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JOVEM PROTAGONISTA

A democracia de uma nação pode ser medida pela participação dos seus cidadãos, particularmente, ao
nível da comunidade. Observa-se lentamente o crescimento das oportunidades para as crianças e
adolescentes participarem em suas comunidades naquelas nações aspirantes ao regime democrático, e em
particular nos países onde esse regime já está consolidado.
Com o crescimento dos direitos das crianças e adolescentes começamos a ver um crescente
reconhecimento das suas capacidades em falarem por si próprias. Contudo, durante séculos as
especificidades e necessidades das crianças não eram reconhecidas pelos adultos. A literatura nos diz que
foi uma longa caminhada histórica até as crianças serem percebidas em sua plenitude, na forma de ser e
estar no mundo. Hoje sabemos que, lamentavelmente, enquanto crianças e adolescentes a sua
participação ocorrem em diferentes graus em todo o mundo onde muitas vezes ela é de natureza
exploradora, manipuladora ou meramente decorativa.
A infância e adolescência são construções sociais e fatos biológicos. A maneira como são entendidas é
determinada socialmente; é sempre contextualizada em relação ao tempo, ao local e à cultura, variando a
classe, o gênero e outras condições socioeconômicas.
As crianças e adolescentes são atores sociais que de muitas formas participam da construção e determinam
a própria vida, e também a vida daqueles que as cercam e das sociedades em que vivem. Assim, são
compreendidas como construtores, desde o início da vida, do conhecimento, da cultura e da própria
identidade e isso requer o desenvolvimento de competências.
Para serem dotadas de confiança e competência e assim participarem de maneira autêntica, a elas devem
ser continuamente oferecidas condições para que se envolvam ativamente e exercitem situações de
tomada de decisão em diferentes níveis de temas que se referem a aspectos reais da vida. Essa
participação implica, necessariamente, no desenvolvimento de habilidades que permitam às crianças e
adolescentes influenciarem, através de palavras e atos, nos acontecimentos que afetam a sua vida e a vida
de todos aqueles em relação aos quais eles assumiram uma
atitude de não-indiferença, uma atitude de valoração positiva.
É pela experiência, pela atividade, pela iniciativa que a criança aprende, e, quando adulto, participará em
níveis mais complexos da atividade humana nos seus diversos âmbitos. As crianças têm algo a dizer e é
necessário aprofundar a reflexão sobre esse processo, sobretudo por aqueles que têm em seu poder a
condição para ajudá-las a ter voz ativa, mas que, involuntariamente ou não, não potencializam essa
condição ou mesmo, banalizam o seu envolvimento.
O Ensino Fundamental tem como objetivo geral para a sua estruturação curricular, a utilização de
diferentes linguagens - verbal, matemática, gráfica, plástica, corporal como meio para expressar e
comunicar ideias, interpretar e usufruir das produções da cultura.
Assim, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (1999), a escola, em
cumprimento ao seu papel primordial, deve pensar num currículo como instrumentação da cidadania
democrática, contemplando conteúdos e estratégias de aprendizagem que capacitem o ser humano para a
realização de atividades nos três domínios da ação humana: a experiência subjetiva (dimensão pessoal), a
vida em sociedade (dimensão social), a atividade produtiva (dimensão produtiva) e, incorporando como
diretrizes gerais e orientador as quatro
premissas apontadas pela UNESCO para a educação na sociedade contemporânea:

• APRENDER A CONHECER - Saberes que permitem compreender o mundo;


• APRENDER A FAZER - Desenvolvimento de habilidades e o estímulo ao surgimento de
novas aptidões;
• APRENDER A CONVIVER - Aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento do
outro e a percepção das interdependências;
• APRENDER A SER - Preparar o indivíduo para elaborar pensamentos autônomos e críticos; exercitar a
liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação.

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