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ELOANY GRAZIELE MARIA TABOSA

FERNANDA DA SILVA SANTOS


LENDAH KASSIELLE DE MIRANDA

METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA


PROFESSOR: JOÃO MARCOS FRANCISCO SAMPAIO

1 ª Avaliação

Respondam as questões:

1. O que são a lógica indutiva e a lógica dedutiva? O que as diferencia? Quais os problemas que
a lógica indutiva acarreta? Em que consiste a falseabilidade e para que ela serve? (2,0)

A princípio, sabe-se que no indutivismo, a partir de um conjunto particular de observações


rigorosas e variadas, é possível estabelecer uma afirmação universal na forma de lei ou teoria,
desde que nenhuma observação entre em conflito com a indução feita. Além disso, o
dedutivismo pode ser entendido enquanto tomada de um fato universal e sua comprovação
através da prática regida por um critério de demarcação.

No livro “A lógica da pesquisa científica” de Karl Popper, é proposto o primeiro impasse


fundamental, chamado pelo autor de problema da indução, nele, caso uma interferência vai de
enunciados singulares, como resultados experimentais, até enunciados universais, tais quais as
hipóteses, ela é denominada indutiva. Ou seja, o problema da indução consiste em questionar a
validade dos enunciados universais que são baseados na observação, de forma a evidenciar que
uma experiência só pode ser descrita a partir de um enunciado singular. Para os indutivistas, o
princípio de indução valida ou não as teorias científicas, e extingui-lo privaria a ciência de atingir
à verdade absoluta. Todavia, em desacordo com a lógica indutiva, Karl Popper sustenta que tal
princípio é supérfluo, leva a pesquisa a incoerências lógicas, e que a tentativa de conectá-lo à
experimentação é um fracasso, pois provoca uma regressão infinita.

Ademais, o problema da lógica indutivista, de acordo com Popper, também consiste no fato de
tal metodologia não admitir um critério de demarcação adequado, o qual deve ser entendido
como uma proposta que visa o estabelecimento de uma convenção. Logo, ele denomina o
problema da demarcação como a dificuldade de estabelecer um sistema de comparação entre
as ciências empíricas e a metafísica. Para o filósofo, no que tange à falseabilidade como critério
de demarcação, só é possível reconhecer um sistema empírico se ele for passível de
comprovação, seja ela positiva ou em sentido negativo, isto é, caso haja a possibilidade de
refutá-lo. Constata-se, portanto, que a essência do método empírico se dá pela maneira de expor
um sistema à falsificação.
2. Qual a importância da abstração para Bachelard? O que é a geometrização e o que ela
significa? (2,0)

Para Bachelard, tudo aquilo de natureza sensorial dá lugar aos princípios e metodologias
matemáticas, as quais passarão a ser o suporte para a formação do espírito científico e alcance
à abstração. No entanto, a fenomenologia, enquanto desordem para as vivências científicas,
configura-se, ainda, como o ponto de partida no que tange à consolidação da ordem abstrata, a
qual não permanece sujeita às crenças do cotidiano e busca sempre provar e dinamizar os
fenômenos. Dessa forma, o filósofo dá destaque à premissa do espírito científico, a qual
consiste na geometrização da realidade, ou seja, um método que permite olhar para o real
eliminando os obstáculos epistemológicos, como a opinião fundamentada nos hábitos do ser
humano, a fim de adquirir conhecimento científico. Assim, com base na transição entre a
imagem e a abstração, Gaston enumerou os três estados que integram o tão almejado espírito
científico. A princípio, ele cita o estado concreto como o primeiro degrau da evolução do
pensamento, este é composto pelas primeiras representações fenomenológicas, contra as quais
o espírito científico irá lutar posteriormente, e se baseia na glorificação da natureza. Por
conseguinte, desenvolve-se o estado concreto-abstrato, isto é, o momento em que o ser humano
começa a geometrizar o espaço sensível de maneira a introduzir nas imagens cotidianas o
pensamento filosófico, estabelecendo, assim, uma espécie de paradoxo entre os dois polos. E,
por fim, o estado abstrato, cuja definição pode ser dada não só pela consolidação do espírito
científico, mas também pela ruptura com as experiências físicas contempladas pelo homem no
seu primeiro estado.

