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Os alunos com

Alfredo Fierro
Deficiência Mental
• Perspectiva Médica

“ Oligofrenia” (grego = “pouca mente”)


 Diagnosticada por um conjunto de sintomas
presentes em um grupo amplo e heterogêneo de
anomalias com etiologia orgânica variada - e às
vezes presumida, mais que desconhecida.
Deficiência Mental
• Psicometria
 Psicometria ou mediação da inteligência – Séc.XX
Utilizava o enfoque médico.
Binet – Testes de Inteligência
 Conceitos populares de psicometria
 Idade mental
Quociente intelectual.
Deficiência Mental
• Deficiência mental para a psicometria
 Grau de capacidade que, em uma distribuição normal da inteligência
(no sentido estatístico), em uma determinada população.
Níveis psicométricos de deficiência mental
Deficiência mental leve: QI 55 a 70
Deficiência mental moderada: QI 40 a 55
Deficiência mental séria: QI 25 a 40
Deficiência mental profunda: QI abaixo de 25
 Quociente intelectual foi considerado não apenas estável, mas
também imutável.
 Não proporciona indicações proveitosas acerca do que fazer, de
como intervir, educar e reabilitar, tornando-se compreensíveis, as
provocações a que se coloque “além do quociente intelectual”
(Sternberg,1990).
Deficiência Mental
• Enfoque funcional e adaptativo
 Funcional: centrado no funcionamento adaptativo
da pessoa com deficiência nas atividades da vida
diária.

 Construção teórica: centrado por uma análise


dentro do marco da psicologia cognitiva
Deficiência Mental
• A análise funcional behaviorista

Behaviorismo não fala de deficiência ou atraso
mental, mas de conduta atrasada, recusa todo
tipo de rótulo meramente descritivos e centraliza
seu interesse nas técnicas eficazes para criar
repertórios de aprendizagem mais complexos.
Deficiência Mental
• 1992- O manual de definição e classificação da American
Association on Mental Retardation.

“ A Deficiência Mental refere-se a limitações substanciais no


desenvolvimento corrente. Caracteriza-se por um
funcionamento intelectual significativamente inferior à média,
que ocorre juntamente com limitações associadas em duas ou
mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas possíveis:
comunicação, cuidado pessoal, vida doméstica, habilidades
sociais, utilização da comunidade, autogoverno, saúde e
segurança, habilidades acadêmicas funcionais, lazer e trabalho.
A deficiência manifesta-se antes dos 18 anos”.
Deficiência Mental
• A deficiência mental constitui uma condição
permanente, e não imutável.
Denominações de Denominações utilizadas
diferentes períodos contemporâneas
utilizados para Deficiência “Pessoa ou aluno”
Mental
“Deficiente Mental” “Pessoa /aluno com atraso”
“Retardado” “Pessoa/aluno com deficiência
“Inválido ou incapacitado” mental ”
“Pessoa/aluno com síndrome de
down”
Deficiência Mental
• Análise dos processos Cognitivos
 Os modelos cognitivos examinam a inteligência, a
aprendizagem, a aquisição de conhecimento e a
deficiência mental em termos não tanto de produtos ou
mesmo de tarefas quanto de processos.
 Inteligência é a capacidade de aprender em condições de
instrução incompleta e atraso é a resistência à instrução.
 A pessoa com deficiência tem dificuldades especiais em
adquirir conhecimentos. Suas dificuldades parecem ter a
ver como todos os processos cognitivos e os parâmetros
de inteligência.
Deficiência Mental
• A psicologia cognitiva procura identificar em
microanálise os diversos componentes
processuais – operações cognitivas – que
integram o processo completo do conhecimento.

• O principal déficit está em generalizar, transferir


e aplicar estratégias já aprendidas em situações e
problemas diferentes daqueles em que foram
adquiridas.
Deficiência Mental
• Personalidade dos sujeitos com deficiência mental
 Rigidez comportamental;
 Persistência em determinada tarefa
 Grande dependência afetiva e comportamental com relação
a outras pessoas;
 Dificuldade para desenvolver comportamentos auto-
referidos;
 Grande dificuldade para prorrogar esforço e para agir
movido por incentivos distantes.
 Baixa auto-estima;
 Grande instabilidade emocional.
Deficiência Mental
• Causas e fatores de risco

São inúmeras as causas e os riscos que podem


levar à instalação da deficiência mental. É
importante ressaltar que muitas vezes não se
chega a estabelecer com clareza a causa da
Deficiência Mental.
Deficiência Mental
• Pré-natais
São os fatores que incidirão desde a
concepção até o início do trabalho de parto.
Desnutrição materna;
Má assistência à gestante;
Doenças infecciosas na mãe: sífilis, rubéola,
toxoplasmose;
Fatores tóxicos na mãe;
Fatores genéticos: alterações cromossômicas.
Deficiência Mental
• Peri-natais
São os fatores que incidirão do início do trabalho de
parto até o 30º dia de vida do bebê.

