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à Engenharia
Dr. José Roberto Castilho Piqueira
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e
Pró-Reitor de Administração, Wilson de Matos
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente
Distância; PIQUEIRA, José Roberto Castilho. da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
Introdução à Engenharia. José Roberto Castilho Piqueira.
Maringá-PR.: Unicesumar, 2018. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
256 p.
“Graduação - EaD”.
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James
Prestes, Tiago Stachon , Diretoria de Design
1. Engenharia. 2. Introdução . 3. EaD. I. Título. Educacional Débora Leite, Diretoria de Graduação
e Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de
ISBN 978-85-459-0986-6
CDD - 22 ed. 620
Permanência Leonardo Spaine, Head de Produção
CIP - NBR 12899 - AACR/2 de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho,
Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros,
Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey,
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo
Impresso por:
Ribeiro Garcia, Supervisão do Núcleo de Produção
de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Projeto
Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães
Cripaldi, Fotos Shutterstock.
13
A Engenharia como
Atividade Artesanal
e o Surgimento das
Primeiras Escolas
41
Engenharia:
do Positivismo
à Integração
67
Engenharia Civil Indústria e Produção
101 175
123 199
Engenharia Engenharia da
Química Complexidade
149 227
25 Aqueduto Pont du Gard na Gália Romana
(atual sul da França)
Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Dr. José Roberto Castilho Piqueira
Conceito Básico
de Engenharia
PLANO DE ESTUDOS
Os sistemas de
A Engenharia abastecimento de água
na Grécia do Império Romano
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender que a Engenharia rodeia a atividade huma- dade iniciando a capacidade de planejamento da espécie
na desde os primórdios da escala evolutiva. humana.
• Compreender a Engenharia como a habilidade de utilizar • Pesquisar e entender as obras de abastecimento de água
os recursos disponíveis na natureza para benefício da do Império Romano, presentes e úteis até hoje.
vida humana. • Entender as modalidades de energia envolvidas nas ati-
• Entender como as civilizações grega e egípcia realizaram vidades descritas.
grandes obras de engenharia construtiva, utilizando ele- • Finalizar entendendo que a Engenharia trabalha os diver-
mentos intuitivos da Matemática. sos tipos de transformação e conservação de energia em
• Verificar como o Império Romano aprimorou essa habili- benefício da vida no planeta.
Engenharia na
Evolução Humana
Figura 1 – Indivíduo de espécie pré-humana quebra osso de animal com uma pedra
Fonte: Fernandes (2012, on-line)1.
UNIDADE I 15
Figura 2 – Domínio do fogo e grutas como habitação
Fonte: História... (2013, on-line)2.
UNIDADE I 17
Figura 3 – Pirâmides e Templo de Faraós
Fonte: Brasil ([2017], on-line)3.
UNIDADE I 19
A ordem dórica tem origem no sentir do povo
grego, representando o pensamento. A ordem jô-
nica representa a graça e o feminino. Já a ordem
coríntia refere-se ao luxo e à ostentação.
““
Os gregos antigos não usavam argamassa em
suas construções, mas braçadeiras e buchas
para apertar as peças. Os blocos de mármore
e calcário eram cuidadosamente extraídos
e medidos e então cortados precisamente
para garantir uma construção perfeita. As
ferramentas usadas pelos pedreiros eram
manuais, tais como enxada, broca, cinzel e
marreta. Os mestres escultores enchiam as
colunas de pedra e os plintos de entalhes
altamente decorados. Um guindaste era usa-
do para levantar e colocar no lugar as peças
(SABINO, 2015, on-line).
UNIDADE I 21
Figura 7 – Coliseu
Fonte: Pet Engenharia Civil UFJF (2016, on-line)4.
As construções romanas usaram amplamente as perto de Roma, comprova esse fato (Figura 10).
vantagens estruturais dos arcos. Suas pontes con- Deve-se ressaltar que os romanos construíram
tinham arcos de pedra que permitiam a distribui- centenas de milhares de quilômetros de estradas
ção eficiente dos pesos. Em toda Europa existem, para várias finalidades, como comércio e con-
ainda, centenas de pontes romanas, indicando sua trole do império.
precisão técnica e alta confiabilidade. Por fim, não há como negar que a mais impor-
Os romanos aprimoraram, também, a cons- tante contribuição dos romanos para a construção
trução de túneis subterrâneos que permitiam foi a invenção do concreto, permitindo impressio-
circulação subterrânea, construídos com tal per- nantes construções. Inventado no final do século
feição que estão em perfeito estado, até hoje. A III, era obtido adicionando um pó vulcânico à
recente descoberta de uma rede de túneis sob argamassa feita de uma mistura de tijolo ou pe-
as ruínas da Villa Adriana, na cidade de Tivoli, daços de pedra, cal ou gesso e água.
UNIDADE I 23
Os Sistemas de
Abastecimento de Água
do Império Romano
UNIDADE I 25
No século III, Roma tinha um grande número de
aquedutos para uma população de mais de um
milhão de pessoas que usavam a água de maneira
extravagante. Não havia, ainda, a consciência da
importância da preservação desse presente da
natureza.
UNIDADE I 27
Piqueira e Brunoro (2000, p. 5) afirmam que do-se no interior dos seres vivos, por processos
“sendo inevitável consumir energia, é importante fisiológicos complicados, nas mais diversas mo-
haver bom senso na sua distribuição e renovação e dalidades, sendo essencial para funções como
também a consciência de que é urgente desenvol- respiração, excreção, reprodução, manutenção de
ver novas tecnologias não poluentes para obtê-la”. temperatura e condução de impulsos elétricos
A obtenção de energia para manter a sociedade, associados ao sistema nervoso. Os físicos pare-
hoje, está atrelada, quase inevitavelmente, à degra- cem falar de algo mais abstrato, calculável por
dação ambiental. A escolha adequada da matriz equações, relativo a situações mais simples, como
energética (distribuição entre as formas de gera- carrinhos descendo montanhas-russas ou cargas
ção) mundial não pode levar em conta apenas os elétricas em movimento nos circuitos.
custos imediatos: deve assegurar a qualidade de Os conceitos empregados nas duas disciplinas,
vida das futuras gerações. entretanto, são integrados e remetem a mesma en-
Veremos, a seguir, alguns dos aspectos relativos tidade física: a capacidade de um corpo (ou sistema
ao uso da energia e suas implicações. Iniciamos de corpos), em qualquer escala espacial, produzir
com a ideia geral de que a energia é o bem de movimento próprio ou de outros corpos que estão
capital de maior valor para a nossa espécie, dis- no seu entorno. Assim, o ser humano, nas atividades
cutindo-a no que se refere à utilização humana. diárias, todo o tempo utiliza energia. Ele a retira
Nas aulas de Biologia e Física, estamos acostu- dos alimentos que ingere e, como se fosse uma
mados a nos deparar com dois conceitos aparen- máquina, transforma-a nas diversas modalidades
temente díspares de energia. Os biólogos parecem necessárias ao funcionamento do seu organismo.
falar de algo concreto, que passa do Sol para as A Tabela 1 ilustra o gasto de energia do corpo
plantas e dessas para os animais, transforman- humano em diversas atividades:
Datilografando
55 Carpintaria 150-180 Remando 120-600 Escalando 400-900
rapidamente
Tocando
40-50 Caminhando 130-240 Nadando 200-700 Esquiando 500-950
violino
Lavando Subindo
60 - - 1000
louça escadas
Passando
60 - - -
a ferro
Homem
230 80
tecnológico
Média de 127 países
Mortalidade infantil
Homem agrícola
20
avançado
Homem agrícola 40
12
primitivo
Homem 20
6
caçador
Homem
2
primitivo
0 2 4 6 8
0 50 100 150 200
Uso de energia TEP per capita por ano
Consumo diário per capita (mil kcal)
UNIDADE I 29
Verificamos, então, que a energia é essencial à vivência na Terra. Outro foi a ECO 92 ou United
vida e fator de conforto e bem-estar. Entretan- Nations Conference on Environment and Deve-
to seu consumo é fator relevante nos problemas lopment - Unced, realizada no Rio de Janeiro, que
ambientais, principalmente em decorrência do frisou o problema da utilização de combustíveis
emprego de combustíveis fósseis na produção de fósseis na produção de energia devido à emissão de
eletricidade, no setor de transporte e na indústria. CO2 e o consequente agravamento do efeito estufa.
Resolver esse problema eliminando a causa, evi- O Protocolo de Kyoto (1997) procurou restrin-
dentemente, é uma tarefa muito difícil, pois os com- gir a emissão de CO2 dos países, sugerindo o em-
bustíveis fósseis respondem por mais de 90% do con- prego de mecanismos para um desenvolvimento
sumo atual de energia mundial. Entretanto não parece limpo. O recente acordo de Paris (2015) rege as
impossível, dadas as alternativas de fontes renováveis emissões de CO2, estabelecendo limites a serem
disponíveis hoje. Usar gás natural nas termelétricas é atingidos em 2020.
interessante, pois, em comparação com os combus- Para dar uma ideia dos reais responsáveis pelo
tíveis fósseis, emite metade do CO2 por kWh e pra- efeito estufa e pela degradação ambiental, apre-
ticamente não emite óxidos de enxofre e nitrogênio. sentamos a Tabela 2, com o volume anual de CO2
Fazendas de produção de energia a partir de emitido por diversos países.
biomassa representam outra solução bastante con-
vidativa, uma vez que o CO2 por elas emitido pode Emissão de CO2
ser reabsorvido nos processos de fotossíntese e não (toneladas de CO2 per capita)
há emissão de óxidos de enxofre e nitrogênio. Há, Quantidade Países
ainda, a energia solar, que pode ser utilizada como
fonte quente nas termelétricas ou ser diretamente Entre 16 e 36 Estados Unidos
e Austrália.
convertida em elétrica, nas células fotovoltaicas.
As desigualdades entre os países, no entanto, de- Entre 7 e 16 Japão, Canadá, Rússia,
terminam diferenças não só no volume de energia Ucrânia, Polônia e África
consumido (os pobres consomem menos que os do Sul.
ricos), como também na forma de obtê-la: as me- Entre 2,5 e 7 União Europeia, China,
lhores soluções para a matriz energética dos países México, Chile, Argentina e
desenvolvidos, quando aplicadas ao contexto de paí- Venezuela.
ses em desenvolvimento, nem sempre serão ótimas.
Entre 0,8 e 2,5 Brasil, Índia, Indonésia,
A questão energética influencia diretamente o países da América Central
desenvolvimento e o meio ambiente. Não podemos e Caribe.
privilegiar o primeiro provocando drásticos impac-
tos no segundo. É nisso que se fundamenta o concei- Tabela 2 - Emissão de CO2 (toneladas per capita)
to de desenvolvimento sustentável, que defende não Fonte: Goldemberg (1998).
só a qualidade de vida atual, mas também a herança
a ser deixada para as gerações futuras, propondo a Os Estados Unidos, um dos maiores emissores de
proteção e a manutenção dos sistemas naturais. CO2, posicionaram-se contra as medidas propos-
Um passo significativo para a concretização tas, alegando que elas acarretariam uma redução
desse conceito foi a Conferência de Estocolmo, em drástica na sua economia, podendo provocar re-
1972, que enfatizou a questão ambiental e a con- cessão. Esse é um exemplo da tentativa suicida de
UNIDADE I 31
1. O abrigo do homem pré-histórico em cavernas, além da proteção contra espécies
predadoras, proporcionava:
a) Conservação da energia térmica.
b) Aquecimento.
c) Resfriamento.
d) Trocas de calor rápidas.
e) Aquecimento brusco.
