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XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil”


Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018.

ESTUDO DE CASO DE ARRANJO FÍSICO EM


UMA EMPRESA DE GESSO DA CIDADE DE
MOSSORÓ/RN

Derycly Galdino
deryclygaldino@gmail.com
Mayane Diane
mayanediane@hotmail.com
ROSEANA FERREIRA SANTOS SILVA
roseana_alves@hotmail.com

Devido ao crescimento das organizações do setor da construção civil, diversos


tipos de companhias estão surgindo para tentar conseguir uma fatia neste
mercado, o que cria uma alta competitividade, como é o caso das empresas
que trabalham com gesso. Com isso, são necessários alguns diferenciais
como qualidade e velocidade de atendimento para colocar a empresa a
frente de suas concorrentes. O comércio de gesso acompanha esse
crescimento em razão da sua facilidade de moldagem, aparência e boas
propriedades térmicas e acústicas. Os profissionais que atuam no chão de
fábrica desse tipo de empresa possuem uma jornada longa e fatigante que
em várias ocasiões acaba sendo agravada devido ao ritmo de trabalho e a
um layout inadequado do processo produtivo, em atenção a esse tipo de caso
surge à necessidade de um estudo ergonômico que poderá simplificar o
andamento do profissional e causar um benefício mútuo entre trabalhador e
companhia. A descrição do processo produtivo empregado na firma auxilia
na determinação das falhas ergonômicas do ambiente da empresa. Para
alcançar essa descrição foi necessário o mapeamento dos layouts da
organização, observar a postura da equipe durante a jornada de trabalho e a
proposição de um novo layout que elimine possíveis esforços prescindíveis.

Palavras-chave: Layout, Gesso, Arranjo Físico


XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil”
Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018.

1. Introdução
Nos últimos tempos, com a grande competitividade que o setor da construção civil enfrenta,
muitas empresas acabam por entrar em uma procura constante por técnicas para obter
progresso e assim se desenvolverem e obterem alguma vantagem diante dos seus
concorrentes.

No âmbito das empresas da construção civil, as organizações que trabalham com o gesso são
uma das que mais têm se desenvolvido no mercado nacional, devido à grande variedade de
produto fabricado com esta matéria-prima. E pelas suas características e propriedades, já que
o gesso possui diversas aplicabilidades na construção civil.

Diante disso, este estudo pretende observar e analisar o processo de confecção de peças de
gesso, que envolvem várias atividades de movimentação e esforço físico dos funcionários
durante a jornada de trabalho. Que se agravam devido ao arranjo inadequado do processo
produtivo. Dessa forma, Layouts adequados podem tornar o processo mais eficiente e
diminuir o desgaste dos operários.

As empresas que atuam neste ramo de negócio, geralmente, não levam em consideração a
escolha de um leiaute mais adequado para conseguir maior eficiência e carga de trabalho
adequada dos funcionários. Com isso, problemas como sobrecarga de trabalho e perda de
eficiência podem surgir causando improdutividade e lesões aos trabalhadores.

Portanto, uma forma de conseguir uma boa produtividade e evitar problemas com a
sobrecarga sobre os funcionários é ajustar o leiaute da empresa. Desta forma, este trabalho
propõe um ajuste do leiaute que ajude a empresa estudada a conseguir melhorias efetivas em
seu processo produtivo e melhorias das condições de trabalho dos trabalhadores.

2. Referencial teórico
2.1. Ergonomia e posto de trabalho
Couto (2007), fala que ergonomia é um conjunto de práticas que procuram adaptação
favorável e rendosa entre o trabalho e o homem, procurando adaptar as condições de trabalho
às características dos trabalhadores.

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A Associação Brasileira de Ergonomia (2012), completa dizendo que “ergonomia é entendida


como o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente,
objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-
dissociativa, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas”.

Em relação ao posto de trabalho Grandjean (1998), fala que, a ergonomia visa alterar os
postos de trabalho ajustando a atividade existente às características, habilidades e restrições
do homem em relação à execução, desempenho e livre de perigos.

