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introdução àfenomenologia 3

CAPITULO 1
Lativo do idealismo alemao e a0 metodo transcendental
nenkantiano quanto por
Introdução à fenomenologia eontraposição ao metodo psicologico (seja sua variante em
iante "descritiva"). O interesse inicial de Husserl não diz "pura seja em sua
varia
cológicas, mas questôes epistemológicas essenciaimenterespeito
a questöes
vinculadas à
a

fa da matemática. Esse interesse não filo


desaparecerá em toda obra posterior
a
Brenda Soares
Tudo isso, no entanto, não implica não reconhecer que
Mario Porta to aportes decisivos no campo da psicologia.
a
fenomenoiogia tem fe-

OS PRINCIPAIS MOMENTOS DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA PSICOLOGIA


COMO DISCIPLINA ESPECIFICA
INTRODUÇA0
As origens da psicologia remontam à obra de Aristóteles e, em
particular. ao
O seu tratado De anima, que oterece o primeiro estudo sistematico do tema anun-
que aqui apresenta
texto se tem como
objetivo proporcionar ao estudante
ciado em seu titulo. Aristóteles considera a alma o principio que define todos os
de psicologia uma introdução histórico-evolutiva ao pensamento fenomenoló-
seresvivos, e distingue no homem très tipos de aima: a vegetativa, a animal ea
gico. de modo tal que ele possa identificar as origens remotas e próximas do mo-
vimento, seu processo de formação e suas
principais linhas de desenvolvimento. propriamente racional (Nous). A primeira é compartilhada com todos os seres
Com tal intuito, o texto será dividido seis vivos e a segunda é compartilhada por todos os animais, sendo unicamente a ter-
em
partes: ceira própria ou específica do ser humano.
1 0 processo de Com Descartes, assistiremos à negação da teoria tripartite aristotelica da
constituição da psicologia como disciplina específica. alma, com a qual se estabelece um corte absoluto entre o homem e os animais,
2
"psicologia pura" de Beneke.
A
3A "psicologia descritiva" de
Dilthey e Brentano. que passam a ser considerados meras máquinas. Alem disso. Descartes tambem
4 defende a decisiva tese de que alma e corpo são substàncias diterentes e que, en-
A fundação e o desenvolvimento da fenomenologia em Husserl.
quanto a essência do corpo é a extensão, a essència da alma éo pensar, o cogito.
A
transformação da fenomenologia em fenomenologia hermenêutica em
Heidegger e os ulteriores desenvolvimentos
6 E, finalmente, o
em
Merleau-Ponty.
surgimento recente da "fenomenologia naturalizada". Otraçado dessa nova distinção nos coloca um problema que se perpetuaria durante sé
culos:o dualismo entre almae corpo.
Para um estudante de
psicologia é fundamental não perder de vista que o fato de consi-
derarmos o desenvolvimento da extenso não pensa, como e possivel que
fenomenologia em estreita relação com o desenvolvi Se o que pensa nãoé extenso eo que è
mento da a alma atue sobre o
psicologia não significa
que a fenomenologia se essas duas substâncias se relacionem, isto é, como é possivel que
uma forma de psicologia. restrinja à psicologia ou seja alma e corpo è a distinção
corpo e o corpo sobre a alma? Correlata à distinção
entre

entre a experiência interna e a externa, tendo a primeira carater originario, ea segun-


imediato de si mesma, mas só
da, derivado. A alma teria um conhecimento direto e

lanto mediato do mundo externo. Como veremos, essa distinção serà essencial
a ideia de indireto e
descritiva em Brentano psicologia pura em Beneke quanto a de
uma
delimitar a psicologia da ciència natural."
uma
psicologia dpsicologia posterior, primariamente, para
surgem originariamente não
dependente da filosofia,
mas para
a
psicologia l para tornar
Esse fato se
mantém plenamente estabelecer um método
particular da
filosolla. é interna ou externa é um ponto de partida que
esta longe de ser ób-

método vigente quando chegamos a Husserl, no u e toda experincia neutral (Mach), para o qual a ex-

fenomenológico é pensado tanto por qua IO e


que será negado expressamente pelo
chamado monismo

respeitoa essa distinção.


contraposição ao método espee cu PETIencia elementar não é nem psíquica
nem tisica, mas neutra com
i i f t iitittt
existencial

e
fenomenológica Introdução à fenomenologia
6Psicologia

(Geisteswissenschaft aften), como a história,


ciências do espirito'
ação. A
cujo ob- tem a propriedade imanente e
definidora de se
ais), e as
compreender,
ou seja, captar
uma signiticaçäo.
psicologia scritiva
do espírito
Se todo fenômeno psiquico
isto é. apreende-se a si
ao mesmo tempo, dirige-se a si
mesmo,
jetivo é servir de
f u n d a m e n t o ås
cièncias
dirigir a algo, ele, como tampouco pos-
objetivo bases de uma
bas perceber
posso perceber,
sem algo,
tem como estabelecer as psicologia«como mesmo. Eu nãosó não

relação à fisiologia qua cièn-à


Brentano era
O objetivo de ao mesmo tempo que estou percebendo.
isto é, delimitada
tanto em so perceber sem saber
cia autonoma eempirica, inclusive constituir aaaantessala necessária de
uma
metafisica, e que pudesse
ciência autônoma só se viável se for psi ea forma de apreender o proprio percebersão
Ora, a forma de apreender o percebido
uma
cofsiologia. Nesse contexto, poss temático
objeto quanto um étodo especifico. Toda é explicito (por exemplo, o branco é o objeto
determinar para ela
tanto um
ciên diferentes. Enquanto o primeiro
saber de o branco) é não temático.
aquilo que Se apresenta na experiência de meu ver), o segundo (no caso, o
meu meu ver
cia empirica só podetercomo objeto
se é possivel psicologia
uma ciência emniri
como
seja, fenómena Portanto,
o