32
5. A ordem Dórica representa:
a) Fome.
b) Pressão.
c) Dor de cabeça.
d) Ação impulsiva.
e) Pensamento.
33
9. O Coliseu, obra de referência da civilização romana, é usado, até hoje, como
modelo para projetos de:
a) Casas.
b) Prédios.
c) Pontes.
d) Estradas.
e) Estádios.
10. A qualidade de vida nas cidades urbanas do Império Romano teve uma melhoria
considerável pela introdução de:
a) Luz elétrica.
b) Água potável.
c) Rede de esgotos.
d) Ruas e calçadas.
e) Transporte coletivo.
34
13. Os aquedutos romanos transportavam água fazendo uso da energia:
a) Cinética.
b) Eólica.
c) Elétrica.
d) Potencial Gravitacional.
e) Nuclear.
14. Os dois aspectos vitais para a espécie humana envolvidos na concepção dos
aquedutos são:
a) Água e Energia.
b) Água e Ar.
c) Ar e Energia.
d) Oxigênio e Água.
e) Oxigênio e Energia.
15. Além das aplicações de higiene proporcionadas pelos aquedutos, seus principais
benefícios envolviam:
a) Agricultura e Pecuária.
b) Pecuária e Mineração.
c) Mineração e Agricultura.
d) Pecuária e Qualidade do ar.
e) Qualidade do ar e Mineração.
17. Quantos kWh, por dia, gasta o homem tecnológico? Quanto gastava o homem
agrícola primitivo? (Considere 1cal = 4J.)
35
19. Considere os seguintes dados a respeito da energia elétrica no Brasil, fornecidos
pelo IBGE:
a) Considerando que cada pessoa toma um banho por dia, qual o consumo médio
mensal de energia por residência?
b) Compare o valor obtido no item anterior com os 100 kWh dados como limite
pelos órgãos governamentais.
c) Qual o consumo nacional anual em kWh, considerando apenas o gasto com
banhos?
d) Se uma residência tem, além do chuveiro, 3 lâmpadas de 100 W (1 hora por
dia), uma geladeira de 300 W (8 horas por dia) e um ferro de passar roupa de
500 W (1 hora por dia), qual será o custo mensal da conta, considerando que
o consumo acima de 200 kWh é sobretaxado em 50%?
e) Considerando que uma termelétrica emite 100 g de CO2 por kWh, quantas to-
neladas desse gás seriam emitidas por ano se toda a energia relativa a banhos
do Brasil passasse a ser gerada dessa maneira?
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LIVRO
WEB
PET-Civil
O blog PET-Civil da UFJF é um trabalho de ótima qualidade realizado por alunos
dessa instituição, tratando de maneira interessante as questões históricas da
Engenharia. Para boas leituras sobre História da Engenharia, consulte-o.
<https://blogdopetcivil.com>.
37
BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. V. Introdução à engenharia. Florianópolis: UFSC, 2000.
PIQUEIRA, J. R. C. Reflexões sobre história do ensino de Engenharia. Porvir: Inovações em Educação, 2014.
Disponível em: <http://porvir.org/reflexoes-sobre-historia-ensino-de-engenharia/>.
PIQUEIRA, J. R. C.; BRUNORO, C. M. Energia: uso, geração e impactos ambientais. São Paulo: Editora Anglo,
2000. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/266247679_ENERGIA_uso_geracao_e_im-
pactos_ambientais>. Acesso em: 06 nov. 2017.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <https://cpalexandria.wordpress.com/2012/02/13/definicao-contemporanea-de-pre-historia/>. Acesso
em: 06 nov. 2017.
2
Em: <http://rhistoriaz.blogspot.com/2013/06/historia-geral-i-pre-historia.html>. Acesso em: 06 nov. 2017.
3
Em: <http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/seu-destino/egito>. Acesso em: 06 nov. 2017.
4
Em: <https://blogdopetcivil.com/2016/09/26/historiadaengenhariaromaantiga/>. Acesso em: 06 nov. 2017.
5
Em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Rimini>. Acesso em: 06 nov. 2017.
6
Em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d8/Pont_du_Gard_Oct_2007.jpg>. Acesso em:
06 nov. 2017.
7
Em: <https://www.infoescola.com/historia/aquedutos-romanos/>. Acesso em: 06 nov. 2017.
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1. O abrigo do homem pré-histórico em cavernas, além da proteção contra espécies
predadoras, proporcionava conservação da energia térmica, isolando o ambiente.
(Alternativa A)
2. Os Egípcios se destacaram nas engenharias: Elétrica e Civil. (Alternativa B)
3. Os tijolos dos egípcios eram: com formato semelhante aos atuais. (Alternativa C)
4. Para os gregos, a Arquitetura era: uma arte. (Alternativa A)
5. A ordem Dórica representa: pensamento. (Alternativa E).
6. Os monumentos e obras da civilização Egípcia se fundamentavam: na prática e na in-
tuição dos trabalhadores. (Alternativa D)
7. A navegação à vela, iniciada pelos Egípcios e Fenícios, fazia uso da energia Eólica. (Al-
ternativa B)
8. Além das técnicas de construção, em quais áreas de Engenharia os romanos contribuí-
ram: transporte e materiais. (Alternativa C)
9. O Coliseu, obra de referência da civilização romana, é usado até hoje como modelo para
projetos de: estádios. (Alternativa E)
10. A qualidade de vida nas cidades urbanas teve uma melhoria considerável pela introdução
de: ruas e calçadas. (Alternativa D)
11. As estruturas em arco permitem: melhor distribuição de peso. (Alternativa A)
12. O concreto inventado pelos romanos era constituído de: pó vulcânico, tijolo, gesso e
água. (Alternativa B)
13. Os aquedutos romanos transportavam água fazendo uso da energia: Potencial Gravi-
tacional. (Alternativa D)
14. Os dois aspectos vitais para a espécie humana envolvidos na concepção dos aquedutos
são: água e energia. (Alternativa A)
15. Além das aplicações de higiene proporcionadas pelos aquedutos, seus principais bene-
fícios envolviam: mineração e agricultura. (Alternativa C)
16. 3,6 . 106J.
17. Homem tecnológico: 255 kWh; homem agrícola primitivo: 13,3 kWh.
18. A energia gasta, per capita, em um país de 10 mortes por 100 nascimentos, é 7,5 vezes
maior que a gasta por um de 40 mortes por 100 nascimentos.
19.
a) 57,6 kWh.
b) 1,92% do total proposto são gastos só com banhos, sobrando 98,08 kWh para o res-
tante das atividades.
c) 1,9.1010 kWh.
d) R$ 27,65, desconsiderando-se os impostos.
e) 1,9.106 toneladas.
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Dr. José Roberto Castilho Piqueira
A Engenharia como
Atividade Artesanal
e o Surgimento das
Primeiras Escolas
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender que a Engenharia, embora essencial para • Entender como as atividades expansionistas de reis e
o desenvolvimento humano, até o final do século XVII, era imperadores incentivaram as primeiras escolas militares
considerada tarefa de artesãos e operários e de pouco para o ensino da Engenharia, ainda como prática artesanal.
valor intelectual. • Verificar como a corrente filosófica do Positivismo apro-
• Compreender que a Engenharia, até o século XVII, era ximou a Engenharia das Ciências Básicas, que passou a
exercida com extrema habilidade artesanal, guiada pela utilizar os princípios da Física e da Matemática de maneira
intuição e pela experiência. sistematizada.
• Entender que, nessa época, Filosofia e Ciência eram con- • Verificar o surgimento e difusão das Escolas Politécnicas,
sideradas atividades intelectuais nobres e de pouca in- trabalhando a combinação dos conhecimentos científicos
fluência na Engenharia. com a habilidade tecnológica.
O Construtor Visto
como Operário
UNIDADE II 43
Civilizações diferentes deram soluções diver-
sas e criativas para o problema. Os romanos,
como já vimos, desenvolveram o cimento que
servia de liga entre as partes e, além disso, ali-
sado, embelezava as áreas externas (Figura 1).
UNIDADE II 45
Apesar da distância social e das diferenças cação e controle de forças, como aparelhos utiliza-
de costumes entre o mundo dos filósofos e dos dos para condicionamento físico.
operários da construção, os esgotos, teatros, pa- No final da Idade Média, a ciência procurou
lácios, estradas, pontes e engenhos de guerra fo- buscar explicações para os fenômenos mais pró-
ram construídos, baseados no saber científico que ximos da natureza, afastando-se um pouco do
começava a se concretizar. Na Grécia Clássica, os mundo das ideias de Platão e comprovando essas
conhecimentos de Matemática de algumas escolas explicações experimentalmente. A consequência
filosóficas serviram para desenvolver a Mecânica disso é que teorias formuladas e comprovadas
e diminuir o trabalho manual (SCHNAID et al., permitiram o aparecimento da engenharia, com
2006). Por exemplo, roldanas (Figura 3) facilita- projetos fundamentados em cálculos, baseados
ram transporte de materiais em construções e nos princípios enunciados pela ciência. Esses
navios, enquanto que moinhos (Figura 4) viabi- princípios descrevem os fenômenos e predizem
lizaram a produção de alimentos. comportamentos de sistemas que permitem as
Atualmente, o uso de roldanas é geral e aplicável prescrições, isto é, escolhas de parâmetros e gran-
às mais diversas atividades que requerem multipli- dezas físicas que levam a resultados esperados.
UNIDADE II 47
Estágios de desenvolvimento e consumo de energia
Alimentação Moradia e Indústria e Transporte
comércio agricultura
Homem
77x102 industrial
Homem
20x102 agrícola
avançado
Homem
12x102 agrícola
primitivo
Homem
6x102 caçador
Homem
2x102 primitivo
UNIDADE II 49
As Academias Militares e
Escolas Navais como
Precursoras das Escolas
de Engenharia
“
“
A atividade da engenharia era vista como
intelectualmente menor, própria dos artífices
e artesãos, que passavam seu conhecimento
sem preocupação com sistematização ou me-
todologia. Pertencia ao mundo dos trabalha-
dores braçais, e os intelectuais preocupavam-
-se com questões filosóficas e metafísicas.
Os exércitos, entretanto, perceberam a im-
portância da engenharia para as batalhas, e a
arte de construir passou a ser sistematizada,
com seu ensino incorporado ao treinamen-
to de oficiais de maior patente. No Brasil, as seguintes instituições foram
As escolas de navegação foram decisivas para formadas:
os descobrimentos, nos séculos XV e XVI. O • Em Salvador, na capitania da Bahia, a Es-
domínio das técnicas de construção naval cola de Artilharia e Arquitetura Militar
e da prática de conduzir navios tornou-se (1696);
essencial para as nações que procuravam • Na cidade do Rio de Janeiro, a Aula das
expandir suas fronteiras e buscar riquezas. Fortificações e Arquitetura (1698).
Essa era a engenharia até o final do século
XVII: técnicas de construção de pontes, du- Em Portugal, no ano de 1701, foi criada, também,
tos, armas e navios, reproduzindo os traços uma Escola, na cidade de Viana do Castelo, que
empíricos herdados das gerações anteriores, teve uma ação expressiva nas cidades fortifica-
restritas ao âmbito militar. das do Norte do país. Em 1707, essa Escola foi
Nessa época, as Leis de Newton, que haviam transformada na Academia Militar da Corte,
sido propostas no início do século 18, deixa- encerrada em 1779. Em 1790, a Academia Real
ram de ser vistas como filosofia da natureza, de Fortificação, Artilharia e Desenho passa a
sendo incorporadas aos trabalhos de enge- exercer importante papel no desenvolvimento
nharia, que ganharam contornos de projetos, da arquitetura e construção naval.
com as construções sendo pensadas com Nesse contexto nasceu a primeira escola bra-
abordagem baseada nos saberes científicos. sileira considerada de nível superior: a Escola
Naval. No início do século 19, Dom João VI,
Em Portugal, uma das nações hegemônicas da ao transferir a corte portuguesa para o Brasil,
época, existia a chamada “Aula de Fortificação e trouxe a Escola Naval de Portugal, que aqui se
Arquitetura Militar”, escola de engenharia militar, estabeleceu formando oficiais de alto nível até
criada no século XVII e transformada, no século os dias de hoje.