Iida (2005), diz que para uma planta de um posto de trabalho apropriado é indispensável
analisar a atividade desenvolvida. Dividindo em três etapas: descrição da tarefa, descrição das
ações e revisão crítica. Completa dizendo que “o posto de trabalho é uma configuração física
do sistema homem-máquina-ambiente, sendo uma unidade de produção envolvendo homens e
equipamentos a serem utilizados para a realização do trabalho, como também o ambiente que
circula”.

2.2. Leiaute e arranjo físico


O leiaute do ambiente onde o homem interage com o sistema produtivo poderá impactar
diretamente no output de uma produção, conforme Iida (2005), a configuração física do
sistema homem-máquina-ambiente é denominada de posto de trabalho.

Dessa maneira, um bom delineamento da organização deverá permitir que as tarefas sejam
realizadas de maneira simples, segura e satisfatória, além de amplificar os esforços
produzidos pele mão-de-obra, contudo para se construir um arranjo físico ideal para uma
firma é necessário que haja um estudo que analise diversas questões, tais como: Qual o tipo de
trabalho ocorrerá nesse ambiente? Fatores como altura e peso dos trabalhadores poderão
afetar o resultado nesse tipo de trabalho? Como o leiaute poderá contribuir para a diminuição
da fadiga, doenças relacionadas à função e taxas de erros.

O fator principal que o profissional ergonômico deverá ter em mente durante a criação de um
leiaute é o de que esse arranjo deverá se adaptar aos trabalhadores, infelizmente um número
considerável de empresas, devido ao envolvimento de custos de curto prazo, acabam fazendo
o oposto, obrigam o trabalhador a se encaixar no leiaute da organização e mais tarde acabam
tendo que arcar com as consequências disso. Os estabelecimentos do Brasil ainda em sua

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maior parte não seguem as recomendações ergonômicas da norma regulamentadora 17, um


dos fatores que contribuem para isso é devido a acreditarem que o capital gasto em
investimentos com o intuito de tornar o leiaute mais ergonômico em uma firma é prescindível
e não consideram fatores como doenças e acidentes no trabalho que geralmente surgem em
longo prazo.

Slack et al (2009), comenta que um arranjo físico inadequado pode gerar altos custos,
produzindo fluxos imprevisíveis, inflexibilidade nas operações, condições improprias para os
funcionários, entre outros problemas que levam a perdas e desperdícios.

Gaither (2001), completa definindo arranjo físico como o planejamento da localização de


todas as máquinas, estações de trabalho, áreas de atendimento ao cliente, áreas de
armazenamento de materiais, corredores, banheiros, refeitórios, bebedouros, divisórias
internas e escritórios, definição dos fluxos de materiais e de pessoas.

3. Levantamento do sistema de trabalho


3.1. Gestão da mão – de – obra
Com uma faixa etária que varia de 18 anos a 57 anos, a empresa estudada não exige nenhum
tipo de qualificação dos funcionários. No processo de admissão, o candidato à vaga é treinado
in loco por um período de um mês, no qual todo o processo de fabricação das molduras de
gesso é ensinado.

Os funcionários não são supervisionados durante o dia de trabalho e não existe obrigação do
preenchimento diário da folha de ponto, nem uso de uniforme. Existe apenas um controle
precário do número de peças fabricadas.

Com regime de trabalho fixo, os funcionários possuem uma jornada de trabalho de 48 horas
semanais, distribuída de segunda a sábado. O dia de trabalho é dividido em dois turnos
matutinos e vespertinos, com intervalo para almoço.

O pagamento dos funcionários é feito ao final de cada semana de acordo com a quantidade de
peças produzidas no caso do moldador, no caso dos montadores o pagamento é feito de
acordo com a metragem de peças montadas na semana, em relação ao ajudante do moldador o

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pagamento é feito de acordo com a quantidade de horas trabalhadas semanalmente e o diretor


geral possui salário fixo. Os funcionários possuem certas vantagens e benefícios, como as
principais refeições, transporte, e férias.

Quanto à rotatividade e absenteísmo na empresa estudada, foi percebido que os funcionários


em geral faltam ao trabalho poucas vezes ao ano, mas existe uma grande rotatividade em
relação aos cargos de moldador e ajudante.

