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CAPITULO 1
Lativo do idealismo alemao e a0 metodo transcendental
nenkantiano quanto por
Introdução à fenomenologia eontraposição ao metodo psicologico (seja sua variante em
iante "descritiva"). O interesse inicial de Husserl não diz "pura seja em sua
varia
cológicas, mas questôes epistemológicas essenciaimenterespeito
a questöes
vinculadas à
a
lanto mediato do mundo externo. Como veremos, essa distinção serà essencial
a ideia de indireto e
descritiva em Brentano psicologia pura em Beneke quanto a de
uma
delimitar a psicologia da ciència natural."
uma
psicologia dpsicologia posterior, primariamente, para
surgem originariamente não
dependente da filosofia,
mas para
a
psicologia l para tornar
Esse fato se
mantém plenamente estabelecer um método
particular da
filosolla. é interna ou externa é um ponto de partida que
esta longe de ser ób-
método vigente quando chegamos a Husserl, no u e toda experincia neutral (Mach), para o qual a ex-
e
fenomenológica Introdução à fenomenologia
6Psicologia
posterior de Brentano e
psiquico, como o amar, o odiar ou o lembrar, hápercepção,
em todo teno-
ples distinção entre ato e conteúdo objeto. evolução
meno ou A
em tal direção serà
no amar o
amado, no odiar o algo dado como objeto: sua escola refinará essa análise. Um primeiro passo decisivo
odiado, no lembrar o lembrado etc. usa indistintamente noçào a
dado por Twardowski, que observará que Brentano
distinção entre ambos
de objeto e de conteúdo do ato, exigirá
e uma explicita
em todo fenômeno psíquico
devemos distinguir très, e nào
O conceito de
Em consequência,
objeto. Nesse contex-
espirito (Geist) na Alemanha do século meramente dois elementos, a saber, o ato, o conteúdoeo
possul portugus atual e deve ser pensado com
no XIX não tem todas as ue
fenomeno essencialmente histórico. relação a suas objetivações naconotaoe to, o conteúdo é o meio pelo qual o ato se dirige ao objeto, e, sendo assim, o con
cultura co duas
Composterioridade, Dilthey insistirá no teúdo é imanente objeto é transcendente. Como consequència,
ao ato e o
meio de conteu-
Teoria etecnica da interpretação, papel essencial da hermenêutica, entendiaa como vivências intencionais podem se referir ao mesmo objeto por
quando considerarmos Heidegger. isto é, da
explicitação de sentido. Voltaremos a ponto dos diferentes.**
Eimportante observar que Brentano ess
talrazão, não define o considera o termo consciência um
niraintencionalidade,fenômeno
por
psiquico pela equ de Defi Ato no sentido de atualidade e não de ação.
de..,. pode não ser como se faz usualmente,consciência, mas pela intencionalidade. perdedor de Waterloo.
1
vencedor de Jena ou o
dizendo que toda
**
Por exemplo, posso pensar em Napoleão como o
recomendável. conscie
consciencia
8 PsicoOgld 9
Introdução à fenomenologla
Ainda que todo fenômeno psíquico contenha em si algo como objeto, não a
sua
maneira. isto é, o modo como o ato se
dirige a seu objeto pode números são objetos abstratos ou ideais, não entidades psiquicas. portanto
faz da mesma Hussert
riar. Existem três classes de fenômenos psiquicos, dos quais o básico ou funda- fundamentação não pode ser efetuada pela psicologia. mas pela lógica.
sao obje-
mental é o representar. pois está na base dos outros dois. Em toda vivência inten- reconhecerá a justeza da crítica de Frege e de sua tese de que números
tos abstratos, porém perceberá que
é inútil se limitar a postular a existência de
cional enquanto há um ato e um conteudo, ha um representar e um representado é
tais objetos, se não se torna compreensível como um sujeito psicológico real
Sobre a base da representação de um objeto, posso ulteriormente afirmar ou ne- tais idealidades. Para tal fim, pensa Husserl. a psicologia
descri-
capaz de captar
afirmação de exis- A reali-
gar sua existência. isto é, efetuar
um juízo, e
a sobre base dessa
téncia eu posso ulteriormente me posicionar de diferentes formas diante dele,
tiva brentaniana continua oferecendo
uma ferramenta nada desprezivel.
