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CONCEITOS * DEFINIÇÕES

Conhecimento - Elaboração racional do material fornecido a partir da experiência. É uma interpre-


tação da realidade, ou seja, uma organização conceptual dos dados que a perceção apreendeu no
nosso mundo, interior ou exterior. Conhecer é construir representações (objeto gnosiológico) a
partir da relação estabelecida entre o sujeito cognoscente (por vezes chamado sujeito epistémico) e os
objetos do mundo real.

Epistemologia - Palavra de origem grega (episteme, ciência + logia, estudo) que, a partir do séc. XVIII,
veio substituir a palavra gnosíologia para referir o ramo da Filosofia que se dedica ao estudo dos pro -
blemas do conhecimento científico. A palavra passou a ser utilizada, muitas vezes em substituição da
palavra gnosiologia (ou em paralelo com ela), e aplica-se sobretudo ao estudo dos problemas rela-
cionados com o conhecimento científico. É o estudo do conhecimento e a justificação da crença.

Gnosiologia - Designa a teoria clássica dos problemas do conhecimento. É a reflexão filosófica acerca
do conhecimento: interroga-se acerca do fundamento ou origem, validade e natureza do
conhecimento, questionando a sua validade, possibilidades e limites e a fonte donde provêm as ideias.

Objeto - Representa aquilo que se contrapõe ao sujeito, quer seja uma coisa do mundo físico, um
acontecimento já passado ou uma característica do próprio sujeito. Representa, ainda, o mundo ou as
coisas tal como julgamos que são. É tudo aquilo (ação, acontecimento, processo interno ou externo, …)
que pode ser percecionado, investigado, explicado pelo sujeito.

Objeto gnosiológico - O termo designa a representação que reproduz na mente do sujeito um objecto
ou urn ser captado pelos sentidos; é um ser ideal, meramente pensado, resultante da capacida de
racional de criação de conceitos. O significado gnosiológico da palavra «objeto» distingue-se do
significado ontológico, uma vez que o termo «objeto gnosiológico» designa uma representação do
«objeto ontológico» (ou real); só tem existência na mente e, por isso, só é objeto para um sujeito que o
constitui fazendo dele um conteúdo da sua consciência.

Objeto ontológico - O termo designa aquilo que tem existência própria (mesmo que a sua existência
seja psicológica. Exemplo: tanto um sonho como um avião são «objetos ontológicos»). O objecto em
si, o objeto real ou objeto em sentido ontológico não se confunde com o objeto gnosio lógico, que é uma
imagem mental (uma representação) do objeto ontológico.

Ontologia - Estudo do ser, ou seja, daquilo que efetivamente é (em contraste com aquilo que pode
vir a ser. Disciplina filosófica que responde à pergunta «o que é isso que é?», a pergunta radical da
Filosofia sobre a realidade.

Ontológico (do grego ontos. ser) - Termo utilizado pela Filosofia para designar a realidade, o ser (em
geral) e seres (particulares). Refere-se aos seres (pessoas, coisas, animais, etc.).
Perceção - É o processo de descodificação/interpretação/organização dos dados imediatos,
fornecidos pelos sentidos, de modo a constituir uma imagem (representação imagética) do
objeto. É a transformação da experiência sensorial em experiências significativas. É experiência
subjetiva dos objetos. Depende dos estímulos que ativam os nossos órgãos dos sentidos, mas
também depende da atividade da pessoa que organiza e configura esses dados, de acordo corn as
suas estruturas mentais: aprendizagens, experiências passadas, motivações, aptidões e, até,
personalidade.

Razão - Capacidade ou faculdade de estabelecer relações ou raciocinar: relaciona os dados dos senti-
dos, compara, distingue, abstrai, generaliza, estabelece relações (de implicação, de rncompati-
biliclade, de causalidade, etc.), num processo infinito de busca da verdade e de um conhecimento
objetivo e universal. Esta faculdade opera a partir de experiências particulares, depurando-as e fil-
trando o material obtido até chegar a noções gerais capazes de representar classes de objetos.
Segundo Piaget, esta capacidade é constituída progressivamente, desde uma fase inicial a que chamou
período sensório-motor, até ã fase da inteligência operatória formal. Na linguagem corrente, utíliza--se o
termo razão para falar de justificação ou argumento (exemplo: ele não tem razão no que diz).

Sensação - Estímulo bioelétrico (influxo nervoso) que, após ser recebido pelos órgãos sensoriais, é
conduzido ao cérebro, através dos nervos eferen-tes, onde é descodificado. Trata-se de um processo
fisiológico de ligação do organismo com o meio através dos órgãos sensoriais, e consiste na trans-
missão de um influxo nervoso (corrente elétrica que percorre os nossos nervos) desde o órgão sen-
sorial até aos centros de descodificação. Realiza-se pela ação dum estímulo específico sobre um receptor
que é apropriado para o receber. Assim, por exemplo, os olhos recebem estímulos luminosos, os
ouvidos estímulos sonoros, etc. A sensação consiste numa espécie de apreensão isolada das
qualidades dos objetos e constitui a base da percepção, se bem que não se possa isolar dela.

Sensibilidade - No contexto da filosofia kantiana, é a capacidade ou a faculdade do sujeito se deixar


impressionar pelo objeto e receber informações provenientes do mundo exterior. Na sensibilidade
existem, anteriormente â experiência, intuições puras de espaço e tempo, que permitem receber os
dados dos sentidos. Estas informações sensoriais situadas no espaço e no tempo são as intuições
sensíveis e constituem a matéria do conhecimento.

Sujeito - Designa aquilo que serve de suporte às representações formadas na mente do indivíduo hu-
mano, e é usado por oposição a objeto. Traduz uma idealização dos indivíduos humanos capazes de
conhecer e de ser. Entidade humana dotada de capacidades recetivas e cognitivas.

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