3.2. Levantamentos do sistema do trabalho


A empresa estudada é de pequeno porte, localizada na cidade de Mossoró, estado do Rio
Grande do Norte. É uma Sociedade Individual de Responsabilidade Limitada, foi fundada no
ano de 1992, dando início às suas operações no ramo da construção civil no mesmo ano. A
empresa é constituída por apenas uma unidade produtiva, localizada na Rua Professor Gerson
Dumaresque, Santo Antônio. Desenvolvendo atividade de produção de bens e serviço para
terceiros. A empresa atende a todo o estado do Rio Grande do Norte, tendo uma produção
anual em torno de 6.000 mil peças de molduras de gesso e uma receita anual em torno de R$
240.000,00. Sendo enquadrada segundo o SEBRAE (2015), no porte de Microempresa. A
empresa em questão possui uma produção totalmente manual, possui atualmente um quadro
de funcionários no importe de cinco pessoas e uma estrutura funcional hierárquica, como
ilustra o quadro 1 e o fluxograma 1 a seguir.

Quadro 1 – Quantidade de funcionários por cargo

CARGO DO FUNCIONÁRIO QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS


LOTADOS
DIRETOR GERAL 1
MOLDADOR 1
AJUDANTE 1
MONTADOR 2
Fonte: Autoria própria

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Fluxograma 1 – Hierarquia funcional da empresa

Fonte: Autoria própria

De acordo com o organograma a empresa estudada é uma organização centralizada. Existe


uma acumulação de funções na diretoria como definir missão, formular objetivos, definir
planos, programa as atividades, dividir o trabalho, alocar os recursos, definir
responsabilidades, comunicar, monitorar desempenho e avaliar desempenho.

3.3.Descrição do Processo Produtivo


A produção pode ser dividida em quatro etapas. Na primeira o ajudante de moldagem deposita
cinco sacos de gesso (40 k cada saco) no carrinho de transporte e transporta para a linha de
produção. Na linha de produção os sacos são abertos e o gesso em pó é depositado nos
tanques de armazenamento. Em seguida o moldador apanha o gesso em pó nos tanques de
armazenamento e mistura com água. Em seguida transfere e deposita a massa para a mesa de
moldagem. Imediatamente a massa de gesso é moldada de acordo com o pedido. Após o
endurecimento da peça, o ajudante transfere a peça para o secador. Na terceira etapa do
processo é aguardada a secagem da peça, seguida pela transferência da moldura para o local
de armazenamento definitivo. Nesse momento são verificadas as conformidades da peça.
Após esse processo a peça é transferida para o local de montagem. As distâncias percorridas
em cada etapa são ilustradas no quadro 2 a seguir.

Quadro 2 – Quantidade de funcionários por cargo

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DISTÂNCIAS PERCORRIDAS POR CADA TRANSPORTE


TRANSPORTE Distância em Metros
1. DEPÓSITO DE GESSO EM PÓ Em Torno de 22 m
PARA LINHA DE PRODUÇÃO
2. LINHA DE PRODUÇÃO PARA Em Torno de 11 m
SECADORES
3. SECADORES PARA DEPÓSITO Em Torno de 9 m
FINAL DAS PEÇAS

Fonte: Autoria própria

A empresa é dividida em cinco seções como ilustra o fluxograma 2 a seguir.

Fluxograma 2 – Seções da empresa

Fonte: Autoria própria

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No escritório são realizadas todas as funções administrativas da empresa como os pedidos das
peças, pedidos de matéria-prima, são desenvolvidos os projetos de molduras, são realizados os
pagamentos e atendimento de clientes. É composta de uma sala simples, com mesa, cadeiras,
computador, mostruário, e estantes de arquivos sem nenhuma observação ergonômica. Nessa
seção trabalha apenas um funcionário.

O depósito dos sacos de gesso tem a função de armazenar a matéria-prima. É uma sala
simples, composta por paletes e por dois carrinhos de transporte. Possui proteção contra
chuva, sol e circulação de ar. Mas, tem pouca luminosidade, devido à falta de janelas e poucas
lâmpadas.

