Este documento fornece perguntas para orientar a leitura crítica de teses e dissertações. Ele sugere que o leitor analise o resumo, introdução, corpo e conclusões do trabalho verificando se os objetivos, métodos e resultados estão claros. Também recomenda que o leitor avalie a qualidade da escrita e estruturação do trabalho para julgar se ele é consistente e merece ser publicado.
Este documento fornece perguntas para orientar a leitura crítica de teses e dissertações. Ele sugere que o leitor analise o resumo, introdução, corpo e conclusões do trabalho verificando se os objetivos, métodos e resultados estão claros. Também recomenda que o leitor avalie a qualidade da escrita e estruturação do trabalho para julgar se ele é consistente e merece ser publicado.
Este documento fornece perguntas para orientar a leitura crítica de teses e dissertações. Ele sugere que o leitor analise o resumo, introdução, corpo e conclusões do trabalho verificando se os objetivos, métodos e resultados estão claros. Também recomenda que o leitor avalie a qualidade da escrita e estruturação do trabalho para julgar se ele é consistente e merece ser publicado.
Para a leitura de uma tese ou dissertação, com possíveis maior proveito e
melhores condições de análise, proponho que essa leitura seja feita à luz de algumas questões que permitam melhor examinar seus múltiplos e variados aspectos. Lançar mão dessas questões pode ser útil tanto para orientadores e membros de bancas, como também para doutorandos e mestrandos que precisam planejar, desenvolver e avaliar, a cada passo e ao final, seu próprio trabalho de tese ou dissertação. - Antes de iniciar a leitura, o leitor deveria, mentalmente e/ou por escrito, sistematizar algumas expectativas em relação à tese ou dissertação que tem em mãos, a partir do seu título. - Em seguida, diante do resumo, perguntar-se: dá ele uma ideia clara, ainda que sintética, do objeto de estudo, do problema, dos fundamentos teóricos, das hipóteses, dos procedimentos metodológicos, do desenvolvimento da pesquisa e de seus principais resultados ou conclusões? - Ao ler a introdução, fica claro para o leitor: Como se articula o objeto do estudo? Como estão definidos e delimitados o problema, os conceitos, velhos e novos, assim como as categorias de análise de que o(a) autor(a) lança mão para examinar suas novas questões e hipóteses? Qual é a originalidade desse novo estudo tanto em termos de conteúdo (objeto, problema), como do caminho e procedimentos metodológicos? Qual é a estrutura da exposição do estudo? Enfim, na introdução, tem o leitor todas as informações básicas para poder acompanhar o desenvolvimento do estudo e entendê-lo em seus desdobramentos? - Depois disso, ao ler tanto a introdução quanto os capítulos do corpo da tese ou dissertação, as questões que o leitor deve poder fazer são, em geral, as de sempre: Revela um bom tema, denso, prenhe de sentido para que seus “achados” e “descobertas” sejam generalizados? Os fundamentos teóricos estão, na sua complexidade, bem estabelecidos? A revisão da literatura está adequada? A discussão trazida pela tese ou dissertação inscreve-se no debate contemporâneo da questão? A recuperação dos antecedentes históricos do tema foi suficiente, insuficiente ou exagerada? Os dados empíricos foram suficientes e adequadamente sistematizados, examinados, interpretados e avaliados? A interpretação manteve-se dentro dos parâmetros que lhe autorizavam os fundamentos e referenciais teóricos? A estrutura da exposição, isto é, a ordem dos capítulos é a mais adequada para que o leitor apreenda da melhor maneira possível o conteúdo? A redação está dentro do que se espera de um documento científico, isto é, obedece às regras básicas da sintaxe; somente afirma o que pode ser comprovado, demonstrado; evita excessiva repetição de ideias; trabalha de modo equilibrado com a autoridade dos fatos e dos autores de referência? - Ao ler as considerações finais ou conclusões, o leitor deve poder esperar: uma breve, sintética e bem articulada recapitulação dos principais passos do estudo, de seus principais achados, dos pontos (questões) que, eventualmente, permaneceram sem resposta; dos percalços e incertezas da pesquisa. Como uma tese ou dissertação é apenas um estudo limitado de um tema e objeto de estudo, o leitor deve poder esperar que o(a) autor(a), após o esforço despendido nesse estudo e com ele tendo se familiarizado, lhe aponte novas questões ou novos campos de investigação para a continuidade do estudo por ele e/ou por outros pesquisadores, mestrandos e doutorandos. - Enfim, o leitor deve poder, ao final de sua leitura e da releitura de algumas de suas partes, em especial, do resumo, perguntar-se se a tese ou dissertação se sustenta, se sua publicação é aconselhável, ainda que, eventualmente, devesse passar por algumas modificações, reformulações. Como adendo, eu diria que um estudo, que se traduz em tese ou dissertação, para ter consistência, entre outras coisas, precisa responder a três perguntas: o que é o fenômeno, fato, objeto estudado? Como se apresenta, classifica, diferencia de outros e interfere na realidade? Por que se apresenta da forma como se apresenta; em razão de que fatores de diferentes ordens e naturezas: econômicas, políticas, sociais, religiosas, etc.? Se um estudo não for além do “o quê?” e do “como?” e não chegar a responder ao “por quê?” de um fato ou fenômeno, dir-se-ia que se trata de um estudo descritivo-analítico, mas, possivelmente, não de um estudo científico.
Piracicaba, agosto de 2018
Valdemar Sguissardi Prof. Dr. Titular (aposentado) da UFSCar