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FACULDADE DE TECNOLOGIA EBRAMEC


ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA
ROSELI ISABEL DE OLIVEIRA MOREIRA

TRÊS AGULHAS E AURICULOTERAPIA PARA EPICONDILITE


LATERAL: UM ESTUDO DE CASO.

SÃO PAULO
2017
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ROSELI ISABEL DE OLIVEIRA MOREIRA

TRÊS AGULHAS E AURICULOTERAPIA PARA EPICONDILITE


LATERAL: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação


em Acupuntura apresentado à Faculdade de
Tecnologia EBRAMEC –Escola Brasileira de
Medicina Chinesa, sob orientação da Profª. Renata
Aurélia Cunha e Co-Orientação do Dr. Reginaldo De
Carvalho Silva Filho

SÃO PAULO
2017
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ROSELI ISABEL DE OLIVEIRA MOREIRA

TRÊS AGULHAS E AURICULOTERAPIA PARA EPICONDILITE


LATERAL: UM ESTUDO DE CASO

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

Renata Aurélia Cunha


Orientadora
Reginaldo De Carvalho Silva Filho
Co-Orientador

Roseli Isabel de Oliveira Moreira

São Paulo, ____ de _______________de ______


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RESUMO. A epicondilite lateral é uma afecção degenerativa que compromete os tendões dos
músculos extensores do punho e dos dedos originados na parte lateral do cotovelo, o epicôndilo,
relacionada à sobrecarga excessiva nessa região. A queixa principal do paciente é a dor na região,
podendo irradiar-se para o antebraço e diminuição de força para extensão do punho e dos dedos. O
tratamento consiste na diminuição da dor e da sobrecarga, utilizando medicações, Acupuntura,
fisioterapia. Para a Medicina Chinesa, a epicondilite está relacionada à Estagnação de Qi e Sangue
(Xue) no Canal Principal (Jing Luo) Yang Ming da mão, o Intestino Grosso (Da Chang) que passa
pela articulação do epicôndilo, sendo a instalação dos fatores patogênicos (Xie Qi) Vento-Frio ou
Calor, decorrente de uma Deficiência local causada pelo esforço repetitivo ou trauma direto.
Objetivo: o presente trabalho visou demonstrar como o Método de Três Agulhas e a
Auriculoterapia se mostram eficientes no tratamento da epicondilite lateral, devolvendo o bem-estar
do paciente. Justificativa: comprovar a ação rápida na eliminação da dor. Metodologia: realizou
um estudo de caso em um paciente masculino de 36 anos, jogador frequente de tênis, com aplicação
de tratamento de dez sessões, realizado duas vezes na semana para as Três Agulhas e uma vez na
semana para Auriculoterapia, sendo o princípio de tratamento focado em fortalecer o Canal
Principal do Intestino Grosso (Da Chang). Conclusão: Os resultados mostraram uma melhora
significativa da dor já nas primeiras sessões, comprovando que os métodos de tratamento utilizados
são eficientes para tratar a Epicondilite Lateral.

PALAVRAS-CHAVE: Epicondilite Lateral; Acupuntura para cotovelo de tenista; Três Agulhas do


Cotovelo; Auriculoterapia para a Epicondilite Lateral;
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ABSTRACT.

Lateral epicondylitis is a degenerative condition that compromises the tendons of the wrist and
finger extensor muscles originating in the lateral part of the elbow, the epicondyle, related to
excessive overload in this region. The patient's main complaint is pain in the region, which may
radiate to the forearm and decrease in strength for wrist and finger extension. The treatment consists
in the reduction of pain and the overload, using medications, acupuncture, physiotherapy. For
Chinese Medicine, epicondylitis is related to the Stagnation of Qi and Blood (Xue) in the Main
Channel (Jing Luo) Yang Ming of the hand, the Large Intestine (Da Chang) that passes through the
articulation of the epicondyle, being the installation of pathogenic factors (Xie Qi) Wind-Cold or
Heat, arising from a local Deficiency caused by repetitive effort or direct trauma. Objective: This
study aimed to demonstrate how the Three-Needle Method and Auriculotherapy are effective in the
treatment of lateral epicondylitis, restoring the patient's well-being. Rationale: to demonstrate quick
action in eliminating pain. Methodology: conducted a case study in a 36-year-old male tennis player
with a ten-session treatment application, performed twice a week for the Three Needles and once a
week for Auriculotherapy, the treatment principle being focused on strengthening the Main Canal of
the Large Intestine (Da Chang). Conclusion: The results showed a significant improvement of the
pain in the first sessions, proving that the treatment methods used are efficient to treat Lateral
Epicondylitis.

