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Tema do trabalho
PAPEL DO IDOSO PARA O DESENVOLVIMENTO SÓCIO-CULTURAL EM
MOÇAMBIQUE, NA OBRA TERRA SONÂMBULA, DO ESCRITOR
MOÇAMBICANO MIA COUTO
Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico
3.0
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)
Análise e
discussão Revisão bibliográfica
nacional e internacional 2.0
relevante na área de estudo
Exploração dos dados 2.5
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA
Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 5
Geral: .......................................................................................................................................... 6
Específicos:................................................................................................................................. 6
Os diferentes papeis sociais e culturais encontrados na obra Terra Sonâmbula de Mia Couto.
.................................................................................................................................................. 10
Conclusão ................................................................................................................................. 12
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Introdução
O presente trabalho de campo é uma pesquisa qualitativa e tem como objectivo desenvolver o
estudo individual e garantir o desenvolvimento formativo no que tange a cadeira de Literatura
Africana em Língua Portuguesa, sendo uma parte integrante do Curso de Licenciatura em
ensino de Português.
Nas diversas abordagens dos temas procurou-se explanar ou detalhar de forma clara e
objectiva fazendo uma ponte entre conhecimentos teóricos e prático de modo a resolver as
questões propostas no presente trabalho. Mas concretamente, em 1992, Mia Couto publicou
“Terra Sonâmbula”, seu primeiro romance, escrito em prosa poética, onde compõe uma bela
fábula passada no Moçambique pós-independência, uma vez que esteve mergulhado na
devastadora guerra civil que se estendeu por dez anos.
Dizia-se daquela terra que era sonâmbula. Porque enquanto os homens dormiam, a terra se
movia espaços e tempos afora. Quando despertavam, os habitantes olhavam o novo rosto da
paisagem e sabiam que, naquela noite, eles tinham sido visitados pela fantasia do sonho
(Couto, 2008, p.6).
A literatura do escritor moçambicano é exaltada não só pela forma como ele descreve e trata a
vida quotidiana em seu país, mas, principalmente, pela inventiva poética da sua escrita, que
mescla o português “culto” com palavras de dialectos da população local. Mia Couto também
demonstra muita preocupação com os problemas do país africano, como, por exemplo,
quando denunciou o crescente número de sequestros em Moçambique.
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Objectivos
De acordo com IVALA, HDZ e LUÍS (2007:19), “objectivos de uma pesquisa relacionam-se
com a visão global do tema e com os procedimentos práticos e, indicam o que se pretende
conhecer, ou medir, ou provar no decorrer da pesquisa, ou seja, as metas que se deseja
alcançar”.
Geral:
Conhecer o papel do idoso para o desenvolvimento sócio-cultural em Moçambique, na
obra Terra Sonâmbula, do escritor moçambicano Mia Couto
Específicos:
Descrever a vida e obra do escritor Mia Couto;
Conceituar as diferentes abordagens do idoso;
Caracterizar a obra no tempo e no espaço.
Metodologia de pesquisa
Consiste em apresentar as fases pelas quais passei para realização do trabalho, principalmente
aspectos relacionados com os métodos e técnicas, instrumentos e procedimentos que
recorreremos para a elaboração deste trabalho. Para Lakatos (1991), a Metodologia “é a
explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de toda acção desenvolvida no método
(caminho) do trabalho de pesquisa” (p. 80).
Pesquisa Bibliográfica
Método a partir do qual foi feita a recolha de informações contidas em algumas obras e em
páginas da internet que versam sobre os temas em estudo e que são revestidos de importância
por serem capazes de fornecer dados relevantes. Para a materialização deste trabalho de
campo, abrangeu internet com destaque ao manual designado por Literatura Africana em
Língua Portuguesa I – 3º Ano, propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro
de Ensino à Distância (CED).
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Papel do idoso para o desenvolvimento sociocultural em Moçambique, na obra Terra
Sonâmbula, do escritor moçambicano Mia Couto.
Em 1992, Mia Couto publicou “Terra Sonâmbula”, seu primeiro romance, escrito em prosa
poética, onde compõe uma bela fábula passada no Moçambique pós-independência, uma vez
que esteve mergulhado na devastadora guerra civil que se estendeu por dez anos.
