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para Micro e
Pequenas Empresas
Me. Renan Carlos Klichowski
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
Distância; KLICHOWSKI, Renan Carlos.
13
O Setor Financeiro
e a Estrutura
Patrimonial das
Micro e Pequenas
Empresas
45
Mercado Financeiro
75
O Sucesso
Empresarial e a
Gestão Financeira
103
Conhecimentos
Sobre Economia
Brasileira
129
133 Pirâmide das Necessidades de Maslow
Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Me. Renan Carlos Klichowski
As Micro e Pequenas
Empresas – MPEs
PLANO DE ESTUDOS
Classificação As franquias
empresarial
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar uma contextualização histórica e definir o que • Compreender o que são franquias, seu funcionamento
é uma micro e uma pequena empresa (MPE), além de e elencar motivos e problemas em tornar-se um fran-
trazer elementos que as caracterizem. queado.
• Conhecer formas de classificar as empresas no contexto • Apresentar características iniciais sobre a estrutura finan-
brasileiro, bem como as vantagens e desvantagens de tais ceira das micro e pequenas empresas.
enquadramentos.
• Conhecer as formas de registro, as entidades de apoio
e as formas de regulamentação das micro e pequenas
empresas.
Breves Conhecimentos
Sobre o Mundo do
Empreendedorismo
UNIDADE 1 15
Traços comuns no perfil
comportamental de um empreendedor
Disposição para assumir riscos: “uma pessoa que inicia um negócio está correndo ris-
cos. Arriscar significa ter coragem para enfrentar a possibilidade de insucesso ou perda”
(MAXIMIANO, 2011, p. 4-5).
“
nos, materiais e financeiros”. Empresas são, nesse
[...] sociedade organizada para a exploração sentido, o trabalho de pessoas em prol de objeti-
de indústria ou comércio; com a finalidade vos, algumas podendo envolver várias pessoas, e
de obter um rendimento monetário através outras ser constituídas de apenas um indivíduo.
da produção de bens ou de serviços (MI- O funcionamento básico de uma empresa,
CHAELIS, [2019], on-line)1. ou seja, como ela se desenvolve, é compreendido
por uma parte inicial, os recursos: informação e
Isto é, uma organização que desenvolve uma conhecimento, pessoas e recursos materiais, que
atividade buscando rendimentos financeiros. sofrem operações e resultam em lucro do em-
Uma empresa é a iniciativa que tem por obje- preendedor, compromisso com a satisfação do
tivo obter lucro, por meio do fornecimento de cliente e outras partes interessadas (MAXIMIA-
produtos e serviços, a partir de recursos adqui- NO, 2011) conforme a Figura 2.
ridos, sistemática de funcionamento e estrutura
(MAXIMIANO, 2011).
Informação e Lucro do
conhecimento empreendedor
Compromisso
Sistemas de com a satisfação
Pessoas Recursos Operações Resultados
do cliente
Uma empresa pode ser compreendida como um sistema de recursos, sendo as pessoas o principal. São
elas que tomam as decisões e dominam os conhecimentos. Precisam conhecer o produto, o mercado
em que atuam, a concorrência, as características de seus consumidores e uma correta administração
das finanças (MAXIMIANO, 2011; CHIAVENATO, 2012).
No mundo atual, a exigência do consumidor por valor agregado nos produtos e serviços impul-
sionam a interação da empresa com tecnologia, conhecimento e informação, sendo a informação
e o conhecimento primordiais para o desenvolvimento empresarial. Agrega-se valor aos serviços
prestados, nos recursos materiais, até mesmo nas pessoas, com uma avaliação perfeita do negócio
empreendido (MAXIMIANO, 2011; CHIAVENATO, 2012).
UNIDADE 1 17
No sistema de operações é onde efetivamente Assim, pode-se perceber que o sucesso de uma
o produto e o serviço são transformados e, con- empresa, seja ela grande, micro ou individual, en-
sequentemente, é agregado valor. Por exemplo, volve muito mais que apenas a vontade e a sabedo-
o valor do feijão ensacado em uma gôndola de ria do empreendedor. Por esse motivo, a questão
mercado é muito maior do que na plantação, visto financeira ganha muita importância; refletir sobre
que passou por uma operação de colheita, limpe- a correta gestão de recursos e uma captação de
za, secagem, separação etc. e se tornou disponível recursos financeiros que possa ajudar de forma
ao consumidor. Um pneu automotivo vale muito eficiente e eficaz a promover um negócio é algo de
mais montado em um automóvel do que em esto- interesse de toda uma comunidade, cidade, estado
que separado, visto que se transformou em parte e nação. Nesse sentido, a seguir, apresenta-se um
de um veículo. O sistema de operação engloba pouco da realidade mundial em comparação com
um conjunto de processos, que envolve pessoas, a brasileira em relação à promoção de empreen-
equipamentos e máquinas (MAXIMIANO, 2011; dimentos e investimentos.
ARANTES; HALICKI; STANDLER, 2014).
Nos resultados estão o destino do que foi
planejado para aquela empresa, que é o lucro do O Mundo e o Brasil
empreendedor, a partir do valor criado pelo pro- Empreendedor
duto, cumprir com o compromisso de satisfazer
o cliente e atender aos stakeholders, ou seja, às Um estudo intitulado Global Entrepreneurship
partes interessadas no seu negócio com diferentes Monitor – GEM (GRECO et al., 2017), que en-
interesses. Algumas das partes interessadas e seus volveu 65 países, representando cerca de 70%
interesses são (MAXIMIANO, 2011, p. 9): da população mundial e 83% do PIB do mundo,
• Empreendedor: procura lucro, prosperi- publicou que o Brasil e a China são os países que,
dade e sobreviver. em 2016, apresentaram o maior potencial para
• Investidores: retorno do capital investido. empreendedores, ou seja, são os países que mais
• Colaboradores e empregados: esperam ter apresentam características para o desenvolvimen-
emprego, remuneração e qualidade de vida. to de empreendimentos e os que têm mais espírito
• Fornecedores: esperam que a empresa te- empreendedor.
nha capacidade de pagar e continue nego- Contudo, tratando-se de investimentos, o
ciando com ela. empreendedor brasileiro encontra um ambiente
• Clientes: aguardam disponibilidade de muito hostil, caindo para os últimos, quanto à
produtos, preço e qualidade. captação de recursos para investir em um negó-
• Comunidade: esperam qualidade de vida, cio, devido à instabilidade financeira do país, aos
uma contribuição da empresa para o pa- altos juros cobrados etc. Além disso, a pesquisa
drão de vida habitual. apresentou que os brasileiros têm o hábito de
• Governo: espera arrecadar por meio de captar recursos das pessoas com quem possuem
imposto e taxas. relacionamento próximo, sendo mais de 90% dos
negócios financiados por familiares.
“
tência de sua família, sem um planejamento e
esse comportamento provavelmente tem sem inovações. A explicação para isso pode ser
raízes culturais e baseia-se na formação his- apoiada na falta de apoio de um dos interessados
tórica brasileira, que privilegia os mais pró- no empreendimento, que é o governo, e a própria
ximos e não necessariamente a coletividade. falta de condições financeiras do país.
Além disso, outra situação descrita é de que ape-
Segundo Greco et al. (2017), o estudo revelou que, nas 17,5% dos empreendimentos no país possuem
em 2016, cerca de 85,1% das empresas brasileiras CNPJ, ou seja, 82,5% dos empreendedores brasilei-
são enquadradas como microempreendedor indi- ros não são formalmente identificados pelo gover-
vidual – MEI, ou seja, não possuem funcionários no. Sem um CNPJ, a empresa se isola e não pode
e 13% são microempresas. obter investimento e empréstimos de investidores
Os autores inferem que, por meio dessa pes- formais, como bancos e agências de fomento, perde
quisa, é possível concluir que a maioria dos no- oportunidade de prestar serviços a consumidores
vos empreendimentos no Brasil são abertos por que exigem nota fiscal, não podem concorrer em
necessidade, ou seja, proprietários individuais licitações, emitir boletos de cobrança etc.
Convido você, caro(a) aluno(a), a saber mais sobre o trabalho realizado, descrito por Greco et
al. (2017), por meio do site. Nesse material, você irá encontrar informações completas sobre
o empreendedorismo e algumas curiosidades que poderão ajudá-lo a entender mais sobre as
características empreendedoras do nosso país, bem como do restante do mundo. Outra sugestão
para se aprofundar é revisar o material da disciplina de empreendedorismo, certamente, essa releitura
irá ajudá-lo(a) a ter um panorama completo relacionado à temática.
Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/GEM%20Nacional%20-%20web.pdf>.
UNIDADE 1 19
De qualquer forma, apesar das dificuldades, o
Brasil tem perspectivas positivas para as empre-
sas, com diversas iniciativas e órgãos de apoio ao
empreendedor, oferecendo cursos, incentivos à
pesquisa, incubadora de novos negócios e pro-
gramas de apoio ao empreendedorismo, como o
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae). Mais tarde, retomaremos, na
Unidade 4 deste livro, alguns dos principais me-
canismos de apoio e fomento empresarial. Antes
disso, avançamos um pouco nas reflexões rela-
cionadas às empresas, apresentando-se, a seguir,
conhecimentos sobre os tipos de empresa e as
formas de classificação.
UNIDADE 1 21
Quadro 1 - Classificação das Empresas quanto ao Setor
Fonte: o autor.
As empresas do primeiro setor são, de forma geral, dual (MEI), microempresas (ME), empresa de
o governo público, sejam prefeituras, Governo pequeno porte (EPP), empresas de médio porte
Estadual ou Federal, que estão principalmente na e empresas de grande porte. Essa classificação in-
regulamentação, tributação e fiscalização. As em- fluencia diretamente na forma de tributação, nos
presas de terceiro setor não concorrem por lucro, incentivos fiscais e na forma de ações de fomento
trabalham no apoio à população, aos animais, às financeiro, conforme a explicação mais detalhada
empresas, às causas etc., auxiliando, muitas vezes, a seguir, incluindo-se a forma de classificação
o próprio governo. indicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Já as empresas de segundo setor são as produ- Estatística – IBGE, que segmentou nas mesmas
toras, que desenvolvem a agricultura, o comércio e categorias (MAXIMIANO, 2011; PADOVEZE;
a indústria de um país. No segundo setor, sofrem MARTINS, 2014).
outra importante classificação, de acordo com os
tributos: propriedade, faturamento, tipo de pro-
dução e forma jurídica (PADOVEZE; MARTINS, Microempreendedor
2014; ARANTES; HALICKI; STADLER, 2014). Individual – MEI
As empresas podem ser de propriedade públi-
ca, ou seja, estatais, como empresas de saneamen- No ano de 2006, como forma de incentivo do
to, de energia e bancos públicos. Podem ser pri- Governo Federal à formalização dos negócios
vadas, de domínio particular, sem a participação nacionais, criou-se a categoria de microem-
do governo. Também classificam-se como mistas, preendedor individual – MEI, por meio da Lei
com a participação da iniciativa privada e pública nº 123/2006. Nessa categoria, a empresa tem o fa-
ao mesmo tempo, por exemplo, empresas de ca- turamento anual bruto estimado em, no máximo,
pital aberto, como o Banco do Brasil e Petrobrás, R$ 81.000,00. Nesses critérios, a legislação diz que
com parte das ações de domínio público e outras a empresa pode contratar apenas um funcioná-
vendidas livremente à iniciativa privada (PADO- rio, tendo a remuneração mínima de um salário
VEZE; MARTINS, 2014; ARANTES; HALICKI; mínimo. Os principais benefícios na criação do
STADLER, 2014). MEI foi a formalização de negócios pequenos,
Com relação ao faturamento, são enqua- que contavam com apenas um participante e o de
dradas conforme o faturamento anual, sendo menor tributação (MAXIMIANO, 2011; GRECO
classificadas como microempreendedor indivi- et al., 2017).
VANTAGENS DE
SER UM MEI Baixo custo mesal de
tributos (INSS, ISS ou
ICMS) em valores físicos
Direitos e benefícios previdenciário:
Aposentadoria por idade, Aponsetadoria por
invalidez, Auxílio-doença; Sálario-maternidade;
Pensão por morte (para a família)
Todos esses benefícios são os principais incentivadores para a formalização de empreendedores que,
muitas vezes, vivem na informalidade e podem dispor, se registrarem seu negócios, de direitos e be-
nefícios sociais.
Microempresa – ME
Em 1999, o Governo Federal lançou programas de apoio às empresas de micro e pequeno porte que, por
meio da Lei nº 9.841/1999, instituiu formalmente o Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno
Porte, dando um tratamento diferenciado e simplificado a elas, principalmente relacionado à tributação.
A Lei nº 123/2006 institui que a microempresa caracteriza-se por ter um faturamento bruto anual de
até R$ 360.000,00. Pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, uma ME pode
registrar em seu quadro até 19 empregados quando indústria, e 9 quando comércio e serviços (GRECO
et al., 2017; BNDES, [2019], on-line)3.
UNIDADE 1 23
Empresa de Pequeno Porte – EPP
As Empresas de Pequeno Porte – EPP, também instituídas por incentivos do Governo Federal e regu-
lamentadas pela Lei nº 123/2006, têm o tratamento diferenciado e a tributação específica. São conside-
radas empresas EPP aquelas que possuírem o faturamento anual de R$ 360.000,01 até R$ 4.800.000,00.
Com relação à classificação do IBGE, as EPPs industriais podem contratar de 20 a 99 funcionários e as
empresa de comércio e serviços de 10 a 49 funcionários (GRECO et al., 2017; BNDES, [2019], on-line)3.
Por uma classificação do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, uma
empresa de médio porte é aquela que possui a receita bruta operacional anual maior de que R$
4.800.000,00 e de até R$ 300.000.000,00. Pela classificação do IBGE, uma média empresa pode contar
em seu quadro de funcionários de 100 a 499 empregados quando indústria, e de 50 a 99 empregados
quando comércio e serviços (GRECO et al., 2017; BNDES, [2019], on-line)3.
As empresas de grande porte, segundo a classificação do BNDES, são aquelas que possuem um fatura-
mento superior a 300 milhões de reais. Já pela classificação do IBGE, essas empresas são enquadradas
como de grande porte quando forem indústrias que possuírem quantidade superior a 500 funcionários
registrados e quando comércio e serviços superior a 100 empregados (GRECO et al., 2017; BNDES,
[2019], on-line)3. O Quadro 2, a seguir, resume toda essa classificação apresentada.
Quadro 2 - Classificação das Empresas pelo Porte
UNIDADE 1 25
Registro e
Regulamentação
de Micro e Pequenas
Empresas
“
[...] espera-se que as condições diferenciadas permitam que um negócio iniciado na configuração
jurídica de empreendedor individual (EI) possa crescer, ultrapassando a condição de EPP, o que
impactaria positivamente o desenvolvimento econômico.
Esse tratamento diferenciado é dado, como já que lista maior número de atividades permiti-
visto, a empresas que faturem até 4,8 milhões de das, como professores, contadores, cabeleirei-
reais por ano. Um dos benefícios é o tratamento ros, esteticistas, serviços de limpeza etc. Na área
tributário como Simples Nacional, congregando industrial, são permitidas atividades, tais como
inúmeros tributos, que sofrem aumentos gradati- fabricação de gelo, laticínio, pão de queijo con-
vos conforme a mudança de faturamento. gelado, partes de peças do vestuário, produtos de
limpeza etc. (BRASIL, 2008).
Campo de Atuação
UNIDADE 1 27
Padoveze e Martins (2014, p. 28) citam que o co- Como já vimos em nossas discussões, as MEs e
mércio é a área com maior proporção de MEIs, e EPPs são enquadradas conforme o faturamento
elencam algumas pesquisas do SEBRAE e IBGE, e a quantidade de empregados, podendo atuar no
nas quais apresentam algumas das principais ati- ramo de negócio que bem entenderem. Contudo,
vidades das MEIs no Brasil: pela sua característica de retorno financeiro anual
restrito a R$ 4,8 milhões, acabam restringindo-se
• comércio varejista de vestuário e acessório; a áreas que não exigem altos investimentos, que
• cabeleireiros; não envolvem alta tecnologia.
• lanchonetes, casas de chá, de sucos e simi-
lares;
• comércio varejista de mercadorias; Características das Micro e
• bares e outros estabelecimentos especiali- Pequenas Empresa (MPEs)
zados em servir bebidas;
• obras de alvenaria; A principal forma de classificação das empre-
• confecção sob medida de peças do vestuá- sas é de acordo com o faturamento e o núme-
rio, exceto roupas íntimas; ro de empregados. Além disso, pode-se citar as
• reparação e manutenção de computadores quantidades de sócios e titulares e as formas de
e de equipamentos periféricos; registro, sendo este último, principalmente, re-
• fornecimento de alimentos preparados para gistrados como microempreendedor individual
consumo domiciliar; (MEI), empresário individual (EI); empresário
• atividades estéticas e outros serviços de cui- individual de responsabilidade limitada (EIRELI)
dados com beleza. e limitada (LTDA).
Resume-se à classificação das micros e peque-
na empresas, no Quadro 3, logo a seguir.
Comércio
Indústria
e Serviços
Microempreendedor Até
1 1 Apenas 1 MEI
Individual (MEI) R$ 81 mil
Até
Microempresa 0a9 0 a 19 1 ou mais EI, EIRELI, LTDA
R$ 360 mil
Até
Pequena Empresa 10 a 49 20 a 99 1 ou mais EI, EIRELI, LTDA
R$ 4,8 milhões
“
§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar,
incluído o regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa
jurídica:
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior;
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra
empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que
a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não
beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que
trata o inciso II do caput deste artigo;
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrati-
vos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa eco-
nômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora
ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil,
de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar;
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa
jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;
X - constituída sob a forma de sociedade por ações.
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de
pessoalidade, subordinação e habitualidade (BRASIL, 2006).
UNIDADE 1 29
As MPEs não só devem seguir os critérios estabelecidos na Lei Complementar 126/2006, mas também
são fiscalizadas e organizadas por outras legislações, como próprio Código Civil Brasileiro. A seguir,
o Quadro 4 descreve as principais legislações que uma MPE deve atentar-se:
Quadro 4 - Leis e Decretos para as MPEs
Legislação Objetivo
Até aqui, dedicou-se um pouco do tempo de estudos para clarificar quem são as MPEs, suas princi-
pais vantagens e obrigações. A seguir, apresenta-se um pouco sobre uma alternativa para as MPEs: as
Franquias.
