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Caderno do Educador

Aulas de
Protagonismo
Anos Finais do Ensino Fundamental
9º ano
Pertence a:

Data:

Anotações:
Caderno do Educador

Aulas de
Protagonismo
Anos Finais do Ensino Fundamental
9º ano
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 5

Caro educador!
A democracia de uma nação pode ser medida pela participação
dos seus cidadãos, particularmente, em relação à sua atuação na co-
munidade. Observa-se lentamente o crescimento das oportunidades de
participação das crianças e adolescentes em suas comunidades naqueles países
aspirantes ao regime democrático, em particular onde esse regime já está consolidado.
Com o aumento da valorização dos direitos das crianças e adolescentes começamos a ver um crescente
conhecimento das suas capacidades de falarem por si próprias. Durante séculos as especificidades e necessi-
dades das crianças não eram reconhecidas pelos adultos, e a literatura nos diz que foi uma longa caminhada
histórica até as crianças serem percebidas em sua plenitude, na forma de ser e estar no mundo. Porém ainda
hoje, lamentavelmente, a participação de crianças e adolescentes muitas vezes é de natureza exploradora,
manipuladora ou meramente decorativa, em diferentes graus ao redor do mundo.
Infância e adolescência são construções sociais e fatos biológicos. A maneira como são entendidas é
determinada socialmente e são sempre contextualizadas em relação ao tempo, ao local e à cultura, e
podem variar de acordo com a classe, o gênero e outras condições socioeconômicas.
As crianças e adolescentes são atores sociais que de muitas formas podem e devem participar da constru-
ção e determinar a própria vida, e também a vida daqueles que as cercam e das sociedades em que vivem.
Assim, devem ser compreendidas como construtores, desde seu nascimento, do conhecimento, da cultura
e da própria identidade. Para que atuem plenamente nesses aspectos, precisam desenvolver integralmente
algumas competências.
Para serem dotadas de confiança e competência e assim participarem de maneira autêntica, a elas de-
vem ser continuamente oferecidas condições para que se envolvam ativamente e exercitem situações
de tomada de decisão em diferentes níveis de temas que se referem a aspectos reais da vida. Essa
participação implica, necessariamente, no desenvolvimento de habilidades que permitam às crianças e
adolescentes influenciarem, através de palavras e atos, nos acontecimentos que afetam a sua vida e a
vida de todos aqueles em relação aos quais eles assumiram uma atitude de não-indiferença, uma atitude
de valoração positiva.
É pela experiência, pela atividade e pela iniciativa que a criança aprende, e, quando adulto, participa em
níveis mais complexos da atividade humana nos seus diversos âmbitos. As crianças têm algo a dizer e
é necessário aprofundar a reflexão sobre esse processo, sobretudo por aqueles que têm em seu poder
a condição para ajudá-las a ter voz ativa, mas que, involuntariamente ou não, não potencializam essa
condição ou mesmo banalizam o seu envolvimento.
O Ensino Fundamental tem como objetivo geral para a sua estruturação curricular a utilização de diferentes
linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica, corporal – como meios para expressar e comunicar ideias,
interpretar e usufruir das produções da cultura.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
6 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Assim, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (1999), a escola, em
cumprimento ao seu papel primordial, deve pensar num currículo como instrumentação da cidadania
democrática, contemplando conteúdos e estratégias de aprendizagem que capacitem o ser humano para
a realização de atividades nos três domínios da ação humana: a experiência subjetiva (dimensão pessoal),
a vida em sociedade (dimensão social) e a atividade produtiva (dimensão produtiva), e incorporar como
diretrizes gerais e orientadoras as quatro premissas apontadas pela UNESCO para a educação na socie-
dade contemporânea:
• APRENDER A CONHECER - Saberes que permitem compreender o mundo;
• APRENDER A FAZER - Desenvolvimento de habilidades e o estímulo ao surgimento de novas
aptidões;
• APRENDER A CONVIVER - Aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento do outro e
a percepção das interdependências;
• APRENDER A SER - Preparar o indivíduo para elaborar pensamentos autônomos e críticos;
exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação.

A partir desses princípios gerais, o currículo deve ser articulado em torno de eixos básicos orientadores da
seleção de conteúdos significativos, tendo em vista as competências e habilidades que se pretende desen-
volver no Ensino Fundamental, considerando o contexto da sociedade em constante mudança e aprovada
validade e de relevância social desse currículo para a vida do futuro do estudante que atuará no mundo
que oferecerá cada vez mais e sempre, novos desafios.
Isso exigirá que a escola ofereça a condição para que esse estudante se enxergue atuando no mundo
a partir daquilo que ele projetar para si como ser humano autônomo, solidário e competente e crie as
condições, espaços e oportunidades para que ele participe ativamente da vida em seus distintos âmbitos.
O componente curricular Protagonismo foi introduzido neste Modelo na perspectiva de que a Escola
ofereça as condições para que a exploração desse currículo ocorra de forma plena e possa ser usufruído
pelos estudantes de maneira significativa. Ao estudante devem ser oferecidos espaços, condições e opor-
tunidades para as suas aprendizagens e dentre elas, aquelas que o possibilite envolver-se em atividades
direcionadas a empreender ele próprio a realização das suas potencialidades pessoais e sociais, atuando
como fonte de iniciativa (porque atuará e não será expectador de sua aprendizagem), liberdade (porque
exercitará a capacidade de analisar, avaliar e decidir) e compromisso (porque assumirá as responsabilida-
des sobre aquilo que decide).
Cada ser humano nasce com um potencial e necessita de certas condições e de um ambiente para se
desenvolver, sobretudo onde possam expandir suas capacidades. Esse ambiente deve oportunizar que as
futuras gerações ampliem suas possibilidades e exercitem a fruição do direito às oportunidades que lhe
permitam melhor fazer uso de suas capacidades potenciais. A forma pela qual realmente são aproveitadas
essas oportunidades e quais os resultados alcançados, é assunto que tem a ver com as escolhas que cada
um faz ao longo de sua vida.

Todo ser humano deve ter possibilidade de escolha e não meramente chances, agora e no futuro. Essas
condições, no conjunto de outras, deverão contribuir para a sua formação e para o seu projeto mais
importante: o Projeto de Vida.
A adolescência é marcada pelo “segundo nascimento”. O momento em que começamos a nos perceber
como indivíduos e, não só isso, passamos a ser cobrados, no melhor dos casos por nós mesmos, a participar
de modo consciente, ativo e responsável da vida pública, seja no contexto mais próximo, como o entorno
familiar, ou em âmbitos mais amplos.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 7

Nenhum adolescente gosta de ser tratado como criança, pois espera ser visto e considerado como um
indivíduo capaz de pensar e agir por conta própria, de tomar decisões e seguir. Logo, é preciso fazer jus a
isso. Por aí se vê que a brincadeira de viver é séria. Que ser jovem não é apenas se divertir. Sempre chega
o momento de agir, de escolher e responder pelas escolhas – o que enfim se espera de um protagonista.
São muitos os desafios. E o maior deles é a construção da identidade. Para tanto, é fundamental compreender
e acompanhar o processo de construção do Projeto de Vida que neste momento acontece.
É nesse processo que por meio dos seus sonhos e ambições, o estudante será apoiado e começará a
estabelecer metas, compreendendo que para alcançá-las deverá perceber as potências e os limites, as
vontades e os desânimos, e aprender a lidar com tudo isso.

A escola é um lugar privilegiado para um primeiro exercício desse processo, sendo ela a primeira etapa
do ingresso das crianças e adolescentes na dimensão da vida pública onde atuarão como protagonistas
da própria história e de transformações efetivas que impactarão diversos campos de sua própria vida e
de outros.
Esse exercício, praticado por muitos no âmbito da escola, não se constitui tarefa fácil, mas é uma tarefa
possível e nos chama a todos ao compromisso inadiável de acolhermos os estudantes que diante de nós
se apresentam, cheios de sonhos, expectativas e desejos, e que carecem do nosso trabalho dedicado para
se tornarem planos.
As orientações aqui apresentadas fazem parte do processo de implantação das inovações em conteúdo,
método e gestão da Escola da Escolha nos Anos Finais do Ensino Fundamental.
O Protagonismo é uma das inovações e compõe a parte diversificada do currículo. Ele é o exercício ge-
nuíno de participação ativa e autêntica dos adolescentes, apoiados pelos seus educadores e tem base na
filosofia da Pedagogia da Presença, no olhar atento ao desenvolvimento acadêmico, pessoal e social que
cada estudante merece ter dos educadores de uma escola pensada para apoiá-lo na construção do seu
Projeto de Vida.
Este material é constituído por um conjunto de aulas com foco no desenvolvimento de competências e
habilidades para a formação do jovem protagonista. As aulas trazem temáticas que exploram os seguintes
elementos:
• Identidade protagonista;
• Participação social;
• Atuação social e suas competências;
• Ação protagonista transformadora.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
8 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Aulas de Protagonismo – O que você precisa saber

Os autores envolvidos no processo educativo das aulas não são apenas os


estudantes.
Como as aulas abordam temáticas interdisciplinares e que se tornam significativas a partir das relações com
o contexto real da vida dos estudantes, toda a equipe escolar prospera quando entende as possibilidades
de trabalho junto a você, educador e aos estudantes, atuando na consolidação dos conhecimentos existen-
tes nessas relações, que vão muito além do que é estimulado em sala de aula. Portanto, é esperado que
você, educador, opere junto a sua equipe escolar nessa dimensão educativa, para que todos, não apenas
os estudantes sejam envolvidos em ações educativas e práticas que estimulem ainda mais a participação,
solidariedade e autonomia no ambiente escolar.

O Caderno está organizado em 63 aulas distribuídas ao longo dos 4 anos do


Ensino Fundamental.
As aulas não obedecem rigorosamente à distribuição de tempo do horário escolar, ou seja, podem
se estender para além do tempo de 50 minutos determinado por aula. Há também uma indicação de
duração de cada atividade, contudo, serve apenas como parâmetro para planejamento do Educador.
Para que você possa planejar e flexibilizar o tempo das aulas a partir das necessidades da sua turma
consulte o GPS das aulas que se encontra ao final da introdução deste Caderno. Lá você encontrará o
número mínimo de tempos previstos por aulas.

As aulas possuem uma ordem de ensino que precisa ser seguida.


A ordem a ser seguida por você ao desenvolver as aulas deve respeitar o seguinte itinerário formativo:
identidade protagonista, participação social, atuação protagonista e suas competências, e ação protago-
nista transformadora.

Durante e após as aulas os estudantes são avaliados.


Você é responsável por observar e fazer registro da aprendizagem da turma e dos estudantes durante as
aulas, principalmente após desenvolvimento das atividades propostas. Entretanto, é importante saber que
não existe avaliação final ou concluída sem que o estudante tenha alcançado o resultado esperado.

O conjunto de aulas está estruturado com focos diferentes entre os anos do


Ensino Fundamental.
Nos 6º e 7º anos, são apresentados os fundamentos sobre a atuação protagonista como elemento de
transformação social e liderança. Nesta etapa são introduzidos os primeiros exercícios de protagonismo
por meio da Liderança de Turma e Acolhimento Diário. É também vivenciada a constituição de um Clube
de Protagonismo como sendo uma das formas mais frequentes de atuação protagonista dos estudantes
no âmbito da escola.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 9

Nos 8º e 9º anos, aumenta-se gradualmente a complexidade dos temas explorados. As competências e


habilidades produtivas ganham mais presença e o seu exercício leva os estudantes a atuarem de maneira
mais evidente em outros âmbitos que não apenas nos Clubes de Protagonismo concebidos na escola. É
quando as aulas de Protagonismo são específicas para as demandas e vivências dos estudantes na consti-
tuição de seus projetos e organizações sociais, e você, educador, precisa estar preparado para orientá-los.
Por este motivo, as aulas são essencialmente voltadas para a vivência prática.
Ao final do 9º ano espera-se que os estudantes tenham explorado temas que estimulem o compromisso
com a transformação da sociedade a partir da sua própria participação.

As aulas devem ser conduzidas pelo educador na consideração que:


• A participação ativa é essencial ao desenvolvimento do protagonismo;
• O trabalho em grupo é a metodologia mais utilizada e deve favorecer o exercício do diálogo e
escuta atenta;
• Além da capacidade de síntese e análise de situações, o mais importante é estimular o compro-
metimento social fundamentado na própria criação dos clubes.

Ao final do Ensino Fundamental, espera-se que os estudantes sejam capazes de:


• Criar novas perspectivas de futuro;
• Ressignificar suas ações e formas de estar no mundo;
• Buscar a transformação social por meio do comprometimento pessoal;
• Exercer uma atuação cidadã;
• Adaptar-se às mudanças e solucionar problemas;
• Planejar, organizar e empreender projetos de acordo com os interesses e necessidades coletivas.

A nossa equipe estará sempre à disposição para mais esclarecimentos sobre este material. Assim, não hesite
em solicitar da Equipe de Implantação do Programa de Educação Integral da Secretaria de Educação do seu
Estado o esclarecimento de eventuais dúvidas e, por meio desse fluxo de comunicação, nos acionar para
apoiá-los.
Contamos com a sua dedicação e estudo para o uso desse Caderno de Aulas.

Bom trabalho!

Se você identificou algo a ser corrigido neste material, por favor, avise-nos. Contamos com você para o aprimoramento contínuo
do nosso trabalho. Envie seus comentários para icebrasil@icebrasil.org.br
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
10 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 15
ÍNDICE

• Aula 50: O mundo se organiza, começando pelas formigas.................................................................. 17


• Aula 51: 3XXW: Um decodificador de possibilidades protagonistas .....................................................23
• Aula 52: Oba! Eu sei gerar capital social: confiança, respeito e conhecimento..................................... 28
• Aula 53: Vamos lá, incomode-se, mude o mundo!................................................................................... 32
• Aula 54: ONG? Que tal uma organização de gente que faz? Onde tem problema deve haver solução ..... 37
• Aula 55: E se os duendes de gringotes fizessem parte da organização de gente que faz?..................... 42
• Aula 56: Nada acontece antes de um sonho. De volta à missão ........................................................... 47
• Aula 57: Definindo os objetivos e as metas de uma organização de gente que faz .............................. 51
• Aula 58: Definindo as estratégias e as funções de uma organização de gente que faz ........................58
• Aula 59: Planejamento financeiro não é coisa de economista! Organização de gente que faz e projeto
de vida precisam dele ........................................................................................................................... 62
• Aula 60: Parceiros, bem-vindos! O diálogo com os que não estão na organização de gente
que faz, mas se interessam pelo que ela faz ......................................................................................... 67
• Aula 61: Estamos crescendo e influenciando positivamente todos que nos cercam ............................ 72
• Aula 62: Start da ONG – organização de gente que faz.........................................................................77
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 17

AULA 50: O MUNDO SE ORGANIZA,


COMEÇANDO PELAS FORMIGAS.

Partindo do conhecimento que os estudantes vêm construindo sobre o funcionamento de uma ONG, o
conteúdo desta aula se restringe a apresentar como é feita a gestão/administração de uma ONG, mesmo
que, em linhas gerais, as ONGs visitadas pelos estudantes na aula anterior Os times que não são de futebol
não tenham estrutura administrativa organizada para servirem de exemplo.
Esta aula é, portanto, uma oportunidade para os estudantes compreenderem a estrutura organizacional
de uma ONG do ponto de vista das exigências e responsabilidade frente às comunidades em que atuam. É
preciso saber que não basta ter boas ideias, defender uma causa e/ou querer empreender, para ter sucesso.
Ter compromisso com um gerenciamento eficiente e eficaz é fundamental.
Esta aula também funciona como base para que os estudantes possam aprender a gerenciar uma ONG,
tendo em vista que esse desafio será proposto nas próximas aulas.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
18 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Para Saber Mais


Ser empreendedor: uma herança genética?
Hoje é consensual que não se nasce empreendedor. O que é certo é a herança de algumas característi-
cas que ajudam nessa questão desde cedo, o que pode surgir muito precocemente (durante a infância
e adolescência).
As características mais presentes nas pessoas empreendedoras são as habilidades de liderança, criativi-
dade e competitividade. Contudo, está ao alcance de qualquer pessoa ser um empreendedor.

Objetivo Geral

• Conhecer como se faz a gestão ou administração de uma ONG.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Atividade: Quem cuida e Elaboração de planilha com informações sobre a


45 minutos
faz o quê? gestão ou organização administrativa da ONG.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Quem cuida e faz o quê?

Objetivo

• Identificar nas informações que possuem sobre a ONG pesquisada, a organização administrativa
ou de gestão que uma ONG possui.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 19

Desenvolvimento

Desde a aula É do terceiro setor, mas nós cuidamos de quê mesmo? os estudantes vêm aprendendo sobre
a estrutura e organização de uma ONG. Assim, dando continuidade a esse processo, nesta atividade os es-
tudantes aprenderão como se realiza a gestão de uma ONG. Para isso, o educador deve retomar os pontos
sobre as atribuições e funções dos seus responsáveis, pois, por meio dessa retomada, será possível chegar
aos fundadores da ONG, pessoas que compõem a sua estrutura de gestão ou administrativa e, assim, entender
sobre o seu funcionamento.
Fazendo uso da planilha de informações gerais construída pelos estudantes na aula É do terceiro setor, mas
nós cuidamos de quê mesmo? o educador deve, em Roda de Conversa, estimular os estudantes a fazerem
as seguintes correlações:
1. A composição básica da ONG: Retomar as informações colhidas pelos estudantes durante a
ida à ONG para saber, dentre os seus responsáveis, quais são as pessoas fundadoras, colabora-
doras, diretor, conselheiro fiscal da ONG, tendo em vista que elas fazem parte da composição
básica da gestão da ONG;
2. Funções e atribuições dos fundadores da ONG: É importante ajudar os estudantes a entende-
rem que existe uma relação entre a composição básica da ONG com as atribuições e funções dos
fundadores da ONG e membros com e dinâmica geral de funcionamento da ONG. Geralmente,
as ONGs são gerenciadas por um presidente e um vice, além de uma secretária. As decisões, por
exemplo, são deliberadas de acordo com poder de atuação desses membros. No caso de uma
diretoria, é de sua responsabilidade aprovar modificações no Estatuto da ONG e firmar parcerias;
3. A atuação das ONGs: Retomar as informações que os estudantes possuem sobre as ações
desenvolvidas pela ONG para discutir com eles o seu funcionamento. Esse ponto é importan-
te para que os estudantes comecem a compreender a razão das ações da ONG e como seus
fundadores se mobilizam para alcançar a sua visão de futuro;
4. Beneficiários da ONG: As ações desenvolvidas pela ONG têm uma relação com os projetos e
seus beneficiários. Isso inclui uma gestão que faça o levantamento dos beneficiários, se for o
caso, frequência, um cronograma de atividades e controle de gastos e receitas, assim como um
acompanhamento dos resultados. Para isso, o educador deve perguntar aos estudantes como
eles acham que cada ONG acompanha tudo o que faz, de onde acham que vem a matéria-pri-
ma/objetos/recursos e se mantém a estrutura física de cada ONG, assim como perguntar aos
estudantes se eles visualizaram a existência de espaços específicos da ONG (salas do diretor ou
secretária), de móveis e/ou objetos (arquivos, pastas, materiais) que demonstram, minimante,
como é a sua organização administrativa. Todos esses pontos ajudam o educador a explicar
sobre a importância de uma gestão, mesmo que os estudantes não tenham feito as correlações
necessárias sobre este ponto durante a vista à ONG. É importante que saibam que toda ONG
tem, minimamente, que cumprir semelhantes exigências.

