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RESUMO:
O presente artigo busca compreender a geografia cidadã e como o ensino desta ciência
humana está sendo transmitido nas escolas públicas de acordo com a realidade do
nosso país, destacando não apenas o desenvolvimento de conteúdos escolares, mas o
estímulo ao conhecimento de conceitos e valores importantíssimos para a vida em
sociedade. Portanto, esse artigo tem por objetivo, fazer uma reflexão sobre a
estruturação desse ensino, visando compreender quais são as dificuldades que
precisam ser superadas nos dias atuais para que esse ensino possa contribuir na
formação da cidadania e principalmente no pensamento crítico e reflexivo do educando
para que ele possa ser capaz de interferir no meio e transformar o meio em que vive. O
referido estudo se iniciou por meio de um levantamento bibliográfico, onde foram
considerados livros, artigos e materiais de relevância para a pesquisa e que foram
adotados neste trabalho acadêmico.
1 INTRODUÇÃO
Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão
de Curso. 07.2018.
potencializar a capacidade intelectual do indivíduo. Constitui um processo único de
aprendizagem associado às formações escolar, familiar e social.
Idealizar uma sociedade com menos desigualdades, com política mais justa,
realizações interpessoais equilibradas e melhores condições de vida para todos os
cidadãos por intermédio da formação educacional é o que nos motivou a estudar este
tema de grande relevância.
O presente trabalho tem como objetivo conscientizar a população sobre a
importância do ensino da geografia e a transformação que a educação pode gerar em
nosso país de acordo com a realidade em que vivemos em relação à rede pública de
ensino e suas principais dificuldades.
O artifício que foi utilizado neste trabalho acadêmico foi feito a partir de uma
pesquisa bibliográfica, através de sites, livros e artigos que se diz respeito à importância
da geografia para o desenvolvimento dos alunos. Empregando citações, que trazem em
seu objetivo o entendimento específico e necessário.
A metodologia escolhida possibilita maior entendimento sobre os demais temas
que estão interligados de maneira direta e/ou indireta com a Geografia. Por meio desta
foi possível entender a relevancia da geografia nas organizações da sociedade e as
várias faces da educação.
A Geografia é uma das mais antigas ciências desenvolvidas pela civilização. Seu
nome tem origem grega. O prefixo “geo” representa Terra, enquanto o sufixo “graphos”
significa escrever. Ou seja, unindo os radicais, podemos dizer que ela se caracteriza
pelo estudo científico da superfície da Terra.
Inicialmente conhecida como História Natural ou Filosofia Natural, a Geografia,
além de explorar a área territorial do planeta, também estuda a relação dos habitantes
com ele. Nesse sentido, ela busca descrever e analisar fenômenos físicos, biológicos e
humanos que ocorrem no globo terrestre.
É primordial compreender a natureza das relações sociais e das relações entre o
ser humano e o meio. É por meio delas que conseguimos analisar a dinâmica do
mundo, dos povos e dos processos históricos que os influenciam.
Possibilitando compreender não só as relações sociais, mas também os
fenômenos que ocorrem na superfície terrestre e como esses fenômenos afetam a
população. Por meio dessa compreensão, podemos observar as diferenças entre os
povos, sua localização, suas diferenças sociais, econômicas e políticas.
Sua importância está relacionada à necessidade de se conhecer o espaço
geográfico, que pode ser entendido através das alterações e modificações produzidas
pelo homem em seu meio e que está em constante transformação ao longo do tempo.
Podemos dizer, então, que o espaço geográfico possui um caráter histórico e, por isso,
é capaz de contar a história e as características da ação humana sobre o meio em que
vive. Além do mais, também é campo de estudo da Geografia toda a dinâmica
superficial da Terra.
Portanto a geografia tem como objetivo principal entender a dinâmica do espaço
para auxiliar no planejamento das ações do homem sobre ele, observar as formas de
relevo, os fenômenos climáticos, as composições sociais, os hábitos humanos nos
diferentes lugares que são imprescindíveis para a manutenção da vida em sociedade.
Estudar o espaço geográfico pode ser útil para desvendar e entender os problemas
socioespaciais.
No que se refere às relações sociedade – natureza, a Geografia tem um
agravante e ao mesmo tempo uma característica peculiar, que confere à mesma um
discurso que gera expectativas em relação a essa discussão: “(...) um discurso e uma
prática que são tanto sociais como naturais” (CIDADE, 2001, p.100).