autônoma, diferente da ciència da natureza, 1Sso so ocorre porque há dois tinos


fenómenos fisicos e fenómenos psíquicos. não necessariamente o tem de
saber,
pode eventualmente ser explicitado,
mas
de fenomenos, a
Ele chamada por
fenômeno psiquico possui de si mesmo é
ser.A apreensão que todo
interna. constituira
Brentano de percepçåo interna e, distinguida da observação
Obsenve-se,poisiso é decisivo, que a distinção entre fisico e psiquico é em Brentano estudo dos fenòmenos psiquicos
a base de um
método próprio para o
uma distinção entre fendmenos, isto é, entre modos nos quais a realidade aparece, e
não uma distinçãoentresubstancias,como era em Descartes.
basica-
fenômeno psiquico possui uma estrutura. que
Doexposto até agora resulta que o
mesmo tempo que implicita-
mente consiste em se dirigirexplicitamentea um objeto ao
mente se dirigea si mesmo
Para distinguir entre fenômenos psíquicos e fisicos e, em consequência, para
estabelecer o objeto da psicologia, Brentano introduz o decisivo conceito de
"intencionalidade"" Todo fenômeno psiquico, nos diz Brentano, caracteriza-se analisar essa es-
por possuir em si algo como objeto, sendo que,
pelo contrário, todo fenômeno Pois bem, o objetivo da psicologia descritiva será justamente
fisico carece dessa com respeito à qual a distinção
entre intencionalidade e percepção in
propriedade. Um exemplo elementar de fenômeno psíquico trutura,
terna é simplesmente o primeiro passo.
éoperceber, por exemplo, o ver a cor branca deste papel que tenho na mão; um intencionalidade. Fenômeno psiquico e ato såo, em Bren-
exemplo elementar de fenómeno fisico, pelo contrário, é o branco do Detenhamo-nos na
sim-
seja, aquilo que vejo. Assim como na mais elementar papel, ou tano, sinônimos.' Em principio, a análise da intencionalidade
remete a uma

posterior de Brentano e
psiquico, como o amar, o odiar ou o lembrar, hápercepção,
em todo teno-
ples distinção entre ato e conteúdo objeto. evolução
meno ou A
em tal direção serà
no amar o
amado, no odiar o algo dado como objeto: sua escola refinará essa análise. Um primeiro passo decisivo
odiado, no lembrar o lembrado etc. usa indistintamente noçào a
dado por Twardowski, que observará que Brentano
distinção entre ambos
de objeto e de conteúdo do ato, exigirá
e uma explicita
em todo fenômeno psíquico
devemos distinguir très, e nào
O conceito de
Em consequência,
objeto. Nesse contex-
espirito (Geist) na Alemanha do século meramente dois elementos, a saber, o ato, o conteúdoeo
possul portugus atual e deve ser pensado com
no XIX não tem todas as ue
fenomeno essencialmente histórico. relação a suas objetivações naconotaoe to, o conteúdo é o meio pelo qual o ato se dirige ao objeto, e, sendo assim, o con
cultura co duas
Composterioridade, Dilthey insistirá no teúdo é imanente objeto é transcendente. Como consequència,
ao ato e o
meio de conteu-
Teoria etecnica da interpretação, papel essencial da hermenêutica, entendiaa como vivências intencionais podem se referir ao mesmo objeto por
quando considerarmos Heidegger. isto é, da
explicitação de sentido. Voltaremos a ponto dos diferentes.**
Eimportante observar que Brentano ess
talrazão, não define o considera o termo consciência um
niraintencionalidade,fenômeno
por
psiquico pela equ de Defi Ato no sentido de atualidade e não de ação.
de..,. pode não ser como se faz usualmente,consciência, mas pela intencionalidade. perdedor de Waterloo.
1
vencedor de Jena ou o
dizendo que toda
**
Por exemplo, posso pensar em Napoleão como o
recomendável. conscie
consciencia
8 PsicoOgld 9
Introdução à fenomenologla

Ainda que todo fenômeno psíquico contenha em si algo como objeto, não a
sua
maneira. isto é, o modo como o ato se
dirige a seu objeto pode números são objetos abstratos ou ideais, não entidades psiquicas. portanto
faz da mesma Hussert
riar. Existem três classes de fenômenos psiquicos, dos quais o básico ou funda- fundamentação não pode ser efetuada pela psicologia. mas pela lógica.
sao obje-
mental é o representar. pois está na base dos outros dois. Em toda vivência inten- reconhecerá a justeza da crítica de Frege e de sua tese de que números
tos abstratos, porém perceberá que
é inútil se limitar a postular a existência de
cional enquanto há um ato e um conteudo, ha um representar e um representado é
tais objetos, se não se torna compreensível como um sujeito psicológico real
Sobre a base da representação de um objeto, posso ulteriormente afirmar ou ne- tais idealidades. Para tal fim, pensa Husserl. a psicologia
descri-
capaz de captar
afirmação de exis- A reali-
gar sua existência. isto é, efetuar
um juízo, e
a sobre base dessa
téncia eu posso ulteriormente me posicionar de diferentes formas diante dele,
tiva brentaniana continua oferecendo
uma ferramenta nada desprezivel.