“
[...] sistema pelo qual um franqueador
cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de
distribuição exclusiva ou semiexclusiva
de produtos ou serviços e, eventualmente,
também ao direito de uso de tecnologia de
implantação e administração de negócio
ou sistema operacional, desenvolvidos ou
detidos pelo franqueador, mediante remu-
neração direta ou indireta, sem que, no en-
tanto, fique caracterizado vínculo empre-
gatício (BRASIL, 1994 apud PADOVEZE;
MARTINS, 2014, s/p.).
UNIDADE 1 31
Conforme Coughlan et al. (2012) e Padoveze e O crédito é facilitado para abertura de fran-
Martins (2014), franchising é a concessão do siste- quias no Brasil por se tratar de um tipo de negócio
ma comercial, de operação dos serviços, marcas e que, geralmente, já é reconhecido e consolidado
produtos a outrem, ou seja, é tudo que está sendo por empreendedores que fundaram o negócio
cedido, o direito de alguém a outro. Franqueador é originalmente. Acessando o portal da internet da
o dono do negócio ou marca, que faz a concessão maioria dos bancos brasileiros, é possível perceber
do direito de exploração a outros, e o franqueado é que existe sítio específico para acesso de empreen-
o que adquiriu o direito de exploração do negócio, dedores que pretendem investir nessa categoria.
marca ou serviço. Normalmente, o próprio negócio já é uma das
Sabendo disso, entende-se que empreender garantias que facilitam o acesso ao dinheiro.
em forma de franquia é uma oportunidade de Por exemplo, o Governo Federal, utilizando o
negócio que dá, a um investidor, a vantagem de Banco do Brasil e SEBRAE, apresentando cam-
investir em um negócio já testado e formatado. pos específicos somente para franquias, no qual
Além disso, o crédito para abertura de uma fran- anuncia que disponibiliza crédito para soluções em
quia é facilitado e o acesso é mais garantido. franquias, para investimento em maquinário, ferra-
mentas e instalações, até mesmo em capital de giro.
UNIDADE 1 33
Um Pouco da Gestão
Financeira nas MPEs
Esses elementos foram elencados de forma pro- em consideração qual parte de sua empresa ne-
posital, para que se tenha conhecimento dos prin- cessita de investimento e qual o risco de pegar
cipais recursos que qualquer empresa necessita. dinheiro de terceiros. O mais importante é visua-
Além disso, é importante destacar que a falta de lizar a empresa como um todo, para não correr
qualquer um dos elementos impossibilita o fun- o risco de faltar dinheiro para outras obrigações
cionamento de uma empresa e eles devem ser do negócio e para o dia a dia do funcionamento
administrados de forma sistemática e conjunta. da empresa. Para isso, é necessário uma gestão
Contudo, Chiavenato (2014) destaca que se hou- financeira que compreenda toda a empresa, in-
ver falta de recursos financeiros, todos os outros dependentemente de seu tamanho.
elementos não podem ser obtidos nem opera- O objetivo básico de uma gestão financeira,
cionalizados e aí pode surgir a necessidade de segundo Chiavenato (2014, p. 13), é
“
captação de recursos de terceiros.
Quando um empreendedor vai em busca de [...] maximização do lucro, ou seja, incre-
recursos financeiros, seja em bancos, seja em fi- mentar o valor de mercado do capital dos
nanceiras, programas, projetos etc., deve-se levar proprietários ou acionistas de uma empresa,
seja ela firma individual, sociedade de pes-
soas ou por ações.
UNIDADE 1 35
Uma boa gestão financeira, além de ajudar na contemplar recursos empresariais e recursos de
maximização dos lucros de uma empresa, deter- fatores de produção.
mina também o fator de risco no investimento em Chegamos ao final desta unidade, e vamos re-
um negócio. Ainda segundo Chiavenato (2014), capitular os principais pontos abordados até aqui.
os objetivos básicos de uma gestão financeira são, Iniciamos refletindo sobre os conceitos de em-
no mínimo: preendedorismo, uma visão comportamentalista
a) A manutenção da situação de liquidez, ou e econômica e de empresa, que pode ser traduzida
seja, manter sobre controle adequado às como uma sociedade organizada em prol de ren-
entradas e saídas de recursos financeiros, dimento financeiro. Nesse sentido, compreende-
o fluxo de caixa e o capital de giro. -se que as empresas funcionam em processo, no
b) Em situações de operações ou mesmo qual informação e recursos passam por operações
de expansão, trabalhar na obtenção de de transformação e resultam em lucro, satisfação
recursos adicionais, com menor custo, do cliente e de outros interessados.
e por meio de estudos que contemplem Com esses conceitos iniciais, apresentam-se
viabilidade econômica e financeira. A números que demonstram que o Brasil, apesar
atenção maior deve ser em equilibrar a de possuir um ambiente altamente desfavorável
compatibilidade entre risco assumido e para o empreendedorismo, é um dos países do
retorno do investimento. mundo que tem mais características empreende-
c) Saber equilibrar a manutenção da liquidez doras. O Governo Federal criou leis e alternativas
financeira e os objetivos de lucro, de uma para o empreendedorismo, como o apoio às mi-
forma que assegure que os planos estejam cro e pequenas empresas (MPEs) e à criação do
de acordo com as possibilidade. microempreendedor individual (MEI), com suas
características específicas. Inclui-se as franquias
Os desafios indicados neste tópico do capítulo são como uma alternativa ao empreendedorismo.
uma aproximação com ideias de gestão financei- Conclui-se destacando a importância para a ges-
ra, para que entenda-se que o investimento deve tão financeira das MPEs.
37
3. A criação de empresas, reformas, estruturação financeira e desenvolvimento
são demandas empresariais que certamente necessitam de dinheiro. Para a
realização de alguns projetos, indica-se a captação de recursos de terceiros,
sejam bancos, familiares, financeiras etc., desde que considerados os riscos.
Um dos critérios de risco e de destinação de recursos pode estar balizados na
classificação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nessas classificações,
são consideradas empresas de pequeno porte as indústrias que:
a) Possuírem o faturamento anual bruto superior a R$ 360 mil, não ultrapassando
o faturamento anual bruto de R$ 4,8 milhões e com empregados registrados
de 10 a, no máximo, 49.
b) Possuírem o faturamento anual bruto de até R$ 360 mil e com, no máximo, 19
funcionários registrados.
c) A indústria com faturamento anual bruto superior a R$ 360 mil, não ultra-
passando o faturamento anual bruto de R$ 4,8 milhões e com empregados
registrados de 20 a, no máximo, 99.
d) A classificação dessas duas organizações considera que indústrias, sendo bra-
sileiras, que não possuam patrimônio e tiverem apenas um funcionário, são
empresas de pequeno porte.
e) O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não faz
nenhum tipo de classificação de empresas.
38
4. A criação de uma empresa pode ser considerada com a realização do sonho de
um empreendedor. O resultado positivo, ou seja, o lucro criado por essa em-
presa é algo que interessa muita gente. São partes interessadas no resultado
positivo de uma empresa:
I) Clientes, investidores e fornecedores.
II) Empreendedor, colaboradores e clientes.
III) Fornecedores, concorrentes e governo.
IV) Comunidade, colaboradores e investidores.
39
FILME
40
ARANTES, E. C.; HALICKI, Z.; STADLER, A. (Orgs.). Empreendedorismo e responsabilidade social. 2. ed.
Curitiba: InterSaberes, 2014.
BRASIL. Lei complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa
e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei
no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis
no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Presidência da República, 2006. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 31 jan. 2019.
______. Lei complementar n° 128, de 19 de dezembro de 2008. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de
dezembro de 2006, altera as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 – Código Civil, 8.029, de 12 de abril de 1990, e dá outras providências. Presidência da República,
2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp128.htm>. Acesso em: 31 jan. 2019.
______. Lei n° 9.841, de 5 de outubro de 1999. Institui o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno
Porte, dispondo sobre o tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido previsto nos arts. 170 e 179
da Constituição Federal. Presidência da República, 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 4. ed. Barueri: Manole, 2012.
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COUGHLAN, A. T.; ANDERSON, E.; STERN, L. W.; EL-ANSARY, A. Canais de Marketing. São Paulo: Pearson
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42
1. A.
2. E.
3. C.
4. D.
5. C.
43
44
Me. Renan Carlos Klichowski
O Setor Financeiro e a
Estrutura Patrimonial
das Micro e Pequenas
Empresas
PLANO DE ESTUDOS
A gestão financeira
das MPEs Gestão do Capital de Giro
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender como funciona formalmente a estrutura • Apresentar algumas ferramentas de análise de risco e de
patrimonial e o conjunto de processos das MPEs. gerenciamento financeiro.
• Conceituar e explicar os recursos que compõem a gestão • Refletir sobre a importância de um plano de negócio e da
financeira de uma MPE. análise do risco de investimento.
• Aprender sobre fluxo de caixa e formas de monitoramento
da gestão financeira das MPEs.
A Estrutura Patrimonial
das Micro e Pequenas
Empresas
Quadro 1 - Cálculo do valor total de bens e direitos da empresa Eu Faço a Diferença Ltda.
UNIDADE 2 47
Quadro 2 - Cálculo do valor total de obrigações da empresa Eu Faço a Diferença Ltda.
Aluguel R$ 1.200,00
Telefone R$ 400,00
Impostos R$ 800,00
Para:
Com essa nova equação, nota-se que o resultado é igual a zero, isto é, o valor total dos bens e direitos
deve ser igual ao valor das obrigações somadas com o patrimônio líquido.
Você sabia que essa teoria, denominada de Partidas Dobradas, foi criada pelo frei italiano Luca
Pacioli, em 1445. Segundo essa teoria, o registro de toda e qualquer operação deve ter um crédito
e um débito equivalente, em outras palavras, não há crédito sem débito.
Para mais informações a respeito da história de Luca Pacioli e de sua obra, leia o livro: “Luca Pacioli:
um mestre do renascimento”, de Antônio Lopes de Sá, que está disponível para leitura online ou
download em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Livro_lucapacioli.pdf>.
Os Relatórios Contábeis
Depois de conhecer o que é o patrimônio e a forma como se calcula o valor do patrimônio líquido,
está na hora de apresentar os relatórios contábeis. A importância da utilização dos relatórios contábeis
é que eles fornecem informações a respeito da condição financeira da empresa.
UNIDADE 2 49
Os relatórios contábeis a serem abordados serão: o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resul-
tado do Exercício.
Balanço Patrimonial
De acordo com Padoveze e Martins (2014, p. 96), o balanço patrimonial é a “apresentação de todo o conjunto
patrimonial, em que o total das fontes de recursos é igual ao total das aplicações dos recursos [...] e indica
a posição financeira e patrimonial da entidade”. Em síntese, além de mostrar a classificação do patrimônio
da empresa, ele também mostra os seus correspondentes valores (PADOVEZE; MARTINS, 2014).
Assim como foi dito na parte final do patrimônio líquido, o balanço patrimonial encontra-se, sempre,
em situação de equilíbrio, ou seja, o valor total dos bens e direitos é igual ao valor total das obrigações.
Entretanto, no balanço patrimonial, os bens e direitos são chamados de ativo e as obrigações de passivo.
Já o patrimônio líquido, no Brasil, até 2007, fazia parte do passivo, mas em 2008, a situação se alterou
quando apenas as obrigações passaram a compor o passivo.
Quanto à estrutura desse relatório contábil, ele possui dois lados: do lado esquerdo o ativo, e do lado
direito as obrigações e o patrimônio líquido, conforme exemplo do quadro a seguir.
Quadro 5 - Balanço Patrimonial da empresa Eu Faço a Diferença Ltda.
Ativo Passivo
Impostos 800,00
Entretanto, quando se deseja registrar cada acréscimo ou decréscimo de cada componente do patri-
mônio, são atribuídos outros nomes. Assim, caso desejássemos registrar cada elemento do patrimônio
da empresa Eu Faço a Diferença Ltda., o novo balanço patrimonial ficaria conforme o Quadro 6.
Como se pôde perceber, alguns componentes didos depois de algum tempo, por isso estão no
assumiram uma nova nomenclatura e passaram grupo de “Realizável a Longo Prazo”.
a ser agrupadas, ora na categoria de circulante, Quanto às mudanças do lado do Passivo, foram
ora de não circulante. Entre os componentes que as contas de energia elétrica, aluguel e de telefone,
foram alterados, estão: o dinheiro disponível; o que agora fazem parte de um grupo bem mais
depósito em poupança; os dois carros; as contas amplo, o de “Contas a pagar”, abrangendo não so-
de energia elétrica, aluguel e de telefone; o finan- mente estas contas, como também pagamentos de
ciamento dos dois veículos e os impostos; e o pa- despesas com material de escritório. Já o salário
trimônio líquido. de 3 funcionários está incluso na conta “Salários
A conta “Caixa e bancos” abrange não somente e encargos a pagar”, porque além do salário pago,
o “dinheiro disponível”, mas também o saldo na abrange também os encargos trabalhistas rela-
conta-corrente. Já a “poupança” também passou cionados a esse pagamento (Contribuição previ-
a fazer parte de um grupo mais amplo, que é o denciária, contribuições sindicais, entre outros).
de “Aplicações Financeiras”, o qual abrange tan- Quanto ao financiamento, ele passou a fazer
to o valor investido na poupança como também parte do grupo “Empréstimos e financiamentos”,
valores que estejam aplicados em outros inves- já que esse grupo inclui tanto o dinheiro empres-
timentos, como o CDB. Já os “dois carros” foram tado para pagar as contas quanto o dinheiro em-
substituídos pela conta “Realizável a Longo Prazo”, prestado para aquisição de máquinas, equipamen-
porque os dois veículos, apesar de se constituírem tos e veículos. Já os impostos, agora, fazem parte
nos bens da empresa, também podem ser ven- da conta “Impostos sobre mercadorias”, porque
UNIDADE 2 51
os impostos pagos no decorrer do período são em decorrência da
compra e venda de alimentos adquiridos de terceiros.
Por fim, o patrimônio líquido se desmembrou em várias con-
tas, entre elas o capital social (esta conta representa o valor do
dinheiro investido para se abrir o negócio), mas que não cons-
tam no Quadro 6, porque a empresa em questão não realizou
transações que gerassem valores para contas, como reservas de
capital e prejuízos acumulados.
Quanto à classificação entre Ativo Circulante e Passivo Circu-
lante, Padoveze e Martins (2014, p. 147) esclarecem que os Ativos
Circulantes “são os bens e direitos realizáveis até um ano após a
data do encerramento do balanço”. Já o Passivo Circulante abran-
ge “as obrigações vencíveis dentro de um ano da data do balanço”
(PADOVEZE; MARTINS, 2014, p. 147).
A partir disso, todo bem ou direito que seja realizável após um
ano faz parte dos Ativos Não Circulantes. Por fim, o Passivo Não
Circulante, segundo Padoveze e Martins (2014, p. 147), são “todas
as obrigações de vencimento ou expectativa de pagamento após
um ano da data do balanço”.
Quadro 8 - Demonstração de Resultado do Exercício da empresa Eu Faço a Diferença Ltda. com a venda de parte de seus estoques
Vendas 5.000,00
UNIDADE 2 53
Quadro 9 - Balanço Patrimonial da empresa Eu Faço a Diferença Ltda. após a venda de parte de seus produtos
Para garantir a geração de relatórios contábeis Neste tópico, abordou-se o que é o patrimônio
que reflitam a realidade financeira da empresa, e de que forma ele é apresentado. A apresentação
procure fornecer ao contador todos os docu- se dá por meio dos relatórios contábeis, dentre
mentos de que necessita, independentemente eles o Balanço Patrimonial e a Demonstração
se são legais (notas fiscais de compra e de venda de Resultado do Exercício. Com isso em men-
de produtos, por exemplo) ou informais (recibos te, mantenha o foco nos estudos, pois no tópico
de pagamento pelo serviço de conserto de uma seguinte será abordado a gestão financeira nas
torneira, por exemplo). Micro e Pequenas Empresas.
“
1. Orçamento de capital: envolve o pla-
nejamento e a gestão dos investimentos de
longo prazo da empresa. O desafio está em
identificar e localizar as oportunidades de
investimento cujo valor para empresa seja
superior ao seu custo de aquisição.
2. Estrutura de capital: envolve a adequa-
da combinação de capital próprio existente
na empresa com capital de terceiros, para
suplementar o capital próprio em momen-
tos em que ele se torna insuficiente para o
andamento dos negócios.
3. Gestão do capital de giro: envolve [...]
os ativos e passivos circulantes da empresa.
Trata-se de uma atividade diária e recorren-
te que busca assegurar que a empresa tenha
sempre recursos suficientes para dar conti-
nuidade às suas operações e evitar possíveis
interrupções nas suas operações cotidianas
(CHIAVENATO, 2014, p. 12-13).
UNIDADE 2 55
Chiavenato (2014) também recorda que o objetivo principal é “incrementar o valor de mercado do
capital dos proprietários ou acionistas de uma empresa, seja ela firma individual, sociedade de pessoas ou
por ações” (CHIAVENATO, 2014, p. 13).
Para se atingir este objetivo, o autor desmembra em mais três objetivos: a) manutenção de permanente
situação de liquidez; b) obtenção de recursos adicionais para suas operações ou planos de expansão; c)
manutenção do equilíbrio entre objetivos de lucro e de liquidez financeira (CHIAVENATO, 2014, p. 14).
