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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

GUERRA COLONIAL: LUTA ARMADA NACIONAL


GUERRA CIVIL EM MOÇAMBIQUE E ANGOLA

Assane Braimo Ali Ualuto código: 708194377

Turma: B, I Grupo

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Literatura Africana em Lingua Portuguesa II
Ano de frequência: 4º ano

Nampula, Julho de 2022

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Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino à Distancia

GUERRA COLONIAL: LUTA ARMADA NACIONAL


GUERRA CIVIL EM MOÇAMBIQUE E ANGOLA

Assane Braimo Ali Ualuto; código: 708194377

Trabalho de investigação de carácter


avaliativo da Cadeira Literatura Africana
em Língua Portuguesa II, a ser entregue a
Docente, Carlos Fernando Lino de Sousa.

Nampula, Julho de 2022

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Folha de feedback

Classificação
Pontuação Nota Subtotal
Categoria Indicadores Padrões máxima do
tutor
• Índice 0.5
• Introdução 0.5
• Discussão 0.5
• Conclusão 0.5
• Bibliografia 0.5
• Contextualização 2.0
(Indicação clara do
problema)
Introdução • Discrição dos 1.0
objectivos
• Metodologia 2.0
adequada ao objecto
do trabalho
• Articulação e 3.0
domínio do discurso
académico (expressão
Conteúdo escrita cuidada,
coerência coesão
Análise e textual)
discussão • Revisão bibliografia 2.0
nacional e
internacionais
relevantes na área de
estudo
• Exploração dos 2.5
dados
Conclusão • Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação • Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
paragrafa,
espaçamento entre
linhas
Referência Normas APA • Rigor e coerência das 2.0
bibliográfica 6ᵃ educação citações referências
em citações e bibliográfica
bibliográfica

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Recomendações de Melhoria:

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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 2

1.2. Definição do problema ........................................................................................................ 3

Fundação da Frelimo .................................................................................................................. 4

Início da Luta Armada ................................................................................................................ 4

O Primeiro Tiro Dos Guerrilheiros Da Frelimo Contra Colonialismo Português ...................... 5

Operação Nó Górdio ................................................................................................................... 5

Acordos de Lusaka ..................................................................................................................... 6

Proclamação da Independência Nacional ................................................................................... 7

Guerra civil em Moçambique ..................................................................................................... 7

O Acordo de Incomati ................................................................................................................ 9

Guerra Civil em Angola ............................................................................................................. 9

Conclusão ................................................................................................................................. 11

Referência Bibliográfica ........................................................................................................... 12

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1. Introdução

O presente trabalho de cadeira da Literatura Africana, em apresentação, destina-se para a


investigação acadêmica a propósito do seguinte tema: A Luta de Libertação Nacional de
Moçambique para a Independência. Aborda sobre a Guerra de Libertação Nacional de
Moçambique, desencadeada com a Frente de Libertação de Moçambique, contra a penetração
portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI. Só em 1885, com a partilha da
África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim, a referida penetração se
transformou numa ocupação militar, ou seja, na submissão total dos estados ali existentes, que
levou, nos inícios do século XX a uma verdadeira administração colonial.

Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de 10 anos, Moçambique tornou-se
independente em 25 de Junho de 1975, o fruto da Luta Armada, desencadeada pelas Forças da
Frente de Libertação de Moçambique-FRELIMO contra o Exército Português. O surgimento
desta luta de libertação Nacional de Moçambique derivou-se pelo aparecimento dos primeiros
marcos de dominação anticoloniais, que se caracterizou pelas ocorrências de regimes
capitalistas perpetrados pelos Colonialistas Europeus, fato que impulsionou a realização das
grandes revoltas manifestadas em guerras de resistência contra o regime Colonial.

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1.2. Definição do problema

A luta armada de libertação nacional inicia com o surgimento do nacionalista por parte dos
moçambicanos, contribuiu duma forma estratégica para a criação do movimento único, que deu
origem à FRELIMO no dia 25 de Junho de 1962, esta luta começou no dia 25 de Setembro de
1964, em Chai Cabo Delgado. O primeiro grande centro de treinamento de guerrilheiros foi a
Tanzânia.

