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PERTURBAÇÕES DO ESPECTRO DO Unidade curricular:

Psicopatologia do Latente e da
Criança
AUTISMO (PEA) Ana Luísa Moitas
Dália Antunes
ESTRUTURA DO TRABALHO

1. Definição e características do autismo.

2. Causas e fatores de risco.

3. A importância do diagnóstico e da intervenção precoce.

4. Diagnóstico e critérios utilizados

5. Intervenções e tratamentos disponíveis.

6. Importância da inclusão das crianças com autismo.

7. Avanços recentes na pesquisa sobre o autismo.

8. A nossa experiência profissional: casos práticos e suas


famílias.
DEFINIÇÃO
A Perturbação do Espectro do Autismo
(PEA) é uma perturbação do
neurodesenvolvimento que se
caracteriza por dificuldades ao nível
comunicação e interação social,
associadas a comportamentos repetitivos
e/ou interesses restritos e específicos. A
designação de espectro foi atribuída
pela variabilidade dos sintomas, desde
as formas mais leves até às mais graves.
FACTORES ETIOLÓGICOS
As causas do autismo são uma questão muito complexa, controversa e sempre
incompleta. Logo, não existem explicações claras, objectivas e verdadeiramente
elucidativas que esclareçam os factores etiológicos, responsáveis pelos casos de autismo.

Estudos Etiológicos defendem que:

atualmente, é quase unânime a opinião dos especialistas quanto à sua origem multifatorial e
heterogénea, devendo ser considerada uma combinação de fatores genéticos, o que vai
conduzir a uma variação na apresentação comportamental da PEA. Existirá, segundo alguns
autores, uma base genética, responsável pela suscetibilidade para a perturbação, ocorrendo
sobre esta, a ação de fatores ambientais, que poderá ser favorável ou desfavorável.
Outros estudos salientam também que é possível encontrar alguns traços ligeiros de PEA em
familiares próximos, sublinhado também a componente hereditária. A maior parte dos
estudos científicos conclui também que se trata de uma perturbação do
neurodesenvolvimento com uma disfunção orgânica cerebral subjacente.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E DA
INTERVENÇÃO PRECOCE
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E DA
INTERVENÇÃO PRECOCE

Os estudos de eficácia confirmam que a idade de início, assim como o carácter


sistemático e intensivo da intervenção, são as variáveis determinantes para o
sucesso dessa mesma intervenção.

Existe uma maior plasticidade cerebral nas fases mais precoces do desenvolvimento
neurológico, a qual poderá permitir mais oportunidades para ultrapassar défices
do desenvolvimento neurológico durante os primeiros anos de vida.
CARACTERÍSTICAS (CRITÉRIOS CLASSIFICATIVOS –DSM 5
Com este passam a existir apenas dois grupos de
critérios de diagnóstico para a PEA:

Perturbação
do Espectro
do Autismo

Padrões
Comunicação e Restritivos e
Interação social Repetidos de
Comportmentos
DMS- 5 NÍVEIS DE GRAVIDADE
SINAIS DE ALERTA PEA

- Isola-se; Ignora a - Não reage quando - Não imita; Não - Não apresenta
presença dos outros, chamam pelo seu realiza jogo funcional atenção conjunta ou - Evita contacto ocular;
centrando-se no seus nome; ou simbólico com partilhada;
interesses; objectos;

- Tem interesses - Tem reações


- Apresenta movimentos obsessivos por temas - Repete palavras e - Revela muita inesperadas a sons,
estereotipados; específicos ou frases (Ecolália); resistência à alteração cheiros, sabores, luz ou
interessa-se apenas por de rotinas; a diferentes texturas;
partes de objectos;

- Tem dificuldade em
perceber os sentimentos - Birras repentinas - Hiperactividade ou - Risos e gargalhadas - Resistência aos
dos outros e em falar (baixa tolerância à hipoactividade; sem motivo aparente; métodos de ensino
sobre os seus próprios frustração); normal:
sentimentos;
COMORBILIDADES
Perturbações da Perturbação de
linguagem Hiperactividade
com Défice de
Atenção

Alterações
comportamentais
Perturbação do não sindromáticas
desenvolvimento Desatenção;
intelectual Perturbações irritabilidade;
associadas agressividade

Perturbações
psiquiátricas/neur
ológicas
Dificuldades de
Depressão; aprendizagem
Perturbações de
Humor; epilepsia
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
Critério A
1) Duas ou mais das seguintes características de interacção social:
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
2) Uma ou mais características de comunicação;
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
3) Uma ou mais das seguintes características de padrões de comportamento,
interesse e actividades restritas, repetitivas e estereotipadas:
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO
Critério B

Atraso ou funcionamento anormal em pelos menos uma das


seguintes áreas antes dos 3 anos de idade:

1)interação social;

2) linguagem usada na comunicação;

3) jogo simbólico ou imaginativo;


INTERVENÇÃO

A American Academy of Treino e gestão Terapias


Pediatrics (AAP) recomenda: comportamental; específicas/especializadas;

Terapia farmacológica; Treino parental e rede de


suportes na comunidade.
ALGUNS MODELOS
OUTRAS INTERVENÇÕES ESTIMULAÇÃO SENSORIAL.