“
1) Lucro bruto: é a diferença entre a receita
Conceitos Básicos: Rentabili- obtida pela venda de mercadorias e o cus-
dade, Liquidez, Lucro e Risco to de sua produção (incluindo gastos com
matérias-primas, despesas gerais, impostos
Segundo Chiavenato (2014), a rentabilidade diz e remuneração da força de trabalho).
respeito a quanto do capital investido deu retorno, 2) Lucro líquido: é o resultado da subtra-
tanto na forma de dividendos (lucros da empresa ção do lucro bruto da quantia correspon-
dividida entre os sócios da empresa) quanto de dente à depreciação do capital fixo (como
ganho em dinheiro. Chiavenato (2014, p. 15) ainda máquinas e equipamentos) e das despesas
complementa que “na maior parte dos casos, a financeiras (como pagamento de juros de
rentabilidade é inversamente proporcional à se- empréstimos). Uma parcela do lucro líquido
gurança do investimento e à liquidez”. pode ser destinada em dinheiro para a reti-
Já a liquidez representa, segundo Chiavenato rada dos sócios (em empresas individuais)
(2014, p. 15), a “disponibilidade em moeda corrente, ou em dividendos (em sociedades anôni-
meios de pagamento, posse de títulos ou valores mas). Outra parcela pode ser destinada a
que podem ser convertidos rapidamente em di- aumentar o capital da empresa em um fun-
nheiro”. De modo complementar, o autor recorda do de reserva (CHIAVENATO, 2014, p. 17).
que o grau de liquidez depende inevitavelmente
dos prazos negociados, já que quanto mais longos Já para se analisar o risco, definido por Chiavenato
forem os prazos para se receber, menores são os (2014, p. 18) como “a possibilidade de perigo, algo
graus de liquidez. E nos casos em que os títulos ou incerto, porém previsível e que ameaça dano a al-
aplicações tenham os mesmos prazos de vencimen- guém ou à empresa”, é preciso estudar os cenários.
to, têm maior liquidez os que forem mais aceitos no Segundo o autor, os cenários podem ser:
“
mercado acionário (CHIAVENATO, 2014).
Quanto ao lucro, Chiavenato (2014, p. 16) de- a) certeza: quando as variáveis são conhe-
fine como cidas e a relação entre a ação e sua conse-
“
quência é determinística;
[...] o rendimento atribuído ao capital inves- b) risco: as variáveis são conhecidas e a
tido diretamente em uma empresa. Significa relação entre a consequência e a ação é co-
a diferença entre receita e a despesa da em- nhecida em termos de probabilidade;
presa em um determinado período, como c) incerteza: as variáveis são conhecidas,
um ano ou semestre. mas as probabilidades para avaliar a con-
sequência de uma ação são desconhecidas
Além disso, o lucro também pode ser abordado ou não são determinadas com algum grau
de duas maneiras distintas: de certeza (CHIAVENATO, 2014, p. 17-18).
A gestão financeira das micro e pequenas empre- Nas micro e pequenas empresas, as atribuições da
sas se dá de forma diferente com que acontece nas gestão financeira ficam, inicialmente, mais foca-
grandes empresas. Por conta de seu porte e, con- das nas duas primeiras: obtenção de recursos fi-
sequentemente, de suas restrições (orçamentária nanceiros e na utilização dos recursos financeiros.
e de pessoal) as micro e pequenas empresas têm a A obtenção de recursos financeiros, geralmen-
área financeira centrada no proprietário (quando te, dá-se por empréstimos, os quais ajudarão a
é uma firma individual) ou em um de seus sócios formar o capital para manter o funcionamento
proprietários (quando é uma empresa limitada). da empresa até adquirir capital suficiente para
Segundo Chiavenato (2014, p. 22), as principais o negócio se autogerir quando acabar o capital
atribuições da gestão financeira são: próprio (caso o capital próprio, utilizado para a
“
abertura do negócio, seja insuficiente).
a) Obter recursos financeiros: para que a Quanto à maneira com que os recursos obtidos
empresa possa funcionar ou expandir suas são utilizados, os responsáveis pela área financeira
atividades. A obtenção de recursos financei- acabam recebendo conselho das pessoas que os
ros pode ser feita no mercado de capitais por oferecem, mas claro que a decisão de qual área da
meio de aumento de capital, financiamento empresa investir fica a cargo do proprietário ou
ou condições de pagamento aos fornecedo- sócio proprietário.
res, empréstimos bancários, etc. Ao longo deste tópico, foram abordados alguns
b) Utilizar recursos financeiros: para conceitos-chaves da administração financeira,
as operações da empresa, nos vários seto- as atribuições da gestão financeira e, por fim, a
res e áreas de atividade, como compras de maneira com que as micro e pequenas empresas
matérias-primas, aquisição de máquinas e geram seus recursos financeiros.
equipamentos, pagamento de salários, etc.
c) Aplicar recursos financeiros exceden-
tes: em aplicações no mercado de capitais
ou no mercado monetário, aquisição de
imóveis ou terrenos, etc.
UNIDADE 2 57
Monitoramento
de Fluxo de Caixa
“
a) Integralização do capital por sócios ou
acionistas: são investimentos feitos pelos
proprietários, que somente afetarão o caixa
se forem em dinheiro; b) Empréstimos ban-
cários e financiamentos; c) Vendas à vista
e recebimento de duplicatas a receber; d)
Venda de itens de ativo permanente.
“
manente; d) compras à vista e pagamento a
fornecedores; e) pagamentos de despesa/ [...] fluxo de caixa deve ser apresentado
conta, contas a pagar e outros. segregado por grupos de movimentações
financeiras de natureza similar”. O objetivo
Maximiano (2012, p. 126) chama a atenção, ain- disso é “permitir uma análise mais adequada
da, para as operações que não afetam o caixa: “a) da geração de lucro e caixa e da movimen-
Depreciação, amortização e exaustão; b) provisão tação financeira do período.
para devedores duvidosos; c) reavaliação de itens
do ativo permanente”. Segundo os autores os três grandes segmentos de
No que diz respeito às entradas mais comuns informações são:
“
presentes no fluxo de caixa, estão:
“
1) Fluxo de caixa das atividades opera-
a) vendas à vista; b) recebimento de vendas cionais: é o fluxo de caixa mais importante
a prazo; c) desconto de duplicatas; d) ren- e deve ser sempre positivo em linhas gerais.
dimentos de aplicação financeira; e) vendas Representa a transformação do lucro, apu-
de ativos; f) investimentos de capital próprio rado pelo regime de competência, em caixa.
(ANDRICH; CRUZ, 2013, p. 78). Portanto, representa o coração do empreen-
dimento, caracterizado como o resultado
Já as saídas mais comuns, segundo Andrich e Cruz das operações normais.
(2013, p. 78), são: “a) fornecedores; b) salários e 2) Fluxo de caixa das atividades de in-
encargos sociais; c) impostos; d) despesas gerais; vestimentos: representa os valores a serem
e) despesas financeiras; f) compras de ativo”. aplicados nos ativos imobilizados, intangí-
Padoveze e Martins (2014, p. 162) também veis e investimentos de caráter de perma-
mostram que há dois métodos para se apresentar nência. Basicamente essas aplicações têm
a Demonstração dos Fluxos de Caixa: como foco o futuro do empreendimento, ou
“
seja, preparam a empresa para as operações
1) Método indireto: evidencia a movi- futuras. Contempla também os desinvesti-
mentação do saldo de caixa no período, mentos.
partindo da geração de caixa por meio da 3) Fluxo de caixa das atividades de finan-
demonstração de resultados e das variações ciamentos: compreende a movimentação
dos elementos patrimoniais do balanço que dos supridores de capital para o empreen-
geram caixa ou necessitam dela. dimento. Contempla a entrada de novos
2) Método direto: evidencia a movimenta- financiamentos e de novos aumentos de
ção do saldo de caixa do período, coletando capital social, as reduções de capital social
as informações específicas das entradas de e o pagamento de lucros ou dividendos aos
saídas de numerário constante das contas de sócios ou acionistas (PADOVEZE; MAR-
disponibilidades (caixa, bancos e aplicações TIN, 2014, p.167).
financeiras).
UNIDADE 2 59
De forma a ilustrar o que é essa demonstração do fluxo de caixa, Maximiano (2006) apresenta um
modelo de fluxo de caixa mensal, conforme a Figura 1, que se encontra a seguir.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
Recebimentos
Receitas à vista
Receitas à prazo
Faturamento (vendas)
PAGAMENTOS
Custo/Despesas Variáveis
Compras à vista
Compras à prazo
Frente
Comissão
Impostos variáveis
Terceirização
Custo/Despesas fixas
Salários
Encargos sociais
Aluguel
Energia elétrica
Telefone
Despesa bancária/juros
Investimentos
Impostos fixos
Outras despesas
Gasto total
Saldo de Caixa
Figura 1 - Modelo da demonstração do fluxo de caixa mensal
Fonte: adaptada de Maximiano (2006, p. 169).
Mesmo que tenha apresentado um modelo de fluxo de caixa, as empresas podem contar com soft-
wares de gestão que, além de ajudarem com o fornecimento de informações importantes, como o
histórico de compra do cliente; histórico de compra dos fornecedores; estoque dos produtos etc.,
eles também apresentam uma lista pré-programada das operações mais comuns no fluxo de caixa
e que após serem alimentados com as informações, fornecem a demonstração do fluxo de caixa,
de acordo com o período desejado.
“
a) por que a empresa obteve lucro contábil, mas não tem dinheiro em caixa;
b) por que, numa situação inversa, há sobra de disponibilidades se o resultado contábil foi negativo;
c) a capacidade da empresa para gerar fluxos positivos de caixa;
d) a capacidade de pagamento;
e) a taxa de conversão do lucro em caixa;
f) a precisão das previsões financeiras realizadas no passado;
g) os investimentos realizados em imobilizados;
h) os aportes de capital realizados e suas origens;
i) os dividendos pagos (ANDRICH; CRUZ, 2013, p. 71).
UNIDADE 2 61
Gestão do
Capital de Giro
“
recomendam que seja o suficiente para garantir
[...] redução das vendas; elevação dos custos o atendimento de todos os pedidos. Em outras
de produção; aumento das despesas admi- palavras, eles recomendam que o estoque tenha
nistrativas; investimento excessivo em itens um giro rápido.
de imobilizado com recursos circulantes. Além disso, os estoques incorrem em uma sé-
rie de despesas e custos diretos ou indiretos. Entre
essas despesas e custos, os autores citam:
“
1) Custos financeiros: não é incomum que empresas com controles internos deficientes canalizem
recursos essenciais à manutenção de suas operações para constituir estoques acima de suas neces-
sidades. Em geral, o equívoco acaba obrigando-as a buscar dinheiro no mercado para o pagamento
de seus compromissos [...].
2) Elevação do Custo da Mercadoria Vendida (CMV): a falta de recursos para a aquisição de esto-
ques à vista (ou com prazos menores) implica uma inevitável incorporação do custo financeiro, pelo
fornecedor, ao preço da mercadoria. Esse ônus também costuma passar despercebido pela maioria
dos gestores. O problema da falta crônica de caixa acaba viciando o setor de compras em priorizar
sempre a negociação de prazos, em vez de buscar descontos no valor do produto adquirido.
3) Seguro e armazenamento: custos relativos ao seguro e ao armazenamento (aluguel, energia
elétrica, água, etc.) dos estoques também devem ser considerados, sobretudo quando os produtos
necessitam de amplos espaços para serem armazenados ou, por serem perecíveis, exigem acondicio-
namento climatizado.
UNIDADE 2 63
4) Deterioração: as perdas por deterioração não são uma exclusividade das empresas que trabalham
com “gêneros alimentícios”. A ampla maioria dos produtos, nos diferentes ramos, tem um prazo de
validade determinado. Se não há uma boa gestão dos estoques, é possível que itens com vencimento
mais distantes sejam vendidos antes, provocando a perda em função da falta de validade de itens re-
manescentes. O excesso de estoques também contribui para o aumento das perdas por deterioração
ou expiração da validade.
5) Obsolescência: nesse caso, o encalhe não ocorre por deterioração ou validade vencida. Em deter-
minados ramos (como no da informática), o lançamento de novos produtos se dá numa velocidade
tão grande que não é incomum que produtos relativamente recentes sejam considerados obsoletos
pelo mercado, perdendo valor e atratividade.
6) Mão de obra: quanto maiores os estoques, maior é a necessidade de mão de obra para o seu con-
trole (ANDRICH; CRUZ, 2013, p. 102 - 103).
De forma a amenizar os problemas decorrentes de não conseguirão pagar suas contas a prazo. Entre
uma quantidade alta de estoque, Andrich e Cruz as fontes dessas informações, os autores elencam:
“
(2013) sugerem algumas medidas, dentre elas es-
tão: a elaboração de relatórios que informem o his- a) Serviços de proteção ao crédito: [...] a
tórico das movimentações, incluído o estoque mí- um custo reduzido, é possível obter infor-
nimo necessário para o atendimento dos pedidos; mações essenciais da empresa que pleiteia
elaboração de relatórios que acusem quais itens o crédito, como a data de fundação, infor-
têm baixa ou nula movimentação; e um controle mações a respeito dos sócios, o endereço,
maior sobre a validade dos produtos armazenados. as pendências financeiras e o histórico de
pagamentos com outros fornecedores [...].
b) Relatórios contábeis: a observação dos
Gestão de Contas a Receber relatórios contábeis (como o Balanço Patri-
monial, a Demonstração de Resultado do
A gestão das contas a receber é de suma importân- Exercício e a Demonstração dos Fluxos de
cia para a empresa por conta de elas representarem Caixa) pode trazer contribuições preciosas
uma grande soma dos valores vendidos decorren- para a análise de crédito, tais como capaci-
tes de suas operações de venda de mercadorias, dade de pagamento, estrutura de capitais e
produtos ou serviços (ANDRICH; CRUZ, 2013). situação patrimonial [...].
Com isso, espera-se a transformação dos recursos c) Informações fornecidas pelo merca-
alocados nessa conta para a conta “caixa”, mas, para do: trata-se de uma prática relativamente
isso, a empresa deve adotar uma política adequada comum o fornecimento de informações co-
de crédito e cobrança (ANDRICH; CRUZ, 2013). merciais pelo mercado. Esse procedimento
Segundo Andrich e Cruz (2013), para estabe- baseia-se num interesse de preservação mú-
lecer uma política adequada de crédito, é preciso, tua e também é uma fonte importante por
antes de tudo, adotar critérios diferenciados para revelar o histórico do postulante ao crédito
clientes novos e antigos. Além disso, os referidos com empresas com as quais ele já mantém
autores ressaltam a importância de se buscar a relacionamento comercial (ANDRICH;
maior quantidade possível de informações para que CRUZ, 2013, p. 106-107).
a empresa não conceda crédito para aqueles que
“
[...] manter um procedimento permanente
e ostensivo de cobrança, com ações ininter-
ruptas e diárias; quanto mais cedo forem to-
madas iniciativas de recuperação de crédito,
maiores serão as chances de recuperação
desses ativos.
UNIDADE 2 65
A Importância
de um Plano de Negócio
e da Análise do Risco
de Investimento
O Plano de Negócio
“
dos Fluxos de Caixa) e uma análise do mercado,
[...] proporcionar o entendimento do ne- feita a partir dos cálculos de retorno (Taxa Interna
gócio, sintetizando e explorando suas po- de Retorno, Valor Presente Líquido, payback etc.)
tencialidades, definindo os riscos e, prin- e uma avaliação da viabilidade financeira.
cipalmente, a possibilidade de alavancar os Zavadil (2013) também aponta que mais im-
resultados do negócio no futuro. portante do que a preocupação com a quantidade
de páginas é a apresentação coerente das informa-
Apesar de existirem diversos modelos de plano ções e sua facilidade de entendimento. Outro as-
de negócios, ocasionado pela diversidade de em- pecto destacado pelo referido autor é que, apesar
preendimentos, Zavadil (2013) apresenta o seu de estarem separados por grupos, todas as partes
modelo, que é dividido em quatro grandes gru- do plano de negócios estão interligadas.
pos: 1) sumário executivo; 2) empresa; 3) plano Para a configuração de um plano de negócios,
de marketing; e 4) plano financeiro. Zavadil (2013) apresenta uma série de questiona-
No sumário executivo, apresenta-se uma mentos ou perguntas que devem ser respondidas,
síntese dos principais pontos do plano. Já no tanto por empresas que pretendem se inserir em
grupo da empresa, apresenta-se uma descrição um mercado quanto para aquelas que já estão no
da empresa. Quanto ao plano de marketing, são mercado.
“
a) Para empresas em processo de criação:
• Como posso definir a empresa se nem ao menos define o produto ou serviço que fornecerei? Se já
tenho o produto/serviço definido, que mercado pretendo atingir?
• Qual será o meu público-alvo, ou seja, os meus prováveis consumidores?
• Onde seria a melhor localização do meu negócio?
• A localização é importante para o meu empreendimento?
• Que tamanho deverá ter a minha empresa? Começarei pequeno e no futuro serei grande?
• Como definir o plano financeiro, em que deve especificar os recursos necessários para o investimento
inicial da empresa, se nem ao menos sei qual deverá ser o tamanho ideal da empresa para produzir
os produtos ou serviços de acordo com as expectativas de demanda de mercado?
• Como definir preços para poder estruturar as informações das receitas se não conheço meus custos?
b) Para empresas já existentes:
• A localização e o tamanho da empresa são suficientes para a implementação dos novos produtos
ou serviços?
UNIDADE 2 67
• Posso iniciar com a estrutura que já tenho ou isso será um limitador para o crescimento da empresa?
• Se houver necessidades financeiras de ampliação, esses recursos estão disponíveis e são gerados
pelas atividades atuais ou terão que ser buscados no mercado?
• Como mensurá-los se nem ao menos sei se terei consumidores para o meu novo produto ou serviço?
(ZAVADIL, 2013, p. 32-33).
Para Zavadil (2013, p. 35), por mais que o grau de importância das partes de um plano de negócios
varie de acordo com seu leitor, “todos os pontos desenvolvidos no plano terão importância como fator
de conhecimento e uma visão do todo em relação ao negócio que está sendo desenvolvido”.