(1900), obra con-


zação de tal programa ficará plasmada em nvestigações lógicas
amando-o ou odiando-o, querendo-o ou não o querendo. siderada fundacional da fenomenologia.

Brentano firma-se aqui como ponto de referência da psicologia. A grande novidade A fenomenologia das Investigações lógicas
brentaniana é que a noção de psiquico já não se define pelo modo de acesso, mas por duas partes, nas quais se coloca pri-
Investigações lógicas se dividem em
As
uma qualidade intrinseca, a intencionalidade. a solução. Na primeira parte,
os Prole-
meiramente o problema e logo se mostra

acolhe faz sua a critica que Frege Ihe dirigira anteriormente


gômenos, Husserl e
de objetos
sistemática do "psicologismo, isto é, da redução
e efetua a refutação
idealidades a entidades psicológicas e, em geral, da lógica à psicolo-
Justamente tendo em vista que o psíquico se fixa pela intencionalidade, os abstratos ou
livre de psicologia, e entendida como
a ideia de u m a "lógica pura,
métodos próprios da ciência natural, bem como seus objetivos específicos, já gia, propondo
teoria da ciência.
não são adequados para tratar esse fenómeno. A partir de Brentano, o fenôme-
no da intencionalidade abre um campo de descrição que vai se complicando gra-
dativamente. Twardowski é tão só o primeiro passo. Mas, se a análise vai mediante análise fenomenoiógica, as bases de
ganhar Na segunda parte, Husserl estabelece,
graus de dificuidade, também vai se tornar mais complexa a reflexo sobre ela, oferece um fundamento adequado ao pretendido
uma concepção de subjetividade que
isto é, a clara determinação do que propriamente estamos fazendo ao fazer psi- acesso a objetos abstratos ou idealidades.
cologia descritiva.

husserliana vai consistir de fato


HUSSERL EA FUNDAÇÃO DA FENOMENOLOGIA A análise fenomenológica da subjetividade leitor iniciante
em uma interminável série de distinções, com respeito às quais o

detalhese manter a visão de conjunto.


dificilmente consegue não se perder em
Das matemáticas à fenomenologia atenção para o fato de que a analise husserliana se
Por tal razão, convénm chamar a

movimenta em três níveis, nos quais basicamente o terceiro depende do segundo


Observa-se no inicio deste capítulo que a fenomenologia surge como um inter-relações complexas entre si
e este do primeiro, mas que também apresentam
resolver problemas essencialmente filosóficos. Husserl começa sua
método para
carreira académica nas matemáticas, tendo sido assistente de um dos estrutura da intencio-
icos mais
matema A. Em primeiro lugar, Husserl efetua u m a análise da
importantes da sua época, Karl Weierstrass. O chamado processo de é notadamente mais complexa e retinada do que aquelas
aritmetização da análise levou a fundar as matemáticas na nalidade, a qual
noção de número na- Brentano e que tem sempre rete
tural e, desse modo, oferecidas até o momento na escola de
colocou com urgéncia a questão de uma anteriores dessa escola.
clarificação dessa posicionamentos
noção. Husserl v na psicologia descritiva de Brentano um caminho tal cla-
para
rència critica a
várias classificações das vivèncias
in-
rihcação e desenvolve esse projeto em sua
primeira obra, A filosofia da aritméti- 8. Em segundo lugar, Husserl opera na análise da
ca.Essa obra, porém, sofrerá uma tencionais em tipos básicos.
Essas classificações se tundam
tico voltado ao mesmo
duríssima critica da parte de outro matema- mas ào
a
mesmo tempo retinam. Te-
problema, Gottlob Frege. O ponto central de estrutura da vivência intencional,
Frege é que
Introdução à fenomenologia 11
básicos"
empregado expressão "tipos
a
para
distinguir.essas
mos
husserlianas do simples
estabelecin to de
grupos de classi
ficações
na linguagem comum, tais como lem. vivências
intencionais operados
icatórias
mbrar, imagi-
husserlianas é mais ge
Entre esses quatro elementos existe uma série de relações estruturais, que permite esta-
Cada uma das distinções classifica belecer as chamadas "leis eidéticas" ou de essência
nar etc.
contém como casos particulares esses grupos
ral e abstrata e
analisa as relações possíveis entre
anterior, Husserl
CSobre
sos tipos dea
basevivências intencionais, para os quais, também, t e r t lver.
mui- Essas leis são estabelecidas por um procedimento sistematico chamado va-
elementos são
refinando a análise inicial. riação eidética, no qual, ao mesmo tempo que certo elemento ou
tas vezes
tomados como ponto de partida e permanecem fixos, outros são ideaimente mo-
dificados, observando-se o resultado. Exemplos de tais leis eidéticas: atos comn
vivência intencional diferentes matérias podem possuir a mesma objetualidade: matéria e quaidade
A estrutura da elementos: objetualidade, mati.
Em todo ato podem
se distinguir quatro podem variar independentemente uma de outra etc.
e conteúdo representacional.
qualidade
Diferentes tipos de vivências intencionais
existem e outros Ao contrário de Brentano, Husserl não
identifica a estera do psiquico com a
Objetualidade: existem atos cujos objetos cujos ohie.
exista ou nãoo objeto do ato, todo ato en. esfera da intencionalidade, mas distingue dois tipos de fenomenos psiquicos ou
tosnão existem. Entretanto, propriedade inerente
sendo essa uma vivências, intencionais e não intencionais, e
admite a possibiidade de que estas