KEY WORDS: Lateral Epicondylitis; Acupuncture for tennis elbow; Three Needles of the Elbow;
Auriculotherapy for Lateral Epicondylitis
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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 8
2- VISÃO OCIDENTAL DA EPICONDILITE LATERAL ................................................... 9
2.1 Anatomia e Fisiologia do Cotovelo ............................................................................... 9
2.2 Fisiopatologia da Epicondilite Lateral .......................................................................... 10
2.3 Sintomatologia da Epicondilite Lateral ......................................................................... 11
2.4 Tratamento da Epicondilite Lateral ............................................................................... 11
3- FUNDAMENTOS DA MEDICINA CHINESA E ACUPUNTURA .................................. 13
3.1 Teoria do Yin e Yang e dos Cinco Movimentos (Wu Xing) ......................................... 13
3.2 Substâncias Vitais .......................................................................................................... 16
3.3 Teoria de Canais e Colaterais (Jing Luo) ...................................................................... 17
3.4 Método de Diagnóstico ................................................................................................. 19
4- ETIOLOGIA DA EPICONDILITE LATERAL NA MEDICINA CHINESA .................... 21
4.1 Síndrome associada à Epicondilite Lateral ................................................................... 21
4.2 Fatores Patogênicos Exteriores e Lesões Esportivas ..................................................... 21
4.3 Características do Canal Principal do Intestino Grosso (Dachang): Yang Ming Mão... 22
5- TRATAMENTO PELO MÉTODO DE TRÊS AGULHAS E AURICULOTERAPIA ...... 24
5.1 Método das Três Agulhas .............................................................................................. 24
5.2 Auriculoterapia .............................................................................................................. 25
6- METODOLOGIA E MÉTODO DE TRATAMENTO ........................................................ 27
6.1 Ficha de Avaliação Clínica de Acupuntura e Medicina Chinesa .................................. 27
6.2 Princípio e Proposta de Tratamento .............................................................................. 29
6.3 Acompanhamento Clínico e Evolução do Tratamento .................................................. 29
6.4 Resultados ..................................................................................................................... 33
7- CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 34
ANEXO A – Ficha de avaliação clínica de Acupuntura e Medicina Chinesa ......................... 35
ANEXO B - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) ......................................... 38
8- BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 39
7

Ilustrações

Fig.1: Anatomia do cotovelo .................................................................................................... 9

Fig.2: Lesão Anatômica na Epicondilite Lateral ...................................................................... 10

Fig.3: Taiji: símbolo do Yin Yang e suas relações no corpo humano ...................................... 13

Fig.4: Diagrama dos Cinco Elementos- ciclo de geração e ciclo de controle .......................... 15

Fig.5: Processo de formação do Qi e do Sangue (Xue) ........................................................... 16

Fig.6: Esquemático da Via das Águas ...................................................................................... 17

Fig.7: Características do microssistema da Língua .................................................................. 19

Fig.8: Trajeto do Canal Principal do Intestino Grosso (Dachang) ........................................... 22

Fig.9: Localização anatômica dos pontos das Três Agulhas .................................................... 24

Fig.10: Modelo holográfico e nomina das regiões do pavilhão auricular ................................ 25

Fig.11: Localização dos pontos auriculares para a epicondilite lateral .................................... 26

Fig.12: Escala Visual Analógica (EVA) de dor ....................................................................... 28

Fig.13: Representação dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) no pulso .......................................... 30

Fig.14: Gráfico da Evolução Clínica ........................................................................................ 33

Tabelas

Tabela 1: Relação Yin Yang dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) ............................................... 14

Tabela 2: As dez perguntas clássicas: sinais e sintomas do paciente ....................................... 28

Tabela 3: Significado clínico da inspeção da língua ................................................................ 29

Tabela 4: Significado clínico da palpação do pulso ................................................................. 29

Tabela 5: Acompanhamento Clínico e Evolução do Tratamento ............................................. 29


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1 INTRODUÇÃO

A epicondilite lateral, também conhecida como cotovelo do tenista, não é um problema


limitado a quem pratica esse esporte. Qualquer atividade que realize movimentos repetitivos do
punho e extensão dedos é um fator de risco que pode gerar a epicondilite lateral, como digitação,
exercícios de musculação, trabalho de manicures, dentistas, sendo a dor como queixa principal do
paciente. O diagnóstico ocidental é basicamente clínico e o tratamento consiste na diminuição da
dor e da sobrecarga, utilizando medicações analgésicas, anti-inflamatórias, Acupuntura, fisioterapia,
pausas periódicas durante as atividades, associadas a alongamentos que colaboram na diminuição
da tensão local. (Cohen, 2012)

