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ATIVIDADE AVALIATIVA
“Qual a principal ou as principais influências da Filosofia Medieval em nossa
atualidade? Caso acredite não haver nenhuma influência perceptível, qual razão
justifica sua posição?”
Diferentemente do que grande parte da população acredita, o Período Medieval não foi
uma época somente portadora de pestes, perseguição religiosa, negacionismo e
anticientificismo. Essa ignorância repercute, ainda hoje, um jargão onde se chama tal
Idade Histórica de Idade das Trevas ou Longa Noite de Mil Anos. Isso é fruto da teoria
do Iluminismo, surgido como uma reação ao Absolutismo – que dominava a Europa -,
onde se buscava validar somente o conhecimento através da racionalidade; logo estes
seriam os responsáveis pela iluminação dessa escuridão, trazendo o que chamaríamos de
Século das Luzes, ou Século da Filosofia.
Falando em Filosofia, a produção medieval na área não foi criativa, justamente por ter
suas fontes intrinsecamente voltadas ao pensamento grego, especialmente nas obras de
Platão e Aristóteles. Isso é, autores do passado. Procederam, é claro, estudos sobre lógica
e racionalidade, mas somente recentemente, junto à libertação da lógica aristotélica
tradicional (HAMLYN, 1990).
Porém, o exposto não faz com que esta não venha influenciando direta ou indiretamente
boa parte do cotidiano levado desde então, o qual, apesar de fortemente alterado com o
passar dos anos, segue mantendo pensamentos oriundos dos Pensamentos Filosóficos
Medievais.
Para a religiosidade, foi um período de ouro. A produção filosófica cristã atingiu seu auge,
com os exemplos mais famosos (e fundamentais, contemporaneamente falando) de
Agostinho, canonizado santo por aclamação popular em 1292, pelo Papa Bonifácio VIII,
e por Tomás de Aquino, canonizado santo em 1323 pelo Papa João XXII, e reconhecido
como Doutor da Igreja ("Doctor Angelicus", "Doctor Communis" e "Doctor Universalis”)
em 1567. O aprofundamento na busca da possível conciliação entre religião e filosofia
por parte destes e demais autores (como Pedro Abelardo) influencia inegavelmente o
pensamento cristão (principalmente o catolicismo) praticado desde então, sendo uma das
influências mais conhecidas – senão mais óbvias – da filosofia medieval sobre a
atualidade.
Porém, não somente aos religiosos ficam restritas tais influências. Isso é, a Filosofia
Medieval não consiste apenas do Cristianismo. Conforme citado pelo Professor Marcos
Corrêa, tais pensamentos se difundiram em hábitos tão pequenos e imagináveis, que até
mesmo o hábito de lavar as mãos após a ida ao banheiro deriva da Filosofia Medieval.
Como refletido por ele, o correto não seria lavarmos antes nossas mãos, sujas e expostas,
do que as higienizarmos após contato com algo guardado e limpo (no caso, os órgãos
genitais)? Pois, o pensamento de que esses órgãos são sujos deriva diretamente dos
pensamentos desenvolvidos em tal período.