quanto tal dirige


se a um objeto, caso do conteúdo representacional A
últimas sejam parte das primeiras. Tal éo
ser objetos de atos (por exemplo, posso
ao ato. Napoleão e Zeus podem mera sensação, por exemplo,
a m e r a sensação de
vermeho não è uma vivència
tenha existido e o
segundo não, vivència intencional, por exempia davi
imaginar ambos), e, ainda que primeiro
o
intencional, mas pode s e r parte de uma
em ambos os casos
é uma qualidade intrinseca do ato a referência a eles. vência intencional de perceber uma bola vermelha
diretamente ao objeto, mas essa
B. Matéria: não existe um ato que se dirige
sempre mediada por
certo conteúdo peculiar." A matéria é
direção é Dentre as vivências intencionais, Husseri distingue
dois tipes sodjetivantese não ob
determina tanto
que dirija ao objeto quan-
o ato se
englobanamas ma c a t
aquele momento que jetivantes. 0 primeiro tipo compreende aquelas
vivenciasque
Posso me referir a Napoleão de diferen-
to a que objeto o ato se dirige. intelectuais ou cognitivas O segundo tipo
envoive vivencias que chamariames
goria de
vencedor da batalha de Jena ou como
tes formas, por exemplo, como o de afetivas ou volitivas
o perdedor de Waterlo0o.
ato
Qualidade: se não existe um ato sem matéria, tampouco existe um
stabeiecer uma base ènomeno
Não há ato que se dirija neutralmente ao objeto.
Sem- Dado objetivo das Ivestigaçds logicas
o
a analise ie
sem qualidade. ica obvio que
a solução de problemas epistemoiogicos
viv ncia intencional se dirige, por exemplo, a Napoleão,
0 lógica para
pre que uma Husserl se concentrará nas vivèncias obietivantes
ad-
faz de forma determinada: penso em Napoleão, imagino Napoleo,
miro Napoleão etc.
unicamente uma quaitate mass
objetivantes possuem por si
mesmas
D. Conteúdo representacional: todo ato contém um elemento de natureza Vivências não
representacie
sua maténia e conteido
em
tomam emprestado de uma vivencia objetivante
sensivel, uma sensação. Não existem atos puramente intelectuais que, e caneëm estas como
base de vivências objetivantes
última instància, não suponham um embasamento sensível. nal ou seja., constroem-se sobre a
Posso ima
ginar Napoleão como um senhor baixinho com a mão por baixo do pa sua parte.
letó, como um general em seu cavalo no meio da batalha etc.
sua vez.poderemos
estabelerer
u
Dentro desses dois tipos de vivèncias por dentro de cada um dos
base das distinçis posiveis
teriores classificações sobre a
materia e conteudo representacional
elementos da vivència, a saber, qualidade, si m e s
c o m o propria de
so possui
vivència nào objetivante
ente de Iwardowski, Husserl distingue entre conteúdo reale Porem, c o m o uma
o Cnteudo Tepresentacional à e
ideal, chamando aP primel
instanciação do segundo em um sujeito éria.
psicolog
12 Psicologia renomenologilde

Introdução à fenomenologia 13

ser classificadas por distinções na qualidad.