XVIII, na “Academia Militar da Corte”. Em Ma-
drid, a Academia de Matemáticas y Arquitectura
foi criada como sucessora da “Escola de Moços
Fidalgos do Paço da Ribeira”.
A Guerra da Restauração da Independência A Engenharia brasileira tem, na sua origem, for-
Portuguesa (1640-1668) gerou a necessidade da tes laços com as instituições militares. O trabalho
criação de uma Academia de Arquitetura Militar, constante do site a seguir é uma ótima referên-
fundada em 1647, por decreto de João IV de Por- cia para entender como essa relação se deu.
tugal. Essa academia era localizada em Lisboa e Acesse o link disponível em: <http://www.
nela eram lecionadas Matemática e Fortificação, cporpa.eb.mil.br/images/2016/int/hist_mil/UDIV/
sendo considerada uma das precursoras do ensino Apostila_Historia_Militar_Brasileira_Cap_6.pdf>.
superior militar e do ensino da engenharia no país.
UNIDADE II 51
O Positivismo
RACIONALISTAS
Descartes (1596-1650) e Leibniz (1646-1716) re-
presentavam o racionalismo e propunham que o
conhecimento se caracterizava por ideias inatas,
Descartes Leibniz
e a metodologia a ser aplicada deveria ser sempre
o questionamento metódico e crítico das fontes
Figura 7 - Descartes e Leibniz (racionalistas) de conhecimento (Figura 7).
MÉTODO
CIENTÍFICO
Apesar do embate metodológico, empirismo-ra-
cionalismo, os resultados são tentativas de traçar
modelos para a natureza.
Deve-se a Galileu (1564-1642) (Figura 8) a combi-
Galileu
nação das duas metodologias, resumidas, a seguir,
Figura 8 - Galileu Galilei como “método científico”.
UNIDADE II 53
Kant Comte
Passos do método científico (segundo Galileu): O conceito de mente estruturadora, com refe-
• Conceber uma ideia (razão); rências objetivas, passou a ser um importante pa-
• Montar uma experiência (empirismo) e radigma filosófico que, combinado com o avanço
traduzi-la em caracteres matemáticos (ra- científico da época, levou a perspectivas de refor-
zão e empirismo); mulação social e progresso expressas por Augusto
• Observar os resultados (empirismo) e Comte (1798-1857) em seu positivismo (Figura 10).
compará-los com as hipóteses (razão e Comte acreditava na reforma da sociedade
empirismo); pela reformulação das mentes e pela revolução
• Formular leis (empirismo e razão). científica. Teríamos uma revolução pacífica, li-
derada por especialistas educados pelo método
Nesse contexto, a ciência passou por um progresso científico.
tão grande que trouxe à baila importantes ques- Os positivistas propõem que a teoria seja for-
tões filosóficas, que aparecem no trabalho de Kant temente baseada na prática com a matematiza-
(1724-1804), em sua obra seminal Crítica da Ra- ção das experiências, sem problematizar qualquer
zão Pura (Figura 9). questão a respeito do conhecimento.
O ponto central da contribuição de Kant é Esse foi o mote para a criação de um grande
a separação estabelecida entre o conhecimento número de escolas de engenharia em todo mundo,
e a metafísica, retomando o conceito de sujeito, entre 1700 e 1900, com a crença de que o apren-
estabelecido por Descartes e a possibilidade de dizado matemático, suportado por leis e regras
estabelecer um sujeito associado a um conheci- vindas da experimentação, criaria uma sociedade
mento objetivo. mais livre e independente, vivendo com conforto.
UNIDADE II 55
O Positivismo e as
Escolas Politécnicas
UNIDADE II 57
Aliado a Teodoro Sampaio (Figura 12), apresen- Duas outras Escolas Politécnicas foram cria-
tou seu projeto de Escola à Assembleia Legislativa das no Brasil dentro do movimento positivista:
do Estado de São Paulo, sendo diariamente com- Bahia (1897) e Pernambuco (1912). As Escolas
batido por Euclydes de Cunha que, em artigos Politécnicas, a Escola Central do Rio de Janeiro e
publicados em importante jornal paulista, quali- a Escola de Minas são responsáveis por muito do
ficava o projeto de mirabolante e desnecessário. progresso experimentado pelo Brasil no século
Como consequência, o projeto de Paula Souza XX, servindo de modelo e de suporte para outras
e Teodoro Sampaio foi reprovado em sua primeira excelentes escolas hoje existentes.
proposição. Depois de dois anos de trabalho e Nesta unidade, apresentamos como a Enge-
negociações, a Assembleia Legislativa de São Pau- nharia passou a adotar os conhecimentos cien-
lo regulamentou, em setembro de 1893, a Escola tíficos em suas atividades de natureza tecnoló-
Politécnica de São Paulo. gica, dando início às atividades de formação dos
Outro grupo positivista brasileiro importante primeiros Engenheiros, inicialmente no âmbito
surgiu no Rio Grande do Sul e fundou a Escola militar e, posteriormente, no civil.
de Engenharia de Porto Alegre, em 1896. Essa Um resumo histórico do aparecimento das
escola forneceu parte significativa dos quadros primeiras escolas de Engenharia no Brasil e
técnicos das secretarias e agências do estado nas no mundo mostrou a atividade do Engenheiro
décadas seguintes, notadamente da Secretaria dos como elemento transformador da natureza, em
Negócios e de Obras Públicas. benefício da sociedade.
Para saber mais sobre Engenharia e Positivismo no Brasil, leia Positivistas e republicanos: os professores
da Escola de Engenharia de Porto Alegre entre a atividade política e a administração pública (1896-
1930) de Flávio Heinz, disponível em: <http://observatory-elites.org/wp-content/uploads/2011/11/
Heinz-Positivistas-e-republicanos.pdf>.
59
5. (MACKENZIE) - Sendo de 180 m3 por minuto a vazão de uma cascata e tendo a
água a velocidade de 4 m/s, qual a potência hidráulica desenvolvida por essa
cascata?
60
10. A filosofia racionalista diz que a única fonte legítima de conhecimento é:
a) A experiência.
b) O raciocínio.
c) As leis religiosas pré-estabelecidas.
d) Os escritores consagrados.
e) O trabalho braçal.
61
14. O grande progresso da Engenharia no século XIX se deve:
a) Ao ensino de filosofia.
b) Ao ensino de literatura.
c) Ao ensino aliando teoria e prática.
d) Ao trabalho de campo.
e) À disciplina nas escolas militares.
62
LIVRO
63
BUNGE, M. Matéria e Mente. São Paulo: Perspectiva, 2017.
SCHANAID, F.; ZARO, M. A.; Timm, M. I. Ensino de Engenharia: do positivismo à construção das mudanças
para o século XXI. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2006.
PIQUEIRA, J. R. C. Reflexões sobre história do ensino de Engenharia. Porvir: Inovações em Educação, 2014.
Disponível em: <http://porvir.org/reflexoes-sobre-historia-ensino-de-engenharia/>. Acesso em: 13 nov. 2017.
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souza.htm>. Acesso em: 10 nov. 2017.
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Em: < http://engenheirodevida.blogspot.com.br/2014/11/uma-homenagem-aos-engenheiros-negros.html>.
Acesso em: 10 nov. 2017.
64
1. D
2. B
3. E
4. A
5. 24 000 W
6. B
7. C
8. D
9. A
10. B
11. E
12. D
13. B
14. C
15. D
65
66
Dr. José Roberto Castilho Piqueira
Engenharia:
do Positivismo
à Integração
PLANO DE ESTUDOS
As Modalidades Divisão
de Engenharia de tarefas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Discutir como, ao longo do século XX, a Ciência se com- • Discutir possíveis divisões de tarefas nas áreas: Projeto,
partimentou e como a Engenharia seguiu os mesmos Execução, Operação e Manutenção.
caminhos. • Discutir de maneira genérica como a construção de um
• Mostrar a proliferação de denominações, de divisões e conjunto habitacional envolve as diversas modalidades
subdivisões, que influenciou a prática da Engenharia e da Engenharia.
afetou o desempenho profissional.
• Discutir como as modalidades podem ser agrupadas em
grandes áreas: Civil, Mecânica, Elétrica e Química.
Divisão de Tarefas,
Divisão de Competências
UNIDADE III 69
As ciências, à medida que aprofundaram seus A Engenharia Civil, com suas construções, pon-
conhecimentos, foram se fragmentando ao lon- tes, estradas, sistemas de abastecimento de águas
go dos séculos XIX e XX: a Física em Mecâ- e coletas de esgoto (Figura 2a) e a Engenharia
nica Clássica, Eletromagnetismo, Estrutura da Mineral, trabalhando a exploração e a obten-
Matéria, Cosmologia, Relatividade, Mecânica ção das riquezas minerais, transformando-as
Quântica, a Química em Orgânica, Inorgânica, em matérias para as mais variadas finalidades
Bioquímica, Físico-Química, Química Analí- (Figura 2b).
tica, a Biologia em Citologia, Histologia, Ge- Um fenômeno ocorrido no século XIX foi a
nética, Fisiologia, Botânica, Zoologia. Enfim, chamada Revolução Industrial, originária do uso
o conhecimento científico humano progrediu da máquina a vapor nas indústrias e nos trans-
e se acumulou em tal quantidade e qualidade portes, automatizando processos de produção e
que não há cérebro capaz de, nem ao menos, criando meios de transporte de massas (Figura 3).
enumerar todos os ramos. As máquinas térmicas, representadas pelos traba-
A Engenharia, filha da Ciência e sua discí- lhos de Sadi Carnot (1796-1832), aproveitavam os
pula, passou pelo mesmo processo. No início da conhecimentos da Termodinâmica e, acrescidas
fase em que, além dos militares, os civis passaram das máquinas simples (polias, talhas, alavancas)
a estudá-la (final do século XVIII e início do usadas nas construções, foram o embrião do que
século XIX), havia apenas duas modalidades. se chama hoje de Engenharia Mecânica.
UNIDADE III 71
As Modalidades
de Engenharia
UNIDADE III 73
Para regulamentar e dirigir o uso dessas tecnolo-
gias na área da saúde, a formação em Engenharia
Biomédica é adequada. Engenheiros Civis se en-
volvem na construção de fundações e edifícios de
contenção para os reatores. Engenheiros Mecâni-
cos e Eletricistas projetam os sistemas de troca de
calor e energia.
Cabe aos Engenheiros Químicos e de Materiais
os projetos relativos aos chamados combustíveis
nucleares, que são o ponto de partida dos me-
canismos energéticos. Em algumas
escolas de Engenharia estrangeiras
e brasileiras, há a habilitação
de Engenharia Nuclear, com
noções básicas das Enge-
nharias citadas, enfati-
zando o projeto, insta-
lação e manutenção das
plantas nucleares. Essa
é uma área de grande
atuação dos Físicos,
que desenvolveram
lasers potentes e al-
tamente controláveis
(Figura 9a).
