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INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO CIENTÍFICO - 2018.

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ENSAIO
24/10/2018

Considerações acerca do problema do conhecimento

BEDOLLA, José Nava. El problema del orígen del conocimiento humano. Los supuestos filosóficos con los
que se pretende resolver. IXTLI - Revista Latinoamericana de Filosofía de la Educación. Volúmen 4 -
Número 8 - 2017 - pp. 165 - 192

Falar sobre conhecimento é pensar sobre a realidade, ou seja, sobre como determinado indivíduo
compreende o seu ao redor, sobre qual é o caráter verdadeiro das coisas e se podem ou não existir
verdades absolutas, já que cada indivíduo vê o que o rodeia da sua maneira e por sua sua capacidade de
compreensão.
Diante de tantas práticas que podem ser utilizadas, pode-se definir que o conhecimento é uma
apreensão consciente de um objeto, em determinado lugar, em determinado tempo e em determinada
condição. Através disso, essa relação dada pela reflexão criada entre dois elementos, sujeito e objeto, que
influenciados por um terceiro elemento, a consciência, gera uma modificação diante do que se estabelece
entre o “sujeito cognoscente” e o “objeto-conhecido”.
Ambos se encontram na esfera ontológica, passando a esfera psicológica quando o sujeito
cognoscente estabelece uma relação com um objeto-conhecido, vindo a utilizar consciente ou
inconscientemente algumas suposições filosóficas mediante as quais pretende resolver os problemas do
conhecimento, estabelecendo uma relação lógica, mesmo que não essencial. No entanto, diante de
situações concretas e abstratas, quando se tem a intenção de conhecer, o sujeito cognoscente necessita
adentrar no objeto para conhecê-lo e pode sofrer limites de reflexão para entender totalmente a natureza do
objeto, pois estes podem se encontrar em mundos, planos ou esferas totalmente diferentes onde que
normalmente se encontram.
Com essa condição, podem ser identificados problemas do conhecimento, pois tanto o sujeito como
o objeto não podem chegar a ser conhecidos totalmente até sua essência, fazendo com que o
conhecimento em essência seja impossível. Os seres humanos sentem e pensam de maneira diferente e se
fazem presentes nesse mundo com capacidades específicas, com vivências que podem ser baseadas no
que condiciona sua sobrevivência, fazendo com que os sujeitos cognoscentes, na relações, tenham que
acordar sobre seus entendimentos diante de determinados objetos-conhecidos.
Se os seres humanos não chegam a conhecer a realidade em sua essência, ao menos usam suas
capacidades para dialogar sobre as realidades, sejam elas concretas ou abstratas, de qualquer fenômeno,
fato, acontecimento, objeto, ou seja, fazer a relação lógica entre o sujeito cognoscente e o objeto a ser
conhecido. Essa condição pode ser explicada pelo uso da razão e dos sentidos, e a influência destes leva a
pensar se conhecemos a realidade prioritariamente pelos sentidos ou pela razão (intelecto).
A partir do racionalismo, sabemos que a razão é prioritária diante do que se apreende pelos
sentidos, já que a linguagem é o instrumento básico da sobrevivência do ser humano e este de seus
conceitos e ideias. Assim, a razão é a ferramenta fundamental que nos permite captar e compreender a
realidade em constante transformação, e os filósofos racionalistas viram a matemática como forma de
conhecimento privilegiada pela condição analítica e de resolução calculista. A realidade compreendida a
partir dos sentidos é percebida graças a razão e seus conceitos unificadores que busca trazer à tona a
verdadeira essência do real.
Contra o racionalismo, pode-se encontrar também o empirismo, que pretende que todo
conhecimento que possuímos provêm das experiências, sustentando que essas fazem que criemos
conceitos em nossa mente, como concepções de nossa sensação. Diante disso, em sua filosofia, Kant
busca a conciliação entre a razão e a experiência (racionalismo e empirismo), já que para ele o nosso
conhecimento vem da experiência e o conhecimento sem experiência é incompleto. Kant ainda reconhece
que não é qualquer experiência que produz conhecimento caso os fatos não se relacionem entre si. Diante
disso, é a razão a encarregada de processar os fatos, buscando o sentido comum para a construção de
conhecimento.

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