Má assistência ao parto e traumas de parto;


Hipóxia ou anóxia (oxigenação cerebral
insuficiente);
Prematuridade e baixo peso;
Icterícia grave do recém nascido.
Deficiência Mental
• Pós-natais
São fatores que vão incidir do 30º dia de vida até o final da
adolescência.

 Desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação


global;
 Infecções: meningoencefalites, sarampo, etc;
 Intoxicações exógenas
 Acidentes: trânsito, afogamento, choque elétrico, asfixia,
quedas, etc.;
 Infestações neurocisticircose (larva da Taenia Soliun)
Deficiência Mental
• Prevenção
 Primária: ações antes da aparição do problema e
que impedem seu aparecimento (medidas sanitárias
durante a gestação e o parto).
 Secundária: ações que diminuem ou eliminam o
problema já surgido (por exemplo, dieta em crianças
com fenilcetonúria).
 Terciária: ações que limitam as consequências
negativas e melhoram o nível de funcionamento
(reabilitação, educação)
Deficiência Mental

• O profissional que intervém junto a pessoa


com deficiência não pode ignorar a etiologia
do déficit, mas também não depende muito
dela em seu trabalho concreto.
Deficiência Mental
• Avaliação da capacidade básica
 A qualificação de ma crianças como “aluno com deficiência
mental” não pode ser feita em caráter definitivo.
 A avaliação da aprendizagem, das necessidades básicas deve
ser feita de forma contínua e sistemática de tempos em
tempos, pelo menos no início da escolarização, como na
mudança de escola ou na passagem de um ciclo para outro.
 A avaliação deve ter a finalidade de orientação educativa,
com conteúdo altamente idiográfico e sem refugiar-se nela
como um rótulo cômodo(“deficiência mental”), nem
tampouco em uma cifra (a do QI) supostamente inalterável ).
Deficiência Mental
• Princípios básicos de intervenção
 Limitações em capacidades adaptativas às quais
precisamente se refere o conceito de deficiência mental.
Capacidades básicas:
 São aquelas que não importam a sociedade, a cultura, ou que
época. Ex.: saber ler.
 As pessoas com deficiência não serão sempre crianças,
por isso faz necessário estabelecer nelas comportamentos
e hábitos de autonomia próprios das crianças, embora
não tão infantis quanto elementares e fundamentais, base
de qualquer outra autonomia e independência
Deficiência Mental
• Esquema de hábitos de autonomia
1. O que se refere ao cuidado consigo mesmo, com o próprio corpo e com
os próprios pertences, na autonomia para lavar-se, vestir-se e despir-se
sozinho, comer sem ajuda, controlar os esfíncteres, manter seu quarto
limpo.
2. O que se refere à autonomia e relativa independência na vida diária
dentro de casa, sendo capaz de realizar operações com aparelhos
adequados, os mais simples ou não perigosos (manejar o rádio,
televisão, pegar alimentos na geladeira) ,ou, em outro nível, os mais
complexos ou também perigosos (preparar sua comida em um fogão a
gás).
3. O da independência para deslocar-se e realizar tarefas fora de casa, no
bairro ou na cidade, nos trajetos habituais, no uso do transporte público
(ir à escola, ao trabalho, ao cinema, à quadra de esportes etc.).
Deficiência Mental
• Procedimentos para incentivar a aquisição de
habilidades de autonomia:

 Aprendizagem que ocorre pela observação ou


pela imitação
Aprendizagem instrumental ou operante,
mediante reforços.
Deficiência Mental
• Educação – Educabilidade e necessidades especiais
 A educabilidade está para todo ser humano, não importa
quais sejam as suas deficiências.
 Precisa pensar nas melhores condições para essa
educação.
 Escolarização desde cedo.
 A colaboração dos pais.
 A formação profissional é indispensável para assegurar a
passagem da escolar para o trabalho e a integração social
ao longo da vida adulta.
Vídeo – Deficiência Intelectual - Mental
Deficiência Mental

Uma instrução profissional no nível mais alto


que seja capaz a pessoa com deficiência,
como coroação de toda a educação anterior,
será melhor garantida de qualidade de vida e
de dignidade pessoal e social em seu futuro.

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