UNIDADE III 75
Tecnologias de Petróleo e Tecnologias de Saúde
Gás
Engenheiros Mecânicos, Eletricistas e Biomédicos
Os combustíveis fósseis foram, e ainda são, os res- constroem equipamentos hospitalares, como res-
ponsáveis pela matriz energética mundial. En- piradores, tomógrafos, laparoscópios, equipamen-
genheiros Civis projetam, constroem e operam tos de ressonância magnética, instrumentos de
instalações de exploração e refino. No final do medição e instrumentos cirúrgicos, complemen-
século XX, a exploração de petróleo “off-shore” tando e facilitando o trabalho dos profissionais de
passou por um grande desenvolvimento, empre- saúde (Figura 11a).
gando um grande número de Engenheiros Navais Materiais sofisticados para próteses e órteses
no projeto, construção e operação de plataformas (Figura 11b) são desenvolvidos por Engenheiros
(Figura 10). Mecânicos e de Materiais, salvando vidas e recupe-
rando funções perdidas por acidentes ou doenças.
Figura 12 - Eletrodomésticos
UNIDADE III 77
Internet Forno de micro-ondas, Velcro, GPS e lentes
de contato nasceram nas pesquisas aeroespaciais,
Iniciada por uma rede militar estratégica dos Esta- voltadas para as viagens. Até mesmo o tratamen-
dos Unidos (Arpanet), mudou a vida das pessoas, to para a osteoporose recebeu relevante contri-
proporcionando acesso ao mundo da informação buição proveniente da análise de tripulantes das
em um simples apertar de botão (Figura 14). viagens.
Engenheiros, Físicos, Matemáticos, Cientistas
da Computação, Biólogos, Médicos, Economistas,
Juristas, Linguistas colocam o mundo do conhe- Automóvel e Sistema de es-
cimento à disposição de todos em sites, blogs e tradas de rodagem
redes sociais.
Relações de amizade se refazem, contatos com Os sistemas de estradas não são uma invenção
entes queridos distantes povoam o novo dia a dia do século XX, uma vez que já existiam desde a
das pessoas. Claro que estamos falando só do lado antiguidade, com os romanos. Entretanto o aper-
bom da tecnologia. A intriga, a mentira e a infor- feiçoamento da fabricação dos automóveis e seu
mação falsa estão fora da nossa análise. uso maciço como meio de transporte, criando
novos hábitos de mobilidade, proporcionou a
necessidade de estradas (rodovias) com pisos de
Exploração do Espaço alta qualidade e medidas de segurança efetivas.
A Engenharia Mecânica aprimorou os auto-
Embora não percebamos isso com clareza, muitas móveis (Figura 16) e a Engenharia Civil garantiu
das facilidades incorporadas ao nosso cotidiano a evolução da infraestrutura necessária para seu
tiveram origem nas viagens espaciais. uso (Figura 17).
Telefone
Soa jurássico, na época de celulares e tablets, lem- A qualidade de serviço da Engenharia de Te-
brar dos telefones fixos de uma única função. En- lecomunicações nos anos 60 era tão satisfatória
tretanto a evolução da telefonia no século XX foi que, nas principais cidades do mundo, imensos
decisiva para que as comunicações transformas- congestionamentos telefônicos passaram a ocorrer,
sem nosso planeta em uma aldeia global. por excesso de uso.Para aumentar a capacidade de
Até os anos 50, as ligações eram feitas manual- tráfego das linhas, os laboratórios Bell, de Nova
mente (Figura 18a), por telefonistas, com trans- York, conceberam a modulação digital PCM (Pulse
missão analógica, quando as centrais automáticas Code Modulation). O novo processo de modula-
cross-point eletromecânicas começaram a aparecer. ção, a miniaturização da Eletrônica e a evolução
Nos anos 60, houve uma evolução para as cen- dos computadores, levaram-nos, então, em menos
trais eletromecânicas de barras cruzadas (cros- de 20 anos, à integração total dos serviços de co-
s-bar) (Figura18b), transformando, para os pa- municação.
drões da época, a telefonia em confiável e rápido
meio de comunicação.
UNIDADE III 79
Computadores e Eletrônica
Mecanização da Lavoura
UNIDADE III 81
Abastecimento de Água e
Eletrificação
UNIDADE III 83
Uma Divisão
Aceitável
UNIDADE III 85
Controle da qualidade do ar e da água, produ- Esta é apenas uma visão geral de uma tentativa
ção de fármacos e alimentos permitem que a vida de organizar o trabalho multidisciplinar do
se prolongue e tenha qualidade. Materiais cerâmi- engenheiro. A Engenharia é tão ampla que,
cos, metálicos e plásticos contribuem para fabricar certamente, a abordagem está incompleta.
brinquedos, instrumentos cirúrgicos, máquinas,
mobiliário e computadores. Além disso, adquiriu Você é capaz de identificar as modalidades de
importância fundamental no mundo moderno, Engenharia envolvidas na produção de energia
otimizando o processamento de resíduos e os elétrica, nas usinas nucleares?
reciclando, o que contribui decisivamente para a Resposta:
sustentabilidade. • Química, na obtenção do combustível.
Não se pode esquecer da Engenharia de Produ- • Metalúrgica, na obtenção dos materiais
ção, que começou na grande área Mecânica e, hoje, metálicos sofisticados do reator.
é fundamental em todas, garantindo design e custos • Mecânica, nos diversos tipos de transfor-
compatíveis com as necessidades das populações. mação e troca de energia.
É importante, também, ressaltar que há • Civil, na construção das fundações, prédio
modalidades que combinam grandes áreas. Por e contenção.
exemplo, a Engenharia Ambiental combina Civil • Elétrica, no projeto da turbina.
e Química, enquanto que as Engenharias Naval e
Aeronáutica juntam a infraestrutura da Civil com
as três áreas clássicas da Mecânica.
Outra modalidade híbrida é a Engenharia de
Automação e Controle, ou Mecatrônica, combi- Tenha sua dose extra de
nando Eletrônica, Computação, Mecânica, e Pro- conhecimento assistindo ao
dução transforma a Cibernética em realidade a vídeo. Para acessar, use seu
cada dia que passa (BENNATON, 1986). leitor de QR Code.
Conforme você pode notar no texto desta sessão, o engenheiro tem sempre um leque amplo de
possibilidades de trabalho. No Brasil, a Engenharia é profissão regulamentada, seguindo normas do
CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia).
Para conhecer essa regulamentação, consulte: <http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.
asp?idEmenta=266>.
UNIDADE III 87
Construção ou Fabricação
Conforme discutido nesta sessão, o planejamen-
to e acompanhamento de projetos e obras são Toda construção ou fabricação deve ser gerencia-
decisivos para seu sucesso. O PMI (Project Ma-
da e acompanhada, para garantir a qualidade de
nagement Institute) é um órgão independente
que certifica engenheiros para essa atividade, sua execução, os prazos e os custos.
usando ferramentas de alto nível. Há, aqui, dois tipos de tarefas: a gerência do
Para saber mais sobre o PMI, visite o site: <https:// empreendimento, exercida a partir de programas,
search.pmi.org/default.aspx?q=PMO>. como PERT, COM, BIM ou PMO e o acompanha-
mento diário, in loco, de cada tarefa de construção
e montagem.
Via de regra, essas duas tarefas são exercidas
Especificação por pessoas diferentes e com perfis complemen-
tares, administrativo e construtivo.
Todo trabalho de Engenharia começa com uma
especificação que deve conter as características de-
sejadas para o produto ou obra. No caso de uma Operação
residência, por exemplo, onde se localiza e quais são
as dimensões do terreno? Qual a área construída O bom uso de um dispositivo, seja ele uma má-
desejada? Quantos cômodos e andares? Como são quina, uma estrada, um porto ou um aeroporto,
as redes de água, esgotos, energia e telefonia? Qual requer acompanhamento diário de engenheiros
o orçamento disponível? e técnicos, responsáveis por normas de operação
e atendimento, bem como leituras diárias de ins-
trumentos de medição de parâmetros críticos.
Projeto inicial
UNIDADE III 89
Sua concepção inicia-se com necessidade de ligar Definido o traçado, há o projeto que envolve
dois locais separados por algum fator geográfico que alterações de uso do solo, com demolições, proce-
impede ou dificulta o trânsito de pessoas e veículos. dimentos de terraplenagem, definições de pisos e
Nessa fase, estão presentes fatores econômicos, bordas e o projeto executivo, prevendo o preparo
sociais, ambientais e financeiros que determinam dos materiais e máquinas, bem como os custos de
a localização e o custo máximo permitido que, mão de obra. Do papel para a realidade, tarefa di-
uma vez definidos, dão a partida para as primeiras fícil, com trabalho durante possíveis intempéries,
especificações da obra. com alterações de circulação de veículos e pessoas
Possíveis esforços naturais a serem suportados, no entorno dos canteiros de obra.
cargas permissíveis devidas ao tráfego e aos fato- Depois das inaugurações, discursos e cortes
res geométricos dão início aos cálculos. Esforços de fitas, há a operação e manutenção, com me-
solicitantes e possíveis variações atmosféricas dições que podem ser sofisticadas e ações que
proporcionam a definição dos materiais, vigas, podem influenciar a rotina diária de motoristas e
pilares, pavimentação e sustentação. usuários de transporte individual e coletivo. Mais
Em seguida, vem o projeto executivo. Todos os uma vez, usando a linguagem diária, conceber,
materiais e custos de mão de obra são detalhados projetar, construir e manter uma avenida é tarefa
para que a obra possa ser iniciada e comece a sair de complexidade considerável.
do mundo do papel. A construção é árdua e requer Essa ideia de complexidade, explorada nos dois
acompanhamento constante para sanar proble- exemplos, carrega a carga semântica da disjunção,
mas não previstos no projeto e que são inevitáveis isto é, o problema complexo da implantação de
durante o trabalho de implementação. uma ponte ou via elevada é visto como decom-
Pronta e inaugurada, a ponte ou via elevada posto em sequência de operações, realizadas por
precisa ser mantida, com medições constantes pessoas diferentes que executam tarefas aparen-
usando sensores de posição e de cargas. O resul- temente estanques e sem conexão.
tado dessa monitoração permite a prevenção e A ponte ou via elevada são vistas e estudadas
correção de falhas. como sistemas fechados. Suas interações com
Recorrendo ao sentido habitual da palavra, o entorno são compreendidas de uma maneira
todos concordarão que conceber, projetar, cons- probabilista, como se fossem responsáveis pelo
truir e manter uma ponte constitui um complexo imponderável, atribuindo-se a elas fatores de se-
problema de engenharia. gurança que, nem sempre, funcionam adequa-
Outro possível exemplo é o da concepção, do damente.
projeto, da construção e da operação de uma ave- A queda do elevado Paulo de Frontin (Rio de
nida ligando dois bairros de uma cidade, com o in- Janeiro) e o incêndio sob a ponte da Avenida San-
tuito de melhorar a mobilidade urbana. Definir o to Amaro (São Paulo) são exemplos ilustrativos
traçado da via é o ponto de partida, problema que dessa falha de abordagem.
pode envolver complicadas questões econômicas, Da mesma maneira, a construção da avenida,
sociais e ambientais. Não basta o conhecimento da qual a ponte ou via elevada podem fazer parte,
geométrico para essa tarefa: o planejamento ur- se for vista como sistema fechado pode trazer mais
bano, combinando tráfego de veículos e pessoas, prejuízos do que benefícios. Basta olhar o “Minho-
aliado ao atendimento das populações a serem cão” de São Paulo para entender o estrago urbano
deslocadas, são elementos essenciais nessa tarefa. causado por uma melhoria de tráfego.
UNIDADE III 91
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
92
5. Assinale a afirmativa correta:
a) A chegada do homem à Lua não ocorreu, sendo uma farsa teatral do governo
americano.
b) A exploração do espaço não trouxe benefícios para a espécie humana.
c) As tecnologias de processamento de imagens se desenvolveram durante a
corrida espacial.
d) A existência de vida em outros planetas do Sistema Solar está comprovada.
e) Em Marte, a existência de energia hidráulica de quedas d´água contribui para
a existência de vida.