ma a qualidade, elas apenas podem dade
obviamente também sera possivel para vivéncias objetivantes Obviamente, enquanto os dois primeiros momentos da apreensão corres-
do ato, qual
a Em
fundadas em distinções ulterioree da
contrapartida, todas as outras classificações, de pondem respectivamente à matéria e ao conteúdo representacional primei-
matéria ou conteúdo representacional, valero täo só para vivências objetivane
ntes. ra análise, o terceiro
introduz uma novidade. E para dar conta dessas situações
Pela qualidade, vivências objetivantes podem ser classificadas em ponentes entre a essência intencional (essência de todo ato enquan-
que Husserl distingue
essência epistemológica do ato.
e não ponentes (ou o ato visa a sua objetualidade como existente ou não), pela to tal), a essência significativa e a
matéria, em nominais e proposicionais, e as primeiras em simples (singulares e
gerais) e compostas. Relações entre tipos de atos
Se, por um lado, as Investigações lógicas proporcionam
um conjunto enorme
Particular importäncia revestirá em Husserl distinções que podemos efetuar mas se articulam e m um sis-
entre vivèncias objetivantes de acordo com a maneira como funciona nelas o que de distinções que, como vimos, não são desconexas,
ti-
distinções será possível estabelecer diversas relações
e
tema, com base nessas
temos chamado, em principio e de modo extrenmamente indiferenciado, o con- entre atos
de relações entre atos e tipos de atos. Podemos distinguir relações
teúdo representacional, ou, mais concretamente, o modo como o conteúdo re- pos tal que um tipo de
estáticas ou comparativas, e relações dinâmicas,
puramente
presentacional se vincula à objetualidade. E o conteúdo representacional mera- considerar aqui três delas, a saber, fundação, preen-
ato dá lugar a outro. Vamos
mente um meio de referência ao objeto ou possui uma relação intrínseca com o chimentoe modificação.
objeto, de modo tal que contribui decisivamente ao constituir?
Essa diferença leva Husserl a distinguir dois tipos de atos objetivantes pelo
e não objetivantes é uma relação de funda-
conteúdo representacional, os signitivos e os intuitivos. Quando leio uma frase, A relação existente entre atos objetivantes
fundam em atos objetivantes
ção: atos não objetivantes se
por exemplo, "Napoleão é baixinho',e entendo seu significado, capto certo dado
sensível, o signo, e a partir dele me dirijo, pela captação de seu significado, a cer-
to objeto. O objeto desse ato, o ser baixinho de Napoleão, é intencionado pelo
é extremamente mais com-
Agora bem, a análise das relações fundação
de
ato, mas no é dado no ato. Pelo contrário, quando imagino ou quando perce- como um todo,
de fundaço entre atos
bo o Napoleäo baixinho, o objeto do ato é dado intuitivamente, seja no
primei plexa, pois podemos distinguira relação casos de funda-
ou entre momentos de atos,
isto é, podemos analisar em detalhe
ro caso por meio de sua imagem, seja no
segundo "em pessoa. Ora, tanto para na matéria de outro, da matéria de um ato, na maté-
poder imaginar quanto para poder perceber o Napoleão baixinho, certos dados ção da qualidade de um ato fundar sua matéria na
sensoriais estão em jogo, mas certamente de outra forma que quando percebo o ria de outro etc. Por exemplo, um ato proposicional pode
matéria de atos nominais etc.
signo "Napoleão é baixinho'. No caso de atos intuitivos, o conteúdo representa- sua própria
dirigem a certos objetos, mas às por
vezes
Atos não meramente se
cional é a base de uma caraterística peculiar desses atos: sua
"plenitude"
(Fiülle).
natureza possuem uma relaço intrínseca a outros atos, relação esta que, para
di
Começamos estabelecendo um esquema pretensamente universal e válido todo
ato pu-
ferenciar da intencionalidade, Husserl chama
de "intenção. Assim,
para a estrutura de qualquer vivência intencional. Agora vemos que, segundo o encontra
intuitivo correspondente, no qual
caso, háimportantes diferenças na própria estrutura da vivência intencional, de- ramente signitivo aponta a um ato
diferentes graus. O preenchimento (Er-
sempenhando o conteúdo representacional um seu preenchimento, e que pode possuir
papel essencialmente diferente de plenitude (Fiülle).
em atos
signitivose em atos intuitivos. fiüllung) pode possuir diversos graus meramente na medida em que algo se
não
Um ato pode surgir de outro ato,
subtrai. O caráter ponente é um
também na medida em que algo
se
mas
agrega, não ponentes são derivados
e
E por
essarazão que, em uma importante
passagem, Husserl altera caráter originário do ato, e, por essa razão, atos
primeira análise da estrutura intencional e nos diz que no ato se deve ligeiramentea
m o r r e u em
de atos ponentes. A afirmação "Napoleão
diferenciar en- surgem por neutralização subtraimos dela seu caráter
asser-
tre objetualidade, em mera frase se
qualidade e representação ou apreensão (Auffassung). Por sua vez, Santa Helena" se transforma
a
apreensão compõe de matéria da apreensão, conteúdo da
se
tivo. A neutralização é um tipo
de moditicação.
apreensão(signitiva ou intuitiva). apreensão e forma da
e existencial
14 Psicologia fenomenológica Introdução à fenomenologla 15

Aintuição categorial
anterior encontra seu coroamento Aevolução de Husserl posterior às Investigações lógicas
A complexa análise fenomenológica na

consciència da identidade do intencionado e intuído e


noção de verdade como
Não obstante sua decisiva importância como obra fundacional da fenomeno-
de intuição categorial, que, como sabemos, é propriamente a resposta última aue são só longa evolução não carente
começo de
Husserl proporciona à pergunta que tem orientado toda a análise: como é possivel logia, as Investigaçôes lógicas o uma

de dramáticas reviravoltas. Essa evolução pode seguida em torno de dois eixos,


ser

apreender entidades ideais e objetos abstratos, por exemplo, números? Existem referente ao âmbito de aplicação do método fenomenológico, e outro referen
um
não meramente intuições de objetos sensíveis, mas também intuições de objetos a fenomenologia husserliana tem de
si mesma.
te à própria autocompreensão que
abstratos, istoé, atos nos quais o meramente intencionado encontra sua realização
no preenchimento intuitivo. Tal é o caso das chamadas intuições categoriais, isto Aampliação temática
é, atos que se fundam em intuições sensiveis e seus objetos correspondentes, mas o âmbito temático da descri
As obras posteriores de Husserl vão ampliando
que têm um objeto próprio de natureza não sensivel que preenche sua intenção. lado, consideração de fenômenos in-
ção fenomenológica, incluindo, por
um a

outro, a consi-
tencionais singulares, como a imaginação, o espaço, corpo; por
o

deração de novas esferas e modos de experiência.

Classificação de
Estrutura do ato Relações entre atos das cièncias por formais, e
Tipos de vivncias Tipos de atos Se fenomenologia surge a serviço de uma epistemologia
a
lógicas a uma teoria da ciência em
sua própria natureza se estende já em Investigações
totalidade das esferas da experiência humana,
Objetualidade geral, ela rapidamente se estenderá à A crise da
incluídas as não cientificas até, finalmente, terminar perguntando-se, em

4 Não objetivantes ciência europeia, pela relação entre ambas.

Qualidade Intencionais Fundação


Ponentes
o século XIX, tanto nas
Objetivantes Neutralização O desenvolvimento efetivo da ciência caminha desde
Nãoponentes (modificação)/ matemáticas como na fisica, no sentido de um afastamento paulatino da intui-
com ela, da visão cotidiana do
ção sensível, daquilo propriamente imaginável, e,
mundo. Visto que a ciência opera esse afastamento, por um lado, o mundo coti-
4Simples
diano aparece cada vez mais como uma esfera especifica de experiència; por
ou-
Matéria Fundação
NominaisComplexos tro, a ciência se torna mais e mais incompreensível para
o homem que vive neste

Proposicionais Fundação mundo. De encontro a esse desenvolvimento da ciência, a fenomenologia


direto. Isso acontece
res-

desde a
uma necessidade de intuitividade, de ver
Signitivos ponde a
se tratava de uma
primeira à última obra de Husserl. Se em lnvestigações lógicas
Intuitivos Preenchimento das matemáticas que, em última instància, es
Conteúdo fundamentação fenomenológica
mesmo interesse básico
representacionalwaointencionais Sensiveis tabelecesse sua base na intuição categorial, em Crise o
ciência mundo da vida cotidiana e evi-
Fundação vai colocar como tarefa re-vincular a ao
Categoriais denciar seu fundamento nele.

