Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
epistemologia contemporânea I
1
Francisco Ramos Neves
Resumo
1 INTRODUÇÃO
1
Mestre em Filosofia (UFPB). Professor de Filosofia e Ética Profissional nos Cursos de Administração e Marketing
da FARN. F-mail ramosneves@bol.com.br
N a e p i s t e m o l o g i a c o n t e m p o r â n e a , p o d e m o s enfatizar a i m p o r t â n c i a vital
d o C í r c u l o de V i e n a p a r a a ciência e seus n o v o s p a r a d i g m a s . O m e s m o foi for-
m a d o na d é c a d a d e 1920 p o r cientistas d e diversas áreas d e i n v e s t i g a ç ã o , tais
c o m o M o r i t z S c h i l i c k , R u d o l f C a r n a p , Otto N e u r a t h , entre o u t r o s .
S e g u n d o P o p p e r , a r e c u s a da L ó g i c a Indutiva consiste, dc a c o r d o c o m
suas próprias palavras, " e m ela não proporcionar c o n v e n i e n t e sinal diferenciador
d o c a r á t e r e m p í r i c o , n ã o - m e t a f í s i c o , de u m sistema teorético; e m outras pala-
3
vras, c o n s i s t e e m e l a n ã o p r o p o r c i o n a r a d e q u a d o 'critério de d e m a r c a ç ã o " " .
P o p p e r e m s u a s i n v e s t i g a ç õ e s l ó g i c a s t a m b é m d e s t a c o u q u e no c o n h e c i -
m e n t o científico a m e n t e n ã o d e s e m p e n h a u m p a p e l d e t a b u l a r a s a c o m o p e n s a -
v a m os e m p i r i s t a s i n g l e s e s . P a r a ele n ã o e x i s t e o b s e r v a ç ã o pura, pois todas as
o b s e r v a ç õ e s s ã o s e m p r e r e a l i z a d a s à luz d e p r e s s u p o s t o s e d e teorias p r é v i a s
q u e o c i e n t i s t a traz c o n s i g o . A partir daí, " o t r a b a l h o d o cientista c o n s i s t e e m
7
e l a b o r a r teorias e p ô - l a s à p r o v a . "
E m P o p p e r , a i n v e n ç ã o d e u m a n o v a teoria ou de u m n o v o s i s t e m a cien-
tífico p r e s s u p õ e q u e , e m q u a l q u e r h i p ó t e s e , p a r a sua validade, d e v a m ser s u b m e -
tidos à p r o v a e m u m p r o c e s s o d e " r e c o n s t r u ç ã o r a c i o n a l " . " O r a , eu sustento q u e
as teorias científicas n u n c a s ã o i n t e i r a m e n t e j u s t i f i c á v e i s ou verificáveis, m a s
8
q u e , n ã o o b s t a n t e , são s u s c e t í v e i s d e se v e r e m s u b m e t i d a s à p r o v a . " Desta for-
m a , a o b j e t i v i d a d e d o s e n u n c i a d o s científicos reside na c o n d i ç ã o deles p o d e r e m
ser s u b m e t i d o s a teste.
E s t e p r o c e s s o d e c o n s t r u ç ã o d e u m a n o v a teoria ou s i s t e m a científico
inicia-se c o m u m a c o m p a r a ç ã o lógica e n t r e as c o n c l u s õ e s obtidas pela teoria
c o n s t r u í d a , b u s c a n d o u m a c o e r ê n c i a interna d o sistema. O s e g u n d o m o m e n t o da
p r o v a é d a i n v e s t i g a ç ã o l ó g i c a d a teoria p a r a verificar se ela a p r e s e n t a o caráter
de u m a teoria e m p í r i c a ou científica. O terceiro m o m e n t o é o d o confronto c o m
outras t e o r i a s , c o m o o b j e t i v o d e d e t e r m i n a r se a teoria c o n s t r u í d a r e p r e s e n t a
u m a v a n ç o d e o r d e m científica. F i n a l m e n t e , " h á a c o m p r o v a ç ã o d a teoria por
9
m e i o d e a p l i c a ç õ e s e m p í r i c a s d a s c o n c l u s õ e s q u e d e l a se p o s s a m d e d u z i r . "
6
Ibid., p. 28.
7
Ibid., p. 3 1 .
* Ibid., p. 46.
De a c o r d o c o m Kuhn, é c o m o se o c o r r e s s e u m a n o v a r e o r i e n t a ç ã o d a
visão global, na qual os m e s m o s d a d o s são inseridos em n o v a s r e l a ç õ e s científi-
cas. Nesta nova relação, o objetivo é "apresentar u m a nova aplicação do p a r a d i g m a
13
ou a u m e n t a r a p r e c i s ã o de u m a a p l i c a ç ã o já f e i t a " .
T h o m a s Kuhn t a m b é m e s t a b e l e c e u m a d i s t i n ç ã o entre C i ê n c i a N o r m a l ,
q u e se d e s e n v o l v e d e n t r o de u m certo p a r a d i g m a , a c u m u l a n d o d a d o s e instru-
m e n t o s n o seu interior, e a C i ê n c i a e x t r a o r d i n á r i a , q u e surge nos m o m e n t o s de
crise d o p a r a d i g m a . E s s a ciência q u e s t i o n a e r e v o l u c i o n a os f u n d a m e n t o s e pres-
s u p o s t o s d a ciência anterior e p r o p õ e u m n o v o p a r a d i g m a .
4 CONCLUSÃO
w
Ibid.. p. 125
]í
Ibid.. p. 126.
N a s fases d a C i ê n c i a n o r m a l , o p a r a d i g m a , p o r e x e m p l o , o n e w t o n i a n o ,
s e r v e para auxiliar os cientistas n a r e s o l u ç ã o d o s seus p r o b l e m a s , e o a v a n ç o da
c i ê n c i a se efetiva nas d e s c o b e r t a s a c u m u l a d a s . P o r é m , h á s i t u a ç õ e s privilegia-
d a s , d e crises p a r a d i g m á t i c a s ; e isto o c o r r e q u a n d o o p a r a d i g m a aceito j á não
resolve u m a série de anomalias acumuladas. Revoluções científicas e
paradigmáticas, neste sentido, foram operadas na história p o r C o p é r n i c o , N e w t o n ,
D a r w i n , Einstein e H e i s e n b e r g .
REFERÊNCIAS
Abstract