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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

II Sessão

Colonização colonial em áfrica

Nome do Estudante: Luísa Magalhães

Código do Estudante: 708206562

Curso: Licenciatura em Ensino de História


Cadeira: História das Instituições Politicas
Ano de frequência: 3º ano, Turma: E

Nampula, Julho de 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Nome do Estudante: Luísa Magalhães

Código do Estudante: 708206562

Trabalho da II sessão da cadeira de História das


Instituições Politicas, tem como tema,
Colonização colonial em áfrica, 3º ano,
leccionada pelo Docente: Creiton G. Branco

Nampula, Julho de 2022

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Articulação e domínio do
Análise discussão discurso académico 2.0
(expressão escrita cuidada,
coerência/coesão textual).
Revisão bibliográfica
nacional e internacional 2.0
revelantes na área de estudo.

Exploração dos dados 2.0


Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0
Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de 1.0
gerais letra, parágrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA 6a
ed. e citações e Rigor e coerência das 4.0
bibliografia citações/ referências
bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchido pelo tutor

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Introdução

No século XV, quando os portugueses se lançaram ao mar nas grandes navegações, o continente
africano já era entendido como território a ser explorado. Ao fazer o périplo africano durante o
século XVI os portugueses passaram explorar não só matérias-primas, mas também mão-de-obra
escravizada, dando início ao comércio triangular com as colónias europeias na América.

Estas formas de exploração do continente africano duraram até 1885, quando os países europeus
passam a exercer controle político das regiões africanas partilhando-os em colónias. Em 1830
missionários e exploradores adentram no continente com a finalidade de “salvar as almas
selvagens”, mascarando pela religiosidade que a verdadeira intenção era a da conquista da África
pela Europa.

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Colonização colonial em áfrica

A colonização da África pelos europeus remonta ao século XV, quando Portugal dominou os
primeiros territórios na costa atlântica do continente. Na busca por uma rota para as Índias, os
portugueses encontraram ali grande oportunidade de atender a seus anseios mercantilistas.

A Colonização da África: os países africanos foram colonizados pelos europeus (colonização de


exploração). Portugal, por exemplo, colonizou Angola, Moçambique e Cabo Verde. A África do
Sul foi colonizada pelos ingleses. Marrocos e Argélia foram colonizados pela França.

Após os primeiros contactos, nem sempre amigáveis, com aldeias e reinos africanos, os lusitanos
passaram a instalar feitorias no litoral. A partir delas, podiam-se explorar metais preciosos,
marfim e produtos agrícolas.

No entanto, foi a mão-de-obra escrava o carro-chefe da economia portuguesa na África. O tráfico


negreiro contava com a participação das elites locais, que trocavam cativos por mercadorias
trazidas pelos europeus, como tabaco, aguardente e diversos produtos manufacturados. A
princípio, os cativos eram levados para as plantações de açúcar existentes nas ilhas do norte do
continente e, em menor escala, para Portugal. A partir do século XVI, porém, o Brasil passou a
ser o principal mercado consumidor de escravos.

A intensa exploração da mão-de-obra desarticulou as economias de vários povos africanos. As


rotas comerciais que cortavam o Saara começaram a escassear, pois produtos e escravos tinham
outro destino: atender os europeus estabelecidos na costa atlântica. Além disso, alguns grupos
tribais se especializaram na busca e captura de cativos, o que não era muito comum
anteriormente.

É importante salientar, porém, que a colonização africana se limitou praticamente ao litoral até o
final do século XVIII. O mapa do interior da África ainda era bastante nebuloso à época. Isso se
deve ao fato de que, durante a Idade Moderna, os interesses europeus se concentraram muito
mais na América do que na África.

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A situação só começou a mudar no início do século XIX com a gradual conquista da
independência das colónias americanas e com a Revolução Industrial. Buscando novas fontes de
lucro, grandes empresários europeus, associados às políticas de seus Estados nacionais, passaram
a se interessar por aquele continente pouco conhecido.

Desde o final do século XVII surgiram inúmeras expedições de missionários e exploradores em


direcção ao interior da África. Além disso, grupos de missionários passaram a actuar no
continente com o objectivo de converter povos, difundindo o cristianismo. Acrescente-se a isso a
acção de exploradores movidos com frequência pelo espírito aventureiro e comercial. Essas
expedições serviram para verificar, cada uma à sua maneira, as potencialidades comerciais das
várias regiões.

Acabaram também por contribuir para uma corrida entre os países europeus que disputavam
domínios e definiam políticas de ocupação efectiva do interior do território africano. A esse
processo exploratório capitalista os historiadores denominam imperialismo ou neocolonialismo.

Imperialismo

Denomina-se império a forma política que uma nação ou Estado assume ao dominar outras
nações ou Estados. Tal dominação é exercida na esfera política, militar e económica, associada
em maior ou menor grau. Há vários exemplos de impérios ao longo da história: romano, persa,
inca etc. No século XIX, o termo imperialismo passou a ser associado às acções dos países
europeus que iniciaram uma nova onda de colonização em direcção aos continentes africano e
asiático.

