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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Disciplina: Literaturas Africanas

Nampula, Maio de 2022


REVISTA CERTEZA E O NEOREALISMO CABO VERDIANO

Nampula, Maio de 2022

ii
Classificação
c Indicadores Padrões
Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional relevante
na área de estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Referência Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
s edição em
citações/referências 2.0
Bibliográfi citações e
bibliográficas
cas bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 6

2. A REVISTA CERTEZA E O NEO-REALISMO CABO-VERDIANO ................................. 7

2.1. Luís Romano e Teixeira de Sousa: a herança neo-realista ............................................... 9

2.2. Uma saga sobre o Fogo .................................................................................................... 9

2.3. A viragem negritudinista interrompida........................................................................... 10

2.3.1. Atitudes preparatórias .............................................................................................. 10

2.3.2. A reivindicação afro-cabo-verdiana: crítica aos claridosos e «literatura de


resistência» ........................................................................................................................ 11

3. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 12

4. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 13

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1. INTRODUÇÃO

Cada literatura nacional africana apresenta suas características especificas, permitindo


desenvolver-se de conforme as formas estéticas e linguísticas da região na qual ela foi
construída. De salientar que as diferenças entre as literaturas africanas resultam não só das
diferenças étnicas existentes entre as nações desse continente, mas sobretudo, devido às
diferenças linguístico culturais (Durand, 2015).

De acordo com Durand (2015), aponta que a origem da literatura africana de expressão
portuguesa, nasceu no período da colonização portuguesa, no século XV. A Manuel Ferreira
(1977), um neorealista português no seu livro afirma que, a literatura africana de expressão
portuguesa surgiu quando os portugueses chegaram à Angola, em 1575, e criaram, nos anos
quarenta do século XIX, o ensino oficial além de aumentar a ocorrência do ensino oficializado,
assim como, a criação da liberdade de expressão e a instalação do prelo que abre espaço para
publicações de obras literárias.

A literatura de Cabo Verde, apresenta duas grandes etapas, que incluem: antes e depois da
Claridade, ou seja, o reconhecimento da cultura Cabo Verdiana. É necessário, portanto, ter em
conta que em Cabo Verde, quer no terreno da oralidade, quer na escrita, floresce uma abundante
produção literária em Cabo Verdeano (Mata, 2002).

A revista Certeza e o Neorrealismo Cabo Verdeano surgem no período século

Portanto este trabalho aborda sobre a Revista Certeza e o Neorrealismo Cabo Verdiano, como
objetivo principal.

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2. A REVISTA CERTEZA E O NEO-REALISMO CABO-VERDIANO

No período da Segunda Guerra Mundial, em 1941, o neo-realista português Manuel Ferreira e


escritor, chegou a Cabo Verde (São Vicente) como expedicionário, integrou na força de
protecção ao arquipélago de Cabo Verde (Lopes, 2008). Onde este, mas tarde véu a viver em Sá
da Bandeira, que influenciou as actividades culturais da cidade, este período teve como mestre
o “Novo humanismo” que é uma figura que está extremamente ligada ao sol nascente, Jofre
Amaral Nogueira que viveu naquela região de Cabo Verde em um período de seis anos, foi ele
que assistiu uma longa estiagem que provocou milhares de mortos e o marcou drasticamente.
Onde mais tarde véu a se casar com Orlanda Amarílis, que também foi escritora, tendo o filho
mais velho nascido no arquipélago de Cabo Verde. No entanto Manuel Ferreira acabo por se
tornar no escritor Cabo Verdiano em 1974 e em 1992, respectivamente. Onde, após a sua morte,
véu a se tornar no maior especialista mundial das literaturas africanas de língua portuguesa
(Lopes, 2008).

Manuel Ferreira em colaboração com o grupo de jovens estudantes da Academia Cultivar,


divulgou escritores como Manuel da Fonseca. Joaquim Namorado, Fernando Namora, Carlos
de Oliveira, Alves Redol, Vergílio Ferreira ou Sidónio Muralha e revistas como a Seara Nova
e, principalmente, a revista Vértice (Campos, 2008).

