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Título do Trabalho: (Síntese do Livro: Introdução aos Estudos CTS (Ciência,

Tecnologia e Sociedade)

Nome: Daniel Silva Dias

Tia: 3215217

E-mail: dasidi1967@gmail.com

Turma: 01j

Curso: Sistemas de informação

1.Introdução

2.Síntese do Capítulo 1

Nos dias atuais ainda é difícil mensurar a importância da ciência para a


sociedade atual, grande parte dela apenas consegue fazer uma relação ao
meio científico por grandes desenvolvimentos ou pessoas renomadas ao meio
da ciência o que é superficial. No vocabulário “ciência” se deriva do latim
“scientia” no qual se equivale a saber. Mas porque a ciência se diferencia das
demais formas de saber e de conhecimento ? Estas são perguntas que
diversos historiadores e cientistas têm lutado. Em suma parte a Grécia é
considerada o berço da ciência pura e da demonstração, mas muitos saberes
parecem ter tido origens plurais em grande parte vindos da matemática,
segundo Ritter (1989) : “ não há nenhuma necessidade interna na maneira
como se resolve um determinado problema de matemática. As técnicas de
resolução estão ligadas à cultura onde nascem, e culturas diferentes resolverão
o mesmo problema por caminhos diferentes, ainda que os resultados finais
possam ser, em geral, similares. Esta diversidade de origens coincide com a
análise histórica da construção de tábuas de cálculo matemático no Egito e na
Mesopotâmia.” Em aliança com a concepção tradicional ou “concepção herdada”
da ciência, ela é um empreendimento autônomo, objetivo, neutro e
baseado na aplicação de um código de racionalidade distante de qualquer tipo
de interferência externa. Segundo esta concepção, a ferramenta intelectual
responsável por produtos científicos, como a genética de populações ou a
teoria cinética dos gases, é o chamado “método científico” Uma qualificação
particular da equação “lógica + experiência” deveria proporcionar a estrutura
final do método científico, respaldando uma forma de conhecimento objetivo só
restringido por algumas virtudes cognitivas que lhe garantissem coerência,
continuidade e uma particular credibilidade no mundo da experiência. O
desenvolvimento científico é concebido deste modo como um processo
regulado por um rígido código de racionalidade autônomo, alheio a
condicionantes externos (sociais, políticos, psicológicos…), sendo criados ao
longo do século 20 diversos critérios de aceitabilidade de idéias em ciência.
Dentro da tradição do empirismo clássico, casos de Francis Bacon e John Stuart
Mill, o método científico era entendido basicamente como um método indutivo para
o descobrimento de leis e fenômenos, Bacon é considerado a figura capital do
Renascimento na Inglaterra, foi um pensador que se opôs conscientemente ao
aristotelismo, e não esteve a favor do platonismo ou da teosofia, mas em nome do
progresso científico e técnico a serviço do homem. Outro critério é o conhecido
como falseabilidade de hipóteses ou teorias, proposto por Karl Popper, Para
Popper, uma hipótese ou teoria só é científica se ela for falseável, com isso existiram
reações antipositivista onde tem seus pilares em uma série de críticas realizadas
por alguns autores (Thomas S. Kuhn, Paul Feyerabend, N. R.Hanson, S. Toulmin
ouW. Quine), eram sobre : ‘A carga teórica da observação’ e ‘A
infradeterminação’. A partir de Kuhn a filosofia toma consciência da impor tância
da dimensão social e do enraizamento histórico da ciência, ao mesmo tempo que
inaugura um estilo interdisciplinar que tende a dissolver as fronteiras clássicas
entre especialidades acadêmicas. com a introdução de conceitos
irredutivelmente sociais para explicar como muda a ciência, como é sua
dinâmica e seu desenvolvimento, Kuhn argumentou que a resposta à pergunta
sobre o que é a ciência viria de uma ajustada caracterização dos seus aspectos
dinâmicos, de um estudo disciplinar da história da ciência real. Seus
argumentos constituíram uma autêntica revolução na forma de abordar o
problema. Uma das principais abordagens de Kuhn foi a de que a análise
racionalista da ciência proposta pelo positivismo lógico é insuficiente, e que é
necessário apelar para a dimensão social da ciência para explicar a produção, a
manutenção e a mudança das teorias científicas. Portanto, a partir de Kuhn
impõe- se a necessidade de um marco conceitual enriquecido e interdisciplinar
para responder às questões traçadas tradicionalmente de um modo independente
pela filosofia, pela história e pela sociologia da ciência. Em outro momento da
história barry Barnes, David Bloor ou Steve Shapin formam um grupo de pesquisa
(Escola de Edimburgo) para elaborar uma sociologia do conhecimento científico.
Frente aos enfoques tradicionais em filosofia e sociologia da ciência, se tratava
de não contemplar a ciência como um tipo privilegiado de conhecimento fora do
alcance das análises empíricas. Ao contrário, a ciência é apresentada como um
processo social, e uma grande variedade de valores não epistêmicos (políticos,
econômicos, ideológicos– em resumo, o “contexto social”) se acentua na
explicação da origem, da mudança e da legitimação das teorias científicas. A
declaração programática dessa “sociologia do conhecimento científico” teve
lugar mediante o chamado “Programa Forte”, enunciado por David Bloor em
1976/1992. Esse programa pretende estabelecer os princípios de uma
explicação satisfatória (isto é, sociológica) da natureza e da mudança do
conhecimento científico onde os princípios eram : casualidade, imparcialidade,
simetria e reflexividade.
Weinberg defende que muitas das questões que surgem no curso das
interações entre a ciência e a sociedade (os efeitos nocivos secundários da
tecnologia, ou as tentativas de abordar os problemas sociais mediante os
procedimentos da ciência) depende de respostas que podem dizer respeito à
ciência, mas que, no entanto, a ciência não pode responder ainda (Weinberg,
1972, p.1-2), outro dos autores que propõe que o modelo tradicional de
compreensão da relação ciência - sociedade é, eventualmente, muito simplista e
incapaz de apreender essa complexidade desta relação, é Sheila Jasanoff
(1995). Em seu artigo Procedural Choices in Regulatory Science.