Dizia-se daquela terra que era sonâmbula. Porque enquanto os homens dormiam, a terra se
movia espaços e tempos afora. Quando despertavam, os habitantes olhavam o novo rosto da
paisagem e sabiam que, naquela noite, eles tinham sido visitados pela fantasia do sonho
(Couto, 2008, p.6).
Neste romance, um ónibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho
Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra civil devastadora que grassa por toda parte
em Moçambique.
O veículo está cheio de corpos carbonizados. E, na beira da estrada, um outro corpo está junto
a uma mala que abriga os “cadernos de Kindzu”, o longo diário do morto em questão. As duas
histórias são narradas paralelamente – a viagem de Tuahir e Muidinga e, em flashback, o
percurso de Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais, abençoados pelos
feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores da guerr
I componente teórica
Sua carreira começou cedo, aos 14 anos, quando publicou seus primeiros poemas em um
jornal local. A partir da independência do país, em 1975, ingressou na actividade jornalística,
chegando a exercer os cargos de director da Agência de Informação de Moçambique e de
coordenador da revista semanal Tempo e do jornal Notícias de Maputo.
Sua estreia na literatura ocorreu em 1983, com o livro de poesia Raiz de orvalho. Sua obra é
extensa e diversificada, incluindo poemas, contos, romances e crónicas, e seus livros já foram
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traduzidos em diversos idiomas. Seu romance Terra sonâmbula é considerado um dos dez
melhores livros africanos no século XX.
Sua publicação mais recente é A confissão da leoa, lançado em 2012. Admirador da literatura
brasileira, Mia Couto cita entre suas preferências os autores João Guimarães Rosa, Carlos
Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Adélia Prado e Hilda Hilst.
Em 2013, Couto foi agraciado com o Prémio Camões pelo conjunto da obra. A premiação foi
instituída em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal e é considerada uma das mais
importantes no âmbito da língua portuguesa. No mesmo ano, também recebeu o Prémio
Literário Internacional Neustadt, concedido pela Universidade de Oklahoma nos Estados
Unidos e pela World Literature Today desde 1969.
A literatura do escritor moçambicano é exaltada não só pela forma como ele descreve e trata a
vida cotidiana em seu país, mas, principalmente, pela inventiva poética da sua escrita, que
mescla o português “culto” com palavras de dialectos da população local. Mia Couto também
demonstra muita preocupação com os problemas do país africano, como, por exemplo,
quando denunciou o crescente número de sequestros em Moçambique.
Alguns de seus livros foram adaptados para o cinema, caso de O último voo do flamingo,
Terra sonâmbula e um rio chamado tempo, uma casa chamada terra.
Na área da Biologia, Mia Couto dirige uma empresa que faz estudos de impacto ambiental
em seu país, concentrando-se na gestão de zonas costeiras, além de desenvolver trabalhos de
pesquisa sobre mitos, lendas e crenças que intervêm na gestão tradicional dos recursos
humanos.
Em Terra Sonâmbula, os mais velhos da terra não conseguem ajudar Kindzu, não porque a
tradição em si mesma tenha perdido o seu valor na realidade contemporânea, mas porque
esses velhos sábios são incapazes de procurar novas coordenadas num mundo onde a guerra
destruiu as bússolas. O único conselho que podiam dar era consultar o nganga, o adivinho.
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No entanto, Kindzu tinha de evitar o tema dos naparamas, porque o curandeiro “se iria sentir
magoado de não saber mexer em [seus] pedidos” (Couto, 2008, p.34).
A postura do velho que guia Muidinga pelo mato e lhe dá conselhos sobre relações amorosas
(uma espécie de viagem iniciática) demonstra a importância da transmissão da sabedoria entre
as gerações.
No entanto, uma das lições de Tuahir é justamente a de criar o próprio caminho, de procurar
saídas, de experimentar novas soluções. Esta atitude de abertura para o futuro e para a
aprendizagem sem renunciar à tradição é simbolicamente representada na estrutura do
capítulo: o episódio abre com Tuahir a falar com Muidinga sobre as mulheres e fecha com o
seu pedido para que Muidinga conte mais estórias do “fi da mãe desse Kindzu” que “já vive
quase connosco” (ibid, p.99).