Na Roda de Conversa, o educador deve fazer a mediação das falas dos estudantes sobre as informações
que têm direcionando-as para a estrutura de gestão e funcionamento que as ONGs possuem. À medida
que forem apresentando as informações, o educador deve escrevê-las no quadro da sala de aula formando
uma imensa planilha, organizada sobre cada ONG. É importante que os estudantes também tomem nota
da planilha em seus cadernos. Será por meio da retomada dessas informações que os estudantes consoli-
darão o que aprenderam e iniciarão os primeiros passos para a estruturação de uma ONG na próxima aula
3XXW: Um decodificador de possibilidades protagonistas.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
20 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Avaliação

Observar a percepção e conhecimento dos estudantes sobre como é feita a gerência da ONG e quais as
relações, se eles são capazes de fazer entre esse contraponto com as informações que possuem sobre a
ONG visitada/pesquisada.
Assim, é importante se certificar se os estudantes identificam a equipe de gestão ou administrativa da
ONG de acordo com as funções e atribuições dos seus fundadores/responsáveis. Quanto mais relações
os estudantes fizerem sobre o que cada uma dessas pessoas faz, mais fácil será entender sua estrutura
administrativa e dinâmica de funcionamento.
Sobre as ações da ONG, observar como os estudantes, por meio da mediação do educador, conseguem
relacioná-las com a visão de futuro que cada ONG possui. A título de exemplo, será que os estudantes
conseguem explicar porque cada ONG atua de forma diferente?
Por último, verificar se, nas discussões sobre gastos, observaram quem são as pessoas beneficiadas e como
é a manutenção da estrutura física, ou seja, se os estudantes compreendem que existem pessoas para
controlar tudo isso e que cada ONG realiza controles semelhantes, mesmo que atuem em áreas diferentes.

Texto de Apoio ao Educador

De uma boa ideia ao desafio de gerenciar e manter uma ONG1


Guilherme Guerra
“É preciso ter planejamento para conciliar as causas sociais com a necessidade de cuidar dos recursos de
uma instituição”.
Beatriz Martins descobriu que queria ajudar crianças – e isso quando ela própria tinha 6 anos. Enquanto
Amanda Novais, apaixonada por animais, leva cuidados a gatos de rua de São Paulo. Em comum, as duas
têm mais que a clareza das causas que escolheram defender. Ambas criaram projetos aos quais dedicam
tempo e recursos próprios, além das doações que recebem.
Com 18 anos, Beatriz ainda conta com alguns meses pela frente para decidir se vai cursar relações públicas
ou jornalismo. Mas tem uma certeza: quer que a graduação ajude a aprimorar o trabalho da organização
que montou-a Olhar de Bia. “A minha história e a da ONG são a mesma”, justifica. E não é exagero.
A iniciativa surgiu em 2006, quando Bia resolveu juntar balas para distribuir a meninos e meninas carentes
de Guarulhos, onde mora. Com o incentivo da família, seguiu em frente. No Natal daquele ano, reuniu pa-
rentes e vizinhos para entregar alimentos e brinquedos para mais de 10 mil crianças! Ação que se repetiu
na Páscoa seguinte, com mais de 2 mil pessoas beneficiadas.
As duas Bias (física e jurídica) cresceram juntas, bem como os desafios para manter a ONG. No sufoco para
seguir com o projeto, a família dela já deixou de pagar as contas de luz e de água para manter o trabalho
nos trilhos. “Todas as dificuldades que passamos serviram para formar meu caráter”, diz a jovem. Hoje, a
organização se sustenta sozinha, com apoio das empresas GP Result e Vegus Construtora, e com doações
recebidas pelo site da Olhar de Bia.
Algo que ainda é uma batalha para a estudante de veterinária Amanda Novais, de 20 anos. Ela é uma das
fundadoras do projeto voluntário Castralinos, criado em março de 2018 para castrar gatos abandonados e
diminuir a população dos animais nas ruas. E os custos são altos: é preciso ter comida, carro com gasolina
e veterinário profissional para realizar a cirurgia, além de gatoeira e caixa de transporte para os animais.
“A gente só consegue fazer isso com o dinheiro vindo de doações e rifas”, diz Amanda. Mas o valor
levantado muitas vezes não é suficiente. Ela e as duas outras fundadoras do Castralinos tiram do pró-
prio bolso para fazer as castrações, com preço fechado de R$ 70 por gato. As dívidas já se acumulam.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 21

“Chegamos a dever R$ 4 mil à clínica veterinária”, conta, referindo-se ao valor acumulado no período
de maio a julho de 2018.
De acordo com a diretora-executiva da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong),
Adriana Ramos, arcar com os custos para manter um projeto ou uma ONG é justamente a parte mais difícil.
O registro, em si, não é complicado: basta ter mais de 18 anos e registrar a entidade em um cartório.
Mas quem cria a organização deve ter muito clara a sua missão e o compromisso com a sociedade civil.
E também buscar legitimidade pública, algo que pode ajudar em uma possível vaquinha on-line para
angariar financiamento, por exemplo. “Para trabalhar em uma ONG, é preciso estar realmente muito
associado a uma motivação e ao compromisso social”, afirma Adriana, que também é coordenadora do
Instituto Socioambiental (ISA).
O início requer perseverança. Organizações novatas precisam continuar vivas até completarem dois anos.
Segundo Adriana, essa é a idade mágica para que a entidade consiga ser considerada pela maior parte dos
editais para obtenção de recursos, vindos em boa parte de instituições privadas estrangeiras. “Muita gente
acha que ONG dá dinheiro e é fácil de manter. Não é verdade”, afirma a diretora da Abong. “É custoso o
processo de captação de recursos.”

De grão em grão
“Os jovens são mais preocupados com uma causa e mais propensos ao trabalho voluntário em relação
às gerações anteriores”, afirma a coordenadora de comunicação do Instituto para o Desenvolvimento do
Investimento Social (Idis), Andrea Wolffenbüttel. E, de acordo com ela, são os jovens de 18 a 24 anos que
mais fazem doações em dinheiro, ainda que se trate de uma faixa etária sem muitos recursos financeiros.
Nos últimos 12 meses, 39% desses jovens patrocinaram uma causa ante 23% das pessoas com mais de 55
anos, segundo o estudo Country Giving Report, elaborado pelo Idis com a Charities Aid Foundation (CAF),
entre 2016 e 2017. O estudo também aponta que 41% dos jovens nessa faixa etária fizeram trabalho volun-
tário nas últimas quatro semanas, contra 25% daqueles com mais de 55.
“O que é interessante nessa geração é essa noção de causa e que eles podem fazer a diferença. Existe muito
empenho individual”, afirma a coordenadora de Comunicação do Idis. Entre eles, as causas mais incentivadas
são em defesa dos direitos humanos, do meio ambiente e de combate à pobreza e ao desemprego.
São pessoas como a estudante Júlia Calçade, de 23, que todo mês doa para a ONG Action Aid R$ 52 dos R$
400 da bolsa que recebe da Universidade de São Paulo. A universitária não pensa em parar de contribuir.
“Eu me planejo bem e, se precisar, corto outras coisas”, conta.
Esporadicamente, Júlia também contribui com a Associação Bezerra de Menezes. E se pudesse, contribuiria
muito mais vezes com outros projetos e não só financeiramente. “Sempre que posso gosto de ajudar. Faz
parte da minha personalidade.”
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
22 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Na Estante

Vale a pena LER


2 Livro: Empreendedorismo para jovens
Autora: Jerônimo Mendes e Iussef Zaiden Filho
Editora: Atlas Editora
Ano: 2012
Número de páginas: 160
Esse livro é indicado para o educador apoiar os estudantes no
desenvolvimento do espírito empreendedor. O livro apresenta
ferramentas práticas, exemplos reais e exercícios que permitem aos
jovens ter uma visão prática de como transformar suas ideias em
um plano de negócios, destaca suas vantagens competitivas, como
lidar com o mercado e definir suas estratégias.2

Vale a pena ASSISTIR


Filme: Brincadores de sonhos
Autora: Jacinto Jardim
Editora: Theya Editores
Ano: 2016
Número de páginas: 126
A importância do empreendedorismo é bastante notória na sociedade
atual. Daí o imperativo de uma educação que estimule a inovação e
a criatividade nas gerações mais jovens. Tendo isso em vista, A Uni-
versidade de Aveiro, a Universidade Aberta e o Instituto Europeu de
Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes apresentam este roteiro
infanto-juvenil ilustrado, Brincadores de Sonhos, com dez soft skills
3 que constituem os pilares de uma cultura empreendedora.
Na viagem pelo Castelo dos Sonhos, o Dragão Botafogo partilha as suas experiências e competências
com um grupo de amigos e faz uma visita guiada a todos os que quiserem sonhar na sua companhia.
O fascínio do Programa Brincadores de Sonhos encontra-se na promoção de uma cultura empreen-
dedora, estimulando de um modo evidente a capacidade de sonhar das gerações mais jovens.
[...]
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 23

AULA 51: 3XXW: UM DECODIFICADOR DE


POSSIBILIDADES PROTAGONISTAS.

A trajetória protagonista foi iniciada desde as aulas do 6º ano, quando os estudantes se tornaram sujeitos de
cada ação executada em seus Clubes e comunidades. Assim, dando continuidade a essa atuação, espera-se
que o “decodificador de possibilidades protagonistas” traduza todo o entusiasmo dos estudantes diante das
soluções encontradas para as problemáticas de suas comunidades na criação coletiva de uma ONG.
Considerando que a proposta de criar a ONG é uma forma também de compartilhar saberes e consolidar a
consciência coletiva e de pertencimento dos estudantes nas suas comunidades, antes disso, será feita uma
retomada das experiências de atuação dos estudantes.

Objetivo Geral

• Aprender sobre os passos necessários para a criação de uma ONG.


CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
24 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Criação de um “Espaço Aberto” para compartilha-


Atividade: Tudo o que sei. 45 minutos
mento das experiências e conhecimento.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Tudo o que sei

Objetivo

• Apresentação do passo a passo para estruturação de uma ONG.

Desenvolvimento

Para seguir os primeiros passos na construção de uma ONG é preciso retomar as experiências dos estu-
dantes ao longo das aulas. Isso proporcionará sentido ao documento de construção da ONG e um olhar
ampliado dos estudantes para novas possibilidades de atuação nessa perspectiva. Para isso, será proposta,
mais uma vez, a criação de um “Espaço Aberto” como o primeiro passo na mobilização dos estudantes.
A atividade é, portanto, uma maneira de favorecer a interação dos estudantes, de gerar novos esquemas
de conhecimento, de identidades e sentidos de pertencimento; assim como meio para o alinhamento de
perspectivas diversas e complementares sobre a ONG que os estudantes precisam criar.
Dessa forma, o mais importante nesta aula é proporcionar um ambiente de trocas entre os estudantes,
que devem ser mediadas pelos seguintes temas estratégicos: forma eficiente de promover mudanças;
como criar uma ONG; valores, visão e missão da ONG; planejamento, avaliação e gerenciamento da ONG;
autonomia e participação da comunidade; parceria e financiadores da ONG. Sobre os temas propostos, é
importante que o educador perceba que as informações entre eles são complementares e não se esgotam
nesta atividade, pois serão aprofundados no decorrer das próximas aulas. Dessa forma, cabe ao educador
estimular os estudantes a discutirem os temas de acordo com as suas experiências e capacidade de esta-
belecer correlações entre o que sabem, e isso é mais importante.
Organizados em grupos, os estudantes devem discutir um dos temas estratégicos para que possam definir
que tipo de ONG pretendem criar na aula: ONG? Que tal uma Organização de Gente que faz! Onde tem
problema deve haver solução.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 25

Abaixo segue orientações para o educador mediar as discussões dos estudantes em grupo:
• Grupo 1 - Forma eficiente de promover mudanças: A principal discussão a ser realizada pelos
estudantes desse grupo é sobre montar uma ONG como sendo uma forma eficaz de promo-
ver mudanças, ajudar a mediar conflitos ou a encontrar soluções para problemas comuns da
sociedade. Para isso, os estudantes devem retomar os registros sobre as ONGs que visitaram
e as anotações que fizeram nos cadernos de boas práticas (na aula: O cesto dos sentidos: dos
dados e das decisões) com o intuito de fomentar as discussões. São válidas discussões sobre a
área e escopo de atuação das ONGs, bem como ações desenvolvidas pelos estudantes em suas
comunidades, desde a atuação em seus Clubes;
• Grupo 2 - Como criar uma ONG: O grupo desse tema deve direcionar as suas discussões sobre
os tipos de suportes necessários para montar uma ONG, como: voluntários, pessoas que for-
neçam recursos e defensores que acreditam nos esforços da ONG, por exemplo. Os estudantes
devem trocar informações também sobre o planejamento necessário. Vale lembrar que, como
foi discutido em aulas anteriores, para criar uma ONG é preciso muito mais que paixão pela
comunidade ou causa social;
• Grupo 3 - Valores, visão e missão da ONG: Assim como todas as temáticas discutidas ante-
riormente, esta será retomada de forma aprofunda numa aula específica. Assim, mais do que
discutir esse tema em grupo a partir dos exemplos das ONGs visitadas e vivências nos Clubes,
os estudantes são responsáveis por criar uma base de orientações necessárias para abordagem
desse ponto durante a criação da ONG na aula: E se os duendes de Gringotes fizessem parte da
Organização de Gente que Faz? Portanto, cabe a esse grupo pensar na importância da Missão e
visão para uma ONG. Vale ressaltar que uma missão e visão mal definida faz com que uma ONG
fique sem foco e direção. É a missão e visão que definem o “tom” do trabalho a ser desenvolvido
pela ONG;
• Grupo 4 - Planejamento, avaliação e gerenciamento da ONG: Os estudantes devem retomar
pontos que acharam interessante sobre este tema na aula: O mundo se organiza começando
pelas formigas. E os registros realizados na aula: O cesto dos sentidos, dos dados e das soluções,
quando analisaram as ações e estratégias adotadas pelos Clubes para tomar novas decisões e
resolver problemas com a aplicação do PDCA. Além disso, os estudantes devem discutir como
uma gestão pode organizar o trabalho, responder às necessidades e desafios de uma ONG;
• Grupo 5 - Autonomia e participação da comunidade: Os estudantes devem discutir formas
conhecidas sobre autonomia e participação da comunidade nas ONGs que visitaram. Além dis-
so, devem relembrar as experiências vividas nas Exposições que realizaram para a comunidade
durante as aulas: Protagonismo ganha o mundo; O que é que eu tenho a ver com isso? Contigo?
E nós com isso?, quando estabeleceram relações entre o que é pertencer à comunidade e como
qualificar esse pertencimento;
• Grupo 6 - Parcerias e financiadores da ONG: Assim como as parcerias firmadas nos Clubes, as
parcerias da ONG também podem ser baseadas numa gama de partes interessadas – associações
comerciais e profissionais, organizações de doadores, instituições religiosas, coalizões e grupos
informais da comunidade que permitem a ONG ter sucesso. As partes interessadas oferecem
recursos à ONG, que não precisa se resumir apenas ao apoio financeiro, mas à prestação de
um serviço voluntário, por exemplo. As discussões dos estudantes devem perpassar, portanto, a
necessidade da ONG de buscar uma ampla variedade de fontes de fundos, incluindo fundações,
empresas, governos e pessoas. Cabe ao educador mediar a discussão dos estudantes para que,
além de fazer essas relações, os estudantes possam trazer suas próprias experiências com os
Clubes também. Neste caso, são pertinentes perguntas, como: Será que algum Clube criou um
comitê de arrecadação de fundos? Quanto tempo o Clube levou até conseguir uma parceria?
Quando e como um Clube entrou numa nova parceria? Essas perguntas são alguns exemplos
de experiências que os estudantes podem trazer para aumentar o conhecimento do grupo
sobre o que está sendo discutido.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
26 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Para cada grupo temático deve ser entregue um papel pardo ou similar e canetas hidrográficas coloridas
para que possam pontuar as questões de maior relevância sobre os temas discutidos. É importante destacar
que essas anotações são “o motor” para início da próxima aula: Oba! Eu sei gerar capital social: confiança,
respeito e conhecimento. Por este motivo, cabe ao educador avisar aos estudantes que as anotações devem
marcar não apenas experiências, mas caminhos e possibilidades de atuações. A socialização das anotações,
portanto, ocorre no próximo encontro. A atividade se consolida com o encerramento das trocas entre os
estudantes de cada grupo temático e com as anotações do que validaram nessa perspectiva.

Avaliação

Observar se durante o “Espaço Aberto” os estudantes trocaram informações e experiências sobre suas
vivências em relação ao tema que foi proposto para o seu grupo. É importante destacar que a troca entre
os estudantes é apenas o primeiro movimento para a construção da ONG. Assim sendo, nesta aula, cabe ao
educador perceber a capacidade dos estudantes em relacionar os temas propostos com suas experiências
desde os Clubes até agora. Isso porque a atividade favorece a consolidação do conhecimento e, assim, é
esperado que durante as discussões eles percebam o quanto sabem sobre o conteúdo da aula.
A objetividade na abordagem do tema em grupo é outro ponto importante a observar, pois é exigido ao
final da atividade o registro das informações mais relevantes sobre o que foi discutido. Dessa forma, cabe
ao educador também verificar se todos os grupos concluíram essa etapa final da atividade.
Durante as discussões em grupo, o educador deve observar a participação dos estudantes, identificando
quem está liderando as discussões junto ao grupo e registrando as informações, tendo em vista o que a ati-
vidade demanda. Nesse sentido, fatores como divisão de tarefas, gerenciamento do tempo e informações
são fatores que precisam ser acompanhados pelo educador durante toda a atividade. Além disso, atitudes
como respeito, tolerância e cooperação, atenção ao que está sendo discutido, qualidade na exposição de
ideias e argumentos (consistência dos conteúdos, argumentação, clareza e precisão conceitual) são pontos
que o educador deve observar para avaliar a participação.
Espera-se que, além de trocarem experiências, os estudantes tenham melhorado suas habilidades de pen-
samento crítico e argumentação. O educador percebe isso quando os estudantes sabem eleger, estruturar
e dialogar sobre as informações pertinentes ao tema abordado por seu grupo ou quando fazem conexões
lógicas entre suas experiências e o tema abordado, bem como, foi aumentado o conhecimento sobre
organização e as possibilidades de atuação de uma ONG. Isso se torna perceptível quando os estudantes
levantam questões novas ou trazem uma nova perspectiva ao que aprenderam sobre uma ONG.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 27

Na Estante

Vale a pena LER


Livro: Trem bala
Autora: Ana Vilela
Editora: Editora Voo
Ano: 2017
Número de páginas: 62
Este livro recebe apoio da Fundação Playing For Change Brasil, parcei-
ra da Editora Voo. A fundação atende crianças no contraturno escolar,
oferecendo aulas de música, canto, violão, percussão, inglês e educação
ambiental. Na America Latina é a única Fundação nesse formato. A cada
5 livro Trem Bala vendido, a Fundação gera uma contribuição para a escola
que possui na comunidade do Cajuru, em Curitiba, onde viabiliza aula de música.
O livro é da cantora Ana Vilela, que transformou os versos da música Trem bala em um livro-presente,
cheio de ilustrações.

