Você está na página 1de 91

Transtorno do Espectro

Autista: da avaliação à
intervenção
Dr. CLAY BRITES, PhD
Pediatra e Neurologista Infantil
Doutor em Ciências Médicas – UNICAMP
Acompanhe o desenvolvimento
normal infantil dos bebês !!
• Contato visual pobre

• Pobreza ou ausência de balbucio (motor ou sonoro)

• Gestos sociais ausentes

• Não tem interesse pelo colo dos pais e pelas crianças

• Irritadiça, opositora, inquieta , não modifica seu


comporamento de acordo com comandos ou situações
Habilidades principais: a cognição social
!!
•ATENÇÃO-ORIENTAÇÃO SOCIAL
•VISUOESPACIAL (FACE + CONTEXTO)
•AUDIOESPACIAL (PROSÓDIA + CONTEXTO)
•LINGUAGEM SOCIAL NÃO VERBAL PROCESS/TO
SENSORIAL
EMPATIA (TEORIA MENTE) FUNÇÕES
COERÊNCIA CENTRAL EXECUTIVAS

• RECIPROCIDADE COGNITIVA e EMOCIONAL SOCIAL


• ATENÇÃO COMPARTILHADA
• ANTECIPAÇÃO SOCIAL
• LINGUAGEM SOCIAL VERBAL

HABILIDADES MOTORAS + SENSORIAIS + ESPACIAIS + LINGUÍSTICAS + ADAPT+


Transtorno do Espectro
Autista (TEA)
Comunicação Comport
Social Repetitivos

Interação Interesses
Social restritos

TEA
Atenção
Caminhos
Compartilhada
do
diagnóstico
Reciprocidade

Pouca
Flexibilidade

Prefere
objetos

Medos
inexplicáveis

Problemas de
sensibilidade
Epidemiologia
• 1: 68 nascimentos

• Sexo masculino = 4:1

• Brasil : 2 milhões de pessoas

• Impacto individual, familiar, social e acadêmico


FATORES
DE RISCO
PREMATURIDADE

IRMÃ(O) BAIXO PESO AO


NASCER
COM TEA

PROBLEMAS DE IDADE DOS PAIS


DESENVOLVIMENTO ACIMA DE 40
INFANTIL ANOS

HISTORIA
FAMILIAR DE
TRANSTORNOS (NIHS/UK, 2011;
PSIQUIÁTRICOS Mercadante, 2011)
Idade Materna
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2019/01/em-20-an
os-gravidez-apos-os-35-anos-cresce-65-no-brasil.shtml?utm_source=n
ewsletter&utm_medium=email&utm_campaign=newsfolha
Folha de SP, 13.01.19
E mais…..

Aparece
Cuidadores
em idade
e Escolas
precoce

Dificuldade
Sofrimento
com regras
familiar
e rotinas
É possível identificar cedo???
• 16 estudos avaliados
• Retrospectivos
• Prospectivos
• Vídeos
• Comparativos com
neurotípicos
• Duplo-cegos
Sinais precoces sugestivos de TEA (<2
anos)
Comportamentos
Comunicação Social Repetitivos

• Orientação social • Objetos (Brincar


reduzida anormal)
• Não responde ao nome • Movimentos de corpo
• Atenção compartilhada • Inspeção excessiva de
partes ou características
dos objetos

(Zwaigenbaum, 2013)
Sinais precoces de TEA
Padrões particulares de
Autoregulação emocional aquisição do desenvolvimento

• Regressões
• Afeto positivo reduzido • Lentificação da aquisição
• Afeto negativo da linguagem não-verbal
aumentado • Atraso de habilidades
motoras

(Zwaigenbaum, 2013)
Sinais de Alerta até 2 anos !!
• Poucos sorrisos ou
expressões de entusiasmo
até os 6m • Nenhuma palavra simples até 16
• Nenhum compartilhamento meses
de sons e/ou sorrisos ( 9m ) • Ausência na fala de frases de até
2 palavras com significado (ou
• Ausência de balbucio até 1 sem imitar ou repetir) até 2 anos
ano de vida
• Regressão ou perda de
• Ausência de gestos linguagem ou habilidade social
compartilhados até 1 ano DV em qualquer idade
• Ter um irmão com autismo • Comportamentos atípicos
• Ausência de atenção
compartilhada
(Naguy, 2017)
Porque o diagnóstico precoce ??

