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Álcool

Álcool
É a droga psicoactiva mais consumida nos países ocidentais.
É um depressor do sistema nervoso central com efeito semelhante aos barbitúricos e a
outros sedativo-hipnóticos.
O alcoolismo define-se da seguinte forma:

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o alcoolismo caracteriza-se por ser:


• Doença Fisica
• Doença Espiritual
• Doença Mental

Influenciada pela herança genética, personalidade e ambiente social, esta doença pode
afectar vários órgãos e sistemas.
Teste de CAGE
É o processo mais eficaz para determinar se um indivíduo é alcoólico, ou se está em
vias de se tornar.
Tipos de alcoolismo
Alfa Grave problema psicológico, como depressão, onde se usa o álcool em excesso para
aliviar a dor corporal ou emocional;
Beta Não existe dependência física nem psicológica, contudo, leva a complicações físicas,
podendo afectar o baço, fígado, coração…;
Gama Capacidade de suportar muito tempo sem beber, no entanto, quando se começa a ingerir
álcool, perde-se o controlo e bebe-se de forma compulsiva;

Delta Nunca se chega ao ponto máximo de embriaguez, porém, ingere-se continuamente álcool
em pequenas quantidades, durante todo o dia, não havendo capacidade de libertação do
hábito;
Epsílo Ingestão de álcool periodicamente, onde apenas há satisfação quando o indivíduo perde o
n controlo de si mesmo. A pessoa sofre um padrão de surtos paroxísticos nos quais bebe
durante dias ou semanas sem parar, até atingir o colapso.
Principais Sinais e sintomas de dependência
• Sensação de necessidade de álcool;
• Repetição de episódios de intoxicação alcoólica;
• Função social deficiente;
• Pensamento permanente sobre o álcool;
• Deterioração a nível físico e psicológico.

Etiologia
Podemos classificar as causas do alcoolismo como sendo:
• Biológicas
• Socio culturais
• Psicológicos
• Comportamentais/cognitivos

Consequências
As consequências do alcoolismo para o indivíduo agrupam-se em duas categorias
principais, dependendo da sua vertente individual e social:
Psíquicas
• Ansiedade
• Depressão
• Irritabilidade
• Alucinose Alcoólica - Intensas Alucinações Auditivas
• Presenças de ciúmes exuberados - Delírio de Ciume
• Demência Alcoólica
• Físicas
O alcoolismo é responsável por diversas lesões do foro físico, no entanto, as mais
comuns são as lesões hepáticas, que se caracterizam de diferentes formas.
Também existem outros tipos de patologias frequentes, que afectam outros órgãos do
corpo humano:
• Fígado Gordo
• Hepatite alcoólica
• Cirrose Alcoólica
• Lesão Cerebral
• Sistema Nervoso Periférico
• Gastrite
• Pancreatite Crónica/Aguda
• Tipos de Cancro
• Anomalias Cardiovasculares
• Distúrbios Ósseos
• Distúrbios no Sistema Imunológico
• Distúrbios Nutricionais
Abuso e Dependência do Álcool
A dependência de álcool inclui o uso desadequado de álcool e o desempenho deficiente
das obrigações sociais e ocupacionais, que em última instância levam a sinais de
tolerância ou abstinência.”
Assim, dependência de álcool é considerada uma síndrome que consiste em sintomas
cognitivos, comportamentais, e psicológicos.
O diagnóstico da dependência do álcool dever ser feito apenas se três ou mais das
seguintes situações foram experimentadas ou exibidas durante um período de 12 meses:
• Um forte desejo ou senso de compulsão para beber;
• Dificuldades em controlar a ingestão de álcool, em relação ao seu início, e o
fim , ou nível de uso;
• Alteração psicológica quando o uso de álcool é cessado ou reduzido, ou o uso de
álcool para aliviar ou evitar sintomas de alterações psicológicas;
• Evidência de tolerância, como doses cada vez maiores para atingir os mesmos
efeitos causados pelas doses menores anteriores;
• Perda progressiva de interesse por actividades antes realizadas ou por outras
fontes de prazer devido ao uso do álcool;
• Uso contínuo mesmo com claras evidências das consequências prejudiciais;
• Blackouts (amnésia enquanto está intoxicado).
Alcoolismo Crónico
Manifestações:
 Delirium Tremens;
 Síndrome de abstinência
Delirium Tremens;
Síndrome psicótico agudo de causa alcoólica;
Forma mais grave da síndrome de abstinência alcoólica;
Início súbito; Surge após a paragem ou redução de ingestão excessiva e prolongada (5-
10 anos);
Pode surgir por supressão da droga ou precipitado pelos seguintes fatores:
 Infeções;
 Traumatismos físicos ou psíquicos;
 Intervenções cirúrgicas
Manifestações a nível psicológico:
 Desorientação temporo-espacial;
 Delírios ocupacionais, de ciúme e depreciativos;
 Labilidade emocional;
 Desconfiança;
 Ansiedade/medo;
 Inquietação e agitação (hiper reflexiva);
 Agressividade;
 Alucinações visuais (zoópsias – cobras, ratos, aranhas…);
 Alucinações tácteis, olfactivas e auditivas;
 Insónia (que pode ser total);
 Confabulação.
Síndrome de abstinência
Manifestações:
 Alterações do estado geral:
 Palidez;
 Sudorese;
 Febrícula.
Alterações digestivas:
 Acentuação da anorexia anterior;
 Náuseas;
 Polidipsia.
Alterações neuro-psíquicas:
 Tremor distal;
 Disartria;
 Perturbações do equilíbrio;
 Perturbações do humor (irritabilidade, inquietação, tristeza, euforia);
 Instabilidade psicomotora (agitação, deambulação);
 Perturbações da memória e atenção;
 Sono perturbado e pesadelos;
 Alucinações visuais e auditivas – transitórias e pouco definidas.
Classificação Relativa ao Alcoolismo
Prealcoólica
 Utilização ocasional ou constante;
 Alívio com a bebida;
 Aumento de tolerância ao álcool.
Prodrómica
 Início e aumento do número de “blackouts”;
 Beber às escondidas;
 Preocupação com o álcool;
 Beber a primeira bebida num só golo;
 Incapacidade para discutir o problema.
Crítica
 Perda de controlo;
 Explicação racional para beber;
 Falha nos esforços para controlar a bebida;
 Comportamento agressivo e de grandeza;
 Problemas com a família e com o emprego;
 Pena de si próprio;
 Perda de interesses exteriores;
 Ressentimentos despropositados;
 Negligência face à alimentação;
 Tremores (nas mãos);
 Beber de manhã.