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
“
Segundo Andrich e Cruz (2013), todo investi- [...] em qualquer contexto, o importante é
mento é suscetível a riscos. Entretanto, os autores saber que o risco é sempre inversamente
enfatizam que as decisões de investimentos não proporcional à quantidade e à qualidade das
somente envolvem uma quantidade elevada de informações de que se dispõe o analista fi-
variáveis internas e externas, quanto também va- nanceiro” (ANDRICH; CRUZ, 2013, p. 124).
riam de empresa para empresa, visto que, enquan-
to para uma empresa uma iniciativa de investi- Independentemente do investimento a ser rea-
mento pode representar um risco elevado, ou seja, lizado, Andrich e Cruz (2013) recordam que a
para uma empresa investir em uma determinada decisão deve ser sempre precedida por um estu-
estratégia pode ser muito arriscado; para outra, o do de viabilidade econômica e financeira, isto é,
mesmo investimento pode representar um risco deve-se analisar se o retorno será maior do que o
bem menor, dependendo do tipo de enfoque que capital investido. Somado a isso, os autores cha-
cada uma pode dar ou das variáveis que forem mam, ainda, a atenção para a necessidade de se
consideradas (ANDRICH; CRUZ, 2013). lidar com o valor do dinheiro no tempo, já que
Além dessa relação investimento-risco, An- vivemos numa realidade em que o dinheiro sofre
drich e Cruz (2013) também destacam a relação influência direta da taxa de inflação.
entre informação e risco. Segundo os autores,
UNIDADE 2 69
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
70
WEB
71
ANDRICH, E. G.; CRUZ, J. A. W. Gestão financeira moderna: uma abordagem prática. Curitiba: InterSaberes,
2013.
CHIAVENATO, I. Gestão Financeira: uma abordagem introdutória. 3. ed. Baueri: Manole, 2014.
______. Empreendedorismo: bibliografia universitária. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
PADOVEZE, C. L.; MARTINS, M. A. M. Contabilidade e gestão para micro e pequenas empresas. Curitiba:
InterSaberes, 2014.
72
1. C.
2. O surgimento de novas formas de transação, como as transações liquidadas a prazo, levou a uma amplia-
ção da noção de riqueza que se tinha até então. Agora, ela passa a considerar, também, o pagamento de
dívidas as quais eram pagas a prazo, denominadas de obrigações, e os recebimentos decorrentes dessas
transações a prazo, denominados de direitos.
3. Patrimônio líquido é o resultado do cálculo da diferença entre os bens e direitos e as obrigações, ou seja:
PL = B + D - O.
4. B.
5. O objetivo da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) é evidenciar o lucro ou o prejuízo nas ope-
rações da empresa em determinado período, ou seja, apurar como “foi” financeiramente/contabilmente
o período (mês/ano) anterior.
73
74
Me. Renan Carlos Klichowski
Mercado Financeiro
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar as características do sistema financeiro na- • Caracterizar o fomento mercantil, apresentar as agências
cional. de fomento e as opções para captação de recurso.
• Caracterizar financiamento e apresentar as instituições • Entender o factoring e como usá-lo.
financeiras. • Refletir sobre as opções de captação e análise de risco.
Sistema Financeiro
Nacional
“
criou-se o conselho monetário nacional e outras
[...] pode ser definido como o conjunto de atribuições (FERREIRA, 2014; BACEN, [2019],
instrumentos e instituições que possibilitam on-line)1. Sobre esta lei, destaca-se:
“
a transferência de recursos entre os agentes
econômicos. Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, es-
truturado e regulado pela presente Lei, será
Segundo Franco e Pardo (2016) e Ferreira (2014), constituído:
os principais agentes econômicos são os agentes I - do Conselho Monetário Nacional;
superavitários, que são aqueles que possuem II - do Banco Central do Brasil;
despesas inferiores à renda, conseguem poupar e III - do Banco do Brasil S. A.;
aproveitar as oportunidades que aparecem para IV - do Banco Nacional do Desenvolvimen-
crescer seu patrimônio e/ou recebe juros pelo ca- to Econômico;
pital aplicado. V - das demais instituições financeiras pú-
Em contrapartida, os agentes deficitários gas- blicas e privadas (BRASIL, 1964b).
tam mais do que recebem e se propõem a pagar ju-
ros pelo capital que obteve como empréstimo. Nesse Os principais objetivos desta lei foram a criação
escopo, entram os bancos que gerenciam a oferta de do Banco Central do Brasil (BACEN) e a conces-
dinheiro a deficitários e trabalham no rendimen- são de autonomia das autoridades monetárias em
to do dinheiro de superavitários, sendo necessária relação ao Governo Federal. A Reforma Bancária
uma organização por parte do Governo Federal. de 1964 determinou, também, que caberia ao BA-
Nesse sentido, conforme Ferreira (2014), o Sis- CEN a responsabilidade na concepção de auto-
tema Financeiro Brasileiro (SFN) foi reorganizado rização para funcionamento, bem como exercer
no início do regime militar no governo Castello a fiscalização sobre estas instituições financeiras
Branco, quando foram aprovadas as leis que de- (BRASIL, 1964b).
ram a sustentação legal do sistema de débito e No mesmo ano, publicou-se a Lei da Refor-
crédito, sendo as principais: ma Habitacional, que estimulou a construção de
• A Reforma Bancária (Lei nº 4.595, de habitações e o financiamento de casas próprias.
31/12/1964). A lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964 (BRASIL,
• A Reforma Habitacional, criando o sistema 1964a) institui a correção monetária dos contratos
financeiro de habitação (Lei n° 4.380, de imobiliários de interesse social, a partir do Sistema
21/08/1964). Financeiro, para a aquisição da casa própria, logo
• A Reforma do Sistema Financeiro e do surgiu o Banco Nacional de Habitação (BNH), a
Mercado de Capitais (Lei nº 4.728, de sociedade de crédito imobiliário, as letras imobi-
14/07/1965). liárias, o serviço federal de habitação e urbanismo
(BACEN, [2019], on-line)2.
UNIDADE 3 77
No ano seguinte, com a alta na construção civil,
institui-se a Lei do Mercado de Capitais, estabe-
lecendo um sistema de distribuição de valores
mobiliários; a lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965
(BRASIL, 1965), disciplinou o mercado de capitais O Plano Real é um importante marco para
e estabeleceu medidas para o seu desenvolvimen- economia brasileira, que foi uma virada em
to (FERREIRA, 2014). questões de organização financeira do país. Para
Conforme Ferreira (2014), nos anos entre 1994 maior aprofundamento sobre o tema, indica-se a
e 2003, inicia-se o período de evolução do Sistema leitura de: “20 anos do Plano Real”. Disponível em:
Financeiro Nacional, com o advento do Plano <http://20anosdoreal.epocanegocios.globo.com/>.
Real. A partir de 2003, a flexibilidade no sistema
econômico brasileiro passou a imperar com um
controle inflacionário jamais visto no país.
Após conhecer um pouco sobre as histórias e as leis que dão base estrutural ao Sistema Financeiro
Nacional, faz-se importante compreender a atual divisão do mercado financeiro no Brasil, que aconte-
ceu em quatro segmentos, de acordo com o tipo de produto e de cliente, facilitando, assim, o processo
de compra.
“
1. Mercado Monetário: segmento no qual são realizadas as operações de curto prazo; aqui, os pa-
péis mais negociados têm emissão pelo Banco Central, obedecendo a execução política monetária
do Governo Federal com respaldo do Tesouro Nacional, que tem o propósito de financiar o déficit
público. Também é nele que são negociados os depósitos interfinanceiros (DI) e títulos de emissão
pública e privada.
2. Mercado de Crédito: segmento que assiste as necessidades de crédito no curto, médio e longo
prazo. Negocia, principalmente, o financiamento de bens duráveis, investimentos e o capital de giro
das empresas, além do consumo.
3. Mercado de capitais: segmento que atende às necessidades de crédito no médio e no longo pra-
zo. Abrange, em especial, investimentos em ativos imobilizados. As operações são realizadas entre
investidores e emissores (devedores), e negociadas em bolsa de valores ou no “balcão”, via emissão
privada, principalmente, com debêntures e ações. Há algumas operações no curto prazo, em geral
chamadas de notas (ou Bill), que são distribuição de dívida e compromisso de garantias (ou não). As
mais famosas são comercial paper (ou notas promissórias).
4. Mercado Cambial: responsável pelas operações de venda de moedas (divisas) e instrumentos de
fomento estrangeiros. Aqui, os agentes voltados ao comércio internacional são os principais atuantes
(MACHADO, 2015, p. 23).
78 Mercado Financeiro
Contudo, onde entram as micro e pequenas O lucro dos bancos (e outros agentes finan-
empresas neste contexto? Em referência aos ceiros envolvidos) sobre o dinheiro investido é
agentes deficitários e os agentes superavitários, chamado de spread. As micro e pequenas empre-
podemos entender que as MPEs são, em algum sas podem envolver-se sendo deficitários ou su-
momento, agentes envolvidos na intermediação peravitários e, consequentemente, são integrantes
financeira. O lucro de agentes superavitários, in- do mercado financeiro direta ou indiretamente,
vestido em mercados financeiros, seja de famílias, gerando também spread para os bancos. A figu-
empresas ou governo, é chamado de juros. ra a seguir mostra, de forma visual, quem são os
agentes e o que cada um ganha:
Paga juros
Famílias, empresas + Recebe Famílias, empresas
e governo spread juros e governo
DEFICITÁRIOS SUPERAVITÁRIOS
Intermediários financeiros
Assim, de forma direta ou indireta, as micro e pequenas empresas acabam se envolvendo com o mer-
cado financeiro, seja quando são feitos simples depósitos em bancos ou qualquer tipo de empréstimo.
Assim, estão vinculadas ao Sistema Financeiro Nacional.
A principal lei que estrutura e regula o Sistema Financeiro Nacional é a Lei nº 4.595, de 31 de de-
zembro de 1964 (BRASIL, 1964b). A lei esclarece que o sistema financeiro é integrado basicamente ao
Ministério da Fazenda, responsável por controlar as atividades monetárias no país.
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
UNIDADE 3 79
A lei instituiu o Conselho Monetário Nacional cional (CMN), responsável, entre outras funções,
– CMN como órgão normativo máximo delibera- pelo controle da inflação no país. O CVM é uma
do para estabelecer normas para regulamentar o autarquia federal, porém independente, devido à
sistema no país, devendo se submeter e gerar in- Lei nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976 (BARSIL,
formações técnicas para o Ministério da Fazenda. 1976), não atribuindo subordinação ao CMN, mas
O conselho do CMN é composto pelo Ministro sim apenas vinculada ao Ministério da Fazenda.
da Fazenda, que ocupa o cargo de presidente, o As demais instituições financeiras públicas ou
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e privadas são as entidades que operam as atividades
o Presidente do Banco Central do Brasil (BACEN, monetárias. Destacam-se, principalmente, as ins-
[2019], on-line)2. tituições públicas, consideradas como operadores
A partir da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro especiais, sendo elas: Banco do Brasil (BB), Caixa
de 1964, as instituições financeiras ficam obri- Econômica Federal (CEF) e Banco Nacional de
gadas a cumprir as normas estabelecidas, sendo Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
supervisionada pelos órgãos fiscalizadores, Ban- O BB se delimita a uma sociedade de economia
co Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de mista; a CEF e o BNDES são empresas públicas de
Valores Mobiliários (CVM). O BACEN é uma direito privado, porém o BNDES não é considera-
autarquia federal vinculada ao Ministério da Fa- do banco, pois não é uma sociedade anônima, por
zenda e subordinado ao Conselho Monetário Na- isso, não possui acionista majoritário específico.
Seguros Previdência
Moeda, crédito, capitais e câmbio privados fechada
normativos
80 Mercado Financeiro
Para conhecer detalhadamente as especificidades do Sistema Financeiro Nacional, o
Banco Central tem à disposição na sua página online um diagrama com a estrutura do
modelo nacional e a descrição de cada participante. Ficou curioso? Acesse o link a seguir.
Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp>.
a) Órgãos Normativos: “que determinam regras gerais para o bom funcionamento do Sis-
tema Financeiro Nacional” (BACEN, [2019], on-line)2, sendo eles: Conselho Monetário
Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho de Gestão
da Previdência Complementar (CGPC).
c) Operadores: “são as instituições que lidam diretamente com o público, no papel de in-
termediário financeiro” (BACEN, [2019], on-line)2, ou seja, as entidades que têm contato
direto com o público-alvo, como as Micro e Pequenas Empresas.
A partir desses conhecimentos prévios, podemos, a seguir, falar um pouco mais a fundo das institui-
ções financeiras que compõem o sistema financeiro nacional até as que fomentam o crédito e ligam-se
diretamente a circulação do dinheiro.
UNIDADE 3 81
Instituições Financeiras e
Fontes de Financiamento
82 Mercado Financeiro
deliberando como órgão de autoridade máxima deste sistema. Aliado ao Conselho Monetário Nacio-
nal (CMN), funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (COMOC), auxiliando no suporte
técnico na elaboração e desenvolvimento financeiro do País.
“
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:
I - Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu
processo de desenvolvimento;
II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários
ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios
oriundos de fenômenos conjunturais;
III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em
vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas;
tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento
harmônico da economia nacional;
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna
e externa (BRASIL, 1964b).
Ainda nesse processo de estruturação das entidades Com o conhecimento sobre o funcionamen-
que compõem este sistema, foi criado pelo Decre- to das entidades Normativas, podemos seguir ao
to-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, o Conse- próximo nível, as entidades supervisoras. Elas
lho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que está assumem diversas funções executivas, possui a
vinculado ao Ministério da Fazenda e é responsável responsabilidade de fazer cumprir as normas esta-
por regularizar a atividade de seguros privados e belecidas pelas entidades normativas, fiscalizando
capitalização do País. Mais tarde, com a criação da as instituições financeiras operadoras. Fazem par-
Lei nº 6.435, de 15 de julho de 1977, suas atribuições te das entidades supervisoras o Banco Central do
se expandiram à previdência privada, no contexto Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliários
das entidades abertas (BACEN, [2019], on-line)2. (CVM), a Superintendência de Seguros Privados
Com o objetivo de estabelecer um controle (SUSEP) e a Superintendência Nacional de Pre-
sobre a previdência complementar, foi criado vidência Complementar (PREVIC).
pelo Decreto nº 7.123, de 03 de março de 2010, Primeiramente, destacamos uma das maiores
o Conselho Nacional de Previdência Comple- instituições do país, o Banco Central do Brasil, co-
mentar (CNPC), autoridade máxima em seguros nhecido como BC, BCB ou BACEN, de autarquia
privados, sendo órgão que integra a estrutura do federal. Ele faz parte do sistema financeiro nacional
Ministério da Previdência Social; possui a função e é um dos principais órgãos públicos do país; o BCB
de regular a previdência complementar fechada, foi criado com a promulgação da Lei nº 4.595, de 31
também chamado de Fundos de Pensão. de dezembro de 1964. É o principal responsável pela
UNIDADE 3 83
execução das deliberações do CMN, de forma a asse- fazendo cumprir as normas estabelecidas pelo
gurar a estabilidade do poder de compra da moeda órgão de autoridade máxima no assunto, CNSP.
nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente. Em outras palavras, essa instituição trabalha na
“
supervisão dos seguros que fazemos em nossas
Art. 9º Compete ao Banco Central da Re- vidas, como seguro de vida, seguro de veículo,
pública do Brasil cumprir e fazer cumprir seguro de nossa casa ou apartamento, da empresa
as disposições que lhe são atribuídas pela etc., e na supervisão dos títulos de capitalização.
legislação em vigor e as normas expedidas
pelo Conselho Monetário Nacional.
Art. 10. Compete privativamente ao Banco
Central da República do Brasil: A modalidade de Título de capitalização pode ser
I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, entendida como uma poupança na qual fazemos
nas condições e limites autorizados pelo depósitos todos os meses, durante um período
Conselho Monetário Nacional. determinado de tempo (já previsto), para uma
II - Executar os serviços do meio-circulante; retirada no final e ao longo do tempo (normal-
III - determinar o recolhimento de até cem mente mensalmente); são realizados sorteios de
por cento do total dos depósitos à vista e prêmios (principalmente em dinheiro) aos que
de até sessenta por cento de outros títulos participam dessa modalidade. Dúvidas? Algumas
contábeis das instituições financeiras, seja delas poderão ser sanadas no link a seguir.
na forma de subscrição de Letras ou Obriga- Disponível em: <http://www.susep.gov.br/menu/
ções do Tesouro Nacional ou compra de tí- informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/ca-
tulos da Dívida Pública Federal, seja através pitalizacao>.
de recolhimento em espécie, em ambos os
casos entregues ao Banco Central do Brasil,
a forma e condições por ele determinadas Para supervisionar as atividades realizadas pelas
(BRASIL, 1964b). entidades fechadas de previdência complemen-
tar, ou seja, a conhecida Previdência Privada, foi
Ainda na categoria de entidade Supervisora, ou seja, instituída por meio da Lei nº 12.154, de 23 de
outra entidade responsável por auxiliar na fiscaliza- dezembro de 2009, a Superintendência Nacional
ção das instituições financeiras, foi criada em 07 de de Previdência Complementar (PREVIC), tendo
dezembro de 1976, pela Lei nº 6.385, a Comissão de como objeto os fundos de pensão.
“
Valores Mobiliários (CVM), entidade autárquica,
provida de autoridade administrativa independente, Parágrafo único. A Previc atuará como en-
incumbida de assegurar a integridade e o desenvol- tidade de fiscalização e de supervisão das
vimento no que diz respeito ao mercado de capitais. atividades das entidades fechadas de pre-
Com a criação do CNSP, pelo Decreto-Lei nº vidência complementar e de execução das
73, de 21 de novembro de 1966, institui-se tam- políticas para o regime de previdência com-
bém a Superintendência de Seguros Privados plementar operado pelas entidades fechadas
(SUSEP), que instituiu como órgão responsável de previdência complementar, observadas
por fiscalizar os mercados de seguro, a previdên- as disposições constitucionais e legais apli-
cia privada aberta, a capitalização e o resseguro, cáveis (BRASIL, 2009).
84 Mercado Financeiro
Por último, na estrutura hierárquica do sistema financeiro, estão
as entidades operadoras atuando como instituições financeiras
responsáveis por intermediar os recursos entre pessoas jurídicas e
físicas ou pela prestação de serviços. Vamos conhecê-las melhor?
Essas instituições financeiras captam e cedem recursos pró-
prios ou de terceiros, desenvolvem atividades de gerenciando de
recursos de terceiros e de prestação de serviços complementares à
intermediação financeira; são pessoas jurídicas públicas ou privadas
operando mediante autorização do Banco Central.
