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Aula 1 Módulo 1

O que é o TEA/ Histórico/ Prevalência/


Diagnóstico
Autismo

• Autos = si mesmo
• Ismos = disposição;orientação
Histórico

• 1943 – Leo Kanner - 11 crianças - padrão de comportamento


semelhante, com diferentes aspectos: ausência ou dificuldade
de contato afetivo; ausência ou atraso na aquisição da
linguagem ou fala ecolalica; fixação em determinados objetos...
= Autismo infantil precoce, Síndrome de Kanner.
Histórico

• 1944 – Hans Asperger – grupo de adolescentes: memória


mecânica; pobreza na compreensão de idéias abstratas;
relações sociais extravagantes e falta de empatia com os
demais; interesse em assuntos específicos
Conceitos
Doutor Leo Kanner ( 1945), descreveu pela primeira vez 11 casos de uma síndrome que
chamou de autismo infantil.

Tinbergen (1972) e Richer (1978), defendiam o afastamento social das crianças com
autismo, e segundo essa concepção, os problemas cognitivos eram secundários ao
comportamento social.

Rutter (1979), definiu o autismo como uma síndrome comportamental oriunda de um quadro
orgânico.

Wing (1988) contextualizou espectro autista como um complexo sintomatológico que ocorre
num continuum, dependendo de seu comprometimento cognitivo.
Quem é a pessoa com TEA?

É considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela com síndrome clínica caracterizada
por:
• deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação social,
manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal e ausência de
reciprocidade social;
• padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por
comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns;
• excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e
fixos.
Definição baseada na Lei 12.764 de 27/12/12, parágrafo 1º, incisos I e II
TEA

• DSM-5 (2013), na categoria Transtornos de Neurodesenvolvimento o TEA


é definido como um distúrbio de desenvolvimento neurológico presente
desde a infância, que apresenta comprometimentos de ordem
sociocomunicativa e comportamental.

• A síndrome afeta o desenvolvimento da criança gerando dificuldades de


natureza diversas que impactam, inclusive, no âmbito educacional
(cf. NAVARRO, 1997).
DSM-5

Fonte: http://nadjafavero.wordpress.com/2013/06/05/dsm-v-e-tea/
Mudanças nos Critérios

• Agrupamentos de transtornos, exclusão da síndrome da Rett e mudança


de nomenclatura;
• Redução do número de sintomas (de 12 para 7);
• Mudança de tríade (déficits de interação social, de
comunicação/linguagem e padrões repetitivos de
comportamento/estereotipias) para díade diagnóstica, baseada na
presença dos seguintes critérios: Déficits de comunicação/interação social
e Presença de um padrão repetitivo e restritivo de atividades, interesses e
comportamentos.
Para uma avaliação diagnóstica, atualmente utiliza-se o DSM-5
(2013) caracteriza os TEA em 3 níveis de gravidade:

• Nível 3 – o apoio exigido ao indivíduo é muito substancial. Há déficits graves na habilidade de


comunicação verbal e não verbal que podem causar prejuízos graves de funcionamento.
Limitações na iniciativa de interações sociais e nas respostas mínimas.

• Nível 2 – o apoio ao indivíduo é substancial isso quer dizer que há déficits graves nas
habilidades de comunicação verbal; com isso, ocorrem prejuízos sociais graves mesmo com o
apoio, resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem dos outros.

• Nível 1 - o apoio ao indivíduo é necessário. Quando não há apoio, o individuo tem prejuízos
notáveis na comunicação social. Ele não inicia interações sociais, mostra exemplos claros de
respostas atípicas ou sem sucesso em aberturas sociais de outrem.
1 para 32 crianças de 8 anos

Sasayama, D., Kudo, T., Kaneko, W. et al. Breve


relatório: Incidência cumulativa de transtorno
do espectro do autismo antes da entrada na
escola em uma população completamente
examinada. J Autism Dev
Disord (2020). https://doi.org/10.1007/s10803
-020-04619-9
No Brasil?

