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Índice

1.0. Introdução ....................................................................................................................... 2

1.1. Objectivos ....................................................................................................................... 2

1.1.2. Objectivo geral ................................................................................................................. 2

1.1.3. Osbjectivos específicos .................................................................................................... 2

1.2. Metodologia .................................................................................................................... 2

2.0. O Conhecimento ............................................................................................................. 3

2.1. Tipos de conhecimento ................................................................................................... 4

2.1.1. Conhecimento Popular ou Senso Comum (Empírico) ................................................ 4

2.1.2. Conhecimento Religioso ............................................................................................. 5

2.1.3. Conhecimento Filosófico ............................................................................................ 6

2.1.4. Conhecimento Científico............................................................................................. 9

2.2. Características dos quatro tipos de conhecimento ........................................................ 11

3.0. Conclusão...................................................................................................................... 12

Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 13


1.0. Introdução

No presente trabalho, pretendemos juntos com os colegas que tenhamos um breve


entendimento, através da história, sobre a compreensão das influências de várias teorias do
conhecimento estabelecendo parâmetros de avaliação, critérios de verdade, objetivação,
metodologia e relação sujeito e objecto para os vários modos de conhecimentos diante da crise
da razão que se instaurou no século XX e que há de se prolongar neste presente século, através
dos desafios da construção de uma ética normativa compatível com as evoluções das
descobertas e do conhecimento no campo científico.

1.1. Objectivos

1.1.2. Objectivo geral

 Conceituar o conheciemnrto.

1.1.3. Osbjectivos específicos

 Identificar os diferentes tipos de conhecimento;


 Destacar a importância do conhecimento.
 Diferenciar o conhecimento empírico do científico;

1.2. Metodologia

Para LAKATOS e MARCONI (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica, “[...] abrange toda
bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas,
boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc.
[...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto direto com tudo o que foi escrito, dito
ou filmado sobre determinado assunto [...]”, neste sentido optamos por pesquisa bibliográfica
e Internet.

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2.0. O Conhecimento

Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja conhecer e o
objecto a ser conhecido ou que se dá a conhecer.

De modo simples, pode-se dizer que "conhecer é elaborar um modelo de realidade" e "projetar
ordem onde havia caos" (CYRINO & PENHA, 1992, p. 13). Nesse sentido, três elementos são
necessários para que haja conhecimento:

 O sujeito, que é o ser que conhece;


 O objeto, aquilo que o sujeito investiga para conhecer;
 A imagem mental em forma de opinião, ideia ou conceito que resultam da relação
sujeito-objeto e que passa a habitar a subjetividade daquele que conhece.

Nosso conhecimento é bastante limitado. Aquilo que sabemos, não sabemos em profundidade
e de forma absoluta. Daí concluirmos que a maior parte do nosso conhecimento é relativa e
apenas provável, pois é ousado – embora possível – admitir uma certeza ou forma de
conhecimento absoluta. (CHARLOT, 2000).

Para CHASSOT (2004), o conhecimento é, assim, produto da conjunção da atividade do sujeito


com a manifestação de um objecto que de alguma forma se lhe mostra atraente/interessante;
surge da reação do organismo a um estímulo conveniente.

Neste processo não podemos descartar que há certa apropriação do objeto pelo sujeito,
podendo, por vezes, este objecto fazer parte do sujeito ou confundir-se com ele próprio.

O conhecimento sensível ou sensorial, comum tanto aos homens quanto aos animais, é fruto
da atividade dos sentidos (ex.: percepção de cores, sons, imagens, lembranças, etc.).

O conhecimento intelectivo ou intelectual, atributo/privilégio dos homens, resulta da


capacidade de pensar, refletir, abstrair; na condição de construir conceitos, princípios, leis,
teorias.

Pelo conhecimento o homem penetra as diversas áreas da realidade para dela tomar posse,
situando cada ente, fato ou fenômeno isolado dentro de um contexto mais amplo, em que se
perceba seu significado e função, sua origem e estrutura fundamental.

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O conhecimento humano se divide em quatro níveis ou formas, permitindo quatro espécies de
consideração sobre uma mesma realidade:

2.1. Tipos de conhecimento

Tem-se, então, os diferentes tipos de conhecimento:

 Conhecimento Empírico.
 Conhecimento Científico.
 Conhecimento Filosófico.
 Conhecimento Teológico.