Esse processo, segundo alguns autores, está intimamente relacionado à segunda Revolução
Industrial, que, a partir da segunda metade do século XIX, provocou grandes inovações no
campo dos transportes e das comunicações. Houve também forte avanço das técnicas produtivas
baseadas em novas fontes de energia como o petróleo e a electricidade.

À medida que essas inovações tecnológicas ampliavam a produção, era necessária também a
ampliação de mercados para absorver os produtos. Além disso, o aumento da produção só
poderia manter o ritmo com maior fornecimento de matérias-primas e recursos energéticos.

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As seguidas crises capitalistas pelas quais a Europa passou no final do século XIX também
mostraram que se tornava imperativo absorver outras áreas do globo em sua dinâmica de
acumulação capitalista. Para continuar lucrando, os homens de negócio da Europa teriam de
investir em outros espaços, buscando novos mercados e matérias-primas. Além disso, agitações
sociais e crescimento demográfico colocavam na ordem do dia a discussão em torno da
transferência de populações para os continentes africano e asiático.

No entanto, a distância em relação aos futuros mercados e a extensão territorial dos continentes a
serem explorados eram enormes. Percebendo que era impossível contornar essas dificuldades
sem o apoio dos Estados nacionais, os capitalistas europeus passaram a apoiar politicamente e
economicamente sua actuação política nessas regiões.

Aos poucos, as autoridades europeias iniciaram a criação de um grande aparato militar e


administrativo nas regiões dominadas. Essa organização formal facilitava a exploração e garantia
enormes lucros tanto para os Estados europeus quanto para os capitalistas. Se durante a
colonização do século XVI os monarcas tiveram papel preponderante, nesse momento os
conglomerados capitalistas foram tão ou mais importantes do que os Estados nacionais.

Ideologicamente, o que sustentou a dominação sobre a África foi o racismo científico (ou
darwinismo social), que existiu principalmente no século XIX. A partir de distorções das ideias
de Charles Darwin, alguns cientistas afirmavam a superioridade natural dos europeus sobre
outros povos, inclusive os africanos. O grande avanço material e científico da época serviu para
reforçar essa crença.

Convictos de sua superioridade, os europeus, ao dominarem a África, acreditavam estar


inevitavelmente levando o progresso ao continente. Sua missão seria “civilizar” os povos
“selvagens” da África. Esse era seu destino ou, de acordo com o escritor inglês Rudyard Kiplig
(1895-1936), seu fardo (um trabalho penoso). Essa missão, então, seria o “fardo do homem
branco”.

Com frequência, os preceitos do darwinismo social se aliaram ao cristianismo evangélico. Ao


longo do tempo, centenas de missões católicas e protestantes passaram a percorrer a África com
o objectivo de “regenerar” os povos nativos e ensinar-lhes sua verdade religiosa. Embora muitos

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grupos religiosos tenham se destacado por trabalhos humanitários, sua tentativa de impor novas
crenças e costumes também gerou graves conflitos sociais.

A acção dos missionários foi por vezes associada à dos comerciantes e aventureiros europeus, a
ponto de Jomo kenyatta, primeiro presidente do Quénia (1894-1978), ter acusado: “Quando os
brancos chegaram, nós tínhamos as terras e eles a Bíblia; depois eles nos ensinaram a rezar;
quando abrimos os olhos, nós tínhamos a Bíblia e eles as terras.”

A partilha da África

A partilha da África ocorreu de forma gradual a partir do início do século XIX. Como era de se
esperar, surgiram ao longo do tempo diversas rivalidades entre os europeus. Na costa ocidental
da África, por exemplo, a disputa foi acirrada, sobretudo entre ingleses e franceses.

Nesse processo, era comum que os europeus procurassem estabelecer tratados com algumas
aldeias. Em geral, estabeleciam protecção a um grupo tribal contra os seus inimigos ou então
prometiam melhorias estruturais na região. Em troca, os grupos “ofereciam” trabalho, escravos e
artigos diversos produzidos ou explorados por eles.

Com frequência, diferentes nações europeias apoiavam tribos inimigas. Dessa forma, associavam
suas próprias rivalidades às disputas intertribais. Assim, os conflitos entre os países europeus
aumentaram durante o século XIX, assim como aqueles entre as aldeias africanas. Colocados no
fogo cruzado de guerras, os africanos também participavam das disputas sem entender porque
estavam lutando.

Os sistemas coloniais

As colónias africanas eram vistas como fontes de recursos fundamentais para a economia
europeia. Elas estavam submetidas a diversos mecanismos de exploração, podendo-se citar, em
primeiro lugar, as formas de trabalho compulsório. Apesar do discurso antiescravista de diversos
países, o que se viu durante a dominação europeia foram formas de exploração do trabalho
bastante similares à escravidão.