Os conhecimentos da Medicina Chinesa estão pautados no conceito de Qi, uma força vital
que circula pelos Canais e Colaterais (Jing Luo) distribuídos pelo corpo, local onde se encontram os
pontos de Acupuntura em seu trajeto superficial. As doenças resultam do desequilíbrio do Qi, em
maior ou menor proporção dentro do organismo, se houver bloqueio, deficiência ou excesso do
mesmo, a doença estará instalada. (Maciocia, 2014)
Para Wen (2006), o uso de agulhas inseridas nos pontos específicos de Acupuntura, agem
diretamente sobre o Qi, reestabelecendo seu equilíbrio e a homeostase orgânica.

Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi demonstrar como o Método de Três Agulhas e a
Auriculoterapia se mostram eficientes no tratamento da epicondilite lateral, devolvendo o bem-estar
do paciente. O tema se justifica já que a terapêutica utilizada neste estudo, são técnicas orientais
milenares, que utilizam a agulha e outros materiais como ferramenta de cura, objetivando a
restauração e manutenção da saúde. A eficácia do Método de Três Agulhas (San Zhen Liao Fa) se
dá pela ação sinérgica da combinação específica dos três pontos, o que se torna uma excelente
escolha devido ao número reduzido de agulhas, trazendo mais conforto e reduzindo o medo do
paciente. A Auriculoterapia é eficaz e rápida, já que as orelhas possuem pontos estratégicos que
correspondem aos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) e as funções do corpo. Quando estas áreas são
estimuladas, o cérebro recebe um impulso e reage, gerando uma série de fenômenos físicos a fim de
promover a homeostase, reequilibrando o corpo.

A metodologia utilizada foi um estudo de caso em um paciente masculino de 36 anos,


jogador frequente de tênis, que apresenta epicondilite lateral no cotovelo direito. O método se
baseou na aplicação de tratamento de dez sessões, realizado duas vezes na semana para o Método
das Três Agulhas, com inserção nos pontos: IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi) e P5 (Chize); e uma
vez na semana para Auriculoterapia, utilizando semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex,
Cotovelo (anterior e posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso, respeitando o
período de pausa da técnica.
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2 VISÃO OCIDENTAL DA EPICONDILITE LATERAL

2.1 Anatomia e Fisiologia do Cotovelo

O cotovelo é uma articulação que parece uma dobradiça, mas quando a complexidade dos
movimentos e interação do cotovelo com o antebraço e punho são entendidas, fica fácil ver como as
patologias do cotovelo podem trazer grande desconforto ao paciente. (Tortora, 2014)

Segundo Gobbato1 (2017), para utilizar-se a mão no dia a dia, é necessário um ombro e
cotovelo móveis, estáveis e sem dor. Músculos, ligamentos e tendões mantêm a articulação do
cotovelo íntegra. Anatomicamente, o Cotovelo é composto por três ossos, o úmero (osso do braço),
a ulna (osso mais largo do antebraço) e o rádio (osso do mesmo lado do polegar). Sua articulação
permite os movimentos de rotação, flexão e extensão do braço. Tanto do lado de fora como do lado
de dentro do cotovelo existem duas pequenas formações ósseas chamadas de epicôndilos lateral e
medial. A lesão dos tendões que aí se inserem corresponde a uma tendinite ou epicondilite.

Os músculos extensores do antebraço cruzam o cotovelo e ligam-se no úmero, são


responsáveis pelos movimentos do punho em todas as direções, da mão e dos dedos, formando um
complexo sistema, num espaço relativamente estreito. Seus tendões unem os músculos aos ossos e
se fixam no epicôndilo lateral. (Tortora, 2014)

Gobbato (2017), afirma que a epicondilite lateral envolve os músculos e tendões do


antebraço, especificamente, o tendão do músculo extensor radial curto do carpo (ERCC).