2.1.1. Conhecimento Popular ou Senso Comum (Empírico)

É um conhecimento que existe desde a época dos homens das cavernas. É um conhecimento
passado de geração em geração, e que, de certa forma, deu origem a todos os outros tipos de
conhecimento. A grande maioria dos factos do nosso quotidiano actual tiveram origem no
senso comum, e muitas vezes, por mero acaso.

O conhecimento empírico, é também chamado de vulgar, é o conhecimento do povo, obtido ao


acaso, a partir da observação dos acontecimentos e das relações do mundo material exterior,
pela qual o homem toma consciência das experiências alheias, incorporando, principalmente
pela tradição, o legado das ideias transmitidas de geração a geração. É o conhecimento da
cultura popular. (TATON, 1959 apud CHASSOT, 2003, p. 24).

Pelo conhecimento empírico o homem simples conhece os factos e as coisas em sua ordem
aparente, por experiências feitas ao acaso, sem método, e por investigações pessoais feitas ao
sabor das circunstâncias da vida.

O conhecimento empírico é intuitivo, inexato e imediatista, desprovido de cientificidade.


Enfim, é o conhecimento subjetivo.

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Apresenta quatro características básicas:

1) É assistemático: adquire-se ao acaso, à medida que as coisas e os factos se apresentam.


Sua construção não segue um procedimento de rigor técnico;
2) É acrítico: não admite dúvidas acerca de sua superficialidade. Supõe que as coisas são
como parecem ser. Não examina a validade ou verdade deste conhecer;
3) É impreciso: destina-se exclusivamente à sobrevivência biológica do homem no seu
meio físico, ignorando outros fatores mais profundos, interferentes e determinantes em
termos da cultura e do meio social, etc.;
4) É autocontraditório: a imprecisão do conhecimento vulgar torna-o quase sempre
contraditório, inconsistente, falho na essência de suas constatações.

Quando o conhecimento vulgar é admitido por influência da religião, temos a chamada


“mentalidade média”, que é a visão radical sacralizada. Quando se assenta na opinião comum
a todas as pessoas, falamos do “senso comum”.

A descoberta do fogo, por exemplo, foi um dos maiores saltos tecnológicos experimentados
pelos homens daquela época. O homem deve ter conhecido o fogo por acaso, mas a partir do
momento que dominou a arte fazer o fogo, passou a ter, pela primeira vez, uma possibilidade
de dominar a natureza. CHASSOT (2004) acredita que a cocção de alimentos foi uma provável
consequência da descoberta do fogo. Cozinhar alimentos exigiu a utilização de utensílios
impermeáveis e resistentes ao fogo (cerâmicas).

2.1.2. Conhecimento Religioso

Representa aquelas verdades a que os homens chegaram não com o auxílio puro e simples da
inteligência, mas mediante a aceitação dos dados da revelação divina, da fé.

Vale-se, de modo geral, do argumento de autoridade. São os conhecimentos adquiridos nos


Livros Sagrados [Bíblia (cristianismo); Torá (judaísmo); Alcorão (islamismo); Bhagavad Gita
(hinduismo); Dhammapada (budismo), etc.] e aceitos (racionalmente) pelos homens depois de
terem passado pela crítica histórica mais exigente.

O conhecimento religioso, isto é, teológico, apoia-se em doutrinas que contêm proposições


sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse
motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento
sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador

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divino; suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um
conhecimento revelado.

Para MATALLO JÚNIOR (1989), o conhecimento religioso ou teológico parte do princípio de


que as “verdades” tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em “revelações” da
divindade (sobrenatural). A adesão das pessoas passa a ser um ato de fé, pois a visão sistemática
do mundo é interpretada como decorrente do acto de um criador divino, cujas evidências não
são postas em dúvida nem sequer verificáveis.

A postura dos teólogos e cientistas diante da teoria da evolução das espécies, particularmente
do Homem, demonstra as abordagens diversas: de um lado, as posições dos teólogos
fundamentam-se nos ensinamentos de textos sagrados; de outro, os cientistas buscam, em suas
pesquisas, fatos concretos capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses.

Na realidade, vai-se mais longe. Se o fundamento do conhecimento científico consiste na


evidência dos factos observados e experimentalmente controlados, e o do conhecimento
filosófico e de seus enunciados, na evidência lógica, fazendo com que em ambos os modos de
conhecer deve a evidência resultar da pesquisa dos fatos, ou da análise dos conteúdos dos
enunciados, no caso do conhecimento teológico o fiel não se detém nelas à procura de
evidência, mas da causa primeira, ou seja, da revelação divina.