Vale a pena ASSISTIR


Filme: Quando tudo começa
Diretor: Bertrand Tavernier
País de origem: França
Gênero: Drama
Classificação: 13 anos
Ano: 1999
Duração: 105 minutos
A trama focaliza a história do professor Daniel Lefebvre (Philippe
6 Torreton), que ensina crianças em Hernaing, uma pequena cidade
que sofre com o fechamento das minas de carvão e enfrenta uma
taxa alarmante de 34% de desemprego. Daniel e os outros professores são aconselhados a não se
envolver com os problemas crônicos da comunidade, mas é impossível para Daniel permanecer
imune à miséria, à falta de assistentes sociais, à indiferença do governo e aos sérios problemas
domésticos que suas crianças enfrentam.
Depois de um trágico incidente na escola, Lefebvre decide comandar uma campanha contra o governo
local, reivindicando condições mínimas de vida e dignidade para a população. Além de dificuldades
pessoais, como a doença do pai, um ex-mineiro que sofre de enfisema, ele irá enfrentar enormes difi-
culdades burocráticas e a maquinação das autoridades educacionais, que farão de tudo para colocar
o professor na linha. O filme recebeu Menção Especial do Júri no Festival de Berlim de 1999.3
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
28 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

AULA 52: OBA! EU SEI GERAR CAPITAL SOCIAL:


CONFIANÇA, RESPEITO E CONHECIMENTO.

A gestão de conhecimento leva os estudantes a desenvolverem a capacidade de sistematizar novos


conhecimentos e usá-los de maneira efetiva. É uma forma de expandir a curva de aprendizagem e
potencializar as experiências.
Sendo assim, dando continuidade ao processo de retomada de experiências, esta aula tem como ponto de
partida a socialização do conhecimento construído pelos estudantes desde as aulas anteriores, para que
possam ordená-lo e estruturá-lo com base nos critérios necessários para a construção de uma ONG.

Objetivo Geral

• Valorizar o conhecimento adquirido como sendo mais um passo dado na construção da ONG.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 29

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Atividade: A integração do Elaboração de documento orientativo para a criação


45 minutos
conhecimento. da ONG.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: A integração do conhecimento

Objetivo

• Socializar o que se aprendeu desde a criação de um documento integrador de conhecimentos.

Desenvolvimento

Tomando como ponto de partida os registros dos estudantes realizados na aula anterior 3XXW: Um deco-
dificador de possibilidades protagonistas, o educador deve abrir espaço para que os conhecimentos dos
estudantes sejam sistematizados com toda a turma. A proposta não é medir qual grupo sabe mais sobre os
temas trabalhados, mas permitir que, a partir das exposições orais, os estudantes possam se aprofundar
na estrutura organizacional necessária para a construção de uma ONG. Vale lembrar que será, sempre, a
partir de suas próprias vivências que os estudantes vão seguindo o passo a passo nessa construção.
A atividade propõe que à medida que os estudantes forem apresentando seus registros para os colegas, o
educador vá juntando e ordenando os cartazes produzidos para apreciação de todos. Será necessária, a partir
disso, a criação de uma estrutura que facilite a utilização do conhecimento de forma efetiva nas próximas
aulas. Isso implica, portanto, na produção de um documento que deve ter como base a seguinte questão:
Como extrair dos registros o que é mais importante para a criação de uma ONG?
A proposta é transformar o conhecimento explícito em tácito. Em síntese, dar estrutura ao conhecimento
que os estudantes possuem para facilitar o processo de distribuição e sua posterior aplicação na aula:
ONG? Que tal uma Organização de Gente que faz! Onde tem problema deve haver solução. Para isso, os
estudantes devem ser informados previamente da proposta da atividade, antes mesmo do momento das
socializações, para que possam se mobilizar nessa direção.
Além das informações que os estudantes forem apresentando, o educador deve questionar se existe algum
conhecimento que gostariam de acrescentar às informações que trouxeram. O educador, portanto, deve estar
voltado a todo tempo, a mediar as colocações dos estudantes ao contexto específico de criação de uma ONG.
Em síntese, os estudantes têm como desafio realizar a gestão do próprio conhecimento para a geração de
novos conhecimentos e a construção de uma ONG.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
30 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Avaliação

Observar se todos os estudantes participam do momento de socialização proposto pela atividade e se


demonstram entusiasmo na elaboração do documento que tem como base o que é preciso para a criação
de uma ONG. É neste momento que o educador percebe se os estudantes respondem satisfatoriamente
ao desafio proposto pela atividade ao conseguirem organizar as informações e integrá-las na criação do
documento.
Ao socializar os registros feitos na aula anterior, os estudantes determinam o que sabem e, por meio da
mediação do educador, descobrem o que deveriam saber, o que, ao mesmo tempo, contribui para melhor
organização das informações e a própria elaboração do documento proposto, sendo esta, uma estratégia
de gestão do conhecimento a saber.
Assim, ao final da aula, o educador deve abrir espaço para uma Roda de Conversa com os estudantes para
que eles possam falar sobre as informações que consolidaram e por que acreditam que elas são essenciais
para serem seguidas na construção de uma ONG. Vale ressaltar que a atividade desta aula integra a apren-
dizagem dos estudantes numa única direção – formar a base necessária e definir os próximos passos na
criação de uma ONG.
Ao escutar as falas dos estudantes, o educador deve estar atento às evidências que demonstram a inte-
gração do conhecimento pelos estudantes (orientada a garantir também novos conhecimentos). A forma
como os estudantes selecionam as informações, relacionam entre si, abordam o que é mais importante,
verbalizam o que é necessário são alguns exemplos disso. Por meio dessas evidências, o educador percebe
também se os estudantes são capazes de valorizar o que aprenderam.

Na Estante

Vale a pena LER


Livro: Genial! As invenções mais espantosas de todos os tempos
Autora: Deborah Kespert
Editora: Círculo-Leitores
Ano: 2017
Número de páginas: 98
O livro integra uma coleção chamada Saber para todos. Este volume
(são quatro no total) recorda como foram inventados os objetos e cria-
das utilidades que fazem parte do cotidiano das pessoas. As invenções
são organizadas por temas, como Pioneiros, Comunicação, Tecnologia,
Transporte e Espaço. Para cada invenção são apresentadas notas enci-
8 clopédicas, as histórias e os desafios sentidos pelo inventor. A autora
promove ainda um desafio para que o leitor reaplique algumas invenções – como construir um telefo-
ne ou levar a água a subir uma encosta. O interessante é que o livro traz as invenções desde antes de
Cristo até a modernidade, com muitas ilustrações e fotografias. Ao final do livro há um espaço “para
outros inventos” – por engano, adolescentes, femininos, sem qualquer depreciação. O livro é, portanto,
indicado tanto para o educador como para os estudantes para que possam refletir como esses inventos
impactaram positivamente a vida social das pessoas.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 31

Vale a pena NAVEGAR


ONG: Transforme Sorrisos
País de origem: Curitiba
Ano: 1999
A Transforme Sorrisos é uma ONG que tem como objetivo levar acesso à
cultura para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social
9 por meio da arte, do voluntariado e da prática de boas ações.
Hoje, atende mensalmente 55 crianças com oficinas culturais, e mais de 2 mil crianças por ano com
oficinas e apresentações, com 400 voluntários cadastrados.
A sede administrativa da organização fica no bairro do Capão Raso, em Curitiba-PR. Contudo, crianças
beneficiadas ficam em instituições parceiras no Paraná, em Curitiba e Região Metropolitana.
É um exemplo de ONG para que os estudantes conheçam mais uma forma de organização administrati-
va/gestão nesse formato. O trabalho principal da ONG é inspirador, pois leva a Arte até onde as crianças
e adolescentes estão abrigados, como estratégia para a transformação pessoal e social deles. A ONG
começou com uma ideia simples de fazer do Natal uma data feliz para crianças de instituições sociais
e chegou ao que a Transforme Sorrisos é hoje. No site da ONG os estudantes encontram a sua missão,
visão e premissas, o que pode contribuir para expandir a compreensão sobre os passos necessários
para a construção de uma ONG.
Disponível em:<http:/ www.transformesorrisos.org.br/otransforme.html>. Acesso em janeiro de 2019.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
32 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

AULA 53: VAMOS LÁ, INCOMODE-SE,


MUDE O MUNDO!

10

É chegada a hora de pôr a “mão na massa”. Toda a aprendizagem construída até agora foi devidamente
ordenada, estruturada para dar subsídios à escolha do tipo de ONG a ser criada pelos estudantes nesta
aula e nas próximas.
Como se sabe, uma das propostas pedagógicas defendidas nas aulas de protagonismo é sempre: Faça você
mesmo! É dessa forma que se valoriza o conhecimento e coloca o estudante no centro do aprendizado.
Não se trata de algo novo, pois é assim que se aprende desde a infância. Contudo, ainda é preciso romper
as barreiras de um Educação que, ao longo da sua história, cedeu espaço para outras formas de conceber
o currículo.
Assim sendo, o que se propõe de agora em diante é o resgate do “aprender fazendo”, algo que pode
ser assustador para os mais céticos devido às inúmeras possibilidades de caminhos a se seguir nessa
construção.
Assim, o que antes foi agrupado e organizado será utilizado pelos estudantes ao seu modo. A princípio,
tudo se torna mais imprevisível, o que, aos olhos de quem está de fora, pode parecer sem lógica e sem
solução. O que será! Mas, só até o momento em que todos (educador e estudantes) buscarem dentro de
si os seus recursos e se dispuserem a experimentar sem medo de errar.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 33

Objetivo Geral

• Montar uma ONG de acordo com a estrutura necessária.

Materiais Necessários
• Folhas de papel ofício – para cada estudante sugerir nome da ONG;
• Folhas de papel ofício – para cada estudante definir os valores da ONG.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

1º Momento: Escolha do tipo de ONG a ser criada. 50 minutos

Atividade: Juntos nessa!

2º Momento: Definição dos valores da ONG. 45 minutos

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Juntos nessa!

Objetivo

• Mobilizar o conhecimento necessário para escolha do tipo de ONG a ser criada.


CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
34 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Desenvolvimento

1º Momento
Essa atividade propõe que os estudantes definam que tipo de ONG pretendem criar. Como ponto inicial,
é preciso discutir com os estudantes os seus interesses, mediando a conversa para que todos possam
convergir o que querem para o surgimento de uma única ONG. A princípio parece estranho propor esse
direcionamento e não possibilitar que cada estudante crie a sua ONG. Contudo, existe um propósito maior
nisso. Primeiro, como o educador deve ter percebido, desde as aulas do 9º ano, os estudantes vêm fazendo
a gestão do conhecimento em conjunto com os colegas, o que fortaleceu todas as trocas de informações
necessárias para que pudessem pensar juntos sobre as problemáticas comuns das suas comunidades e
soluções encontradas. Como segundo ponto, essa é uma forma de os estudantes perceberem, no conjunto
das ações já empreendidas pelas ONGs que conheceram, quais os caminhos que ainda não foram propos-
tos. E, isso somente é possível por meio das discussões que vêm sendo proporcionadas nas aulas até aqui.
Por último, a própria base para a criação de uma ONG exige uma mobilização conjunta de pessoas, que
partem da convergência de interesses comuns, sempre unidas por uma mesma causa que acreditam.
Assim sendo, posto o desafio, cabe ao educador mobilizar os estudantes nessa direção. Não basta aguçar
apenas o que viram, ouviram, aprenderam e socializaram até esta aula, também é importante estimular
que todos busquem dentro de si uma vontade interna na defesa da causa escolhida. Isso porque, é preciso
lembrar que toda ONG não parte só da necessidade de uma comunidade, mas, sobretudo, da realização
individual das pessoas que descobrem que podem fazer algo para melhorar a vida de outras.
Abaixo seguem alguns pontos para mediar a escolha dos estudantes:
• Quais os problemas que integram a turma com interesses comuns na criação de uma ONG?
• Quais dos problemas identificados anteriormente podem ser solucionados total ou parcialmente
por meio da ONG que pretendem criar?
• Qual é o tipo de ONG que pode criar mudanças mais duradoras para a comunidade que
pretendem atuar?
• É possível mobilizar outras pessoas e construir algo maior por meio da ONG que pretendem
criar?
• A ONG que pretendem criar é de interesse também da comunidade?
• Uma vez escolhida a ONG, cada etapa de sua criação é sustentável?

Neste momento da atividade é pertinente abrir espaço para os estudantes que queiram falar sobre alguma
ação ou atividades que já empreenderam em suas comunidades e que podem integrar o conjunto de ações
da ONG a ser criada. O que, mais à frente, os ajudará a construir o próprio histórico da ONG.
É importante destacar que muitas ONGs partiram de um ou dois projetos que realizaram bem na sua
comunidade. Muitas vezes, esses projetos definem a escolha do tipo do ONG a ser criada, funcionando
como ponto de partida para a definição e até escolha do nome que a ONG leva. Um exemplo disso é
uma ONG criada depois das oficinas de arte para filhos de trabalhadores de uma usina ou depois de uma
campanha para arrecadação de donativos para uma comunidade carente do bairro.
Uma vez respondidas as questões iniciais da atividade, é chegada a etapa de definição do nome da ONG.
A definição do nome deve ter relação direta com o público-alvo e os objetivos da ONG. Como os objetivos
são assunto de uma aula mais à frente: Definindo os objetivos e as metas de uma Organização de Gente
que Faz, cabe ao educador não querer que os estudantes aprofundem esse conteúdo agora. O importante
é colocar as opções de nomes numa coluna e abrir votação para escolha. Se os estudantes preferirem,
podem abrir a votação numa rede social para que a própria comunidade participe. Essa atitude representa
uma forma de ir engajando o público-alvo da ONG.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 35

2º Momento
Ao escolherem que tipo de ONG vão criar, os estudantes devem incluir nessa etapa quais os valores funda-
mentais que compartilham. Os valores funcionam como princípios que uma ONG se compromete a manter
em todos os aspectos do seu trabalho. A título de exemplo, responsabilidade e transparência são valores
que todas as ONGs devem compartilhar. Isso ajudará os estudantes a definirem a missão e visão da ONG
nas próximas aulas.
Essa etapa da atividade é tão importante que o educador deve pedir para cada estudante desenhar a sua mão
numa folha de papel. Em cada dedo da mão desenhada devem colocar um valor que acreditam que deva orien-
tar a ONG. Em seguida, colocar os estudantes em grupos para compartilharem as mãos com os valores. Cada
integrante do grupo deve concordar sobre cinco valores mais importantes que têm em comum. Depois, cada
grupo necessita escrever a sua lista e colocá-la exposta numa parede para apreciação de todos. Com o apoio
do educador, os estudantes precisam encontrar um conjunto principal de valores que todos compartilharam.
Nessa etapa final é importante expor a lista de valores com o nome da ONG já definido no momento anterior.
Esse material será um recurso valioso para os próximos passos na criação da ONG pelos estudantes.

Avaliação

Espera-se que os estudantes tenham mobilizado todo o conhecimento para escolha do tipo de ONG a ser
criada. Ao definirem o nome da ONG e os valores, que eles tenham ressignificado a aprendizagem cons-
truída até esta aula e tenham se sentido representados nas escolhas que fizeram. Para isso, é importante
que o educador realize uma Roda de Conversa com os estudantes para que eles possam falar sobre isso.
Na sequência abaixo seguem alguns pontos para apoiar a avaliação dos estudantes. Cabe ao educador
constatar:
- A identificação dos estudantes com o tipo de ONG escolhida: Deve estar presente na fala dos
estudantes uma satisfação pela área de atuação da ONG. Precisa existir uma validação por parte
de todos ao enxergarem como necessária a criação da ONG para resolver um problema trazido por
eles em suas comunidades ou como forma de atender um interesse comum de suas comunidades.
Assim sendo, as falas dos estudantes devem se complementar nesse sentido, como forma também
de gerar um primeiro movimento de comprometimento, responsabilidade, solidariedade, compai-
xão sobre a causa social que estão procurando defender;
- A identificação com o nome da ONG: Além de representar todas as questões pontuadas anterior-
mente, representa o desejo comum de todos, a capacidade de síntese, objetividade e criatividade.
Por trás do nome deve existir um reconhecimento pessoal pelo que ele representa para cada um;
- A definição dos valores da ONG: A princípio essa etapa apresenta-se como sendo a mais desafiante
da atividade, pois traz um universo muito subjetivo e distinto de representações. Contudo, se tor-
na mais simples quando se gera um movimento de votação para a definição. É nesta etapa que o
educador deve observar e saber dos estudantes como foi chegar a lista final. A definição se torna
complexa quando entendem o quanto devem estar comprometidos com os valores identificados.
Então, é pertinente perguntar aos estudantes o quanto eles se sentem confortáveis com as escolhas
que fizeram.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
36 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Na Estante

Vale a pena LER

Livro: SOS ONG: Guia de gestão para organizações do terceiro setor


Autora: José Alberto Tozzi
Editora: Gente
Ano: 2015
Número de páginas: 160
O livro é indicado para apoiar os estudos do educador sobre ONGs. O
autor do livro aborda tudo o que é preciso saber para fazer das ONGs
modelos de negócio sustentáveis. Temas como planejamento eficiente,
objetivos da ONG, captação de recursos e projetos são abordados. Além
disso, o livro traz dez passos para quem deseja começar uma ONG.
11

Vale a pena ASSISTIR


Curta: Piper: descobrindo o mundo
País de origem: Estados Unidos
Gênero: Documentário
Classificação: livre
Ano: 2016
Duração: 6 minutos
O filme conta a história de um filhote de maçarico (uma ave marítima)
que se aventura a sair do seu ninho pela primeira vez para procurar
comida. O filhote luta contra o medo das ondas assustadoras da praia
por meio de sua perspectiva. O curta é uma sugestão para o educador
tratar a importância de superar o medo de conhecer o desconhecido
12 para efetivação de novas aprendizagens.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 37

AULA 54: ONG? QUE TAL UMA ORGANIZAÇÃO


DE GENTE QUE FAZ? ONDE TEM PROBLEMA
DEVE HAVER SOLUÇÃO

13

Tão importante quanto saber qual a causa que se pretende defender ou problema social que se busca
resolver é direcionar a motivação necessária dos estudantes para a construção de uma visão de futuro.
A Visão de futuro revela o sonho da ONG a ser fundada, algo simples de ser construído se não desafiasse os
estudantes a pensarem em longo prazo. Isso porque alguns estudantes não sabem como adquirir uma visão
para mais além de umas vagas ideias sobre o que desejam alcançar. Entretanto, para se ter êxito em qualquer
empreendimento é necessário ir mais adiante. É preciso fazer um esforço consciente para determinar um
rumo mais específico para a ONG.
Sem Visão não se pode prever nada adequadamente. Não tendo claro o destino da ONG, tampouco
se pode investir tempo para alcançá-la. Ter uma Visão ajudará a fixar as metas e os objetivos da ONG,
ajudará na elaboração de um planejamento das ações. É relevante adquirir uma Visão para se ter uma
imagem clara do que se pretende conquistar no futuro. É sobre a construção da Visão de futuro que essa
aula irá tratar.