A linha de produção não possui nenhuma divisão, é um galpão protegido da chuva e sol. Com
pouca luminosidade, devido à falta de janelas e poucas lâmpadas. Possui apenas dois
ventiladores, três tanques de armazenamento de gesso em pó, uma mesa de mistura e uma
mesa de moldagem, onde ficam depositadas as formas. Não possui nenhuma sinalização de
saída de emergência, nem extintores de incêndio. Nessa seção trabalha de forma fixa um
funcionário e de forma esporádica um ajudante.

O galpão onde fica os secadores é totalmente aberto, sem nenhuma cobertura contra chuvas. É
composto por seis estantes, que servem para armazenar as peças e o piso é de terra batida.

O depósito final das peças de gesso é totalmente coberto. Tem boa luminosidade e piso
adequado. É composto por cinco estantes de ferro para armazenamento das molduras. Nessa
seção também é feita a inspeção das peças.

A figura 1 a seguir mostra todo o fluxo do processo desde a produção das molduras a
montagem das peças de gesso.

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Figura 1 – Fluxo de produção da empresa

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Fonte: Autoria própria

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3.4. Arranjo físico atual


A empresa é localizada num bairro residência, zona urbana. A figura 2 apresenta a planta
baixa simplificada das instalações físicas da empresa e como são arranjados os postos de
trabalho.

Figura 2 – Planta baixa da empresa

Fonte: Autoria própria

Para estudar em conjunto as condições de movimentação física que se segue um determinado


processo produtivo, os espaços disponíveis ou necessários e as localizações relativas dos
centros de trabalho na empresa em questão, foi feito o mapafluxograma da mesma. Como
podemos observar na figura 3 a seguir.

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Figura 3 – Mapafluxograma da empresa

Fonte: Autoria própria

3.5. Postos de trabalho


A empresa é composta por cinco postos de trabalho. A linha de produção é composta pelo
moldador e um ajudante. No escritório apenas o diretor geral. Nos secadores, depósito do
gesso em pó e depósito final das peças trabalha o mesmo ajudante do moldador.

Na linha de Produção o moldador tem a função de fazer a massa, as peças de gesso e verificar
o endurecimento da peça. Enquanto o ajudante tem a função de depositar o gesso em pó nos
tanques de armazenamento e transferir as peças para os secadores. No escritório o diretor
geral tem a função de controlar o estoque, a produção, a folha de pagamento, a contratação de

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funcionários, atendimento de clientes e projetos de molduras. Nos secadores o ajudante tem a


função de depositar as peças nas estantes de secagem, de verificar se as peças estão secas e de
transferir essas peças para o depósito final. Já no depósito de Peças o ajudante tem a função
de verificar as conformidades das peças e de depositar essas peças nas estantes de depósito.
No depósito do Gesso em pó o ajudante tem a função de transferir os sacos de gesso em pó
nos carrinhos de transporte para a linha de produção.

Nas figuras 4, 5, 6, 7 e 8 podemos observar o layout de cada posto de trabalho.

Figura 4 – Layout do posto de trabalho secadores

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Fonte: Autoria própria

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Figura 5 – Layout do posto de trabalho depósito de molduras

Fonte: Autoria própria

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Figura 6 – Layout do posto de trabalho linha de produção

Fonte: Autoria própria

Figura 7 – Layout do posto de trabalho escritório

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Fonte: Autoria própria

Figura 8 – Layout do posto de trabalho depósito do gesso em pó

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Fonte: Autoria própria

3. Metodologia
O objetivo desse estudo é desenvolver uma sugestão de layout que contemple melhorias nas
áreas da produção de molduras de gesso da Empresa Edilson. Assim, o presente estudo fez
uso da metodologia de pesquisa estudo de caso, no qual a verificação é baseada na observação
de ocorrências atuais da realidade (YIN, 2001). Foi realizado uma revisão teórica sobre o
assunto, seguida de coleta de dados, através de observações no setor de produção e no setor
administrativo, além de entrevistas com o diretor da empresa e os funcionários. Essas técnicas
tiveram o objetivo de conhecer e obter informações sobre a empresa para, depois proporcionar
uma proposta de melhorias das instalações e setores da organização.