Um dos principais órgão oficiais que opera esse sistema é o Banco
do Brasil (BB). Ele opera como agente financeiro é o principal exe-
cutor das políticas de crédito rural e industrial e de banco comercial
do governo federal. É uma sociedade de economia mista de capitais
públicos e privados. É também uma empresa aberta que possui ações
cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA).
Além das atividades comuns de um banco comercial, a Caixa
Econômica Federal (CEF) é também responsável pela execução
das políticas do Governo Federal, porém voltada para setores como
habitação, saneamento básico, infraestrutura e prestação de serviços.
A CEF inclui vários programas do governo federal no que diz res-
peito aos trabalhadores formais por meio do pagamento do Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), Programa Integração
Social (PIS), seguro-desemprego e aos beneficiários de programas
sociais, bolsa-família, entre outros.
Outra ferramenta muito importante para o bom funcionamento
desse processo e responsável pela política de investimentos a longo
prazo do Governo Federal é chamado Banco Nacional de Desen-
volvimento Econômico e Social (BNDES). O BNDES constitui
uma autarquia federal, sendo empresa pública com direito privado
São chamadas as instituições financeiras bancárias, as Institui-
ções financeiras captadoras de depósitos à vista, formada por bancos
comerciais, bancos cooperativos, cooperativas de crédito e bancos
múltiplos. A característica dessas instituições é a sua exclusividade
na captação de recursos por meio de depósitos à vista, ou seja, não
possuem remunerados e sua liquidez não é imediata, porém, os
depositantes estão livre para sacar os seus recursos no momento
que considerar conveniente (BACEN, [2019], on-line)2.
Dessa forma, com os recursos depositados em conta, essas insti-
tuições desenvolvem a capacidade de criação de moeda, o que facilita
operações de crédito a curto prazo, especialmente de crédito pessoal
e os financiamentos de capital de giro das empresas.
UNIDADE 3 85
As demais instituições financeiras não bancárias são aquelas fi-
nanciadas por recursos próprios por meio de empréstimos ou criação
de títulos de dívida. Essas instituições são compostas por: bancos de
desenvolvimento, bancos de investimento, cooperativas de crédito, entre
outros (BACEN, [2019], on-line)2.
Essas instituições não podem captar depósitos à vista. São pessoas
jurídicas públicas ou privadas que captam e cedem recursos de terceiros
a médio e a longo prazo, por meio de financiamentos e empréstimos.
Por último, existem os outros intermediários e administradores de
recursos de terceiros. Esse conjunto de instituições é composto pelas agên-
cias de fomento, administradores de consórcio, sociedades corretoras de
câmbio, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades
de crédito ao microempreendedor, fundos de investimentos e outros.
Essas instituições não captam e não cedem recursos, realizam ex-
clusivamente operações financeiras, em nome de investidores ou de
tomadores, e apenas prestam serviços relacionados às atividades ine-
rentes ao mercado financeiro.
Na sequência, iremos falar das fontes de fomento financeiro, ou
seja, as possibilidade de financiamento para captação de recurso para
negócios.
86 Mercado Financeiro
Fomento Mercantil,
Agências de Fomento e
Captação de Recurso
“
Factoring (fomento mercantil ou comercial)
é uma atividade comercial caracterizada
pela aquisição de direitos creditórios, por
um valor à vista e mediante taxas de juros e
de serviços, de contas a receber a prazo. Ela
possibilita liquidez financeira imediata para
micro e pequenas empresas, e não deve ser
confundida com a operação praticada pelos
bancos (SEBRAE, 2015, on-line)4.
UNIDADE 3 87
“
As ações de fomento são as políticas definidas Financiamento para o desenvolvimento do
para impulsionar um determinado setor, e além empreendimentos de natureza profissional,
de solucionar problemas de desenvolvimento, es- comercial ou industrial, de pequeno porte,
timula o crescimento, promovendo o progresso inclusive a pessoas físicas; Financiamento
de diferentes setores de atividade, permitindo, à de capitais fixo e do giro associados a pro-
empresa fomentada, capital de giro instantâneo jetos; Operações do crédito rural; Cessão
para reinvestimento. Significar dizer, em outras de créditos; Prestação de garantias em
palavras, que fomentar ou ajudar financeiramente operações compatíveis com o objeto so-
uma empresa, setor ou ideia é uma ação de fomen- cial; Prestação de serviços de consultoria e
to financeiro? É exatamente isso! de agente financeiro; Prestação de serviços
Para a economia, o fomento representa um in- de administrador de fundos de desenvol-
vestimento de recursos em atividades que geram vimento; Operações específicas de câmbio;
bens e serviços, o que contribui para o aumento da Aplicação de disponibilidades de caixa em
produção e, consequentemente, eleve-se as taxas títulos públicos federais ou em cotas de fun-
de emprego e o poder de compra da população. dos de investimento cujas carteiras estejam
Diante dos fatos, o Banco Central do Brasil emi- representadas exclusivamente por títulos
tiu a Resolução nº 2828, de 30 de março de 2001, públicos federais, desde que assim conste
tornando em vigor a atividade das agências de fo- nos regulamentos dos fundos; Aquisição de
mento. Os bancos de fomento surgiram a partir do créditos oriundos de operações compatíveis
processo de reestruturação do segmento bancário com o objeto social; Participação societária
nacional, no âmbito do Programa de Incentivo à em sociedades empresárias não integrantes
Redução da Presença do Setor Público na Ativi- do sistema financeiro; Swap para proteção
dade Financeira PROES, inicialmente elaborado de posições próprias; Operações de arren-
pela Medida Provisória nº 1.514, de 07 de agosto damento mercantil; Integralização de co-
de 1996, que foi reeditada e instituída a Medida tas de fundos que tenham participação da
Provisória nº 2.192-70, de 24 de agosto de 2001. União; Aplicação em operações de micro-
“
finanças (DIM) (BACEN, [2019], on-line)1.
O PROES previa que as instituições finan-
ceiras sob o controle dos estados seriam
extintas, privatizadas ou transformadas
em instituições financeiras dedicadas ao
financiamento do capital fixo e de giro as- Ficou curioso sobre o que é um SWAP, que
sociado a empreendimentos previstos em apareceu no parágrafo anterior? No link, a seguir,
programas de desenvolvimento no país, de- está explicado o que é uma operação SWAP. É
nominadas agências de fomento (BACEN, muito importante que conheça esse movimento
[2019], on-line)1. de troca de fluxo de caixa, pois é uma prática cada
vez mais em uso nas negociações brasileiras.
A seguir, estão listadas algumas das atividades Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/
permitidas às agências de fomento, disponíveis educacao/guias/noticia/377126/swaps-que-sao-
no site no Banco Central do Brasil (BCB): como-funcionam-operacoes-troca-fluxo-caixa>.
88 Mercado Financeiro
Atualmente, o país conta com uma grande diversidade de agências e linhas de fomento que direcionam
o capital fixo e de giro para projetos previsto nos programas de desenvolvimento, sendo as principais
citadas a seguir:
Na condição de instituições financeiras não ban- áreas. Por exemplo, um estado ou região do país
cárias, as agências de fomento são controladas na precisa de ideias e de empresas para promover
unidade da Federação onde estiver sediada. Além a área de alimentação, cosméticos, agropecuária
de recursos próprios, essas instituições só podem, etc., com o envolvimento de alguma das agências
em operações passivas, empregar recursos prove- de fomento, lançada chamadas de projetos que se-
nientes de fundos e programas oficiais; orçamen- rão financiados se aprovados. Assim, trabalhando
tos federal, estaduais e municipais; organismos e em conjunto com órgãos públicos, podem promo-
instituições financeiras nacionais e internacionais ver o empreendedorismo e, consequentemente, o
de desenvolvimento. desenvolvimento nacional.
Contudo, como essas instituições podem con- No próximo tópico, iremos conversar um
tribuir para o desenvolvimento do empreendedo- pouco sobre outra modalidade de financiamen-
rismo no país? De forma geral, essas organizações to, mas que, normalmente, envolve o curto prazo,
lançam editais chamando projetos empreendedo- principalmente, uma forma de manter o giro de
res, tecnológicos e de pesquisas em determinadas dinheiro em uma empresa: o Factoring.
UNIDADE 3 89
Entendendo
o Factoring
90 Mercado Financeiro
“
O nome factoring caracteriza uma modalidade de empresa que presta basicamente dois tipos de ser-
viços. O primeiro é assessoria no gerenciamento da área de contas a receber. Por essa característica,
as factorings costumam atuar junto a pequenas e médias companhias, que não dispõem de grande
estrutura e usufruem da experiência das factorings na avaliação de risco de crédito, prazos, con-
centração etc. O segundo tipo de serviço, o mais importante deles, é a troca de títulos a receber, tais
como duplicatas, promissórias ou cheques pré-datados, por dinheiro à vista, dando às empresas que
detinham o crédito a possibilidade de antecipar o recebimento e alimentar seu caixa (INSTITUTO
DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA, 2006, on-line)3.
“
(1) Convencional – a empresa de Factoring compra direitos creditórios ou ativos, oriundos de vendas
a prazo. (2) Maturity – Basta que o empresário (cedente), negocie os direitos com a empresa de Fac-
toring. A Factoring passa a administrar as contas a receber da empresa fomentada, os direitos serão
liquidados na data de seu vencimento. (3) Trustee – É uma gestão financeira e de negócios, a Factoring
presta assessoria administrativa e financeira às empresas fomentadas. (4) Exportação –voltada para
clientes que não dispõem de subsídios ou de seguros de crédito para as exportações. Nessa modali-
dade, a exportação é intermediada por duas empresas de Factoring. (5) Factoring Matéria-Prima – A
Factoring nesse caso transforma-se em intermediário entre a empresa fomentada e seu fornecedor
de matéria-prima (COSTA; MIRANDA, 2010, p. 7-8).
De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Fomento Comercial (ANFAC), factoring não
é empréstimo, desconto, operação de crédito, adiantamento, agiotagem, criação de moeda e nem gera
expansão monetária. É uma atividade comercial, consubstanciada em normas do direito vigente
no Brasil e no mundo inteiro.
A operação de factoring trata-se de uma antecipação de receita pela venda dos título de crédito,
obviamente sem provocar o aprofundamento da dívida da empresa fomentada. Contudo, para que a
empresa sobressaia ao endividamento, existe a contrapartida, pois os custos da operação de factoring
são maiores que as operações de crédito, e isso é decorrente ao risco do não recebimento do título por
parte da empresa de factoring, já que a responsabilidade do recebimento não é mais do proprietário.
UNIDADE 3 91
As Opções
e Análises de Risco
“
O objetivo principal da capitalização é re-
forçar a posição financeira da empresa a
curto e médio prazo para que esta possa
empreender novos planos de investimentos
tanto no desenvolvimento de novos pro-
dutos, quanto na ampliação da posição de
mercado (OLIVEIRA, 2012, p. 4).
92 Mercado Financeiro
De acordo com Oliveira (2012), no sistema financeiro brasileiro, as instituições financeiras disponibilizam
um amplo conjunto de crédito, com inúmeros incentivos, abrangendo os mais diversos ramos da atividade
empresarial. As fontes de capital que podem ser utilizados, são: o capital próprio e o capital de terceiros.
1. Capital próprio: é capitalizado pela disponibilidade dos sócios nos chamados de capital ou
por meio do fundo de caixa da empresa.
2. Capital de terceiros: para que haja o processo de capitalização, é necessário que as empresas
possuam planos de investimento ou plano de negócios. As formas de capital são: capital de
investimento e capital de empréstimo.
3. Capital de investimento: ocorre por meio do capital via novo sócio, para empresas de sociedade
limitada, ou na forma de títulos junto ao mercado financeiro no caso de sociedade anônimas.
4. Capital de empréstimo: é subdivida em três linhas de crédito:
a) Linhas de financiamento convencional operam por meio dos bancos comerciais na forma
de contrato de empréstimo, dispondo de prazos curtos.
b) Linhas de financiamento subsidiadas/especiais são concedidos pelo Governo e operam
por meio dos bancos comerciais e por agentes oficiais, dispõe de juros e prazos melhores
em relação ao convencional.
c) Programas de incentivos à capacitação e desenvolvimento são concedidos pelo Governo e
operam por meio dos ministérios. São recursos proveniente do fundo perdido.
UNIDADE 3 93
Sobre a busca de recursos externos ou internos, Franco e Pardo (2016, p. 54) destacam que:
“
[...] os principais motivos que levam os agentes a necessitar de crédito são: consumo corrente ou de
bens duráveis (pessoa física); para formação do capital de giro ou de capital fixo (pessoa jurídica). Os
principsis atuantes neste mercado são: bancos comerciais, bancos múltiplos e financeiras.
Para as empresas, é de extrema importância o co- longo prazo; e mercado cambial, operações de
nhecimento aprofundado do sistema financeiro, venda de moedas estrangeiras.
das linhas de crédito disponíveis antes de tomar As alternativas e as ferramentas financeiras
qualquer atitude a respeito deste assunto. Deste que podem facilitar as atividades da empresa são
modo, recomenda-se uma análise do mercado inúmeras, mas as movimentações financeiras de-
atual juntamente com o fluxo de caixa para toma- vem considerar o perfil de cada organização. No
da de decisão que melhor se adequada ao propósi- entanto, tendências tradicionais como a utilização
to da empresa para captação de recurso, pois uma de agências de fomento e fontes de captação de
captação mal interpretada pode agravar a situação recursos são exemplos de alternativas que podem
da empresa ou, até mesmo, transformar sua pers- auxiliar o gestor na busca de crescimento organi-
pectiva de futuro em um grande “pesadelo”. zacional e, consequentemente, o lucro.
Durante esse estudo, foi possível compreen- Após as discussões em que foi possível co-
dermos as características do mercado financeiro nhecer as características das movimentações
nacional a partir dos debates gerados com base monetárias no país, do ponto de vista estratégico
nas ideias dos autores. Refletimos sobre os qua- e decisório, concluo que uma gestão eficiente pre-
tro segmentos: mercado monetário, operações cisa considerar os riscos nas tomadas de decisões,
de curto prazo; mercado de crédito, operações de avaliando sempre as especificidades do mercado
crédito no curto, médio e longo prazo; mercado financeiro, a legislação vigente e as necessidades
de capitais, operações de crédito no médio e no internas e externas das organizações.
94 Mercado Financeiro
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
95
3. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é constituído por todas as instituições
financeiras públicas e/ou privadas existentes no país, e seu órgão normativo
máximo é o(a):
a) Caixa Econômica Federal.
b) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
c) Conselho Monetário Nacional.
d) Ministério da Fazenda.
e) Banco Central do Brasil
96
FILME
A Grande Aposta
Ano: 2016
Sinopse: Michael Burry (Christian Bale) é o dono de uma empresa de médio
porte, que decide investir muito dinheiro do fundo que coordena ao apostar que
o sistema imobiliário nos Estados Unidos irá quebrar em breve. Tal decisão gera
complicações junto aos investidores, já que nunca antes alguém havia apostado
contra o sistema e levado vantagem. Ao saber destes investimentos, o corretor
Jared Vennett (Ryan Gosling) percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus
clientes. Um deles é Mark Baum (Steve Carell), o dono de uma corretora que
enfrenta problemas pessoais desde que seu irmão se suicidou. Paralelamente,
dois iniciantes na Bolsa de Valores percebem que podem ganhar muito dinheiro
ao apostar na crise imobiliária e, para tanto, pedem ajuda a um guru de Wall
Street, Ben Rickert (Brad Pitt), que vive recluso.
97
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução 2828, de 30 de março de 2001. Dispõe sobre a constituição e o
funcionamento de agências de fomento. Banco central do Brasil, 2001. Disponível em: <https://www.bcb.gov.
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mentar - PREVIC e dispõe sobre o seu pessoal; inclui a Câmara de Recursos da Previdência Complementar na
estrutura básica do Ministério da Previdência Social; altera disposições referentes a auditores-fiscais da Receita
Federal do Brasil; altera as Leis nos 11.457, de 16 de março de 2007, e 10.683, de 28 de maio de 2003; e dá outras
providências. Presidência da República, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2009/Lei/L12154.htm>. Acesso em: 01 fev. 2019.
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interesse social, o sistema financeiro para aquisição da casa própria, cria o Banco Nacional da Habitação (BNH),
e Sociedades de Crédito Imobiliário, as Letras Imobiliárias, o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo e dá
outras providências. Presidência da República, 1964a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L4380.htm>. Acesso em: 01 fev. 2019.
______. Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Dispõe sobre a política e as Instituições Monetárias, Ban-
cárias e Creditícias, cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providencias. Presidência da República,
1964b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4595.htm>. Acesso em: 01 fev. 2019.
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seu desenvolvimento. Presidência da República, 1965. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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Comissão de Valores Mobiliários. Presidência da República, 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
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98
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temid=23>. Acesso em: 01 fev. 2019.
4Em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-que-e-factoring,7b1a5415e6433410V
gnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 06 fev. 2019.
99
1. B.
2. C.
3. C.
4. C.
5. Conhecer as linhas de crédito disponíveis é importantíssimo para tomada de decisão do que melhor se ade-
quada ao propósito da empresa para captação de recurso, pois uma captação mal interpretada pode agravar
a situação da empresa ou, até mesmo, transformar sua perspectiva de futuro em um grande pesadelo.
100
101
102
Me. Renan Carlos Klichowski
O Sucesso Empresarial
e a Gestão Financeira
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer o BSC e sua influência para as micro e pequenas • Entender os riscos nas tomadas de decisões e as ações
empresas. que podem ser tomadas na minimização de dano.
• Trabalhar estratégias de negócios. • Compreender o que é crescer saudavelmente.
• Compreender a captação de recursos internacionais.
O Balanced
Scorecard (Bsc)
Perspectiva do cliente:
nessa perspectiva, busca-se
analisar as atividades que
Perspectiva financeira: afetam diretamente a
1 visa analisar a receita, a
diminuição dos custos 2 carteira de clientes que a
empresa tem disponível ou
e os recursos que pode alcançar. Nesse caso,
podem ser investidos são criados meios de reter e
manter clientes e avaliação
da satisfação.