3.Síntese do Capítulo 2

A designação da tecnologia se torna especificamente complexa por ser indissociável do próprio


significado do ser humano, no entanto, convém ter em conta qual é a ideia mais usual e
característica da mesma. Seguindo o que o Dicionário propôs , tecnologia seria o “conjunto de
conhecimentos, especificamente fundamentos científicos, que se adéquam a um certo campo de
atividade”. A tecnologia é capaz ser aceita como um grupo de ações que permitem a aplicação
dos aprendizados que as ciências naturais proporam na produção industrial, ficando a técnica
limitada aos tempos anteriores ao uso dos conhecimentos científicos como base do
desenvolvimento tecnológico industrial centrando-nos agora na relação ciência-tecnologia,
muitos autores falam que este é o critério que a diferencia a técnica da. A palavra “técnica” faz
relação a procedimentos, habilidades, artefatos, desenvolvimentos sem ajuda da compreensão
cientifica. O termo “tecnologia” seria utilizado, então, para referir -se àqueles sistemas
desenvolvidos levando em conta todo conhecimento científico adquirido, o tema da tecnologia
junto com sua relação a ciência tem sido considerado através de diferentes maneiras de
compreensão e pontos de vista, dos quais Niniluoto (1997) nos oferece uma classificação:
ciência seria redutível à tecnologia; tecnologia seria redutível à ciência; ciência e tecnologia são
a mesma coisa; ciência e tecnologia são independentes; há uma interação entre ciência e
tecnologia. O ponto de vista mais amplamente aceito sobre a relação ciência -tecnologia é o que
conceitua a tecnologia como ciência aplicada, sendo portanto a tecnologia redutível à ciência.
Essa visão é o pressuposto ao modelo sequencial do desdobramento que tem sido persuadido
por políticas públicas de ciência e tecnologia até tempos vigentes e diz que : uma tecnologia é
especialmente um aglomerado de regras tecnológicas; as regras tecnológicas são valores
depreendidos das leis científicas; desenvolvimento tecnológico depende da investigação
científica.. Regularmente, nas sociedades acadêmicas era normal falar que a tecnologia era uma
ciência aplicada, com base nisso, a tecnologia era vista como conhecimento que necessitava da
pratica que derivava diretamente da ciência (conhecimento teórico), uma importante tradição
acadêmica respalda esta imagem da tecnologia: o Positivismo Lógico, a partir desse positivismo
depreende-se que as teorias científicas são valorativamente neutras, nenhuma pessoa pode
decretar responsabilidades dos cientistas a respeito de suas criações, quando são postas em
prática, Em sua análise da historiografia da tecnologia, John M. Staundenmaier fala que a teoria
da tecnologia como ciência aplicada foi agredida de diversas formas. Seus principais
argumentos são os seguintes: ‘A tecnologia modifica os conceitos científicos’, ‘A tecnologia
utiliza dados problemáticos diferentes dos da ciência’, ‘A especificidade do conhecimento
tecnológico’,’ A dependência da tecnologia das habilidades técnicas’, todas essas falas são
colocadas por Staudenmaier não negam necessariamente que exista relação entre a ciência e a
tecnologia; o que negam é que esta relação seja apenas exclusiva a que se é expressado na
compreensão da tecnologia como ciência aplicada.
O estudo da tecnologia é fundamental no âmbito dos estudos CTS. A análise dos impactos
tecnológicos, as políticas públicas de ciência e tecnologia, a regulação e gestão da ciência e da
tecnologia, entre outros temas típicos CTS, dependem, de alguma maneira, da visão que se
tenha sobre a natureza da tecnologia, podemos definir tentativamente a tecnologia como uma
coleção de sistemas projetados para realizar alguma função. Fala -se então de tecnologia como
sistema e não somente como artefato, para incluir tanto instrumentos materiais como
tecnologias de caráter organizativo (sistemas impositivos, de saúde ou educativos, que podem
estar fundamentados no conhecimento científico), podemos aperfeiçoar essa definição seguindo
Radder (1996). De acordo com este autor, há cinco características importantes que distinguem a
tecnologia: exequibilidade, caráter sistemático, heterogeneidade, relação com a ciência e divisão
de trabalho.
Um dos conceitos estabelecidos mais significativos sobre tecnologia, a partir de seu caráter
