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3.0. Conclusão...................................................................................................................... 12
1.1. Objectivos
Conceituar o conheciemnrto.
1.2. Metodologia
Para LAKATOS e MARCONI (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica, “[...] abrange toda
bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas,
boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc.
[...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto direto com tudo o que foi escrito, dito
ou filmado sobre determinado assunto [...]”, neste sentido optamos por pesquisa bibliográfica
e Internet.
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2.0. O Conhecimento
Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja conhecer e o
objecto a ser conhecido ou que se dá a conhecer.
De modo simples, pode-se dizer que "conhecer é elaborar um modelo de realidade" e "projetar
ordem onde havia caos" (CYRINO & PENHA, 1992, p. 13). Nesse sentido, três elementos são
necessários para que haja conhecimento:
Nosso conhecimento é bastante limitado. Aquilo que sabemos, não sabemos em profundidade
e de forma absoluta. Daí concluirmos que a maior parte do nosso conhecimento é relativa e
apenas provável, pois é ousado – embora possível – admitir uma certeza ou forma de
conhecimento absoluta. (CHARLOT, 2000).
Neste processo não podemos descartar que há certa apropriação do objeto pelo sujeito,
podendo, por vezes, este objecto fazer parte do sujeito ou confundir-se com ele próprio.
O conhecimento sensível ou sensorial, comum tanto aos homens quanto aos animais, é fruto
da atividade dos sentidos (ex.: percepção de cores, sons, imagens, lembranças, etc.).
Pelo conhecimento o homem penetra as diversas áreas da realidade para dela tomar posse,
situando cada ente, fato ou fenômeno isolado dentro de um contexto mais amplo, em que se
perceba seu significado e função, sua origem e estrutura fundamental.
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O conhecimento humano se divide em quatro níveis ou formas, permitindo quatro espécies de
consideração sobre uma mesma realidade:
Conhecimento Empírico.
Conhecimento Científico.
Conhecimento Filosófico.
Conhecimento Teológico.
É um conhecimento que existe desde a época dos homens das cavernas. É um conhecimento
passado de geração em geração, e que, de certa forma, deu origem a todos os outros tipos de
conhecimento. A grande maioria dos factos do nosso quotidiano actual tiveram origem no
senso comum, e muitas vezes, por mero acaso.
Pelo conhecimento empírico o homem simples conhece os factos e as coisas em sua ordem
aparente, por experiências feitas ao acaso, sem método, e por investigações pessoais feitas ao
sabor das circunstâncias da vida.
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Apresenta quatro características básicas:
A descoberta do fogo, por exemplo, foi um dos maiores saltos tecnológicos experimentados
pelos homens daquela época. O homem deve ter conhecido o fogo por acaso, mas a partir do
momento que dominou a arte fazer o fogo, passou a ter, pela primeira vez, uma possibilidade
de dominar a natureza. CHASSOT (2004) acredita que a cocção de alimentos foi uma provável
consequência da descoberta do fogo. Cozinhar alimentos exigiu a utilização de utensílios
impermeáveis e resistentes ao fogo (cerâmicas).
Representa aquelas verdades a que os homens chegaram não com o auxílio puro e simples da
inteligência, mas mediante a aceitação dos dados da revelação divina, da fé.
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divino; suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um
conhecimento revelado.
A postura dos teólogos e cientistas diante da teoria da evolução das espécies, particularmente
do Homem, demonstra as abordagens diversas: de um lado, as posições dos teólogos
fundamentam-se nos ensinamentos de textos sagrados; de outro, os cientistas buscam, em suas
pesquisas, fatos concretos capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses.
O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que
não poderão ser submetidas à observação: “as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência,
portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação” (TRUJILLO,
1974:12), por este motivo, o conhecimento filosófico é não verificável, já que os enunciados
das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser
confirmados nem refutados.
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É racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados.
Tem a característica de sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma
representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade.