Perspectiva processos
internos: identificação Perspectiva aprendizagem
e crescimento: valorização
3 dos processos que
atrapalham a manutenção 4 das pessoas e da capacidade
de desenvolver-se a partir do
da ordem e dificultam o
alcance satisfatório dos conhecimento que possuem.
resultados.
Utilizar o BSC na organização vai além de gerar Perceba que o foco não está apenas em ana-
mecanismos de controle, o foco não é apenas con- lisar resultados tangíveis, como o financeiro. A
trolar, mas também desenvolver a organização. perspectiva de aprendizagem e crescimento, que
Esse desenvolvimento organizacional é resulta- faz parte do BSC, considera as pessoas como as
do de melhorias de processos, de valorização do facilitadoras, portanto, qualquer objetivo orga-
capital intelectual e da preocupação com ações nizacional só é possível alcançar se houver reco-
contínuas que geram aprendizado. nhecimento das capacidades individuais de cada
agente envolvido em uma organização.
UNIDADE 4 105
O BSC pode ser expandido para vários níveis, de modo que muitos setores de uma mesma organiza-
ção podem participar diretamente do processo de estruturação estratégica. Do ponto de vista gerencial,
empresas de grande porte possuem um ambiente mais favorável para o desenvolvimento de qualquer
ferramenta de auxílio à gestão, isso acontece porque os recursos (financeiros, pessoas, espaços físicos)
que uma empresa de grande porte tem disponíveis são maiores. No entanto, como ficam as empresas
de pequeno porte? Elas não precisam de apoio? O BSC não se aplica nessas empresas?
Financeiro
Para ter sucesso financeira-
mente, como nós devemos
aparecer para os nossos
investidores?
Processos internos
Cliente do negócio
Para alcançar nossa visão Visão e Para satisfazer os clien-
como devemos ser vistos estratégia tes, em quais processos
pelos nossos clientes? devemos nos sobressair?
Aprendizado e
crescimento
Para alcançar nossa visão
como sustentar a habilidade
de mudar e progredir?
Empresas de pequeno porte precisam, e muito, de apoio. A tomada de decisão é ainda mais arriscada
nesses casos, principalmente se tiver poucos recursos, e o planejamento, o controle e o acompanha-
mento do desempenho devem ser pensados com a mesma preocupação que se pensa uma empresa
de grande porte.
Para entendermos um pouco mais sobre a importância das micro e pequenas empresas, é necessário
relembrarmos que, de acordo com Maximiliano (2011, p. 11):
“
[...] a microempresa é a pessoa jurídica ou uma firma mercantil individual que tiver receita bruta
anual igual ou inferior a R$ 433.755,14” enquanto que as empresas de pequeno porte são aquelas
em que possuem “receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00.
5- Preparação da
implantação e
aprovação final.
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
UNIDADE 4 109
A partir desta perspectiva, Barney e Hesterly a empresa já pode definir suas estratégias, ou seja,
(2011) complementam que colocar no papel quais ações tomar para se tornar
“
mais competitiva.
[...] quanto mais acuradas forem as supo- Uma das etapas mais importantes do processo
sições e hipóteses em refletir como a com- decisório é estabelecer o tipo de estratégia que se
petição no setor realmente evolui, maior a pretende empregar, isso porque, segundo Barney
probabilidade de uma empresa obter van- e Hesterly (2011), existem duas categorias para
tagem competitiva [...]. direcionar os esforços, são elas: estratégia do nível
de negócio e estratégia do nível corporativo. Bar-
Se pensarmos do ponto de vista decisório, as es- ney e Hesterly (2011, p. 172) resumem:
“
tratégias são baseadas em conceitos e ideias dis-
cutidas e adotadas por outras instituições, já que, [...] Estratégia de negócio é a teoria de
inicialmente, não é possível mensurar se aquela uma empresa sobre como ganhar vanta-
estratégia, bem como a tomada de decisão que a gem competitiva em um único negócio ou
acompanha, irá causar o efeito que se pretende setor. Estratégia corporativa é a teoria de
alcançar. Considerando essa preocupação com as uma empresa sobre como ganhar vantagem
atividades gerenciais e a definição de estratégias a competitiva operando em vários negócios
partir de um ponto inicial desconhecido, Barney simultaneamente.
e Hesterly (2011, p. 4) tratam sobre aquilo que
chamam de processo de administração estraté- Como estamos tratando de pequenas e micro
gica, e esclarecem: empresa, o enfoque deste tópico será dado à es-
“
tratégia de um único negócio, assim, trataremos,
“[...] é um conjunto sequencial de análises a seguir, mais a fundo a estratégia de negócio.
e escolhas que podem aumentar a probabi-
lidade de uma empresa escolher uma boa
estratégia, isto é, uma estratégia que gere
vantagens competitivas”.
Prezado(a) aluno(a), para compreender mais so-
Basicamente, é preciso compreender que a empre- bre estratégia corporativa, indica-se a leitura do
sa deve ser pensada sistematicamente, desde sua portal da educação a seguir. O texto irá ajudá-
missão até os recursos que se têm disponíveis para -lo(a) a conhecer mais a fundo sobre estratégia
alcançar tal objetivo. O desempenho da empresa corporativa, bem como ilustrar seu leito sobre o
tem relação com os esforços direcionados na to- conteúdo em destaque. Boa leitura.
mada de decisão e, então, após a correta definição Disponível em: <https://www.portaleducacao.
de uma missão, dos objetivos e de uma análise com.br/conteudo/artigos/educacao/estrategia-
interna e externa de todos os agentes envolvidos, -corporativa/11851>.
Existem, ainda, outras formas de planejamento: planejamento tático e operacional. O tático refere-se
ao mediador entre o planejamento estratégico e operacional, considerado um articulador de médio
prazo, tem a função de organizar os recursos humanos, físicos e financeiros, que serão necessários
para que a metas sejam colocadas em prática. O nível mais baixo no processo de gestão é o plane-
jamento operacional, nesta etapa, são pensadas as metas de curto prazo, sua função é colocar em
prática os objetivos definidos nas outras escalas, utilizando-se de método e procedimentos práticos.
Fonte: adaptado de Sobral e Peci (2012).
UNIDADE 4 111
Captação de Recursos
Internacionais
“
ou a busca de recursos para aumentar a produção
[...] o desconhecimento dos mercados e a no ambiente que a empresa já atua.
diminuta capacidade de explorar as opor- A forma que se dará o investimento depen-
tunidades que neles se oferecem; o baixo de do grau de comprometimento que a empresa
volume de produção para atender a gran- deseja ter, segundo o SEBRAE (2006), existem
des compradores; a falta de capacidade de três níveis: o baixo (exportação), o médio (aliança
competir de seus produtos (valor agregado, estratégica) e o alto (investimento direto).
inovação); a ausência de mão de obra capa-
citada; as dificuldades de acesso ao crédito
e a outros produtos financeiros, e; o custo-
-Brasil (câmbio valorizado, impostos ele-
vados, burocracia, infraestrutura precária) Prezado(a) aluno(a), quer compreender melhor
que afeta os pequenos negócios mais que os quais são os três níveis de comprometimento
grandes (SEBRAE, 2015, on-line)1. internacional? Acesse, no link a seguir, o
terceiro capítulo. Com essa leitura, você poderá
Em outras palavras, o mercado internacional ain- compreender de forma completa os três níveis
da é pouco explorado por falta de conhecimento de comprometimento internacional: o baixo
dos empreendedores brasileiros. Para as micro e (exportação), o médio (aliança estratégica) e o
pequenas empresas, uma das maiores dificulda- alto (investimento direto).
des, como visto, relaciona-se à falta de capacidade Disponível em:
de produzir em volume de produção ou mesmo <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/
pela falta de crédito para investir em maior escala. chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/
EFF1F117F3D42C9183257546007523BF/$File/
NT0003DBDE.pdf>.
UNIDADE 4 113
Perceba que o objetivo do nosso tópico é tratar
sobre os recursos que podem ser captados a partir
de alianças estratégicas. A empresa que vai ceder
o recurso não, necessariamente, precisa estar si-
tuada (fisicamente) no mercado externo, mas sua
atuação sim. Em outra palavras, não é necessário
envolver-se como uma empresa de fora do país,
mas a ideia principal é relacionar-se com uma em-
presa que tem negócios fora do país e criar um
laço de internacionalização, seja na participação de
parte da produção ou no fornecimento de alguns
produtos para a linha de uma determinada marca.
Essa busca de recursos externos é consequên-
cia da necessidade de profissionalizar as atividades
da empresa; às vezes, as deficiências empresariais
não conseguem e nem podem ser supridas inter-
namente, por conta da tecnologia inadequada,
capital intelectual insuficiente, desconhecimento
do mercado ou mesmo pela importância de atua-
lizar o serviço ou produto.
“
[...] os líderes das organizações que se diri-
gem para o futuro deverão transformar-se
em missionários da mudança e pregadores
da visão e dos valores compartilhados entre
os membros.
“
fazer as mesmas coisas sempre, sem uma devida
Enquanto os administradores de topo pla- atualização.
nejam os objetivos e a estratégia da organi- Outra barreira que pode atrasar o processo
zação, os gerentes estabelecem as ativida- de desenvolvimento é a falta de controle finan-
des de seu setor, e os supervisores definem ceiro das MPEs. Misturar finanças pessoais com
objetivos e programas para seu grupo de as finanças da empresa é “trair” o propósito que
trabalho. se busca. O controle financeiro deve ser uma das
prioridades, pois deixar de fazer fluxo de caixa,
Perceba que os autores falam sobre os níveis es- não controlar a retirada de recursos pessoais e
tratégico, tático e operacional. O planejamento gastar descontroladamente pode fazer com que
estratégico deve considerar objetivos a longo pra- a empresa dure pouco tempo.
zo, demanda mais tempo para ser alcançado, mas
“
[...] analisar o negócio do ponto de vista financeiro. Envolve os indicadores e as medidas financeiras e
contábeis que permitem avaliar o comportamento da organização diante de itens como lucratividade,
retorno sobre investimentos, valor agregado, ao patrimônio e outros.
O controle de entrada e saída de dinheiro permite que o gestor consiga mensurar a saúde financeira do
seu negócio, pode-se, ainda, principalmente, contabilizar lucros e perdas por meio de demonstrativos
e relatórios específicos.
Podemos perceber que os problemas começam a surgir quando o gestor não acompanha as ativi-
dades da sua empresa, quando a rotina da empresa é desconhecida. Um erro muito comum nas MPEs
é delegar todas as atividades e não verificar se as metas individuais dos demais integrantes da empresa
são as mesmas do empreendedor, do dono da empresa, isso não significa que todas as funções da
empresa devem ficar a cargo do gestor, mas é preciso acompanhar de perto as decisões tomadas e os
resultados obtidos.
Imagine uma micro e pequena empresa que tem um ótimo produto ou serviço e que os esforços
internos são satisfatórios, mas essa mesma empresa não faz divulgação de sua marca ou produtos
externamente. Pensou? Esse é mais um erro causado pela má gestão. Lembrando que, cada empresa
tem um modelo de marketing e que as estratégias de marketing devem ser pensadas de acordo com
suas necessidades.
As novidades tecnológicas, as modalidades financeiras, as mudanças na percepção dos clientes em
relação aos produtos ou serviços devem ser pensadas pelo empresário, já que a busca por novidades
e informações deve ser uma constante na gestão empresarial.
É preciso estar atento às variações de gostos dos clientes, o aumento da concorrência e as tendências
gerais dos mercados. Não se adaptar às necessidades mercadológicas faz com que haja uma retração
do crescimento empresarial.
Chiavenato (2008, p. 113) esclarece que “os líderes das organizações não somente deverão eles mes-
mos adaptar-se às mudanças, mas sobretudo, criá-las e promovê-las dentro de suas organizações [...]”.
É importante estar atento às movimentações internas e externas que envolvem as empresas, além dos
equívocos citados anteriormente; as MPEs precisam se preocupar constantemente com a dependência
excessiva de funcionário e a falta de definição de um pró-labore fixo. A falta desses mecanismos de
controle faz com que ocorra um declínio na empresa, causado por finanças confusas, clima organiza-
cional insatisfatório e, no fim, quebra do negócio.
UNIDADE 4 117
Crescimento
Saudável
“
Como não recorrer a recursos tecnológicos? Eles
nos auxiliam no dia a dia, por que não ajudariam [...] as empresas inovadoras devem ser de-
em empresa? Por exemplo, na comunicação interna senhadas como sistemas humanos de contí-
e externa da empresa, muitos os ruídos (mensagens nua aprendizagem e de acumulação gradati-
mal escritas e mal interpretadas) podem ser mini- va de experiência. A característica distintiva
mizados quando se opta por meios eletrônicos para desses sistemas deve ser a sua flexibilidade
trocar informações, orientar a equipe de trabalho na busca de objetivos e a enorme capacidade
ou mesmo disponibilizar manuais. de autocrítica e de auto reformulação.
Como discutimos anteriormente, as mudanças
estão por toda parte, e a inovação deve partir das Outras necessidades também devem ser atendidas
empresas que estão preocupadas em atender às no- para que o crescimento organizacional aconteça
vas necessidades de seus clientes. Quando a empresa de forma saudável, como: preocupação com o cli-
decide inovar, não significa que ela deva abandonar ma organizacional, já que está diretamente ligado
os processos que já desenvolve; a mudança inicial com a motivação de colaboradores.
deve buscar o aprimoramento das atividades que já
desenvolve, visando a redução de custos, o aumento
dos lucros e a satisfação dos clientes.
A inovação também contribui para que os pro-
dutos e os serviços ofertados sejam repensados, Caro(a) aluno(a), você não sabe o que é clima
estamos em uma sociedade globalizada, em que é organizacional? Essa temática é uma leitura
possível comparar as marcas, produtos, funciona- obrigatória quando estiver planejando questões
lidades, preços e disponibilidade de um produto ligadas a recursos humanos. Para aprimorar seus
ou serviço com muita facilidade, vamos entender conhecimentos relacionados a esse tema, acesse
que a preocupação com a inovação contribui para o link a seguir e compreenda melhor.
que a ameaça de lançar um produto que não irá Disponível em: <http://www.rhportal.com.br/
satisfazer o cliente seja reduzida. artigos-rh/clima-organizacional/>.
Pensando ainda em inovação e tecnologia, é
importante atentarmos aos softwares de gestão
de clientes. Qual a vantagem de fazer a gestão de Uma forma de crescimento saudável, que pode
clientes? ser salutar para mais de uma empresa, é uma fu-
Primeiro que sem clientes não existem ga- são ou uma aquisição. Barney e Hesterly (2011, p.
nhos financeiros e, claro, não existe crescimento 278) refletem que uma empresa faz uma aquisição
organizacional. Segundo, a partir de uma gestão quando compra uma segunda empresa. Quando
eficaz de clientes, é possível pensar em um aten- os ativos de duas empresas com tamanho seme-
dimento personalizado, focado nas reais necessi- lhante são combinados, essa transação é chamada
dades do cliente. E, por último, as empresas que- de fusão. Nesse sentido, o crescimento deve ser
rem ser lembradas e atender satisfatoriamente, estudado e muito bem-estruturado por uma em-
vai além de boas práticas de vendas; o pós-venda presa, elevando oportunidades, ameaças, pontos
também deve estar de acordo com as expectati- fortes e fraquezas.
UNIDADE 4 119
Para finalizarmos esta unidade, um breve apa- bientes corporativos só é possível a partir de ques-
nhado sobre os assuntos que estudamos: tratar tionamento. Quando o gestor questiona se uma
de micro e pequenas empresas é reconhecer a ação vai ser boa ou não para sua empresa, a partir
importância e o papel delas no desenvolvimento de experiência internas ou exemplos externos,
social e econômico da sociedade. Neste encontro, ou mesmo pelo desafio de tentar algo novo, ele
buscamos fazer uma reflexão sobre a relação entre está desenvolvendo suas relações de trabalho e os
sucesso empresarial e a gestão financeira. processos que envolvem as tomadas de decisões.
Para o desenvolvimento do estudo, utilizamos Sabemos que o lucro, mesmo que indiretamen-
autores conhecidos na área da administração, sen- te, acompanha os objetivos organizacionais. O
do que, tratamos de apresentar conceitos e ques- auxílio de ferramentas de gestão, como BSC, con-
tionamentos sobre a gestão eficiente, o processo trole de caixa e recursos tecnológicos facilitam o
decisório e as ferramentas disponíveis que podem alcance dos objetivos e são capazes de flexibilizar
auxiliar o gestor. e orientar o trabalho a partir de métodos práticos
A ampliação do conhecimento, a necessidade e claros.
de profissionalizar os processos internos e exter- Após essa nossa conversa, podemos perceber
nos, a preocupação com a geração de lucro a partir que a gestão das micro e pequenas empresas não
de atividades saudáveis, nortearam as discussões pode ficar ao acaso, visto que essas instituições
apresentadas neste capítulo. precisam de apoio e suporte, pois geram cresci-
É claro! Temos muito ainda para discutirmos mento econômico e, o mais importante, geram
sobre esses temas, mas a compreensão dos am- empregos.
121
3. O planejamento pode, e precisa, ser pensado a partir de vários níveis. Qual o
nível que apresenta as metas de curto prazo e coloca em prática os objetivos?
Marque a alternativa correta.
a) Operacional.
b) Tático.
c) Estratégico.
d) Funcional.
e) Técnico.
4. Ao fazer a gestão do negócio, é preciso atentar-se aos erros comuns que surgem
por simples falta de atenção. Considerando as falhas ocorridas no processo
decisório, analise as alternativas a seguir e marque a alternativa correta.
a) Seguir modelos tradicionais pode garantir o sucesso do negócio, já que foi
utilizado anteriormente por outras empresas.
b) Deve-se pensar na gestão financeira da empresa, pois é arriscado misturar
gastos pessoais com gastos da empresa.
c) O controle financeiro não precisa ser uma prioridade, mas precisa ser consi-
derado.
d) É preciso delegar todas as atividades.
e) A adaptação aos novos mercados não é uma obrigatoriedade, depende os
objetivos institucionais.
122
FILME
123
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2. A.