sistêmico, é a interpretação da tecnologia como prática: “… vem a ser a aplicação do
conhecimento científico ou organizado nas tarefas práticas por meio de sistemas ordenados que
incluem as pessoas, as organizações, os organismos vivos e as máquinas” (Pacey, 1983, p. 21),
para a pratica tecnológica de Pacey envolverão três dimensões integradas: ‘ o aspecto
organizacional’, ‘aspecto técnico’ e o ‘aspecto cultural e ideológico’, o conceito de prática
tecnológica mostra com clareza o caráter da tecnologia como sistema ou sócio -sistema. O
sistema permite intercâmbios e comunicações permanentes dos diversos aspectos da operação
técnica (instrumentos, máquinas, métodos, instituições, mercados etc.); mas também de sua
administração, mediante o tecido de relações e de seus sistemas subjacentes implicados.
O conhecimento presente nas atividades tecnológicas pode ser classificado em cinco tipos:
habilidades técnicas, máximas técnicas, leis descritivas, regras tecnológicas e teorias
tecnológicas (Bunge, 1967; Mitcham, 1994), esclarece que toda boa teoria tecnológica operativa
terá ao menos vários traços característicos das teorias da ciência: i) não que se refira diretamente
a partes da realidade, mas a modelos idealizados; ii) como consequência do anterior, utiliza
modelos teóricos; iii) pode fazer uso da informação empírica e produzir predições e
diagnósticos; iv) ser empiricamente contrastável.
No âmbito da reflexão filosófica sobre a natureza da tecnologia identificam-se três grandes
formas de abordar o pensamento acerca da tecnologia, segundo o que propõe Mitcham (1989a).
A primeira delas, com manifestações desde o século 17, denominada de caráter engenheiril , nos
encontramos vivendo uma nova etapa, caracterizada por uma discussão histórico-filosófica
sobre a questão ética e, em geral, sobre a responsabilidade moral na tecnologia, que
abordaremos através das atividades da Associação de Engenheiros Alemães. A filosofia
engenheiril da tecnologia se caracteriza por sua ênfase nas análises da estrutura interna e na
natureza da tecnologia. Nela a tecnologia é aceita como algo dado, não questionável por uma
filosofia que se limita a analisá -la e a estender seus modelos de sucesso a outros âmbitos do
pensamento e da ação. Ao contrário da tradição engenheiril em filosofia da tecnologia, a
filosofia humanista da tecnologia presta uma maior atenção às relações externas da tecnologia
com o mundo social, político etc. A tecnologia não é um modelo a imitar e sim um tema para
uma reflexão de índole mais externa, crítica e interpretativa. Um dos intentos mais frutíferos
para superar a dicotomia entre a tradição engenheiril e a tradição humanista na filosofia da
tecnologia se encontra na aposta da Associação de Engenheiros Alemães (Verein Deutscher
Ingenieure – VDI). A Associação de Engenheiros Alemães foi fundada no ano de 1856,
desempenhando desde seu início um papel protagonista na articulação e promoção da filosofia
da tecnologia na Alemanha. O objetivo da VDI foi pôr fim à “demonização” da tecnologia e,
por este motivo, tratou de recuperar e promover o prestígio da tecnologia.
Os anos sessenta e setenta constituem uma referência obrigatória quando se trata de entender de
forma contextualizada quaisquer temas relacionados com a regulação pública da tecnologia.
Essas décadas são as de uma acumulação de catástrofes relacionadas com a tecnologia, e nas
quais se desenvolvem ativos movimentos sociais contra-culturais que fazem da tecnologia o
alvo de suas críticas, difundindo-se uma atitude de suspeita entre a opinião pública a respeito da
inovação tecnológic a e da intervenção ambiental (a chamada “síndrome de Frankenstein”).
Neste contexto histórico e institucional se desenvolve o modelo clássico de avaliação de
tecnologias (AT). De acordo com uma versão refinada desse modelo, a avaliação de tecnologias
é entendida como um conjunto de métodos para analisar os diversos impactos da aplicação de
tecnologias, identificando os grupos sociais afetados e estudando os efeitos de possíveis
tecnologias alternativas. Seu objetivo último consiste em tratar de reduzir os efeitos negativos
de tecnologias, otimizando os efeitos positivos e contribuindo para a sua aceitação pública.

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