93
9. A grande área Civil é responsável por:
a) Geração de Energia.
b) Construção de navios.
c) Provimento de materiais cerâmicos.
d) Construção de estradas.
e) Construção de dispositivos de troca de energia em usinas.
12. Duas atividades essenciais para a vida fazem parte da grande área Química:
a) Qualidade do ar e computação.
b) Alimentos e distribuição de água.
c) Alimentos e Qualidade do ar.
d) Alimentos e redes de esgotos.
e) Alimentos e computação.
94
13. No projeto executivo de uma obra ou equipamento:
a) É necessário fornecer apenas o custo da mão de obra.
b) Não há necessidade de apresentar cronograma.
c) Todos os custos envolvidos devem constar, com o maior nível de detalhamento
possível.
d) Os dados relativos ao consumo de energia são desnecessários.
e) Caso a obra seja uma residência, os dados das fundações são irrelevantes.
95
LIVRO
96
BENNATON, J. O que é Cibernética. São Paulo: Editora Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 1986.
______. Reflexões sobre história do ensino de Engenharia. Porvir: Inovações em Educação, 2014. Disponível
em: <http://porvir.org/reflexoes-sobre-historia-ensino-de-engenharia/>. Acesso em: 13 nov. 2017.
SCHANAID, F.; ZARO, M. A.; TIMM, M. I. Ensino de Engenharia: do positivismo à construção das mudanças
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Dr. José Roberto Castilho Piqueira
Engenharia Civil
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Discutir e esclarecer os pontos de atribuição de atividades • Apresentar as diversas questões relacionadas à Engenha-
de Engenheiros Civis e Arquitetos, ressaltando a aborda- ria Civil: Materiais, Hidráulica, Estruturas e Transportes.
gem cooperativa. • Trabalhar os problemas ambientais das obras bem como
• Mostrar como se trabalha em um escritório de projetos, discutir escolhas de materiais mais econômicos e duráveis.
com ênfase nas ferramentas computacionais disponíveis.
• Descrever as diversas atividades concernentes a uma obra
civil, estendendo a discussão de relacionamentos huma-
nos com operários e auxiliares.
O Engenheiro e
o Arquiteto
UNIDADE IV 103
O progresso da modalidade de Engenheiro-Ar- de Engenharia Civil, ocorreu em meados do
quiteto foi bastante notável no início do século século XX, em todo o mundo, consolidando
XX, consolidando a Arquitetura como carreira a ideia de que o viver bem não está associa-
profissional específica, que agregou o urbanismo do apenas à qualidade técnica das obras, mas
como uma de suas atribuições adicionais. também a aspectos estéticos, humanos e sociais
Um dos mais eminentes egressos da Escola relevantes.
Politécnica de São Paulo, Luiz Ignácio de Anhaia A Engenharia Civil passa a ter um crescimen-
Melo, formado Engenheiro-Arquiteto, em 1913, to considerável nos aspectos relativos à tecno-
liderou a concepção do curso de Arquitetura e logia, com grande aprofundamento de conheci-
Urbanismo que passou a ser ministrado, então, na mento em várias áreas, todas com fortes ligações
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), com outras modalidades e com a arquitetura e
da Universidade de São Paulo, criada em 1948. o urbanismo.
O prédio da FAU-USP, localizado na cidade Entre essas áreas, destacam-se: o cálculo estru-
universitária de São Paulo, projetado por João Ba- tural, a geotécnica, os transportes, a hidráulica, a
tista Vilanova Artigas, também egresso da Escola construção e o planejamento urbano. Em todas
Politécnica, foi um marco para a transformação elas há a atividade de projeto, realizada em escri-
do ensino, pois buscava que seu interior (Figura 3) tórios, mas as atividades, como edificação, fiscali-
fosse um espaço de integração e aprendizado ativo. zação, operação e manutenção são realizadas em
O movimento de criação de Escolas de Ar- campo, exigindo, além do conhecimento técnico,
quitetura e Urbanismo, destacadas dos cursos a capacidade de liderança.
UNIDADE IV 105
e localização, bem como os custos esperados de • Pisos a serem utilizados;
material e mão de obra. • Revestimentos de paredes;
Nesse mesmo ambiente, são executados, • Tipos de tijolos;
também, os chamados projetos executivos que, • Projeto da cobertura e telhado;
de maneira detalhada, apresentam as listas de • Planejamento da fundação;
materiais, as dimensões dos compartimentos, os • Pias e louças dos banheiros e cozinha;
detalhes de fundação e de inserção no ambiente. • Localização e quantidade de lâmpadas,
Por exemplo, o primeiro passo para definir um interruptores e tomadas;
projeto de uma residência é determinar suas • Localização e definição dos encanamentos
funcionalidades: para uma residência sem so- de água e esgoto.
fisticações, 3 quartos, sala cozinha, banheiro e
garagem, o projeto funcional pode ser dado pela De posse do projeto executivo é que o engenheiro
planta da Figura 4. da obra pode iniciar seu trabalho de supervisão
O projeto executivo relativo ao desenho da da execução e de garantia do cumprimento das
Figura 4 consiste, entre outras definições, de: especificações.
UNIDADE IV 107
Engenheiro Civil
na Obra
UNIDADE IV 109
As Áreas de
Engenharia Civil
UNIDADE IV 111
Figura 9 – Arena Corinthians
UNIDADE IV 113
aconteceu quando se trocou o tijolo maciço pelo moderno. Além disso, a questão da sustentabi-
tijolo furado, fazendo com que o peso das paredes lidade da cadeia produtiva da construção civil
caísse de 200 para 120 quilos por metro quadrado. foi abordada.
Além disso, ao se fabricar cimento, produz-se
uma quantidade considerável de CO2, aumentan-
do o efeito estufa. A Figura 11 mostra a variação
do percentual dessas emissões, ao longo do tempo.
Assim, fica claro o efeito das obras de constru-
ção e extração de matérias-primas na destruição O professor Vanderley M. John é importante
da fauna e da flora. A água, também usada em pesquisador na área de construção sustentável.
abundância na construção civil, é, para o planeta Você pode encontrar o trabalho por ele
como um todo, produto escasso e caro, requeren- apresentado como tese de livre docência no
do cuidado e preservação. link: <http://www.ietsp.com.br/static/media/
Nesta unidade, discutimos a Engenharia Ci- media-files/2015/01/23/LV_Vanderley_John_-_
vil e sua importância para a construção da in- Reciclagem_Residuos_Construcao_Civil.pdf>.
fraestrutura necessária para a vida do homem
10,0
8,0
CO2 Cimento (%)
Brasil
6,0
4,0
Global
2,0
0,0
1920 1940 1960 1980 2000
Ano
115
ÁREA DA CASA = 72,32m²
8.00
ÁREA EXTERNA = 33,40m²
VARANDA
11.43
2.10 2.25 2.85 3.45
2.90
COZINHA QUARTO QUARTO
9.20
2.90
6.59
3.30
SALÃO
BANHO
2.25 BANHO SUÍTE
Fonte: (<http://www.tudoconstrucao.com/wp-content/uploads/2015/03/Planta-Baixa.jpg>).
116
6. A área do banheiro da suíte vale:
a) 4,7m2.
b) 8,9m2.
c) 9,1m2.
d) 2,7m2.
e) 2,0m2.
9. A Engenharia de Transportes é:
a) Um ramo da Engenharia Civil.
b) Um ramo da Engenharia de Materiais.
c) Um ramo híbrido: Civil-Logística-Materiais.
d) Um ramo da Engenharia de Produção.
e) Um ramo Híbrido Mecânica-Logística.
117
10. O planejamento urbano é uma atividade:
a) Exclusiva da Engenharia Civil.
b) Exclusiva da Arquitetura.
c) Híbrida Engenharia Civil-Produção.
d) Híbrida Engenharia Civil-Arquitetura.
e) Exclusiva da Câmara de Vereadores.
11. Os três principais fatores que fazem com que a indústria da construção civil
degrade o meio ambiente são:
a) Uso de recursos naturais, aumento da umidade relativa, consumo de petróleo.
b) Uso de recursos naturais, emissão de CO2 e uso da água.
c) Uso da água, emissão de CO2 e mudança da densidade do ar.
d) Aumento da umidade relativa, mudança da densidade do ar, uso da água.
e) Uso da água, emissão de CO2 e aumento da umidade relativa.
12. A mudança de tijolo maciço para tijolo vazado diminui o peso das paredes em:
a) 40%.
b) 66%.
c) 80%.
d) 60%.
e) 20%.
118
LIVRO
119
FICHER, S. Os Arquitetos da Poli. São Paulo: EDUSP, 2005.
SCHANAID, F.; ZARO, M. A.; TIMM, M. I. Ensino de Engenharia: do positivismo à construção das mudanças
para o século XXI. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2006.
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1. D
2. E
3. A
4. B. Analisando os dados: área construída= 72,32m2 ; área total=108,72m2. Logo, a relação pedida é:
72,32/108,72 = 0,66 ou 66%.
5. A. Analisando a figura, a área total dos quartos vale: 18,27 m2, obtidos por: (2,85+3,45)*2,90.
7. C
8. B
9. C
10. D
11. B
121
122
Dr. José Roberto Castilho Piqueira
Engenharia Elétrica
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Mostrar que a Energia Elétrica é a modalidade mais eco- • Discutir a controvérsia e o papel de Tesla no desenvolvi-
nômica para prover as populações de suas necessidades mento dos aparatos elétricos.
energéticas para a vida. • Descrever a evolução da rádio difusão para Internet.
• Mostrar como o domínio do fenômeno da “Indução Ele- • Apresentar as fontes de energia disponíveis e suas van-
tromagnética” mudou a sociedade. tagens e desvantagens na conversão em energia elétrica.
A Energia Elétrica como
Modalidade Intermediária
UNIDADE V 125
Ao imitar a natureza e utilizar a energia elétrica
como fonte intermediária, a espécie humana ex-
perimentou um grande progresso tecnológico,
tornando eficiente a transmissão de energia em
grandes quantidades.
Convertendo em energia elétrica, a energia
mecânica (Figura 3), a energia térmica (Figura
4), a energia eólica (Figura 5) ou nuclear (Figura
6) e usando linhas de transmissão para enviá-las
aos usuários, obtemos alta eficiência e qualidade
no provimento de energia às populações.
Adicionalmente, vivemos a era da rapidez do
processamento e da transmissão da informação,
iniciada pelos criadores da Cibernética: Norbert
Wiener, Alan Turing e John von Neumann e con-
solidada pela obra seminal de John von Neumann,
publicada, pela primeira vez, em 1958, propondo
uma arquitetura computacional análoga ao cére-
bro humano (VON NEUMANN, 1958).
É da engenharia dessas ações que esta unidade
trata: conversão e transmissão de energia, com-
putação e comunicações.
UNIDADE V 127
A Descoberta de Faraday
Figura 8b – gerador
de Van Der Graaf
Fonte: o autor.
