplo:
nº de respostas certas num teste de português entre 50 e 70 é igual a entre 70 e 90; classificação
do nível de agressividade, likert 1 muito reduzido, 3 moderado, 7 elevado
Escala de razão
→ Para além de quantificar os dados e ordená-los de acordo com um determinada dimensão e
estabelecer escalões ou níveis na ordenação dos dados ainda tem o zero absoluto ou
significativo. Exemplo: temperatura, peso, distância
Registo do comportamento
Registo e acompanhamento (tracking) eletrónico:
→ O comportamento é medido e acompanhado usando equipamentos eletrónicos de registo
Exemplo: grupo de estudantes usou um fato com medidor ambulatório de pressão sanguínea.
Simultaneamente relataram (através de questionários) estratégias de coping em dias normais e em dias
de exame. Resultados mostram que os estilos de coping “não partilhar sentimentos e culpabilizar-se em
situações de stress” estão associados a níveis superiores de pressão sanguínea.
Estes métodos confiam nos auto-relatos dos participantes e não em observações diretas do
comportamento. Posto isto, é importante considerar eventuais enviesamentos na recolha dos dados.
Exemplo: Num estudo que explora os efeitos de um determinado medicamento a hipótese pode ser
que os investigadores esperam que o medicamento tenha algum tipo de efeito sobre os sintomas de
uma doença específica.
A menos que esteja a estudar algo exploratório, a sua hipótese deve sempre prever o que
espera que aconteça durante o curso do seu estudo empírico.
A hipótese não precisa estar correta porque o objetivo do estudo vai ser determinar se essa
previsão vai estar certa ou errada.
Uma hipótese é uma afirmação sobre a relação entre 2 ou mais variáveis. Assim, tem que se
incluir as variáveis em estudo e a relação esperada entre elas, ou seja, é uma previsão específica e
testável sobre o que se espera que venha a acontecer num estudo.
Por exemplo: um estudo projetado para analisar a relação entre a privação do sono e desempenho
num teste pode ter uma hipótese que declara: “este estudo foi desenvolvido para avaliar a hipótese de
que as pessoas privadas do sono terão um desempenho pior num teste do que indivíduos que não
estão em privação do sono”
A hipótese expressa o que os investigadores preveem que seja a relação entre 2 ou mais
variáveis.
Em muitos casos os investigadores podem extrair uma hipótese de uma teoria específica ou
basear-se em estudos anteriores.
Por exemplo: estudos anteriores mostraram que o stress pode afetar o sistema imunológico. Assim, um
investigador pode ter uma hipótese especifica de que: “pessoas com altos níveis de stress terão maior
probabilidade de contrair uma constipação comum após serem expostos ao vírus do que pessoas com
níveis baixos de stress”
Antes de chegar a uma hipótese específica devemos dedicar algum tempo à pesquisa
bibliográfica sobre o nosso tema.
Depois de concluir uma revisão da literatura devemos começar a pensar em possíveis perguntas
que ainda temos.
Devemos também prestar atenção à secção de discussão nos artigos que lemos porque muitos
autores sugerem perguntas que ainda precisam de ser exploradas.
Fidelidade no registo e análise da observação
Fidelidade inter-observador (FIO):
Modelo experimental
O melhor método de investigação é a abordagem multi-método (mixed method).
Cada método, por si, tem limitações, mas os vários métodos têm forças complementares que
ultrapassam estas limitações.
A força especial do método experimental é a sua capacidade para estabelecer relações de causa
e efeito.
Exemplo:
No caso dos resultados não confirmarem as hipóteses pode ser necessário testar novas
hipóteses e reformular as teorias.
Outro estudo mostrou que expressar eventos emocionais traumáticos através da dança não teve
impacto na saúde.
O resultado sugeriu que escrever (num exercício cognitivo) sobre esses resultados é um aspeto
crítico para causar resultados positivos na saúde.
Exemplo:
O estudo concluiu que a doença segue o seu curso e o paciente recupera por si, remissão
espontânea.
Envolve a manipulação de uma ou mais variáveis (VI) e a medição (observação) dos efeitos desta
manipulação no comportamento (VD).
Quando não existem explicações alternativas plausíveis para a covariação observada entre as
variáveis, para além da manipulação da VI, o estudo ganha validade interna.