Objetivo Geral

• Montar uma ONG de acordo com a estrutura necessária.


CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
38 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Atividade Preliminar: Três


Reflexão pessoal sobre a Visão de futuro. 25 minutos
perguntas

1º Momento: Ilustrar e/ou escrever a Visão de futuro


25 minutos
da ONG.
Atividade: Juntos nessa!
2º Momento: Definição da Visão de futuro da ONG
45 minutos
por meio do diálogo com a comunidade.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Preliminar: Três perguntas

Pedir que, previamente, os estudantes dediquem tempo a pensar e meditar acerca da Visão de futuro da
ONG e que se façam as seguintes perguntas:
• O que é mais importante para a ONG?
• Qual o propósito que a ONG tem que me faz querer fazer parte dela?
• O que estou disposto a sacrificar para que o seu propósito seja realizado?

Os estudantes devem responder honestamente a essas três perguntas antes de partir para a próxima atividade,
pois isso vai ajudá-los a pensar no futuro com a motivação necessária para seguir perseverando no alcance das
metas da ONG que se encontra na aula Definindo os objetivos e as metas de uma organização de gente que faz.

Atividade: Juntos nessa!

Objetivo

• Construção da Visão de futuro da ONG.


CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 39

Desenvolvimento

1º Momento
Uma vez definido o tipo de ONG, seu nome e os seus valores, de fato, pode-se dizer que os estudantes
deram o primeiro passo na sua construção. Contudo, nesta aula será necessário preparar os estudantes
para o planejamento da ONG nos mínimos detalhes. Para isso, é preciso definir a Visão da ONG.
Como não basta ter boas ideias e amor a uma causa, uma ONG deve ser capaz de ter uma Visão de futuro
e traduzir sua Visão em projetos e atividades que tenham impactos mensuráveis e bem recebidos pela co-
munidade. Nesse sentido, é preciso retomar com os estudantes uma conversa sobre “começar pequeno”
ou não “dar um passo maior que as pernas”. Isso quer dizer que eles precisam decidir se todas as coisas
que pretendem realizar na ONG seriam eficientemente atendidas logo no início. Se eles não estão certo
dos projetos e atividades por onde começar, devem retomar os pontos que traduzem as necessidades da
comunidade e o que validaram na aula anterior: Vamos lá, incomode-se, mude o mundo!
Essa retomada é necessária porque, assim como os valores, a Visão é a “bússola” da ONG. Ela vai orientar
todas as decisões da ONG.
Assim sendo, os estudantes, em grupos, devem ilustrar e/ou escrever sua Visão em palavras. Algumas per-
guntas devem ser mediadas pelo educador para estimular a Visão de futuro dos estudantes, a exemplo:
Como ficará a sua comunidade com a existência da ONG? Como será a vida das pessoas? O que elas farão?
Em seguida, os grupos devem compartilhar suas visões com a turma para que todos identifiquem pontos
comuns e possam reescrever, com a mediação do educador, esses pontos em uma frase concisa. Ao final,
é esperado que a declaração de Visão descreva o que os estudantes querem ou a imagem de mundo que
querem criar. A Visão nada mais é do que como a vida das pessoas, comunidades e da sociedade em geral
ficará melhor com o resultado do trabalho da ONG. Ela determina um cenário ideal a ser alcançado. Deter-
mina a direção que deve servir de referência para os estudantes definirem os objetivos e propósitos da ONG
a serem alcançados. Nesta etapa, a mediação do educador é fundamental para se chegar nessa construção.
É importante fazer o registro de todo o percurso construído pelos estudantes para retomada no próximo
momento e aulas.

2º Momento
Uma vez que os estudantes colocaram no papel a Visão da ONG, é preciso envolver também a comunidade
nesse processo. Para isso, definir dia para diálogo com a comunidade. O diálogo com a comunidade deve
partir da aplicação do mesmo processo de construção da Visão até a elaboração a qual chegaram os es-
tudantes no primeiro momento. Sobre a organização desse encontro, é imprescindível que os estudantes
preparem tudo, contando com o apoio do educador e da gestão escolar (Gestor, Coordenador Pedagógico
e Coordenador Administrativo-Financeiro), quando necessário.
A proposta é que, somente depois desse momento, se chegue à escrita final da visão de futuro da ONG.
É importante que os estudantes saibam que esse é apenas um dos primeiros passos para o engajamento
da comunidade com a ONG. Daqui para frente, tudo vai se traduzir em muito esforço combinado e tra-
balho juntos. É importante que todos saibam que esta aula será retomada para definição dos objetivos
e metas da ONG. Portanto, é importante que desde já se firme o compromisso de todos com o propó-
sito da ONG. Para ajudar nisso, os estudantes devem criar uma lista de contatos e e-mails de todas as
pessoas presentes. A atividade se consolida quando os estudantes construírem e validarem, junto com
a comunidade, a visão de futuro da ONG.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
40 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Avaliação

Nesta atividade é preciso observar se a visão de futuro construída pelos estudantes contempla um cenário
futuro como ponto de referência para orientar as ações da ONG. Para isso o educador deve verificar se o
foco da visão de futuro determina uma imagem de “mundo” que os estudantes buscam criar ou desejam
que o mundo seja. É por isso que a visão de futuro deve ser audaciosa, grandiosa. Sendo assim, é impor-
tante, também, verificar se a visão de futuro não está limitada pelas circunstâncias atuais ou está numa
esfera do que os estudantes consideram impossível.
A construção da visão de futuro é um momento importante, pois é quando os estudantes validam aquilo que
lhes toca e vale a pena perseguir. Assim, é válido observar o entusiasmo com que os estudantes constroem a
Visão e se conseguem expandir os propósitos que a ONG possui. O educador percebe o entusiasmo quando
os estudantes compartilham suas ideias e o que os inspiram no momento de construção da Visão. Os pro-
pósitos são expandidos quando, ao exercitar a própria escrita da visão de futuro, os estudantes descobrem
que a ONG tem capacidade de lidar com outras necessidades da comunidade, e não apenas aquela que foi
pensada inicialmente.
Durante todos os processos de elaboração da Visão é preciso observar se os estudantes constroem uma iden-
tidade e criam um vínculo de equipe. O educador visualiza esses pontos quando os estudantes são capazes
de se identificarem com os valores compartilhados que orientam a ONG e quando eles conseguem expressar
a Visão que definiram com facilidade. Vale salientar que a visão de futuro é uma estratégia poderosa para
motivar os estudantes e inspirar outras pessoas a se unirem na defesa de uma causa social. Para isso, o edu-
cador deve organizar uma Roda de Conversa com os estudantes para que a visão de futuro possa ser lida em
voz alta e cada estudante possa falar sobre o significado que vê nela. O significado deve convergir para tudo
aquilo que colabora para a realização da Visão da ONG. Espera-se que as falas direcionem todos em busca da
mesma visão de futuro.

Na Estante

Vale a pena LER

Livro: Alice no País das Maravilhas


Autora: Lewis Caroll
Editora: L&PM Editores
Ano: 2003
Número de páginas: 176
O livro conta a história de Alice que, quando caiu em uma toca de
coelho, foi transportada para um lugar povoado por criaturas pecu-
liares, revelando uma lógica do absurdo, características dos sonhos.
Repleto de sátiras, paródias e referências linguísticas e matemáticas,
é uma ótima sugestão de leitura para trabalhar a visão de futuro com
os estudantes.
14
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 41

Livro: Pollyanna
Autora: Porter Eleanor H.
Editora: Martin Claret
Ano: 2007
Número de páginas: 192
Embarque na emocionante história do doce Pollyanna que, após ficar
órfã aos 11 anos, vai morar com a sua amarga tia Polly, sua única
parente viva. Rica e intransigente, a tia é desprovida de compreen-
são e afetividade, e recebe a menina em sua casa como um dever.
Essa convivência, aparentemente impossível, vai transformar a vida
de ambas e de todos à sua volta. Isso porque Pollyanna traz uma for-
15 ma diferente de se enxergar a vida – aos seus olhos, sempre existe
um lado bom de tudo e de que todas as coisas podem ser melhores,
dependendo da forma como as olhamos. Além disso, o livro é um dos mais traduzidos e adaptados
romances do século XX que os estudantes precisam conhecer.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
42 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

AULA 55: E SE OS DUENDES DE GRINGOTES


FIZESSEM PARTE DA ORGANIZAÇÃO DE
GENTE QUE FAZ?

16

A temática desta aula faz referência aos Gringotts Bank que somente quem é fã de Harry Potter sabe o que
significa. Assim sendo, cabe ao educador descrever um pouco o que é essa série de ficção para que todos
os estudantes compreendam a aula. No Beco Diagonal estão o Gringotts Bank, onde os bruxos guardam
dinheiro e têm seus cofres. Sobre isso, as habilidades e a sagacidade dos Duendes de Gringotes é tamanha
que controlam grande parte das finanças no mundo dos bruxos e administram o Banco Gringotes. É por
este motivo que, de forma criativa, esta aula estabelece relações com a ficção, tendo como principal foco a
necessidade de os estudantes regulamentarem seus processos administrativos para controle da sua ONG.
Para isso, é necessário entender que o Planejamento deve fazer parte da rotina da ONG, sendo um instru-
mento de extrema importância para organização diária de cada um, que deve ser construído e partilhado
entre todos.
Além disso, como toda instituição, todas as pessoas que fazem parte dela precisam conhecer a sua Missão
e estar de acordo a sua forma de funcionamento para que possam agir de acordo com o que ela defende.
Não é à toa que os Duendes de Gringotes consideram “máxima traição” se alguém do seu meio, conhecedora
do funcionamento da segurança dos cofres, quebre qualquer um dos seus códigos de acesso.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 43

Dessa forma, assim como a Visão e Valores, a Missão é orientadora de todas as decisões que as pessoas
tomam na instituição. É sobre a definição da Missão como parte de um tripé fundamental na estruturação
de um Plano estratégico que esta aula irá tratar.

Para Saber Mais


Gringotts Bank (Banco Gringotes, no Brasil) é o banco com filiais em vários países, usado pela comunidade
mágica da série Harry Potter. Ele fica num edifício de mármore branco, localizado no Beco Diagonal (em
Londres, Inglaterra). Portanto, Gringotes é um Banco dos Bruxos e é o único banco do mundo onde os
donos e funcionários são todos duendes. Foi criado por um duende chamado Gringote, em 1474. Nele,
é possível trocar dinheiro “trouxa” por dinheiro “bruxo”. O lema do banco Gringotes é “Fortius Quo
Fidelius”, que em latim significa “força pela lealdade”.
Esse banco é administrado pelos duendes e seus cofres se localizam centenas de quilômetros sob o solo.
Inclusive, existe uma lenda que diz que os guardiões dos cofres de segurança subterrâneos são dragões.
Ao se aproximar do prédio são encontradas portas de bronze muito polidas, onde um duende fica de
guarda, usando um uniforme vermelho e dourado. Atravessando essas portas você desemboca num
grande saguão de mármore. Lá, existem mais de cem duendes sentados em bancos altos atrás de um
longo balcão, escrevendo em grandes livros-caixa, pesando moedas em balanças de latão, examinando
pedras preciosas com óculos de joalheiro.
Em Gringotts é possível fazer câmbio, trocar dinheiro de muggles por dinheiro de bruxos. Nesse saguão,
há um grande número de portas, todas guardadas por duendes, que acompanham as pessoas que entram
ou saem. Ultrapassando essas portas, nada mais de mármore, e sim passagens estreitas de pedras, na
descendente, iluminadas por archotes, que levam aos cofres no subsolo. Um duende serve de guia nesse
labirinto, pilotando um vagonete que ele chama com um assobio. Na verdade, parece que o vagonete
anda sozinho e em alta velocidade.
Os cofres, que são mais de setecentos, podem ser abertos de várias maneiras. Os comuns usam uma
chave pequena. Os de alta segurança possuem encantamentos nas portas e não têm fechaduras. 4

Objetivo Geral

• Montar uma ONG de acordo com a estrutura necessária.


CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
44 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

1º Momento: Definição da Missão da ONG. 50 minutos


Atividade: Como os
Gringotes. 2º Momento: Espaço de encontro com a comunidade
para validação da Missão e levantamento das atividades 45 minutos
e projetos da ONG.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Como os Gringotes

Objetivo

• Definir a missão da ONG.

Desenvolvimento

1º Momento
Ao estabelecer relações entre a temática da aula e o filme de Harry Potter, o educador tem possibilidade de
abordar o conteúdo da aula de forma criativa e estimulante aos estudantes. Assim, é preciso que, antes de
tudo, o educador apresente aos estudantes, que não conhecem, parte da história da obra sobre os Gringotes.
Assim como os Gringotes, que sabem exatamente o que têm que fazer e, por isso, tomam contam dos
ouros, armaduras, peles e porções dos bruxos, os estudantes precisam saber qual a Missão da ONG,
pois é a Missão que descreve o que a ONG destina-se a fazer de forma única. Para isso, solicitar que
os estudantes, em uma ou duas frases, informem o que a ONG faz e as mudanças de longo prazo que
buscam alcançar. É necessário que a descrição da Missão seja realizada em pequenos grupos para que,
numa próxima etapa, os estudantes possam discutir sobre o que concordam das frases e/ou conceitos
apresentados e cheguem ao que melhor comunica sobre o que é a ONG e por que ela existe.
Para facilitar o processo de construção, o educador deve solicitar que os estudantes concordem sobre
as palavras-chave ou conceitos trazidos pelos estudantes nas frases. É importante que neste momento o
educador reescreva no quadro branco da sala a Visão de Futuro elaborada por eles na aula anterior: ONG?
Que tal uma organização de gente que faz! Onde tem problema deve haver solução. Essa é uma forma de
ajudá-los a integrar o funcionamento da ONG ao conjunto de um tripé que envolve também os valores. Em
seguida, deve atribuir a um pequeno grupo a tarefa de unir as palavras-chave e conceitos em uma ou duas
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 45

frases concisas. É necessário preparar várias opções diferentes para que, no fim, todos possam escolher
entre elas a que acharem melhor. Caso seja necessário, o educador pode trazer as declarações de Missão
de outras ONGS como modelo para estudo dos estudantes.
Ao final, os estudantes precisam verificar, conjuntamente, se a Missão descrita reflete quem são e o que
realmente fazem.

2º Momento
Como toda ONG faz, os estudantes devem revisar e atualizar periodicamente a declaração de Missão da
sua ONG. O melhor momento para fazer isso é no início de um processo de Planejamento estratégico, pois,
é esperado que, na medida em que a ONG for “amadurecendo”, ela provavelmente tenha que passar pelo
refinamento da sua missão. É importante que os estudantes percebam que não é possível partir para um
Planejamento das ações da ONG sem definição, primeiro, da sua Missão, pois é ela quem descreverá a prin-
cipal atividade-propósito da ONG. Isso porque, é dela também que partirá as principais estratégias e ativi-
dades em resposta às mudanças nas necessidades da comunidade e/ou ambiente no qual a ONG envolve.
Fazendo alusão aos Duendes de Gringotes, sobre a execução do seu trabalho como guardiões dos tesouros
dos bruxos e das responsabilidades as quais compartilhavam, eles formavam um grupo fiel de guardiões
porque sabiam exatamente por que trabalhavam, sendo essa a sua razão de existir. Assim sendo, uma vez
definida a Missão, os estudantes precisam comunicá-la a todas as partes interessadas, pois ela é meio para
a participação coesa de todos, principalmente da comunidade local e possíveis financiadores e parceiros.
Tendo clareza da Missão, não existe motivos para não confiar no que a ONG faz, ser responsável e apoiá-la.
Tendo uma Missão clara, ela será traduzida nos projetos e atividades da ONG, o que exigirá um Planeja-
mento. É neste momento que os estudantes precisarão movimentar os seus conhecimentos sobre Plano
de Ação mobilizados nas aulas dos Clubes de Protagonismo. Porém, antes de partir para o detalhamento
do Plano de Ação da ONG que ocorrerá na aula: Definindo os objetivos e as metas de uma organização
de gente que faz, os estudantes, neste momento da atividade, precisam criar um espaço de consulta com
a comunidade local interessada sobre a Missão da ONG e para que possam se certificar dos projetos/
atividades de interesse/necessidade da comunidade. Vale salientar a importância do registro de todas as
trocas estabelecidas entre os estudantes e a comunidade para retomada na próxima aula: Nada acontece
antes de um sonho. De volta à Missão.
Esse momento deve ocorrer com o apoio do educador e Gestão Escolar.

Para próxima aula


É necessário que o educador entregue aos estudantes os Valores, Missão e Visão impressos.