Brentano firma-se aqui como ponto de referência da psicologia. A grande novidade A fenomenologia das Investigações lógicas
brentaniana é que a noção de psiquico já não se define pelo modo de acesso, mas por duas partes, nas quais se coloca pri-
Investigações lógicas se dividem em
As
uma qualidade intrinseca, a intencionalidade. a solução. Na primeira parte,
os Prole-
meiramente o problema e logo se mostra
Introdução à fenomenologia 13
Aintuição categorial
anterior encontra seu coroamento Aevolução de Husserl posterior às Investigações lógicas
A complexa análise fenomenológica na
apreender entidades ideais e objetos abstratos, por exemplo, números? Existem referente ao âmbito de aplicação do método fenomenológico, e outro referen
um
não meramente intuições de objetos sensíveis, mas também intuições de objetos a fenomenologia husserliana tem de
si mesma.
te à própria autocompreensão que
abstratos, istoé, atos nos quais o meramente intencionado encontra sua realização
no preenchimento intuitivo. Tal é o caso das chamadas intuições categoriais, isto Aampliação temática
é, atos que se fundam em intuições sensiveis e seus objetos correspondentes, mas o âmbito temático da descri
As obras posteriores de Husserl vão ampliando
que têm um objeto próprio de natureza não sensivel que preenche sua intenção. lado, consideração de fenômenos in-
ção fenomenológica, incluindo, por
um a
outro, a consi-
tencionais singulares, como a imaginação, o espaço, corpo; por
o
Classificação de
Estrutura do ato Relações entre atos das cièncias por formais, e
Tipos de vivncias Tipos de atos Se fenomenologia surge a serviço de uma epistemologia
a
lógicas a uma teoria da ciência em
sua própria natureza se estende já em Investigações
totalidade das esferas da experiência humana,
Objetualidade geral, ela rapidamente se estenderá à A crise da
incluídas as não cientificas até, finalmente, terminar perguntando-se, em
desde a
uma necessidade de intuitividade, de ver
Signitivos ponde a
se tratava de uma
primeira à última obra de Husserl. Se em lnvestigações lógicas
Intuitivos Preenchimento das matemáticas que, em última instància, es
Conteúdo fundamentação fenomenológica
mesmo interesse básico
representacionalwaointencionais Sensiveis tabelecesse sua base na intuição categorial, em Crise o
ciência mundo da vida cotidiana e evi-
Fundação vai colocar como tarefa re-vincular a ao
Categoriais denciar seu fundamento nele.
0aprofundamento da análise
Figural Atos: estrutura,
classificaço àmbito temáti-
e
relações Em sua evolução, a fenomenologia nåo meramente amplia o
de vivèncias intencio-
co de sua descrição, mas o aprofunda, alcançando planos
instrumentos
nais cada vez mais primitivos. Esse aprofundamento exigirà novos
16 Psicologia tenomer
introdtução à fenomenoiogia 17
assim a evisar as
estruturas básica.
da descriçào fenomenologica. obrigando de
êxito em outras esferas
análise aplicadas anteriormente com
Particular inportäncia em tal sentido merecea descoberta da temnoralsaa
efeito, se a fenomenologia é psicologia. essa psicologia não se ocupa com dados
de como o fenámeno ahsolutamente originário. o Urphänomen, o último hori empiricos referentes à psique e não trata de estahelecer relaçôes constantes en-
"
tre fatos, mas com a estrutura essencial da stubjetividade. alcançada em proces
zonte constitutivo da intencionalidade. O que Investigaçðes
logicas are
em
sos não empfricos especificos como a variação eidética e que dão lugar a leis pro
ce como ponto de partida simplesmente dado, certo elemento sensível pontuale priamente eidéticas.
uma subietividade sintetizadora, vai se revelar como surgindo de processos cons. Em 1907, porém, Husserl já manifesta clara desconformicdade com essa nova
titutivos mais elementares. A consideração desses fenômenos vai obrigar Hus
determinação, e em 1913 nos dirá explicitamente que a mera oposicão entre fato
serl a ahandonar sua convicão inicial de que toda vivência intencional se deixa e eidos deve ser complementada e radicalizada pela oposição entre empiricoe
entender peko esquema apreensão conteúdo da apreensão. Descobre-se assim
-
transcendental. mundano e não mundano. Se Ivestiguções lógicas superou a na
o importante campo das 'sinteses passivas, nas quais se constituem as
primei. turalização das ideias. não superou a naturalização da consciència. O obieto da
ras formas de obietivaçãào. fenomenologia não é a subjetividade como elemento da natureza. tampouco a
esséncia desta. que propriamente deve ser tema de uma ontologia regpiomai." mas
Aquestão metodológica a condição de possibilidade última de toda natureza e. em definitivo. de todofe
O desenvolvimento da nômeno. Portanto, uma fenomenologia reaimente consequente so pode ser fe-
fenomenologia husserliana não só se caracteriza por
nomenologia transcendental.
uma ampliação e aprotundamento mas por uma constante reflexão sobre si mes-
ma. sobre seu significado e natureza. Afinal de contas, A realização de uma fenomenologia transcendental supõe um recurso meto
liza consequentemente
se a
fenomenologia rea- dico especial, uma redução. pela qual, mediante a suspensão da tese de existència
sua própria intuição fundamental, o que propriamente (epoche), algo diferente de toda duvida cética na existència do mundo, este se
tor
ela é ou deve ser?