• Compromete gravemente a o desenvolvimento adaptativo e social


do indivíduo

• Limita seriamente o funcionamento diário do indivíduo ao longo


de seus anos de vida

• Sem detecção, a criança com TEA perde etapas essenciais nos


primeiros anos de vida e prejudica aquisição de pré-requisitos

• Cérebro mais permeável para se apropriar de estimulações

• Preservação no nível intelectual e da linguagem para etapas futuras

(Bárbaro, 2009 ; Daley, 2004)


TEA : problemas no
diagnóstico
• Ausência de marcador biológico
• Dismitificação do momento do diagnóstico
• Desenvolvimento normal X anormal
• Pais descrentes ou temerosos
• Falta de conhecimento especializado
• Poucos profissionais preparados
• Ausência de políticas públicas : protocolos e leis na prática
• Rastreamento ativo nas instituições e consultórios
Brasil : diagnóstico tardio !
36 – 40 meses de atraso !!
+
Processo Diagnóstico do TEA

■ Suspeita dos pais/cuidadores/professores/profissionais de saúde


e educação

■ Avaliação médica e não-médica (escalas de triagem diagnóstica)

■ Registro documental (fotos, vídeos e registros familiares)

■ CID-10

■ DSM-5

■ Escalas de avaliação diagnóstica (M-CHAT, CARS, ADOS, ADI-R)

■ Avaliação Neuropsiquiátrica Infantil, Neuropsicológica e


Interdisciplinar
+
Podemos confundir também com:

■ Fobia Social

■ Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

■ Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD)

■ Transtornos de Linguagem

■ Transtornos de Personalidade

■ Mutismo Eletivo (Transtornos de Comunicação Social)


+
Processo Diagnóstico
(AACAP, 2013; National Research Council, 2008)

CARS
TRIAGEM
SUSPEITA
ADI-R
DIAGNÓSTICA

ADOS-2
Suspeita Diagnóstica
• Conhecer o desenvolvimento neuropsicomotor normal da
criança e conhecer sinais de alerta

• História familiar

• Critérios diagnósticos do DSM-5 e CID-10

• Observação direta na escola, no consultório e nos diversos


espaços

• Uso de fotos, vídeos e relatos de parentes que convivem com


a criança
DSM-5
(Academia Americana de Psiquiatria, 2013)
Critérios Diagnósticos do DSM-5 para os
TEA (tradução livre)

• A. Inabilidade persistente na comunicação social e na


interação social nos mais variados contextos, não-justificados
por atraso geral no desenvolvimento, e que se manifesta por 3
características a seguir:
• A1. Déficits na reciprocidade sócio-emocional;

• A2. Déficits nos comportamentos não-verbais de comunicação


usuais para a interação social;

• A3. Déficits nos processos de desenvolver e manter


relacionamentos;
• B. Padrões restritos, repetitivos de comportamento, de
interesses ou atividades manifestado por, pelo menos, 2 dos
seguintes itens:
• B1. Fala, movimentos motores ou uso de objetos de forma
repetitiva ou estereotipada;
• B2. Adesão excessiva a rotinas, rituais verbais ou não-verbais,
ou excessiva resistência `a mudanças;
• B3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em
intensidade e foco;
• B4. Hiper- ou hipo-reatividade para percepção sensorial de
estímulos do ambiente ou interesse anormal e excessivo para
estímulos senso-perceptivos.
• C. Tais sintomas devem estar presentes em fase precoce da
infância, considerando-se até os 8 anos (mas podem aparecer
aos poucos, em ordem ou sequência incompleta,
progressivamente levando a problemas nas demandas sociais
).
• D. Sintomas, em conjunto, limitam ou impossibilitam o
funcionamento no cotidiano.

