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dos animais, não vive sem conhecimento, e essa natureza, permite-lhe permanentemente
descobrir o mundo e a si mesmo. Enquanto sujeito do conhecimento, o homem apreende a
realidade em sua consciência, que lhe permite elaborá-la em forma de representações que ao
longo de seu desenvolvimento, vão tomando contornos cada vez mais elaborados e fiéis à
realidade; tal busca também permite que ele crie e aperfeiçoe meios para obter novos
conhecimentos.
Marx, em sua obra O Capital, considera essa capacidade de apreensão e elaboração da
realidade no pensamento, como ato especificamente humano ao estabelecer um paralelo entre
o animal e o homem: “[...] a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a
construção dos favos de suas colméias. Mas o que distingue, de antemão, o pior arquiteto da
melhor abelha é que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera”
(MARX, 1985, p 149.).
Vimos até agora que o conhecimento está relacionado à racionalidade. Isto significa
que o homem desde a sua origem, busca conhecimento. Desde a antiguidade, povos das mais
diversas origens – egípcios, romanos, gregos, hebreus, indianos, muçulmanos, fenícios e
outros – preocuparam-se em desenvolver conhecimentos que dessem explicação aos
fenômenos da realidade em geral, possibilitando ao longo da história da humanidade, o
desenvolvimento de tipos diferenciados de explicações acerca do mundo, bem como dos
instrumentos e meios de produção que ampliam a possibilidade de conhecer mais. Por isso, o
modo como o homem apreende a realidade caracteriza o tipo de conhecimento que ele produz.
A velocidade da luz no
2 2
h =a +b ?2 vácuo é a mesma para
todos os observadores?
11
Navegar é
preciso... Viver não
é preciso?
Gramsci(1995, p 11), filósofo italiano, ao discutir acerca da Filosofia, refuta a ideia elitista
que muitos intelectuais fazem desta atividade como privilégio de uma certa cátedra e faz a seguinte
reflexão:
Chauí (2000: 19) define Filosofia como “a decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as
coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência
cotidiana: jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido”.
Reconhecimento ou
Insuficiência do
Conhecimento existente
Necessidade da
Resposta
(hipótese)
Possibilidade de
Comprovação
Novo Conhecimento
Mesmo diante desses critérios adotados na ciência, não se pode afirmar que as
verdades produzidas pela ciência sejam absolutas, mas relativas. O conhecimento científico
15
constitui-se como falível visto que suas verdades não são definitivas. A própria dinâmica da
realidade impõe a flexibilidade nas verdades produzidas pela ciência, tornando-a um
conhecimento aproximadamente exato. Ander-Egg (1978) conceitua a ciência como “[...] um
conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente
sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza” (p.15).
a) Galileu Galilei
Para Galileu, a explicação dos fenômenos deveria ser buscada no livro da natureza
(KÖCHE, 2000). Para tanto funda o método quantitativo-experimental. Galileu
compreendia o universo como:
b) Francis Bacon
c) René Descartes
Para Descartes, os erros podem ser evitados pelo sujeito do conhecimento, desde que
sejam eliminadas duas atitudes: a prevenção, decorrentes de opiniões e idéias alheias que
apreendemos, sem a preocupação de verificar se são falsas ou verdadeiras, manifestas em
forma de preconceitos, dominando nosso pensamento, impedindo o sujeito do conhecimento
de pensar e investigar; e a precipitação, quando emitimos julgamentos acerca dos fenômenos
de forma precipitada, sem antes avaliar a sua veracidade ou não; decorre de nossa vontade
estar acima de nosso intelecto. Como Bacon, Descartes usa a dúvida metódica a fim de
avaliar, analisar e conhecer as fontes e as causas de cada um de seus conhecimentos, a forma
e o conteúdo, a falsidade e a verdade, de modo a eliminar tudo o que for duvidoso ao
pensamento. Descartes sugere que o sujeito do conhecimento deve oferecer ao pensamento
um conjunto de regras obedecidas, a fim de evitar erros. Elementos como: sensação,
percepção, imaginação, memória e linguagem devem ser evitadas para afastar a
possibilidade de erros na produção do conhecimento (CHAUÍ, op. cit.).
18
d) Isaac Newton
Em seu método, parte do pressuposto de que nenhuma hipótese física pode ser
aceita sem ser extraída da experiência pela indução, ou seja, as constatações particulares é que
possibilitam as generalizações. Elabora o método científico indutivo-confirmável. Tal
método parte da observação dos elementos que compõem o fenômeno; da análise da relação
quantitativa existente entre os elementos que compõem o fenômeno; da indução de hipóteses
quantitativas; do teste experimental das hipóteses para a verificação confirmabilista; e da
generalização dos resultados em lei. Tais pressupostos acerca do método científico geram
uma “confiabilidade” na ciência moderna possibilitando o surgimento de novos seguidores
como Laplace, Fourrier, Ampère e outros cientistas modernos. “Pensava-se, o homem havia
encontrado o caminho certo e verdadeiro. Esse caminho era o da ciência”. (KÖCHE, op.cit.
p.58). Acreditava-se, portanto, em uma ciência “pura” capaz de equacionar as verdades do
mundo.
relatividade de Einstein (1905), e outras descobertas no campo da física, põem em cheque o método
newtoniano, produzindo uma ruptura na visão cientificista da ciência.
a) Albert Einstein
A grande contribuição dada por Einstein para essa ruptura assenta-se na idéia de
que por maior que seja a prova acerca da existência de fenômenos comprovados em uma
teoria, ela não pode ser aceita como definitivamente confirmada. Mais tarde Popper viria
tematizar acerca da verdade conjectural e provisória da ciência.
b) Karl Popper
Karl Popper nasceu em 1902, na Áustria e naturalizado inglês. É
considerado o filósofo mais influente do século XX a tematizar a ciência.
Argumentou que a teoria científica será sempre conjectural e provisória.
Não é possível confirmar a veracidade de uma teoria pela simples
constatação de que os resultados de uma previsão efetuada com base
naquela teoria se verificaram. Essa teoria deverá gozar apenas do estatuto
de uma teoria não (ou ainda não) contrariada pelos fatos.
20
[...] quebrou-se o mito da objetividade pura, isenta de influências das idéias pessoais
dos pesquisadores e demonstrou-se que, mais do que uma simples descrição da
realidade, a ciência é a proposta de uma interpretação. O cientista se aproxima mais
do artista do que do fotógrafo. (KÖCHE, op. cit. p. 60).
Segundo Alves (2003), a Revolução Científica produz uma nova imagem acerca da
origem do mundo, cujas bases - espaço, tempo e causalidade – só podem ser explicadas em
bases materialistas. “O fato de a Revolução Científica haver sido suscitada pela ascensão da
burguesia coloca limites intransponíveis para esta nova ontologia, principalmente a partir do
século XIX, quando se inicia o período da decadência ideológica” (LUKÁCS apud ALVES,
2003, p.20).
As ciências formais ocupam-se do estudo das idéias e suas relações como a Lógica
e a Matemática. As ciências empíricas estudam fatos e processos e são classificadas em
naturais: a Física, a Química, a Astronomia e a Biologia; e sociais: a Sociologia, a
Antropologia, a Ciência Política, a Economia, a História, o Direito e a Psicologia.
22
Bunge (1974) define método como “um conjunto de procedimentos por intermédio dos
quais a) se propõe os problemas científicos e b) colocam-se à prova as hipóteses científicas”
(p.55).