Este grupo de escritores que trabalhavam em colaboração com Manuel Ferreira fundaram a
revista Certeza em1944 (Prado, 2012), onde publicaram duas obras literárias, que véu a chegar
uma terceiro obra literária, que foi impresso, mas logo, esta foi proibido pela censura.

Para além, de Manuel Ferreira, integravam neste grupo, isso em Cabo Verde. Arnaldo França,
Guilherme Rocheteau, Orlanda Amarílis, Filinto Elísio de Menezes (que emigrou, depois, para
Luanda, onde participou no MNIA), Nuno Miranda foi que véu a negar, a sua experiência neo-
realista e Tomás Martins. Nesta lista também fizeram parte, dois escritores de Lisboa e outros
escritores de Cabo Verde, que aderiram da iniciativa, pois estes, estavam sintonizados com os
objectivos do grupo. No entanto poeta António Nunes que foi posteriormente romancista e
Teixeira de Sousa. Estes ambos conviviam, na primeira metade de ano 40, com Manuel da
Fonseca, Armando Ventura Ferreira, Carlos Alberto Lança e o são-tomense Francisco José
Tenreiro, todos esses integrados no movimento neo-realista (Maria Prado, 1997).

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António Nunes publicou, na capa do n.° 2 da Certeza, o «primeiro poema neo-realista de
temática Cabo Verdiana», conforme Manuel Ferreira, foi receberam o alvora do poema com
título Poema de amanhã.

Logo no ano seguinte depois da publicação da revista, Jaime de Figueiredo, foi que estive ligado
ao impulso inicial da revista Claridade, onde escreveria um texto radiofónico de apreciava, que
não foi inteiramente favorável, ao livro Poemas de longe em 1945, de António Nunes com o
surgimento da revista Certeza. A publicação literária de juventudes, e de algumas revelações
poéticas diferentes entre si por naturais que foram variantes de temperamento, o que fez prever
inquietações estéticas diferentes aparecem, que foram atraídas através das motivações do
próprio meio. Que foi transcrita em pequenos excertos de poemas de Arnaldo França, Nuno
Miranda e António Nunes (Campos, 2008).

A revista Certeza foi aberta com um poema de Nuno Miranda, que foi efectivamente menos
significativo do que o poema de António Nunes.

O especialista Manuel Ferreira foi um do fundador da revista Certeza não se preocupou com as
raízes crioulas do arquipélago de Cabo Verde, onde uma língua e cultura crioulas, permitiu
sintonizar antes de tudo com a ideologia subjacente ao Neo-realismo. No entanto, se
preocupando com o genérico homem dominado. O poeta António Nunes conforme Jaime de
Figueiredo, em seu texto de apreciação no seu livro, fixou-se em tipismo da temática crioula.
Como se encontrava longe da sua terra, fundou a cultura popular, se ajustar da necessidade de
criar uma atmosfera insular.

Manuel Ferreira ainda aponta que, a revista Certeza não formou um grande número de poetas
da literatura Cabo-Verdiana.

Desse modo, os continuadores da Cabo Verdianidade, os neo-realistas Cabo Verdianos,


começaram a passar ao lado da cultura crioula e da Negritude, o que permitiu acabar com a sua
separação, de um movimento que não chegou a ser verdadeiro (Campos, 2008; Lopes, 2008).

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2.1. Luís Romano e Teixeira de Sousa: a herança neo-realista

O neo-realista do crioulo Luís Romano nasceu na Ilha de Santo Antão em Cabo Verde, em 6 de
Outubro de 1922. E foi irmão do escritor Teobaldo Virgínio. Onde trabalhou em diferentes
ofícios e emigrou para o Senegal, Marrocos, Brasil, onde, no Brasil viveu desde o início da
década 60 até a década 70, e também viveu nos Estados Unidos.