1.4. Objectivo Geral:

✓ Compreender a Luta de Libertação Nacional e Guerra Civil em Moçambique e Angola.

1.5. Objectivos Específicos:

➢ Identificar o inicia da Luta de Libertação Nacional;


➢ Analisar a Proclamação da Independência Nacional;
➢ Explicar e Guerra Civil em Moçambique e Angola.

1.6. Metodologia

Para produzir-se este trabalho foram usadas várias consultas de obras científicas e referências
bibliográficas para auferir a cientificidade do trabalho, de forma minuciosa para resolver os
problemas contidos neste trabalho, são as obras que monstra evidencia e tais o resultado que se
esperava tanto. Usou-se manuais, módulo da disciplina e outros que abordam as matérias em
estudo.

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Fundação da Frelimo

Na perspectiva do Januário (2019), o surgimento do nacionalista por parte dos moçambicanos,


contribuiu duma forma estratégica para a criação do movimento único, que deu origem à
FRELIMO no dia 25 de Junho de 1962. Depois da unificação das Forças da Frente de Libertação
de Moçambique, definiu se como objetivo prioritário, a consolidação da Unidade Nacional
como instrumento base para a organização e unificação de todos os Movimentos que se
encontravam a soldos no território Moçambicano. Deste modo, o Eduardo Mondlane, que
naquela época era um Professor Universitário nos Estados Unidos da América e funcionário
das Nações Unidas, acabou se tornando o Principal Dirigente e mentor da FRELIMO, fundada
como resultado da unificação dos Três Movimentos Nacionalistas.

A Frelimo foi fundada em Dar-Es-Salaam na Tanzânia, em 25 de junho de 1962, quando três


organizações Nacionalistas de base regional – a União Democrática Nacional de Moçambique
UDENAMO, a Mozambique African National Union MANU e a União Nacional Africana de
Moçambique Independente UNAMI, fundiram-se em movimente guerrilheiro de base ampla e
foi eleito Eduardo Mondlane como presidente da FRELIMO e Urias simango como vice-
presidente (Cardoso, 2009, p.17).

De acordo com Gomes (2009), os primeiros movimentos nacionalistas moçambicanos


formaram-se no exterior dada a natureza e o carácter do regime colonial português. O Grémio
Africano e o Instituto Negrófilo de Manica e Sofala fundados entre 1934 e 1956, antecederam
os três primeiros movimentos. A UDENAMO foi fundada em 1960, em Bulawayo, por Adelino
Guambe, Fanuel Malhuza e Urias Simango e estava sediada na Rodésia do sul. Mais tarde,
juntou-se a este movimento o Marcelino dos Santos e Eduardo Mondlane. O foi fundado em
1961 pelos emigrantes moçambicanos que viviam no Quénia e Tanganhica actual Tanzania e
foi apoiado pelo Július Nyerere. Uma outra organização que surgiu como resultado dos
acontecimentos de 1960 foi a UNAMI e o seu líder foi Baltazar Chagonga.

Início da Luta Armada

De acordo com Cardoso (2009), depois do treinamento Militar dos primeiros guerrilheiros
enviados ao exterior, no dia 25 de setembro de 1964, o Primeiro Presidente da FRELIMO, Dr.
Eduardo Chivambo Mondlane, fundador da Frente e obreiro da Unidade Nacional, ordenou o
início da luta armada contra o colonialismo português, no território moçambicano.

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O autor afirma que luta armada de libertação nacional começou no dia 25 de Setembro de 1964,
em Chai Cabo Delgado. O primeiro grande centro de treinamento de guerrilheiros foi a
Tanzânia. Outros grupos de guerrilheiros foram formados na Argélia e em Marrocos tendo sido
depois treinados na China e na União Soviética.

O Primeiro Tiro Dos Guerrilheiros Da Frelimo Contra Colonialismo Português

Segundo Gomes (2009), afirma que a história oficial em Moçambique atribui a Alberto
Chipande o primeiro tiro da guerra contra o colonialismo português, no posto administrativo de
Chai, distrito de Mueda, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, a 25 de setembro
de 1964. No tocante ao efetivo da FRELIMO nas operações, possuía o seguinte Contingente:
em 1964, a guerrilha contava com 250 Homens, contra 35 mil Soldados Portugueses; em 1967,
a FRELIMO, atingia 8 mil Homens treinados, contra os efetivos de aproximadamente 65 mil a
70 mil Soldados Portugueses.