Avaliação

Verificar se os estudantes chegaram à construção final da Missão da ONG por meio da elaboração das
frases e palavras-chave propostas pela atividade, assim como, se por meio do processo de elaboração
da Missão, eles estabeleceram relações com os Valores e Missão da ONG construídos anteriormente. O
educador percebe isso quando os estudantes tentam desenvolver a Missão a partir da Visão reescrita pelo
educador no quadro da sala de aula e quando se esforçam para manter um alinhamento entre ambas as
definições com a mediação do próprio educador.
Após o encontro com a comunidade, o educador deve realizar uma Roda de Conversa com os estudantes
para que todos possam falar sobre como foi a apresentação da Missão da ONG e/ou se a comunidade
apresentou dúvidas sobre o que a ONG faz ou, ainda, se houve propostas de outras iniciativas de interesse
da comunidade que os estudantes não estão contemplando até o momento.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
46 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Na Estante

Vale a pena NAVEGAR

17 Site: Projeto Arrastão


Autora: Criada por mães voluntárias
Ano: 1968
Disponível em: <http://arrastao.org.br/>. Acesso em fevereiro de 2019.
Com a filosofia de “não dar o peixe, mas ensinar a pescar”, o Projeto Arrastão
se tornou uma grande rede de cidadania baseada nas áreas pedagógica, social
e cultural.
O Projeto Arrastão atua no Campo Limpo, São Paulo, com uma série de programas atendendo desde
crianças, jovens e mães e também em projetos habitacionais e ambientais. Mais que prestar assis-
tência a essas comunidades, a organização promove mudanças culturais minimizando riscos sociais
e vem consolidando o seu papel de criar oportunidades para o desenvolvimento sustentável local.
A instituição ainda realiza eventos para a comunidade do entorno do Arrastão.

Vale a pena ASSISTIR


Série de filmes: Harry Potter País de origem: EUA
Gênero: Suspense
Classificação: 9 anos
Ano: 2001 (2011 último filme)
Foram 10 anos. Desde a estreia de Harry Potter e a Pedra
Filosofal, em 2001, até o lançamento de Harry Potter e
as Relíquias da Morte: Parte 2, em 2011, uma década de
aventuras, suspense, mistério, magia e muitas emoções
18 foram levadas às telas de todo o mundo, movimentando
um elenco fenomenal, conquistando o reconhecimento da crítica e gerando milhões nas bilheterias.
A saga Harry Potter é a série mais bem-sucedida da história do cinema mundial. Os oito filmes faturaram
mais de 6,5 bilhões de dólares nos cinemas de todo o mundo, e ao todo somaram 12 indicações ao Óscar.
Todos os longas foram baseados nos sete livros escritos pela escritora inglesa J.K. Rowling, inevitáveis
best sellers mundiais. Os diretores Chris Columbus, Alfonso Cuarón, Mike Newell e David Yates foram
os responsáveis por essas adaptações, transformando em ícones também os três protagonistas, Daniel
Radcliffe (Harry Potter), Emma Watson (Hermione Granger) e Rupert Grint (Ron Weasley). Os filmes são,
portanto, uma oportunidade para educador e estudantes viajarem na imaginação e criatividade da saga
e ousarem no desafio das correlações possíveis entre a organização dos Gringotes com a da ONG criada
pelos estudantes.5
[...]
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 47

AULA 56: NADA ACONTECE ANTES DE UM


SONHO. DE VOLTA À MISSÃO.

19

Para manter a ONG focada em sua Missão, o Planejamento estratégico é fundamental para a definição dos
objetivos, metas e avaliação dos resultados alcançados. Isso é importante porque o Planejamento organiza
todo o trabalho da ONG com tarefas, responsabilidades e cronogramas definidos. Ou seja, o Planejamento
estratégico é uma maneira sistemática de avaliar onde a ONG se encontra agora e onde ela quer estar no
futuro. Ele responde perguntas sobre como a ONG será e o que fará de cinco a dez anos a partir de agora.
Um Plano de Ação começa pelos Valores, Visão, Missão da ONG, depois com o estabelecimento da sua
direção, prioridades e metas. Assim sendo, esta aula mantém os estudantes “antenados” à Missão da ONG
para que eles possam percorrer as principais etapas do Planejamento estratégico, por meio da elaboração
do Plano de Ação da ONG.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
48 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Objetivo Geral

• Criar uma ONG de acordo com a estrutura necessária.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Respostas a questões orientadas para o Planejamento


Atividade: Mundo real. 45 minutos
estratégico da ONG.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Mundo real

Objetivo

• Estabelecer o planejamento necessário para a estruturação da ONG.

Desenvolvimento

A atividade consiste no agrupamento dos estudantes (10 pessoas), com apoio do educador, para início do
Planejamento estratégico da ONG por meio da elaboração do Plano de Ação, tendo como base os Valores,
Visão e Missão da ONG. Cada grupo deve ter um moderador e um escriba que possa cuidadosamente
registrar as discussões em grupo. Sobre o papel do moderador é importante saber:
• Condução do grupo: o moderador é quem gerencia a ordem das falas dos estudantes, solicitando
que todos respeitem o turno de fala de cada um;
• Participação igualitária: o moderador é responsável por facilitar as discussões em grupo, incentivando
a todos os membros a participarem, num processo que valoriza a vivência e o conhecimento de
cada um. Na discussão em grupo, cada pessoa tem direito de emitir a sua opinião e defender seus
pontos de vista. É o grupo e não o moderador, individualmente, quem deve decidir os rumos da
discussão e as decisões em grupo;
• O ponto de partida são as pessoas: o moderador é a primeira pessoa a levar em conta os
problemas, desejos e inquietações de cada um para serem partilhados e discutidos em grupo.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 49

Para isso, o educador deve apoiar todos os moderadores do grupo, mediando as discussões em cada um
deles, quando necessário. É importante ressaltar que o educador é quem deve estar atento para o enten-
dimento entre os estudantes; isso significa fazer uso dos pontos fortes de cada estudante do grupo para
consolidar a fluidez das discussões. Sobre todas as conclusões alcançadas pelos grupos, o educador tam-
bém deve estar atento se o escriba faz as anotações necessárias. Portanto, nesta aula, mais importante
que chegar às respostas para as perguntas da atividade, é possibilitar o processo de construção delas.
De posse dos Valores, Visão e Missão da ONG, assim como do registro das trocas estabelecidas com a
comunidade na aula anterior: E se os duendes de Gringotes fizessem parte da organização de gente que
Faz? os estudantes devem discutir sobre os propósitos da ONG, só que agora com foco nos projetos a
serem desenvolvidos, no envolvimento de pessoas da comunidade e nos recursos necessários.
Portanto, com ajuda do educador, cada grupo deve fazer um cuidadoso levantamento das necessidades e
pontos de interesses da comunidade buscando responder as seguintes questões:
• Quais as atividades ou projetos da ONG? É preciso que neste ponto os estudantes verifiquem
se as atividades estão alinhadas com os Valores, Visão e Missão da ONG, pois é a partir disso
que todo o Plano de Ação vai se estruturar;
• A ONG possui os recursos necessários para execução das atividade/projetos iniciais? Sobre
essas questões é preciso pensar como a ONG determinará suas necessidades em termos de
equipe e recursos. É fundamental que os estudantes compreendam que os recursos são todas
as coisas que uma ONG precisa para realizar sua Missão. Incluem dinheiro, pessoas, espaço,
habilidades, experiência e relacionamentos;

Sobre recurso financeiro, é importante o detalhamento de como e quem fará a supervisão financeira da
ONG, pois este detalhamento, além de fazer parte do Planejamento, é meio para o educador estimular os
estudantes a pensarem nas responsabilidades de cada pessoa que compõe a ONG também. Como exemplo,
o gerenciamento financeiro da organização pode ocorrer por meio de um sistema de contabilidade, que se
utiliza de voluntários especialistas na área.
• Como garantir que o trabalho da ONG seja eficiente? Neste ponto, os estudantes devem pen-
sar como as atividades e projetos devem trazer progresso para a Missão da ONG. Nesta discus-
são, os estudantes devem compreender que tudo deve ter sentido para a ONG por trazer re-
sultados. É importante saber, por exemplo, que, em algum momento, os estudantes precisem
encerrar ou reestruturar um projeto, ou iniciar um novo que atenda melhor às necessidades
da comunidade, sendo o monitoramento a garantira da eficiência do trabalho. É fundamental,
neste caso, que a ONG tenha um plano claro e bem pensando para lidar com as necessidades
e com os resultados.
• Que tipos de conexões e relacionamentos a ONG precisa agora e no futuro? Discutir essa
questão ajudará os estudantes a buscarem parcerias na aula: Parceiros, bem-vindos! O diálogo
com os que não estão na organização de gente que faz mas se interessam pelo que ela faz.
Contudo, é importante saber que uma ONG não realiza sozinha sua Visão para uma sociedade
melhor. As necessidades da comunidade são inúmeras e os problemas da sociedade muito
complexos. A ONG precisará trabalhar, no mínimo, com outras ONGs, Fundações e com o
Governo para atingir os seus objetivos.

Todas essas questões são importantes para início da elaboração do Plano de Ação da ONG que deve
começar a partir de então.
O momento final da atividade deve proporcionar a socialização das informações trazidas pelos grupos, pois
elas funcionam como alavancas motivadoras para materializar tudo o que os estudantes pensaram inicial-
mente sobre a ONG em ações. À medida que os estudantes forem avançando nas respostas, o educador
deve ir aprofundando partes do Plano de Ação de acordo com a estrutura que os estudantes já conheceram
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
50 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

desde as aulas dos Clubes de Protagonismo. De toda forma, nas próximas aulas, os estudantes iniciarão a
formulação dos objetivos, metas e estratégias do Plano de Ação. Por este motivo, todas as informações
referentes às questões trazidas nesta atividade devem ser registradas pelos estudantes.

Avaliação

Observar se os estudantes conseguiram pensar e descrever as principais etapas do Planejamento estratégico


da ONG; se, ao fazer esse movimento, identificaram novas necessidades e interesses da comunidade, bem
como meios específicos de conseguir os recursos que precisam e sobre como garantir um resultado eficiente
da ONG.
Dessa forma, o educador deve estar avaliando durante toda a atividade a capacidade dos estudantes em
estabelecerem relações entre o resultado da ONG pretendido com o trabalho que precisa ser planejado.
Ou seja, quanto mais os estudantes conseguirem descrever o que precisam para alcançar resultados, mais
capazes e empoderados do Planejamento eles demonstrarão estar. Essas relações facilitarão a elaboração
do Plano de Ação, que já se inicia nesta aula. Cabe ao educador observar, portanto, o quanto os estudantes
conseguem avançar no Plano. De toda forma, vale ressaltar que nas próximas aulas os estudantes vão dar
continuidade à elaboração do Plano de Ação que já se iniciou.

Na Estante

Vale a pena LER


Livro: Hobbit
Autor: John Ronald Reuel Tolkien
Editora: WMF Martins Fontes
Ano: 2013
Número de páginas: 328
Prelúdio de O senhor dos anéis, O Hobbit conquistou sucesso imediato
quando foi publicado em 1937. Vendeu milhões de cópias em todo o
mundo e estabeleceu-se como um clássico moderno e um dos livros
mais influentes de nossa geração. Bilbo Bolseiro é um hobbit que leva
uma vida confortável e sem ambições. Mas seu contentamento é per-
20 turbado quando Gandalf, o mago, e uma companhia de anões batem
à sua porta e levam-no para uma expedição. Eles têm um plano para
roubar o tesouro guardado por Smaug, o Magnífico, um grande e perigoso dragão. Bilbo reluta muito
em participar da aventura, mas acaba surpreendendo até a si mesmo com sua esperteza e sua habi-
lidade como ladrão! Tradução de Lenita Maria Rímoli Esteves.6
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 51

AULA 57: DEFININDO OS OBJETIVOS E AS METAS


DE UMA ORGANIZAÇÃO DE GENTE QUE FAZ.

21

Toda ONG que se preze constrói uma rede de aliados por meio de relacionamentos sólidos, baseados em
objetivos e metas compartilhadas, confiança e benefício mútuo, com a sua comunidade. Sendo assim,
dando continuidade à aula anterior Nada acontece antes de um sonho: de volta à missão, a definição dos
objetivos da ONG é apenas uma das etapas iniciais do Planejamento estratégico e tão importante quando
a sua Missão, pois é por meio dos objetivos alcançados que a ONG cria mudanças duradouras para a sua
comunidade. É também por meio dos objetivos que é possível responder o que a ONG fará e o que terá
realizado em um tempo estimado. É sobre isso que esta aula irá tratar.

Objetivo Geral

• Criar uma ONG de acordo com a estrutura necessária.


CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
52 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

1º Momento: Retomada conjunta dos Valores, Visão


50 minutos
e Missão da ONG para definição dos objetivos.
Atividade: Jovens atuantes.
2º Momento: Retomada dos objetivos da ONG para
45 minutos
definição das metas.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Jovens atuantes

Objetivo

• Definir os objetivos e metas da ONG.

Desenvolvimento

1º Momento
A atividade proposta nesta aula exige que os estudantes, conjuntamente, definam os objetivos e metas da
ONG. Para isso, é preciso que retomem todos os seus registros das aulas anteriores para apoiá-los nessa
elaboração. Para início da construção entre os estudantes, o educador deve escrever no quadro branco da
sala de aula os Valores, Missão e Visão definidos nas aulas anteriores, para que todos possam visualizá-los
e tomá-los como ponto de partida na criação dos objetivos e metas da ONG. É importante orientar os
estudantes para não definirem mais que cinco objetivos, pois mais que isso pode inviabilizar a qualidade
dos resultados a serem alcançados em relação a cada um deles.
Antes de partir para os objetivos:
1- Solicitar que os estudantes façam uma breve introdução sobre a ONG que criaram, situando
a sua causa atual e seus desafios. É possível também fazer uma descrição sucinta da realidade
da comunidade que a ONG atende. Neste momento, é importante retomar a aula: ONG?
Que tal uma organização de gente que faz? Onde tem problema deve haver solução, quando
os estudantes discutiram o que era mais importante para a ONG, o seu propósito e o que
estavam dispostos a sacrificar para que a ONG fosse bem-sucedida.
2- Ao retomar as aulas anteriores e seus registros sobre a Missão e Visão da ONG, os estudantes
devem buscar quais devem ser os objetivos que vão garantir o alcance da Visão. Vale salientar
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 53

que será dos objetivos que vão se definir as Metas e Estratégias da ONG, também. Sobre isso,
é valiosa a mediação do educador retomando os conhecimentos prévios dos estudantes sobre
Plano de Ação, pois é esperado que os estudantes já tenham repertório suficiente para essa
construção depois desta aula (usar Modelo do Plano de Ação disponível no Anexo A para todas
as aulas subsequentes e como referência para todas as ações desenvolvidas pela ONG ao longo
do ano).
3- Para a definição dos objetivos da ONG, o educador deve explicar aos estudantes que todos os
objetivos juntos representam aonde eles querem chegar e devem partir do “quem”, que neste
caso se refere à comunidade.

2º Momento
Definidos os objetivos, é chegado o momento de mediar as discussões para que os estudantes possam
definir as metas do Plano de Ação. Contudo, para isso, a organização dos estudantes deve ser por grupos
de cinco pessoas, e cada grupo deve ser responsável por atribuir metas para cada objetivo definido no
momento anterior. É necessário informá-los que meta é sempre um número: porcentual, quantidade e
pontuação (> ou < ou = 100%). A título de exemplo: 70% de arrecadação de fundos adicionais para um
projeto X da ONG ou 50% dos voluntários da ONG com conhecimento e formação na área dos projetos em
que atuam. Para definição das metas da ONG, o ponto de partida será sempre os objetivos, pois as metas
representam “um degrau que os estudantes estão subindo” na direção dos objetivos.
Considerando que os estudantes, desde as aulas iniciais, vêm atuando no Planejamento estratégico da
ONG, é possível solicitar que eles retomem, por exemplo, alguns projetos que pensaram incialmente
desenvolver na ONG, para definirem algumas metas para cada um. Esse movimento contrário na lógica
de construção do Plano de Ação é uma oportunidade para que todos possam contar se os projetos pen-
sados estão realmente alinhados com a Missão, Visão e Objetivos da ONG. Lembrar que as metas serão
sempre atualizadas à medida que forem alcançadas.
É a partir desta aula em diante que os estudantes devem buscar tornar sustentável sua ONG, e isso é mui-
to mais do que torná-la financeiramente operante, é preciso buscar isso desde a sua Visão e Missão. Tendo
essa compreensão, ao final, cada grupo deve apresentar as metas que definiram para discussão e validação
das mesmas envolvendo toda a turma.

Para próxima aula


Solicitar que os estudantes definam grupos de oito pessoas para criação de um comitê estratégico,
responsável por discutir com a comunidade estratégias do Plano de Ação da ONG. Além disso, é preciso
que todos (educador e estudantes) articulem com a Equipe Gestora da Escola a data para divulgação
e realização desse momento.

Avaliação

Desde o início do Planejamento estratégico, os estudantes são estimulados a construir uma ONG por meio
da experiência que possuem e conhecimentos adquiridos nos Clubes de Protagonismo. Assim sendo, a ati-
vidade proposta nesta aula busca verificar se os estudantes são capazes de definir os objetivos e metas da
ONG. Contudo, mais que uma simples definição de duas etapas do Plano de Ação, é preciso que o educador
esteja atento à determinação dos estudantes na consecução dos propósitos da ONG, pois tudo o que eles
idealizaram em aulas anteriores, agora, precisam levar à frente.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
54 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Nesta aula, o domínio na construção do Plano de Ação da ONG é fundamental, mas isso depende das
articulações que os estudantes são capazes de fazer entre o que idealizaram e a realidade apresentada.
É por isso que deve ser mais valorizado pelo educador o processo que leva a definição dos objetivos e
metas da ONG, do que propriamente a escrita deles no “papel”.
Além disso, é importante observar, durante as atividades, como todos participam e colaboram apresentando
as suas propostas, se existe alinhamento entre os estudantes, se todos convergem para um mesmo ponto de
entendimento, se existe capacidade de síntese e fluidez de pensamento. Além destes pontos, é importante
observar também o nível de comprometimento de cada um com a ONG, isso se torna observável quando os
estudantes expressam falas do tipo: “Isso é um grande desafio, mas todos juntos conseguiremos alcançar”,
“Vamos fazer a diferença na comunidade se cuidarmos dessa questão”, “Sonhamos com esse dia e vamos
fazer a nossa parte”.
Outro ponto importante que merece atenção do educador é a qualidade do relacionamento que os
estudantes procuram estabelecer com a comunidade, pois isso garantirá o alcance dos objetivos da
ONG. É esperado que o relacionamento com a comunidade seja realmente duradouro e traga impacto
positivo na vida das pessoas. Isso se evidencia principalmente no detalhamento das metas do Plano.
Por último, nesta aula, é importante observar também se os estudantes conseguem pontuar as condições
necessárias para o alcance da Visão da ONG, pois é por meio da definição dos objetivos que eles entram
num processo reflexivo de “conversar com a realidade” da comunidade na qual estão inseridos. Sobre isso,
pode ser que, ao formular os objetivos da ONG, os estudantes deem conta que nunca será possível alcan-
çá-los porque precisam ajustar primeiro a Missão e Visão da ONG. Caso isso aconteça é uma oportunidade
valiosa para o educador perceber que os estudantes avançam um passo na direção do foco e direção da
ONG que antes não possuíam.
Portanto, o exercício de definição de objetivos e metas valida tudo o que os estudantes idealizaram sobre
a ONG, pois isso exige uma visão geral sobre os componentes necessários para criar e manter uma ONG.
Cabe ao educador estar atento a todas as movimentações que os estudantes são capazes de fazer a
respeito disso.