As entrevistas tiverem como foco informações sobre a rotina da empresa, o processo de


fabricação das molduras de gesso, levantamento do sistema de trabalho e gestão da mão-de-

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obra. E as observações in loco, tiveram o objetivo de verificar o atual arranjo físico da


empresa e postos de trabalho.

4. Análise do sistema
Após o completo estudo da empresa em questão, foram notados vários problemas. Tais como:
número insuficiente de funcionários no setor administrativo, sobrecarregando o diretor geral
com várias funções. Assim como número insuficiente de funcionários no setor de moldagem
do gesso, gerando um enorme desgaste físico do mesmo. Outro ponto negativo em relação à
administração da empresa se refere a uma administração extremamente centralizada.

Foi observado também um alto custo na produção de bases para suporte das formas de
moldagem. Da forma que são produzidas hoje (em madeira), a base não se adapta a outras
formas de moldagem, sendo utilizadas apenas uma vez na maioria dos casos.

A falta de registro dos horários de entrada e saída dos funcionários deixa a empresa sem o
controle do tempo trabalhado de cada funcionário. Outro grave problema é a falta de
equipamentos de proteção individual nos postos de trabalho. Deixando os montadores,
moldadores e ajudante, suscetíveis a acidentes no trabalho.

Outro ponto que necessita ser revisado é a questão da tolerância pessoal e de fadiga para os
funcionários. Hoje na empresa o tempo de tolerâncias é igual para todos os cargos. O que
pode levar ao alto índice de rotatividade nos cargos de ajudante e montador. Causando
prejuízos de ordem financeira para a empresa.

As instalações físicas da empresa deixam muito a desejar. Existe uma grande distância entre
as seções da empresa, causado perca de produtividade dos funcionários. Os carrinhos de
transporte dos sacos de gesso em pó não são adequados. A empresa ainda apresenta um alto
grau de desordem, com acúmulo de resíduos por falta de local adequado de descarte. Os
móveis do escritório e as mesas de moldagem não atendem as especificações ergonômicas,
prejudicando os funcionários, que passam oito horas diárias em posições inadequadas.

Falta também um local apropriado para alimentação e descanso dos funcionários. Além de
local adequado para troca de roupas e banho. Na linha de produção falta sinalização de saída

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de emergência e faltam extintores de incêndio. Falta piso na seção de secadores. E faltam


luminárias e ventiladores na seção de produção das molduras e nos depósitos da empresa.

Observando os funcionários durante as operações notou-se, que os mesmos realizam


movimentos desnecessários durante os processos de moldagem, montagem e transporte dos
sacos de gesso e das peças.

5. Proposição de soluções alternativas para melhoria do sistema


É recomendada a empresa que aumente o seu quadro de funcionários de cinco para nove.
Melhorando a produtividade tanto no setor administrativo como na produção. Como ilustram
os quadros 3 e 4.

Quadro 3 – Quantidade de funcionários por cargo melhorado

CARGOS QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS


LOTADOS
DIRETOR GERAL 1
DIRETOR OPERACIONAL 1
DIRETOR COMERCIAL 1
MOLDADOR 2
AJUDANTE 2
MONTADOR 2
Fonte: Autoria própria

Ficando dois moldadores e dois ajudantes. Sendo um ajudante para o transporte dos sacos de
gesso para a linha de produção e armazenar o gesso em pó nos tanques. E outro para
transportar as peças para os secadores e depósito final.

Quadro 4 – Quantidade de funcionários lotados por posto de trabalho melhorado

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POSTOS DE TRABALHO QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS


LOTADOS
LINHA DE PRODUÇÃO 3
ESCRITÓRIO 3
SECADORES 1
DEPÓSITO DE PEÇAS 1
DEPÓSITO DE GESSO EM PÓ 1
Fonte: Autoria própria

É recomendada uma departamentalização mista (departamentalização funcional e por


processo) da empresa. Como mostra o fluxograma 3.

Fluxograma 3 – Hierarquia funcional da empresa melhorada

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Fonte: Autoria própria

Recomenda-se também uma administração descentralizada, trazendo para a empresa rapidez


nas decisões, minimização dos conflitos, identificação dos resultados reais de cada área da
organização e seus gestores. Além da descentralização do poder dá autonomia o que pode
aumentar a satisfação no trabalho.