Se na um puro fenômeno, de modo tal que a fenomenologia pode
focalizar em suas
ivestigacóes iogicas constitui uma obra fundacional da
e nela Husseri aplica plenamente um novo método, o método fenomenologia, condições últimas de possibilidades. A redução abre um campo de experiència.
nao por isso a consciencia reflexiva fenomenológico, a experiència transcendental, na qual é possivel um acesso intuitivo ao processo
que Husserl possui sobre sua práxis efetiva é
totalmente satisfatória. Em constitutivo do mundo. Se uma autèntica fenomenologia só pode ser transcen-
Ivestigações lógicas, Husserl
sua
íenomenologia de uma psicologia cientifico-natural, distingue
genética
já claramente
e causal, mas,
dental, uma autèntica filosofia transcendental so pode ser
é, em última instància, proceder intuitivamente.
ienomenologica. isto
identificando-a com o de seu
projeto
descritiva"
mestre Brentano, considera-a "psicologia
Retrospecto psicologia e filosofia
Contude,épropriamente a fenomenoiogia "psicologia"? Como fica essa A luta contra o "psicologismo" e, com ela, a delimitação da tenomenologia
dafenomenologia como psicologia, ainda que de um determinação diante da psicologia foram uma condição necessaria da constituição da tenome-
dopsicologismo esua separação absoluta entre lógica tip0
e
especial, com a feroz critica
psicologia? nologia. Ora, se Husserl vai adquirindo por meio de toda sua evolução
a uma
tluswerl omarti
uma ver yue Husserd
omede a nomenologia cvmo NÁolagia eidetica, estaha. sud ves, tem sua rais
e m outrem que
reftexiva, isto
Dessa forma a fenomenolagia passa a se dividir em duas, uma que é em sentido pleno O metodo para tematizar essa esfera não pode ser uma fenemenologia
mas sim uma fenomenologia
hermeneutica, uma fenomenologia que
psicologia, e outra propriamente transcendental e objetivante, com base nele mesma
situandose dentro de seu observada, simplesmente o explicite
Em um pnweso pouo conhecido que sd mencionaremos agora, Husserl So a partir daqui se pde abondar
de modo autenti amente radival a comsti
outra perspevtiva, o
vertauteirm suieste transenden
termina identitiando psicvolegia tenomenologica e tenomenologia transeenden tuiçdo do mnda Viste em tra
ia aleanN ata pela retayden
mas e
frma, culmina paradoxalnente um desenvolvimento que. por meio tal nao pwnde ser uma estera de experièn
tal dessa
e. Esta. pvr sua ves, d pante e r adewtata
de
diterentes
etaras, sempre esteve preocupado em distinguir psicologia e teno sujeitn
ta de tätic em sua tativintate.
aus, atinal de dvntas,
menogia. adequadamente em uma expli itaydo nd abietivante
verndadeiw fendmena e a smpmevnsd rignaria que
eaw
sueit tem h aman
do e de si mesnua
lvag levado ao de ttada a ta
Oprimado da atituade tooriv odjetivante obieto
tem
HEIDEGGER:A FENOMENOLOGIA HERMENÉUTICA
(do omho mmenal wnd
diçao ocidental d identiticaydo do ser ovun
ser
A Torma intencional buscada por Husserl como morphé é reivindicada até revisão de suas próprias análises e. ao mesmo tempo. indicando às mesmas
por Merlea possiveis eventuais clarificações e direções de desenvoivimento. O programa. as
Ponty como Gestalt. Sendo assim, a experiência sempre se då em um mundo
repleto de sim concebido. procura mais atender ao intercàmbio positivn a partir de ques
significação, näo existindo então matéria sem sentido.
toes pontuais, antes que oferecer uma resposta sistemática finai a fundamental
questão da relação entre a consideração natural e transcendenta.
A teoria da Gestalt oferece um verdadeiro
exemplo de descrição fenomeno-
iogica. sendo que a critica à hipótese da constância, quando aplicada em sua ra- BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
dicalidade. é um exemplo legítimo de redução fenomenológica. O
fenomenólo- Brentano E. Psicología desde el punto de vista empirico. Sánchez- Migailón
S, traduccróm v pre
go deve promover uma estreita relação entre fenomenologia e
refiexao fenomenologica que ignora a descrição
psicologia. Uma sentación. Salamanca: Ediciones Sigueme: 2020.
São Paaieor
psicológica comete um erro si- González Porta MA. Edmund Husserl: psicologismo. psicologia fenomenoiogia
e
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SINDICATO
M485p
Saraiva de
Meio. Fabiola Freire f u n d a m e n t o S niosoticos e campos de atuacão / E
Psicoiogia fenomenologica e
existencial: Oliveira Santos. -
1. ed. -
Impresso no Brasil
Printed in Brazil