3. A.
4. B.
5. C.
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128
Me. Renan Carlos Klichowski
Conhecimentos Sobre
Economia Brasileira
PLANO DE ESTUDOS
A internacionalização
A inflação empresarial
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
UNIDADE 5 131
Com um país é do mesmo jeito, mede-se o crescimento e a capacidade de uma nação nessa
perspectiva, por meio daquilo que se tem guardado, poupado, o que lhe dá capacidade de in-
vestimento e, consequentemente, capacidade de crescimento econômica. Outra perspectiva é
a produtividade dos fatores de produção.
2. Produtividade dos fatores de produção
Para este caso, pense que você tem a ideia de empreender em um arranjo de máquinas para a
produção de cerveja. Em uma situação hipotética, no primeiro arranjo, que podemos chamar
de tradicional, você deverá investir R$ 5.000,00 e irá produzir por mês uma média de 500
litros. Em um segundo arranjo, utilizando máquinas mais sofisticadas, que vamos chamar de
moderna, você terá que investir R$ 8.000,00 e conseguirá produzir uma média de 3.000 litros
por mês. Em qual deles você iria investir? Certamente você decidiu pelo segundo caso, de forma
correta. Se fizer uma conta simples, verá que R$ 5.000,00, divididos pela capacidade 500 litros,
terá como resultado 10,00 R$/Litros (5.000/ 500 = 10) e, no segundo caso: R$ 8.000,00, dividido
pela capacidade 3.000 litros, é igual a 2,66 R$/Litros. O resultado é: arranjo tradicional tem um
custo unitário de R$ 10,00 por litro e o arranjo moderno R$ 2,66 por litro, sendo a mais viável.
Em uma país acontece da mesma forma: mede-se a produtividade de seus fatores, que são anali-
sados em conjuntos com seus resultados. Por exemplo: um trabalhador capacitado pode produzir
duas vezes mais do que outro sem o devido estudo e treinamento; da mesma forma, um país
bem industrializado pode produzir muito mais do que outro com menos capacidade industrial.
Nesse sentido, quanto maior for a capacidade produtiva de seus meios de produção, por exemplo
trabalhadores estudados e treinados, tecnologias do país atualizadas, universidades que oferecem
condições para pesquisas etc., maior será a capacidade de crescimento econômica do país.
Crescimento X Desenvolvimento
“
um país com crescimento, ou seja, que produz
cada vez mais e é cada vez mais rico, portanto, [...] quando os benefícios do progresso
é levado ao desenvolvimento? Simplificando a técnico favorecem apenas uma pequena
pergunta: o crescimento leva ao desenvolvimen- camada da população; essa camada imita
to? Para Mendes (2012), para falar de desenvol- os hábitos de consumo dos países ricos e,
vimento, é necessário a leitura de, ao menos, três assim, retroalimenta a indústria nacional,
autores e economistas: Celso Furtado, Amartya que pode lhe vender seus bens e serviços.
Sem e Ignacy Sanchs. Mas, enquanto isso, a grande massa da po-
Esses autores irão dizer que o desenvolvimento pulação permanece na pobreza e no atraso
está ligado a, pelo menos, três fatores: igualdade (MENDES, 2012, p. 34).
“
quando mais realizada a população estiver com
[...] é o processo de alargamento das esco- os níveis mais básicos da pirâmide e estiver em
lhas das pessoas, através da expansão das busca dos níveis maios altos, maior será o desen-
funções e capacidades humanas. Deste volvimento humano desse país. Primeiramente,
modo, o desenvolvimento humano tam- as pessoas procuram realizar suas necessidades
bém reflete os resultados nestas funções e básica: fisiológicas e segura, para aí sim buscar
capacidade. Representa um processo, bem realizações sociais, de estima e de autorrealização.
como um fim. O desenvolvimento humano e a igualdade social
podem ser refletidos nessa perspectiva.
Pode-se entender que a capacidade de escolha das Por último, o desenvolvimento está ligado
pessoas e o nível de liberdade dentro da nação será desenvolvimento sustentável. Este indicador
o indicador de desenvolvimento nesse critério. de desenvolvimento envolve elementos ligados
Para exemplificar, podemos nos apoiar na pirâ- ao relacionamento do ser humano com o meio
mide das necessidades de Maslow, ou hierarquia ambiente. Segundo o economista Ignacy Sanchs
das necessidades ou, simplesmente, pirâmide de (2009 apud MENDES, 2012, p. 38), o conceito de
Maslow, conforme RA a seguir. desenvolvimento nessa perspectiva:
UNIDADE 5 133
“
[...] é relacionado a critérios sociais e am-
bientais. Eles andam juntos em busca da
viabilidade econômica. Existe a condicio-
nalidade ecologia, que requer o uso do inte-
lecto para organizar as decisões de maneira
a fazer bom usos dos recursos naturais. Ro-
tas reais de desenvolvimento trazem resul-
tados sociais positivos e não se traduzem
por resultados ambientais profundamente
negativos. Rotas de crescimento econômi-
co, que são destruidoras do meio ambiente
levam a desigualdades sociais cada vez mais
avassaladoras, não podem ser chamadas de
desenvolvimento.
UNIDADE 5 135
Cálculo da inflação
A inflação, como dito, de forma geral, pode ser vista como o aumento do nível dos preços dos produtos
e serviços. Uma explicação mais detalhada de como se calcula a inflação demanda o conhecimento
de alguns índices. Esses índices fazem suas medidas próprias que, ao final, somadas e, logicamente,
por meio de um cálculo médio, indicam a inflação.
Você poderá encontrar a variação já apurada, em tempo real, disponível em: <https://www3.bcb.gov.
br/CALCIDADAO/publico/corrigirPorIndice.do?method=corrigirPorIndice>.
Entretanto, a inflação econômica é algo mais gene- Já entendemos que inflação é quando o preço dos
ralizado e necessita de uma definição mais com- bens e serviços sobem muito, e deflação é quando
pleta. Para Souza (2011, p. 44), a definição é que: o descontrole é relacionado à baixa generalizada
“
dos preços e que ambos são prejudiciais, certo?
Inflação é o aumento contínuo e generaliza- Mas, o correto é ter os preços congelados? Vários
do dos preços dos bens e serviços em uma economistas defendem que é saudável a existência
economia. Observe que o aumento deve ser de inflação, principalmente de forma controlada
contínuo e generalizado: se subir apenas o e administrável. Congelar preços: jamais! Para
preço de determinado produto agrícola em Souza (2011), pode-se dividir a inflação entre: in-
razão de uma quebra de safra, por exemplo, flação baixa, inflação moderada, inflação crônica
ainda não temos inflação, pois se trata de e hiperinflação.
um fato isolado, esporádico. A inflação baixa estaria no auge da busca das
nações. Um exemplo foi a inflação anual dos Esta-
Pode-se ver como é prejudicial para as empre- dos Unidos de 1,6% a 4,2% entre os anos de 1991
sas, que compram matéria-prima e pagam seus e 2008. Uma inflação moderada é aquela que
prestadores de serviço, como para as pessoas de está acima do patamar de 5% ao ano, exige a aten-
um país que passam a ter seu poder de compra ção das autoridades do país, mas ainda pode ser
reduzido com a inflação, algo que iremos falar na controlada com certa facilidade (SOUZA, 2011).
sequência. Por outro lado, existe a deflação, que Já uma inflação crônica passa a ser preocu-
também é prejudicial. Deflação é pante, passando a ter dois dígitos, e repete-se por
“
longo período, “as pessoas já estão tão habituadas
o oposto da inflação [...], a queda generali- ao ritmo inflacionário” que trabalham conside-
zada dos preços do bens e serviços na eco- rando a inflação em suas negociações (SOUZA,
nomia. A ideia a princípio pode soar ótima, 2011, p. 45). Quando chega ao estágio de hipe-
mas a história nos mostra que processo de- rinflação, chega-se a uma “situação que a taxa de
flacionário estão normalmente associados inflação aumenta e aumenta cada vez mais, muitas
a graves depressões (SOUZA, 2011, p. 44). vezes em uma progressão geométrica” (SOUZA,
Pode-se perceber, na tabela, que a história econômica brasileira é muito complicada. Além disso, de-
ve-se destacar que, apesar dos índices de inflação terem fechado os últimos anos com níveis de baixa,
o cenário econômico, de forma geral, não é o mais agradável, tendo em vista grandes indisposições
políticas ao longo dos anos e um crescimento do PIB muito fora das potencial. Por outro lado, a esta-
bilização da inflação, pelo menos em níveis aceitáveis do final de 1994, foi favorável para a população
e para empresas no país, que conseguiram criar identidade e reduzir os níveis de desemprego.
Aprendemos, de forma geral, até agora, o que é a inflação, mas o que causa e quais são suas consequências?
Primeiramente, vamos falar das causas. Didaticamente, Souza (2011) propõe que existem três tipos de causa
de inflação: (1) inflação de demanda; (2) inflação de custo; e (3) inflação inercial.
UNIDADE 5 137
Inflação de demanda: esse tipo de inflação são ruins, nocivos. Souza (2011) disserta sobre
está muito ligado àquilo que falam nos jornais: as principais consequências: desorganização da
superaquecimento da economia. Souza (2011, p. economia, concentração de renda e deterioração
57) define: é a das contas públicas.
“
A desorganização da economia cria um pro-
[...] mais antiga lei da economia: a da oferta blema de perspectiva para as negociações den-
e da procura. Quanto os agentes econômi- tro do país, na qual as pessoas podem perder a
cos - pessoas, empresas e governo - querem base do que é caro ou barato. Por exemplo, você
consumir muito, e a oferta não é suficiente, sair para se alimentar e paga R$ 15,00 em uma
os preços sobem. refeição e R$ 4,00 em copo de 500 ml de suco.
Provavelmente, com essa base, o suco tem um va-
Inflação de custos: esse tipo de inflação acontece lor adequado. Contudo, se o suco fosse R$ 20,00,
quando algum insumo tem seu custo aumentado provavelmente você não “investiria” no suco, pois
e o produtor repassa o preço ao consumidor fi- estaria caro. É o que pode acontecer com a eco-
nal, quase que como uma reação em cadeia. Por nomia desorganizada, as coisas passam a ter uma
exemplo: quando sobe o valor do petróleo e o lógica descontrolada.
preço final é aplicado em seus derivados, como o A outra consequência cria um problema so-
próprio combustível. cial: a concentração de renda. Isso atingiu muito
Inflação inercial: é uma “onda de expectativas o brasileiro nos anos de 1980 e início dos anos de
inflacionárias que alimenta a própria inflação, que 1990. Acontece que os efeitos da inflação atingem
tende a aumentar cada vez mais” (SOUZA, 2011, os mais pobres e assalariados numa proporção
p. 58). Neste caso, os agentes econômicos (empre- diferente para a dos mais ricos. Quem tem menor
sários, produtores, empresas em geral) aplicam renda não tem como se proteger dos problemas
reajustes nos preços das coisas, partindo de uma da inflação. O empresário ainda consegue se pro-
previsão de prejuízos com a inflação. Por exemplo: teger da inflação aplicando reajuste nos preços
um mercado remarca o preço de seus produtos pre- dos produtos; entretanto, a população assalaria-
vendo inflação. Quando a inflação inercial acon- da pode receber o salário e, ao longo do mês, ele
tece, normalmente em economias com problemas valer 15% a menos, por exemplo. Isso cria uma
inflacionários, cria-se um inimigo de difícil com- grande diferença entre ricos protegidos e pobres
bate, normalmente com reajuste de preços diários. desprotegidos (SOUZA, 2011).
E quais as consequências da inflação? Os efei- Além desses dois principais efeitos nocivos,
tos da inflação, principalmente em descontrole, Souza (2011) alerta para a deterioração das contas
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
UNIDADE 5 139
O Setor
Externo
“
desenvolvimento e à melhoria do bem-estar dos
[...] focam a manutenção da paz e da segu- países membros” (DALLA COSTA; SANTOS,
rança, envolvendo aspectos como fomentar 2011, p. 31).
relações cordiais entre as nações, promover Essas instituições são as que operacionalizam
o progresso do Estado de bem estar social o sistema mundial hoje. Digamos que negócios
e dos direitos humanos (DALLA COSTA; feitos no exterior, importação de equipamentos e
SANTOS, 2011, p. 30). insumos para indústria local, bem como venda de
mercadorias para o exterior, de alguma forma, pode
Plano econômico: neste âmbito, a instituição ser avaliado por essas organizações, principalmente
mais importante é a Organização Mundial do em caso de conflitos de interesse entre nações.
Comércio (OMC), fundada em 1947. Essa orga- Desde os anos de 1990, iniciou-se uma onda de
nização tem como objetivo neoliberalismo, atingindo a América Latina, que
“
já acontecia em outros países do ocidente. O neoli-
[...] gerenciar os conflitos comerciais en- beralismo pode ser visto como uma doutrina, que
tre países e evitar que disputas localizadas foi desenvolvida nos anos de 1970, que defende a
saiam do controle e passem a ser grandes mínima restrição do estado sobre a economia e a
confrontos comerciais, revertendo-se em liberdade absoluta de mercado (principalmente
ondas protecionista (DALLA COSTA; internacional). Eis uma doutrina que influenciou
SANTOS, 2011, p. 30). diretamente a globalização que conhecemos hoje.
As instituições citadas passam, então, a mediar o
Também é responsável por promover rodadas de mercado internacional, reconhecendo o neolibe-
negociação, com o intuito de fortalecer a liberali- ralismo como principal doutrina.
zação comercial e de investimentos. Contudo, o que tudo isso pode influenciar uma
Plano financeiro: nesse âmbito, destacam-se micro e pequena empresa? Digamos que você re-
duas instituições: o Fundo Monetário Internacio- solve montar sua indústria cervejeira e, ao longo
nal (FMI) e o Banco Mundial. O FMI, fundado de suas pesquisas, descobre alguns equipamentos
em 1945, que têm melhor qualidade, mas são fabricados e
“
vendidos apenas fora do país. Imagina se o go-
[...] visa as ações que promovam a estabi- verno brasileiro resolve colocar algum tipo de
lidade do sistema monetário internacional barreira financeira para importar equipamentos
em nome da nome da facilitação do comér- de certo país e, por outro lado, facilita em outros
cio entre as nações, [além de] garantir a ma- (algo que já aconteceu e pode acontecer). No caso,
nutenção dos acordo monetários” (DALLA seu equipamento só existe no país que o governo
COSTA; SANTOS, 2011, p. 31). colocou uma taxação de impostos extra, o que
pode inviabilizar a importação, pensando em
custo benefício.
UNIDADE 5 141
Mesmo sendo micro e pequena empresa, para você administrar um negócio, utilizando nosso
exemplo como base, precisa saber a relação internacional brasileira com outros países e se o país
adota política neoliberais ou não para sua categoria de negócio. Mais à frente, iremos falar de blocos
econômicos e barreiras internacionais mais a fundo, mas desde já, temos a possibilidade de abrir nossa
mente para as possibilidades.
A Relação Brasileira
Se fizermos um levantamento histórico sobre a relação econômica e comercial brasileira, vamos encon-
trar momentos diferentes. Logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, o Brasil iniciou movimentos
pró-industrialização e fechou-se a importação de produtos estrangeiros, como forma de fortalecer a
indústria local (DALLA COSTA; SANTOS, 2011):
“
o governo passou a incentivar a industrialização por meio da proteção das empresas nacionais (sub-
sidiando financiamentos e protegendo as empresas da concorrência estrangeira, por exemplo), da
criação de estatais nas áreas estratégicas (visando o fornecimento de insumos e de serviços necessários
à industrialização) e a uma sociedade urbana (DALLA COSTA; SANTOS, 2011, p. 42).
Além de criar empresas, como Eletrobras e Petrobras, o governo tentou viabilizar a industrialização
local, atraindo multinacionais, como da indústria automobilística, devido à falta de capacidade à in-
dústria local de se desenvolver nessa área. Para fins didáticos, damos um pulo no tempo, quando, em
meados de 1980, o país dá início à abertura de mercado quando passa a existir um novo pensamento:
“é necessário reduzir o tamanho do Estado, privatizar as empresa estatais, desregulamentar e liberalizar
mercados” (DALLA COSTA; SANTOS, 2011, p. 43).
Foi a partir do Governo de Fernando Collor de Mello (1990 - 1992) e, principalmente, no de Fer-
nando Henrique Cardoso (1995 - 2002) que a tendência neoliberal passou a ganhar força no país.
Muitas empresa públicas reduziram de tamanho, por meio de privatizações, e as empresas nacionais
perderam a proteção do Estado com relação ao mercado externo. Parece uma medida ruim, mas, por
outro lado, muitas empresa do país tiveram oportunidade de expandir os horizontes de negócio para
fora da fronteira nacional (DALLA COSTA; SANTOS, 2011; SOUZA, 2011).
A seguir, vamos falar sobre formas de internacionalização. Podemos perceber que mesmo eu sendo
um MEI, posso internacionalizar minha empresa, tendo em vista que não, necessariamente, preciso
ter uma filial em outro país para isso. Na unidade anterior, falamos um pouco sobre o mercado inter-
nacional, mas, neste momento, seremos mais específicos.
UNIDADE 5 143
Normalmente, as empresas buscam se internacionalizar, para Dalla Costa e Santos (2011):
• Assegurar o fornecimento de insumos: muitas vezes, em busca de matéria-prima, compo-
nentes industriais e equipamentos, por exemplo, as empresas buscam o mercado internacional,
seja por busca de menores preços, qualidade ou mesmo por não encontrar certa matéria-prima
no mercado interno.
• Busca de novos mercados: por vezes, em busca de crescimento, por saturação do mercado
nacional ou mesmo por seguir uma escala de ganhar o mercado local, regional e, por último,
nacional, buscam o internacional para ampliar os horizontes.
• Barateamento dos insumos integrados à rede produtiva da firma: muito semelhante à pri-
meira, mas, neste caso, é uma busca por otimizar recursos e baixar os custos com matéria-prima
e equipamentos.
Dalla Costa e Santos (2011) observam, também, duas principais instâncias que levam uma empresa à
internacionalização: exportações e investimento direto no exterior. Claro, não existe uma fórmula de bolo
que diz quando e como se deve internacionalizar, os motivo podem ser diversos. Além dos motivos, é
importante que tenhamos conhecimento, independentemente do tamanho da empresa que queira fazer
negócios no exterior, que existem alguns sistemas de apoio e controle do comércio exterior no Brasil.