Assim, tanto o velho como a criança vão narrando as suas experiências e aprendendo um com
o outro.
O paralelo que se estabelece ao longo de Terra Sonâmbula entre os novos dirigentes políticos
e os antigos opressores culmina no episódio em que Estêvão Jonas decide colaborar com o
fantasma do colono Romão Pinto. Sozinho, o administrador – ou “administrador” como o
chama a esposa (Couto, 2008, p.183) – conseguia arranjar uns “negócios de tigela furada,
coisa de pouco brilho” (ibid, p.181). Juntos, seguindo as indicações do português falecido,
teriam a verdadeira oportunidade de enriquecer.
Esta traição dos ideais que Estêvão deveria defender não se deve apenas à sua ganância e
falha de moral, mas tem razões muito mais profundas. Como revela a sua mulher Carolinda, o
administrador “era hoje um homem de mando, amanhã seria um pau-mandado” (ibid., p.186),
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e era frustrado porque se sentia preso em Matimati onde “não entendia a língua nem os
costumes daquela gente” (ibid.). O percurso deste homem “mortiço, acanhado de sonhar,
medroso de pensar cansado de sua militância, exausto por sempre ter que se apagar” (ibid, p.
187) demonstra que o projecto nacionalista do governo moçambicano dos primórdios da
independência não conseguiu criar o desejado sentido de identidade e unidade.
Por outro lado, as elites dos países recém-independentes procuraram no passado pré-colonial
e nas tradições locais o fundamento para a identidade nacional. O romance Terra Sonâmbula
retracta este movimento bidireccional entre aceitação e rejeição de tradição no processo de
construção de identidade nacional no contexto de modernidade
Na componente prática
De facto, a narrativa que se segue é intercalada com os clichés linguísticos típicos do discurso
socialista, tais como “o inimigo do povo”, “o comício público” ou “massas populares” (ibid,
p.60-61).
No entanto, estas expressões ritualizadas são utilizadas pelo secretário em contextos
inesperados e ilógicos. Ao recontar o seu testemunho “deixando intactos os modos oficiais de
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seu falar” (ibid, p.60), Kindzu-narrador acaba por parodiar os discursos políticos daquele
período, destacando a irrepresentatividade da linguagem politicizada.
-Às vezes quase desisto de vocês, as massas populares. Penso: não vale pena, é como pedir a
um cajueiro para não entortar seus ramos. Mas nós cumprimos destino de tapete: a História
há-de limpar os pés nas nossas costas. (Ibid, p.61).
Esta passagem demonstra a clara distinção entre “nós” (os funcionários do aparato do Estado)
e “vocês” (as massas populares), sendo que os últimos são vistos como uma unidade abstracta
e uniforme que não tem vontade própria e precisa de ser instruída pelos administradores. Esta
falta de caracterização individualizada e individualizante da população local evoca a
representação do Outro nas narrativas da época dos Descobrimentos.
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Conclusão
Chegado ao fim do presente trabalho, conclui-se que se abriu uma oportunidade de reflexão
sobre os conteúdos da cadeira de Literatura Africana em Língua Portuguesa I.
Desta feita, pode-se concluir que, Mia Couto publicou “Terra Sonâmbula”, seu primeiro
romance, escrito em prosa poética, onde compõe uma bela fábula passada no Moçambique
pós-independência, uma vez que esteve mergulhado na devastadora guerra civil que se
estendeu por dez anos.
Dizia-se daquela terra que era sonâmbula. Porque enquanto os homens dormiam, a terra se
movia espaços e tempos afora. Quando despertavam, os habitantes olhavam o novo rosto da
paisagem e sabiam que, naquela noite, eles tinham sido visitados pela fantasia do sonho.
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Referências Bibliográficas
Chabal, P. (2008). Nação e nacionalismos em África. Coimbra: Imprensa da Universidade de
Coimbra.
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