Fig.1: Anatomia do cotovelo

1
Dr. Bruno B. Gobbato, cirurgião, especialista em Ortopédica e Traumatologia. http://lattes.cnpq.br/8483611823627388
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2.2 Fisiopatologia da Epicondilite Lateral

O termo epicondilite sugere inflamação, porém a análise histológica não demonstra um


processo inflamatório. Cabe ressaltar que na fase inicial a epicondilite pode apresentar sinais
inflamatórios. Atualmente a epicondilite lateral é considerada uma afecção degenerativa que
compromete os tendões dos músculos extensores do punho e dos dedos originados na parte lateral
do cotovelo, o epicôndilo, estando relacionada à sobrecarga excessiva nessa região. (Gracitelli,
2017)
Segundo Cohen e Motta Filho (2012), é uma condição comum que acomete de 1 a 3% da
população e apesar da descrição clássica relacioná-la à prática esportiva do tênis, apenas 5% a 10%
dos pacientes acometidos pela epicondilite praticam este esporte, a causa mais frequente se
relaciona à prática de exercícios de musculação, uso de computador e atividades laborais como
pintores, manicures, mecânicos, dentistas, entre outros. A maioria das pessoas que sofrem de
epicondilite lateral estão entre as 30 e 50 anos, embora qualquer pessoa possa desenvolver a doença
na presença de fatores de risco.
O cotovelo de tenista surge num tendão específico no antebraço: o tendão do músculo
extensor radial curto do carpo (ERCC), este músculo ajuda a estabilizar o punho quando o cotovelo
está reto, por exemplo durante uma raquetada no jogo de tênis, e o mecanismo de lesão está
associado à sua sobrecarga. Quando o ERCC é enfraquecido pelo uso excessivo, roturas
microscópicas são formadas no seu tendão, responsável por fixá-lo ao epicôndilo lateral, causando a
dor. O ERCC está em maior risco de danos devido à sua posição. Com os movimentos de flexão e
extensão do cotovelo, o músculo é atritado sobre as protuberâncias ósseas causando desgaste
gradual, degeneração do seu tendão ao longo do tempo. (Gobbato, 2017)

Fig.2: Lesão Anatômica na Epicondilite Lateral


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2.3 Sintomatologia da Epicondilite Lateral

Os sintomas de epicondilite lateral desenvolvem-se gradualmente. Na maioria dos casos, a


dor começa leve e piora ao longo de semanas e meses, são frequentemente agravados com a
atividade do antebraço, como no momento de segurar uma raquete, girar uma chave inglesa, ou
apertar as mãos, o braço dominante é mais afetado, porém ambos os braços podem ser afetados.
Geralmente não há lesão específica associada com o início dos sintomas e as queixas mais comuns
incluem:

• Dor, queimação e/ou sensibilidade ao toque na parte externa do cotovelo, o epicôndilo.

• O cotovelo pode ficar rígido e a dor pode se irradiar ao braço e ao punho.

• Pode haver sensação de formigamento no braço e nos dedos.

• Fraca força de preensão, especialmente ao apertar a mão.

• A dor piora quando se movimenta a raquete, fecha o punho, tenta pegar algo com a palma da
mão virada para baixo ou quando se estende o punho para trás. (Gobbato, 2017)

De acordo com Cohen e Motta Filho (2012), o diagnóstico é feito, basicamente, observando a
história do paciente e o exame físico. A queixa principal é a dor na região do epicôndilo lateral
estendendo-se ao dorso do antebraço e a incapacidade para a prática esportiva, atividades
laborativas e diárias.
O exame físico já é suficiente para o diagnóstico. Exames de imagem podem ser necessários
para descartar outras doenças que geram sintomas semelhantes. Radiografia simples e a
ultrassonografia são exames que podem auxiliar no diagnóstico diferencial. A ressonância
magnética é o exame mais acurado e permite avaliar tanto a epicondilite lateral quanto outras
alterações locais. No entanto, são solicitados quando há dúvida quanto ao diagnóstico.
(Gracitelli,2017).

2.4 Tratamento da Epicondilite Lateral

O tratamento inicial da epicondilite lateral consiste na diminuição da dor e da sobrecarga.


Para a diminuição da dor os médicos recomendam o uso de gelo, medicações analgésicas e anti-
inflamatórias, eventualmente, infiltrações destes, Acupuntura e fisioterapia. Para a diminuição da
sobrecarga, além das medidas de prevenção, a diminuição ou a parada temporária dos movimentos
repetitivos pode ser necessária e ouso de órteses para o punho ou de cintas na região do cotovelo.
Em seguida, a fisioterapia para o fortalecimento dos tendões é iniciada de modo progressivo. Nos
pacientes esportistas, uma orientação do gesto esportivo é importante para evitar a recidiva da dor.
(Gracitelli, 2017).
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Conforme Cohen e Motta Filho (2012), a maioria dos casos apresenta boa resposta com o
tratamento não operatório, porém em alguns pacientes a cirurgia pode ser indicada, cujo objetivo
envolve a remoção da porção doente do tendão e a refixação da porção saudável do tendão no osso.
Atualmente, pesquisas investigam o uso do Plasma Rico em Plaquetas (PRP), por sua eficácia em
acelerar a cicatrização de lesões de tendões. O PRP é uma preparação desenvolvida a partir do
próprio sangue do paciente, contém uma alta concentração de fatores de crescimento que são muito
importantes na cicatrização de lesões. essa técnica parece muito promissora, no entanto, ainda está
sob investigação e mais pesquisas são necessárias para provar plenamente a eficácia do PRP. Os
resultados são muito variáveis e existem evidências de que essas substâncias melhoram os sintomas
quando avaliadas em curto prazo (6 meses), mas sua real eficácia, quando comparadas ao
tratamento tradicional, ainda não pode ser completamente comprovada.