A função do conhecimento religioso é, como em qualquer tipo de conhecimento, o de fornecer


respostas para nossas perguntas. Neste caso, não são perguntas científicas, mas perguntas
relacionadas às nossas dúvidas existenciais, aos nossos anseios, destinos e laços que nos
remetem a uma entidade superior.

2.1.3. Conhecimento Filosófico

O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que
não poderão ser submetidas à observação: “as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência,
portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação” (TRUJILLO,
1974:12), por este motivo, o conhecimento filosófico é não verificável, já que os enunciados
das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser
confirmados nem refutados.

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É racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados.
Tem a característica de sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma
representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade.

Por último, é infalível e exato, já que, quer na busca da realidade capaz de abranger todas as
outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim
como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da observação (experimentação).

Ao se estudar a história do nascimento da filosofia, que influenciou todo o pensamento


ocidental, é comum dividirmos essa história em duas: antes de Sócrates (os pensadores pré-
socráticos) e depois de Sócrates (representados pelo três grandes filósofos: Sócrates, Platão e
Aristóteles).

Sócrates é o primeiro grande filósofo grego, sendo a ele é atribuído a criação da Dialética
(debate no campo das ideias, que faz surgir as contradições), da Maiêutica (a arte de partejar
espíritos) e a ironia (a arte de interrogar). Sócrates não deixou nada escrito, mas muitas das
suas histórias chegaram até nós por meio das obras de discípulos como Platão e Xenofonte
(CHASSOT, 2004).

Platão, o segundo grande filósofo grego, defende a tese do inatismo da razão, ou seja, que o
homem já nasce com conhecimento. Platão fundou uma escola, a Academia, onde se
desenvolveu a Dialética e o seu mundo das formas (ou ideias). Era um escritor de grande
talento, que utilizava em seus escritos, um procedimento literário que o auxiliava a expor suas
teorias mais difíceis. Tal procedimento é a alegoria ou o mito. Suas obras mais famosas são
Mênon e República (MARCONI; LAKATOS, 2008), além de O político e As leis (CHASSOT,
2004).

Aristóteles (o terceiro grande filósofo grego), que foi discípulo de Platão, discordou da doutrina
platônica, depois de mais de vinte anos de Academia. Ele promoveu uma aproximação entre
os fenômenos e as formas, o que levou à criação do método indutivo. Essa discordância gerou
uma grande divergência com o seu mestre, Platão, a quem é atribuída a frase: “Aristóteles me
despreza como o potro que escoiceia a mãe que o deu à luz”. Aristóteles respondeu: “Amigo
de Platão, mas mais amigo da verdade” (CHASSOT, 2004, p. 51).

Aristóteles deixou Atenas e foi para a Macedônia, onde se tornou tutor do futuro rei Alexandre2
durante três anos. Quando retornou a Atenas, fundou a sua própria escola, chamada de Liceu
(que recebeu inestimável auxílio financeiro de seu ex-aluno, Alexandre), onde trabalhou por

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treze anos seguidos (CHASSOT, 2004). Suas obras mais famosas são Física (em quatorze
volumes) e Política (MATALLO JÙNIOR, 1989).

Filosofia e Ciência são irmãs: nasceram no mesmo local (Grécia), mesma época
(aproximadamente seis séculos antes de Cristo) e com o mesmo objetivo: a busca da verdade.
Ambas buscam uma sistematização do conhecimento. As duas caminharam praticamente
juntas desde o nascimento até o final do século XIX, quando houve uma cisão mais definitiva
entre as duas devido ao Positivismo.

As perguntas que a Filosofia tenta responder são diferentes daquelas que a Ciência consegue
responder. Enquanto a Ciência é fortemente baseada em factos, tentando estabelecer leis e
padrões, a Filosofia é especulativa, baseada principalmente na argumentação.

Perguntas como “Porque um corpo cai?” ou “Porque alguém morre?” ou ainda “Como
prolongar a vida?” são objetos de estudo da Ciência. Perguntas como “Existe alma?” ou “Se as
almas existem, como se ligam ao corpo” ou ainda “Até que ponto a eutanásia é um
procedimento ético” são objetos de estudo da Filosofia.