https://depts.washington.edu/dbpeds/Screening%20Tools/DSM-
5(ASD.Guidelines)Feb2013.pdf. (Carpenter, 2013)
Intensidade do TEA
• NÍVEL 1 (Leve) : Requer suporte
- espontaneamente, tem dificuldade de comunicação social e
de iniciar interação e reduzida vontade de se socializar; leve
fixação nos seus interesses restritos
• NÍVEL 2 (Moderado) : Requer substancial suporte
- Marcada dificuldade em comunicação verbal e não-verbal e
necessita de ajuda para interagir e responder ao ambiente; muita
frustração ao mudar de contextos
• NÍVEL 3 (Severo) : Requer intenso e substancial suporte
- Déficit severo de comunicação e interação muito limitada e
grave reação `as mudanças com auto-mutilação
Causas do TEA
Desconhecidas mas com evidências neurobiológicas:

1) Associação com Síndromes

2) Risco elevado de crises convulsivas

3) Aumento dos níveis de serotonina cerebral

4) Comorbidade com Transtornos de de Neurodesenvolvimento

5) Atrasos fixos e pouco flexíveis de desenvolvimento


Fatores associados ao TEA :
causa e efeito ??
• Obesidade na gestação
• Lúpus na gestação
• Pré-eclâmpsia
• Alergias alimentares ou respiratórias
• Intolerâncias alimentares
• Síndromes genéticas
• Comorbidades psiquiátricas (85% dos casos)
• Transtornos de Neurodesenvolvimento
• Distúrbios do sono
• Epilepsias

(Jeste & Tucman, 2015; Matson & Goldin, 2013; Acad Am Ped, 2001, 2007,
2015; Piek & Dick, 2004; Williams e cols., 2004)
Teoria da Poda Neuronal
Alterações estruturais
Minicolunas alargadas
(McKavanagah, BRAIN,
2015)
Alteração nas minicolunas
(Donovan & Bassan, 2017)
Conexões cerebrais alteradas
(Zhou e cols., 2016)
Distúrbios em neurotransmissores (GABA)
(Frye e cols., 2016)
Autismo: problema de função
cortical
Alteração funcional na conectividade
cerebral
(Lee e cols., 2016)
Teorias psicológicas
(Bosa, 2000)

Disfunção
AUTISMO
Cognitiva

Coerência central

Teoria da Mente
Triagem para o diagnóstico

• ATA (Escala de Traços Autísticos; Assumpção e cols., 1999)


- Reúne os critérios diagnósticos do DSM-III, DSM-III-R e CID10
- Rastreia 70% dos casos de autismo
- Muito confiável para diferenciar TEA de DI

• M-CHAT (Checklist Autism in Toddlers): 23 itens (sim/não)


- 2 itens (sim) dentre os mais importantes (2,7,9,13,14,15)
- 3 itens quaisquer positivos

• PRO-TEA (Protocolo de Avaliação para Crianças com Suspeita


de TEA) (Marques & Bosa, 2015)
M-Chat
(Riesgo, 2015)
PRO-TEA

Brincar simbólico

Atencão Comportamentos
compartilhada repetitivos

TEA
(Marques &
Bosa, 2015)
3 Eixos de avaliação Interação social, Linguagem e
Comunicação (14 itens)

Relação com os objetos e


brincadeira
(8 itens)

Comportamento
estereotipado e autolesivo
(4 itens)
Confirmação Diagnóstica

• ADI-R (Autism Diagnostic Interview – Revised)


- a partir de 2 anos de vida

• ADOS-2 (Autism Diagnostic Observation Schedule)


- 4 versões aplicadas para diferentes idades
- Pode ser aplicada acima de 2 anos (desde 2012)
Como diagnosticar ??
(Elders e cols., 2017)

SUSPEITA…
- Sinais Clínicos
AVALIAÇÃO !
- Observação direta
Critérios DSM-5
CONFIRMAÇÃO !!!!
- Fotos e vídeos
Escalas de Triagem:
- Pais e cuidadores Critérios DSM-5
- M-CHAT
- Escola Escalas Diagnósticas:
- ATA
- ADI-R
- ASQ
- ADOS-2
- PRO-TEA
- CARS-2
- SCQ
Instrumentos de triagem e
diagnóstico
(Elder e cols.,
2017)
Após o diagnóstico…
(Research Council, 2008; NICE, 2008)