Por último, é infalível e exato, já que, quer na busca da realidade capaz de abranger todas as
outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim
como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da observação (experimentação).
Sócrates é o primeiro grande filósofo grego, sendo a ele é atribuído a criação da Dialética
(debate no campo das ideias, que faz surgir as contradições), da Maiêutica (a arte de partejar
espíritos) e a ironia (a arte de interrogar). Sócrates não deixou nada escrito, mas muitas das
suas histórias chegaram até nós por meio das obras de discípulos como Platão e Xenofonte
(CHASSOT, 2004).
Platão, o segundo grande filósofo grego, defende a tese do inatismo da razão, ou seja, que o
homem já nasce com conhecimento. Platão fundou uma escola, a Academia, onde se
desenvolveu a Dialética e o seu mundo das formas (ou ideias). Era um escritor de grande
talento, que utilizava em seus escritos, um procedimento literário que o auxiliava a expor suas
teorias mais difíceis. Tal procedimento é a alegoria ou o mito. Suas obras mais famosas são
Mênon e República (MARCONI; LAKATOS, 2008), além de O político e As leis (CHASSOT,
2004).
Aristóteles (o terceiro grande filósofo grego), que foi discípulo de Platão, discordou da doutrina
platônica, depois de mais de vinte anos de Academia. Ele promoveu uma aproximação entre
os fenômenos e as formas, o que levou à criação do método indutivo. Essa discordância gerou
uma grande divergência com o seu mestre, Platão, a quem é atribuída a frase: “Aristóteles me
despreza como o potro que escoiceia a mãe que o deu à luz”. Aristóteles respondeu: “Amigo
de Platão, mas mais amigo da verdade” (CHASSOT, 2004, p. 51).
Aristóteles deixou Atenas e foi para a Macedônia, onde se tornou tutor do futuro rei Alexandre2
durante três anos. Quando retornou a Atenas, fundou a sua própria escola, chamada de Liceu
(que recebeu inestimável auxílio financeiro de seu ex-aluno, Alexandre), onde trabalhou por
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treze anos seguidos (CHASSOT, 2004). Suas obras mais famosas são Física (em quatorze
volumes) e Política (MATALLO JÙNIOR, 1989).
Filosofia e Ciência são irmãs: nasceram no mesmo local (Grécia), mesma época
(aproximadamente seis séculos antes de Cristo) e com o mesmo objetivo: a busca da verdade.
Ambas buscam uma sistematização do conhecimento. As duas caminharam praticamente
juntas desde o nascimento até o final do século XIX, quando houve uma cisão mais definitiva
entre as duas devido ao Positivismo.
As perguntas que a Filosofia tenta responder são diferentes daquelas que a Ciência consegue
responder. Enquanto a Ciência é fortemente baseada em factos, tentando estabelecer leis e
padrões, a Filosofia é especulativa, baseada principalmente na argumentação.
Perguntas como “Porque um corpo cai?” ou “Porque alguém morre?” ou ainda “Como
prolongar a vida?” são objetos de estudo da Ciência. Perguntas como “Existe alma?” ou “Se as
almas existem, como se ligam ao corpo” ou ainda “Até que ponto a eutanásia é um
procedimento ético” são objetos de estudo da Filosofia.
A Filosofia está num ponto intermediário entre a Teologia e a Ciência. Como Teologia, consiste
em especulações sobre assuntos a que o conhecimento exato não conseguiu chegar, mas como
Ciência, apela mais à razão humana do que à autoridade da tradição ou da revelação.
Há muitas questões, de grande interesse, que não podem receber tratamento científico e as
respostas que a Teologia lhes tem pretendido dar, por serem demasiado concludentes, fazem
com que o espírito moderno as encare com suspeita.
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Na perpectiva de FERNANDES (2009), o conhecimento filosófico distingue-se do científico
pelo objeto de investigação e pelo método. Os objetos da ciência são os dados próximos,
imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, pois sendo de ordem material e
física, são por isso suscetíveis de experimentação. O objeto da Filosofia é constituído de
realidades mediatas, não perceptíveis pelos sentidos e por serem de ordem supra-sensível.