Existe covariação VI
→ Uma relação de ordem temporal acontece quando existe uma sequência que começa com a
manipulação da VI e que depois acontece uma alteração na VD (resultante da manipulação da
VI)
Quando estas 3 condições são conseguidas temos validade interna podemos realmente
estabelecer uma relação de causalidade entre a VI e a VD.
Estas 3 condições não estão garantidas quando temos um desenho metodológico com um
grupo de participantes selecionados para um tratamento ou programa com pré-teste (medida antes da
intervenção) e pós-teste (medida depois da intervenção) pois tem fraca validade interna e é difícil inferir
sobre os resultados deste estudo.
Grupo 1 – viu um filme que continha um assalto e uma cena violenta (rapaz a levar um tiro na cara,
com sangue)
Grupo 2 – viu exatamente o mesmo filme do assalto mas sem a cena violenta que foi substituída por
uma cena não violenta em que o gerente de um banco pedia às pessoas para se manterem calmas
→ 4% dos que viram o filme violento conseguiu recordar detalhes ocorridos antes do tiro
→ 28% dos que viu o filme sem a cena violenta conseguiu recordar detalhes do filme antes do tiro
A variação na VI (cena violenta vs não violenta) foi a única variável que diferiu sistematicamente
entre os 2 grupos.
Já não podíamos garantir que foi a mudança na VI que mudou a VD. A mudança também pode
ter sido gerada por 1 variável alternativa/parasita.
Controlam-se apenas os fatores potencialmente relevantes e não outros não significativos. Ex:
diferenças mínimas da temperatura na sala.
Para que um estudo com 2 grupos independentes tenha validade interna é preciso ainda
homogeneizar as características dos indivíduos entre os 2 grupos. A melhor forma de fazer isso é
através da distribuição aleatória dos participantes pelas 2 situações experimentais.
A diferença na memorização dos detalhes entre os 2 grupos não se pode dever a características
individuais de atenção e memoria mas si à variação da VI (violência no filme).
Os grupos devem ser em tudo semelhantes nas características dos indivíduos, não só no início
como no final do estudo.
→ Turmas, grupos em que os indivíduos escolhem sessões de 8h ou 11h em que os indivíduos não
são distribuídos aleatoriamente
→ Distribuir os grupos aleatoriamente pelas várias situações experimentais é indispensável para a
validade interna do estudo
Perda de sujeitos
Exemplo:
Health Club decide testar a eficácia de 1 mês de programa de treino para emagrecimento
Distribuição aleatória por 2 grupos: 40 indivíduos cada, homogéneo em peso, condição física e
motivação.
Uma forma de atenuar os efeitos desta perda seletiva é aplicar uma bateria de testes (pré-teste)
aos sujeitos em variáveis que podem ser relevantes para as perdas.
Outra forma é antecipar possíveis fatores responsáveis pela perda seletiva e medir esses fatores.
Triar os participantes e desta forma envolve um custo adicional.
Enviesamentos criados pelas expectativas dos participantes face aos objetivos de estudo
→ Informação ou pistas que os participantes recebem e que podem influenciar o seu
comportamento no estudo. Ex: indivíduos que sabem que consumiram álcool podem
comportar-se de acordo com isso
→ Usar um grupo de controlo placebo, ou seja, administrar um placebo num dos grupos. Um
grupo de participantes recebe o placebo (substância inativa) e o outro grupo recebe uma droga
(substância ativa)
→ Todos os participantes pensam que estão a tomar a substância ativa e por isso as expectativas
são as mesmas entre os 2 grupos
→ Assim, as diferenças observadas entre os indivíduos devem-se apenas aos efeitos das drogas, o
efeito das expectativas estão controlados
Usar um grupo de controlo placebo pode ter implicações éticas e criar expectativas que depois
não são correspondidas e por isso, é importante informar os participantes que podem receber um
placebo ou uma droga.
Exemplo: os investigadores podem ler as instruções de modo mais lento aos participantes que
consumiram álcool; podem estar mais predispostos a observar descoordenação motora ou discurso
comprometido nesse grupo
O desenho de investigação double blind controla estes problemas. Tanto os participantes como
os investigadores não sabem qual o procedimento a ser utilizado, por isso, as expectativas de ambos
estão controladas.
São precisos 2 investigadores, um para registar quais os indivíduos que recebem o tratamento
ou placebo/ grupo de controlo e outro para aplicar as medidas/ observação dos efeitos.