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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Ensino à Distância

Tipos de conhecimento científico

Nome: Isac Alberto

Turma: X

Código: 708238672

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Praticas MIC, curso de
Licenciatura em Ensino de Português,
turma X, a ser entregue ao Docente:

Nampula, Maio de 2023


Índice
Introdução............................................................................................................................3

1.1.0 Conceitos Básicos De Conhecimento...................................................................4

1.1.1 Conhecimento Científico............................................................................................5

1.1.2 Característica do conhecimento científico..................................................................8

2.1.0 Tipos de conhecimentos científico...........................................................................10

Conclusão..........................................................................................................................11

Bibliografia........................................................................................................................12

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Introdução
O presente trabalho é um fruto de investigação com o tema (Tipos de conhecimento
científico).

Dando uma breve descrição relativo ao tema acima escrito, ao decorrer da história da
humanidade, surgiram diversos tipos de conhecimentos, podendo ser classificados e
diferenciados em conhecimento filosófico, conhecimento científico, conhecimento religioso,
conhecimento popular ou senso comum entre outros tipos. Esses conhecimentos expressam
características específicas, objectivando nortear os seres humanos a encontrarem respostas aos
questionamentos da vida em diferentes contextos históricos e podem resultar no surgimento
de novas dúvidas (SANTOS, 2020).

O objectivo desse trabalho é apresentar os diferentes tipos de conhecimentos, suas


características e funções.
Para a elaboração do presente trabalho, foi usada a metodologia de leitura de algumas obras
recentes, com vista a apresentar as informações de forma clara, fidedigna e concisa.

Quanto a sua organização, o trabalho está organizado da seguinte forma: capa, índice,
introdução, desenvolvimento, conclusão e as respectivas referências bibliográficas.

Palavras-chave: Conhecimento, Científico


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1.1.0 Conceitos Básicos De Conhecimento

(CYRINO & PENHA, 1992, p. 13). Existem três elementos necessários para que haja
conhecimento:
a) O sujeito, que é o ser que conhece;
b) O objecto, aquilo que o sujeito investiga para conhecer;
c) A imagem mental em forma de opinião, ideia ou conceito que resultam da relação sujeito-
objecto e que passa a habitar a subjectividade daquele que conhece.

O homem é, por natureza, um animal curioso. Desde que nasce interage com a natureza e
os objectos à sua volta, interpretando o universo a partir das referências sociais e culturais do
meio em que vive. Apropria-se do conhecimento através das sensações, que os seres e os
fenómenos lhe transmitem. A partir dessas sensações elabora representações. Contudo essas
representações, não constituem o objecto real. O objecto real existe independentemente de o
homem o conhecer ou não. O conhecimento humano é na sua essência um esforço para
resolver contradições, entre as representações do objecto e a realidade do mesmo. Fonseca
(2002, citado por Gerhardt & Silveira, 2009, p.13).

Partindo da concepção acima, pode-se concluir que a existência do conhecimento surge


mediante a presença de dois elementos fundamentais: O sujeito cognoscente (homem como
animal curioso com faculdade de conhecer) e objecto cognoscível (objectos à sua volta
que se podem conhecer).

Assim, no cômputo geral, o conhecimento é a reprodução sensível (sensações, percepções e


representações) e conceptual (conceitos, juízos, deduções, hipóteses, leis e teorias científicas)
da realidade objectiva (ou seja, que existe fora e independentemente da consciência), natural e
social, efetuada pelo cérebro humano.
Para ser mais sintético, o conhecimento pode ser encarado como sendo a
manifestação da consciência de conhecer. De acordo com Tartuce (2006, citado
por Gerhardt & Silveira, 2009) ao viver, o ser humano tem experiências
progressivas, da dor e do prazer, da fome e saciedade, do quente e do frio, entre
muitas outras. É o conhecimento que se dá pela vivência circunstancial e

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estrutural das propriedades necessárias à adaptação, interpretação e assimilação
do meio interior e exterior do ser.
Dessa maneira, ocorrem, então, as relações entre sensação, percepção e conhecimento, sendo
que a percepção tem uma função mediadora entre o mundo caótico dos sentidos e o mundo
mais ou menos organizado da actividade cognitiva.

