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Ludmilla Freitas

15 de mar. de 2023

Autista
expressar com maior ou menor impacto sobre o
desenvolvimento infantil.

Segundo o DSM-V 11 (2014), o Transtorno do


Espectro do Autismo deve preencher os seguintes
critérios:

1) Déficits clinicamente significativos e


persistentes na comunicação social e nas
Transtorno do espectro interações sociais, manifestadas de todas as
_______________________________________________ maneiras seguintes:
a. Déficits expressivos na comunicação não
verbal e verbal usadas para interação social;
Contexto histórico, epidemiologia e causas b. Falta de reciprocidade social;
c. Incapacidade para desenvolver e manter
relacionadas ao Transtornos do Espectro do relacionamentos de amizade apropriados para o
Autismo estágio de desenvolvimento.
2) Padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses e atividades,
manifestados por pelo menos duas das maneiras
De acordo com a Convenção Internacional sobre citadas a seguir:
os Direitos Humanos das Pessoas com a. Comportamentos motores ou verbais
Deficiência, é possível situar o autismo no campo estereotipados, ou comportamentos sensoriais
das deficiências incomuns;
b. Excessiva adesão/aderência às rotinas e aos
padrões ritualizados de comportamento;
c. Interesses restritos, fixos e intensos.
3) Os sintomas devem estar presentes no início
da infância, mas podem não se manifestar
completamente até que as demandas sociais
excedam o limite de suas capacidades.

Os estudos atuais apontam o TEA como uma


condição multifatorial com componente genético.

Os resultados destacam percepções biológicas,


particularmente relacionadas à função neuronal
e córtico gênese.
Cortiço Gênese: organização celular para
formação do córtex cerebral.
Estas variantes genéticas comuns estão
O termo "autismo" foi descrito primeiramente em
relacionadas à forma como o organismo reage
1906 na psiquiatria por Plouller, como sinal clínico
aos fatores ambientais.
de isolamento.

Em 1943, o termo foi associado a um quadro


clínico identificado por Leo Kanner cujo
transtorno foi denominado de "distúrbio autístico
do contato afetivo", permitindo a diferenciação
do quadro de autismo de outros transtornos.

No mesmo período, Asperger, em 1944, descreveu


o quadro clínico da síndrome de Asperger

A American Psychiatric Association (APA) publicou


em 2014 a 5ª edição do Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais, DSM-V 11, que
modificou a terminologia.

A partir do DSM-V, foram discutidos os conceitos


anteriores, eliminando as categorias Autismo
Infantil, Síndrome de Asperger, Transtorno
Desintegrativo e Transtorno Global do
Desenvolvimento Sem Outra Especificação,
passando a existir apenas uma denominação:
Transtornos do Espectro Autista (TEA).

Dotando a ideia de "espectro", pela variedade de


características em que o transtorno pode se

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Indicadores do desenvolvimento e Sinais de


Comorbidades associadas aos Transtornos do alerta
Espectro do Autismo

Algumas síndromes genéticas são associadas ao - Acompanhamento é sistematizados


TEA, como: síndrome do X frágil, síndrome de - primeira consulta é feita apos o
Algeman e Williams, neurofibromatose, esclerose nascimento
tuberosa, entre outras.
- 1° ano: consulta mensal
Faz-se necessário teste genético: - 2° ano: semestral
- Maior periodicidade anual. Até 10 anos de
● CGH - array comparative genome vida
hybridization; ou - Registro na caderneta da criança
● SNP - array single nucleotide
polymorphism.
Sinais de alerta: atraso nos sinais de fala. Ao 1
As comorbidades variam muito, hiperativos,
estereotipias, agressividade (auto e/ou hétero) e ano deve falar algumas palavras, perda de
raiva podem estar presentes habilidades (fala) ou fala não funcional (não
verbal, uso do adulto como ferramento),
As comorbidades associadas ao TEA mais
ecolarias, repetições de frases anteriores (fala
encontradas são: epilepsia, distúrbio do sono,
Transtorno do Déficit de Atenção e não funcional), interação social prejudicadas,
Hiperatividade (TDAH), ansiedade, estereotipia,
comportamento infrator e Deficiência Intelectual SINTOMAS!
(DI). https://www.youtube.com/watch?v=dSRWYrIuluU&t
=6s
Dentre os diagnósticos diferenciais aos
Transtornos do Espectro do Autismo estão:

O diagnóstico diferencial é parte da sistemática Equipe interdisciplinar


de análise de uma anamnese para relacionar o
quadro clínico apresentado pelo paciente com
outras patologias.