0aprofundamento da análise
Figural Atos: estrutura,
classificaço àmbito temáti-
e
relações Em sua evolução, a fenomenologia nåo meramente amplia o

de vivèncias intencio-
co de sua descrição, mas o aprofunda, alcançando planos
instrumentos
nais cada vez mais primitivos. Esse aprofundamento exigirà novos
16 Psicologia tenomer

introdtução à fenomenoiogia 17

assim a evisar as
estruturas básica.
da descriçào fenomenologica. obrigando de
êxito em outras esferas
análise aplicadas anteriormente com
Particular inportäncia em tal sentido merecea descoberta da temnoralsaa
efeito, se a fenomenologia é psicologia. essa psicologia não se ocupa com dados
de como o fenámeno ahsolutamente originário. o Urphänomen, o último hori empiricos referentes à psique e não trata de estahelecer relaçôes constantes en-
"
tre fatos, mas com a estrutura essencial da stubjetividade. alcançada em proces
zonte constitutivo da intencionalidade. O que Investigaçðes
logicas are
em
sos não empfricos especificos como a variação eidética e que dão lugar a leis pro
ce como ponto de partida simplesmente dado, certo elemento sensível pontuale priamente eidéticas.
uma subietividade sintetizadora, vai se revelar como surgindo de processos cons. Em 1907, porém, Husserl já manifesta clara desconformicdade com essa nova
titutivos mais elementares. A consideração desses fenômenos vai obrigar Hus
determinação, e em 1913 nos dirá explicitamente que a mera oposicão entre fato
serl a ahandonar sua convicão inicial de que toda vivência intencional se deixa e eidos deve ser complementada e radicalizada pela oposição entre empiricoe
entender peko esquema apreensão conteúdo da apreensão. Descobre-se assim
-
transcendental. mundano e não mundano. Se Ivestiguções lógicas superou a na
o importante campo das 'sinteses passivas, nas quais se constituem as
primei. turalização das ideias. não superou a naturalização da consciència. O obieto da
ras formas de obietivaçãào. fenomenologia não é a subjetividade como elemento da natureza. tampouco a
esséncia desta. que propriamente deve ser tema de uma ontologia regpiomai." mas
Aquestão metodológica a condição de possibilidade última de toda natureza e. em definitivo. de todofe
O desenvolvimento da nômeno. Portanto, uma fenomenologia reaimente consequente so pode ser fe-
fenomenologia husserliana não só se caracteriza por
nomenologia transcendental.
uma ampliação e aprotundamento mas por uma constante reflexão sobre si mes-
ma. sobre seu significado e natureza. Afinal de contas, A realização de uma fenomenologia transcendental supõe um recurso meto
liza consequentemente
se a
fenomenologia rea- dico especial, uma redução. pela qual, mediante a suspensão da tese de existència
sua própria intuição fundamental, o que propriamente (epoche), algo diferente de toda duvida cética na existència do mundo, este se
tor
ela é ou deve ser?
Se na um puro fenômeno, de modo tal que a fenomenologia pode
focalizar em suas
ivestigacóes iogicas constitui uma obra fundacional da
e nela Husseri aplica plenamente um novo método, o método fenomenologia, condições últimas de possibilidades. A redução abre um campo de experiència.
nao por isso a consciencia reflexiva fenomenológico, a experiència transcendental, na qual é possivel um acesso intuitivo ao processo
que Husserl possui sobre sua práxis efetiva é
totalmente satisfatória. Em constitutivo do mundo. Se uma autèntica fenomenologia só pode ser transcen-
Ivestigações lógicas, Husserl
sua
íenomenologia de uma psicologia cientifico-natural, distingue
genética
já claramente
e causal, mas,
dental, uma autèntica filosofia transcendental so pode ser
é, em última instància, proceder intuitivamente.
ienomenologica. isto
identificando-a com o de seu
projeto
descritiva"
mestre Brentano, considera-a "psicologia
Retrospecto psicologia e filosofia
Contude,épropriamente a fenomenoiogia "psicologia"? Como fica essa A luta contra o "psicologismo" e, com ela, a delimitação da tenomenologia
dafenomenologia como psicologia, ainda que de um determinação diante da psicologia foram uma condição necessaria da constituição da tenome-
dopsicologismo esua separação absoluta entre lógica tip0
e
especial, com a feroz critica
psicologia? nologia. Ora, se Husserl vai adquirindo por meio de toda sua evolução
a uma

maior e diferenciada clareza da essència da tenomenologia, e se essa clareza gira


afirmar
em torno darelação da tenomenologia com respeito à psicologia, pode-se
Poucos anos depois, em tecunda a psicologia, abrindo novas possibilidades
1903, Husserl que própria
a fenomenologia
tidão da
primeira
sua percebe as equivocidades e a inexa- para ela e obrigando a recolocar permanentemente propria
a ideia de psicolo-