3. Disserte sobre as similaridades e diferenças entre as teorias de Bachelard, Popper e Kuhn


(4,0)

Concepções metodológicas

Bachelard A construção e alcance do ser humano ao espírito científico se dá


pela abstração. Isto é, existe a necessidade de substituir a
experiência sensível pelas perspectivas matemáticas através do
método de geometrização da realidade, o qual prega que só é
possível adquirir conhecimento científico se o homem começar a
olhar para a realidade eliminando os obstáculos epistemológicos.
Tais obstáculos, em geral, consistem na opinião, ou seja, baseiam-se
unicamente na experiência, limitando-se ao que pode ser captado do
mundo externo. Portanto, observa-se um processo pelo qual os
cidadãos aplicam o método em questão, a fim de alcançarem a
abstração, que é composto pela passagem entre pelos estados de
espírito a seguir:

Estado concreto: composto, completamente, pelas noções


fenomenológicas e empíricas, de maneira a contentar-se com aquilo
oferecido pelo mundo sensível.
Estado concreto-abstrato: momento de introdução do pensamento
filosófico à realidade, caracterizando o fenômeno de geometrização
do real.
Estado abstrato: se dá pela ruptura com tudo aquilo de natureza
sensível, definindo-se pelo ápice do conhecimento onde o ser
humano atinge a abstração.

Os obstáculos epistemológicos originam-se dos conhecimentos


habituais, cuja normalização leva o ser humano a se acomodar e não
sentir a necessidade de ir em busca de novos métodos de pesquisa
ou perspectivas de diferentes membros da sociedade. Logo, a
verdade nunca é dada instantaneamente, dessa forma, é de suma
importância abandonar o comodismo e compreender que tanto os
erros quanto os diversos pontos de vista são a base para o
aprendizado.

Kuhn Paradigmas da pesquisa - É o caráter revolucionário do progresso


científico numa visão de pesquisa histórica, assim, em primeira
análise é possível pontuar o período da “ pré-ciência”, no qual os
cientistas não conseguem decidir como proceder a pesquisa. Após
isso, é iniciada a fase da “ciência normal” que seleciona as
características pertinentes para o desenvolvimento da pesquisa.
Com base nisso, quando o paradigma começa a enfrentar
dificuldades por falta de explicações e soluções, entra a tona a etapa
da “crise-revolução” resultando em uma nova necessidade de
estimular uma “nova ciência normal” que irá permanecer até uma
nova crise surgir. Logo, é possível concluir que se realmente
houvesse a permanência desse conhecimento, não haveria
progresso nem novas descobertas ao longo do tempo. Ademais, vale
ressaltar que esses exercícios não são atribuídos para refutar os
antigos, mas sim para contribuir e desenvolvê-los a partir dos
conhecimentos prévios.

Popper Em sua obra fundamental, A Lógica da Pesquisa Científica, Karl


Popper coloca em novos termos a discussão epistemológica ao
demonstrar que o erro, não é algo negativo, na verdade ele é um
componente inevitável de qualquer teoria científica, pois é a partir
dele que a ciência é capaz de se desenvolver e avançar. Então,
Popper inicia sua exposição destruindo o princípio da indução como
método de procedimento científico. O método indutivo, que é
baseado em obter conclusões gerais a partir de premissas
individuais, se mostra falho na busca de um conhecimento seguro e
verdadeiro sobre a realidade, pois não importa o número de
experimentos ou fatos particulares você observe, jamais será
possível com isso provar que uma afirmação universal é verdadeira,
sendo assim conduzido a uma regressão infinita.

Desse modo, Popper afirma que, “o conhecimento humano consiste


em teorias, hipóteses e conjecturas que nós formulamos como
produto de nossas atividades intelectuais”. Para responder estas
hipóteses obtidas através da experiência, um método seria aplicado
e um resultado encontrado. A partir disso, Popper estabelece como
critério de demarcação entre ciência e metafísica a falseabilidade,
onde uma teoria deve ser rigorosamente testada e isso significa
tentar a todo custo falsificá-la mediante observações e
experimentos. Se a teoria falhar, ela deve ser eliminada e substituída
por outra que também será duramente testada com o intuito de
falsificá-la. Ou seja, toda proposição que possa ser refutada por
experiência empiricamente observável é científica, caso contrário, a
proposição em questão é metafísica. Portanto, o filósofo assume
que, ao gerar uma crítica a ciência se move, não consistindo, na
acumulação de observações, mas em superação de teorias de
maior conteúdo .

Tabela: Similaridades e diferenças entre as teorias de Bachelard, Kuhn e Popper.

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