Avaliação Tratamento
Investigação Planejamento
Neuropsicológica das
e da Linguagem médica Terapêutico
Comorbidades
Avaliação neuropsicológica
• Déficit de funções executivas

• Problemas de autoregulação da atenção social

• Déficit de Linguagem social (pragmático e semântico)

• Déficit de percepção social ( reconhecimento de faces e


cognição social )

• Heterogeneidade comportamental (déficits clínicos variáveis)

• Comprometimento intelectual
Comorbidades
• 85 % dos pacientes com TEA tem de 2 a 5 comorbidades

• Importante identificar e tratar : implicações para o tratamento

• Muitas vezes, a comorbidade é mais grave do que a


intensidade do TEA : trabalhar junto!

• Priorizar a identificação do que mais vem atrapalhando a


criança
NEUROLÓGICAS COMPORTAMENTAIS MÉDICAS

Epilepsia Esquizofrenia Problemas visuais

Tiques TOD Problemas Auditivos

Paralisia Cerebral Fobia Social Obesidade

Deficiência Intelectual TAG Alergias

Apraxia de fala TOC Intolerâncias

TDC Transtornos Alimentares Malformações

TDAH Enurese Síndromes genéticas

Distúrbios de processamento Encoprese Altas Habilidades


sensorial

Transtornos do Sono
Planejamento Terapêutico
(National Center on Birth Defects and Developmental Disabilities,
2015
e Elder e cols. , 2017)

Abordagem na
Abordagem social
Comunicação

Tratamento
do TEA

Abordagem Sensorial
Abordagem cognitiva
e Motora
Abordagem Comportamental
(Elder e cols.,
2017)

Comportamentos
Adaptativa
Inadequados

Tratamento
do TEA

Adequação Casa e
Comorbidades
Escola
Formas de intervenção

Intensiva Comunitária

Uso de modelos Serviços


específicos e disponíveis na
naturalísticos escola e em
centros
Interdisciplinar
Multidisciplinar
Abordagem Comunicativa
• Dificuldades em orientação e reciprocidade com as pessoas
• Compartilhar estados emocionais
• Direcionar atenção social para compartilhar experiências
• Usar objetos simbolicamente
• Aprender conceitos e processos sociais

• Intervenção em atenção compartilhada


• Suporte Fonoaudiológico especializado
• Tecnologias de comunicação
• PECS
Abordagem Social

• Dificuldades de relacionamento social

• Terapia de interação social entre crianças e adultos


• DIR-Floortime
• Desenvolver meios não-verbais de comunicação
Abrodagem Sensorial-Motora
• Dificuldades relacionadas a hipo- ou hipersensibilidades `as
sensações (som, toque, paladar, etc…)
• Dificuldades no equilíbrio, coordenação fina/grossa

• Terapias Sensoriais (Integração visuoauditiva e sensorial)


• Intervenções terapêutico-ocupacionais
• Treinos de habilidade motora
Abordagem Cognitiva
• Dificuldades e Distúrbios de Aprendizagem
• Habilidades que envolvem processamento de informações

• Estratégias de instrução e adaptação curricular


• Modelo TEACCH
Comportamento Adaptativo
• Dificuldades com atividades típicas de vida diária
• Meios de responsabilidade e compromisso socialmente
imposto

Treino em habilidades de vida diária (higiene pessoal, refeições e


organização global para atividades diversas
Problemas Comportamentais
• Dificuldades no auto-controle de comportamentos antisociais
ou disruptivos
• Auto e Heteroagressividade
• Destruição de objetos e de propriedades

• Abordagem ABA
• Programas de tratamento compreensivo
• Intervenções precoces (ESDM Denver)
• Treino de Comunicação
(National Research Council, 2008 ; Schwartzman, 2012)