Crónica
 Intoxicação prolongada;
 Deterioração física e moral;
 Pensamento deficiente;
 Ansiedade não identificada;
 Obsessão com a bebida;
 Uso constante de álibis.
Outros sinais e sintomas.
 Vómitos;
 Desidratação;
 Temperatura inconstante;
 Desorientação;
 Aumento da vulnerabilidade a infeções, acidentes, e outras formas de
ferimentos.

Tratamento
Fases
1. Auto-consciencialização do problema
2. Interrupção total da ingestão de bebidas alcoólicas - Período de Abstinência
• Desintoxicação (domicílio ou em internamento)
• Avaliação/tratamento dos efeitos físicos e mentais
3. Manutenção da ABSTINÊNCIA
• Ressentimento do organismo
• Diversos problemas podendo levando mesmo a morte

Tipos
Grupo de Auto-ajuda: Alcoólicos Anónimos
Terapia Racional Emotiva (TRE)
Assenta num modelo que se baseia no conceito de mediação cognitiva
Defende que com empenho e força de vontade o alcoólico aprende a raciocinar de forma
diferente em relação a três aspectos:
• Activar acontecimentos que levam à bebida.
• Quando a pessoa altera a (2) Base do sistema de crenças relativas à activação de
acontecimentos e da bebida,
• as (3) Consequências da bebida serão menos poderosas

Psicanálise
• Tratamento de distúrbios neuróticos, através de um conjunto de informações
psicológicas;
• Método de carácter individual;
• Muito dispendioso.

Terapia Familiar
• Centra-se no sistema da família, e não nos elementos que a compõem;
• Percebe-se a pessoa como doente sendo a família apenas um pano de fundo;
• Ajuda a estabelecer a honestidade na comunicação entre a família, o que permite
examinar os sentimentos ignorados pelo sistema familiar no dia-a-dia

Terapia Farmacológica
Drogas Adversivas (Dissulfiram - Antabuse)
• Inibe a metabolização do álcool, provocando uma série de efeitos desagradáveis
como taquicardia e vómitos;
• O Dissulfiram não afecta o desejo de consumir álcool por parte do alcoólico,
mas força o paciente a não beber sob a pena de intenso mal-estar;
• É essencial que os enfermeiros tenham a noção das reacções adversas deste
fármaco, quando combinado com produtos com álcool (como perfumes e
aftershaves)

Antagonistas Opióides (Naltrexona)


Inibem a libertação de dopamina, o que faz com que se o paciente ingerir álcool sob
efeito deste fármaco, obtenha menor prazer e maior efeito sedativo.
Acamprosato
Esta medicação actua na regularização da descompensação bioquímica que acontece na
abstinência alcoólica, normalizando a acção glutaminérgica (responsável pela memória
e aprendizagem).
Outra Medicação
• Algumas medicações (ex. Benzodiazepinas) podem reduzir o prazer dado pelo
álcool, diminuindo a sua procura e atenuando a abstinência;
• No caso de o doente apresentar certos distúrbios mentais (ex. ansiedade) são
prescritos Antidepressivos ou Ansiolíticos.