TERAPIAS COM ANIMAIS

MUSICOTERAPIA

HIDROTERAPIA

MEDICAÇÃO
INTERVENÇÃO
As crianças com PEA apresentam grande
variabilidade, não existindo um programa ou
método específico para todas as crianças e suas
famílias.

CRIANÇA FAMÍLIA

CONTEXTO PROGRAMAS
COMBINADOS
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO
INTERVENÇÃO Ninguém conhece melhor a
criança que os pais; são eles que
passam a maior parte do tempo
O PAPEL DA FAMILIA com as crianças e podem usar
esse tempo para generalizar os
diversos objetivos de
intervenção, através das várias
situações do dia a dia.
ÁREAS DE INTERVENÇÃO
IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO E DO APOIO ÀS
PESSOAS COM AUTISMO.
1. Direitos humanos: Todas as pessoas têm direito à igualdade de oportunidades, dignidade e respeito. A inclusão e o apoio às
pessoas com autismo são fundamentais para garantir que esses direitos sejam respeitados e que elas tenham acesso a educação,
emprego, saúde, lazer e participação plena na sociedade.

2. Desenvolvimento e bem-estar: A inclusão e o apoio adequado permitem que as crianças/pessoas com autismo desenvolvam
competências, alcancem a independência e melhorem a sua qualidade de vida. Ao receberem suporte e recursos adequados, elas
têm mais oportunidades de potenciar as suas capacidades em diferentes áreas, como comunicação, interação social, educação,
trabalho e autocuidado.

3. Envolvimento social: A inclusão social é fundamental para promover a participação ativa e o envolvimento das pessoas com
autismo na comunidade. Isso pode ajudar a reduzir o isolamento, aumentar a autoestima, fortalecer as competências sociais e
promover relações significativas com os outros.

4. Sensibilização e aceitação: Incluir e apoiar pessoas com autismo também ajuda a promover a sensibilização e a aceitação da
diversidade. Ao criar uma sociedade inclusiva, estamos a trabalhar para eliminar estigmas, preconceitos e discriminação, e promover
uma cultura de respeito e valorização das diferenças.

5. Impacto na família: A inclusão e o apoio às pessoas com autismo também têm um impacto significativo nas famílias. Ao receberem
o suporte adequado, as famílias podem melhorar a sua capacidade de cuidar e dar suporte aos familiares com autismo, reduzindo
o stress e aumentando a qualidade de vida de todos os membros da família.
AVANÇOS RECENTES NA PESQUISA SOBRE O
AUTISMO.

Nos últimos anos, houve avanços


significativos na pesquisa sobre o 1. Genética 2. Biomarcadores 3. Neurociência
autismo, abrangendo várias áreas:

A pesquisa contínua nessa área é


fundamental para melhorar nossa
5. Comorbidades e condições compreensão do transtorno,
4. Intervenções relacionadas 6. Inclusão e participação social desenvolver intervenções mais
eficazes e promover uma
sociedade mais inclusiva para
pessoas com autismo.
A NOSSA EXPERIÊNCIA
PROFISSIONAL: CASOS
PRÁTICOS E SUAS FAMÍLIAS DEC. Lei 54 de 2008
1 — Os pais ou encarregados de
educação, no âmbito do exercício dos Artigo 4.º
poderes e deveres que lhes foram
conferidos nos termos da Constituição e da
lei, têm o direito e o dever de participar e
cooperar ativamente em tudo o que se
relacione com a educação do seu filho ou Participação dos pais
educando, bem como a aceder a toda a
informação constante no processo ou encarregados de
individual do aluno, designadamente no
que diz respeito às medidas de suporte à
aprendizagem e à inclusão.
educação
O DECRETO- LEI Nº 54/2018, PRIVILEGIA A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS
EM TODO O PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM

• Participar nas • Participar na


Os pais têm o reuniões da Equipa elaboração do
direito e o dever: Multidisciplinar de Programa Educativo
Apoio Individual (PEI)

• Solicitar a revisão • Consultar o • Ter acesso a


do PEI processo individual informação
do educando adequada e clara
ENSINO/ ESTRATÉGIAS
Adaptação do contexto
ENSINO/ ESTRATÉGIAS
Promover a socialização
ENSINO/ ESTRATÉGIAS
Comunicação
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
CONCLUSÃO
É importante lembrar que cada
criança com PEA é única e pode
responder de maneira diferente
às intervenções. Portanto, é
essencial que as intervenções
sejam adaptadas às
necessidades individuais de
cada criança, tendo em conta as
suas capacidades, interesses e
desafios específicos.
INTERVENÇÃO
ECLÉTICA
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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