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2.

O CONHECIMENTO (abstracção da essência do objecto pela mente humana)


“São muitos os sinais de que o conhecimento se tornou o recurso económico mais importante
para a competitividade das empresas e dos países”.

Parte destes conhecimentos é produto das investigações científicas, do pensamento criador da


humanidade. “Para investigar é necessário pensar com lógica ”, pois não podemos realizar uma
investigação científica, se não desenvolvemos um pensamento lógico.
É muito importante relacionar os objectos, os fenómenos e os processos que estudamos para
ver o que existe de geral e particular entre eles, assim como estabelecer relações causa-efeito.
Isto permite desenvolver habilidades do pensamento lógico como: identificar, caracterizar,
comparar, argumentar, explicar…

Para definir o que é o conhecimento temos que considerar dois elementos clássicos,
estreitamente relacionados historicamente, o objecto a conhecer e o sujeito que conhece.
Quanto ao objecto a conhecer (não é uma porção material de alguma coisa), é tudo o que
rodeia o ser humano. Exemplo: coisas, processos, fenómenos, pessoas, animais, plantas, ar,
água, outros.
O ser humano é o sujeito que conhece a sua realidade, e todos nós, seres humanos,
possuímos estruturas que nos permitem apreender a realidade.
Exemplo: Conhecer a realidade que nos envolve e a nós próprios é um processo que se inicia
com o nascimento e termina com a morte. Um bebé, nos seus primeiros dias, não conhece de
imediato todo o seu mundo. Um idoso é
visto, pelos seus pares, como alguém
com uma grande experiência e
conhecimento da vida.

Ao longo da sua evolução e desenvolvimento, os seres humanos foram produzindo novos


objectos, descobrindo relações entre estes e a sua realidade.
Assim, antes de prosseguir, definamos realidade (o factível, o óbvio, os factores objectivos) e
verdade (adequação do objecto com as ideias do conhecedor):
Critérios de Verdade

Ciências Formais:
Obediência às regras da lógica
Ciências da Natureza:
Verificação do pensado com a experiência
Ciências sociais e humanas:
Compreensão do fenómeno que é investigado

Nesse âmbito, o pensamento humano revelou o seu cunho imaginativo e criador, confirmando-
se o nosso papel como o “ sujeito que conhece e actua sobre os objectos a conhecer,
criando novos conhecimentos “.
O objecto a conhecer encontra-se na realidade objectiva, sendo que o modo de ver a realidade
depende dos nossos conhecimentos, cultura, experiências – o reportório sócio-cultural
proveniente das nossas vivências e interacções - e até daquilo que estamos à espera ou à
procura.
Para definir o conhecimento, é preciso considerar dois elementos básicos, um “o objecto a
conhecer” e o outro “o sujeito que conhece”, simplesmente podemos dizer: “ É a relação que
existe entre o objecto a conhecer e o sujeito que conhece”.

Estruturas que permitem o conhecimento no ser humano


Os receptores ou órgãos dos sentidos são as primeiras estruturas que entram em contacto
com a realidade, recebem os estímulos do ambiente em forma de energia e transformam esta
energia em outra forma de energia, o impulso nervoso. Esta propriedade dos receptores de
captar a energia do ambiente e transformá-la em outra forma de energia (impulso nervoso)
permite que sejam chamados transdutores.
Cada receptor capta uma forma específica de energia, exemplo:
O receptor visual contém células especializadas para receber a energia luminosa que reflecte
em tudo que existe na realidade, e transforma-a em impulso nervoso;
O receptor auditivo contém células especializadas para receber as ondas ou energia sonora e
transforma-a em impulso nervoso;
O receptor olfactivo possui células especializadas para receber a energia gasosa que emana
da realidade e transforma-a em impulso nervoso.
De acrescentar que o próprio neo-cortex, exclusivo do ser humano, fruto de evolução, dotou-o
de capacidade de manipulação, preservação e criação de conhecimento no plano técnico,
tecnológico, artístico, filosófico, etc. Por isso, nos chamamos de HOMO SAPIENS, o “homem
que conhece e sabe”.

Evolução do crânio humano


O crânio humano tem mudado drasticamente durante os últimos 3 milhões de anos. A evolução desde o Australopithecus até o
Homo Sapiens, significou o aumento da capacidade craniana (para ajustar-se ao crescimento do cérebro), o achatamento do rosto,
o retrocesso do queixo e a diminuição do tamanho dos dentes. Na opinião dos cientistas, o inacreditável crescimento do tamanho
do cérebro pode estar relacionado com a maior sofisticação do comportamento dos hominídeos. Os antropólogos, por sua vez,
assinalam que o cérebro desenvolveu sua alta capacidade de aprendizagem e raciocínio, depois que a evolução cultural, e não a
física, mudou a forma de vida dos seres humanos.

Podemos dizer que o conhecimento é a relação entre o objecto a conhecer e o sujeito que
conhece mediante um mecanismo operatório, constituído pelas estruturas estudadas.
É muito importante que tenhamos consciência de como nos apropriamos do conhecimento.
O conhecimento é fundamental para o desenvolvimento social, é fundamental para investigar, é
fundamental para pensar, premeditar, criar, imaginar.
Porém, o conhecimento está em constante mutação, não é rígido, é um processo contínuo.
Mesmo que NÃO queiramos conhecer, isso é impossível. Mesmo que nos fechemos numa
sala, escura, sem luz, sem som, teremos sempre algo a conhecer: nós próprios!
Procuramos conhecer e depois estabelecer relações causais entre os objectos e a realidade,
ou em ciências sociais, por exemplo, entre uma atitude e um comportamento.
Usualmente, a causa antecede o efeito; em relação ao tempo, a causa origina o efeito, a causa
manifesta-se primeiro e o efeito depois. Para encontrar a causa de processos e fenómenos,
temos que recorrer à investigação, seja do passado ou presente. Claro que, em investigação
nem sempre é possível estabelecer relações de causalidade directa (por exemplo, uma pessoa
que não come carne num jantar de amigos, não quer dizer que seja vegetariana! Uma pessoa
que encontremos na rua, em França, a falar francês, pode não ser francês, pode ser um turista
Belga, etc…Em investigação, é preciso ter muito cuidado ao tentar estabelecer relações e
causalidades!).

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