A Filosofia está num ponto intermediário entre a Teologia e a Ciência. Como Teologia, consiste
em especulações sobre assuntos a que o conhecimento exato não conseguiu chegar, mas como
Ciência, apela mais à razão humana do que à autoridade da tradição ou da revelação.

Todo dogma, toda crença, pertence à Religião.

Todo conhecimento positivo, definido, pertence à Ciência.

Há muitas questões, de grande interesse, que não podem receber tratamento científico e as
respostas que a Teologia lhes tem pretendido dar, por serem demasiado concludentes, fazem
com que o espírito moderno as encare com suspeita.

Bertrand Russel cita alguns desses problemas:

a) acha-se o universo dividido em espírito e matéria? O espírito estaria sujeito à matéria


ou seria dotado de forças independentes?
b) para onde marcha o universo? Tem algum propósito? Está evoluindo?

A Filosofia, voltada reflexiva e criticamente para os fundamentos do conhecimento e buscando


compreender os valores que dirigem a ação, procura conhecer a origem dos problemas e criar
para eles respostas racionais, à base de provas especulativas.

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Na perpectiva de FERNANDES (2009), o conhecimento filosófico distingue-se do científico
pelo objeto de investigação e pelo método. Os objetos da ciência são os dados próximos,
imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, pois sendo de ordem material e
física, são por isso suscetíveis de experimentação. O objeto da Filosofia é constituído de
realidades mediatas, não perceptíveis pelos sentidos e por serem de ordem supra-sensível.

São suas características básicas:

É sistemático: sua base é a reflexão que busca ser a melhor tentativa de solução para os
problemas;

1) É elucidativo: a missão da Filosofia não é explicar o mundo, mas esclarecer e delimitar


com precisão os pensamentos, conceitos e problemas que de outro modo ficariam
confusos;
2) É crítico: rege-se por aquela disposição metódica pela qual não se deve aceitar nada
sem exame prévio;
3) É especulativo: tem aquela atitude teórica, abstrata, amplamente globalizadora, que
envolve os problemas numa visão total. A especulação implica em admitir hipóteses e
possibilidades para compreender algo; questionar sob vários aspectos.

A nossa razão, portanto, entende a Filosofia, tem ao mesmo tempo algo de especulativo e de
místico: quer explicar e iluminar um pouco mais do que é cientificamente apresentado.
A Ciência nos dá fórmulas exatas a respeito do comportamento da matéria, mas nada nos diz a
respeito do seu valor, não no sentido econômico, mas existencial, de algo que interage com o
homem e modifica a sua vida. E o conhecimento deste valor, só a especulação filosófica nos
pode dar.

2.1.4. Conhecimento Científico

De acordo com MATALLO JÚNIOR (1989), o conhecimento científico começa a partir do


momento em que as explicações saem do campo da opinião (eu acho que) e entram no mundo
do método da ciência (eu sei que). O senso comum é um conjunto de informações não
sistematizadas, fragmentadas. A partir do momento em que essas informações começam a ser
justificadas por meio de argumentos aceitáveis, o senso comum começa a evoluir em direção à
ciência. Em outras palavras, o senso comum trabalha com o juízo de valor, com o subjetivo.
Assim, não há como determinar se uma opinião é boa ou má, verdadeira ou falsa. O

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desenvolvimento científico leva esses comportamentos informais a um formalismo, um padrão
aceitável pela maioria como verdade.

Assim, a ciência pode ser definida como um conjunto de proposições coerentes, objetivas e
desprovidas (até certo ponto) de valorações (MATALLO JÙNIOR, 1989). O mesmo autor nos
ensina que o conhecimento científico tem início em problemas que visam solucionar questões
práticas ou explicar irregularidades em padrões da natureza. Esses problemas criam teorias que
devem ser validadas por um programa investigativo de pesquisa. Tais programas visam
determinar leis que explicam e permitem fazer previsões (nem sempre infalíveis).

A ciência é extremamente rigorosa em suas proposições, que, por sua vez, são fortemente
baseada em fatos verdadeiros. Surge aqui uma dúvida: o que é a verdade? É aquilo que
podemos ver, ou aquilo que podemos comprovar? E como podemos comprovar e saber que
algo é verdade?

O conhecimento científico vai além do conhecimento empírico. Permite ir além do fenômeno


e compreender as causas e leis que o regem. É o tipo de conhecimento que busca explicar de
forma sistematizada e racional, portanto lógica. (CHASSOT, 2004).

É raciocinado, exacto e reflexivo, baseado no estudo coordenado (pesquisa). Enfim, é o


conhecimento objetivo.