UNIDADE V 129
Figura 9 – O início da Engenharia
Elétrica com Alessandro Volta
UNIDADE V 131
São marcos iniciais da tecnologia do século XX: Os computadores ganharam poderosos al-
• A conversão de energia mecânica em elé- goritmos de controle e tratamento de sinais,
trica, viabilizando as construções de usinas executados com rapidez inimaginável e ad-
geradoras, como as mostradas na Figura quiriram imensa capacidade de memória em
3, levando ao desenvolvimento industrial espaços pequenos, invadindo até mesmo a
(Figura 15) e ao desenvolvimento do trans- Medicina.
porte por tração elétrica (16). Adjetivar os engenheiros eletricistas, hoje, é
• A possibilidade de transmissão de sinais à tarefa impossível: Máquinas Elétricas, Sistemas
distância, sem a necessidade de fios conduto- de Potência, Automação e Controle, Computa-
res, fazendo uso das ondas eletromagnéticas ção, Microeletrônica, Telecomunicações, Redes
geradas por variações de campos elétricos e Inteligentes, Engenharia Biomédica, Energia,
magnéticos variáveis no tempo, permitiu o Processamento de Imagens, Engenharia de
grande desenvolvimento das comunicações Software e tantos outros nomes que nos con-
(Figuras 17 e 18). Considera-se que esse mar- fundem. Todos nascidos na descoberta de Mi-
co tecnológico se deve a Guglielmo Marconi chael Faraday.
(1874-1937), que propôs o primeiro sistema
prático de telégrafo sem fios, em 1896.
UNIDADE V 133
Corrente Contínua X
Corrente Alternada
UNIDADE V 135
Comparação de custo entre CC e CA
Custo
Corrente alternada
Corrente contínua
Linha em CA Linha em CC
mais econômica mais econômica
UNIDADE V 137
Entre 1864 e 1865, James Clerk Maxwell (Figu-
ra 21) (1831-1879) unificou as teorias de Young,
Ørsted, Ampère e Faraday em um conjunto de
equações, que passariam a ser conhecidas como
equações de Maxwell.
As equações de Maxwell englobaram as leis
da Eletricidade e do Magnetismo e, além disso,
previram a existência de ondas eletromagnéticas
que se deslocam no vácuo com a velocidade da
luz, ou seja, 300 000 km/s. Essa previsão foi veri-
Figura 20 – Thomas Young
ficada, experimentalmente, por Henrich Rudolf
Fonte: Wikimédia ([2017], on-line)4. Hertz (Figura 22) (1857-1894), em 1887, utili-
zando uma fonte de frequência conhecida para
produzir ondas eletromagnéticas estacionárias.
Hertz mediu o comprimento de onda e, como
a frequência da onda é igual à da fonte, ele, usando
a equação fundamental da ondulatória, v =λ. f,
verificou que a velocidade da onda era igual à da
luz, comprovando a teoria de Maxwell. Em reco-
nhecimento ao trabalho de Hertz, a unidade de
frequência, no Sistema Internacional de medidas
(SI), recebeu o nome de hertz.
Ondas eletromagnéticas são compostas por
um campo magnético perpendicular a um cam-
po elétrico (Figura 23). Assim como produzimos
ondas mecânicas na água, por meio da agitação
Figura 21 – James Clerk Maxwell
de uma varinha, podemos produzir ondas ele-
tromagnéticas no ar mediante a variação de uma
corrente elétrica, do movimento de uma carga
elétrica, de um campo elétrico
tica
ou magnético.
agné
E l e trom
OndaOnda Eletromagnética
po
Cam Campo o (B)
g nétic amp (E)
o
ma magnético C (B)
l é t r ico
e
Campo
elétrico (E)
a
ção d
Dire gação
a
prop
Direção da
propagação
Comp. . de
pde
Com(λ) (λ)
onda
onda
Figura 22 – Henrich Rudolf Hertz Figura 23 – Representação da onda Eletromagnética
Fonte: Wikimédia ([2017], on-line)5. Fonte: Encrypted... ([2017], on-line)6.
UNIDADE V 139
Fontes de Energia
BRASIL (2011)
Hidráulica2
81,7%
Hidráulica2
81,7%
Biomassa3
6,5%
Eólica3
Biomassa
0,5%
6,5%
Carvão e EólicaNatural
Gás
Derivados1 de 4,6%
Derivados 0,5%
2,7% Nuclear Petróleo
Carvão e Gás Natural
2,7% 2,5%
Derivados de 4,6%
1
Derivados
2,7% Nuclear
Figura 25 – Matriz energética (elétrica) brasileira – 2011 Petróleo
Fonte: Brasil Nosso ([2017], on-line)7. 2,7% 2,5%
Brasil Mundo
Urânio
Gás Carvão 6,4%
Hidro- natural 6,4% Carvão
elétrica 9,3%
15,0% Urânio 24,1%
1,2%
Gás
natural
Biomassa Petróleo e
Petróleo e 20,9%
29,7% derivados
derivados 35,3%
38,4%
Hidro- Biomassa
elétrica 11,2%
2,1%
UNIDADE V 141
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
142
5. A primeira máquina destinada a armazenar energia elétrica foi concebida por:
a) Pieter van Musschenbroek .
b) André Marie Ampère.
c) Michael Faraday.
d) Tales de Mileto.
e) Isaac Newton.
143
c) CC ou CA, pois são equivalentes.
d) Via rádio.
e) Via micro-ondas.
144
LIVRO
145
Carron, W.; PIQUEIRA, J. R. GUIMARÃES, O. Física-PNLD. São Paulo: Editora Ática, 2017.
NEUMANN, J. V. The Computer and the Brain, USA: Yale University Press, 1958.
PIQUEIRA, J. R. C.; BRUNORO, C. M. Energia: uso, geração e impactos ambientais. São Paulo: Editora Anglo,
2000. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/266247679_ENERGIA_uso_geracao_e_im-
pactos_ambientais>. Acesso em: 14 nov. 2017.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Pieter_van_Musschenbroek#/media/File:P_v_
Musschenbroek_t-E.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2017.
2
Em: <http://www.coe.ufrj.br/~acmq/leydenpt.html>. Acesso em: 16 nov. 2017.
Em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/79/%C3%98rsted.jpg/200px-%C3%98rsted.
3
Em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9b/Young_Thomas_black_white.jpg/200px-
4
146
1. D
2. B
3. D
4. D
5. A
6. B
7. B
8. B
9. A
10. A
Resolução:
11. E
12. A
13. A
Resolução:
147
148
Dr. José Roberto Castilho Piqueira
Engenharia
Química
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar a diferença entre Ciência Química e Engenharia • Descrever a metodologia para prever e controlar o balanço
Química. de materiais em processos.
• Mostrar como a indústria se estrutura nas diversas ativida- • Apresentar processos simples, com aplicações industriais,
des correlatas à Engenharia Química: Produtos, Alimentos de balanço de massas.
Fármacos, Materiais, Petróleo.
• Apresentar o conceito de operação unitária e como ele
permite simplificar os projetos e processos.
Ciência e Engenharia
UNIDADE VI 151
Tabela periódica
1 18
1 2
H He
hidrogênio hélio
1,008 2 13 14 15 16 17 4,0026
3 4 5 6 7 8 9 10
número atômico
Li Be 3
B C N O F Ne
lítio berílio Li símbolo químico boro carbono nitrogênio oxigênio flúor neônio
6,94 9,0122 lítio nome 10,81 12,011 14,007 15,999 18,998 20,180
[6,938 - 6,997] peso atômico (ou número de massa do isótopo mais estável)
11 12 13 14 15 16 17 18
Na Mg Al Si P S Cl Ar
sódio magnésio alumínio silício fósforo enxofre cloro argônio
22,990 24,305 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 26,982 28,085 30,974 32,06 35,45 39,948
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
potássio cálcio escândio titânio vanádio crômio manganês ferro cobalto níquel cobre zinco gálio germânio arsênio selênio bromo criptônio
39,098 40,078(4) 44,956 47,867 50,942 51,996 54,938 55,845(2) 58,933 58,693 63,546(3) 65,38(2) 69,723 72,630(8) 74,922 78,971(8) 79,904 83,798(2)
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
rubídio estrôncio ítrio zircônio nióbio molibdênio tecnécio rutênio ródio paládio prata cádmio índio estanho antimônio telúrio iodo xenônio
85,468 87,62 88,906 91,224(2) 92,906 95,95 [98] 101,07(2) 102,91 106,42 107,87 112,41 114,82 118,71 121,76 127,60(3) 126,90 131,29
55 56 57 a 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Cs Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
césio bário háfnio tântalo tungstênio rênio ósmio irídio platina ouro mercúrio tálio chumbo bismuto polônio astato radônio
132,91 137,33 178,49(2) 180,95 183,84 186,21 190,23(3) 192,22 195,08 196,97 200,59 204,38 207,2 208,98 [209] [210] [222]
87 88 89 a 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Nh Fl Mc Lv Ts Og
frâncio rádio rutherfórdio dúbnio seabórgio bóhrio hássio meitnério darmstádtio roentgênio copernício nihônio fleróvio moscóvio livermório tenessino oganessônio
[223] [226] [267] [268] [269] [270] [269] [278] [281] [281] [285] [286] [289] [288] [293] [294] [294]
57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
lantânio cério praseodímio neodímio promécio samário európio gadolínio térbio disprósio hólmio érbio túlio itérbio lutécio
138,91 140,12 140,91 144,24 [145] 150,36(2) 151,96 157,25(3) 158,93 162,50 164,93 167,26 168,93 173,05 174,97
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
actínio tório protactínio urânio netúnio plutônio amerício cúrio berquélio califórnio einstênio férmio mendelévio nobélio laurêncio
[227] 232,04 231,04 238,03 [237] [244] [243] [247] [247] [251] [252] [257] [258] [259] [262]
www.tabelaperiodica.org
Figura 3 – Tabela periódica dos elementos Licença de uso Creative Commons By-NC-SA 4.0 - Use somente para fins educacionais
Caso encontre algum erro favor avisar pelo mail luisbrudna@gmail.com
Fonte: Tabela Periódica (2016, on-line)1. Versão IUPAC (pt-br) com 5 algarismos significativos, baseada em DOI:10.1515/pac-2015-0305 - Atualizada em 27 de março de 2017
O bom uso da ciência Química e o entendimento Seus setores de atuação podem, de maneira
dos mecanismos de ligações e reações levaram a simplificada, ser enumerados (CREMASCO,
verdadeiras maravilhas: síntese de fármacos, pro- 2015):
cessamento de alimentos e melhoria da qualidade • Automobilístico: álcool, gasolina, óleo die-
dos solos estão entre elas. Começa, então, o encon- sel, lubrificantes;
tro da Ciência Química com a Engenharia Quí- • Construção: borracha, tinta, cal, cimento;
mica: produzir em escala as descobertas e sínteses • Eletrônicos: silicone, fibras de carbono;
realizadas nos laboratórios, disponibilizando-as • Energia: gás para aquecimento;
para a melhoria da vida. • Farmacêutico: antissépticos, anestésicos,
Essa é a essência da Engenharia Química: antitérmicos;
modificar a composição, conteúdo energético • Bebidas: cervejas (fermentação);
ou estado físico da matéria-prima, para que os • Fibras sintéticas: roupas, cortinas, cober-
produtos resultantes atendam determinado fim. tores;
Para efetuar essas modificações em larga escala, • Hortifrutigranjeiros: fertilizantes, fungici-
é necessário conceber um processo que deve ser das, inseticidas;
composto de várias fases: síntese, projeto, teste, • Limpeza: detergentes, desinfetantes, ceras,
escalonamento, operação, controle, otimização. sabões;
Assim, o Engenheiro Químico está na indústria • Metais: manufatura de aço e zinco;
de transformação, de uma maneira geral: borracha, • Plásticos: brinquedos, baldes, isolantes elé-
celulose, tintas, corantes, inseticidas, derivados de tricos.
petróleo, resinas, medicamentos e bebidas.