logia como psicologia determinaçâo,


e substitui descriti
a tenomenologia como psicologia
a
determinação da fenomeno
descritiva, pela definição como gia. A medida que Husserl entendia
e nào podia
psicologia eidética. Com va, reduzia a psicologia "cientifica" a uma psicologia genetico-causal,
senão opor uma à outra, distanciando seus metodos e objetivos. Não obstante,
Seja observado com
do a ser considerado respeito à reiação
deixavam totalmente fora Brentano.
por iniencionalidade-Lempo,
Mas que, em que o tema já tinha
principio, as primeiras análises comea de ontologia regio
Husseri distingue entre ontologia tormal, que vale para todo upo
de ente, e
consideração o caráier essencialmente intencionals o mundo.
temporal da conscienCia nal, que vale para um ipo de ente peculiar que compoe
19
Intraduçao à fenomenologia
18 Apgia tenomenolagicaeevistenial

tluswerl omarti
uma ver yue Husserd
omede a nomenologia cvmo NÁolagia eidetica, estaha. sud ves, tem sua rais
e m outrem que

her. Iase pressupoato, por ncidental o primade absuolhuto


da ati
lar ama ela do poasitiva nm a paiwlogia cientifia. pois claritica seus conceitus «la trauliyao filosotiea
ha com a totalidadle se perna de vista
a esfera
tumdamentais. Mas. vntdore a tenoenologia, finalmente, determina se cons ante o munda iwwe rimavden
tedrica
fas c o n que
tde prela relayàe pre temati
tenonenokgia transuendental., possidilita se a ideia de uma psicologia pura, a autenticamente originária constitueda
tenomenoldgkea é defr
esc apa an olthar teóric ou
swagia tenomenokgica." isto e, uma psicvbogia cujo tema è a intenciomali objetivante com a munde, a qual ou
ca e pre
dade, porenm consaderada como atividade de um ser que ta parte da naturesa mada por este quando a intenta tematizar

reftexiva, isto
Dessa forma a fenomenolagia passa a se dividir em duas, uma que é em sentido pleno O metodo para tematizar essa esfera não pode ser uma fenemenologia
mas sim uma fenomenologia
hermeneutica, uma fenomenologia que
psicologia, e outra propriamente transcendental e objetivante, com base nele mesma
situandose dentro de seu observada, simplesmente o explicite

Em um pnweso pouo conhecido que sd mencionaremos agora, Husserl So a partir daqui se pde abondar
de modo autenti amente radival a comsti

outra perspevtiva, o
vertauteirm suieste transenden
termina identitiando psicvolegia tenomenologica e tenomenologia transeenden tuiçdo do mnda Viste em tra
ia aleanN ata pela retayden
mas e
frma, culmina paradoxalnente um desenvolvimento que. por meio tal nao pwnde ser uma estera de experièn
tal dessa
e. Esta. pvr sua ves, d pante e r adewtata
de
diterentes
etaras, sempre esteve preocupado em distinguir psicologia e teno sujeitn
ta de tätic em sua tativintate.
aus, atinal de dvntas,
menogia. adequadamente em uma expli itaydo nd abietivante
verndadeiw fendmena e a smpmevnsd rignaria que
eaw
sueit tem h aman

do e de si mesnua
lvag levado ao de ttada a ta
Oprimado da atituade tooriv odjetivante obieto
tem
HEIDEGGER:A FENOMENOLOGIA HERMENÉUTICA
(do omho mmenal wnd
diçao ocidental d identiticaydo do ser ovun
ser

adeterminado a histrta da wntvlngta m vwNgudn


O movimento de Husserl
para a tenomenologia transcendental sotrerá re que essa identiticayo tem intelr tuaahoaydo
sistència por boa parte de seus
discipulos, dando lugar a escolas dissidentes, tais cia, o abandono da tenomenodngia retlexina e o aannduo dka
traahNma oam v a
como a escola de Münich, juntos, ade nando tal que sr a tenwneadNaa e
que considerava que a verdadeira tenomenologia era de ser
va
aquela das Investigaqdes logivas e que a virada transcendental ndo toi um menalagia hermendutiva, esta *evadea ia a ntadngaa riandanwnnalA
fundamentu, mas unma penda de rumo apn
Entretanto, se alguns discipulos
propunham retorno, outros, com AMartin A lenomenologia é pois não a forma mais radical da apistenolagia mas a
veradere
Heidegger, exigiam unm ulterior desenvolvimento da
reão radicalmente diterente tenomenologia em uma li método da ontologia
daquela proposta por Husserl.
ParaHeidegger, proposta fundamental da
a
"às coisas mesmas", delxando de lado todo fenomenologia é a de se ater ao fenômeno OUTROS DESENVOLVIMENTOS MERLEAU PONTY
preconceito epressuposto
ade runhu ngaitiu NI v?nn
Husserl nào é lado original eon o mundo ndo e

POsto que nào absolutamente tiel à essa


hais, ser questiona, a saber,
que a
proposta, pois parte de um pressu
cièncla
segundo certa ideia de fenomenologia
cièneia
deve ser ciència, e, ainda Aintencionalidade, antes tomada como polo sudjetive adsoluto da coascidncia érelr
como a forma última de tolo
AenNe que a sa tegrada ao corpo
psicologia pura de Hlusserl
nala tem a ver com a
psicologia pura e ienehs
ntroduçãeà fenomenelogia 21
Não se trata psicologia pura de tudo que é fisico.
mais de uma
pois nela
há divisão entre momentos intencionais e nao intencionais da experiência não
consequencia. tampouco propriamente uma doação de sentido. e, em e sem que a fenomenologia perca seu caráter propriamente filosófico especifi
co, isto é. transcendental. ela pode estabelecer
resultados desta. tomandn-os
um dialogo com a ciência natura
que atenda aos base para o refinamento ou
come

