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Análise Indutivismo

Em sala de aula, de forma expositiva, foi explicitado e debatido, inicialmente, sobre o tópico
da ciência e o que ela é. De forma geral, o conhecimento científico parte de um método
científico em detrimento da descoberta da verdade e a explicação dos fenômenos naturais
observáveis.

Um método científico necessita de regras para poder fundar e justificar a razão e o


conhecimento, como, por exemplo, foi citado o próprio Método Cartesiano de René Descartes
que, a partir da tomada de verdades claras e evidentes, a análise do todo, a condução dos
pensamentos dos mais simples aos mais complexos e da enumeração e revisão para obtenção
de uma ordem, seria possível concluir que, embora o ceticismo do cientista, seria possível obter
a primeira verdade: não é possível duvidar da dúvida, portanto, a máxima ‘’cogito, ergo sum’’.

‘’logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria
necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu
penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos
céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o
primeiro princípio da Filosofia que procurava.’’ (Descartes, 1973, p. 23)

O método científico deve possuir características como a sua capacidade de reprodução por
outros pesquisadores, o ponto chave do questionamento que motivou o pesquisador a iniciar o
trabalho, o levantamento de hipóteses, a subsequente busca de obtenção de dados que
comprovem tal hipótese e a verificação da viabilidade dela.

Em sala, foram abordados dois métodos e as suas principais características, sendo eles o método
dedutivo e o indutivo. O primeiro, parte de uma premissa geral e maior, que caracteriza um
grupo, em direção ao específico, uma premissa menor e que busca especificidades. Portanto, o
objetivo do método dedutivo seria, partindo de que ambas aas premissas são verdadeiras e
concretas, é buscar uma maior variabilidade para o raciocínio.

O segundo método abordado foi o método indutivo que seria responsável pela generalização,
ou seja, parte-se de uma experiencia de fenômeno particular para, assim, induzir a uma questão
ampla.

‘’Resta-nos um único e simples método, para alcançar os nossos intentos: levar os homens aos
próprios fatos particulares e às suas séries e ordens, a fim de que eles, por si mesmos, se sintam
obrigados a renunciar às suas noções e comecem a habituar-se ao trato direto das coisas.’’ (N.O.
I: XXXVI)

Aprofundando no método indutivo, é observável que ele possui fases e etapas necessárias para
a obtenção de leis e teorias acerca dos fenômenos naturais.

A experiência seria ponto de partida para fazer ciência. Em bacon, a experiência é de natureza
sensória, ou seja, seria algo com capacidade de obtenção através dos 5 sentidos. Algumas
observações são de relevante importância ao se tratar da experiência. Primeiramente, a
experiência e as apreensões sensórias são de caráter subjetivo, porém é imprescindível ao
cientista a observação subsequente de forma imparcial e livre de preconceitos, em prol e
visando a maior veracidade da análise do fenômeno observado.

‘’É de se esperar algo melhor de alguém que, na idade madura, de plena posse de seus sentidos
e mente purificada, se dedique integralmente à experiência e aos exames dos fatos
particulares.’’ (BACON, 1999, p. 77)

É a partir da experiência particular que é possível a prática da observação sensível da própria


experiência. Entretanto, tais concepções retiradas a partir das observações é de caráter subjetivo
e sempre está sujeita a possuir erros ou se tornar incapaz de ser ‘’reproduzida’’ por outro
cientista e obter o mesmo resultado.

‘’O intelecto humano não é luz pura, pois recebe influência da vontade e dos afetos, donde se
pode gerar a ciência que se quer.’’ (BACON, 1999, p.43).

Como então seria possível inferir algo particular para se alcançar uma constatação geral,
tomando como ponto de partida a subjetividade da observação sensória do cientista? A
transformação do conteúdo e das hipóteses inferidas em literata.

Esta via “consiste no saltar das sensações e das coisas particulares aos axiomas mais gerais e, a
seguir, descobrirem-se os axiomas intermediários a partir desses princípios e de sua inamovível
verdade”. Ibid.,Parte I, Aforismo, 19, p.36

É possível agrupar e construir tabelas a partir de fenômenos, com o objetivo de organizar e


comparar pensamentos e constatações feitas sobre os eventos particulares e a consequente
formulação de hipóteses do cientista.
É de extrema importância salientar que as verdades que são buscadas pela ciência e as verdades
que são também, de certa forma, almejadas, dependem da relevância da experiência sensível
analisada.

Com as etapas anteriores concluídas, e a transformação em literata as observações feitas pelo


cientista, passa-se, então, a formular-se leis e regras gerais que serão chamadas por Francis
Bacon de axiomas.

Não se admirem, pois, os homens de que o curso das ciências não tenha tido andamento, visto
que, ou a experiência foi abandonada, ou nela (os seus fautores) se perderam e vagaram como
em um labirinto; ao passo que um método bem estabelecido é o guia para senda certa que, pela
selva da experiência, conduz à planura aberta dos axiomas. (BACON, 1999, p.65).

Enfim, é afirmado que o objetivo da ciência não seria, por fim, a busca da verdade absoluta.
Pois, a verdade, em si, não é possível de ser comprovada, mas a ciência pode buscar meios para
que a probabilidade aumente.

‘’Nosso método, contudo, é tão fácil de ser apresentado quanto difícil de se aplicar. Consiste
no estabelecer os graus de certeza, determinar o alcance exato dos sentidos e rejeitar, na maior
parte dos casos, o labor da mente, calcado muito de perto sobre aqueles, abrindo e promovendo,
assim, a nova e certa via da mente, que, de resto, provém das próprias percepções sensíveis.
Foi, sem dúvida, o que também divisaram os que tanto concederam à dialética.’’ (BACON,
2000, p.27-28).

Aluno: Henrique Tatsuya Tago

Turma: 1000, Psicologia 69

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