Para Gobbato (2017), é consenso entre os autores que a melhora da dor nem sempre é
imediata e a resolução completa da doença pode levar até um ano. Assim, a prevenção da
epicondilite lateral se torna importante e se baseia em:

• Melhora da postura durante atividades no computador com posicionamento completo do


antebraço na mesa e o uso de apoio para teclado e mouse.

• Pausas periódicas durante as atividades, associadas a alongamentos.

• Para os praticantes de tênis, recomenda-se a melhora do gesto esportivo.

• Uma das causas da epicondilite lateral nos tenistas é o movimento de "backhand" com
uso excessivo do punho para aumentar a potência. Além disso, quando o tempo de bola
está atrasado, o jogador tende a utilizar o punho para conseguir rebater de modo eficaz.

• A troca do encordoamento da raquete e do "grip" também são medidas possíveis.

Diante do exposto, fica claro que o tratamento da Epicondilite Lateral é multidisciplinar e


consiste principalmente no controle da dor e na diminuição da sobrecarga, o que requer uma
mudança de hábitos, comprometimento com a fisioterapia e paciência do paciente para que se
alcance o resultado pretendido, sendo que, talvez, ocorra posteriormente uma recidiva da patologia.

Nesse sentido, a Acupuntura se mostra um aliado muito eficaz por além de tratar a patologia,
aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde-doença no paciente, garantindo a recuperação
do organismo como um todo, melhorando seu estado físico e também o emocional.

Para a compreensão da patologia em questão e das técnicas terapêuticas utilizadas neste


trabalho, faz-se necessário uma elucidação dos conceitos fundamentais da Medicina Chinesa para
justificar o mecanismo de ação do Método das Três Agulhas e da Auriculoterapia no tratamento.
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3- FUNDAMENTOS DA MEDICINA CHINESA E ACUPUNTURA

A Medicina Chinesa é um sistema médico integral, originado há milhares de anos na China.


Utiliza linguagem que retrata as leis da natureza e que valoriza a inter-relação harmônica entre as
partes visando à integridade. Todo fundamento da Medicina Chinesa está pautado sobre o conceito
do Qi, que representa a energia vital que está presente na natureza, nos alimentos, na atmosfera e
que resulta de toda a matéria existente no Universo. Antigos chineses diziam que o Qi pode ser
considerado como a energia primordial que dá vida à matéria. (Maciocia, 2014)

Entre seus conceitos teóricos, aponta a teoria do Yin-Yang, divisão do mundo em duas
forças ou princípios fundamentais, interpretando todos os fenômenos em opostos complementares.
O objetivo desse conhecimento é obter meios de equilibrar essa dualidade. Também inclui a teoria
dos cinco movimentos que atribui a todas as coisas e fenômenos, na natureza, assim como no corpo,
um dos cinco elementos constituintes, a madeira, o fogo, a terra, o metal e a água. Utiliza como
método de diagnóstico e avaliação a anamnese, palpação do pulso, observação da face e da língua
em suas várias modalidades de tratamento, como a Acupuntura, fitoterapia, dietoterapia, práticas
corporais e mentais. (Ministério Da Saúde, Portaria Nº 971, de 03 de maio de 2006)

Ainda na Medicina Chinesa, o corpo possui Canais em que o Qi circula, onde na superfície
de seu trajeto, se encontram os pontos de Acupuntura. Os sábios chineses que praticavam e
ensinavam estes fundamentos, reconheciam que a função do Qi era de regular ou equilibrar os
opostos, as forças de ação e reação, mental e fisicamente, chamados de Yin e Yang. (Wen, 2006)

Para a Medicina Chinesa, as doenças resultam do desequilíbrio do Qi, em maior ou menor


proporção dentro do organismo, se houver bloqueio, deficiência ou excesso do mesmo, a doença
estará instalada. (Kaufman, 2001)

A Acupuntura, técnica integrante da Medicina Chinesa, acumula esse conjunto de


conhecimentos e visa, através de suas técnicas e procedimentos, ou seja, a aplicação de agulhas e de
moxa, estimular os pontos reflexos que tenham a propriedade de restabelecer o equilíbrio e a
normalização dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) doentes por meio de um suporte funcional que
exerce, alcançando-se, assim, os resultados terapêuticos desejados. (Wen, 2006).