A ciência geográfica permite também analisar a relação entre o homem e o meio,
observando como se dá o uso dos recursos naturais e como esse uso impacta positiva
ou negativamente o meio ambiente. Essa compreensão do espaço geográfico e das
alterações provocadas pelo ser humano facilita a compreensão e um olhar crítico para
analisarmos a nossa própria existência, permitindo visualizar situações futuras e a
resolução de problemas.
O potencial de contribuição da geografia à educação escolar decorre da sua
própria natureza, como ciência que trata dos elementos naturais e humanos em sua
configuração espacial, em vista de uma explicitação relacional-interativa da construção
do mundo pelo homem. Assim, a Geografia busca apreender os eventos humanos em
sua dinâmica de espacialidade: onde ocorrem, como ocorrem e por que ocorrem na
concretude de lugar e mundo.
Portanto, a leitura geográfica da realidade não se restringe à descrição localizada
dos elementos naturais e efeitos da ação humana, mas analisa as inter-relações entre
os elementos em diversas escalas segundo objetivos de um estudo (local, regional e
Inter/supranacional), sob critérios de apreensão dos determinantes histórico-sociais das
diversas organizações espaciais identificadas.
De acordo com Castro Giovanni (1998), uma educação voltada para a cidadania
é necessária, pois é pela educação que as comunidades expressam sua cultura e
também terão capacidade de defendê-la quando outros valores forem tomados como
certos e universais.
Ensinar e aprender Geografia proporciona entender a sociedade onde se vive. É
fundamental a compreensão da real importância dos conhecimentos geográficos e o
seu ensino precisa ser renovado de forma que o educando possa ser visto como agente
social que reconstrói o conhecimento pelo aprendizado da cidadania e tem uma história
de vida a ser levada em conta no processo educativo.
O indivíduo desde seu início da sua vida vive em contato com a escola, é neste
local onde a criança tem seus estímulos aguçados e o faz se tornar um cidadão ativo
entre a sociedade em que vive, devendo ter em seu pensamento que ele deve buscar o
melhor para si e para os que estão ao seu redor, pois a cidadania consequentemente
se fortalece com a união de diversas pessoas ao seu redor.
Devemos nos concentrar no âmbito do cotidiano do indivíduo, de coisas ao seu
redor para que não haja a exclusão do mesmo no ambiente em que ele vive. A
Educação, direito de todos e dever do Estado e da família será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (apud
CAHALI, 2003, p. 124)
A escola tem dois objetivos principais na sociedade, que são: democratizar e
socializar o acesso ao conhecimento, além disso, é necessário promover a construção
moral e ética. Dessa forma, criam-se pessoas críticas, conscientes, engajadas e com
grande disposição para transformar a si e a sociedade.
Na Constituição do nosso país está explícito que a educação no Brasil é um
direito de todos e dever do Estado e da família, promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade. E deve visar o pleno desenvolvimento pessoal, exercício da
cidadania e a qualificação para o trabalho.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) trata dos princípios que regem a educação
nacional e do planejamento educacional para o país, caracterizando-se por seguir
filosófica e doutrinariamente o que define a Constituição. Ela estabelece os rumos que
deverá tomar a educação no país.
A política e o planejamento educacionais surgem da ação conjunta do texto da
Constituição e do contexto da LDB, que deve regular a vida das redes escolares de
forma geral e abrangente, haja vista as grandes diferenças regionais existentes, para
servir a todos os sistemas de ensino do país. (SOUZA; SILVA, 2001, p. 3).
Da mesma forma, através de uma LDB, pode-se afirmar ou não o instituto da
cidadania. A Lei 5692/71 é, basicamente, uma reforma da Lei 4024/61(Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional), ajustando a educação às novas necessidades do
mercado que surgem no contexto brasileiro a partir de l964. Ela “completa o ciclo de
reformas educacionais destinadas a ajustar a educação brasileira à ruptura política
perpetrada pelo golpe militar de 1964.” (SAVIANI, 1999, p. 116).