A ciência é um sistema de proposições rigorosamente demonstradas, constantes, gerais. É um


conhecimento apoiado na demonstração e na experimentação. A ciência só aceita o que foi
provado. É, ao mesmo tempo, um saber teórico sobre o mundo e um poder prático sobre ele.

Conhecemos uma coisa de maneira absoluta, dizia Aristóteles, quando sabemos qual é a causa
que a produz e o motivo porque não pode ser de outro modo. Isto é saber por demonstração;
por isso a ciência reduz-se à demonstração. FERNANDES (2009)

Quando a ciência afirma conhecer o mundo dos fenômenos é porque descobriu que eles se
“comportam” dentro de uma certa regularidade, num sistema complexo, como que obedecendo
a leis. Eis o conhecimento científico: explicar essas leis naturais, as mesmas causas que
produzem os mesmos efeitos.

Segundo Einstein, “a ciência pode apenas determinar o que é, não o que deve ser”. O
conhecimento científico busca:

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a) tornar inteligíveis certos aspectos do universo explicando-os de maneira rigorosa,
criando um corpo de conhecimentos precisos, levando à criação de teorias;
b) conferir ao homem poder sobre a natureza.

São características deste conhecimento:

1) É certo: porque sabe explicar os motivos de sua certeza;


2) É geral: conhece no real o que há de mais universal, válido para todos os casos da
mesma espécie;
3) É metódico, sistemático: o pesquisador não ignora que os seres, as coisas e os fatos
estão ligados entre si por certas relações. O seu objetivo é encontrar e reproduzir este
encadeamento.

A ciência, em todas as suas ramificações, adquire funcionalidade através de um método


próprio. Este método, a serviço da ciência, diz respeito a um conjunto de técnicas aplicadas,
sequencialmente, na cronologia de uma pesquisa.

MARCONI & LAKATOS (2008) nos ensinam que o conhecimento científico é basicamente
factual (baseado em factos), mas também pode ser racional e formalizado (caso da Lógica e da
Matemática). A ciência factual distingue dois tipos de factos: os factos naturais (que deram
origem às ciências exatas, biológicas, da terra e da saúde) e os factos sociais (que deram origem
às ciências humanas, tais como a Sociologia, a Antropologia, o Direito, a Economia, a
Psicologia, a Educação, a Política etc)

2.2. Características dos quatro tipos de conhecimento

TRUJILLO (1974:11) sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimento:

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3.0. Conclusão

Como vimos, o ser humano é capaz de produzir diversos tipos de informações, conhecimentos
e saberes. E disso ele é capaz porque pensa, problematiza, raciocina, julga, avalia, decide e age
no mundo. O humano é interacional. É relacional e é em meio às múltiplas relações que
vivencia no mundo que ele pode construir representações deste mundo.

Nesse sentido, um tipo de conhecimento não é melhor que o outro. Eles devem ser vistos numa
perspectiva de complementaridade, interdisciplinaridade e até de transdisciplinaridade.

A reflexão sobre o conhecimento é o primeiro passo rumo à construção do conhecimento


científico. Essa reflexão faz parte da investigação filosófica e é designada pelo nome de Teoria
do Conhecimento. A partir dessa reflexão podemos distinguir o conhecimento científico dos
outros tipos de conhecimento, mas também perceber semelhanças, complementaridades etc.

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Referências Bibliográficas

CAMPBELL, Joseph. Tu és isso: transformando a metáfora religiosa. São Paulo: Madras,


2003.

CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005.

FERNANDES, Vladimir. Mito e religião na filosofia de Cassirer e a moral religiosa.


Notandum. São Paulo, Centro de Estudos Medievais Oriente & Ocidente da Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), ano VII, n. 11, 2004. Disponível em: <
http://www.hottopos.com/notand11/ vladimir.htm >. Acesso em: 25 mar. 2009.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia


científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, revista
e ampliada, 2000.

MATALLO JÚNIOR, Heitor. A problemática do conhecimento. In: CARVALHO, Maria


Cecília Maringoni de (Org.). Construindo o saber – metodologia científica: fundamentos e
técnicas. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1989. cap. I. p. 13-28.

RUSSELL, Bertrand. História do pensamento ocidental: a aventura das idéias dos pré-
socráticos a Wittgenstein. 6. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

SAGAN, Carl. Cosmos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982.

__________. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no
escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

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