Unidade 1 - Webaula 2 - Epistemologias, Crenças

e Verdades

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Seja bem-vindo(a) à Webaula 2 da disciplina Epistemologias e Fenômenos Religiosos

IN TR ODUÇÃO E OB JETIVOS

Introdução

TÓPICO 1

Epistemologias

TÓPICO 2

Crenças e Verdades

R ESUMO

Resumo

ATIVIDADE
 Atividade de Passagem

R EFER ÊN CIAS

Referências

Créditos
Lição 1 de 7

Introdução

Na aula anterior, vimos o que significa Epistemologia, seus principais questionamentos e algumas
tentativas de respostas. Nesta aula, refletiremos acerca da possibilidade de distintas interações dos
sujeitos com os objetos cognoscíveis. Nosso principal ponto de análise aqui é a consideração de
diferentes caminhos, diferentes interações de sujeitos e objetos, diferentes capacidades cognitivas e
objetos cognoscíveis. Esta análise partirá da ideia de que o conhecimento talvez envolva não somente
uma relação de um sujeito com um objeto, mas contextos sociais, valores, histórias do sujeito
cognoscente.

Analisaremos, assim, como a diversidade no âmbito epistemológico pode nos conduzir a uma
perspectiva de existência de crenças e verdades que resultam em diferentes tipos de conhecimento –
em outras palavras, em diferentes epistemologias.

C O NT I NU E
Lição 2 de 7

Epistemologias

Sob um ponto de vista que considera o conhecimento mais do que uma relação entre um sujeito e um
objeto, a realidade (com todos os seus objetos) é compreendida como um fenômeno que existe
independentemente da vontade humana, mas que é construída por uma conjunção de fatores sociais
decorrentes das ações humanas (BERGER; LUCKMANN, 1990). Desta forma, a realidade social, ou seja, o
contexto do qual faz parte o sujeito cognoscente, é determinante na constituição de percepções,
pensamentos e valores deste sujeito, ao mesmo tempo que ele, a partir de suas capacidades e
peculiaridades, sente, pensa e age sobre esta realidade. Como os sujeitos e os contextos variam, os
conhecimentos resultantes destas interações entre sujeitos e realidades diversas também variam e
originam, assim, uma noção de conhecimento com foco na construção, no processo, mais do que num
resultado fixo e único.

Sujeitos, Objetos, Contextos... Construção de Conhecimentos...

Diferentes Conhecimentos!
 Fonte: DME/FURB; 2021.

O processo de construção do conhecimento pode se dar em distintas direções e caminhos, resultando

em diferentes epistemologias. Estas podem ser, por exemplo, o senso comum, o conhecimento
científico, o conhecimento filosófico ou o conhecimento religioso. Nestas variações epistemológicas, o
olhar social e contextual para o sujeito e o objeto é fundamental na compreensão de como se
estabelecem as variadas crenças e verdades.
 Senso Comum...

Fonte: DME/FURB; 2021.

O conhecimento do senso comum é espontâneo e expressa a primeira compreensão que o sujeito

tem da realidade que o cerca. Este tipo de conhecimento é baseado em vivências particulares e sociais
resultantes de relações hereditárias e interações comunitárias e culturais. Ele parte da manifestação de
opiniões e crenças que, embora possam ser verdadeiras, muitas vezes, por não requererem nenhum
tipo de método, carecem de validação que ateste o seu significado lógico e veracidade. Neste sentido, é
possível afirmar que o sujeito se relaciona com determinado objeto e o identifica, porém a relação
epistemológica estabelecida não vem propriamente do sujeito, mas principalmente do contexto no
qual está inserido este sujeito.

Ciência...

Fonte: Unsplash

O conhecimento científico visa à análise dos fenômenos, tentando descobrir, entre outras coisas, as
relações de causa e efeito da realidade. O sujeito cognoscente, neste caso o cientista, busca, por meio
do método científico, alcançar seu objeto de forma precisa e objetiva. Este tipo de conhecimento é
sistemático, busca a coerência e oferece explicações bem fundadas, controláveis pela evidência fatual.
Por meio da formulação e prova de hipóteses e teorias, oferece verdades justificadas. Neste tipo de
conhecimento, a relação do sujeito com seu objeto se pauta na investigação minuciosa e na discussão
com os pares.

Filosofia...
 Fonte: DME/FURB; 2021.