Cuidados de Enfermagem à Família/Doente Alcoólico


• Comunicar com veracidade;
• Abster-se de juízos de valor;
• Reforço Positivo;
• Transmissão de Segurança:
• Estar Atento;
• Proceder ao registo de todos os acontecimentos suspeitos;
• Ensinar sobre a Medicação e o Tratamento;
• Fazer o doente sentir-se ele próprio responsável pela sua cura;
• Fortalecer o auto-cuidado do paciente, fomentando a sua autonomia e auto-
estima;
• Auxiliar o paciente a identificar os seus pensamentos e a expressar os
sentimentos;
• Incentivar a participação nas terapias de grupo de modo a adquirir os novos
comportamentos aprendidos com o grupo;

Conhecer os 8 Princípios de Carl Rogers.


1. Empatia
2. Respeito
3. Autenticidade
4. Objetividade
5. Confrontação
6. Congruência
7. Coerência
8. Autoanalise

Relacionamento terapêutico entre enfermeiro e paciente


 Relação de ajuda:
 Modelo interpessoal de Hildegard Peplau,no processo de enfermagem.
 Qualidades pessoais do enfermeiro
Drogas
A dependência de drogas
Indica a presença de um estado patológico;
Sinais específicos:
 Modificação do tamanho das pupilas;
 Flutuação do humor com:
o Sedação;
o Relaxamento;
o Senseção de bem-estar;
o Nervosismo;
o Agressividade

o verbal;
 Existência de:
o Seringas;
o Algodão;
o Limão;
o Colher;
o Mortalha

 Sinais de venopunção
A utilização de droga é dependente do contexto:
 Fins medicinais;
 Evasão;
 Divertimento;
 Iluminação espiritual;
 Cerimónias rituais.
 Provoca dependência física e psíquica;

Drogas – efeitos
 Tolerância;
 Escalada;
 Overdose: pureza, traçada;
 Síndrome de abstinência.

Modalidades de tratamento
Tratamento de manutenção e desintoxicação; substituição da droga por outra menos
nociva.
 Metadona (Diminui a necessidade do consumo devido ao aparecimento dos
sintomas de abstinência)
 Naltrexona (Só substitui a heroína. Faz diminuir a necessidade física do
consumo. É o antídoto para a Overdose)
Modelo integrado
 Equipa interdisciplinar: médicos, Psiquiatra; Psicólogo; Enfermeiros e A. Social.

Objectivos terapêuticos:
Objectivos intermédios:
 Diminuição das dores do consumidor;
 Manutenção da abstinência por longos períodos de tempo;
 Consumo de opiáceos institucionalizados;
 Melhoria da relação sócio – familiar;
 Melhoria do estado de saúde.
Objectivos finais:
 Abandono total do consumo do tóxico;
 Restruturação da personalidade, através da fragilidade do EU e aumento da
capacidade para enfrentar as situações; reinserção social plena.
Tratamento de manutenção:
 Manutenção com agonistas opiáceos – METADONA.
 Manutenção com antagonistas opiáceos – NALTREXONA
Drogas – Família
Reacções da família face à Toxicodependência de um dos seus elementos:
 Negação do problema;
o A família pensa que só acontece aos outros;
o O toxicodependente disfarça a sua sintomatologia.
 Descoberta do consumo;
o Instala-se a crise;
o A família proíbe que se fale no assunto (medo e vergonha da rejeição
social);
o A família obriga o toxicodependente a proceder à desintoxicação.
 Processo de desintoxicação;
o Cura de desintoxicação Vs recaídas;
o Rupturas Vs reconciliação com a família;
o Esgotamento familiar;
o Abandono do toxicodependente às instituições.
 Depois da desintoxicação.
o A família tem necessidade que o toxicodependente se conforme à
imagem de jovem ideal, que eles traçaram.
Terapias adequadas ao abuso e dependência de drogas
 Narcóticos anónimos;
 Terapia de grupo;
 Terapia individual – psicoterapia;
 Programas de metadona:
o Actua como uma forma de regressão;
o Potencialmente viciante;
o Consumida geralmente uma vez por dia;
o Ajuda à reinserção num estilo de vida normal;
o A necessidade de químicos diminui com a evolução do tratamento, sendo
mais fácil limpar as pessoas da metadona do que de outras drogas.

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