3.1 Teoria do Yin e Yang e dos Cinco Movimentos (Wu Xing)

Na China antiga, os teóricos da medicina concluíram que a estrutura básica do ser humano
era a mesma do universo, cujos fenômenos foram classificados em dois opostos: o Yin e o Yang.
Aqueles que apresentam como características força, calor, claridade, superfície, grandeza, dureza,
peso etc. pertencem ao Yang, ao contrário, os que apresentam características opostas às
mencionadas, pertencem ao Yin. (Wen, 2006).
14
Os pilares da relação Yin e Yang é baseada na unidade de opostos, interdependentes que
exercem um equilíbrio dinâmico, consumo mútuo e inter-transformação entre eles. Cada coisa ou
fenômeno poderia existir por si mesma ou pelo seu oposto. Além disso, o Yin contém a semente do
Yang, de tal maneira que ele pode se transformar em Yang e vice-versa. (Maciocia, 2014)

Fig.3: Taiji: símbolo do Yin Yang e suas relações no corpo humano.

Os seres humanos têm natureza e estrutura inseparáveis do Yin e Yang, e pelos seus
princípios se pode explicar a fisiologia e patologia que ocorrem nos Órgãos e Vísceras (Zang Fu).
Desse modo, se as energias Yin e Yang estiverem em perfeita harmonia, o organismo, certamente,
estará com saúde. Por outro lado, um desequilíbrio gerará a doença. (Kaufman, 2001)

No processo saúde doença o conceito de Yin e Yang está diretamente relacionado à sua
fisiologia dinâmica, sendo o Qi sua base. Nesse relacionamento o Yin nutre e ancora o Yang,
enquanto o Yang move e transforma o Yin. Em condições normais, há um relativo equilíbrio;
porém, em condições anormais, poderemos ter uma depleção ou um excesso dos elementos Yin ou
Yang, surgindo distúrbios e enfermidades no organismo. (Wen, 2006)

No corpo humano, os Órgãos (Zang), pertencem ao Yin, são mais sólidos e internos,
correspondem à estrutura, já as Vísceras (Fu), são de natureza Yang, mais ocos e externos, e
correspondem à função. Com relação ao processo de formação e armazenamento de substâncias
nutritivas dependerá, obviamente, das atividades funcionais do organismo e de um aumento de Yin,
em detrimento de Yang. (Maciocia, 2014)

Órgãos Yin (Zang) Vísceras Yang (Fu):


Coração (Xin) Intestino Delgado (XiaoChang)
Pericárdio (Xin Bao) Triplo Aquecedor (San Jiao)
Baço (Pi) Estômago (Wei)
Pulmão (Fei) Intestino Grosso (Dachang)
Rim (Shen) Bexiga (PangGuang)
Fígado (Gan) Vesícula Biliar (Dan)
Tabela 1: Relação Yin Yang dos órgãos e Vísceras (Zang Fu)
15
A teoria dos Cinco Movimentos surgiu quase ao mesmo tempo que a teoria Yin Yang.
Conceitualmente, os fenômenos são interpretados pelas interrelações dos cinco elementos básicos
da natureza: a Madeira, o Fogo, a Terra, o Metal e a Água, representando a alternância das
atividades das forças Yin e Yang, manifestada nos seus ciclos de mudanças que regulam a vida na
Terra. (Wen, 2006)

No Ciclo de Geração, os elementos sucedem-se ininterruptamente, cada um tendo origem no


que lhe antecede e dando origem ao que lhe sucede. Assim, o Fogo dá origem à Terra; a Terra dá
origem ao Metal; o Metal dá origem à Água; a Água dá origem à Madeira, e a Madeira dá origem
ao Fogo, estabelecendo uma relação conhecida por Mãe-Filho na prática da Acupuntura. Já no Ciclo
de Controle, cada elemento inibe aquele que sucede o elemento gerado. Assim, o Fogo funde o
Metal, o Metal corta a Madeira, a Madeira cobre a Terra, a Terra absorve a Água e a Água extingue
o Fogo, esta relação é conhecida por Avô-Neto na prática da Acupuntura. (Maciocia, 2014).

Fig.4: Diagrama dos Cinco Elementos- ciclo de geração e ciclo de controle.