1.1.1 Conhecimento Científico

De acordo com Júnior (1989), o conhecimento científico começa a partir do momento em que
as explicações saem do campo da opinião ou especulação e entram no mundo do método da
ciência. A partir do momento em que informações não sistematizadas e fragmentadas
começam a ser justificadas por meio de argumentos aceitáveis, o senso comum começa a
evoluir em direcção à ciência.

Para Gerhardt & Silveira (2009) a evolução de senso comum para conhecimento científico
passa pela determinação de um objecto específico de investigação e de um método para essa
investigação. Os mesmos autores consideram também que, o conhecimento científico se dá à
medida que se investiga o que se pode fazer sobre a formulação de problemas, que exigem
estudos minuciosos para seu equacionamento.

Utiliza-se o conhecimento científico para se conseguir, por intermédio da pesquisa, constatar


variáveis. As variáveis são a presença e/ou ausência de um determinado fenómeno inserido
em dada realidade. Essa constatação se dá para que o estudioso possa dissertar ou agir
adequadamente sobre as características do fenómeno que o facto apresenta .

Marconi e Lakatos (2008) afirmam que o conhecimento científico é basicamente factual


(baseado em factos), mas também pode ser racional e formalizado (caso da Lógica e da
Matemática). Segundo eles, a ciência factual distingue dois tipos de factos: os factos naturais
(que deram origem às ciências exactas, biológicas, da terra e da saúde) e os factos sociais (que
deram origem às ciências humanas, tais como a Sociologia, a Antropologia, o Direito, a
Economia, a Psicologia, a Educação, a Política etc).

Por sua vez o Gil (2008) considera a ciência como uma forma de conhecimento que tem por
objectivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada - se possível, com auxílio da
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linguagem matemática -, leis que regem os fenómenos. Segundo ele, embora sendo as mais
variadas, essas leis apresentam vários pontos em comum: capazes de descrever séries de
fenómenos; são comprováveis por meio da observação e da experimentação; são capazes de
prever - pelo menos de forma probabilística - acontecimentos futuros.

De acordo com Matallo Júnior (1989), o conhecimento científico começa a partir do momento
em que as explicações saem do campo da opinião (eu acho que) e entram no mundo do
método da ciência (eu sei que).

O senso comum é um conjunto de informações não sistematizadas, fragmentadas. A partir do


momento em que essas informações começam a ser justificadas por meio de argumentos
aceitáveis, o senso comum começa a evoluir em direção à ciência. Em outras palavras, o
senso comum trabalha com o juízo de valor, com o subjetivo. Assim, não há como determinar
se uma opinião é boa ou má, verdadeira ou falsa.

O desenvolvimento científico leva esses comportamentos informais a um formalismo, um


padrão aceitável pela maioria como verdade. Assim, a ciência pode ser definida como um
conjunto de proposições coerentes, objetivas e desprovidas (até certo ponto) de valorações
(MATALLO JÙNIOR, 1989).

O mesmo autor nos ensina que o conhecimento científico tem início em problemas que visam
solucionar questões práticas ou explicar irregularidades em padrões da natureza. Esses
problemas criam teorias que devem ser validadas por um programa investigativo de pesquisa.
Tais programas visam determinar leis que explicam e permitem fazer previsões (nem sempre
infalíveis).

A ciência é extremamente rigorosa em suas proposições, que, por sua vez, são fortemente
baseada em fatos verdadeiros. Surge aqui uma dúvida: o que é a verdade? É aquilo que
podemos ver, ou aquilo que podemos comprovar? E como podemos comprovar e saber que
algo é verdade? Vamos juntos tentar achar respostas para essa pergunta.