Como um conjunto de processos, portanto, o método envolve uma série de ações ou
operações, baseados em princípios lógicos e racionais, visando um resultado ao qual se
propõe o pesquisador no ato da investigação.
Aos métodos que fornecem a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa
denominamos de métodos de abordagem. Eles fornecem as bases lógicas à investigação e tem
um caráter genérico. São eles: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e
fenomenológico (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993).
a) Método dedutivo
Método Dedutivo
b) Método Indutivo
Método Indutivo
c) Método hipotético-dedutivo
Método Hipotético-dedutivo
Dedução de Tentativa
Problema Conjecturas conseqüências de Confirmação
observadas falseamento
d) Método dialético
A dialética é um método que analisa as relações gerais que existem tanto na natureza
como na história da sociedade e no pensamento. Procura evidenciar as contradições da
realidade natural e social e resolvê-las no curso do desenvolvimento histórico.
A dialética não é um método novo. Consta que ela já existia com Heráclito, Platão e
Aristóteles, filósofos gregos da antiguidade, tendo chegado à modernidade com Hegel, Marx e
Engels. Este, em “A dialética da Natureza” formulou três leis gerais da dialética: lei da
unidade e luta dos contrários; lei da passagem quantitativa à qualitativa; e lei da negação da
negação. Então vejamos:
Lei da unidade e luta dos contrários. Conhecida também como lei da interpenetração
dos opostos, garante a unidade e continuidade da mudança incessante na natureza e nos
fenômenos. Esta lei avalia que os fenômenos naturais ou sociais são constituídos por
oposições ou antagonismos, que no entanto não se excluem, pois se constituem numa
unidade indissociável. Entenderemos essa lei com ajuda de um exemplo: o dia e a noite. O
dia e a noite são dois opostos que se excluem, mas que constituem duas partes de uma
unidade de um dia de vinte e quatro horas.
27
Método
Método Dialético
Contrário Contrário
Passagem quantitativa/qualitativa
Negação da
negação
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e) Método fenomenológico
2.1.1 Monografia
A NBR 6023 define monografia como “item não seriado, isto é, item completo,
constituído de uma só parte, ou que se pretende completar em um número preestabelecido de
partes separadas” (ABNT, 2002).
31
b) Redação do texto
A escrita do texto monográfico envolve três elementos textuais: introdução, parte em
que o assunto é apresentado como um todo, sem detalhes. Desenvolvimento, parte mais extensa e visa
a comunicar os resultados obtidos. Conclusão e resultados obtidos; trata-se da recapitulação sintética
dos resultados obtidos, ressaltando o alcance e as conseqüências do estudo. Tais elementos serão
apresentados de forma mais detalhada nos elementos textuais.
Pré-textuais, textuais e Pós-textuais
Índice: “lista de palavras ou frases, ordenadas segundo determinado critério, que localiza e
remete para as informações contidas no texto”, conforme a NBR 6023 (ABNT, 2002).
b) Elementos textuais
c) Elementos pós-textuais
ANEXO (OU APÊNDICE): é a matéria suplementar, tal como leis, questionários, estatísticas,
que se acrescenta a um relatório como esclarecimento ou documentação, sem dele constituir
parte essencial. Os anexos são enumerados com algarismos arábicos, seguidos do título.
REFERÊNCIAS: tratam-se da relação das fontes bibliográficas utilizadas pelo autor. Todas as
obras citadas no texto deverão obrigatoriamente figurar nas referências. A padronização das
referências é seguida de acordo com a NBR (6023:2002) da ABNT - Associação Brasileira de
Normas Técnicas.
Margem superior 3 cm
Margem inferior 2 cm
Margem direita 2 cm
Margem esquerda 3 cm
Espaço entre 1,5 para o texto, simples para as citações recuadas.
linhas
Tipo de letra Time new roman ou Arial
Tamanho de fonte 14 na capa e folha de rosto, 12 no texto, 10 nas citações recuadas e
notas.
Formato do papel A4(210 X 297 mm).
2.1.2 Relatório
técnico-científicos
de viagem
de estágio
de visita
administrativos
fins especiais.
a) Planejamento
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Nesta fase o aluno estabelece a natureza do seu conteúdo que pode ser sigiloso,
reservado, secreto e confidencial, e, ao mesmo tempo, prepara o roteiro de seu
desenvolvimento, dentro de uma estrutura lógica: introdução, desenvolvimento e conclusão.
b) Organização do material
Na realização do trabalho, o aluno faz a ordenação do material empregado no
desenvolvimento.
c) Redação
Nesta fase, o aluno apresenta o desenvolvimento das etapas seguindo o roteiro
estruturado previamente.
d) Revisão
Após a elaboração do texto, a análise e revisão crítica do relatório são fundamentais,
avaliando-se: conteúdo e sequência das informações.
2.1.3 Artigo
Segundo a NBR 6022, artigo pode ser assim definido como “texto com autoria
declarada, que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas
diversas áreas do conhecimento” (ABNT, 2003); e “são trabalhos científicos completos em si
mesmos, mas de dimensão reduzida, já que não possuem matéria suficiente para um livro.”
(SALVADOR,1997, p.24). Ou ainda, “é um texto escrito para ser publicado num período
especializado e tem o objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa, seja ela experimental,
quase experimental ou documental” (AZEVEDO, 2001, p.82). De acordo com a NBR 6022,
três definições são apresentadas para o artigo, quais sejam:
Artigo científico: parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e
discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do
conhecimento.
38
Artigo de revisão: parte de uma publicação que resume, analisa e discute informações
já publicadas.
Artigo original: parte de uma publicação que apresenta temas ou abordagens
originais.
b) Estrutura de um artigo:
TÍTULO. Deve expressar o conteúdo que o autor propõe-se a discutir.
Qual o tema
tratado pelo autor?
Qual o problema
levantado pelo autor?
Como o autor
responde a questão?
Quais os argumentos
usados pelo autor na
resposta?
Qual a conclusão
do autor?
Ao ler o texto, não marque na primeira leitura nenhuma palavra ou trecho que você
julgue importante. Você pode estar sendo precipitado na sua avaliação.
41
Use um lápis para fazer anotações nas laterais do texto sobre impressões pessoais,
concordância a partir de outras leituras.
Tenha sempre à mão um dicionário para “decifrar” termos que você não conhece.
Para elaborar um esquema de leitura é necessário que o estudante tenha lido todo o
texto, a fim de identificar os elementos que constituem a estrutura lógica do texto: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Na introdução o autor apresenta com brevidade o tema, o
problema levantado e a posição assumida na análise do problema. No desenvolvimento, o
autor desenvolve os argumentos que justificam o problema levantado que ele se propõe
explicar. Na conclusão o autor apresenta os resultados de sua análise acerca do problema
proposto.
Como o estudante deve proceder?
Destacar as palavras-chave de cada parte do texto grifando-as;
Destacar as ideias que exercem maior atração, que despertam maior interesse ao longo
da exposição;
Elaborar o esquema contendo os tópicos que revelam as ideias referentes a cada parte
constitutiva do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) para a realização da
síntese.
Para efeito de exemplo, usaremos o texto de Gastón Bachelard intitulado “A noção de
obstáculo epistemológico” contido na obra “A formação do espírito científico”, para a
elaboração do esquema e do fichamento.
Esquema (exemplo)
Exemplo de esquema:
2.2.2 Resumo
São inúmeras as concepções de resumo no meio acadêmico, tanto que, por vezes, gera
confusão entre alunos e professores. É comum o aluno apresentar as seguintes questões:
“resumo é a mesma coisa que fichamento?” Ou “fichamento é a mesma coisa que resenha?”