Operação Nó Górdio

Na perspectiva do Januário (2019), após a morte de Eduardo Mondlane em 1969, o Exército


Português desencadeou a operação denominada Nó Górdio, que consistiu numa grande ofensiva
de cerco contra a FRELIMO. A operação, porém, não atingiu o sucesso esperado. A partir desse
momento a Frente de Libertação foi conquistando espaço e apoio da população e zonas
libertadas foram sendo criadas.

A Operação Nó Górdio foi a maior e mais dispendiosa campanha militar portuguesa na


província ultramarina de Moçambique, na África Oriental. Decorreu em 1970, durante a Guerra
Colonial Portuguesa de 1961 a 1974. Os objetivos desta campanha consistiam em erradicar as
rotas de infiltração das guerrilhas independentistas ao longo da fronteira com a Tanzânia e
destruir as suas bases permanentes em Moçambique. A Nó Górdio durou sete meses, mobilizou
no total trinta e cinco mil militares e foi parcialmente bem-sucedida (Januário, 2019, p.39).

Partindo da visão do autor acima citado, o Nó Górdio foi lançado sob ordens de Kaúlza de
Arriaga, entretanto promovido a comandante-chefe após oito meses de comando de forças
terrestres no teatro de operações moçambicano, e executada pelo Comando Operacional das
Forças de Intervenção.

O início da Operação Nó Górdio foi marcado para 1 de Julho de 1970, com a presença do
general Comandante-Chefe e do seu Estado-Maior em Mueda, prolongando-se até 6 de agosto,

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tendo participado mais de oito mil homens, onde se incluía a totalidade das forças especiais e
dos Grupos Especiais e a quase totalidade da artilharia de campanha, unidades de
reconhecimento e de engenharia. Esta operação incluía ação psicológica, com uma secção
instalada em equipes de ação psicossocial em Mueda e no Sagal (Januário, 2019, p.34).

Segundo Cardoso (2009), os relatórios em Portugal, foram mortos 651 guerrilheiros e 1840
capturados contra 132 militares portugueses mortos. Kaúlza de Arriaga reivindicou também
que as suas tropas teriam destruído 61 bases e 165 campos, e capturadas 40 toneladas de
munição, apenas nos primeiros dois meses. Estima-se que 50% das baixas portuguesas tenham
sido causadas por engenhos explosivos.

Acordos de Lusaka

Os Acordos de Lusaka na perspectiva do Januário (2019) foram assinados no dia 7 de setembro


de 1974, em Zâmbia, entre o Estado Português e a Frente de Libertação de Moçambique,
movimento nacionalista que desencadeou a Luta Armada de Libertação Nacional, com o
objetivo de conquistar a independência de Moçambique. Nestes acordos o Estado Português
reconheceu formalmente o direito do povo de Moçambique à independência e, em
consequência, acordou com a FRELIMO o princípio da transferência de poderes, ou seja,
transferência da soberania que detinha sobre o território de Moçambique.

De acordo com autor acima citado o acordo foi igualmente estabelecido que a independência
completa de Moçambique seria solenemente proclamada no dia 25 de junho de 1975, data que
coincidiria, propositadamente, com o aniversário da fundação da FRELIMO.

De acordo com Januário (2019), os Acordos de Lusaka estabeleceram, relativamente ao


território de Moçambique, o regime jurídico que vigoraria durante o período de transição para
a independência período a iniciar com a assinatura dos acordos e a terminar com a proclamação
da independência de Moçambique. O Movimento das forças Armadas e o governo português
iniciaram as negociações que permitiram terminar com a guerra, depois da assinatura dos
Acordos de Lusaka em 7 de Setembro de 1974, conhecido como o dia da vitória. O acordo de
Lusaka entregou o poder à FRELIMO quase incondicionalmente.