O conhecimento filosófico se caracteriza pela intenção de compreender a totalidade da realidade,

assim como o instrumento capaz de apreender esta realidade, ou seja, a própria razão. Este tipo de
conhecimento surge do questionamento acerca de verdades estabelecidas muitas vezes pelo senso
comum e envolve uma postura crítica acerca dos fundamentos, dos pressupostos dos diversos
aspectos da existência humana, tanto do pensar quanto do agir. Estes aspectos englobam, entre
outros, o conhecimento que o ser humano possui e pretende possuir de si mesmo, da natureza, das
ações humanas, e de valores éticos e estéticos, por exemplo. O sujeito cognoscente, no caso o filósofo,
procede por meio da análise de conceitos, rigor metodológico e linguagem precisa, visando sempre ao
conhecimento dos pressupostos e da totalidade da realidade.

Religião...
 Fonte: Unsplash.

O conhecimento religioso está presente desde tempos remotos da vida humana, seja nas interações
da sociedade, seja de um modo particular do sujeito. O ser humano, através de atitudes, crenças e
práticas, tenta alcançar realidades não tangíveis e ter um relacionamento com a transcendência,
consigo mesmo, com as outras pessoas e com a realidade que o cerca. A peculiaridade deste tipo de
conhecimento é que seu objeto não é um objeto passível de observação, de verificação ou prova. O
conhecimento do sujeito, neste caso, baseia-se em crenças e verdades não necessariamente
justificadas racionalmente.

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Lição 3 de 7

Crenças e Verdades

Fonte: DME/FURB; 2021.

Crenças e verdades não justificadas racionalmente podem ser consideradas conhecimento? O que é
crença? O que é verdade?

Crença é uma representação mental que, quando expressa linguisticamente, pode ser verdadeira ou
falsa. Ela é considerada uma condição necessária para o conhecimento. Crença é sempre crença em
alguma coisa. Como interagimos com diferentes tipos de objetos, podemos ter uma multiplicidade de
crenças.
Já a “verdade” pode ser definida como o “reflexo” e a reprodução do objeto na mente do sujeito. Esta
definição corresponde a uma das mais conhecidas definições de verdade no âmbito filosófico e
linguístico. Ela é assumida desde a Antiguidade aos tempos atuais, seja por pensadores de distintas
áreas, seja pelo sendo comum. É a verdade como correspondência. Segundo esta definição, a
verdade é a concordância, a conformidade, a adequação do pensamento com o objeto ao qual ele se
remete. Esta definição carrega alguns pressupostos epistemológicos, como, por exemplo, a ideia de
que o sujeito se ajusta ao objeto que possui características próprias e independentes deste sujeito (o
racionalismo, o realismo e o objetivismo são alguns destes pressupostos). Mesmo aqueles que não
assumem estes pressupostos dialogam com esta “verdade”.

Ao final desta aula, é possível afirmar que diferentes tipos de conhecimentos podem expressar crenças
verdadeiras, crenças sem muitas verdades, crenças verdadeiras justificadas ou crenças não passíveis de
justificação racional, mas que podem ser verdadeiras. Tudo isto se traduz em distintas epistemologias,
que oferecem verdades e crenças do senso comum, da ciência, da filosofia e da própria religião.

Cabe-nos agora perguntar: quais são as crenças e verdades do conhecimento religioso? O que são os
fenômenos religiosos? Este é o tema da próxima Unidade desta disciplina!

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Resumo

O conhecimento pode ser compreendido a partir de uma multiplicidade de relações entre sujeito,
objeto e contextos. Nesta aula, estudamos algumas destas possibilidades de relação no conhecimento
do senso comum, do conhecimento científico, do conhecimento filosófico e do conhecimento
religioso. Estas diversas modalidades de abordagem do objeto mostram a importância da
consideração do processo de conhecimento, além de revelar a possibilidade de existência de diferentes
tipos de crenças e de verdades – inclusive verdades construídas a partir da relação do sujeito com
objetos não tangíveis, como é o caso do conhecimento religioso.

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Atividade de Passagem

De acordo com os conceitos apresentados nesta aula, no que se refere à transcendência, quais seriam
as possibilidades e os limites de o sujeito conhecer um “objeto transcendente”?

Fonte: Usplash.

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Lição 6 de 7

Referências

ARAÚJO, Inês Lacerda. Curso de teoria do conhecimento e epistemologia. Barueri, SP: Minha
Editora, 2012.

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. Construção social da realidade: tratado de sociologia do

conhecimento. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1990.

CHAUÍ, Marlena. Convite à filosofia. 14. ed. São Paulo: Ática, 2012.

HESSEN, Johannes. Teoria do conhecimento. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

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Créditos

Reitora Design Instrucional

Profa. Marcia Cristina Sardá Espindola Profa. Dra. Alessandra Hernandes
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Profa. Dra. Clarissa Josgrilberg
Vice-Reitor
Pereira
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Profissionalizante
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Professora Autora Lian Ricardo da Silva Santos

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