Ou ainda: “O professor quer um resumo crítico, portanto, é um fichamento ou uma resenha?
Qual a diferença entre o resumo e a resenha?” Diante de tais questões, apresentaremos aqui,
algumas concepções a fim de eleger concepções mais claras acerca do que chamaremos aqui
de resumo, fichamento e resenha. Evitaremos, aqui, aquelas definições que acentuam a
confusão terminológica do resumo e elegeremos aquelas que melhor esclarecem os termos.
Salvador (1978) considera resumo como “uma apresentação concisa e freqüentemente
seletiva do texto de um artigo, obra ou outro documento, pondo em relevo os elementos de
maior interesse e importância”(p.17-19). Baseado na ABNT, o autor apresenta três tipos:
resumo crítico, resumo indicativo e resumo informativo. O autor apresenta mais um gênero
textual denominado de resumo de assunto com a função de apresentar uma visão geral de
pesquisas feitas sobre uma determinada questão, com o objetivo de reunir conhecimentos
sobre o tema que deve ser exposto e também, ainda segundo o autor, “sem discussão ou
julgamento” (p. 17).
Segundo a NBR 6028, resumo e definido como "apresentação concisa dos pontos
relevantes de um documento" (ABNT, 2003). Ela distingue três tipos de resumo:
Resumo crítico: resumo redigido por especialistas com análise crítica de um
documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada
edição entre várias, denomina-se recensão.
Resumo indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não
apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não dispensa a
consulta ao original.
43
Diante dessa compreensão é possível então eleger uma classificação que possa distinguir
os resumos segundo a finalidade acadêmica, ao mesmo tempo em que tenha uma aproximação
compreensiva segundo a ABNT. Nesse sentido, usaremos aqui, para fins metodológicos e
acadêmicos, a distinção entre resumo, fichamento e resenha. Portanto, fica definido aqui,
como resumo, a síntese que indica os pontos principais de um texto, sem detalhar aspectos
mais amplos do estudo – o resumo indicativo. Fichamento, as sínteses mais detalhadas
feitas de capítulos de livros e artigos. E a Resenha, as sínteses mais abrangentes, feitas
acerca do conteúdo de um livro ou obra completa.
Recapitulando temos:
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Há vinte anos, a invasão de organismos aquáticos exóticos, transportados pela água de lastro
dos navios, vem causando preocupações em nível internacional. Neste artigo, destacamos três
aspectos desse problema: a água de lastro, a bioinvasão e a resposta internacional, que
pretende fornecer meios de se "gerenciar" devidamente a água de lastro utilizada pelas
embarcações. O trabalho é dividido em três capítulos que tratam respectivamente de cada um
dos aspectos acima destacados. O método utilizado foi o indutivo, com as técnicas do
referente e da pesquisa bibliográfica, principalmente internet, por ter o assunto limitada
bibliografia impressa. Todas as traduções foram feitas pelo autor.
2.2.3 Fichamento
1
COLLYER, Wesley. Água de lastro, bioinvasão e resposta internacional. Disponível em:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9435. Acesso: 06 de set. 2009.
45
computador. Porém, as fichas não foram “descartadas”, pois nem todos têm acesso a essa
tecnologia. Além do mais, elas podem ser guardadas em um fichário sem o risco do “pane”
que, vez por outra, “ataca” os computadores.
Fichamento (modelo)
internos de caráter inconsciente, que surgem no próprio ato de conhecer “[....]é no interior
do próprio ato de conhecer que aparecem, por uma espécie de necessidade funcional,
retardos e perturbações” (p. 15). Para um cientista, o real não é aquilo que se manifesta de
imediato, mas é aquilo que se “deveria ter pensado”.
[...] o conhecimento do real é uma luz que sempre projeta sombras, em algum
lugar. Ele nunca é imediatista e pleno. Ele só se objetiva à luz de um aparelho de
razões, em retificações contínuas. O objeto de ciência não é apreendido na
percepção, é um objeto teórico construído(p.21).
2. CIÊNCIA E OPINIÃO
Ele encara a opinião como um entrave ao conhecimento científico, primeiro porque é
um falso saber, que provoca a ilusão de um saber sobre algo que não se sabe nem formular
problemas. Segundo, por não formular problemas, a opinião jamais alcança a verdade de
uma questão. Só resta destruí-la por completo. “A opinião pensa mal; ela não pensa: ela
traduz necessidades em conhecimentos. Ao designar os objetos por sua utilidade, ela se
impede de conhecê-los” (p. 34).
Bachelard mostra a sua perplexidade face aos professores que partem da tese de
que o aluno quando aprende determinada matéria é uma “tabula rasa”, esquece que ele está
condicionado a preconceitos e motivações diversas. Ele mostra não só a necessidade de se
começar por fazer uma “catarse intelectual e afetiva”, como também de introduzir o aluno
no campo da racionalização, campo que na verdade não é fácil, nem simples. “Eles não
refletiram que o adolescente chega ás aulas de física com conhecimentos empíricos já
constituídos, não se trata então de adquirir uma cultura experimental, e sim de mudar de
cultura experimental pela vida cotidiana” (p. 57)
4. CONCLUSÕES
Aprendemos com Bachelard uma nova visão de ciência a partir de sua tese de que a
atividade científica não é espontânea no homem. Ela exige uma ruptura com os
conhecimentos do senso comum, corte que só se consegue a partir de uma autoanálise do
conhecimento. Só à luz da psicanálise do conhecimento científico é possível elaborar uma
ciência que é uma resposta a um problema bem colocado. Descobrimos também novas
categorias de ciência que modificam a concepção tradicional: 1) a noção de obstáculo
epistemológico; 2)corte epistemológico; 3) vigilância e lógica do erro; 4) recorrência e
atualidade científica.
2.2.4 Resenha
resenhista. Para Lakatos (1986, p. 217) “É uma descrição minuciosa que compreende certo
número de fatos”. Para Andrade (1999) é:
a) Tipos de resenha
A resenha tem como principal objetivo elaborar comentários sobre uma obra para
publicação ou divulgação. Existem determinados livros ou teses que demoram um certo
tempo para serem traduzidas em outros idiomas. A fim de que os resultados da obra sejam
divulgados no meio acadêmico, cabe ao resenhista publicar ou divulgar o resultado de sua
leitura. Além desse objetivo, ela tem uma finalidade instrumental: possibilitar ao estudante ou
pesquisador a familiarização com a análise dos argumentos utilizados para se demonstrar,
provar, descrever um determinado tema, pressupondo portanto, uma leitura rigorosa da obra.
Segundo Severino (1985:181), “uma resenha pode ser puramente informativa limitando-se a
expor o conteúdo do texto resenhado com a maior objetividade possível”.
b) Finalidade da resenha
A resenha pode ter finalidade puramente informativa. Porém as mais úteis são as
que, além de informativas, realizam comentários críticos”. (SEVERINO, 1986, p. 181)
Segundo Johann (op.cit.) a resenha requer exigências de quem a elabora, tais como:
e) Estrutura da Resenha
Referência bibliográfica
Autor (es)
Título (subtítulos)
Imprensa (local da edição, editora, data)
Número de páginas
Ilustrações (tabelas, gráficos, fotos, etc)
Credenciais do autor
Informações gerais sobre o autor
Autoridade no campo científico
Quem fez o estudo?