UNIDADE VI 153
Química e Indústria
UNIDADE VI 155
Uma vez implantada a unidade industrial e o que Os gestores (de projeto e financeiro) planejam
vai ser fabricado, cabe monitorar a operação da a produção do petróleo e dos produtos associados,
planta garantindo a qualidade de produtos, cata- bem como seu armazenamento e distribuição.
lizadores e processos (engenharia de produto). Engenheiros de venda pesquisam, desenvol-
Essa operação deve ser segura tanto do ponto de vem o mercado e são responsáveis por prover
vista interno como externo, protegendo os tra- assistência técnica, quando necessário.
balhadores de eventuais acidentes e cuidando da Essa amplitude das atividades de um Enge-
não degradação do meio ambiente (engenharia nheiro Químico proporciona uma grande super-
de segurança). posição com atividades de engenharia que rece-
bem outras denominações e que, talvez,
pudessem ser englobadas dentro
de uma grande área.
Por exemplo, o Engenhei-
ro Ambiental (Figura 5)
trabalha com tecnologias
que permitem o desenvol-
vimento dos diversos seto-
res, sem degradar o meio
ambiente. Cuida da água,
do ar e do solo, recom-
pondo e saneando regiões
e aprimorando matrizes
energéticas.
O Engenheiro de Ali-
mentos (Figura 6) cuida da
fabricação, análise, conserva-
ção e transporte de alimentos in-
dustrializados e de bebidas. Estuda
e acompanha o processamento de
matérias-primas básicas como o
leite, a carne, as verduras, as frutas
e os legumes.
UNIDADE VI 157
Operações Unitárias
UNIDADE VI 159
Balanço de Materiais
UNIDADE VI 161
1a Lei da Termodinâmica
(Balanço Energético)
A primeira lei da Termodinâmica é uma aplicação da equação de
balanço de quantidades extensivas. Especificamente em relação a
um sistema termodinâmico (Figura 9a):
to
en Pistão Cilindro
vim
Biela
Mo
Roda
Caldeira
Correia
Água Vapor
Calor
Eletricidade
Combustível
Gerador
Exemplo:
Uma companhia fabrica o produto P a partir
de um reagente R, sob a seguinte equação es-
tequiométrica:
UNIDADE VI 163
R → P + W, com W representando o resíduo indesejado da reação.
A Figura 10 esquematiza o processo, considerando-se que a
reação ocorre na unidade 1, na unidade 2, o resíduo é removido e,
na unidade 3, executa-se uma purificação.
WR
WR
E WP
WP
WW
C WW
WR A B D
WP 1 2 3
WW WR WR
WP WP
WW WW
WR
F WP
WW
Figura 10 – Processo de produção do produto P
Fonte: o autor.
A 200 ? 2 2
B ? ? ? ?
C 10 ? ? 10
D ? ? ? ?
E 150 30 120 0
F ? 28 12 0
A 200 196 2 2
B 200 ? ? ?
C 10 0 0 10
D ? ? ? ?
E 150 30 120 0
F 40 28 12 0
A 200 196 2 2
B 200 ? ? ?
C 10 0 0 10
D 190 58 132 0
E 150 30 120 0
F 40 28 12 0
UNIDADE VI 165
• Como na unidade 2, o fluxo B é igual à soma dos fluxos em
C e D, escrevemos:
wR = 0 + 58 = 58 kg/h; wP = 0 + 132 = 132 kg/h; wW = 10 + 0
= 10 kg/h e completamos a tabela.
A 200 196 2 2
B 200 58 132 10
C 10 0 0 10
D 190 58 132 0
E 150 30 120 0
F 40 28 12 0
167
5. A Engenharia Ambiental pode ser considerada da grande área Química, pois:
a) Trabalha com a previsão do tempo.
b) Cuida dos processos de preservação da qualidade da água, do ar e do solo.
c) Cuida das descargas elétricas na atmosfera.
d) Trabalha com o aumento da eficiência da produção.
e) Cuida da produção de materiais poliméricos.
168
10. Um container não vedado contém 25 kg de acetona e, duas horas depois, 23 kg
de acetona permanecem no container. A perda de massa foi de:
a) 6 kg.
b) 3 kg.
c) 8 kg.
d) Zero.
e) 2 kg.
12. Um gás ideal absorve 50cal de energia na forma de calor e se expande reali-
zando um trabalho de 100J. Considerando 1cal = 4J, qual a variação da energia
interna do gás?
169
LIVRO
170
CREMASCO, M. A. Vale a Pena Estudar Engenharia Química. São Paulo: Blucher, 2015.
GLOVER, C. J.; LUNSFORD, K. M.; FLEMING, J. A. Conservation Principles and the Structure of Engi-
neering. USA: McGraw Hill Inc., 1996.
REFERÊNCIAS ON-LINE
2017.
171
1. D
2. E
3. B
4. A
5. B
6. D
7. E
8. A
9. B
10. E
11. D
172
173
174
Dr. José Roberto Castilho Piqueira
Indústria e Produção
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Descrever os principais tipos de operações em uma in- • Apresentar os conceitos relativos ao ciclo de vida de pro-
dústria e apresentar, resumidamente, metodologias de dutos e empreendimentos, levando em conta parâmetros
gestão. de sustentabilidade.
• Apresentar métodos, aplicativos e processos para gestão • Descrever como considerar o ser humano como protago-
econômica de empreendimentos. nista do trabalho e de suas ações no ambiente.
• Descrever estratégias de montagem de sistemas de in-
formação para empreendimentos públicos ou privados.
Gestão de Operações
Administração
Item Valor (R$) Manutenção Usinagem Montagem
Geral
1 2 3 4
12%
5%
A gestão econômica é item fundamental para
a composição do custo dos produtos que, no
47%
mercado altamente competitivo como o atual,
36%
é decisivo para o sucesso do empreendimento.
Para saber mais sobre este assunto, leia o artigo
do site abaixo:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-92511996000200001>.
Figura 5 – 1- Salários; 2- Materiais; 3- Energia; 4 - Depreciação
Fonte: o autor.
191
A tabela abaixo se refere às próximas 4 questões:
Administr.
Item Valor (R$) Manutenção Usinagem Montagem
Geral
192
8. Os custos indiretos de fabricação, em reais, somam:
a) 4 200,00.
b) 3 200,00.
c) 4 700, 00.
d) 4 100,00.
e) 7 200,00.
193
12. A fase do ciclo de vida de um produto que envolve maior lucro é a:
a) Concepção.
b) Introdução.
c) Crescimento.
d) Maturidade.
e) Declínio.
194
LIVRO
195
MAXMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 2006.
NEUMANN, J. V. First draft of a Report on EDVAC. Moore School of Electrical Engineering, University of
Pennsylvania, 1945.
REFERÊNCIAS ON-LINE
3
Em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7e/Luther_Halsey_Gulick.jpg/800px-
Luther_Halsey_Gulick.jpg>. Acesso em: 23 nov. 2017.
4
Em: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSLSHUasl_IfwwEOjfsIiGMZDYi2Qgb8t-
MlPDomGJfw0vBifuGn>. Acesso em: 23 nov. 2017.
5
Em: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTA_s_8YQxu6_um5CR7jXUt9Q-
QHYMDmP6to7mDZZbjg6FXmPsgG_g>. Acesso em: 23 nov. 2017.
196
1. D
2. A
3. B
4. C
5. A
6. E
7. C
8. A
9. D
10. E
11. B
12. D
13. D
197
198
Dr. José Roberto Castilho Piqueira
Engenharia Mecânica
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Descrever as principais áreas de atuação da engenharia • Mostrar as diversas maneiras de transmissão de força e
mecânica e suas ramificações: máquinas, energia e fluidos, de movimentos no projeto de máquinas.
mecatrônica, naval e aeronáutica. • Descrever os principais processos relativos à produção de
• Descrever as principais conquistas da Engenharia Mecâ- máquinas e ferramentas, garantindo qualidade e precisão.
nica e suas ramificações: automóvel, programa espacial, • Descrever as técnicas de simulação de processos, permi-
fontes alternativas de energia, aviões, robótica, conforto tindo seu aprimoramento durante o projeto, sem neces-
térmico. sidade de construção prévia.
Elementos de
Engenharia Mecânica
Arquimedes (Figura 1), filósofo nascido em Siracu- ta já citado no tópico 2, da Unidade V, construiu
sa (Itália), em 287 a.C., realizou vários estudos que, a primeira bomba de vácuo.
nos dias atuais, são classificados como de Engenha- Seguindo o trabalho de Guericke, Robert Boyle
ria Mecânica, sendo o autor da frase: “deem-me (1627-1691) (Figura 2a) e Robert Hooke (1635-
uma alavanca suficientemente longa e um fulcro 1703) (Figura 2b) estabeleceram as relações entre
suficientemente forte e eu moverei o mundo”. as grandezas: pressão, volume temperatura.
Nos dias de hoje, podemos considerar a En- O trabalho de Boyle e Hooke permitiu esta-
genharia Mecânica como o ramo da tecnologia belecer que, quando um sistema gasoso desloca
que se ocupa da geração, transmissão e controle suas fronteiras (variação de volume), sua força
de movimentos e, portanto, tem como grandezas de pressão realiza trabalho mecânico, levando à
fundamentais a serem estudadas as forças, os tor- possibilidade de converter energia na forma de
ques, o trabalho e a energia. calor em energia mecânica útil.
O conhecimento e uso da Engenharia Mecâni- Essa ideia foi essencial para a construção da pri-
ca passou por grande desenvolvimento a partir da meira máquina térmica pelo engenheiro Thomas
Termodinâmica, isto é, dos fenômenos dinâmicos Savery (1650-1715) (Figura 3a), em 1697, movi-
provocados por trocas de calor cujos estudos ex- mentando pistões a partir de variações de volume
perimentais se iniciaram no século XVII, quando de gases aquecidos, baseada na máquina de Denis
Otto von Guericke (1602-1686), o mesmo cientis- Papin (1647-1712) (Figura 3b), de um único pistão.
Esse progresso tecnológico redundou na chamada “Revolução Industrial”, marcando a transição dos
métodos de produção artesanais para a produção usando máquinas. O início desse processo ocorreu
na Inglaterra e se espalhou por toda Europa Ocidental e Estados Unidos. Gradativamente, os pro-
cessos de produção foram aprimorados e, na segunda metade do século XX, iniciou-se a chamada
“Terceira Onda”, termo moldado por Alvin Toffler (1928-2016) (Figura 5a) em seu quase profético
livro (Figura 5b).
Toffler considera que o início da fixação em torno de suas produções agrícolas foi a primeira onda
de progresso da humanidade. A segunda onda foi a “Revolução Industrial” e a terceira foi a chamada
“Revolução da Informação”, marcada pelo uso maciço dos computadores e pelo desenvolvimento da
inteligência artificial.
O desenvolvimento das máquinas térmicas está diretamente ligado à “Revolução Industrial”. Para
entender melhor como isso ocorreu, consulte o site: <https://www.todamateria.com.br/revolucao-
industrial/>.
O uso do ciclo de Otto nos motores à combustão interna permitiu obter altas potências, com motores
leves e industrialmente reprodutíveis, transformando o carro em um bem de consumo de grande
utilidade.
Ao longo dos anos, os carros tiveram seus projetos aprimorados no que tange à segurança, ao conforto
e à estética. Além disso, houve o desenvolvimento de diversos tipos de combustíveis de alto desempenho.
Apesar de todas as vantagens que o uso maciço do carro trouxe para a humanidade, como foi pen-
sado inicialmente para ser movido a combustíveis fosseis, causou um sério problema para o planeta,
uma vez que contribui fortemente para as emissões de CO2, aumentando o efeito estufa.
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
Ele recebe energia na forma de calor de uma fonte quente, disponibiliza trabalho mecânico e, para
que possa voltar ao estado inicial e começar um novo ciclo, cede energia na forma de calor para uma
fonte fria. Por essa descrição, fica evidente a necessidade das duas fontes. Uma para fornecer a energia
ao motor, na forma de calor, e a outra para retirar a parcela do calor fornecido que não foi convertida
em trabalho mecânico e fazer o motor retornar à condição inicial.