A Torma intencional buscada por Husserl como morphé é reivindicada até revisão de suas próprias análises e. ao mesmo tempo. indicando às mesmas
por Merlea possiveis eventuais clarificações e direções de desenvoivimento. O programa. as
Ponty como Gestalt. Sendo assim, a experiência sempre se då em um mundo
repleto de sim concebido. procura mais atender ao intercàmbio positivn a partir de ques
significação, näo existindo então matéria sem sentido.
toes pontuais, antes que oferecer uma resposta sistemática finai a fundamental
questão da relação entre a consideração natural e transcendenta.
A teoria da Gestalt oferece um verdadeiro
exemplo de descrição fenomeno-
iogica. sendo que a critica à hipótese da constância, quando aplicada em sua ra- BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
dicalidade. é um exemplo legítimo de redução fenomenológica. O
fenomenólo- Brentano E. Psicología desde el punto de vista empirico. Sánchez- Migailón
S, traduccróm v pre
go deve promover uma estreita relação entre fenomenologia e
refiexao fenomenologica que ignora a descrição
psicologia. Uma sentación. Salamanca: Ediciones Sigueme: 2020.
São Paaieor
psicológica comete um erro si- González Porta MA. Edmund Husserl: psicologismo. psicologia fenomenoiogia
e

métrico. Enquanto a psicoiogia, quando não radicalizada, fica Loyola; 2013


presa ao natura- González Porta MA. Psicologia e ilosofia: estudos sobre a quereBa em torno ao psicoiogismo
iismo causal. a reflexáo irrestrita fica refém de seu idealismo. São Paulo: Loyola; 2020.
mundo GAS6/57). Bs
y el problema de la concepción del
Heidegger M. La idea de la filosofia
traducción. Barcelona: Herder: 2005.
cudero JA,
Essa atitude mediadora de erste Teil Untersuchungen zur Phänome
Merleau-Ponty o transforma Husserl E. Logische Untersuchungen, Zweiter Band,
em um
importante precur- Erkenntnis. Den Hague. Nederland: Martinus Nijhott
1984. (Trabaiho
sor de uma
renovação fenomenológica que tem recebido de nologie und Theorie der
naturalizada
o nome
fenomenologia original publicado em 1901.) Fourth Drat (Paimer RE, transiator) Journaio
Husserl E. Phenomenology: Britannica Article,
1971:2(2):77-90.
the British Society for Phenomenology. Martins
Moura CAR, translator. São Paulo:
Merleau-Ponty M. Fenomenologia da percepço.
Fontes; 2006.
Handbook of phe
FENOMENOLOGIA NATURALIZADA Zahavi D. Naturalized phenomenoiogy. In: Schmicking
D, Gallagher S. (eds.).
Dordrecht: Springer: 2010.
nomenology and cognitive science.
Se a
fenomenologia surge originariamente em oposição e como alternati
va aonaturalismo promovido pelo exitoso
avanço da ciência natural, a
partir de
1950 se opera na filosofia uma
marcada tendéncia ao naturalismo que não dei-
xe de
consequncias para a fenomenologia. Resultado desse processo é que,
ter
ante
fenomenologia transcendental, constitui-se como alternativa
a

menologia naturalizada'. A fenomenologia naturalizada não é


uma
"feno
escola homognea, mas certa
tendncia na qual podem se propriamente uma
tes nuances, mais
radicais ou mais distinguir importan
do moderadas.
Entre estas últimas tem
particular atenço dos
psicólogos o trabalho desenvolvido por Dan Zahavi.ganna
Segundo esse autor, o estabelecimento das corretas
exige uma revisão tanto dorelações
gie ciencias da natureza
e

quanto do conceito de natureza,


entre
fenomenolo
conceito de transcendental
revisão que, de fato, a
proprio desenvoivimento fenomenologia, por seu
interno, ou seja, ao
como eiementos
integrar corpo e intersubjetividade
transcendentais, Lem contribuido a
promover. Sobre essa base
2022 por
meio
meio de contrato
de contrato com
com o
oss

organizadores
Manole L1da.,
e Editora
Coprright

Produçao
editorial:

Proieto gráfico:
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de Arte da
Editora Manole Organizadores
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de Melo, Gustavo Alvarenga


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inciui bibliografia e indice Fabiola Freire Saraiva de Melo


ISBN 9786555764642
Doutora em Psicoiogia da educação. Pós-doutorado em co-
Psicóloga. Mestra e
2. Psicologia existencial. I. Santos, Gustavo Alvarenga Oliveira. municação pela Universidade Autonoma de Lisboa. Professora no curso de psi
1.Fenomenologia.
I1. Titulo. cologia da Pontificia Üniversidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Supervisora
de estágios e pesquisadora-engajada de práticas relacionadas à educação, infàn-
CDD: 142.7
21-74709 cia. gênero e ensino de fenomenologias.
CDU: 165.62:159.9.07

Camila Donis Hartmann -

Bibliotecária CRB-7/6472 Gustavo Alvarenga Oliveira Santos


Universidade Católica de
Psicólogo. Mestre em Psicologia Clinica pela Pontificia
Buenos Aires, reconhe
Campinas-SP. Doutor em Psicologia pela Universidade de
cido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Protessor Adjunto do Depar
Todos os direitos reservados.
tamento de Psicologia da Universidade Federal
do Triàngulo Mineiro. Professor
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo,
Mestrado Protissional em Educação da Faculdade
colaborador no Programa de
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