Em termos de diagnóstico e tratamento na Medicina Chinesa, a teoria Yin Yang surge com o
diagnóstico dos padrões de acordo com os Oito Princípios (Ba Guan), citado na dinastia Ming por
Wang Zhi Zhong, alegando que na presença da doença, existem oito palavras: vazio, repleção, Yin,
Yang, exterior, interior, frio e calor. Na teoria dos Cinco Movimentos, a avaliação toma como
referência os ciclos de geração e de controle para identificar os desequilíbrios e orientar a
intervenção no sentido de restaurar as leis do sistema. Partindo-se do princípio de que as doenças
são decorrentes do desequilíbrio entre Yin e Yang, na Medicina Chinesa, o objetivo da Acupuntura
é justamente o reajuste da relação Yin-Yang, promovendo assim uma melhor circulação do Qi e do
Sangue (Xue) restabelecendo o equilíbrio, alcançando resultados terapêuticos desejados no
tratamento do paciente. (Wen, 2006).
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3.2 Substâncias Vitais

A Medicina Chinesa identifica o Qi, Sangue (Xue), Fluidos Corpóreos (Jin Ye), a Mente
(Shen) e a Essência (Jing) como as substâncias essenciais para o surgimento, manutenção e
evolução da vida humana. Na base de tudo está o Qi, todas as outras substâncias vitais são
manifestações do Qi em vários graus de materialidade, variando do completamente material para o
totalmente imaterial.

O conceito mais importante para a Medicina Chinesa é o Qi, que perspassa o corpo numa
infuência material sutil e móvel produzindo as funções fisiológicas e mantendo a saúde e a
vitalidade do organismo. Todo Qi independente de sua localização tem cinco funções:
transformação, transporte, aquecimento, defesa e manutenção, numa dinâmica distinta, mover-se
em todas as direções no trajeto dos Canais e Colaterais (Jing Luo), dos Órgãos e Visceras (Zang Fu)
e pelo corpo todo. O Qi e o Sangue (Xue) são estreitamente ligados e inseparáveis, pois, fluem
conjuntamente pelos Canais (Jung Luo) nutrindo os Órgãos e Visceras (Zang Fu). O Qi é o
comandante do Sangue (Xue) e o Sangue (Xue) é a mãe do Qi, mantendo assim, uma relação Yin
Yang. Nesse sentido, o Qi é a substância ativa, o aspectoYang, que aquece, dá vitalidade e conduz
ativamente o Sangue (Xue) pelo corpo; o Sangue (Xue) é a substância Yin, umedecendo e nutrindo
os Órgãos e Visceras (Zang Fu) e também o próprio Qi com o propósito de suavizar seu caminho
pelo corpo. (Maciocia, 2014).

Em relação ao Qi, o Sangue (Xue) e Fluidos Corpóreos (Jin Ye) constituem o aspecto Yin
do corpo. O Sangue (Xue) é produzido quando a essência do alimento é elevada pelo Baço (Pi) para
os Pulmões (Fei); ele nutre o corpo e está estreitamente ligado ao Qi nutritivo (Ying Qi), pois,
viajam juntos pelos Canais (Jing Luo), outra característica importante é abrigar a Mente (Shen).
(Maciocia, 2014).

Fig.5- Processo de formação do Qi e do Sangue (Xue)


17
Fluidos Corpóreos (Jin Ye) é um termo genérico usado para designar as substâncias pouco
densas, ou seja, líquidos, chamados de Jin, responsável por umedecer a pele, olhos e boca; e as
substâncias mais viscosas, os humores corpóreos, chamados de Ye, pertencem aos Órgãos e
Visceras (Zang Fu), responsáveis por lubrificar as articulações do corpo. Também são produzidos a
partir do Qi do ar e do alimento, num processo conhecido por via das águas. Os fluidos puros
necessitam ser transportados para cima, e os fluidos impuros, para baixo. O movimento correto dos
fluidos puros e impuros depende da correta subida/descida e entrada/saída do Qi. Os principais
Órgãos e Visceras (Zang Fu) que contribuem para a transformação, transporte e excreção dos
Fluidos Corpóreos, são Pulmão (Fei), Baço (Pi) e o Rim (Shen). (Ross, 2003).

Fig.6- Esquemático da Via das Águas.

A Mente (Shen) é o tipo mais sutil e imaterial de Qi. A palavra Shen é traduzida na maioria
das vezes como "espírito", porém este termo representa o complexo de Alma Etérea (Hun), Alma
Corpórea (Po), Intelecto (Yi), Força de Vontade (Zhi) e a própria Mente (Shen).