Como exemplos, apresentamos, a seguir, modelos de Resenha Informativa e
Resenha Crítica.
50
Resenha informativa
(modelo)
O MITO DA CAVERNA
PLATÃO. O mito da caverna. In: A República. S. Paulo: Martin Claret, 2000. 320 pag.
Livro VII – pág.210-238.
Filósofo grego, viveu entre 428-348 a . C., nascido em Atenas, autor de vasta obra
filosófica, dentre as quais, destaca-se A República, um tratado político-filosófico, uma de
suas obras-primas, escrita em forma de diálogos.
Imagine uma caverna subterrânea; lá, estão homens prisioneiros, acorrentados pelas
pernas e pescoço. Por esta razão, devem permanecer imóveis, olhando só para a frente. A
caverna é levemente iluminada por uma clareira.
Do lado de fora, titeriteiros manipulam objetos variados que projetam nas paredes
da caverna, sombras de bonecos de homens, figuras de animais feitos de pedra e outros
objetos de madeira e outros materiais variados. Ao longo de sua vida, os prisioneiros só
puderam contemplar sombras projetadas nas paredes da caverna, seus companheiros e as
vozes emitidas de fora, dos homens que conversam entre si.
É dada a oportunidade para que um dos prisioneiros seja libertado das correntes.
Inicialmente ele sente dores no pescoço e tem que subir a longa escarpada da caverna para
chegar ao lado de fora. Ao chegar do lado de fora, o primeiro impacto que o prisioneiro tem
é com a luminosidade do sol que cega temporariamente seus olhos. Aos poucos, seus olhos
se habituam à claridade e ele pode contemplar, mais próximo da realidade, objetos mais
51
reais, com uma visão mais verdadeira, tendo dificuldade em nomear os objetos, pois se
encontra perplexo diante da contemplação mais reveladora da realidade.
[...] é este pelo menos o meu modo de pensar, que só a divindade pode saber se é
verdadeiro. Quanto a mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nas últimas fronteiras
do mundo inteligível está a idéia do bem, criadora da luz e do sol no mundo
visível, autora da Inteligência e da Verdade no mundo invisível e, sobre a qual,
por isso mesmo, cumpre ter os olhos levantados para agir com sabedoria nos
negócios individuais e públicos (p.238).
Platão conclui: a caverna subterrânea é o mundo visível aparente. A clareira que
ilumina a caverna é a luz do sol. O acorrentado que se eleva à região superior e a contempla,
é a alma que se eleva ao mundo inteligível.
O MITO DA CAVERNA
PLATÃO. O mito da caverna. In: A República. S. Paulo: Martin Claret, 2000. 320 pag.
Livro VII – pág.210-238.
Filósofo grego, viveu entre 428-348 a . C., nascido em Atenas, autor de vasta obra
filosófica, dentre as quais, destaca-se A República, um tratado político-filosófico, uma de
suas obras-primas, escrita em forma de diálogos.
infância. Eles acreditam que a única realidade é as sombras de objetos variados projetadas
na parede. Platão usa dois personagens que dialogam entre si: Sócrates e Glauco, seu
discípulo, que passa a imaginar as abstrações sugeridas por Sócrates, as quais apresentamos
a seguir.
Imagine uma caverna subterrânea; lá, estão homens prisioneiros, acorrentados pelas
pernas e pescoço. Por esta razão, devem permanecer imóveis, olhando só para a frente. A
caverna é levemente iluminada por uma clareira.
Do lado de fora, titeriteiros manipulam objetos variados que projetam nas paredes
da caverna, sombras de bonecos de homens, figuras de animais feitos de pedra e outros
objetos de madeira e outros materiais variados. Ao longo de sua vida, os prisioneiros só
puderam contemplar sombras projetadas nas paredes da caverna, seus companheiros e as
vozes emitidas de fora, dos homens que conversam entre si.
É dada a oportunidade para que um dos prisioneiros seja libertado das correntes.
Inicialmente ele sente dores no pescoço e tem que subir a longa escarpada da caverna para
chegar ao lado de fora. Ao chegar do lado de fora, o primeiro impacto que o prisioneiro tem
é com a luminosidade do sol que cega temporariamente seus olhos. Aos poucos, seus olhos
se habituam com a claridade do sol e ele pode contemplar mais próximo da realidade,
objetos mais reais, com uma visão mais verdadeira, tendo dificuldade em nomear os
objetos, pois se encontra perplexo diante da contemplação mais verdadeira da realidade.
a liberdade. É através do conhecimento de sua realidade e de seu mundo, que o homem faz
a história, revoluciona o mundo – é sujeito da práxis.
[...] é este pelo menos o meu modo de pensar, que só a divindade pode saber se é
verdadeiro. Quanto a mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nas últimas fronteiras
do mundo inteligível está a idéia do bem, criadora da luz e do sol no mundo
visível, autora da Inteligência e da Verdade no mundo invisível e, sobre a qual,
por isso mesmo, cumpre ter os olhos levantados para agir com sabedoria nos
negócios individuais e públicos (p.238).
Platão conclui: a caverna subterrânea é o mundo visível aparente. A clareira que
ilumina a caverna é a luz do sol. O acorrentado que se eleva à região superior e a contempla,
é a alma que se eleva ao mundo inteligível.
a) Formato do papel
Os textos devem ser apresentados em papel branco, com formato A4 (21cm x 29,7cm),
digitados no anverso das folhas, com exceção da folha de rosto cujo verso deve conter a Ficha
Catalográfica. A cor da impressão deve ser preta, podendo utilizar cores somente em
ilustrações.
c) Espaçamento
O espaçamento entre linhas deve ser de preferência 1,5. O fim de uma seção e o
cabeçalho da próxima são separados por 2 espaços de 1,5 entrelinhas. As citações de mais de
3 linhas, as notas de rodapé, as referências, as legendas das ilustrações e tabelas, a ficha
catalográfica, a natureza do trabalho, o objetivo, o nome da instituição a que é submetida a
área de concentração devem ser digitadas em espaço simples. As referências, que ficam no
final do trabalho, devem ser separadas entre si por dois espaços simples.
d) Margem e paginação
A configuração do texto deve ter margem superior e esquerda 3 cm, e inferior e direita
2 cm. As páginas são contadas a partir da folha de rosto, mas não são numeradas. As
numerações começam a partir do inicio do texto. Os números da paginação ficam no canto
superior do lado direito da folha em algarismos arábicos. As referências, anexos, apêndices,
glossário e índice devem ser incluídos na numeração sequencial das páginas do texto
principal.
2.3.2.1 Citações
Exemplo:
Fazenda (1994) refere que a pesquisa é um meio e não um fim em si mesma. Assim,
precisamos estimular a formação continuada nas escolas para manter acesa a chama do
conhecimento entre os professores (GOMES, 2000). Na sala... (1994, p.64 – 5) afirma-se que
“[...] a pesquisa deve ser estimulada desde a pré- escola”. De modo que se faz necessário
uma nova organização curricular que:
[...] efetiva-se cada vez que constatamos práticas como aulas-passeio, possibilitando
a crianças e aos educadores que vivenciem a investigação da realidade como sendo
mais rica que o conhecimento que se supõe ter dela, a partir da confrontação dos
diversos saberes e da reconstrução que esta ação possibilita (ESCOLA CABANA...,
2001, p.46).
b) Regras gerais
Usar letras maiúsculas e minúsculas quando a citação estiver incluída na sentença.
Exemplo:
O Ministério da Educação (2000)....................
Para Barroso (1999, p.34)...............................