A 25 de Abril de 1974, Portugal assiste o golpe de Estado que criou a instabilidade nas colónias
e em Portugal. Ainda no rescaldo do golpe militar, as pressões internacionais começaram a
fazer-se sentir e, a 10 de Maio, a ONU e a União africana, apelavam à Junta de salvação

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Nacional para que se consagrasse o princípio das independências das colónias. A União africana
interferiu no processo negocial, exigindo a independência de todos os territórios. Foi assim que
aprovou-se a lei 7/74, de 24 de Julho, reconhecendo o direito das colónias à independência. No
mesmo período, intensificam-se as negociações com a FRELIMO, PAIGC para Guiné e Cabo
Verde e MPLA, FNLA e a UNITA para Angola que culminaram com as independências desses
países em 1975 (Cardoso, 2009, p. 32).

Proclamação da Independência Nacional

Conforme Januário (2019), 25 de junho de 1975 foi proclamada a independência de


Moçambique, território colonizado pelo império português a partir de finais do séc. XV e inícios
do séc. XVI. Em 1964, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) iniciou a luta
armada contra o Estado Novo porque este não reconheceu as pretensões autonomistas e
independentistas existentes no território. A guerra colonial terminaria com o golpe militar de
25 de Abril em Portugal e, no seguimento dos acordos de Lusaka a 7 de setembro de 1974, teria
lugar a passagem de administração do território de Moçambique para a FRELIMO, em
representação do povo moçambicano, a 25 de junho de 1975.

No dia 20 de Setembro de 1974, Joaquim Chissano foi nomeado Primeiro-Ministro, tendo


terminado o seu mandato como os outros membros da Geração 25 de Setembro de 1974, com
a proclamação da Independência Nacional no dia 25 de Junho de 1975, no Estádio da Machava
pelo então presidente da FRELIMO, Samora Moisés Machel (Januário, 2019. p.82).

Guerra civil em Moçambique

De acordo com Coelho (2012), em 1977, dois anos após a independência nacional, a FRELIMO,
liderada por Samora Machel, reunida no 3º congresso declarou-se um Partido de orientação
marxista-leninista e passou a orientar o país na ideologia comunista. Em Moçambique iniciaram
profundas transformações políticas, económicas para adoptar o país a uma economia
socializada e a eliminação da propriedade privada dos meios de produção para além do
estabelecimento de uma ditadura do proletariado. Assim, a saúde, educação e habitação foram
massificados e passaram a ter um carácter gratuito e com pagamentos simbólicos.

A reacção de tensão que existiu na nossa região, fizeram com que Moçambique se
transformasse num centro de divergência de interesse ideológico das esferas até então
participantes do contexto da Guerra Fria, fruto disso foi a intensificação da guerra civil iniciada

7
em 1976, sob iniciativa e suporte dos regimes minoritários da Rodésia do sul actual Zimbabwe
e da África do Sul racista mais tarde. Dirigida pela RENAMO (Resistência Nacional de
Moçambique), esta guerra trouxe muitas consequências para o país, cujo alcance ainda não
pode ser avaliado na sua total dimensão (Coelho, 2012, p.66).

De acordo com explicação do autor, Coelho (2012) a guerra civil resultaria da decisão de uma
determinada parte da sociedade em rebelar-se contra o Estado do país, numa lógica dicotómica
de procura de algum ganho material ou político, ou de manifestação de um ressentimento. Na
sequência deste Acordo, o Governo, sem alternativa, submeteu-se às recomendações das
agências internacionais.

Durante a década de 80 assistiu-se ao desmoronar do modelo económico centralizado. O nível


e as condições de vida da grande maioria dos operários, dos camponeses e dos pequenos
produtores deterioraram-se com a crise económica e com a guerra. Emergia a necessidade de
uma nova política e de uma reformulação das prioridades em termos de relações internacionais,
que se iriam consumar principalmente no Acordo de Nkomati, negociado entre a África do Sul
e o governo Moçambicano. A consequência porventura mais importante deste Acordo foi a
entrada de Moçambique no sistema financeiro internacional (Pavia, 2006, p.54).

Vinte anos depois de ter iniciado a luta armada, a Frelimo optou, assim, pela revitalização e
reconstrução das mesmas estruturas e ligações que, enquanto movimento de libertação, tinha
atacado. Moçambique foi, pois, um dos primeiros países comunistas embora aqui comunista
não signifique que se encontrava na órbita de Moscovo - a dirigir-se ao Ocidente em busca de
ajuda demonstrando a flexibilidade do seu posicionamento internacional e fê-lo ainda em tempo
de guerra (Coelho, 2012, p.44).