No Brasil a educação básica é dividida em três etapas: a educação infantil, o
ensino fundamental e o ensino médio. Geralmente as duas primeiras são oferecidas
pelos municípios, e a etapa final pela rede estadual, é fundamental que os municípios e
estados estejam em harmonia e com pensamentos alinhados para que essas etapas
tenham uma boa transição para os alunos. São essas etapas que antecedem o
ingresso do aluno ao ensino superior, sendo assim, primordial na formação do cidadão
e no preparo para o seu futuro.
A Educação Infantil é a primeira etapa da educação no Brasil, e tem o objetivo de
desenvolver os aspectos psicológicos, intelectuais, sociais e físicos. Ocorre em creches
e pré-escolas, com crianças entre 0 e 5 anos. Uma educação de qualidade nos
primeiros anos de vida pode gerar inúmeros benefícios na vida dos alunos, serve de
complemento para a educação feita pela família, mas não é apenas isso.
A Educação Infantil tem papel fundamental nessa etapa da vida da pessoa, é
preciso reformular o modo de como o homem se relaciona com a natureza e em
sociedade, nada mais eficaz que começar essa reformulação pelas sete crianças, que
são o futuro do país.
O aluno deve ser formado como um cidadão crítico, para assim ter uma maior
facilidade de compreensão do que está sendo proposto, assim desde o ensino
fundamental é importante desenvolver o olhar crítico do indivíduo, isso pode ser feito
com análise de imagens e interpretações e também a diferenciação de uma com a
outra. Quando se fala da educação relacionada à formação da cidadania do indivíduo,
se pode citar um trecho da obra de Santos (1987) dizendo que:
Damiani (1999) acredita existir grande relação entre a cidadania e o espaço por
ser no segundo que ocorrem as relações. Para o mesmo, um cidadão deve participar
de todos os acontecimentos, tendo conhecimento já que ele não é meramente um
objeto, mas sim um sujeito dinâmico e receptivo a mudanças.
Acerca dos deveres e da cidadania, Borges (2001) afirma que, para exercer a
cidadania plena, os indivíduos devem ter uma vivência de direitos e deveres em relação
a si mesmos e à sociedade em geral, e se tal relação é suscetível de localização,
caberá à Geografia um papel na formação do cidadão.
CONSIDERAÇOES FINAIS
De acordo com o presente trabalho foi possível realizar um breve histórico sobre
a geografia, identificando os pontos importantes que compõem e fazem com que essa
disciplina seja uma das matérias essenciais para a formação do cidadão. Trata-se de
uma ferramenta fundamental para ajudar o aluno a entender a realidade do mundo em
que vive e interpretar, as relações entre a sociedade e o meio físico.
Quando se trata do ensino e a educação no Brasil é possível observar as
dificuldades das escolas públicas, e a necessidade de uma intensificação nos
conteúdos repassados em sala de aula, ou seja, trazer para sua própria vivência, pois
os alunos necessitam de mais aprendizado e assimilação conforme o ambiente em que
se está inserido.
O ensino encontrado na maioria das escolas é pautado no professor como o
cerne do conhecimento, onde os alunos são meros receptores de informações.
Reverter este quadro não é uma tarefa fácil. Para que isto ocorra, o professor precisa
ser inovador, é necessário a inserção de novas práticas metodológicas no ensino, com
o intuito de despertar o interesse dos alunos.
Portanto a Geografia deve ser ensinada de forma criativa, interessante e de
qualidade, como qualquer outra disciplina. Ela proporciona a interação dos alunos com
sua realidade, de maneira crítica e criativa e a instituição escolar deve ser espaço vivo
de interação social, em que todos constroem conhecimentos em uma perspectiva
cooperativa e democrática.
REFERÊNCIAS
CAHALI, Yussef Said (Org.) Código Civil, Código de Processo Civil e Constituição
Federal. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 19-139.
CIDADE, Lúcia Cony Faria. Visões de mundo, visões da natureza e a formação de
paradigmas geográficos. São Paulo, Terra Livre, n. 17, p. 99-118, 2001.
DAMIANI, Amélia Luisa; CARLOS, Ana Fani A.; SEABRA, Odette Carvalho de Lima. O
espaço no fim de século: a nova raridade. [S.l: s.n.], 1999.
FERREIRA, Nilda Teves. Cidadania: uma questão para a educação. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1993.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino (org.). Para onde vai o ensino de Geografia? 5ª ed.
São Paulo: Contexto, 1994.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova. São Paulo: Hucitec-Edusp, 1987.