Na Estante

Vale a pena NAVEGAR


ChildFund – Conheça 6 exemplos de projetos sociais
que transformam vidas.
Ano: Ativa desde 1966
Disponível em: <https://www.childfundbrasil.org.br/
22 blog/conheca-6-exemplos-de-projetos-sociais-que-
-transformam-vidas/>. Acesso em junho de 2019.
Começar a modificar a sociedade não precisa de grandes passos. Na verdade, existem inúmeros
exemplos de projetos sociais que estão modificando a vida de várias pessoas neste exato minuto
e que precisam de doação (tempo, dinheiro ou conhecimento) para que essas ações continuem
existindo.
Se você está cansado de tantas injustiças sociais ou apenas deseja começar a praticar o bem,
saiba que existem muitas maneiras de ajudar e fazer com que os bons projetos sociais continuem
transformando várias realidades.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 55

Material: As melhores ONGs de 2018


Disponível em: <https://melhores.org.br/de2018/>. Acesso em
junho de 2019.
É possível acessar no link disponibilizado aqui as 100 melhores ONGs
de 2018 em ordem alfabética. Existe a possibilidade de pesquisar as
ONGs destaques por região e área de atuação também.
23
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
56 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Anexo A - Plano de ação estratégico da ONG

1. Introdução e Diagnóstico 2. Valores


A situação atual, contatações, descrições da realidade, O que guia nossa conduta.
causa da ONG e seus desafios.

5. Premissas e Objetivos
Pontos de partida e de chegada para atingir a visão.

6. Prioridades
Para cada objetivo: quais os pontos de maior impacto n

7. Indicadores e Metas
Para cada prioridade, os indicadores de resultado e as
próximos dos objetivos.

De Resultados
Apuração de resultados de médio e longo prazo
META
>.....%
>.....%
<.....%
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 57

3. Visão 4. Missão
O que queremos ser no futuro. Qual a nossa causa e razão.

os resultados.

8. Estratégias
metas que, ao serem alcançadas, nos deixarão mais Direcionamentos a serem desdobrados em ações
para atingir os objetivos.

De Processos
Medições no decorrer do processo e o período de apuração
(diário, semanal, bimestral, etc.)
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
58 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

AULA 58: DEFININDO AS ESTRATÉGIAS E AS FUNÇÕES


DE UMA ORGANIZAÇÃO DE GENTE QUE FAZ.

24

Para que uma ONG alcance os seus resultados e tenha sucesso é fundamental um detalhamento de ações
que devem acontecer em curto, médio e longo prazo, implementadas por meio de estratégias que são geren-
ciadas para que os objetivos sejam alcançados. As estratégias, portanto, são mobilizadoras de esforços e, por
isso, quando bem elaboradas conseguem reunir ações precisas para obter o melhor retorno possível. Sobre
isso, agora, mais do que nunca, os estudantes devem ter clareza sobre o presente e o futuro da ONG, pois é
nesta aula que passarão a ter critérios para uma atuação mais direcionada na ONG.

Objetivo Geral

• Compreender a importância das estratégias para alcance dos objetivos da ONG.


CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 59

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

1º Momento: Criação de um comitê estratégico para


50 minutos
definição das estratégias do Plano de Ação da ONG.
Atividade: Transformando
informações em estratégias.
2º Momento: Apresentação e validação das estratégias
45 minutos
pelos estudantes.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Transformando informações em estratégias

Objetivo

• Definir as estratégias da ONG.

Desenvolvimento

1º Momento
A proposta desta aula é que os estudantes criem um “comitê estratégico”, composto por oito pessoas em
cada grupo, para organizar plenárias abertas à comunidade com o intuito de discutir e decidir as estratégias
do Plano de Ação da ONG. É fundamental que este momento seja alinhado com a Equipe Escolar (Gestor e
Coordenador Pedagógico) e realizado com a participação ativa de todos os estudantes. A proposta é que a
comunidade contribua no alcance dos resultados a serem alcançados pela ONG ou na solução de algumas
problemáticas. Vale ressaltar que o conhecimento da comunidade e as coisas que ela está interessada em
aprender e fazer podem vir a ser ótimas estratégias para a ONG.
Um ponto importante na construção das estratégias é que elas devem ser discutidas numa ordem de trás
para frente do Plano de Ação, ou seja, ao descrevê-las é preciso assegurar que elas produzirão os resul-
tados esperados. Isso porque, embora o Plano de Ação seja escrito da esquerda para direita, ele ajuda a
trabalhar da direita para a esquerda à medida que os estudantes o desenvolvem. Portanto, quando lidos
os objetivos, metas e estratégias, em conjunto, tudo deve descrever aspectos básicos da ONG ao longo do
tempo, do planejamento aos resultados. Considerar que um Plano de Ação ao ser lido deve seguir uma
sequência de raciocínio, ou declarações do tipo: “Se...então...”, que conectam partes do Plano.
No momento de discussões com a comunidade para definição das estratégias, a mediação do educador é
necessária para que sejam provocados a uma reflexão sobre a importância de uma estratégia desencadear
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
60 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

não só uma ação da ONG, mas uma série de outras relacionadas, pois são das estratégias que serão desdo-
bradas as ações pelos membros da ONG. A proposta do comitê, portanto, deve ser formado para que cada
grupo de estudantes fique responsável por discutir e definir, junto com a comunidade, direcionamentos a
serem desdobrados em ações para atingir um dos objetivos do Plano de Ação.

2º Momento
Após a definição das estratégias, todos os estudantes devem socializar suas elaborações para a turma. Para
isso, serão realizadas apresentações de cada comitê. A proposta é que todos validem o que construíram
junto com a comunidade e alinhem o que for necessário.
Feito isso, o Plano de Ação está pronto para atribuir tarefas e responsabilidade a cada membro que
compõe a ONG. Lembrar que as ações irão concretizar as estratégias e atingir as metas do Plano de
Ação, o que exigirá também, um cronograma com prazo das ações para cada pessoa.
É importante ressaltar que a partir desta aula os estudantes devem fazer uma avaliação sistemática dos
resultados alcançados na ONG (aplicação do *PDCA). É por este motivo que as estratégias do Plano de Ação
podem mudar com o passar do tempo, pois é por meio das estratégias que a ONG, continuamente, seguirá
aprendendo e crescendo, e que os estudantes vão conseguir identificar o que realmente devem fazer para
isso acontecer.
Para apoiar os estudantes nessa etapa subsequente à elaboração do Plano de Ação, cabe a avaliação feita,
se perguntarem:
- O que nós fizemos que funcionou?
- O que poderia ter funcionado melhor?
- Por que determinadas coisas funcionaram (ou não)?
- O que nós aprendemos e como podemos usar esse conhecimento para fortalecer o nosso
trabalho?

*Para PDCA – Ciclo da melhoria contínua. Sobre isso, retomar aula: Nada está tão bem que não possa
melhorar: Como fazer a engrenagem girar? O PDCA ao vivo no Clube. Quando os estudantes utilizaram
esse instrumento de gestão para aprimoramento dos seus Clubes de Protagonismo.

Avaliação

Um ponto principal a ser avaliado nesta aula é se os estudantes são capazes de definir as estratégias
do Plano de Ação. Contudo, vale ressaltar que mais que conseguirem colocar “no papel” as estratégias,
é importante que durante essa construção tenham feito uma análise sistemática dos resultados que
buscam alcançar na ONG. O educador observa isso, principalmente no primeiro momento da atividade,
quando os estudantes analisam os objetivos e identificam os pontos fortes da comunidade.
Outro ponto a ser observado é se a estratégia é atualizada (baseada em dados e informações atuais e úteis)
e se os estudantes demonstram ser capazes de vivê-la no dia a dia. O educador observa isso quando os
estudantes possuem clareza sobre os caminhos que devem ser seguidos para alcançar os objetivos e/ou
quando possuem uma visão geral sobre a ONG, identificando os possíveis riscos e oportunidades que estão
presentes nas pequenas situações.
Por fim, cabe ao educador observar o esforço, determinação, conhecimento e experiência dos estudantes
em todos os momentos da aula.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 61

Na Estante

Vale a pena NAVEGAR


Agência de Desenvolvimento Econômico Local - Adel
25
A Agência de Desenvolvimento Econômico Local
(Adel) é uma organização sem fins lucrativos que tem
como missão promover o desenvolvimento local de
comunidades rurais no sertão do Nordeste brasileiro
por meio do empreendedorismo e do protagonismo
social de jovens e agricultores rurais.
A criação da Adel é resultado da mobilização de jovens de comunidades rurais no semiárido do Ceará
que tiveram a oportunidade de cursar a universidade na capital do Estado, Fortaleza, e que optaram
por retornar à região, onde nasceram e foram criados, para investir os conhecimentos e as habilidades
adquiridas em prol do desenvolvimento local.
Enquanto estudavam em cursos como Economia, Administração, agronomia, Engenharia, Comunicação
e Ciências Sociais, eles entenderam a importância do conhecimento e de ferramentas que estavam
aprendendo nas aulas para o desenvolvimento e para a transformação social das comunidades rurais
onde moravam.
Em 2007, esses jovens se organizaram e começaram a atuar na região de Pentecoste, no norte do es-
tado, onde fundaram a Adel para apoiar pequenos produtores rurais em situação de vulnerabilidade
com foco no fortalecimento da agricultura familiar.
A sede da Adel fica em Pentecoste, uma cidade distante cerca de 90 km de Fortaleza, e o Centro de
Formação da instituição localiza-se no município vizinho, São Gonçalo do Amarante.7

25
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
62 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

AULA 59: PLANEJAMENTO FINANCEIRO NÃO É COISA


DE ECONOMISTA! ORGANIZAÇÃO DE GENTE QUE FAZ
E PROJETO DE VIDA PRECISAM DELE.

26

Todas as coisas que uma ONG precisa para realizar sua Missão requer um planejamento financeiro, pois
isso inclui recursos. Isso significa que, além de recursos financeiros, é preciso que a ONG tenha condições
ou alternativas para manter seus funcionários, espaço, equipamentos, materiais, suprimentos, desenvolver
habilidades, pessoas para trocar experiências e construir uma rede ampla de relacionamentos. Portanto,
desenvolver um orçamento para a organização é uma das tarefas mais desafiadoras para os estudantes.
O importante é que todos compreendam que orçamento é um componente crítico para o sucesso da
ONG, pois isso determina o limite da sua atuação. Sendo assim, esta aula insere os estudantes no exercício
constante de desenvolvimento financeiro da sua ONG.

Para Refletir
Existem muitas razões pelas quais toda pessoa precisa de orçamento para planejar as despesas do seu
projeto. Para construir um Projeto de Vida, por exemplo, os estudantes partiram da sua própria história,
trouxeram explicações para cada objetivo do seu Plano de Ação, definiram suas metas e estratégias.
A honestidade e transparência, com certeza, passaram a ser valores básicos para a realização dos
seus sonhos. Tudo isso porque todo projeto requer um Plano e, se tratando de uma organização, isso
também não é diferente; planejamento financeiro é fundamental.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 63

Objetivo Geral

• Compreender a importância do planejamento financeiro para estruturação da ONG.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

1º Momento: Criação de Comitê para cuidar do


planejamento financeiro da ONG, validação dos 50 minutos
Atividade: Líderes, cadê cargos e funções existentes na ONG.
vocês?
2º Momento: Definição das prioridades e ações da
45 minutos
ONG sob liderança dos membros do Comitê.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Líderes, cadê vocês?

Objetivo

• Definir um planejamento geral dos recursos da ONG.

Desenvolvimento

1º Momento
Para que uma ONG funcione bem e alcance os seus resultados é preciso que ela tenha um planejamento
financeiro em longo prazo e adote uma prática de prestar informações à comunidade sobre de onde vem
o seu dinheiro e para que ele é usado. Isso porque o sucesso de uma ONG depende da gestão de todos os
recursos e, principalmente, do financeiro. Outro ponto importante é que a comunidade tem o direito de
saber o que a ONG realiza e como está usando tudo o que recebe.
Uma ONG é uma organização sem fins lucrativos e pode ter diversas fontes de recursos e estratégias para
captar recursos, uma delas pode ser oriunda do voluntariado de pessoas da própria comunidade para
realizar seu trabalho com eficiência. Sabendo disso, os estudantes precisam criar um Comitê formado por
estudantes interessados para o gerenciamento e as finanças da ONG. Uma das atribuições de quem parti-
cipa desse Comitê é analisar e aprovar as parcerias da ONG (assunto abordado na próxima aula: Parceiros,
bem-vindos! O diálogo com os que não estão na Organização de Gente que Faz, mas se interessam pelo
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
64 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

que ela faz) e supervisionar todas as questões de orçamento, arrecadação de fundos e planejamento de
projetos da ONG.
Assim sendo, para escolha dos membros do Comitê é preciso buscar, entre os colegas aqueles que, além
de interessados, tenham maior facilidade em tomar decisões e sejam flexíveis (na sequência desta aula há
mais informações sobre o perfil desses estudantes). Além disso, é fundamental que esses membros este-
jam comprometidos com a Visão, Valores e Missão da ONG, além de serem líderes servidores. Outro ponto
importante na escolha é informá-los previamente que todos precisarão dedicar mais tempo à “gestão” da
ONG, diferentemente dos outros membros da ONG. É neste momento que o educador deve aproveitar
para validar com os estudantes as funções e cargos existentes na ONG. É importante que todos entendam
que possuem um trabalho a realizar e todos são importantes para a ONG.
Para escolha dos membros do Comitê, caso seja necessário, o educador deve retomar conceitos sobre
liderança servidora trabalhados nas aulas: Das fronteiras às membranas, dos muros à pele: eu e o mundo e
Liderar é servir: os protagonistas que mudaram o mundo. Essas aulas, além de trabalharem as caracterís-
ticas de um líder servidor, também abordaram a atuação dos estudantes em espaços coletivos por meio
do estímulo ao espírito colaborativo. E, se ainda necessário, o educador pode buscar apoio numa aula de
Projeto de Vida: Zona de conforto, fora. A vida não é um algodão doce, para tratar com os estudantes sobre
os desafios na consecução de projetos, pois esta aula traz exemplos de biografias que estimulam o olhar
dos estudantes para a importância da determinação, coragem e humildade na vida.
Abaixo, seguem alguns pontos para apoiar os estudantes na identificação dos membros do Comitê. Espera-se
que os escolhidos sejam capazes de:
- analisar e ouvir um problema trazido pela comunidade;
- trazer soluções para as problemáticas apresentadas;
- planejar eventos e projetos;
- gerenciar tarefas, cronogramas e recursos;
- realizar reuniões com a comunidade;
- falar em público;
- lidar com conflitos.

2º Momento
Uma vez definidos os membros do Comitê, estes devem articular com os outros estudantes as direções
das ações da ONG e suas prioridades para trazer recursos para a organização. Isso porque, ao validarem
as prioridades e ações da ONG, os estudantes criam condições para a operacionalização do planejamento
financeiro da ONG, facilitando a tomada de decisões quanto à autorização dos projetos e aprovação das
despesas. Para isso, dar seguimento ao preenchimento do Plano de Ação disponibilizado no anexo da aula
anterior: Definindo os objetivos e as metas de uma organização de gente que faz.
É importante explicar aos estudantes que, na medida em que a ONG cresce e amadurece, é necessário
um planejamento financeiro para assegurar novos projetos, funcionários, recursos, doadores e parceiros.
O planejamento financeiro é, portanto, uma forma de garantir, desde o início, que a ONG tenha o que é
necessário para realizar o seu trabalho, pois tudo deve perpassar também pelo financeiro. E, isso é de
responsabilidade que cabe agora ao Comitê que, mais que buscar recursos, tem que saber priorizar o que
querem para alcançar seus objetivos. Assim sendo, cabe ao Comitê:
- planejar a aplicação de recursos (os gastos projetados para uma atividade e de onde eles se
originarão);
- realizar prestação de contas à comunidade (Accountability – sobre isso, caso necessário, o
educador pode retomar a aula: Quem está no banco do motorista, afinal?)
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 65

- monitorar se tudo o que foi ação prevista está sendo realizada;


- definir as prioridades da ONG com vista ao orçamento financeiro.

Sobre onde e como buscar recursos, cabe ao educador explicar que a ONG pode captar todo tipo de
recursos, seja com pessoas jurídicas: por meio de propostas de patrocínio ou por meio de um projeto
conjunto, que avalie os interesses da empresa aos da ONG, ou com pessoas físicas: por meio de doações
e voluntariado, por exemplo. Outra forma é propondo jantares, bingos, bazares e realizando campanhas,
pois essas são estratégias bem efetivas ou, ainda, firmando parcerias com fundações, órgãos interna-
cionais e governamentais, assunto este que será abordado na próxima aula: Parceiros, bem-vindos! O
diálogo com os que não estão na organização de gente que faz mas se interessam pelo que ela faz. Ao
final da aula, espera-se que os estudantes tenham conseguido definir um planejamento geral para os
recursos da ONG. E, assim como todo planejamento, este deve ser reavaliado e refeito periodicamente,
de modo que esteja adequado e fiel à realidade da ONG.

