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ORIGEM DO

CONHECIMENTO
Conhecimento a priori e conhecimento
a posteriori
Origem do Conhecimento

 Depois de termos abordado as duas principais posturas sobre a possibilidade de


conhecer – dogmatismo e ceticismo – abordaremos as fontes do conhecimento.

 Qual a origem do conhecimento?... A experiência sensível ou a razão?

 Há autores que defendem o conhecimento seguro só pode vir da experiência sensível.

 Outros autores defendem que o verdadeiro conhecimento só pode derivar da


capacidade racional.
Conhecimento a priori e a posteriori

 Vamos supor que pedimos


a alguém que descreva
um cubo mágico.

 Resposta possível:
«O cubo mágico é composto por
seis faces iguais e por seis cores
[branco, azul, verde, vermelho,
laranja e amarelo].»
 Quando pretendemos saber que cores
compõem o cubo mágico é necessário o
seu exame físico.

 Utilizando a visão, anunciamos as seis


cores presentes nas faces do cubo.
 No entanto, para afirmar que o cubo tem
seis faces de tamanho igual não é
necessário recorrer à experiência sensível,
pois um cubo define-se precisamente por
ser um sólido geométrico com seis faces
iguais.
 Assim, com este
exemplo, identificamos
duas fontes para o
conhecimento:

 A experiência;

 E a racionalidade.
Perguntar pela importância da origem do conhecimento equivale
a questionar sobre que fontes são mais fiáveis para estabelecer o
conhecimento verdadeiro de um determinado juízo.

 No caso do cubo foram mobilizadas duas


origens para o conhecimento.

 No entanto, existem casos em que


utilizamos exclusivamente uma dessas
fontes.
Por exemplo:
 O conhecimento de que 3 + 3 = 6 não requer
qualquer tipo de comprovação experimental.

 Por outro lado, o conhecimento de que


Portugal teve uma temperatura média de
cerca de 16 ºC nos últimos 50 anos só é possível
se recorrermos à medição da temperatura
atmosférica pela via sensorial.
Há que distinguir dois tipos de juízos:

 Juízos a priori – são juízos independentes da


experiência; são universais e necessários.

 Juízos a posteriori – são juízos que dependem


da comprovação experimental e da
intervenção dos órgãos sensoriais; são
contingentes.
Juízos a priori
 Os Juízos a priori são juízos que formamos unicamente com base nas
capacidades intelectuais, sem recurso à experiência.

 Caracterizam-se por ser universais e necessários e pela sua construção não


depender dos dados da sensibilidade.

 Por exemplo: 3 + 3 = 6, é uma operação mental, é universal e necessária, é fruto


da razão e, por isso, designa-se conhecimento a priori.
Juízos a posteriori
 Os Juízos a posteriori têm origem na experiência e, por isso, implicam
um contacto sensível com o mundo.

 O exemplo da temperatura média de Portugal exige a intervenção da


sensibilidade.

 Um juízo desta natureza é a posteriori, uma vez que tem origem na


experiência.
 Um conhecimento baseado em juízos a posteriori é contingente, pois
pode ser válido em determinadas circunstâncias e não ser válido
noutras.

 O registo da temperatura em Portugal depende de um conjunto de


fatores que não controlamos totalmente, depende da acuidade dos
instrumentos de medição, que são passíveis de erro, do critério de
registo de quem opera esses instrumentos, da unidade térmica
utilizada, do nível de rigor exigido nesse registo, entre outros.
 Assim, existe conhecimento que só pode resultar do contacto sensível
com o mundo.

 No entanto, os juízos formados a partir de fontes a posteriori podem ser


altamente prováveis, mas nada garante a sua permanência e
universalidade.

 Por isso, são contingentes, não há forma de comprovar a sua certeza e,


assim, existe sempre um certo grau de dúvida e de incerteza.

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