É sistemático: sua base é a reflexão que busca ser a melhor tentativa de solução para os
problemas;
A nossa razão, portanto, entende a Filosofia, tem ao mesmo tempo algo de especulativo e de
místico: quer explicar e iluminar um pouco mais do que é cientificamente apresentado.
A Ciência nos dá fórmulas exatas a respeito do comportamento da matéria, mas nada nos diz a
respeito do seu valor, não no sentido econômico, mas existencial, de algo que interage com o
homem e modifica a sua vida. E o conhecimento deste valor, só a especulação filosófica nos
pode dar.
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desenvolvimento científico leva esses comportamentos informais a um formalismo, um padrão
aceitável pela maioria como verdade.
Assim, a ciência pode ser definida como um conjunto de proposições coerentes, objetivas e
desprovidas (até certo ponto) de valorações (MATALLO JÙNIOR, 1989). O mesmo autor nos
ensina que o conhecimento científico tem início em problemas que visam solucionar questões
práticas ou explicar irregularidades em padrões da natureza. Esses problemas criam teorias que
devem ser validadas por um programa investigativo de pesquisa. Tais programas visam
determinar leis que explicam e permitem fazer previsões (nem sempre infalíveis).
A ciência é extremamente rigorosa em suas proposições, que, por sua vez, são fortemente
baseada em fatos verdadeiros. Surge aqui uma dúvida: o que é a verdade? É aquilo que
podemos ver, ou aquilo que podemos comprovar? E como podemos comprovar e saber que
algo é verdade?
Conhecemos uma coisa de maneira absoluta, dizia Aristóteles, quando sabemos qual é a causa
que a produz e o motivo porque não pode ser de outro modo. Isto é saber por demonstração;
por isso a ciência reduz-se à demonstração. FERNANDES (2009)
Quando a ciência afirma conhecer o mundo dos fenômenos é porque descobriu que eles se
“comportam” dentro de uma certa regularidade, num sistema complexo, como que obedecendo
a leis. Eis o conhecimento científico: explicar essas leis naturais, as mesmas causas que
produzem os mesmos efeitos.
Segundo Einstein, “a ciência pode apenas determinar o que é, não o que deve ser”. O
conhecimento científico busca:
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a) tornar inteligíveis certos aspectos do universo explicando-os de maneira rigorosa,
criando um corpo de conhecimentos precisos, levando à criação de teorias;
b) conferir ao homem poder sobre a natureza.
MARCONI & LAKATOS (2008) nos ensinam que o conhecimento científico é basicamente
factual (baseado em factos), mas também pode ser racional e formalizado (caso da Lógica e da
Matemática). A ciência factual distingue dois tipos de factos: os factos naturais (que deram
origem às ciências exatas, biológicas, da terra e da saúde) e os factos sociais (que deram origem
às ciências humanas, tais como a Sociologia, a Antropologia, o Direito, a Economia, a
Psicologia, a Educação, a Política etc)
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3.0. Conclusão
Como vimos, o ser humano é capaz de produzir diversos tipos de informações, conhecimentos
e saberes. E disso ele é capaz porque pensa, problematiza, raciocina, julga, avalia, decide e age
no mundo. O humano é interacional. É relacional e é em meio às múltiplas relações que
vivencia no mundo que ele pode construir representações deste mundo.
Nesse sentido, um tipo de conhecimento não é melhor que o outro. Eles devem ser vistos numa
perspectiva de complementaridade, interdisciplinaridade e até de transdisciplinaridade.
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Referências Bibliográficas
CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, revista
e ampliada, 2000.
RUSSELL, Bertrand. História do pensamento ocidental: a aventura das idéias dos pré-
socráticos a Wittgenstein. 6. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
__________. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no
escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
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