Em suas obras literárias, destacam-se o estudo sobre a Literatura de Cabo Verde, que se encontra
na revista Ocidente, e também sobre as histórias dos seus poemas de Negrume. No entanto foi
Luís Romano que herdou a neo-realismo de Cabo Verde (Chaves, 2005).

O romance famintos de 1962, que foi escrito nos anos 40, enquadra-se nos pressupostos do Neo-
realismo. O livro de poemas Clima que foi inscrito em 1963. Que saíram ambos no Brasil, este
foi o último livro que contém evocações da pertença ao mundo negro e do apelo crioulista, o
que possibilita ser um teto híbrido, no cru ou amento de múltiplas vias, de Neo-realismo,
Negritude, Crioulidade. O romance faminto é o um exemplo acabado da concepção da literatura
de compromisso com o seu povo do seu país e, mais restritivamente, com povos miseráveis, que
foram colonizados e destituídos de meios e esperança, em mistura de naturalismo cru e alegria
extravagante (Lopes, 2008).

Manuel Ferreira, afirma que a pecha é maior do romance no verbalismo entre as falas das
personagens, que interfere com o equilíbrio da estrutura e a autenticidade, no entanto encontra-
se como libelo acusatório.

2.2. Uma saga sobre o Fogo

Teixeira de Sousa nascido em 6 de Setembro de 1919, tem na trilogia uma dedicada literatura
sobre, as lojas e funcos, que foi a mais importante parcela de realização da sua obra narrativa.
As narrativas como nas histórias de na ribeira de Deus que foi inscrito em 1992. Ilhéu de
contenda de 1978 e Xaguate inscrito em 1988, respectivamente (Guillén, 1981). Que se encontra
em ordem cronológica, onde permaneceu quase todo século XX. Teixeira de Sousa procura
traçar um fresco relativo da estrutura social da Ilha do Fogo, que é a sua terra natal e onde foi
médico, entre 1948 a 1954. Após de ter trabalhado também em Timor Leste (Lopes, 2008).

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Teixeira de Sousa publicou alguns romances como capitão de mar e terra em 1984 e Djunga em
1989 e os contos de contra mar e vento em 1972. Foi o narrador que produziu mais na literatura
de Cabo Verde, onde publicou cinco volumosos romances, para além, de escrever uma obra que
ombreia com as de Baltasar Lopes, Manuel Lopes e Sjitónio Aurélio Gonçalves entre 1901-
1984. E a amplitude do levantamento socioeconômico, Teixeira de Sousa luta pela busca de
uma personagem de um poder descritivo e documental para a literatura de Cabo Verde. Dessa
forma, por meio de uma rede espessa de personagens, famílias e tipos representativos, fala da
transformação da estrutura social foguense e a decadência das gentes sobrados e a emigração,
que véu chegar à pós-independência. Teixeira de Sousa escreveu uma boa parte da sua obra
depois da igência histórica do Neo-realismo. A sua ficção não se pode considerar uma adaptação
automática do cânone neo-realista português ao mundo Cabo-Verdiano. Ele inspira-se também
noutras tradições e fabulas (romance nordestino, norte-americano. Italiano, cabo-verdiano), que
alcança um fôlego semelhante ao de romancistas como Castro Soromenho, Pepetela, Leonel
Cosme, Orlando Mendes e Manuel Lopes, que é caracterizado pela utilização da norma
portuguesa da língua, pela pertinência sócio histórica e pela capacidade na intriga e nos diálogos
(Lopes, 2008).

2.3. A viragem negritudinista interrompida

2.3.1. Atitudes preparatórias

Aguinaldo Fonseca após publicar alguns poemas negritudinistas, que foram publicados no livro
da linha do horizonte em1951. Tornou-se no primeiro poeta de Cabo Verde a utilizar a África e
o negro como temas próprios, por meio de uma leitura de compromisso de racismo. O
arquipélago de Cabo Verde é uma cultura que tem passado por intocável por meio de herança
negritude. Os poemas da Negritude incluem: Mãe negra, Magia negra, Revolta e Choro na noite.
A pesar disso, essas obras de romance, não foram selecionadas por Mário de Andrade e
Francisco José Tenreiro, no caderno da Negritude em 1953.