Em Os alunos...(2001)......................
Usar letras maiúsculas quando a citação estiver entre parênteses.
Exemplo:
Saúde para todos no ano 2000 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998).
Não há como evitar a erosão do solo (BARROS, 1997).
As universidades estão em crise (ENSINO..., 1995)
Para Silva e Alves (1986, p.45-6) “a violência entrou nas escolas pela porta da frente
[...]”.
57
Usar letra menor que a do texto e sem aspas com recuo de 4cm da margem esquerda
nas transcrições com mais de 3 linhas
c) Regras específicas
Dados obtidos de informação verbal:
O novo milênio começa uma nova era (informação verbal) 1.
“O planeta sofre como um organismo vivo.” (NERY; CHAVES, 1983, p.3, grifo
dos autores). Para enfatizar trechos traduzidos:
1
Informe fornecido por Paulo Renato no Congresso Brasileiro do Futuro, em Santos, em maio de 2000.
2
A escola hoje, de autoria de Sílvia Mendes, a ser editado pela Editora da UNAMA em 2002.
58
Deve ser realizada por uma numeração única e consecutiva, em algarismos arábicos,
remetendo à nota de rodapé ou lista de referências ao final. Não deve ser utilizado quando há
notas de rodapé.
A universidade precisa de metodologias que estimulem o pesquisar. (1)
A pesquisa precisa ser exercitada no cotidiano das universidades e das salas de aula.
Precisamos “[...] de docentes investigadores e também de docentes que ministrem boas
aulas.” 3
e) Citação de citação
Exemplo:
Signo é qualquer coisa de qualquer espécie que represente uma outra coisa,
chamada de objeto do signo, e que produz um efeito interpretativo em uma
mente real ou potencial, efeito este que é chamado de interpretante do signo.
(MAGNO, 1998, p. 45 apud SANTAELLA, 2004, p. 8).
Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração com a
expressão “grifo nosso” entre parênteses após a chamada da citação, ou “grifo do autor”,
caso o destaque já faça parte da obra consultada.
3
FERREIRA SOBRINHO, Paulo. A escola do futuro. 5ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000, p.87.
59
Exemplo:
1) Monografia no todo: livro e/ou folheto (manual, guia, catálogo, enciclopédia, dicionário
etc.) e trabalhos acadêmicos (teses, dissertações, entre outros)
MUSEU DA IMIGRAÇÃO. Museu da Imigração - São Paulo: catálogo. São Paulo, 1998.
3) Parte de monografia: capítulo, volume, fragmento com autor e/ou título próprios
ROMANO, U. D. Imagens e paisagens. In: LEVI, J.;FONTES, I. de. Memórias. 7ed. Recife:
Atlas, 2001. p. 12-34.
4) Parte de monografia em meio eletrônico
MORFOLOGIA das aranhas. In: ENCICLOPEDIA multimídia dos seres vivos. São Paulo:
Planeta, 1998. CD-ROM 9.
COSTA, S. da. O salário em debate. Exame, Rio de Janeiro, v.4, n.6, p.34-9, set. 1998.
61
VIEIRA, F. S. O amor de mãe. Revista neo interativa, Rio de Janeiro, n.5, nov. 2000. Seção
Opinião. CD-ROM.
NEVES JUNIOR, E. Ecos da Eco +10. Folha de São Paulo, São Paulo, 16 set. 2002. Folha
Internacional, Caderno 5, p.12.
BRASIL. Medida provisória no. 1.786, de 11 de setembro de 2001. Diário [da] República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 12 set. 2001. Seção 1, p.456.
INSTITUTO GEOGRÁFICO (São Paulo, SP). Regiões do Brasil. São Paulo, 1995. 1atlas.
Escala 1:2.000.
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Pesquisa pura...
Aplicada...
a) Quanto à finalidade
Pesquisa pura: este tipo de pesquisa desenvolve-se quando o pesquisador não
encontra respostas nas teorias existentes; os construtos categoriais existentes não
possibilitam a interpretação do fenômeno que ele investiga. Nesse sentido, a finalidade
da pesquisa que ele desenvolve deve produzir novos conhecimentos (leis, conceitos,
categorias) que lhe possibilite interpretar o fenômeno investigado de forma mais
precisa; afinal, o objetivo da ciência é aproximar-se da verdade. A pesquisa pura
“busca o progresso da ciência, procura desenvolver os conhecimentos científicos sem
a preocupação direta com suas aplicações e consequências práticas. O pesquisador
desenvolve pesquisa por razões de ordem intelectual, pois [...] tem vistas na
construção de teorias e leis” (GIL,1996, p.43).
b) Quanto ao nível
A objetividade supõe que as causas não interessam, pois somente os fatos que
podem ser observados interessam à ciência. O dado subjetivo não interessava e a utilização de
questionários, análises estatísticas, escalas de opinião aproximava-os da “objetividade
científica”.
Tais princípios indicam que o pesquisador é alguém isento e neutro com relação ao
seu objeto de investigação, pois as preferências, crenças, verdades, visão de mundo,
69
experiências e interesses presentes nele, não afetariam sua interpretação; desse modo, é
possível obter um conhecimento definitivo, imutável, permanente.
baseia-se no positivismo que considera os fatos sociais como uma realidade objetiva
independente das crenças individuais;
Apesar disto, segundo os autores, nos anos 30 e 40, a ênfase dos estudos ainda recaía
na abordagem quantitativa, na medida em que os procedimentos de coleta de dados da
pesquisa qualitativa iam sendo aperfeiçoados. Com o objetivo de documentar a extensão dos
problemas sociais, pesquisadores, inclusive aqueles ligados ao governo, realizaram pesquisas
com base na abordagem qualitativa. Foi assim que trabalhadores negros e brancos, ex-
escravos, sindicalistas, mulheres estudantes universitárias, professoras e a escola emergiram
com a densidade que carrega a sua existência. É neste período que a entrevista passa a ser
uma técnica central na pesquisa qualitativa.
a) Objetivo da pesquisa
b) Visão de mundo
Investigador e investigado não podem ser separados, pois fazem parte da realidade
pesquisada;
Embora existam críticas por parte de seus defensores, tanto a pesquisa quantitativa
quanto a pesquisa qualitativa, os pesquisadores compreendem que ambas podem ser
complementares, o que dependerá do objeto de estudo a ser pesquisado. Em geral, os
pesquisadores consideram que a complementaridade entre as duas abordagens contribui para o
aprofundamento das análises e até mesmo a superação entre o dualismo que possa existir
entre ambas (SANTOS FILHO, 2000; GAMBOA, 2000).
Até agora vimos que a pesquisa, como atividade básica da ciência, envolve um
conjunto de critérios e procedimentos adequados considerando os múltiplos aspectos da
realidade. Para tanto, diferentes tipos de pesquisas são desenvolvidos levando em
consideração: aspectos ou possibilidades, procedimentos de coleta de dados e fontes de
informação, que origina uma classificação ou tipologias diferenciadas. Tais tipologias
surgiram para auxiliar o investigador a desenvolver suas atividades de pesquisa, e que os
procedimentos indicados a seguir devem ser considerados como técnicas auxiliares que
podem ser utilizadas nas abordagens quantitativas e qualitativas, desde que contextualizadas.
Sim! Observe
as mudanças... Estas são as
variáveis?
Por outro lado, devemos observar que apesar da pesquisa experimental ser
amplamente utilizada pelas ciências físicas e naturais, ela não é indispensável à ciência, pois
ciências como a geologia e astronomia não têm como atuar sobre os objetos da observação.