Avaliação

Embora a liderança servidora seja algo desenvolvido na prática, ao longo da própria vivência dos estudantes
na ONG, o educador deve estar atento ao movimento de identificação que os estudantes realizam para de-
finição dos membros do Comitê, pois isso tem que ocorrer a partir do perfil determinado. Assegurar o perfil
dos membros do Comitê é uma forma de garantir que a ONG tenha, de fato, um planejamento financeiro
bem produzido, estratégico e que antecipe os mais diferentes cenários possíveis.
Outro ponto importante é sobre a definição de um planejamento geral para os recursos da ONG e, sobre
isso, cabe ao educador observar se os estudantes têm uma visão de curto, médio e longo prazo quanto aos
recursos da ONG, se falam em reservas financeiras para imprevistos (anteveem as situações de crises) e se
conseguem definir as prioridades do Plano de Ação de acordo com essa visão (se sabem quais as demandas
principais da ONG). Sobre isso, deve ser valorizado todo o movimento que os estudantes fazem no sentido
de definir novas metas para que a ONG tenha menos gastos e/ou consiga alocar mais investimento. Essa é
uma forma de construir situações favoráveis para que os objetivos da ONG sejam alcançados, assim como,
se estão sendo realistas, de forma a refletir sobre as possibilidades de cada projeto e ação proposta pela
ONG diante da visão geral do planejamento financeiro.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
66 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Na Estante

Vale a pena LER


Livro: Social em foco: ONGs – orientações legais e práticas
Autora: Ana Cláudia P. Simões
Ano: 2014
Editora: A Gazeta
Número de páginas: 402
Este livro é uma coletânea de textos de autoria de Ana Cláudia
Simões Lima, publicados na coluna Social em Foco, do jornal A
Gazeta, de Vitória-ES; e tem como objetivo esclarecer as dúvidas
mais frequentes dos gestores de instituições do Terceiro Setor.
Essas entidades, para garantir qualidade à sua atuação, são compe-
lidas a cumprir exigências cada vez mais numerosas e rigorosas da
legislação e das entidades financiadoras dos projetos. Dirigidas por
27 voluntários idealistas, as entidades do Terceiro Setor já perceberam
que a qualificação é o melhor caminho a ser trilhado para atingir
os resultados desejados. A qualificação possibilita a elaboração de bons projetos, a captação de
recursos para realizá-los ao alcance de resultados que, por sua vez, resultam na continuidade da
organização, com o pleno atendimento aos condicionantes da lei e dos parceiros. Ao esclarecer
as dúvidas dos gestores, este livro pretende contribuir para o fortalecimento das instituições do
Terceiro Setor para que elas se tornem capazes de beneficiar a uma quantidade ainda maior de
pessoas.8
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 67

AULA 60: PARCEIROS, BEM-VINDOS! O DIÁLOGO COM


OS QUE NÃO ESTÃO NA ORGANIZAÇÃO DE GENTE
QUE FAZ, MAS SE INTERESSAM PELO QUE ELA FAZ.

28

Uma ONG não pode concretizar sozinha sua Visão para uma sociedade melhor sem criar uma rede de
parceiros que possa apoiá-la. É por meio de parcerias que a ONG pode ampliar sua base de suporte,
ter acesso a novos recursos, incluindo fundos, verbas, além de informações, experiências e habilidades,
assim como, pode atingir novas populações, ganhar espaço e visibilidade.
As parcerias podem ser firmadas de diferentes formas, mas quanto mais formal e estruturada, mais
fácil de avaliar os resultados alcançados. Um bom parceiro para a ONG é aquele que agrega valor a ela,
seja na troca de informações, ideias, experiências e não só investindo dinheiro. Partindo disso, esta aula
estimula os estudantes a pensarem nas parcerias que devem ser criadas para a sua ONG e o tipo de
relacionamento que desejam construir por meio delas. Esta aula é, portanto, uma fonte de ideias e de
informações que fortalecem ainda mais a causa da ONG.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
68 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Objetivo Geral

• Estabelecer parcerias que dialogam com os princípios da Organização de Gente que Faz.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

1º Momento: Elaboração de apresentação em Power


50 minutos
Point para estimular parcerias para a ONG.
Atividade: Transformando
informações em estratégias.
2º Momento: Encontro com a comunidade e elaboração
45 minutos
de lista de parceiros para a ONG.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Todos pela mesma causa!

Objetivo

• Propor lista de possíveis parceiros para a ONG.

Desenvolvimento

1º Momento
Dando continuidade à aula anterior: Planejamento Financeiro não é coisa de economista! Organização de
Gente que Faz e Projeto de Vida precisam dele, os estudantes devem ampliar suas reflexões sobre o quanto é
importante buscar recursos para manter o funcionamento da ONG, só que agora por meio da possibilidade
de se construir parcerias com diferentes públicos interessados.
Para início de conversa, o educador deve perguntar aos estudantes sobre os projetos da ONG e quais deles já
acontece com apoio de algum parceiro. Assim como, para novos projetos ou os que ainda precisam de apoio,
quais os motivos que eles acreditam que os “parceiros” poderiam demonstrar interesses em apoiá-los. Por
meio dessas perguntas, o educador deve estimular os estudantes a pensarem sobre que tipo de conexões e
relacionamento a ONG precisa agora e no futuro.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 69

Outro ponto a ser discutido com os estudantes é sobre a importância da confiança que a comunidade
deposita na ONG, pois isso é um dos ativos mais importantes para a ONG ter uma boa reputação diante
de todos, principalmente, dos parceiros. Vale ressaltar que quanto mais a ONG conquista essa reputação
executando projetos que respondem às necessidades da comunidade, por sua vez, recompensa a confiança
com os parceiros que possuem.
É necessário destacar a importância de momentos de conversas com a comunidade como parte da rotina de
funcionamento da ONG, pois essa também é uma forma de prestar contas à comunidade e gerar confiança
a todos os envolvidos. Lembrar de que a ONG existe para o bem público e deve responder ao público e, por
isso, deve envolver os membros da comunidade no seu planejamento.
Para mobilizar o conhecimento dos estudantes na identificação dos possíveis parceiros da ONG, o educador
deve retomar a aula: O melhor invento do século: procura-se um parceiro, para mobilizar os conhecimentos
prévios dos estudantes, pois nessa aula eles buscaram parcerias para os seus Clubes e foi discutido valores
fundamentais, práticas cooperativas, solidárias e sustentáveis que deveriam nortear as escolhas dos parceiros.
Uma vez discutidas todas as questões pontuadas anteriormente, é necessário que os estudantes realizem um
encontro com a comunidade alvo da ONG para informar sobre como ela trabalha, quais são suas limitações
e os recursos que precisa para funcionar. É importante falar também sobre os projetos, equipe, membros,
diretoria, financiadores – principalmente o motivo pelo qual alguns financiadores apoiam a ONG. Para isso,
solicitar que os estudantes construam uma apresentação em Power Point com foco nas possíveis parcerias
que necessitam para divulgá-las à comunidade. É por meio dessa apresentação que os estudantes iniciam o
processo de construção de uma lista de possíveis parceiros para a ONG.

2º Momento
Após fazer a apresentação em Power Point elaborada no momento anterior, o educador deve estimular
uma discussão dos estudantes com a comunidade para a criação de uma lista com possíveis parceiros para
ONG. Contudo, o educador deve considerar alguns pontos importantes:
- Visão compartilhada: Embora cada parceiro possa ter sua própria Visão, uma Visão compartilhada
ajuda a todos a definir objetivos comuns;
- Envolvimento coordenado: É importante que os parceiros tenham ações coordenadas com a
ONG. Isso deve existir desde o compartilhamento de informações até as iniciativas tomadas,
assim como, regras básicas para ações conjuntas e comunicação. Isso significa discutir e decidir
o que será feito por ambas as partes.

Um ponto a ser destacado é que os estudantes podem buscar parcerias com outras ONGs, pois é possível
encontrar ONGs que trabalham pela mesma causa, só que em diferentes lugares. Isso possibilita que as
ONGs trabalhem juntas e coordenem ações em âmbito ainda mais amplo, como o nacional, por exemplo.
Por fim, uma vez identificados possíveis parceiros, cabe aos estudantes organizarem maneiras de entrar
em contato com eles, o que pode ser por meio de chamadas por telefone, reuniões e/ou e-mails.

Para Saber Mais


Exemplo de parceria: Uma ONG que se chama Ruas da Cidade decidiu que quer construir uma parceria
de longo prazo com uma universidade local para levar estudantes de Engenharia e Ciências Ambientais
para os projetos de saneamento na comunidade na qual ela atua. Para isso, seus fundadores partiram de
um levantamento dos resultados alcançados pela ONG e identificaram a necessidade de cuidar da saúde
da comunidade investindo em saneamento; a partir disso, buscaram pessoas e outras instituições que
pudessem apoiá-los. Essa parceria também foi uma forma de aumentar a visibilidade da ONG.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
70 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Avaliação

É preciso observar se os estudantes conseguiram construir uma lista de possíveis parceiros considerando
os pontos discutidos nesta aula. Cabe ao educador verificar os pontos de convergência que os estudantes
encontraram entre a ONG e seus parceiros, assim como a facilidade que tiveram para pensar nas regras
básicas de trabalho a serem firmadas entre ambas as partes. Neste caso, é valorizada a cooperação,
determinação e empatia entre todos os envolvidos.

Para Saber Mais


O Prince Claus Fund e o Goethe-Institut costumam lançar Chamadas de Propostas para apoiar iniciativas
culturais e artísticas que abordam questões ambientais urgentes em todo o mundo. A título de exemplo,
recentemente abriram convite à apresentação de propostas destinadas a África, América Latina, Ásia,
Caribe e Europa Oriental. Eles buscam apoiar iniciativas que permitam que as comunidades locais, bem
como as instituições globais, se envolvam com as mudanças ameaçadoras da natureza e do meio ambiente
por meio de intervenções artísticas e culturais contemporâneas.
Outra solicitação frequente de propostas ocorre por meio de agências doadoras bilaterais (financiamen-
to bilateral de doadores refere-se à ajuda do governo do país doador ao país beneficiário numa parceria
Governo-para-Governo ou Governo-ONG/Sociedade Civil), como a Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional - USAID. Ela também costuma anunciar frequentemente a Solicitação
de Propostas, ,em que ONGs locais, internacionais e nacionais podem participar ativamente e receber
financiamento para uma ampla gama de atividades de desenvolvimento. A Aliança para o Desenvolvi-
mento Global é um desses programas que acredita no estabelecimento de parcerias público-privadas
para o desenvolvimento sustentável, e as ONGs são partes interessadas importantes nela.

Na Estante

Vale a pena LER


Livro: Tribos – Nas trilhas da cidadania: histórias e guias para o
voluntariado juvenil
Autor: ONG Parceiros Voluntários
Ano: 2004
Número de páginas: 192
Livro para o educador refletir sobre itinerários, caminhos percorridos
e sentido das ações que podem ser usadas em grupos de jovens, em
casa, na escola para a implantação do voluntariado juvenil. No livro,
o educador encontra histórias de jovens que participaram da ação de
voluntariado juvenil, realizada em agosto de 2003, no Rio Grande do
Sul. A ação foi organizada pela ONG Parceiros Voluntários, com o título
29
Tribos nas trilhas da cidadania. Este livro descreve que, por meio do
voluntariado, os jovens desenvolvem novas formas de convívio social, trazem novas reflexões sobre
o mundo no qual estão inseridos, ou seja, constroem novas identidades, novos jeitos de aprender e
ensinar, novas formas de viver em sociedade. Por fim, o livro traz algumas orientações para dar mais
qualidade ao desejo de qualquer pessoa de se voluntariar.
O educador pode acessar o livro no link: <https://issuu.com/pvoluntarios/docs/livro_tribos_hist__
rias_e_guias_par>. Acesso em maio de 2019.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 71

Para Saber Mais


A ONG Parceiros Voluntários é uma organização não governamental, sem fins lucrativos e apartidária,
fundada em janeiro de 1997, que se propõe a desenvolver a cultura do trabalho voluntário organizado
no Rio Grande do Sul. A ONG está presente em muitos municípios do Rio Grande do Sul, estruturando
sua atuação por meio de programas de voluntariado Pessoa Física, Pessoa Jurídica, Organizações da
Sociedade Civil (OSCIP) e Voluntariado da Escola (PVE).

Vale a pena ASSISTIR


Documentário: Um dia eu voltaria
Formato: DVD
Direção: Lucas Bogo
País de origem: Brasil
Gênero: Documentário
Classificação: Livre
Ano: 2017
Duração: 1h
O documentário é totalmente independente e foi produzido em
parceria com o cineasta Lucas Bogo. Ele conta uma história ins-
piradora da brasileira Letícia Mello, que realizou uma viagem
durante seis meses pelo Sudeste Asiático com um único intuito:
30 ser voluntária de causas sociais.
A jovem dedicou seus dias em países como Tailândia, Camboja e Vietnã dando aulas de inglês para
crianças, policiais, monges e agricultores. Em troca, ela recebeu alimentação e acomodação. Além
dessas ações, Letícia conseguiu, de forma coletiva, arrecadar fundos para ajudar na cirurgia de um
aluno que tinha dificuldades para falar.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
72 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

AULA 61: ESTAMOS CRESCENDO E INFLUENCIANDO


POSITIVAMENTE TODOS QUE NOS CERCAM.

31

Pessoas e comunidades são o motivo central da existência de uma ONG. Independentemente dos problemas
com os quais lidam, todas as ONGs são criadas para melhorar a vida das pessoas e fortalecer a comunidade.
Assim sendo, é chegado o momento de identificar como a ONG tem influenciado positivamente todos que a
cercam. Ou seja, se ela foi capaz, de fato, de transformar vidas por meio da aquisição de conhecimento por
parte de todos os seus envolvidos e desenvolvido seus potenciais, pois é através disso, que uma relação de
confiança se constrói com a comunidade e parceiros, e todos podem ajudá-la a crescer ainda mais.

Objetivo Geral

• Articular o plano com a comunidade e seu entorno para envolvimento cada vez maior da
comunidade e seus parceiros com a ONG.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 73

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Atividade: Florada das Desenvolvimento de ações para identificar novas


45 minutos
cerejeiras da ONG. lideranças e espaços de atuação da ONG.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Florada das cerejeiras da ONG

Objetivo

• Explorar todo o potencial da Organização de Gente que faz e mostrar como todos podem
ajudá-la a crescer ainda mais.

Desenvolvimento

Não deve ser novidade para os estudantes que uma boa forma de ajudar a ONG a crescer e perpetuar o seu
trabalho é abrindo as portas para que os membros da comunidade possam contribuir com as suas ideias e
com a revisão anual do seu Plano de Ação. É também por meio dessa prática que a ONG obtém feedbacks
da própria comunidade sobre suas propostas e comprova o impacto de suas ações. Assim sendo, abaixo
seguem algumas ações para os estudantes fortalecerem ainda mais o crescimento e atuação da ONG:
1 – Investir em lideranças: É preciso identificar novos líderes entre os membros da ONG e/ou na
comunidade. Isso se torna visível quando existe alguém que acaba se destacando em algum
projeto que atua na ONG ou quando alguém, da própria comunidade, ao ser um dos “afetados”
por alguma problemática de combate da própria ONG acaba trazendo a solução tão esperada
por seus representantes. Geralmente essas pessoas possuem um perfil de liderança e são uma
referência para todos. É importante ressaltar que identificar novos líderes garante que o traba-
lho da ONG perdure, mesmo depois que seus fundadores se extingam. Sabendo disso, solicitar
que os estudantes busquem entre as pessoas da ONG e da comunidade alguém com esse perfil.
Sobre isso, abaixo segue alguns pontos para apoiar ainda mais na identificação dessas pessoas:
- Diante de alguma situação-problema vivenciada pela ONG, houve alguém que se tornou
parte da solução que todos buscavam? Quem foi essa pessoa? Quais as principais qualidades
que essa pessoa possui e que o grupo acredita que contribuiria para o sucesso da ONG?
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
74 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

- Existem pessoas com muita proximidade com a ONG e que conseguem dar sugestões para
resolver problemas cotidianos dela com muita tranquilidade? E/ou existem pessoas que os
próprios fundadores da ONG procuram em momentos específicos, em busca de conselho,
que eles admiram e ouvem sempre as suas orientações? Quem são essas pessoas? Obs.:
essas pessoas podem ser pessoas mais experientes ou jovens. Considerar que a capaci-
dade de motivar os outros também é uma valiosa qualidade de um líder e, quem sabe, a
ONG dos estudantes possa estar precisando de uma pessoa assim.
2 – Organizar sessões de visualizações: Como mencionado na aula anterior: Parceiros, bem-vindos!
O diálogo com os que não estão na organização de gente que faz mas se interessam pelo que ela
faz!. O contato com a comunidade é fundamental, mas é preciso ter em mente ideias de como
realizar encontros com a comunidade. Uma sugestão é fazer isso para que ela possa comparti-
lhar seus sonhos. Essa é uma forma de manter a visão da ONG articulada com os interesses e
necessidades de seus beneficiários. Isso fideliza a própria comunidade como “mensageira” da
ONG sempre que for preciso. Para isso, solicitar que os estudantes insiram no Plano de Ação
disponibilizado na aula: Definindo os objetivos e as metas de uma organização de gente que faz,
essa ação e cronograma de visitas.
3 – Defender a causa em diferentes espaços: É necessário que, junto com a comunidade, a ONG
defenda sua causa e saiba expressar suas “preocupações” para as autoridades eleitas e res-
ponsáveis governamentais. Assim sendo, é importante que o educador estimule a presença
do Comitê ou grupo de pessoas membros da ONG em eventos e instituições de participação
civil para falarem sobre a causa que os movem. Para isso, é necessário que os estudantes
criem uma lista das possíveis instituições públicas e privadas de interesse da ONG. A título de
exemplo, pode ser uma universidade, uma associação de defesa da mulher (se esta também
for a causa da ONG). É importante também que estruturem material de apresentação para uso
nessas ocasiões. Sobre isso, é interessante colher depoimentos da própria comunidade para
elaborar o material.

Assim sendo, para todos os pontos acima mencionados, os estudantes devem discutir em grupo e decidir
como aplicá-los ao momento vivido pela ONG. É importante o apoio do educar durante o planejamento
das ações que serão empreendidas pelos estudantes. Vale ressaltar que as ações validadas pelos estudantes
devem estar registradas e pactuadas entre todos por meio do Plano de Ação da ONG.

Avaliação

O envolvimento cívico é um exercício de cidadania que cabe a todos. Assim como todas as pessoas podem
desenvolver o perfil para a liderança, toda pessoa pode colaborar na melhoria de suas comunidades. Dessa
forma, o educador deve estar atento à participação e ao amplo envolvimento dos estudantes e comunidade
nesta direção. Para isso, verificar as oportunidades criadas pelos estudantes para que outras pessoas se
beneficiem e participem da ONG.
Nesta aula, também é possível verificar a capacidade de articulação do estudante com a Visão de futuro da
ONG, pois quanto mais envolvida a comunidade mais indícios de que os estudantes estejam movimentando
a ONG de acordo com o seu Plano de Ação.
O crescimento da ONG por meio desse reconhecimento pela comunidade e todos os envolvidos (parceiros
também) é demonstração do desenvolvimento do protagonismo pelos estudantes. Assim sendo, cabe ao
educador valorizar isto no momento de avaliação junto com os estudantes. Para isso, é apropriada uma
Roda de Conversa com estudantes para ouvir deles sobre como se enxergam. Como apoio ao educador,
abaixo seguem alguns pontos que devem ajudar na valorização das falas dos estudantes em relação ao
protagonismo deles, quando eles relatam:
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 75

- Maior abertura ou reconhecimento de conquista de novos espaços de falas e escuta dentro e


fora da escola. Quando eles alegam que se sentem acolhidos em relação a uma maior abertura
para a expressão de suas opiniões;
- Atitudes para realizar mudanças no espaço em que vivem;
- Maior a atuação colaborativa em diversas situações e momentos. Exemplo: em reuniões, em
ações de limpezas, festivais culturais do bairro;
- Maior participação voluntária na escola e/ou dentro da própria ONG ou em outros espaços.
Exemplo: criação de um grupo comunitário voluntário;
- Maior participação em reuniões da escola (líderes e presidentes de Clubes com o Gestor da
escola), na ONG ou, até mesmo, em conselhos municipais e audiências públicas, assim como
em fóruns para discutir problemas da própria comunidade.

