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Filosofia

• O ESTATUTO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO -


THOMAS KUHN
Objetivos:
• A racionalidade científica e a questão da objetividade;
• A perspectiva de Kuhn - ciência normal e ciência extraordinária;
• Revolução científica;
• A tese da incomensurabilidade dos paradigmas;
• A escolha de teorias;

• Contra a tese da verificabilidade (só é científica uma teoria que pode ser testada,
verificada, através de uma experiência) defendida pelo positivismo lógico do
Círculo de Viena, Popper defendia a tese da falsificabilidade (uma proposição
poderia ser considerada verdadeira ou falsa não a partir de sua verificabilidade, e
sim da sua refutabilidade), como modo de demarcação entre e a pseudo-ciência;
• Contra o tradicional método indutivo (entendido como método de raciocínio
científico a partir da experiência), Popper defendia o método hipotético-dedutivo;
constroem-se hipóteses com conteúdo empírico e tenta-se deduzir as
consequências a partir delas. Se a hipótese se confirmar, então é corroborada pela
experiência, se não se confirmar, então é falsa;

• Thomas Kuhn (1952-1996), que entendia que era necessário “entrar na cabeça”
dos pensadores do passado e não os interpretar a luz das ideias do presente, vai
defender uma teoria discontinuísta em relação ao desenvolvimento científico:
cada ciência evolui por grandes rupturas que, no entanto, são raras.
Então, o desenvolvimento científico evolui por grandes revoluções científicas, à
maneira das revoluções políticas, que de um momento para o outro derrubam um
determinado regime e o substituem por outro.
A esta revoluções científicas, Kuhn chamou de mudança de paradigma, um termo
que entrou na epistemologia.

OBS: A tese normal da filosofia e história das ciências era continuísta: a ciência
evoluiu degrau a degrau, eliminando erros e caminhando para uma verdade acerca da
natureza cada vez mais perfeita. Era essa a posição defendida por Karl Popper através da
teoria falsificacionista.

No entender de Kuhn, um paradigma é uma teoria científica (ou um conjunto de teorias)


defendidas por todos os cientistas, numa determinada época histórica e que pode demorar
séculos a ser derrubada. Kuhn dá importância renovada à história das ciências, tentando
mostrar que os caminhos do seu desenvolvimento não são tão lineares como hoje nos
parecem ser. Deu muita importância também, a comunidade científica, daí a sua aceitação
pelos sociólogos.
• Kuhn foi fortemente criticado por Popper, que o acusou de defender um
relativismo epistemológico e de irracionalismo , que punha em causa a noção
fundamental da verdade científica.
Kuhn defende-se dessa acusação, mas no entanto põe em causa tanto a indução
dos neopositivistas como o método hipotético-dedutivo de Popper. Para ele há uma
incomensurabilidade entre teorias rivais: um paradigma é substituído, revolucionariamente, por
um paradigma completamente diferente;
Um paradigma segundo Kuhn caracteriza-se por ser um conjunto de
generalizações simbólicas ou "princípios guias", não directamente empíricos e, à partida,
irrefutáveis. Só começam a ser atacados quando a comunidade científica começa a perder a
confiança neles (crise paradigmática e início do período da ciência reolucionária). Outro
componente fundamental são os "exemplares", que é a características que mais se encaixa na
noção de paradigma: são constituídos pelas grandes experiências, que servem de modelo a todas
as outras numa área científica e que aparecem, por exemplo, nos manuais dos alunos.
O desenvolvimento científico não é linear; A ciência é constituída por períodos diferentes:
Longos períodos de desenvolvimento linear e aperfeiçoamento de leis e teorias que se fazem
dentro do paradigma em vigor (matriz disciplinar), aceito totalmente pela comunidade científica
e que Kuhn chama "período de ciência normal"; Períodos curtos em que o paradigma dominante
perde a vitalidade (crise paradigmática) por não conseguir responder a problemas tidos por
fundamentais pelos cientistas e, então, é desafiado por um novo paradigma, defendido por um
cientista, ou pequeno grupo, que com muita luta, talvez se consiga impor: período da "ciência
revolucionária".

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