Dentre os diagnósticos diferenciais aos O processo diagnóstico do TEA precisa


Transtornos do Espectro do Autismo estão: considerar os ciclos de vida e o momento do seu
desenvolvimento em relação à sua história.

- Transtorno do Desenvolvimento da A recomendação é que os sinais de risco possam


Linguagem (TDL): atraso ou ausência da ser detectados precocemente, pois podem ser
fala. percebidos desde o primeiro ano de vida, mesmo
que o diagnóstico definitivo só consiga ser
- Deficiência auditiva (DA): perda total ou firmado após os três anos.
parcial da audição
A avaliação permite observar se os
- Síndrome de Rett: Observa-se ruptura da comportamentos e os marcadores do
interação social, desaceleração do desenvolvimento infantil estão de acordo com a
crescimento craniano, incoordenação da classificação diagnóstica pela Classificação
marcha e dos movimentos do tronco, Internacional de Doenças e Problemas
desenvolvimento da linguagem Relacionados à Saúde (CID-10) e através do
severamente comprometido. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM-V), analisando os diagnósticos
- Mutismo seletivo: inibição da fala em diferenciais. Cabe ressaltar que a avaliação deve
alguns momentos específicos fornecer subsídios para a construção do Projeto
Terapêutico Singular (PTS) e as intervenções
específicas de cada área.
- Esquizofrenia: alucinações, delírio e
desorganização do pensamento.
- CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: DIFICULDADE DE
INTERAÇÃO SOCIAL, COMUNICAÇÃO ASSOCIADA
-
A COMPORTAMENTOS REPETITIVOS E INTERESSE
- RESTRITOS
-

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O(a) médico(a) deve estar atento às alterações de


sono, alimentação, aprendizagem, marcos
neuropsicomotores, aspectos sensoriais, Avaliação
aspectos socioemocionais e comportamentais
que precisem de uma avaliação e/ou intervenção
especializada. O exame físico deve observar os indicadores comportamentais:
aspectos clínicos neurológicos com análise do
sistema motor (avaliação de tônus, força, Comportamentos
coordenação, marcha, postura etc.), sistema repetitivos/restritivos; Expressções
sensorial (auditivo, visual, gustativo, olfativo, tátil
etc.), sistemas integrativos (equilíbrio estático e afetivas fora de contexto (ex:
dinâmico, reflexos etc.). sorriso); Atenção compartilhada;
Os exames laboratoriais e de imagem devem Reciprocidade/Interação social;
complementar a avaliação clínica, envolvendo
análise genética, metabólica e imunológica com
Movimentos estereotipados; maneira
pesquisa de marcadores biológicos ligados ao como a criança faz uso dos
quadro e à identificação de comorbidades.
brinquedos e não saber brincar de
Em caso de presença de comorbidades como
epilepsia, depressão, ansiedade, Transtorno do
“faz de conta”; Aspectos Sensoriais;
Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) Não Busca de assistência;
entre outras, é recomendada avaliação do
neurologista e/ou psiquiatra. Estes profissionais Comunicação específica
vão analisar a necessidade de intervenção
medicamentosa específica a cada caso.

Avaliação Fonoaudiológica

A avaliação fonoaudiológica permite avaliar os


aspectos da comunicação da pessoa com TEA,
permitindo uma análise dos distúrbios de
linguagem, verificação da linguagem expressiva e
receptiva, associados ou não à deficiência
auditiva.

A avaliação fonoaudiológica permite diferenciar


os aspectos linguísticos do TEA de outras
condições e eleger objetivos terapêuticos para a
intervenção dentro do Projeto Terapêutico
Singular (PTS).

Avaliação Psicológica

A avaliação psicológica do TEA é de fundamental


importância para o contexto do mesmo. Ela
compreende a entrevista com os familiares e
avaliação da interação social e dos
comportamentos da pessoa com TEA, por meio
de observação direta e em interação.

A avaliação psicológica também busca identificar


o impacto emocional na família na comunicação
do diagnóstico, podendo estabelecer estratégias
específicas de escuta, orientação e
empoderamento da família.

Entrevista com a vamília

Investigação do histórico da pessoa


com TEA, da família e os marcos de
desenvolvimento.

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