• O único trabalho brasileiro neste sentido, foi


um estudo-piloto, em 2011, no interior de São Paulo,
na cidade de Atibaia, que resultou em 1 autista para
cada 367 crianças — a pesquisa foi feita num bairro de
apenas 20 mil habitantes daquela cidade, coordenado
pelo médico Marcos Tomanik Mercadante, psiquiatra da
infância e adolescência, referência em autismo no país,
falecido em 2011.

https://www.revistaautismo.com.br/geral/quantos-autistas-ha-no-brasil/
Causas

• 97% a 99% dos casos de autismo têm causa genética


• sendo 81% hereditário
• . O trabalho científico, com 2 milhões de indivíduos, de cinco países diferentes, sugere ainda que de 18% a 20% dos casos tem
causa genética somática (não hereditária). E o restante, aproximadamente de 1% a 3%, devem ter causas ambientais, pela
exposição de agentes intrauterinos — como drogas, infecções, trauma durante a gestação

https://tismoo.us/destaques/pesquisa-confirma-que-autismo-e-quase-totalmente-genetico-81-e-hereditario/
Causas

A idade paterna e o uso de ácido valpróico são dois


fatores de risco importantes e comprovados. Já idade
materna, exposição materna a toxinas e poluentes,
• Irmãos gêmeos homozigotos 88% desnutrição e alimentação na infância, baixo peso no
nascimento ainda precisam ser melhor estudados
• Fatores ambientais são considerados embora já sejam considerados como fatores de risco e
o uso de vitaminas, vacinação, dentre outros, não tem
impacto significativo para o risco do TEA
Mitos
Comorbidades:

• 70% dos autistas apresentam outros


distúrbios associados ao TEA

• Deficiência Intelectual
• Déficits na linguagem
• Ansiedade
• Problemas de atenção, impulsividade ou
hiperatividade
Diagnóstico
Clínico Instrumentos

• Avaliação
• anamnese neuropsicológica
• Questionários
• ASQ
• avaliação direta • ABC
• CARS
• ADOS
• Exames complementares • CHAT
• Vineland
• Varredura visual
• Outros
Diagnósticos em adultos

• O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em adultos


tem grande possibilidade de ser realizado a partir de uma iniciativa dos
próprios, sobretudo quando eles procuram ajuda médica para seus
filhos. Aspectos comportamentais podem dizer muito sobre a
existência do autismo nesses indivíduos que já alcançaram a
maioridade. A antiga impressão de uma suposta timidez tende a revelar
algo mais sério e que necessita de investigação aprofundada feita por
especialistas.
• A identificação do autismo em adultos é o resultado de um procedimento de investigação. O diagnóstico desse
público em específico é realizado quando a pessoa tem um filho que acabara de receber o resultado positivo para
as suspeitas do TEA. Durante uma entrevista feita pelo profissional aos pais do pequeno, o médico começa a
traçar semelhanças no comportamento de um dos adultos em relação à criança.
• É interessante chamar a atenção para o fato de muitos desses adultos apresentarem aspectos comportamentais na
infância marcados por uma iminente dificuldade de se socializar, aquelas crianças que eram ‘arredias’, mas que,
sem um acompanhamento, o mais longe que conseguiam era o rótulo de tímidas. O especialista utiliza a técnica
da entrevista aprofundada para confirmar o TEA no pai ou mãe da criança.
• Para Ramos, Xavier e Morins (2012), o diagnóstico pode se tornar difícil quando não é possível
fazer uma apuração adequada à história pessoal do desenvolvimento e os padrões sintomáticos
precoces. Outra situação também caracteriza a dificuldade para identificar o autismo em adultos: a
falta de relatos dos pais e a até mesmo a ausência de registros médicos da época.

• De acordo com estudos, a limitação em relação à memória também é um empecilho quanto à


disponibilidade de relatos aos especialistas e ao possível diagnóstico de Transtorno do Espectro
Autista (TEA). Aspectos como dificuldades encontradas na linguagem e até mesmo debilidade
mental são responsáveis por atrapalhar o fornecimento de dados referentes ao passado daquele
adulto.
• A melhor maneira de ajudar a pessoa com autismo e todos que a cercam é garantindo acesso a
um diagnóstico correto. Como explicamos em outras ocasiões, não há exames laboratoriais que
identifiquem o transtorno: o TEA é definido a partir de uma análise do comportamento do
indivíduo. Dessa forma, mesmo na idade adulta, o diagnóstico irá se basear no modo de agir da
pessoa. Alguns dos indícios que apontam para o diagnóstico de TEA, principalmente na fase
adulta, são:

• dificuldade durante a vida toda de interagir com outras pessoas e manter relacionamentos,
• dificuldade de olhar nos olhos,
• dificuldade de entender figuras de linguagem,
• presença de gestos repetitivos ou expressões verbais atípicas,
• apego a rotinas e/ou padrões ritualizados de comportamento,
• recordações do desenvolvimento infantil, como a de que houve um atraso no início da linguagem.
Obrigada!
@dracarolinaquedas

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