Tratamento das comorbidades

COMPORTAMENTAIS ATENCIONAIS CICLO DE VIDA E ASPECTOS MÉDICOS

HIPERAT AGRESSI ESTERE ALIMEN ALERGIA


SONO
IVIDADE VIDADE OTIPIAS TAÇÃO S
Medicações
• Servem para reduzir agressividade, atenção,
hiperatividade e socialização e melhorar o sono
• Auxilia nas intervenções multidisciplinares e no
ambiente escolar
• Apoio fundamental para a qualidade de vida dos
cuidadores (passeios, alimentação e sono)
• Risperidona e Aripiprazol (aprovada pelo FDA)
• Outras medicações podem servir para controle
de comorbidades do TEA
(Young e cols., 2012)
Medicações comumente utilizadas e
indicadas

(Young e
cols.,
2012)
Tratamentos alternativos ou
complementares
• DIETAS RESTRITIVAS
• EQUOTERAPIA
• SINOTERAPIA
• PROTOCOLOS ESPECÍFICOS (EX.:
DAN, SGSC)
• ELETROESTIMULAÇÃO
TRANSCRANIANA (REAC)
• OZÔNIOTERAPIA
• HOMEOPATIA
• ÔMEGA – 3
• CORTICOTERAPIA
• OXIGENIOTERAPIA HIPERBÁRICA
• QUELANTES
• TRATAMENTO FÚNGICO
Linhas Gerais para o Tratamento
• 1) Cada caso é um caso
• 2) Respeitar as condições financeiras da família
• 3) Participação ativa da família
• 4) Estabilidade familiar faz a diferença
• 5) A presença do TEA e os atrasos de desenvolvimento devem
ser priorizados para intervenção; observar comorbidades!
• 6) Especialistas devem direcionar sua ações para o TEA
• 7) Apoio social : LOAS e direitos `a transporte
• 8) Suporte escolar : preparo dos professores e do ambiente
• 9) Pais e professores : parceria fundamental
• 10) Orientar segundo as pesquisas científicas e consensos
internacionais
Recomendações (AACAP, 2013)
• 1) Habitualmente avaliar ativamente no desenvolvimento da
criança sinais e sintomas de TEA
• 2) Presença de sinais e sintomas de TEA devem levar a uma
confirmação diagnóstica
• 3) Clínicos/Especialistas devem coordenar investigações e
intervenções multidisciplinares nas crianças com TEA
• 4) Clínicos devem orientar a família nas abordagens mais
confiáveis evidenciadas por pesquisas científicas
• 5) Tratamento medicamentoso é para sinais de TEA e
comorbidades
• 6) Clínicos devem supervisionar as medidas tomadas e a
evolução.
• 7) Uso de métodos terapêuticos alternativos devem ser
discutidos e ponderados com a família.
Especialidades “ligadas” ao
TEA : todos podem suspeitar!
• Professoes e pedagogos
• Fonoaudiologia
• Clínico PSF
• Profissionais do NASF e do CAPS
• Psicopedagogia
• Dentistas
• Terapia Ocupacional
• Nutricionistas
• Psicologia
• Pediatras
• Cuidadores CMEI/Creches/Escolas Infantis/Buffet’s
• Neurologista Infantil e Psiquiatra Infantil
Problemas…
• Pouco conhecimento das equipes de saúde e educação
• Desintegração e descontinuidade
• Ideologia como obstáculo
• Insegurança dos professores
• Ausência de equipes multidisciplinares
• Burocracia para as medicações
• Fora do SUS, alto custo
▪ Medicina focada na medicação
▪ Pouca atenção dada a qualidade de vida da família
▪ Infra-estrutura desprovida de condições
▪ Psicoeducação : como lidar no dia-a-dia com estas crianças?
▪ Direitos e deveres destas crianças: Lei de dezembro de 2012
E na Escola ????
Escola e Autismo

• Escola é fundamental para o desenvolvimento social de


autistas;

• Habilidades sociais: tolerância com os outros, regras, rotinas,


tempo, espaço, capacitação para leitura, escrita e matemática,
linguagens diferentes, atividades físicas e hierarquias