No final da guerra, em 1992, Coelho, (2012), afirma que Moçambique foi classificado como o
país mais pobre do mundo. Mas a transição de uma economia centralmente planeada para a
economia de mercado revitalizou o crescimento, tornando o país num destino atractivo para o
Investimento Directo Estrangeiro e projectos de desenvolvimento direccionados para as infra-
estruturas. Mesmo assim, estes avanços não se traduziram em aumentos substanciais dos níveis
de vida das populações rurais.

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O Acordo de Incomati

Este acordo foi assinado em 1984 entre o governo de Moçambique liderado por Marechal
Samora Machel Presidente da República Popular de Moçambique e o governo sul-africano
liderado por Pieter Botha presidente da África do Sul. Este acordo tinha como objectivo pôr
fim à Guerra Civil em Moçambique e estreitar laços de boa vizinhança. Este acordo tinha como
objectivo pôr fim à Guerra Civil em Moçambique. Para tal, os signatários do acordo acordaram
em deixar de apoiar a RENAMO e deixar de apoiar ANC (Coelho, 2012, p.65).

Guerra Civil em Angola

Conforme explica Pearce (2017), Angola viveu durante mais de 25 anos com medo e angústia.
A Guerra Civil de Angola domou o país entre 1975 e 2002, tendo início na época da
independência do país em relação a Portugal, e contou com mais de 500.000 soldados e civis
mortos. A população acabou por sofrer as consequências daquela que foi considerada a mais
mortífera e longa guerra civil africana.

Pearce (2017), afirma que após a revolução de 25 de Abril de 1974, Portugal concedeu a
independência a todas as colónias. Angola ergue a sua bandeira a 11 de novembro de 1975,
depois da assinatura do Acordo de Alvor. Foi depois deste acordo que as forças conjuntas do
Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), a Frente Nacional de Libertação de
Angola (FNLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) criaram
um governo transitório.

Em menos de um ano, este governo desintegrou-se e, com a ajuda da URSS e dos militares
cubanos, o MPLA passou a controlar grande parte de Angola, com José dos Santos na frente.
Indiretamente, o Governo dos Estados Unidos da América, do Brasil e de África do Sul decidem
financiar a UNITA, fornecendo armas, munições, relatórios de inteligência e mercenários. No
âmbito da Guerra Civil que devastou o país, analisar a questão da pertença política partindo da
base da pirâmide social é um exercício transformador: a história do conflito deixa de ser a da
intervenção de forças estrangeiras e das manipulações dos seus líderes (Pearce, 2017, p.45).

Partindo da ideia do autor, entende-se que a Guerra Civil em Angola apresenta nove capítulos
que cobrem a evolução da situação desde o domínio colonial, passando pelo processo de
descolonização e chegando ao final do conflito, descrito assim: O fim do conflito armado, em
2002, foi gerido no sentido de garantir que a legitimidade em Angola continuasse a assentar

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num entendimento da autoridade definido em tempo de guerra e que, hoje, graças à ordem
instituída no pós-guerra, tem no MPLA o seu único beneficiário.

A luta prolongou-se até 1991, até um acordo temporário ser lançado, conhecido como Acordos
de Bicesse. Este acordo significava cessar-fogo de imediato e remover todas as tropas cubanas
e sul-africanas e determinou um novo governo nacional e respetivo exército, juntamente com
as primeiras eleições multipartidárias de Angola. Após um ano, o candidato do MPLA, José
dos Santos, obtém 49% dos votos, contra Dr. Jonas Savimbi, que obteve apenas 40% dos votos
da população. Este último, ao contestar o resultado, a UNIDA retoma novamente a guerra
contra o MPLA (Pearce, 2017, p.76).