É importante que saibamos que os motivos que levam empresas a se internacionalizar podem ser
muitos, inclusive, existem estudos que apuram de forma científica. Foram citados motivos genéricos,
mas é necessário um estudo apurado de caso a caso, para termos uma definição precisa.
Para que exista controle, acompanhamento e ar- Sicomex: o Sistema Integrado de Comércio
mazenamento de dados das operações internacio- Exterior foi criado em 1992, e “permite um flu-
nais no Brasil, seja de importações ou de expor- xo único de informações e o acompanhamento
tação, o governo criou seus sistemas de apoio. Os online das exportações brasileiras por todos os
sistemas são o Sisbacen e o Siscomex. participantes envolvidos” (BORGES, 2017, p. 36).
Sisbacen: é o Sistema de Informações do Ban- Em outras palavras, podemos dizer que o Sis-
co Central do Brasil, que existe desde 1985. Ele é bacen é o sistema que registra as operações finan-
um sistema informatizado que tem como objetivo ceiras, já os Sicomex é quem registra as importa-
dar ao Banco Central do Brasil (BACEN) condi- ções/exortações. De forma genérica, esses são os
ções para controlar e acompanhar as operações dois principais sistema utilizados nas negociações
bancárias que acontecem ao longo das negocia- internacionais brasileiras.
ções (BORGES, 2017).
Como pode ser visto, os estágios para internacionalização seguem de uma fase embrionário até uma
produção própria no exterior, que podemos chamar de internacionalização plena. Uma micro e pequena
empresa pode iniciar sua internacionalização no mesmo estágio que uma de maior porte. A seguir, os
graus estão explicados de forma detalhada, conforme Dalla Costa e Santos (2011).
Fase embrionária: nesta fase, a empresa ainda não faz exportações, compreendendo que a empresa
está em fase de solidificação no mercado interno. Entretanto, pode participar do mercado externo com
importações de equipamentos e matéria-prima.
Exportação ocasional: esse pode ser visto como o primeiro degrau na internacionalização de
uma empresa. Neste estágio, surge ocasionalmente, de forma pontual, uma oportunidade de vender
e negociar produtos para o exterior. É uma etapa importante, pois é o momento que a empresa tem
a oportunidade de colher informações sobre o potencial do mercado exterior, das necessidades dos
clientes do país em questão. Além disso, esbarra em algumas barreiras, como legislações, carga tribu-
tária, burocracia interna e externa, normas e questões até então desconhecidas.
Busca de um intermediário: nesta etapa, a empresa costuma a buscar um intermediário que possa
comercializar os seus produtos fora do país. A empresa intermediária torna-se uma facilitadora que
irá ajudar na conquista do mercado externo. Normalmente, os intermediários são dotados de conhe-
cimento sobre o novo mercado e irá apontar novos clientes, além de indicar alterações que podem dar
mais competitividade para o produto.
UNIDADE 5 145
Estabelecer uma filial própria em território
estrangeiro: chegando a este nível, a empresa já
estabelece uma filial comercial própria fora do
país, no território estrangeiro. Isso dá a possibili-
dade da empresa ter contato direto com o merca-
do em questão, conhecendo de perto caracterís-
ticas e necessidade mercadológicas. Além disso,
pode adequar-se de forma assertiva à cultura local,
diminuindo as fronteiras entre intenções e as ne-
cessidades demandas dentro do país.
Produção no exterior: é quando a empresa
tem condições de estabelecer uma unidade pro-
dutiva dentro de território estrangeiro. Pode, a
partir de então, transformar a unidade estrangeira
em outra unidade exportadora para outros países.
Este estágio pode ajudar a empresa a criar laços
com o país e ajudá-la a manter-se no país.
“
[...] firmado entre países, regido pelo direito
internacional. São como “contratos” firma-
dos entre pessoas jurídicas de direito inter-
nacional (Estados, organismos internacio-
nais, etc.) com a finalidade de regulamentar
determinadas situações e convergir interes-
ses comuns ou antagônicos (GOVERNO
DO BRASIL, 2017, on-line)4.
UNIDADE 5 147
Os acordos podem ter diferentes nomes, dependendo do tipo de negociação e conteúdo. São basica-
mente: tratado; convenção; acordo; ajuste ou acordo complementar; protocolo; memorando de en-
tendimento; convênio; e acordo por troca de notas. O governo brasileiro fornece, em seu sítio online,
explicações sobre cada tipo de ato internacional. A seguir, abordaremos cada um dos atos.
• Tratado: esse termo é utilizado para “designar os acordos internacionais entre dois ou entre
vários países – ou seja, bilaterais ou multilaterais. Recebem o nome de tratado os acordos aos
quais se pretende atribuir importância política”. Por exemplo, cita-se tratados de extradição
existentes entre o Brasil com outros países, como França, Ucrânia, Dinamarca etc., com o intuito
de transferir criminosos entre as nações (GOVERNO DO BRASIL, 2017, on-line)4.
• Convenção: esse tipo de ato é assinado multilateralmente em conferências internacionais
por diversos países, relacionados a assuntos de interesse comum e geral. Pode ser visto como
“uma espécie de convênio entre dois ou mais países sobre os mais variados temas – questões
comerciais, industriais, relativas a direitos humanos” (GOVERNO DO BRASIL, 2017, on-line)4.
• Acordo: esse ato é uma expressão muito utilizada livremente em práticas internacionais. Os acordos
“estabelecem a base institucional que orienta a cooperação entre dois ou mais países. Os acordos
costumam ter número reduzido de participantes” (GOVERNO DO BRASIL, 2017, on-line)4.
• Ajuste ou acordo complementar: é utilizado para estabelecer formas ou termos para se exe-
cutar outro ato internacional ou especificar detalhadamente áreas específicas de um ato. Por
exemplo, um ajuste “o Brasil e Alemanha assinaram, por exemplo, um ajuste complementar a
um acordo de cooperação técnica nas áreas de florestas tropicais e eficiência energética, em
vigor desde 1996” (GOVERNO DO BRASIL, 2017, on-line)4.
• Protocolo: são menos formais que os tratados ou acordos complementares determinando
“acordos bilaterais ou multilaterais [ou podem] ainda ser documentos que interpretam tra-
tados ou convenções anteriores ou ser utilizado para designar a ata final de uma conferência
internacional”. São como protocolo de intenções, como o Protocolo de Quioto, no qual o Brasil
manifesta seu compromisso com relação à emissão de gases de efeito estufa, perante outros
países (GOVERNO DO BRASIL, 2017, on-line)4.
• Memorando de entendimento: são atos escritos de forma simplificada, com a finalidade de
que fique registrado “princípios gerais que orientam as relações entre as partes em planos polí-
tico, econômico, cultural ou em outros”. Por exemplo, memorandos de cooperação científica e
tecnológica entre países, que pode prever a implementação de programas e projetos (GOVERNO
DO BRASIL, 2017, on-line)4.
• Convênio: esse ato “é usado em matérias sobre cooperação multilateral ou bilateral de natureza
econômica, comercial, cultural, jurídica, científica e técnica”. Por exemplo, convênio entre Brasil
e Paraguai relacionado à vacinação e à saúde animal entre as fronteiras, bem como a definição
de normas sanitárias (GOVERNO DO BRASIL, 2017, on-line)4.
• Acordo por troca de notas: esse ato é utilizado para assunto de pauta administrativa e para
interpretar ou alterar outros atos concluídos. Este ato é sujeito a passar por aprovação do
Congresso nacional. Por exemplo, o “Brasil mantém um acordo dessa natureza com a Bolí-
via para a criação de Comitês de Integração Fronteiriça para promover a integração política,
econômica, social, física e cultural” (GOVERNO DO BRASIL, 2017, on-line)4.
Integração Econômica
Uma integração econômica pode ser vista como um processo de facilitação que acontece entre países e
grupos de países, que são, de alguma forma, diferentes, sejam em aspectos humanos, culturais, políticos,
tecnológicos, realizados como forma de aumentar o comércio e as negociações de serviços e bens entre
os integrantes. Em outras palavras, uma espécie de acordo de negociação entre nações (SOUZA, 2011).
As integrações podem ser muitas formas diferentes: zona de livre-comércio; união aduaneira; mer-
cado comum; união econômica; e integração econômica completa. Vamos explicar separadamente
cada uma a seguir, de acordo com Souza (2011).
• Zona de livre comércio: tipo de integração na qual cada país se dispõem a eliminar tarifas,
quotas, restrições tarifárias e não tarifárias entre os países participantes, como forma de estimular
o comércio. Cada país pode manter sua própria política internacional com os países que não são
membro da zona de livre comércio. Exemplo: Área de Livre Comércio da Américas (ALCA).
• União Aduaneira: pode ser visto como um avanço para a área de livre comércio. Nesse caso,
além de suprimir as restrições tarifárias entre os países membros, também adota-se uma política
de restrição e discriminação aos países que não fazem parte da integração econômica. Exemplo:
tarifa externa comum.
• Mercado Comum: se a união aduaneira é um avanço à área de livre comércio, o mercado co-
mum seria um segundo avanço. Neste caso,“além de facilitar o fluxo de mercadorias, procura-se
eliminar os entraves do fluxo de fatores produtivos, em especial a circulação de capital e mão
de obra” (SOUZA, 2011, p. 139). Exemplo: Mercosul.
• União econômica: um passo a mais que o mercado comum, além de “eliminar as restrições aos
fluxo de mercadorias e fatores de produção, os países membros procuram harmonizar as polí-
ticas econômicas nacionais” (SOUZA, 2011, p. 139). O maior objetivo é diminuir as diferenças
e disparidades entre cada um relacionadas a políticas macroeconômicas.
• Integração econômica completa: esse é o estágio mais avançado, o degrau mais alto, na in-
tegração entre países. Na integração econômica completa “existe uma unificação completa das
políticas econômicas – principalmente monetária e cambial – [...] em que há uma autoridade
monetária supranacional” (SOUZA, 2011, p. 139), ou seja, uma espécie de governo geral. A União
Europeia é um exemplo no qual existe essa união econômica completa, “um megabloco mais
avançado entre integrações econômicas existentes” (SOUZA, 2011, p. 139).
UNIDADE 5 149
É comum que chamemos todos esses tipos de Com os conhecimentos que conseguimos até aqui,
integrações econômicas simplesmente de blocos certamente somos capazes de fazer pesquisas com
econômicos. O importante para um empreende- relação a melhores mercados para buscar negocia-
dor é conhecer o mercado no qual está negociando ções internacionais. Além disso, é possível perceber
e os prós e contras dessa negociação. Os principais que existem vantagens em negociar com empresas e
que podemos citar são, com base em Blocos Eco- clientes de países que são parceiros do Brasil. Assim,
nômicos ([2019], on-line)5 e Souza (2011): concluímos nossa conversa sobre economia.
• Mercosul: integração política, econômica Nesta unidade, trabalhamos e discutimos um
e social entre Brasil, Argentina, Paraguai e pouco sobre crescimento e desenvolvimento,
Uruguai. sendo possível entender que o crescimento não,
• União Europeia: união econômica com- necessariamente, leva ao desenvolvimento. O de-
pleta entre a maioria dos países europeus. senvolvimento engloba mais questões que vão
• CEI: Comunidade dos Estados Indepen- além do crescimento financeiro, seja num país
dentes, tem o objetivo de organizar os ou numa micro e pequena empresa.
países membros. É formada por Armênia, Com relação à inflação, destaca-se os reflexos
Cazaquistão, Belarus, Federação Russa, da inflação no mundo empresarial. Além disso, foi
Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Ucrâ- possível perceber que ela é um item muito com-
nia, Uzbequistão, Azerbaijão e Turcome- plexo e que precisa ser bem pensado pelo governo;
nistão. em momento de descontrole, as micro e pequenas
• NAFTA: o Tratado Norte-Americano de empresas podem ser muito atingidas.
Livre Comércio é formado por México, Foram apresentados, também, conhecimentos
Estados Unidos e Canadá. Seu objetivo é sobre a economia externa e sobre a internacionali-
“
zação empresarial. As micro e pequenas empresas,
[...] manter políticas comuns com nesse contexto, entram como potenciais consumi-
relação a barreiras alfandegárias, leis dores do mercado internacional e precisam estar
financeiras, padrões e acesso aos mer- preparadas para contexto.
cados dos países-membros (BLOCO Inclui-se, nesses conhecimentos internacionais,
ECONÔMICOS, [2019], on-line)5. o aprendizado sobre blocos econômicos e as bar-
reiras que os governos podem criar no mercado
• Comunidade Andina de Nações – Pacto internacional. Saber sobre a negociação que seu
Andino: um dos principais parceiros com país tem com outros irá mudar a forma de nego-
o EUA, é formado pela Bolívia, Colômbia, ciação com empresas de países e grupos de países
Equador e Peru, com o objetivo de fazer que participam (ou não) de algum tipo de acordo.
uma integração comercial e conseguir Em suma, esta unidade trouxe conhecimentos
acesso a mais mercados. importantes sobre economia que todo empreen-
• APEC (ou blocos asiáticos): mesmo sen- dedor precisa ter, tendo em vista as mudanças que
do um bloco asiático, os EUA é um dos podem influenciar as empresas. Todo o panorama
membros, tendo com principais Japão, apresentado pode auxiliar o empreendedor a levar
China e os Tigres Asiáticos. a empresa ao crescimento e desenvolvimento.
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3. No mercado internacional, é muito comum que os países façam negociação para
que ambos os países sejam beneficiados por algum tipo de acordo. Entretanto,
cada formalização e negociação tem um nome específico. Analise as assertivas
com relação aos tipos de acordo:
I) Tratado: é um tipo de acordo internacional entre países para designar uma
situação política, por exemplo um tratado de extradição.
II) Protocolo: são espécies de formalização internacional nas quais os países
registram intenções a respeito de alguma temática.
III) Convênio: utilizado em troca de mercadorias e de moedas no mercado in-
ternacional, tendo como finalidade única o crescimento do PIB dos países
envolvidos.
IV) Acordo: estabelece a base institucional que orienta a cooperação entre dois
ou mais países.
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LIVRO
A Saga Brasileira
Autor: Miriam Leitão
Editora: Record
Sinopse: a longa luta de um povo por sua moeda, de Miriam Leitão, é um livro
definitivo sobre a história econômica recente do país. Misturando análise econô-
mica com histórias individuais de brasileiros e brasileiras, Miriam traça a trajetória
da moeda no Brasil desde a hiperinflação, passando por variadas indexações,
congelamentos, confisco de poupança, planos econômicos diversos, e mostra
como a busca pela estabilidade monetária tornou-se elemento fundamental
na construção de um caráter nacional. “Dentro dos gabinetes dos governos e
das salas das famílias, uma grande história foi vivida. Milhões de pessoas par-
ticiparam da construção coletiva que não teve figurantes. Foram, todos, peças
centrais de uma grande saga”, escreve Miriam. Do descontrole inflacionário –
13,3 trilhões por cento foi a inflação acumulada nos 15 anos que antecederam
o Plano Real – ao equilíbrio dos dias de hoje, algumas gerações de brasileiros
sofreram enormes perdas, conheceram sucessivos planos econômicos, enfren-
taram desabastecimento, aprenderam a fazer as contas mais sofisticadas para,
simplesmente, comprar pão. O brasileiro trocou de moeda cinco vezes em oito
anos, suportou agressões a seus direitos de cidadão, enfrentou filas, varou noites,
perdeu renda, patrimônio e, em não poucos casos, a saúde física e emocional;
mas também reagiu e acreditou quantas vezes foram necessárias. Miriam lança
mão de sua vasta experiência jornalística aliada a uma sensibilidade ímpar para
contar essa história nesse livro essencial.
153
BORGES, J. T. Financiamento ao comércio exterior: o que uma empresa precisa saber. Curitiba: InterSaberes,
2017.
DALLA COSTA, A. J.; SANTOS, E. R. D. S. Estratégias e negócios das empresas diante da internacionali-
zação. Curitiba: Ibepex, 2011.
REFERÊNCIAS ON-LINE
2Em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/infla%C3%A7%-
C3%A3o/>. Acesso em: 04 fev. 2019.
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1. B.
2. A.
3. C.
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CONCLUSÃO
Caro(a) aluno(a), neste livro, procuramos demonstrar a você, de forma simples, clara
e objetiva, aspectos importantes do funcionamento das micro e pequenas empresas,
além das possibilidades de gestão financeira, bem como o funcionamento do mercado
financeiro e possibilidades de fomento financeiro para o empreendedor.
Apresentou-se objetivamente como classificar as micro e pequenas empresas e
algumas das vantagens de enquadrar-se como tais. Essas questões são conhecimentos
importantes para que o empreendedor conheça seu próprio negócio e, além disso,
entenda que os critérios de classificações são os mesmos considerados por incenti-
vadores e fomentadores de micro e pequenos negócios.
Tratando de gestão financeira, foram elencados alguns elementos que precisam
estar claros para qualquer empreendedor, para uma administração ótima dos recur-
sos das empresas, para que elas sejam agentes superavitários e (não deficitários) no
contexto financeiro-econômico.
Trabalhou-se alguns pontos tidos como importantes para o sucesso empresarial,
em destaque a ferramenta Balanced Scorecard (BSC). A utilização dessa ferramenta,
bem como a utilização de estratégias, são formas para se buscar o sucesso no mundo
dos negócios. Por último, discutiu-se sobre alguns equívocos na gestão empresarial,
sobre a captação de recursos internacionais e sobre o crescimento saudável das
empresas.
Ao final da leitura deste conteúdo, espera-se que tenhamos conseguido manifes-
tar em você, no mínimo, o interesse sobre a correta gestão financeira em qualquer
tamanho de empresa. Além disso, também é importante que você tenha percebido,
após essa leitura, o valor de uma micro e pequena empresa no mundo dos negócios.
Por este estudo, é importante que fique claro que se tornar empreendedor, ne-
cessariamente, significa assumir responsabilidade diante da sociedade e do seu país.
Desejamos que você tenha muito sucesso no mundo dos negócios, que tenha uma
carreira empresarial exemplar, pautada na honestidade e na consciência de que as
micro e pequenas empresas que respeitam leis e são lúcidas de seus compromissos
tendem a ter prosperidade.
Um forte abraço.