Entretanto, Gil (1989, p.73) afirma que uma pesquisa pode ser exclusivamente feita
a partir de fontes bibliográficas, ou seja, “da contribuição dos diversos autores sobre
determinado assunto”, afirmando que grande parte dos estudos exploratórios podem ser
definidos como pesquisa bibliográfica.
74
Documentação: o registro, dos dados coletados, pode ser feitos através de fichas ou
arquivos em disquete e tem como objetivo facilitar a visualização e manuseio das informações
obtidas, bem como guardar documentos úteis retirados de fontes de difícil acesso ou
perecíveis. Deve-se observar que neste momento é importante fazer um cabeçalho com a
indicação do conteúdo; a referência bibliográfica de acordo com as normas da ABNT;
resumos do pensamento do autor, com citações literais e finalmente com comentários pessoais
acerca do que foi lido.
Análise: deve ser realizada após a ordenação das fichas de acordo com seu conteúdo. A
análise pressupõe a confiabilidade da avaliação realizada.
conclusão: o pesquisador deve estar atento aos objetivos da pesquisa e se relacionem aos
dados analisados e não a possíveis inferências que não reflitam o material pesquisado.
Resoluções.
Correspondência pessoal e
comercial.
Patentes.
76
Bancos de dados.
Sistemas de bibliotecas.
Catálogos.
Enciclopédias.
Também têm sido considerados como “documentos” registros que não estão
organizados na forma de textos escritos como fotos, filmes e audiovisuais.
Análise dos dados: depois que os documentos são selecionados, o pesquisador deve dar
início à análise dos dados, que em geral é feita utilizando-se da metodologia da análise de
conteúdo. Esta proposta de tratamento dos dados possibilita abordar o conteúdo de diferentes
maneiras e ângulos, propondo unidades de análise que variam desde as temáticas, ou a
contagem de palavras ou expressões, possibilitando ainda o uso de diferentes enfoques a
serem trabalhados; um pesquisador pode escolher os políticos; outro o da comunicação; outro
o psicológico; outro, o filosófico e assim por diante. Há dois tipos de unidade: unidade de
registro e a unidade de contexto (LÜDKE & ANDRÉ, 2003).
Unidade de registro: são segmentos específicos, como por exemplo, uma palavra,
expressão, personagem, frase, que são recorrentes no texto.
77
Registro dos dados coletados: também há muitas variações para o registro, que podem ser
anotações no próprio material, ou a construção de esquemas próprios como quadros,
diagramas e outras que forem convenientes ao pesquisador e que o auxilie na visualização das
informações presentes no material coletado.
Conclusão: o pesquisador deve realizar uma nova avaliação das categorias quanto a sua
abrangência e delimitação, para então, chegando a conclusão de que as fontes já respondem
ao objetivo do trabalho, finalizar o estudo.
Vamos
delimitar o
problema!
Como eram as
relações entre
escravos e senhores
no Brasil Colonial?
Novos pressupostos foram lançados por essa forma de interpretação, entre eles, a
compreensão de que não existe um tempo único, linear e homogeneamente construído, mas
sim vários tempos, várias histórias, em movimento, em transformação, e ainda que, entre o
passado e o presente há uma relação inconclusa, de forma que o passado possa ser entendido a
partir do presente e o presente possa ser entendido a partir do passado (LE GOFF, 1995).
para, ao entrar em contato com a realidade, deixar que o foco saia do próprio contexto, uma
vez que a dinâmica da realidade pode alterar ou apagar aquilo que o pesquisador procurava.
TIPOS DE PESQUISA
GERA CONHECIMENTOS
(Sem finalidade imediata)
Conhecimento a ser utilizado Exploratória
em Pesquisas Aplicadas
Descritiva
Pesquisa
Pura Explicativa
Experimental
Pesquisa
Aplicada Bibliográfica
Documental
GERA PRODUTOS
OU PROCESSOS Sócio-histórica
(Com finalidade imediata)
Utiliza conhecimentos Participante
gerados pela Pesquisa
Pura. Estudo de caso
83
3.4.1 Observação
a) Observação simples
A observação simples é aquela em que o pesquisador observa os fatos de maneira
espontânea, como um mero espectador, sem que o grupo social observado perceba-o. Sua
intenção primeira é obter dados iniciais para sua pesquisa, avaliando os sujeitos, o cenário e o
comportamento social do grupo a ser estudado. Para tanto, faz-se necessário que sejam
registradas, no diário de campo, todas as impressões obtidas. No filme “Dança com lobos”,
protagonizado e dirigido por Kevin Costner, o oficial Dunbar, do exército americano, durante
a Guerra Civil, decide servir em uma região indígena, próxima à terra dos índios Sioux. Ao
chegar ao acampamento, não havia nenhum exército a sua espera. Durante muitos dias ele
fica só e registra diariamente, em um diário, todas as impressões e ocorrências. Ao final da
trama, é o diário de campo que o salva da possível punição ou condenação pelo exército
americano. Outros meios podem ser utilizados no registro da observação, como filmadoras e
máquinas fotográficas. Mas há situações em que esses meios podem ser inadequados para o
pesquisador, causando constrangimento ao grupo observado. Por exemplo, se o pesquisador
quiser avaliar se determinada técnica de dinâmica de grupo facilita a interação entre
marinheiros, ele pode observar antes o comportamento dos marinheiros sem a técnica para
obter subsídios e posteriormente, aplicar a técnica para alcançar seus objetivos.
b) Observação participante
A observação participante requer a participação ativa do pesquisador na vida do
grupo social a ser investigado. Neste caso, o pesquisador deve se integrar ao grupo
participando ativamente na sua vida cotidiana a fim de colher as impressões necessárias ao
seu estudo. A integração do pesquisador na vida de um grupo ou comunidade, não é tarefa
fácil. Em geral, há uma tendência natural dos grupos se fecharem impedindo, ao pesquisador,
a obtenção das informações. Diante de alguns obstáculos enfrentados pelo uso da observação
como técnica de coleta de dados, ela pode assumir duas formas: a primeira é a observação
natural, quando o pesquisador se identifica para o grupo social a ser observado. Para tanto, ele
deve conquistar a confiança do grupo a fim de obter as informações desejadas para seu
estudo. A outra forma é a observação artificial. Neste caso, o pesquisador precisará integrar-se
ao grupo a ser investigado com “disfarce”, ou seja, ele deve omitir seu objetivo durante a sua
presença e permanência no grupo no período de estudo. Essa não é uma das tarefas mais
simples para o pesquisador, dependerá muito da receptividade ou hostilidade do grupo com
85
c) Observação sistemática
A observação sistemática é utilizada em geral, para a descrição precisa dos
fenômenos ou para testar hipóteses. Para tanto, é necessário que o pesquisador já possua
detalhes mais precisos acerca do grupo social a ser estudado. Para que a observação
sistemática seja feita, é necessário que o pesquisador elabore antecipadamente um plano
específico incluindo as categorias necessárias que serão sistematicamente observadas. Para
que isso seja realizado, há necessidade de estudos exploratórios prévios. Assim sendo, o
pesquisador organiza um plano contendo uma série de categorias prováveis, listadas em
fichas. A partir delas, o pesquisador observa sistematicamente o grupo para avaliar aquelas
que geram comportamentos durante um determinado período para que, ao final da
observação, elimine as categorias insignificantes para a ocorrência do fenômeno. Por
exemplo, se o pesquisador desejar conhecer o grau de interação entre marinheiros para
avaliar problemas de comunicação, avaliação, controle, decisão, redução de tensão e de
reintegração, ele necessitará de um estudo exploratório prévio para arrolar em suas fichas
todas as categorias previsíveis, e, em cada observação, ele deverá assinalar as freqüentes,
para que ao final, as marginais (insignificantes), sejam eliminadas.