• Pais inseguros para a escolarização: receptividade da escola é


muito importante

• Adaptar as crianças autistas `a escola: ações graduais e dicas


dos pais para os professores
Ações graduais : o primeiro passo!
• Levar o filho antes do início do ano letivo para conhecer a
estrutura e se acomodar ao novo

• Cuidadores podem ter que permanecer na escola

• Diálogo entre os pais e o professor

• Integração e respeito `as limitações : Inclusão social


emparelhado `a escolar
ABORDAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

Institucional

Social

INCLUSÃO ESCOLAR

Adaptação curricular

Aprendizagem da
leitura/escrita/matemáica
Inclusão Institucional
• Buscar meios de comunicação visual e auditiva facilitadores

• Redução de ruídos e distratores no planejamento do prédio da


escola

• Compra de materiais variados para embasar as práticas


pedagógicas

• Acolhimento e entrevista com os cuidadores

• Permissão para o professor inovar e buscar formas


facilitadoras : atualização e capacitação
Inclusão social
• Desvendar os pontos fortes e fracos da criança com TEA

• Reduzir os estímulos hostis : prevenção de fobias e bullying

• Falta de empatia e de percepção social : proteção e treino


social

• Incompreensão de linguagem social e contextual :


objetividade e literalidade
Adaptação curricular
Cada criança com TEA tem características únicas

Nível Aspectos Comportamentos Atrasos


Intelectual Linguísticos Difíceis Motores/
Sensoriais

Programa educacional individualizado

Características Linguagem Capacidade Autocuidado


Cognitivas Física
Aprendizagem
Deficiência
Intelectual (50%)
Comorbidades
(85%)
TEA

Problemas
Motores (80-90%)
Diagnóstico tardio
de autismo
Disfunções
Executivas
Avaliação Interdisciplinar
Neuropsicologia

Fonoaudiologia

Psicopedagogia

Neuropediatria
O que avaliar??
• Características dos sintomas-alvo do TEA
- Sintomas autísticos
- Socialização e Compartilhamento
- Linguagem e comunicação
• Características associadas ao transtorno
- Participação na sala e sociabilidade
- Cognição : nível intelectual e déficits cognitivos
- Aspectos acadêmicos : domínio de requisitos de L-E-M
- Saúde mental : comportamentos atípicos
• Contexto instrucional
- Qualidade do contexto da escola
- Performance dos recursos humanos
- Engajamento do estudante no ambiente (Magyar, 2011)
Avaliação de pré-requisitos
• Presença ou não de habilidades cognitivas básicas para leitura,
escrita e matemática

• Hiperlexia : reconhece palavras mas não compreende

• Engajamento para grafomotricidade: manipular o lápis

• Treino de regras e rotinas

• Processamento temporal : começo, meio e fim.


SUPORTE PEDAGÓGICO
O professor deve ser capacitado para:

1) Ensinar o aluno a iniciar, aceitar e manter relações sociais

2) Identificar as dificuldades de aprendizado contidas nos TEA

3) Planejar programas para aprender em ambiente social e ter


atenção nas tarefas

4) Estimular flexibilidade e aproveitar o comportamento


obsessivo para tarefas

5) Uso de meios visuais, concretos, aprendizagem sem


erro e linguagem literal/direta
CUIDADOS NA SALA DE AULA
• SUPORTE VISUAL : Imagens diretas e claras de rotinas

• MODIFICAÇÕES DE AMBIENTE : prevenir comportamentos


anti-sociais e estimular atividades de compartilhamento

• SISTEMAS DE REFORÇAMENTO: recompensas e benefícios

• SUPORTE DE COMUNICAÇÃO : figuras, sinais, materiais,


cartas, sons do meio-ambiente, pinturas categóricas

• SESSÕES DE MÚLTIPLAS ABORDAGENS: salas específicas,


materiais multissensoriais, etc… (parecido com TEACCH)
LEITURA
Competências iniciais para leitura e escrita entre 3 e 7 anos:

- Desenvolvimento da linguagem
- Identificação visual de letras
- Conhecimento do código alfabético
- Consciência fonológica
- Nomeação rápida de figuras, objetos, cores e letras
- Habilidade para escrever o próprio nome
- Fluência na nomeação de letras

Crianças típicas = ou inferior `as crianças com TEA

(Whalom, 2017)
Onde o autista vai pior…

• Habilidades fonológicas de maior complexidade : combinação


e elisão

• Linguagens mais complexas e de compreensão de leitura

• Vocabulários com significados diversos

• Uso de sentenças e habilidades narrativas

• Dificuldade de antecipação e prosódia na leitura do texto


ESCRITA

• Dificuldades similares ao da leitura

• Distúrbios sensoriais e motores:


problemas para “pega” do lápis

• Uso de recursos motivadores e adaptadores para o ato de


escrever

• Suporte de TO ou psicomotricista

• Tecnologia assistiva
MATEMÁTICA
• Autismo com Altas habilidades : maiores performances e
exímios matemáticos

• Dificudades :

- Conceitos absratos ou contextuais da matemática


- Integração de imagens geométricas
- Problemas em transduções numéricas
- Matemática aplicada em situações sociais

• Suporte pedagógico com uso de materiais didáticos e recursos


baseados em meios concretos
Avaliação e
reavalições
Monitorar Avaliar
dinâmicas progressos resultados

Implementar
Rever
novos
estratégias
recursos

Redefinir
condutas
(Whalom, 2017)
Equipe de Avaliação e Apoio
• Psicólogo Escolar: avaliação cognitiva e comportamental e
aspectos da saúde mental

• Pedagogo Especial: condução de testes formais e informais


acadêmicos e monitorização da adaptação curricular

• Fonoaudiólogo: desenvolvimento de intervenções na


linguagem geral, pragmática e aplicada `a comunicação social

• Terapeuta Ocupacional / Educador Físico: avaliação sensorial,


motora e adaptativa e atividades de lazer e recreação
PRIORIDADES NO BRASIL
• Capacitação e disponibilização de meios para atendimento
• Atualização dos professores
• Reduzir burocracia para acesso `as medicações
• Engajamento dos planos de saúde
• Difusão da informação para todos
• Organização dos pais : grupos da rede social

• www.entendendoautismo.com.br
Referências
• Miodovnik A, Harstad E, Sideridis G, Huntington N . Timing of the Diagnosis of
Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder and Autism Spectrum Disorder. Pediatrics,
2015; 136 (4): 27-36.
• Piek JP, Dyck MJ. Sensory-motor deficits in children with developmental coordination
disorder, attention deficit hyperactivity disorder and autistic disorder. Human
Movement Science 23 (2004) 475–488 .
• Williams PG et al. Sleep problems in children with autism. . Sleep Res. (2004)
13,265-268.
• Virues-Ortega J, e cols. The TEACCH program for children and adults with autism: A
meta-analysis of intervention studies. Clinical Psychology Review 33 (2013) 940–953
• Brentani H., e cols. Autism spectrum disorders: an overview on diagnosis and
treatment . Revista Brasileira de Psiquiatria. 2013;35:S62–S72
• Narzisi A, e cols. Non-Pharmacological Treatments in Autism Spectrum Disorders: An
Overview on Early Interventions for Pre-Schoolers . Current Clinical Pharmacology,
2014, 9, 17-26
• Kerekes et al. (2015), Neurodevelopmental problems and extremes in BMI. PeerJ
3:e1024; DOI 10.7717/peerj.1024
• Stoner R e al. Patches of Disorganization in the Neocortex of Children with Autism.
N Engl J Med 2014; 370:1209-1219. DOI: 10.1056/NEJMoa1307491
• Magliaro FCL, Scheuer CI, Assumpção Júnior FB, Matas CG. Estudo dos potenciais
evocados auditivos em autismo. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2010
jan-mar;22(1):31-6.
• Martínez-Sanchis S . Papel de la corteza prefrontal en los problemas sensoriales de
los niños con trastornos del espectro autista y su implicación en los aspectos
sociales . Rev Neurol 2015; 60 (Supl 1): S19-S24

Você também pode gostar