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2.3.2. A reivindicação afro-cabo verdiana: crítica aos claridosos e «literatura de
resistência»

A negritude pode ser adoptada, na década 50, como um par de herança da neo-realista, não como
a extensão e as consequências que foram experimentadas por outros colonizados como:
angolanos e moçambicanos. Mas foi suficiente para se poder destacar um novo grupo, em torno
do Suplemento Cultural do boletim Cabo Verde, que surgiu em Outubro de 1958, tal como
outros momentos e espaços.

Os escritores como Gabriel. Mariano que nasceu cm 1928, na Ilha de São Nicolau em Cabo
Verde o poeta Ovídio Martins que nasceu em na Ilha de São Vicente, Onésimo Silveira que
nasceu em 1935, no Mindelo uma Ilha de São Vicente, foram eles que abriram, o suplemento
cultural, no quarto período da literatura Cabo-Verdiana.

Por exemplo Onésimo Silveira, pulicou a obra literária com Hora grande em 1962, no Huambo
em Angola, procurando representar o drama da emigração do povo Cabo Verdiano. Foi um
poeta que após ter retornado da América, alimentava a fome real dos seus filhos através das
histórias de sereias e farturas imaginárias em forma de Quadro, por meio da chuva que que podia
providencialmente satisfazer a expectativa, escrevendo uma obra literária como em “As
águas1”, outra publicação do texto sobre a prisão em Lema por de “Atrás dos ferros da prisão”
ou mesmo o poema que deu o título do livro denominado em “Hora grande”, que retoma a
recusa da obsessão do mar como motivo de lirismo e maravilhoso, pregando o retorno ao
telurismo e o abandono do talassoricismo que origina uma obra como “O mar sairá/Das nossas
ilhas O mar irá para o mar ou e limpos finalmente do lodo das algas ou e libertos do sal do nosso
sorriso de enteados ou seremos frutos de nós mesmos ou nascendo da barriga negra da terra”.
Essas todas obras literárias foram denominadas como literatura de resistência.

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3. CONCLUSÃO

Concluí-se que, o trabalho da Literatura Africana ajudou-me na compreenção dos dos


fundadores da revista Certeza e neo-realimo de Cabo Verde, os fundadores da literatura de Cabo
Verde foram: Manuel Ferreira em colaboração com o grupo de jovens estudantes da Academia
Cultivar, que divulgaram escritores como Manuel da Fonseca. Joaquim Namorado, Fernando
Namora, Carlos de Oliveira, Alves Redol, Vergílio Ferreira ou Sidónio Muralha.

O termo negro foi publicado por Aguinaldo Fonseca, em forma de repreender o racismo dos
povos Cabo Verdianos, foi com esse termo que originou obras literárias a negritude.

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4. BIBLIOGRAFIA

Campos, J. S. (2008). A HISTORICIDADE DAS LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA


OFICIAL PORTUGUESA.

Chaves, R. (2005). Marcas da diferença as literaturas africanas de língua portuguesa (p. 2006).
p. 2006.

Durand, M. de M. C. E. :Alain-P. (2015). Literaturas africanas de expressão portuguesa e a


oralidade. 4, 188–202.

Guillén, N. (1981). AFRICA LITERATURA ARTE E CULTURA.

Laranjeira, P. (1995). Literaturas Africanas de Expressão Portguesa.

Lopes, M. (2008). Realismo e Claridade. 1–117.

Mata, I. (2002). Emergencia e Existencia de uma Literatura - O Caso Santomense.

Prado, M. F. R. (1997). “Certeza” Cabo-Verdiana: Quais as Certezas? 19–23.

Prado, M. F. R. (2012). A NARRATIVA CABO-VERDEANA NO SÉCULO XX.

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