Para Saber Mais


Para aprofundar conhecimentos do educador sobre a sociedade civil, esfera público e privada e cul-
minância do espaço público, alguns filósofos são referências, como San Agustín (354-430), o primeiro
autor a lidar com a questão da sociedade civil no século XIX, dentro de um panorama caracterizado por
um acelerado desenvolvimento científico e técnico); Hagel (o primeiro grande filósofo moderno que
conceituou em de forma complexa o termo "sociedade civil"); John Stuart Mill (esse filósofo também
desenvolveu amplamente teorias sobre o Estado e a liberdade) e Adam Smith (outro ilustre pensador do
século XIX, ele lançou as bases da ciência econômica e, em menor escala, fez contribuições no campo da
filosofia política. Muitas de suas reflexões fundamentais estão contidas em sua Teoria dos Sentimentos
Morais, na qual ele expõe e analisa as características da natureza humana e da ação individual. Smith
concebeu o Universo como um sistema cujo propósito é expresso em termos de ordem, estabilidade,
harmonia e felicidade).

Na Estante

Vale a pena LER


Livro: Protagonismo: a potência de ação da comunidade escolar
Produzido por: Ashoka/Alana
Ano: 2017
Número de páginas: 88
Fruto da roda de conversa Protagonismo na Educação: Por uma So-
ciedade de Sujeitos Transformadores (http://goo.gl/JAvNc6), realiza-
da em novembro de 2016 na capital paulista, esta publicação lança
luz à discussão sobre o conceito de protagonismo na educação. Aqui,
arquitetos, sociólogos, educadores, estudantes, jornalistas e outros
atores comprometidos com a construção de um cenário mais justo,
solidário e amigável pensam o que é ser protagonista e como esse
32 protagonismo se revela entre crianças e jovens. Os autores, todos
participantes da roda de conversa, também oferecem insumos importantes para a reflexão sobre o
papel do educador e da escola no fortalecimento do protagonismo na comunidade escolar. A decisão
de pensar sobre esse tema nasceu da crença máxima do Programa Escolas Transformadoras: todos
podem ser agentes de transformação, e para isso é preciso que tenham acesso a uma educação que
contemple competências como empatia, criatividade, trabalho em equipe e protagonismo.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
76 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Tão importantes quanto a matemática ou o ensino de línguas, essas competências ainda são, no en-
tanto, desconsideradas por muitas escolas, profissionais da educação e famílias, fato que justifica a
relevância desta publicação e de outras ações do Escolas Transformadoras, como as rodas de conver-
sa e o reconhecimento de escolas que trabalham com foco nessas competências e auxiliam, assim,
a influenciar e a provocar uma mudança na sociedade. Lançado no Brasil em setembro de 2015, o
Programa procura mostrar que a educação está se abrindo a um novo diálogo, marcado por valores
que colocam os sujeitos no centro do processo educativo, compreendendo-os como protagonistas
de sua própria vida, de seu território e do mundo. O desafio é grande, por isso o Programa conta com
uma comunidade ampla e diversa, formada por equipes de escolas, empreendedores sociais, em-
presários, pesquisadores, jornalistas e especialistas de diversas áreas do saber, que, unidos, buscam
construir coletivamente um entendimento sobre a educação que queremos.
[...]
Publicação disponível em: <https://escolastransformadoras.com.br/wp-content/uploads/2017/06/
AF_Protagonismo_PORTUGUES_comISBN.pdf>. Acesso em maio de 2019.

Vale a pena ASSISTIR


Filme: Quem se importa
33
Direção: Mara Mourão
País de origem: Alemanha
Gênero: Documentário
Classificação: Livre
Ano: 2014
Duração: 1h31mim
Com roteiro escrito pela diretora brasileira Mara Mourão, é um
filme sobre voluntariado que pode ser utilizado em sala de aula
para fazer os estudantes refletirem sobre como fazer do mundo
um lugar melhor. Esse documentário foi gravado em diferentes
partes do mundo, como Brasil, Estados Unidos, Peru, Tanzânia,
Canadá, Alemanha e Suíça, e tem como assunto principal a narrativa
de várias pessoas que, de alguma maneira, tentam mudar o mundo com atitudes próprias.
Com o título autoexplicativo, “Quem se importa” é também uma crítica à atual sociedade, que parece
ignorar as diferenças sociais, sem perceber que “todo mundo é capaz de mudar o mundo”.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 77

AULA 62: STARTDA ONG – ORGANIZAÇÃO DE


GENTE QUE FAZ.

34

O start da Organização de Gente que Faz se inicia com a validação final do Plano de Ação da ONG construído
até esta aula, pois foi por meio desse instrumento que a Visão de futuro da ONG se pactuou perante todos
os envolvidos, e tudo o que foi planejado até agora pode ser implementado com maior propriedade daqui
para frente.
É chegada a hora, portanto, de os estudantes ressignificarem ainda mais todas as práticas que vivenciaram
para a construção da ONG por meio do seu funcionamento. E, isso só é possível com a consolidação e ope-
racionalização do Plano estratégico que criaram. Assim sendo, esta aula não só ressignifica tudo o que os
estudantes aprenderam como inaugura um novo ciclo de vivências para todos.

Objetivo Geral

• Aplicar o conhecimento adquirido no âmbito da atuação protagonista na efetivação da ONG


construída.

Material Necessário
• Computadores ou tablets conectados à internet para a elaboração de storytellings.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
78 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

1º Momento: Planejamento para coleta e divulgação


50 minutos
de depoimentos.
Atividade: É chegado o
grande dia!
2º Momento: Divulgação dos depoimentos para a
45 minutos
Equipe Escolar e grupos de interesses.

Avaliação. Observação do educador. 5 minutos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: É chegado o grande dia!

Objetivo

• Compartilhar histórias e experiências adquiridas durante o processo de criação da própria ONG.

Desenvolvimento

1º Momento
Para reflexão e valorização do conhecimento dos estudantes construído até essa aula, é importante que
o educador retome as aulas: Vamos lá, incomode-se, mude o mundo! e ONG? Que tal uma Organização
de Gente que Faz! Onde tem problema deve haver solução, pois essas aulas tratam do envolvimento dos
estudantes com as problemáticas de suas comunidades no nível de construção de uma ONG. Os estudan-
tes iniciaram, naquele momento, um processo reflexivo sobre a importância de defender uma causa de
interesse comum e construíram uma Visão de futuro compartilhada com o planejamento da ONG.
Assim sendo, considerando que defender uma causa mobiliza pessoas a contarem histórias, esta aula in-
centiva os estudantes a buscarem depoimentos de pessoas para quem a ONG presta serviço (membros da
comunidade) para falarem sobre seu envolvimento com as ações da ONG ou sobre algumas expectativas
que possuem quanto à atuação da ONG na sua comunidade. Os integrantes da ONG também podem falar
sobre as vivências mais significativas que foram proporcionadas durante o processo de construção da ONG.
Contudo, antes mesmo de partir para a coleta dos depoimentos, os estudantes precisam planejar sobre
quem são as pessoas que vão coletar os depoimentos. Assim como, qual será o formato do relato a ser
utilizado, pois os depoimentos podem ser na formar de narrações, vídeos ou simplesmente, registrando no
caderno as histórias. Para subsidiar esse processo de coleta, retomar as orientações sobre a construção de
storytelling apresentadas na aula: É preciso que tudo mude para que tudo mude! A título de exemplo para
que o educador possa orientar melhor os estudantes nesse momento da atividade, seguem alguns tipos de
depoimentos:
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 79

“ Vejo na ONG uma oportunidade de mudança da comunidade


ao proporcionar às pessoas um aprendizado e troca de ex-


periências que eu sempre tive vontade de desenvolver junto
às pessoas e até então eu não sabia como
Fala de um voluntário da ONG

“ Tenho o maior orgulho de participar da ONG devido a sua


importância para a minha comunidade, principalmente, do
seu papel fundamental para uma sociedade mais igualitária
Fala de um integrante da ONG


Segue também um link com o depoimento de alguns voluntários da ONG História Viva que, por meio da
arte de ouvir e contar histórias, leva incentivo à leitura, cultura e saúde para crianças, adultos em situa-
ção de fragilidade em hospitais, abrigos e asilos do Brasil: <http://historiaviva.org.br/site/resultados/depoi-
mento-dos-voluntarios>. Acesso em julho de 2019.
É importante destacar que esse movimento de coleta de depoimentos fortalece ainda mais o trabalho da
ONG e é uma forma de valorizar tudo o que os estudantes criaram e aprenderam ao longo desse percurso
até esta última aula. Isso também proporciona um registro “histórico” sobre como tudo começou, antes
mesmo da ONG ser o que é hoje (uma Organização de Gente que Faz planejada estrategicamente). É por
meio da busca de depoimento que os estudantes também são mobilizados a relatarem a própria trajetória
protagonista a partir de suas perspectivas e das aulas de Protagonismo. Assim, além de aprenderam a
contar histórias, estão valorizando as suas trajetórias.
É importante saber que nesta atividade é necessário que os estudantes divulguem tudo o que produziram.
Haja vista que, é por meio da divulgação dos depoimentos, que os estudantes vão ajudar a tantas outras
pessoas a entenderem o trabalho da ONG, principalmente em torno do seu público, doadores e parceiros,
além de influenciarem outras pessoas a quererem participar da ONG e impactarem positivamente no mun-
do da mesma maneira que eles. Portanto, essa divulgação fortalece e cria ainda mais um grupo de defesa,
aliados e parceiros que apoiarão a ONG no que for preciso.

2º Momento
Uma vez coletados os depoimentos, os estudantes precisam escolher o local em que eles serão divulgados.
Dentre os locais escolhidos, é impreterível que seja por meio de uma exposição na própria escola e divulga-
ções nas mídias sociais e, caso já possuam, no site da própria ONG. É importante que os depoimentos sejam
organizados para proporcionarem uma comunicação com públicos externos e partes interessadas. Haja vista
que essa é uma forma de ajudar a ONG a construir uma rede de contatos e a desenvolver relacionamentos.
E, é por meio dessa ação que a ONG coleta cada vez mais evidências acerca das expectativas e impacto do
seu trabalho. Pensando nisso, é importante que a divulgação seja organizada separando os depoimentos por
tipos de pessoas: beneficiários, voluntários, convidados, integrantes, parceiros, investidores. Vale destacar
que esses depoimentos são iniciais, funcionando para dar o Start da ONG, mas é necessário que os estudan-
tes sigam coletando ao longo do funcionamento da ONG outros depoimentos, para que possam fazer uma
comparação antes/depois e, de fato, personalizar seus beneficiários (por meio do que sabem sobre eles e o
que precisam). Lembrar que essa proposta de atividade fecha um ciclo de planejamento da ONG e insere os
estudantes numa nova etapa de experiências ‒ com a efetivação da ONG que se propuseram a criar desde a
aula: ONG? Que tal uma Organização de Gente que Faz! Onde tem problema deve haver solução.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
80 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

Avaliação

É importante que o educador, em Roda de Conversa, crie um espaço para autoavaliação dos estudantes
para que eles relatem sobre como foi a experiência de coletar os depoimentos e, principalmente, o quanto,
na perspectiva deles, os depoimentos retratam a VISÃO da ONG. Caso seja necessário, perguntar aos estu-
dantes se os depoimentos refletem aquilo que a ONG se propôs a “cuidar” – sobre este ponto, o educador
pode retomar a aula: Nada acontece antes de um sonho. De volta à Missão, pois essa, aula além de abordar
a Missão da ONG, trabalhou a definição de sua Visão. É importante que os estudantes percebam o quanto
os depoimentos estão alinhados com as ideias e o planejamento da ONG.
Outro ponto importante é que os estudantes falem sobre a divulgação dos depoimentos e seu impacto na
visibilidade da ONG e façam isso falando não apenas sobre como outras pessoas enxergam a ONG, mas
como eles se identificam com o que escutaram/coletaram das pessoas. Assim sendo, é necessário que eles
digam o que perceberam de positivo na forma como a ONG se faz representada por seus beneficiários,
voluntários, convidados, integrantes, parceiros e investidores. Espera-se que os depoimentos tenham
colaborado na maior interação entre todos e agregado ainda mais valor à ONG.
Por fim, é importante que os estudantes falem sobre todo o percurso de elaboração da ONG e das suas
expectativas de trabalho que avançam nesta nova etapa. Sobre isso, é esperado que os estudantes este-
jam apropriados de todo o percurso de planejamento da ONG e tenham clareza de todos os critérios da
sua execução.

Na Estante

Vale a pena NAVEGAR


Site: Nossa Causa ‒ Conteúdo que Transforma o Mundo
O Instituto Doar e a Rede Filantropia, que contam com o apoio
do CEAPG/FGV e da Junior Pública para o processo seletivo, es-
timulam a melhoria contínua da gestão das entidades e criam
espaços de visibilidade para ONGs encontrarem mais doadores.
Após rigorosa avaliação, são selecionadas as 100 melhores entre
as mais de 800 mil instituições em atuação no país. Além de tra-
23 zer reconhecimento para as instituições vencedoras, o prêmio
foi criado para acabar com aquela frase “Não sei pra quem doar!”. De acordo com o Instituto Doar,
a premiação resolve esse problema e ajuda todas as pessoas e empresas que buscam ONGs sérias
e comprometidas para realizar doações ou fazer voluntariado.
No link do site abaixo, os estudantes encontram as 100 melhores ONGs do Brasil que receberam uma
premiação pela consultoria Mundo que Queremos e o Instituto Doar.
Disponível em: <https:/ nossacausa.com/100-melhores-ongs-do-brasil-2018/>. Acesso em junho de 2019.
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 81

Vale a pena ASSISTIR


Filme: Okja
Diretor: Bong Joon-ho
País de origem: sul-coreano-americano
Gênero: Aventura e Ficção Científica
Classificação: Livre
Ano: 2017
Duração: 1h 58min
Capaz de cativar e assustar na mesma proporção, o filme conta a
história de uma porca gigante chamada Okja e sua amizade com a
pequena Mikha (Seo-Hyun Ahn), uma menina órfã que vive com
35 o avô em uma casinha isolada no meio das montanhas. Parando
por aí, Okja poderia facilmente ser confundido com uma obra de
Miyazaki, cheia de ternura e fantasia. Mas, há mais pontos de comparação com o cineasta japonês.
Marcadamente político, o pano de fundo dessa amizade é uma engenhosa ação de marketing de
uma poderosa corporação do agronegócio chamada Mirando. Interpretada por Tilda Swinton, a
empresária Lucy faz de tudo para que seus consumidores comprem a ideia de que Okja foi criada
por um fazendeiro, em razão de um concurso para eleger o melhor superporco. Porém, a porca,
na verdade, é fruto de um experimento em laboratório que deu origem a milhares de aberrações
genéticas que iriam diretamente para as bandejas de supermercado e, consequentemente, para a
mesa das pessoas. O objetivo da empresa era induzir as pessoas a acreditarem que essas criações
seriam o futuro autossustentável da indústria de alimentos, e a solução para a futura escassez de
carne no mundo. Crítico sem ser panfletário e propositalmente caricato, o filme conversa com o
consumidor comum, acostumado a adquirir alimentos sem questionar de onde eles vêm. É uma
denúncia irônica à produção em massa e ao consumo passivo. O filme é dono de uma delicadeza
digna do cinema de arte, ao mesmo tempo em que transmite sua mensagem de forma clara e sem
floreios. Apesar de não ser voltado diretamente para o público infantil, Okja se junta a uma série
de filmes que transformam temas “de adulto” em assuntos de criança, ao narrar tudo do ponto de
vista de uma menina. Assim, pode ser usado em sala de aula para abordar temas como indústria
alimentícia, consumo massivo, direitos dos animais e muitos outros assuntos pertinentes ao desen-
volvimento do espírito crítico. [...].9
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
82 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO

36 Filme: Lionheart
Direção: Genevieve Nnaji
País de origem: Nigéria
Gênero: Drama
Classificação: 12 anos
Ano: 2018
Duração: 1h 35min
A história de Lionheart fala sobre Adaeze, uma mulher que se
preparou a vida toda para substituir o pai na transportadora da
família, chamada Lionheart – daí o título do filme. Quando o
patriarca sofre um enfarto e precisa se afastar da empresa, em
vez de colocar Adaeze no lugar ao qual ela se dedicou para as-
sumir, ele escolhe um irmão – tio dela – que é inexperiente para
negócios. É um sujeito que nunca comandou nada e que não faz a menor ideia de como gerir
um negócio. Com a Lionheart prestes a falir, Adaeze precisa se unir ao tio para salvar a empresa.
Nesse caminho, ela acaba se aproximando dele e descobrindo que, mesmo sendo uma pessoa
sem tino para negócios, eles têm várias coisas em comum além do parentesco.10
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 83
CADERNO DO EDUCADOR - AULAS DE PROTAGONISMO
84 ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO
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ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 9º ANO 85

RefeRência BiBliogRáfica

GUERRA, Guilherme. De uma boa ideia ao desafio de gerenciar e manter uma ONG. Disponível em: <http://infografi-
1. cos.estadao.com.br/focas/por-minha-conta/materia/de-uma-boa-ideia-ao-desafio-de-cuidar-de-uma-ong>. Acesso em
dezembro de 2018.

2. Empreendedorismo Para Jovens. Disponível em: <https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/administracao/empreende-


dorismo/empreendedorismo-para-jovens-29685697>. Acesso em dezembro de 2018.

3. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/resenhasdefilmes/3186828>. Acesso em dezembro de 2018.


4. Texto adaptado. Disponível em: <http://hhm-hogwarts.weebly.com/gringotes.html>. Acesso em fevereiro de 2018.
5. Disponível em: <https://www.papodecinema.com.br/especiais/especial-harry-potter/>. Acesso em fevereiro de 2019.
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PRESIDENTE
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Redação: Maria Betania Ferreira, Maria Helena Costa Carneiro Braga, Melissa Borelli Garcia e Regina Celia
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Edição de texto: Thereza Barreto e Regina Celia Melo de Lima
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2ª Edição | 2019
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