Alexandria era o maior centro cultural e econômico da Antiguidade. Seu maior tesouro era a
Biblioteca de Alexandria, fundada no século III a.C. por Ptolomeu I Sóter, e desenvolvida

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principalmente por seu filho, Ptolomeu II Philadelphus. Acredita-se que a biblioteca tenha
reunido mais de 700 mil rolos de papiros, selecionados por filósofos, matemáticos e
pesquisadores de diversas áreas (CHASSOT, 2004).
Qualquer navio que ancorasse em seu porto, era revistado em busca de pergaminhos, papiros
ou mapas. Se fossem encontrados, eram confiscados temporariamente, para serem copiados
(por artistas chamados copistas), e depois devolvidos. Essas cópias passavam a fazer parte do
acervo da biblioteca (SAGAN, 1982).

O nome biblioteca é pouco apropriado para exprimir a grandiosidade dessa instituição. Além
de um local para preservar os papiros e pergaminhos, a biblioteca comportava um grande
museu e uma academia onde os sábios debatiam suas teses. Haviam ainda salas onde médicos
faziam dissecações de pessoas e animais, locais com aparelhos para observações astronômicas
e jardins, onde se colecionavam plantas e animais exóticos. Todos os profissionais
pesquisadores da biblioteca eram profissionais assalariados da corte ptolomaica (CHASSOT,
2004).1

Apesar disso, a ciência fez avanços notáveis, como nos demonstra Sagan (1996, p. 24):
A ciência permite que a Terra alimente um número de seres humanos cem vezes maior, e sob
condições muito menos penosas, do que era possível há alguns milhares de anos. Podemos
rezar pela vítima do cólera, ou podemos lhe dar quinhentos miligramas de tetraciclina a cada
doze horas. [...] Podemos tentar a quase inútil terapia psicanalítica pela fala com o paciente
esquizofrênico, ou podemos lhe dar de trezentos a quinhentos miligramas de clazepina.

Renunciar à ciência significa abandonar muito mais que o ar condicionado, o toca


disco CD, os secadores de cabelo e os carros velozes. Nos tempos dos caçadores-
coletores, a expectativa de vida humana era cerca de vinte - trinta anos. Essa era
também a expectativa de vida na Europa ocidental no final do Império Romano e na
Idade Média. Ela só aumentou para quarenta por volta de 1870. Chegou a cinqüenta
em 1915, a sessenta em 1930, a setenta em 1955, e está se aproximando de oitenta
hoje em dia. [...] A longevidade talvez seja a melhor medida da qualidade física da
vida. (Se você está morto, pouco pode fazer para ser feliz). Essa é uma dádiva preciosa
da ciência para a humanidade – nada menos que o dom da vida.

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Marconi e Lakatos (2008) nos ensinam que o conhecimento científico é basicamente factual
(baseado em fatos), mas também pode ser racional e formalizado (caso da Lógica e da
Matemática).
A ciência factual distingue dois tipos de fatos: os fatos naturais (que deram origem às ciências
exatas, biológicas, da terra e da saúde) e os fatos sociais (que deram origem às ciências
humanas, tais como a Sociologia, a Antropologia, o Direito, a Economia, a Psicologia, a
Educação, a Política etc).

1.1.2 Característica do conhecimento científico

Caracteriza-se como factual porque está associado com ocorrências e fatos, também é
contingente pois as hipóteses podem ser validadas ou refutadas através de experimentação, e
não somente pela razão. Esse tipo de conhecimento é sistemático, pois objectiva estruturar
ideias que abarcam todo contexto do objecto de estudo. Portanto, o conhecimento científico é
falível pois nenhuma verdade é definitiva e absoluta, sendo o avanço científico factor
imprescindível para o surgimento de novas proposições e tecnologias que possibilitam a
transformação desse tipo de conhecimento (SANTOS, 2020).

decorrência dos dogmas não poderem ser contrariados (FERNANDES, 2004).