No caso de um motor comum de automóvel, a queima do combustível, que gera o calor, é a fonte quente;
a atmosfera, para a qual o motor cede calor, é a fonte fria.
O processo de manufatura conhecido por junção consiste na combinação de componentes por soldas
(Figura 17a), rebites, parafusos (Figura 17b) ou materiais adesivos, como em um quadro de bicicletas
em que as diversas peças são soldadas formando o bloco.
Outro exemplo interessante de simulação computacional aparece na Figura 19, em que a permeabili-
dade de um reservatório do pré-sal é modelada e estudada, sem a necessidade de realizar caríssimos
experimentos no local.
Assim terminamos esta breve exposição sobre as Engenharias Mecânica, Mecatrônica, Aeronáutica e
Naval. Como você notou, a abrangência dessas áreas permite que a vida da espécie humana seja cada
vez melhor, mas há uma preocupação sempre presente com o esgotamento de recursos e a poluição
do nosso planeta.
219
5. A automatização da lavoura permite:
a) Plantação controlada eletronicamente.
b) Controle da umidade relativa do ar.
c) Controle de temperatura nas valas de plantio.
d) Controle do índice pluviométrico.
e) Controle de preços de mercado.
220
9. Rebitagem é um processo de:
a) Conformação.
b) Usinagem.
c) Fundição.
d) Corte.
e) Junção.
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LIVRO
222
WICKERT, J.; LEWIS, K. Introdução à Engenharia Mecânica. São Paulo: CENGAGE, 2016.
REFERÊNCIAS ON-LINE
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Em: <http://www.miniweb.com.br/ciencias/artigos/Imagens/carnot_sadi_001.jpg>. Acesso em: 27 nov. 2017.
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Em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Alvin_Toffler>. Acesso em: 27 nov. 2017.
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2. B
3. B
4. D
5. A
6. C
7. A
8. B
9. E
10. B
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Dr. José Roberto Castilho Piqueira
Engenharia da
Complexidade
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Descrever a maneira integrada de pensar a engenharia • Descrever o fenômeno da emergência e mostrar como
do ponto de vista da Teoria da Complexidade. tratá-lo em um projeto.
• Conceituar sistema aberto e seu projeto. • Mostrar como as ferramentas de “Big-Data” e Internet das
• Descrever as possíveis não linearidades e como cada uma coisas influenciam no projeto de um sistema.
delas altera o projeto de um sistema de Engenharia.
Engenharia
do Século XXI
significado conotativo atribuído à palavra, ao longo Nessa fase, estão presentes fatores econômi-
dos anos. No dia a dia do engenheiro, complexo é cos, sociais, ambientais e financeiros, que de-
tudo que apresenta dificuldades especiais em rela- terminam a localização e o custo máximo per-
ção à concepção, ao projeto, à montagem e à ope- mitido e, uma vez definidos, dão a partida para
ração. Por exemplo, uma ponte ou uma via elevada as primeiras especificações da obra. Possíveis
é uma obra que pode ser de alta dificuldade. Sua esforços naturais a serem suportados, cargas
concepção inicia-se com necessidade de ligar dois permissíveis devidas ao tráfego e aos fatores
locais separados por algum fator geográfico que geométricos dão início aos cálculos. Esforços
impede ou dificulta o trânsito de pessoas e veículos. solicitantes e possíveis variações atmosféricas
UNIDADE IX 229
proporcionam a definição dos materiais, vigas, Definir o traçado da via é o ponto de partida,
pilares, pavimentação e sustentação. problema que pode envolver complicadas questões
Em seguida vem o projeto executivo. Todos os econômicas, sociais e ambientais. Não basta o conhe-
materiais e custos de mão de obra são detalhados cimento geométrico para essa tarefa: o planejamento
para que a obra possa ser iniciada e comece a sair urbano, combinando tráfego de veículos e pessoas,
do mundo do papel. A construção é árdua e requer aliado ao atendimento das populações a serem des-
acompanhamento constante para sanar problemas locadas, são elementos essenciais nessa tarefa.
não previstos no projeto e que são inevitáveis du- Definido o traçado, há o projeto que envolve
rante o trabalho de implementação. Pronta e inau- alterações de uso do solo, com demolições, proce-
gurada, a ponte ou via elevada precisa ser mantida, dimentos de terraplenagem, definições de pisos e
com medições constantes usando sensores de po- bordas e o projeto executivo, prevendo o preparo
sição e de cargas. O resultado dessa monitoração dos materiais e máquinas, bem como os custos de
permite a prevenção e correção de falhas. mão de obra. Do papel para a realidade, tarefa di-
Recorrendo ao sentido habitual da palavra, fícil, com trabalho durante possíveis intempéries,
todos concordarão que conceber, projetar, cons- com alterações de circulação de veículos e pessoas
truir e manter uma ponte constitui um com- no entorno dos canteiros de obra.
plexo problema de engenharia. Outro possível Depois das inaugurações, discursos e cortes de
exemplo é o da concepção, projeto, construção fitas, há a operação e manutenção, com medições
e operação de uma avenida ligando dois bair- que podem ser sofisticadas e ações que podem
ros de uma cidade, com o intuito de melhorar a influenciar a rotina diária de motoristas e usuários
mobilidade urbana. de transporte individual e coletivo.
UNIDADE IX 231
Sistemas
Abertos
UNIDADE IX 233
Enfim, há uma infinidade de perguntas e ce- Mais uma vez, cenários diversos poderão ser
nários a serem simulados e analisados, trazendo simulados e estudados cuidadosamente, modelan-
melhor segurança decisória e acrescentando co- do o físico-químico, o biológico e o antropológico,
nhecimento à Engenharia. Além disso, o processa- levando o transdisciplinar ao nível de interação
mento dos dados, medidos continuamente pelos efetiva, aproximando possíveis aleatoriedades do
diversos tipos de sensores durante a construção e modelo do processo.
operação, permitirá cuidados preventivos e cor- Assim, a Engenharia da Complexidade
retivos de ampla eficiência. apresenta uma proposta multidimensional não
Da ponte para a indústria química. A implanta- totalitária e não doutrinária, que proporciona
ção da indústria de um certo produto começa por conexão flexível entre incerteza física e indeci-
uma criteriosa análise de sua adequação de bene- dibilidade teórica.
fícios e prejuízos para a população e para o meio Complementarmente, os princípios da Termo-
ambiente. Segue-se a escolha do local, problema a ser dinâmica não fazem apenas papel de condições
resolvido a partir de importantes questões ambien- de contorno complementares ou indesejáveis,
tais, econômicas, sociais e de segurança. O projeto passam a fazer parte integrante da concepção
envolverá a infraestrutura a ser construída para aco- dos projetos e obras representando importante
lher a planta, adequando-a a condições de pressão, abertura epistêmica.
umidade, temperatura e circulação de ar e água.
Esse é um projeto fortemente dependente do
processo a ser implantado, também de alta com-
plicação e passível de grande cuidado de produ-
ção, considerando o trabalhador interno e os cui- A Engenharia do século XXI passou a usar de
dados ergonômicos e de segurança que protejam maneira ampla e efetiva os conceitos de sistemas
a vida e proporcionem dignidade. abertos e de integração entre as partes de um
Com a fábrica em operação, para onde irão sistema.
os rejeitos? As normas de sustentabilidade serão Para saber mais sobre esse assunto, assista ao
respeitadas? A qualidade do ar e dos mananciais vídeo no link a seguir: <https://www.youtube.
serão preservadas? Todos esses fatores considera- com/watch?v=NFHsi_OA4dc>.
dos proporcionarão viabilidade econômica?
UNIDADE IX 235
Além do conhecimento advindo da teoria da Outro fator a ser considerado no contexto da
informação, proposta por Claude Elwood Shannon Engenharia da Complexidade é o da auto-orga-
(1916-2001) (Figura 6), os engenheiros de eletrôni- nização do sistema constituído pela obra e seu
ca e comunicações se serviram amplamente da teo- entorno físico, biológico e humano. A interação
ria de processos estocástico, do eletromagnetismo e física, por mais complicada que seja, tem meto-
da teoria dos circuitos para desenvolverem dispo- dologias relativamente bem desenvolvidas para
sitivos de modulação e demodulação, responsáveis serem estudadas e contextualizadas.
pela prontidão e ubiquidade dos acessos à Internet. As interações biológicas podem trazer maio-
Originalmente, esses avanços foram obtidos res e mais inesperadas surpresas. Alterações am-
por projetos e dispositivos lineares, isto é, aque- bientais produzidas por uma ação de Engenharia
les que satisfazem o princípio da superposição: o podem implicar degradações de paisagens e pro-
efeito da soma é a soma dos efeitos. Essa é uma pagação de doenças. O fator mais relevante a ser
hipótese que, quando satisfeita, proporciona facili- incluído é, entretanto, o antropológico. Obras de
dade de projeto e precisão de operação. Entretanto engenharia são trabalhos humanos que devem
os componentes eletrônicos apresentam não li- visar à melhoria da vida no planeta, sob os mais
nearidades e superposição de efeitos nem sempre variados aspectos.
satisfeitas, fato que pode dificultar os projetos, mas Não se pode esquecer que seres humanos são
incrementá-los, se bem utilizado. dotados de consciência e discernimento, o que
Em meados dos anos 80, houve uma grande pode influenciar de maneira direta decisões de
movimentação no mundo da Física e da Engenha- concepção, projeto, implantação e operação de
ria Mecânica com origem na facilidade compu- um sistema e, principalmente, contextualizá-los
tacional de simular sistemas dinâmicos descritos às condições humanas de cada população.
por equações diferenciais não lineares, produzin-
do o chamado caos determinístico.
Entende-se por caos determinístico o com-
portamento aleatório de um sistema dinâmico
descrito por equações não lineares determinis-
tas, associado à emergência de comportamentos
sensíveis às condições iniciais. Está, então, criada
a dicotomia, sempre própria da complexidade: o
imprevisível dentro do previsível.
Alguns circuitos elétricos apresentando esse
fenômeno foram desenvolvidos, e os campos da
modulação e da criptografia ficaram enriquecidos
com essas novas possibilidades.
O caos determinístico e sua emergência fazem
parte integrante da Engenharia da Complexidade
em suas diversas atividades de concepção e proje-
to, aprimorando a acuidade dos modelos das inte-
rações e, na implantação e operação, permitindo a Figura 6 – Claude Elwood Shannon
visualização de uma variedade maior de cenários. Fonte: Wikimédia ([2017])5.
UNIDADE IX 237
Emergência
UNIDADE IX 239
Engenharia de Dados
UNIDADE IX 241
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
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5. Sinais semelhantes a ruídos, sem fontes de ruídos ocorrem em:
a) Robots industriais lineares.
b) Circuitos elétricos não lineares.
c) Circuitos elétricos lineares.
d) Sistemas de comunicação lineares.
e) Linhas de transmissão lineares.
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LIVRO
244
MORIN, E. Introdução ao Pensamento Complexo. 5. ed. Porto Alegre: Editora Sulina, 2005.
BERTALANFFY. L. V. General System Theory: Foundations, Development, Applications. New York: George
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KONDEPUDI, D.; PRIGOGINE, I. Modern Thermodynamics: From Heat Engines to Dissipative Structures.
2. ed. Susex – UK: John Wiley and Sons Ltda., 2015.
REFERÊNCIAS ON-LINE
Em: <https://3.bp.blogspot.com/-f8cmJYYXaGI/U8-HDVVwUbI/AAAAAAAACio/nmyKNORW0Bs/s1600/
1
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CONCLUSÃO