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Transtornos do espectro do autismo podem se manifestar durante o

primeiro ano de vida, mas, dependendo da gravidade dos sintomas, o


diagnóstico só ser claro na idade escolar.

Duas características principais definem transtornos do espectro do


autismo:
 Deficits persistentes na comunicação e interação sociais

 Padrões repetitivos restritos de comportamento, interesses


e/ou atividades

Essas duas características devem estar presentes em uma idade jovem


(embora possam não ser reconhecidas naquele momento) e devem ser
graves o suficiente para prejudicar significativamente a capacidade da
criança de conviver em casa, na escola ou em outras situações. As
manifestações devem ser mais pronunciadas do que o esperado para o
nível de desenvolvimento da criança e ajustadas às normas nas diferentes
culturas.

Exemplos de deficits de comunicação e interação sociais incluem


 Deficits na reciprocidade social e/ou emocional (p. ex.,
incapacidade de iniciar ou responder a interações sociais ou
conversas, nenhum compartilhamento de emoções)

 Deficits de comunicação social não verbal (p. ex., dificuldade


de interpretar a linguagem corporal, gestos e expressões das
outras pessoas; redução nas expressões faciais e gestos e/ou
contato visual)

 Deficits no desenvolvimento e na manutenção de


relacionamentos (p. ex., estabelecer amizades, ajustar o
comportamento a situações diferentes)

As primeiras manifestações observadas pelos pais podem ser atraso no


desenvolvimento da linguagem, não apontar para coisas de certa distância
e falta de interesse pelos pais ou em brincadeiras típicas.

Exemplos dos padrões, repetitivos e restritos de comportamento,


interesses e/ou atividades incluem
 Falas ou movimentos estereotipados ou repetitivos (p. ex.,
agitar as mãos ou estalar os dedos repetidamente, repetir
frases idiossincráticas ou ecolalia, alinhar brinquedos)
 Adesão inflexível a rotinas e/ou rituais (p. ex., sentir aflição
extrema em pequenas mudanças nas refeições ou roupas, ter
rituais de saudação estereotipados)

 Interesses muito restritos anormalmente fixos (p. ex.,


preocupação com aspiradores de pó, pacientes mais velhos
que anotam horários de voos)

 Reação exagerada ou falta de reação a estímulos sensoriais (p.


ex., aversão extrema a cheiros, aromas ou texturas específicas;
indiferença aparente à dor ou temperatura)

Algumas crianças se autoagridem. Cerca de 25% dos afetados têm perda


das habilidades adquiridas anteriormente.

Todas as crianças com um transtorno do espectro autista têm problemas


pelo menos alguma dificuldade com a interação, comportamento e
comunicação; entretanto, a gravidade dos problemas varia
significativamente.

Uma das teorias atuais comumente defendida afirma que o problema


fundamental do espectro do transtorno do autismo é a "cegueira mental",
ou seja, a inabilidade de imaginar o que a outra pessoa possa estar
pensando. Admite-se que esta dificuldade resulte em interações
anômalas, que, por sua vez, levam ao desenvolvimento anormal da
linguagem. Um dos marcadores mais precoces e sensíveis para o autismo
é a inabilidade de uma criança de 1 ano de idade apontar objetos à
distância de maneira comunicativa. A hipótese é de que a criança não
consegue imaginar que outra pessoa entenda o que está sendo indicado;
no lugar disto, a criança indica o desejado objeto apenas pelo toque físico
ou usando a mão do adulto como ferramenta. Pesquisas recentes
também sugerem que diferenças no processamento sensorial estão por
trás das diferenças na interação e comunicação sociais presentes em
crianças pequenas com transtornos do espectro do autismo.

Condições comórbidas são comuns, particularmente deficiência


intelectual e distúrbios de aprendizagem . Os dados neurológicos não
focais incluem caminhar incoordenado e movimentos motores
estereotipados. As convulsões ocorrem em 20 a 40% destas crianças
(particularmente aquelas com quociente de inteligência QI] < 50).

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