3.4.2 Entrevista
a) Entrevista informal
A entrevista informal é indicada para obter informações preliminares ao
pesquisador que ainda não está familiarizado com a realidade que ele deseja conhecer. Para
tanto, é necessário que ele escolha informantes que lhe forneçam uma visão aproximativa do
objeto em questão. Num segundo momento, ele opta pela entrevista mais adequada ao seu
objeto de investigação. No campo da psicologia este tipo de entrevista é denominado de
entrevista clínica. Outros autores denominam-na de entrevista não-dirigida. Por exemplo, se
o pesquisador deseja conhecer o nível de atendimento dos Cursos de Formação de Oficiais
da Marinha Mercante, considerando o grau de satisfação do alunado e suas perspectivas
quanto ao ensino e sua inserção no mercado de trabalho, necessário seria a princípio, obter
informações dos alunos concluintes, pela experiência que eles possuem nos cursos.
b) Entrevista focalizada
A entrevista focalizada pouco se diferencia da entrevista informal. No entanto, na
pesquisa focalizada, o entrevistador tem em foco uma determinada informação em foco. Por
exemplo, se o pesquisador tem como foco “medidas de combate a incêndio em navios”, ele
deverá conduzir o entrevistado sempre em direção a este foco. Por isso, todas as vezes que
o entrevistado se desvia do objetivo, o entrevistador deve ter o cuidado de retomar ao
assunto para que ele obtenha os dados necessários e não perca tempo com assuntos
desnecessários. Cabe, portanto, habilidade do entrevistador em não causar constrangimento
no informante a fim de que ele forneça as informações esperadas.
d) Entrevista estruturada
A entrevista estruturada é constituída de uma relação fixa de perguntas que podem
ser fechadas (existem as alternativas nas respostas às perguntas para serem assinaladas,
sendo, portanto, objetivas), abertas (o entrevistado responde às questões formuladas, sendo,
portanto, subjetivas) e questões duplas ou mistas (existem questões fechadas e abertas e o
entrevistado opta por uma das questões e justifica sua escolha). A entrevista estruturada é
adequada para obtenção de dados quando se pretende quantificar o fenômeno. Isso envolve
um maior número de pessoas a serem entrevistadas. Por exemplo, “nível de satisfação dos
alunos do Curso de Formação de Oficiais – CIABA”. Para tanto, é necessário dispor de
pessoas treinadas, que obtenham o resultado com rapidez, tenham habilidade para tratar o
entrevistado e não interfiram nas suas respostas.
3.4.3 Questionário
lá, o questionário pode ser um recurso. No entanto, dependerá dos critérios e decisões
adotados pelo pesquisador. Devemos ter alguns cuidados ao elaborar as questões de um
questionário, dentre os quais, a linguagem, a ordenação e a objetividade.
Como eu
organizo os
dados?
Há muitas formas de realizar o registro das observações, as quais podem ser criadas
ou reinventadas pelo pesquisador. Faremos aqui as recomendações que poderão facilitar o
trabalho do pesquisador que optar por utilizar esta técnica de coleta de dados. As
observações podem ser anotadas (escritas), gravadas ou filmadas, mas a forma mais
freqüente de registro é a escrita.
89
a) Gravação
A gravação registra todas as expressões orais imediatamente, deixando o
pesquisador com toda sua atenção voltada para o entrevistado. Porém ela só registra o que
foi dito, as expressões orais, “perdendo” as expressões gestuais que indicam o “estado” geral
do entrevistado como o constrangimento ou desconforto na entrevista. Por outro lado, a
naturalidade pode ser perdida, pois a gravação pode inibir o entrevistado.
90
Para tanto, Bogdan & Biklen (1994) recomendam cinco (5) procedimentos que
evitam que ao final da coleta o material seja confuso, quais sejam: delimitação progressiva
do foco d estudo; formulação de questões analíticas; aprofundamento da revisão de
literatura; testagem de ideias junto aos sujeitos; e uso extensivo de comentários, observações
e especulações ao longo da coleta. Então vejamos:
Delimitação progressiva do foco do estudo: delimita-se a problemática
investigada, e reconhece-se que nem tudo é importante;
91
Tabulação simples
Preferência ao CFO N %
Feminino
Masculino
Total 200 100
Tabulação cruzada
Preferência Idade
ao CFO 16 à 18 19 à 21 Total
N % N % N %
Feminino 45 22,5 53 26,5 98 49
Masculino 71 35,5 31 15,5 102 51
Sub-total 116 58 84 42 200 100
8) Cronograma de Execução;
9) Coleta de Dados;
10) Analise e interpretação dos dados;
11) Redação final do relatório de pesquisa (TCC).
Essas etapas serão mais elucidadas na Unidade 4 – A elaboração do projeto de
pesquisa a ser tratado a seguir.
94
A partir desta decisão, o pesquisador deverá elaborar o seu projeto de pesquisa, a fim
de “mapear” o caminho a seguir no processo de investigação.
Para Fachin (2003), todas as etapas que constituem o projeto de pesquisa devem estar
vinculadas ao “espírito científico” do pesquisador a fim de que ele não desperdice trabalho em
vão, visto que o projeto conduz à cientificidade.
95
Para Deslandes (2002) o projeto de pesquisa direciona o pesquisador aos “rumos” que
ele deve seguir no processo de investigação.
Todo fenômeno a ser investigado se insere num quadro geral de problemas. Cabe ao
pesquisador “retirar” desse quadro geral o problema a ser investigado. “O tema da pesquisa
indica uma área de interesse a ser investigada. Trata-se de uma delimitação ainda bastante
ampla” (DESLANDES, 1994, p. 37). Ao definir, portanto, o tema, é necessário que haja “um
recorte mais preciso”. Para tanto, é necessário fazer perguntas ao tema a fim de elaborar o
problema. Na acepção científica, problema “é qualquer questão não solvida e que é objeto de
discussão, em qualquer domínio do conhecimento” (GIL, 1994:52), ou “É um fato, algo
significativo, que a princípio não possui respostas explicativas, pois a solução, a resposta ou a
explicação será dada por intermédio do desenvolvimento da pesquisa” (FACHIN, 2003,
p.109).
96
Nesse sentido, o tema tem um caráter geral, o problema tem um caráter específico,
delimitado. Por isso, ao elaborar o problema, ele deve estar situado no quadro geral que pode
ser auxiliado pelas seguintes questões:
O que fazer? Como fazer? Qual é a temporalidade? Onde fazer? O que fazer?
Como fazer?
Para um melhor esclarecimento, exemplificaremos no esquema a seguir:
Como fazer? Estabelecendo relação entre as variáveis - fenômenos que ocorrem mais de uma
vez – Navegação (marítima, fluvial?); controle ambiental (legal, operacional?); controle
contra o quê (bioinvasões, resíduos poluentes?).
Embora não exista um “receituário” para a formulação do problema, uma vez que não
é tarefa simples, pois requer um exercício intelectual, a experiência de pesquisadores
possibilitam-nos algumas regras básicas, que não são absolutamente rígidas, mas que podem
ajudar o “aprendiz de pesquisador” a formular o seu problema. A não rigidez possibilita ao
97
Ex: Como inibir o risco de novas bioinvasões pela a água de lastro nas águas brasileiras?