Angola volta a mergulhar numa guerra civil brutal até à assinatura do Protocolo de Lusaca, em
novembro de 1994. Este protocolo visava estabelecer a paz, mas esta manteve-se por pouco
tempo. Os confrontos militares só terminaram em 2002, com a morte de Jonas Savimbi e de
muitos milhares de civis e militares mortos e cerca de um milhão de refugiados dispersos pelas
várias regiões dos países vizinhos. A economia, assim como toda a população, sofreu as
consequências de toda esta guerra civil. Porém, com o fim da guerra, o governo angolano
decidiu investir na exploração dos recursos naturais mais importantes que tem em seu poder,
incluindo petróleo e diamantes, e em outras áreas, apesar de continuar na lista dos países com
baixo índice de desenvolvimento humano (Pearce, 2017, p.87).

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Conclusão

Em gesto de conclusão do presente trabalho, importa destacar os acontecimentos que assolaram


ao Povo Moçambicano, dando menção que um dos marcos que permitiu a ocupação portuguesa
no território Moçambicano, foi a Conferência de Berlim, realizada entre 1884 e 1885, onde
estiveram reunidas 14 potências imperialistas do século XIX, para debater a ocupação do
continente africano, em busca da matéria prima para a Metrópole, deste modo, Portugal ocupou
militarmente o território Moçambicano, tendo colonizado por cerca de 400 anos. Devido aos
maus tratos e trabalhos forçados, o Povo Moçambicano, começou a exigir a Independência
Nacional, em resposta, o Povo era torturado e proibido de falar da independência.

Durante o período de dominação em destaque, os Portugueses não aceitavam ceder a


independência Nacional por via pacifica ao povo Moçambicano, facto que obrigou a
manifestação total e ocasionando a criação dos três movimentos nacionalistas políticos, nas
regiões Norte, Centro e Sul do Pais, sendo UNAMI, UDENAMO e MANU, que contribuíram
duma forma estratégica para a criação do movimento único, dando origem à FRELIMO no dia
25 de Junho de 1962, unificados na Tanzânia pelo Dr. Eduardo Chivambo Mondlane.

Depois desta unificação, nos dias 23 a 28 de setembro de 1962, foi realizado o primeiro
congresso da FRELÍMO, em Dar-Es-Salaam na Tanzânia, onde a FRELIMO oficializou o
movimento que acabava de ser criado, com a união dos Moçambicanos e tomaram a decisão do
futuro de Moçambique, tendo como lema, a luta armada para liquidação do Colonialismo
Português, rumo à independência Nacional.

Portanto, no dia 25 de Setembro de 1964, a FRELIMO, iniciou com a Luta Armada no Posto
Administrativo de Chai, actual Província de Cabo Delgado, a qual prolongou durante Dez anos
da Luta Armada e no dia 7 de Setembro de 1974, em Lusaka, a FRELIMO e o Governo
Português, assinou os acordos de Lusaka que visava a transferência de poderes bem como a
soberania e a respectiva independência para o Povo Moçambicano.

Concernente a Republica de Angola pode-se destacar que este país viveu durante mais de 25
anos com medo e angústia. A Guerra Civil de Angola tomou o país entre 1975 e 2002, tendo
início na época da independência do país em relação a Portugal, e contou com mais de 500.000
soldados e civis mortos. A população acabou por sofrer as consequências daquela que foi
considerada a mais mortífera e longa guerra civil africana.

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Referência Bibliográfica

Cardoso, I. M. (2009). O Papel de um Empreendimento Privado Agrícola no Reassentamento


de População Deslocada de Guerra: O Caso De Chibonzane em Moçambique.
Universidade Técnica de Lisboa.

Coelho, J. P. B. (2012). A Literatura Quantitativa e a Interpretação do Conflito Armado em


Moçambique (1976-1992). Universidade Eduardo Mondlane.

Gomes, C. M. (2009). Moçambique em 1970: Operação Nó Górdio. Lisboa: Prefácio.

Januário, E. M. (2019). Estudo da Luta de Libertação Nacional de Moçambique. Rio Janeiro.


Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

Pearce, J. (2017). A Guerra Civil em Angola (1975 – 2002). Lisboa, Tinta da Cunha.

Pavia, J. L. Z. (2006). O processo de Transformação Política em Moçambique, o Sistema


Internacional e a Actuação de Portugal: da Independência à Dimensão Externa da
Democratização (1974-1994). Universidade do Minho, Escola de Economia e Gestão.

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