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Em segundo lugar, era comum o confisco de terras por meio de guerras e desapropriações.
Aproveitando-se do fato de muitas aldeias não possuírem registros de seu território,
latifundiários e autoridades coloniais avançaram sobre regiões ocupadas há centenas de anos
pelos africanos. Além disso, as autoridades metropolitanas cobravam impostos pesados, pagos
em dinheiro ou mesmo com trabalho. Parte dessa renda era usada em forma de subsídio para
estimular outros europeus a se estabelecer na África praticando a agricultura, o comércio
oferecendo serviços diversos.

De modo geral, os colonizadores buscaram impor sua cultura (a “civilização”) aos povos da
África. Assim, a educação formal era, na maioria das vezes, oferecida apenas na língua do
colonizador. Os conteúdos eram a cultura, a religião e os costumes europeus. Existiram também
algumas tentativas de ensinar valores europeus a partir da língua e dos costumes africanos,
trazendo-os gradualmente à “civilização”. Neste caso, as aulas eram feitas inicialmente nas
línguas nativas.

O processo de descolonização

No século XX, após décadas de domínio europeu, surgiu em vários países da África uma nova
elite. Eram pessoas que, embora fossem filhos dos antigos chefes tribais, tinham estudado em
universidades do Velho Mundo. Juntaram-se a ela comerciantes, funcionários públicos e outras
pessoas de classes médias e alta que, de modo geral, aspiravam ao modo de vida europeia. Foi
essa minoria urbana relativamente europeizada que deu início aos movimentos de independência.

Os movimentos de independência da primeira metade do século XX, de modo geral, tiveram


pouco sucesso. Após a segunda Guerra Mundial (1939-45), porém, surgiram condições mais
propícias para as lutas. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU
(Organização das Nações Unidas) em 1948, garantiu aos povos do mundo o direito à
autodeterminação. Além disso, era clara a contradição existente, pois os mesmos países que
tinham feito a guerra em nome da liberdade e ainda mantinham domínios coloniais.

Muito das ideias, questões de ordem económica e geopolítica também foram fundamentais. Após
o conflito mundial, as potências europeias perderam boa parte do seu poder económico e se
endividaram. Para piorar, o surgimento das lutas emancipacionistas nas colónias fez com que

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elas tivessem um aumento exorbitante de gastos para a manutenção da ordem. A resistência
africana tornou-se tão forte em alguns lugares que começou a sugar os recursos económicos e
militares das metrópoles.

Iniciativas e Resistências em Face À Partilha

De acordo com Terence O. Rager, “se o processo de conquista e da ocupação pelos europeus era
claramente irreversível, também era altamente resistível” (2010, p. 51). Resistível devido à força
das populações africanas sejam elas estatais/ centralizadas ou não, frente a um inimigo em
comum: os europeus.

É certo que os invasores enfrentaram também uma gama de movimentos de resistência. As


resistências africanas generalizadas foram extremamente importantes e tiveram consequências
que ressoaram, inclusive, aos dias de hoje. Entretanto, o tema da resistência tem especificidades
originais, como: A ideia de soberania como base da ideologia de resistência, o papel das ideias
religiosas que se mesclaram aos movimentos, e as consequências e relevâncias das formas de
lutas e resistências (armadas) em todo continente, criando, inclusive novos Estados, “baseados na
tecnologia militar europeia”.

Para outros pensadores e estudiosos do tema, como Walter Rodney (1971), observa que houve
uma resistência espiritual num estágio mais avançado da luta africana. Segundo este autor, “os
povos africanos resistiram espontaneamente em toda parte, não só em termos físicos, mas
empregando igualmente suas próprias armas religiosas e metafísicas”(RAGER, 2010; apud
RODNEY, 1971).

São apresentados vários exemplos de povos africanos e suas relações com suas religiões
ancestrais. Em alguns casos, devido à derrota militar, entravam em profunda crise espiritual,
abandonando certos rituais e crenças. Noutros casos, chefes religiosos que tomavam a frente das
resistências. Porém, o autor afirma que a resistência se baseava no princípio mesmo das
soberanias estabelecidas.

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Conclusão

Portanto, é certo que os invasores enfrentaram também uma gama de movimentos de resistência.
As resistências africanas generalizadas foram extremamente importantes e tiveram
consequências que ressoaram, inclusive, aos dias de hoje. Entretanto, o tema da resistência tem
especificidades originais, como: A ideia de soberania como base da ideologia de resistência, o
papel das ideias religiosas que se mesclaram aos movimentos, e as consequências e relevâncias
das formas de lutas e resistências (armadas) em todo continente, criando, inclusive novos
Estados, “baseados na tecnologia militar europeia”.

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Referência bibliográfica

História Geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935/ Editado por Albert
Adu Boahen. – Brasília: UNESCO, 2010

Fernandes, Joel. A Integração Económica como Estratégia para o desenvolvimento económico


na África Ocidental. Dissertação apresentada na Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, Abril, 2007.

Ki-Zerbo, Joseph. História da África Negra II. Paris: Publicações Europa América, 1972.

Minedh. Módulo 6 de História: Os estados em Moçambique e a Penetração Mercantil


Estrangeira. Instituto De Educação Aberta e à Distância (IEDA), Moçambique, s/d.

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