5. O problema deve ter referência empírica. Uma das grandes demandas hoje nas
pesquisas acadêmicas, é o critério empírico, ou seja, a comprovação prática da realidade
investigada dá suporte e credibilidade científica à pesquisa.
Evidentemente que a exigência da prática não tira o mérito das pesquisas que não
passaram por esse critério. Alguns autores chegam a questionar o empirismo nas ciências
humanas. No entanto, cabe ao pesquisador avaliar a necessidade de aplicar os conhecimentos
teóricos à praticidade, afastando juízos de valor.
98
Após seguir essas regras, você pode formular o problema. Mas lembre-se que é
necessário apresentar o quadro problemático, através de uma descrição sucinta.
4.2.1 Hipótese
3. Deve ter referências empíricas. O critério empírico nas hipóteses elimina o juízo
de valor. Uma vez que elas serão submetidas ao teste da verificação e da observação,
possibilitando ao pesquisador sua comprovação ou não na realidade.
6. Deve estar relacionada como uma teoria. A pesquisa científica não pode
prescindir da teoria, ou seja, não é possível produzir conhecimento científico sem teoria. A
teoria funciona como “lentes” que clareiam a visão o pesquisador acerca de determinado
fenômeno. A teoria científica é o fundamento filosófico-metodológico da pesquisa científica,
pois é ela quem fornece os argumentos conceituais analíticos e explicativos do objeto
pesquisado. Portanto, a hipótese tem que sinalizar as bases teóricas que fundamentarão a sua
comprovação ou não.
100
Motivos...
4.3 REDAÇÃO DO TEXTO E SEUS ELEMENTOS Necessidades...
Importância...
4.3.1 Justificativa
4.3.2 Objetivos
Toda pesquisa científica tem um fim a alcançar. Trata-se dos objetivos. “O objetivo é
um fim a que o trabalho se propõe a atingir. A pesquisa científica atinge seu objetivo se todas
as suas fases, por mais difíceis e demoradas que sejam, forem vencidas e o pesquisador puder
dar uma resposta ao problema formulado” (FACHIN, 2003, p.113).
Os objetivos indicam para que você está propondo a pesquisa, quais os resultados
que pretende alcançar ou qual a contribuição que sua pesquisa irá efetivamente proporcionar.
Podem ser Gerais e Específicos. Os objetivos gerais são aqueles levantam proposições mais
amplas e abrangentes a alcançar. Os objetivos específicos tratam das proposições gerais
101
Exemplo:
problema a ser investigado. Para tanto, o pesquisador deve fazer uma revisão de literatura
sobre o tema em questão, a fim de seguir as “pistas” que o conduzem à comprovação ou
negação de suas hipóteses. “Não é possível interpretar, explicar e compreender a realidade
sem um referencial teórico” (TRIVIÑOS, 1992:104). O pesquisador deve expressar breves
idéias de autores, apontando conceitos e categorias teóricas contidas em uma determinada
abordagem, com as quais ele irá trabalhar para interpretar o fenômeno investigado. São os
conceitos e categorias que nortearão o processo de investigação do fenômeno. Este é o
momento em que o pesquisador identifica a abordagem que fornecerá a sua linha de conduta
na pesquisa. Neste momento ele se questiona: que matriz teórico-metodológica fornecerá a
diretriz para chegar aos resultados pretendidos? Após esta reflexão, é o momento de fazer o
levantamento bibliográfico e as leituras. Para isso, os fichamentos e resenhas das leituras
realizadas, servirão de instrumentos facilitadores na construção do referencial teórico. Então,
o pesquisador estabelecerá uma interlocução entre os autores tornando-se uma espécie de
mediador a fim de dar coerência entre as idéias fornecidas pelas análises desses autores. O
texto ganhará coerência se o “mediador” estabelecer uma lógica entre as idéias dos autores
apresentados, reforçando sempre cada pensamento, com as citações expressivas do autor
sobre o assunto tratado. Em geral, quando o referencial teórico é bem elaborado, ele serve de
base para o capítulo introdutório da monografia. Por isso, ser criterioso na elaboração do
referencial teórico, é pensar adiante!
4.3.4 Metodologia
Toda pesquisa tem um tempo delimitado para a sua realização. Uma vez que o
projeto é o planejamento da pesquisa, é necessário que o pesquisador planeje
cuidadosamente cada etapa a ser executada no processo de investigação. Em geral, o
cronograma de atividade é apresentado em um quadro contendo: as etapas e o tempo de
duração de cada uma delas. O pesquisador faz a pergunta: QUANDO?
Atividades MESES
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
1. Elaboração do Projeto
2. Levantamento bibliográfico e documental
3. Leitura, fichamentos e resenhas
4. Elaboração dos instrumentos de coleta de dados
5. Pesquisa de campo
6. Análise dos dados
7. Elaboração do Relatório (monografia)
8. Revisão do texto e encadernação
4.3.6 Referências
O projeto deve conter a referência bibliografia com a relação dos autores (de acordo
com instruções normativas da ABNT (NBR 6023) que foram consultados para a realização
do projeto. É indispensável a identificação dos autores: “ao compor uma bibliografia, deve-
se prestar muita atenção na disposição dos elementos pormenorizados, como: letras
maiúsculas, minúsculas, ponto, virgula, sublinhado etc., e ainda colocá-la em ordem
alfabética [...]” (FACHIN, 2003, p.167). A partir desses tópicos, a seguir, apresentamos as
etapas completas do projeto, quais sejam:título; formulação do problema ou questões
norteadoras e hipóteses; objetivos; justificativa; referencial teórico; metodologia;
cronograma; e referências.
104
BELÉM BELÉM
2009 2009
V658k
Banca Examinadora
________________________
Prof.
________________________
Prof.
Apresentado em: __ / __ / __
Conceito: ___________
BELÉM
2009 Aos meus pais...
SUMÁRIO (OBRIGATÓRIO)
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 04
1 CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO 05
1.1 O QUE É O CONHECIMENTO? 06
1.2 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E OS OUTROS TIPOS DE
CONHECIMENTO 07
1.2.1 O senso comum 08
1.2.2 O Conhecimento Teológico ou Religioso 09
1.2.3 Filosofia e Teoria do Conhecimento 10
1.2.4 O conhecimento científico 11
1.4 O MÉTODO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
1.4.1. O Método Científico 13
2 METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO 14
2.1 A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO 14
2.1.1 Relatório e Monografia 15
2.1.1.1 Fases do Relatório 16
2.1.1.2 A Estrutura do Relatório / Monografia 17
2.1.1.3 Apresentação Gráfica do Relatório/Monografia 19
20
2.2 OS MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO: LEITURA,
ESQUEMA, RESUMO, FICHAMENTO E RESENHA
2.2.1 A Leitura
21
2.2.2 O Esquema da leitura 21
2.2.3 O Resumo 22
2.2.4 O Fichamento 23
2.2.5 A Resenha 24
25
26
107
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, Marli Eliza D. A. de. Etnografia da prática Escolar. São Paulo: Papirus,
1995.
DESLANDES, Suely. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. In: MINAYO, Cecília
(Org.). Petrópolis. RJ: Vozes, 1994.
FURLAN, Vera. O estudo dos textos teóricos. In: CARVALHO, Maria Cecília (Org.).
Construindo o saber: técnicas de metodologia científica. S. Paulo: Papirus, 1990.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1990.
109
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.
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