A empresa pode reduzir custos utilizando bases para as formas das molduras reutilizáveis.
Oferecendo equipamentos de proteção individual. Tais como sapato de segurança, luva de
látex, óculos de segurança cinto de segurança com trava-quedas (para trabalhos em altura)
Capacete e máscara facial para pó.

É necessário que a empresa adquira novos carrinhos de transporte de sacos de gesso, que
possua especificações ergonômicas. Como também cadeiras e mesas com alturas adequadas e
com regulagem.

Objetivando a melhoria de desempenho do setor produtivo, o aumento da quantidade de peças


produzidas, foi mudado todo o arranjo físico da fábrica. O layout anterior não levava em

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consideração o fluxo padrão das peças entre os postos, gerando movimentação e transporte
excessivo das peças, desperdiçando tempo. Isto melhorou a utilização do espaço disponível,
diminuiu a quantidade de material em processo, minimizou as distâncias de movimentação de
materiais, serviços e pessoas no processo produtivo, além de reduzir o manuseio, resultando
numa menor perda e danos de materiais. A construção de um vestiário para os funcionários,
espaço para refeição e descanso e novos bebedores de água. O novo mapafluxograma é
mostrado na figura 9.

Figura 9 – Mapafluxograma da empresa melhorado

Fonte: Autoria própria

Recomenda-se a comprar de facas adequadas para abrir os sacos de gesso e corte das
molduras, trena digital a laser, relógio de ponto biométrico digital para o controle dos horários
dos funcionários, andaimes para montagem das peças. Como também a compra de uma
batedeira industrial (máquina), para produção da massa de gesso.

Outros pontos de melhoria foram dos layouts dos postos de trabalho. Os secadores foram
dispostos em forma de que os funcionários tenham livre circulação no ambiente. No depósito
das peças foram retiradas as estantes do meio, facilitando também a circulação de
funcionários e uma melhor visão de todas as peças. Na linha de produção os tanques de
armazenagem foram colocados ao lado da mesa de mistura (indicamos uma máquina), que

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ficou ao lado da mesa de moldagem e estocagem das formas. Deixando o processo linear mais
linear possível e melhorando o tempo de transferência do gesso em pó e da massa de gesso. Já
no depósito dos sacos de gesso foi indicada a troca dos paletes, dos carrinhos e de suas
disposições. Essas situações são ilustradas nas figuras 10, 11, 12, 13 e 14.

Figura 10 – Layout dos secadores melhorado

Fonte: Autoria própria

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Figura 11 – Layout do depósito de molduras melhorado

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Fonte: Autoria própria

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Figura 12 – Layout do posto de trabalho linha de produção melhorado

Fonte: Autoria própria

Figura 13 – Layout do posto de trabalho escritório melhorado

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Fonte: Autoria própria

Figura 14 – Layout depósito de gesso em pó melhorado

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Fonte: Autoria própria

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Observando o atual processo de fluxo da empresa, notamos que este pode ser melhorado com
a junção de dois processos aos mesmo tempo, como mostra a figura 15 a seguir.

Figura 15 – Fluxo de produção da empresa melhorado

Fonte: Autoria própria

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5. Considerações finais
Diante dos problemas encontrados na empresa Edilson Gesso, este estudo foi em busca de
soluções para auxiliar no melhor desempenho desta importante prestadora de serviços na
cidade de Mossoró-RN.

Com o uso de técnicas da engenharia de métodos, como o mapofluxograma e o fluxograma


dos processos foi possível projetar melhorias que visam a desarticulação do arranjo físico da
empresa, melhorias no aproveitamento do espaço físico, adoção de ambientes adequados para
descanso e refeições dos trabalhadores, na ergonomia e na locomoção dos funcionários,
mudanças na execução dos procedimentos de produção das molduras. Todas as sugestões de
melhorias e mudanças levaram em consideração as limitações financeiras da organização.

REFERÊNCIAS
ABERGO. Associação Brasileira de Ergonomia (2012). Classificação do entendimento em Ergonomia.
Disponível em: <www.abergo.org.br>. Acesso em: 20 de Novembro de 2015.

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