Conhecimento Científico: Real (factual), Contingente, Sistemático, Verificável, Falível,


Aproximadamente exacto

 Características das ciências factuais e do conhecimento científico:


 Racionalidade – utiliza a razão, raciocínios, conceitos;
 Objetividade – concorda com o objeto, é reproduzível;
 Factual – parte de fatos e volta a eles;
 Transcendente aos fatos – leva o conhecimento além dos fatos estudados;
 Analiticidade – o todo é decomposto nas partes;
 Clareza e precisão – é claro e preciso;
 Comunicabilidade – é transmitido a toda a humanidade;
 Verificável – é aceito e válido se passar pela prova da experiência;
 Sistematizável – pode ser logicamente organizado;
 Carente de investigação metódica – é planejado, segue do conhecido;
 Acumulativo – é consequência da seleção de conhecimentos anteriores;

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 Falibilidade – não é definitivo, absoluto ou final;
 Generabilidade – parte do específico para o geral, procura uniformidade;
 Explicabilidade – sua finalidade é explicar os fatos em termos de leis;
 Preditivo – é previsível;
 Aberto – não tem barreiras, limites, dogmas ou imposições;
 Utilidade – a experimentação confere conhecimento adequado das coisas

1.1.3 Espírito científico:


1. Espírito crítico – análise, questionamento, exame, julgamento;
2. Espírito de confiança – entusiasmo, equilíbrio entre ceticismo e docilidade ingênua;
3. Busca de evidências – procura da verdade pelas provas;
4. Espírito de análise – filosofia = síntese; ciência = análise;
5. Espírito positivo – apego à objetividade;
6. Espírito criativo – elaboração de hipóteses, busca de soluções;
7. Espírito indagador – ciência como um caminho, evolução.

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2.1.0 Tipos de conhecimentos científico

Definições conforme Iarozinski, 2012:

Ciência Básica é a que trata dos aspectos gerais ou fundamentais da realidade, produzida sem
preocupação com suas aplicações a curto prazo. A designação de Ciência Pura é muitas vezes
utilizada como seu sinônimo, no sentido de que é a investigação feita sem qualquer
preocupação com a aplicação.

Alguns autores e cientistas não apreciam essas designações por entenderem que a aplicação
dos conhecimentos gerados pode ser apenas uma questão de
tempo ou de oportunidade, como demonstrado à exaustão pela história da Ciência. Estas
pessoas preferem chamá-la Ciência Fundamental, no sentido de que se dedica à procura dos
fundamentos ou causas dos fenômenos observados

Ciência Aplicada é a produzida com a intenção de aplicar seus resultados à objetivos


práticos, ou seja, na técnica. Para fazer isso, a ciência aplicada utiliza os conhecimentos
gerados pelaciência básica.

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Conclusão
Feito o traalho, concluiu-se de que, a humanidade buscou ao decorrer da história, através de
diferentes tipos de conhecimento responder questionamentos sobre o seu lugar no mundo a
realidade que está inserida e a natureza que a circunda.

As quanto as perguntas podem ser de carácter filosófico, científico, religioso, divino ou senso
comum, mas buscam oferecer compreensão sobre determinado assunto, desde a reflexão sobre
si mesmo até a funcionamento de mecanismos essencialmente científicos.

No conhecimento científico começa a partir do momento em que as explicações saem do


campo da opinião e entram no mundo do método da ciência. Matallo Júnior (1989).

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Bibliografia

 Abraead, A. B. (2008). Educação Aberta e a Distância. ( 4ª.ed. ). São Paulo, Brasil:


Instituto Monitor.
 Belloni, M. L. (2003). Educação à distância. Campinas, Brasil: Autores Associados.
 Délio, José Kipper (2010). Breve história da Ética em pesquisa. 4ª ed. rev. atual.;
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, p. 7-9.
 Demo, P. (1985). Introdução à mitologia da ciência. São Paulo, Brasil: Atlas.
 Fhi30 (2019). Currículo de treinamento em ética, em pesquisa para representantes
comunitários. Maputo. Moçambique, p.4.
 Gerhardt, T, Engel & Silveira, D,Tolfo (2009). Método de Pesquisa. Rio Grande do
Sul: UFRGS Páginas: pp 11-29
 Gil, A. Carlos. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Editora
Atlas. Páginas: pp 01-06
 Gil, António Carlos (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social / António Carlos
Gil. - 6. ed. - São Paulo. Atlas. Página. 209.

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