3.3 Teoria de Canais e Colaterais (Jing Luo)

O estudo dos Canais e Colaterais (Jing Luo) fornece uma base essencial para a compreensão
das conexões e influências recíprocas entre os diversos aspectos fisiológicos, patológicos, entre o
diagnóstico e a terapêutica da Acupuntura. (Wen, 2006)

Existem 12 Canais Principais (Jing Zheng) distribuídos bilateralmente, interligando o


interior-exterior e direita-esquerda do corpo, representando um para cada Órgão e Víscera (Zang
Fu) que se comunicam entre si formando pares acoplados num relacionamento Yin/Yang. Sua
função é promover a circulação de Qi, principalmente o Nutritivo (Ying Qi), para nutrir órgãos,
vísceras, tecidos e outras partes do corpo. (Ross, 2003).

São chamados de principais porque contém os Pontos de Acupuntura (Shu antigos, Yuan,
MU, Xi, Beishu, etc) em seu trajeto superficial, estão em correspondência com os Cinco
18
Movimentos e localizados entre os canais superficiais e os profundos. É sobre eles, que as condutas
terapêuticas da Acupuntura são aplicadas. Patologicamente, são suscetíveis à ação patogênica
exógena e refletem os sinais e sintomas de alterações no organismo. (Wen, 2006)

Os Canais Principais também se unem em pares de mesma polaridade para formarem 6


Canais Unitários que ligam o alto (yang) e o baixo (yin), o superficial e o profundo, formando uma
unidade diferenciada, com características próprias. (Kaufman 2001)

1-Tai Yang: Bexiga (pé), Intestino Delgado (mão): canal próximo da pele, relação com meio
exterior.

2- Yang Ming: Estômago (pé), Intestino Grosso (mão): canal que possui mais Qi e Xue

3- Shao Yang: Vesícula Biliar (pé), Triplo Aquecedor (mão): canal que separa o corpo em
porção anterior e posterior, yin-yang e interno-externo.

4- Tai Yin: Pulmão (pé), Baço (da mão): canal de forte componente nutricional, camada
mais interna.

5- Jue Yin: Fígado (pé), Pericárdio (mão): canal ligado ao livre fluxo de Qi e a proteção do
Coração

6- Shao Yin: Rim (pé), Coração (mão): canal de correspondência com Mente (Shen) e
Essência (Jing).

Há ainda os Canais Distintos que formam um sistema de consolidação dos Canais Principais
Yin e Yang do corpo com a função de promover a circulação de energia nos locais onde eles não
têm acesso e; os Canais Tendinomusculares, grandes e superficiais, com características altamente
Yang que conduz Wei Qi, dependem do Qi dos canais principais que lhes dão origem, representam
os músculos, tendões e ligamentos pertinentes a área de cada canal principal. (EBRAMEC, 2016)

Segundo Deadman (2015), os oito Canais Extraordinários (Qi Jing Ba Mai) são de grande
importância clínica por funcionarem como reservatórios de Qi e Sangue (Xue) dos Canais
Principais Todos derivam do espaço entre os Rins (Shen), possuem o Qi original e circulam a
Essência (Jing) pelo corpo. Por isso, são capazes de regular, equilibrar e integrar o corpo todo.

Eles se agrupam aos pares, de mesma polaridade, ambos Yin ou Yang, compartilhando
caminhos semelhantes. Nesse arranjo em pares, o ponto de confluência (abertura) de um Vaso é o
ponto associado de seu canal emparelhado e vice-versa. (Maciocia, 2014)

• Vaso Concepção (Ren Mai): P-7 (Lieque), mar do Yin, par com Vaso Yin do Caminhar
(Yin Qiao Mai): R-6 (Zhaohai), regula o processo sono vigília.
19
• Vaso Governador (Du Mai): ID-3 (Houxi), mar do Yang, par com Vaso Yang do
Caminhar (Yang Qiao Mai): B-62 (Senmai), regula o processo sono vigília.

• Vaso Penetrador (Chong Mai): BA-4 (Gongsun), mar de Sangue (Xue), par com Vaso
de Conexão Yin (Yin Wei Mai): PC-6 (Neiguan), equilibra o Qi nutritivo (Ying Qi).

• Vaso da Cintura (Dai Mai): VB-41 (Zulinqi), único canal horizontal, par com Vaso de
Conexão Yang (Yang Wei Mai): TA-5 (Waiguan), equilibra o Qi defensivo (Wei Qi)

Nesse sentido, a Acupuntura, por meio da seleção e combinação adequada de pontos,


consegue acessar as qualidades dos canais e devolver o equilíbrio do movimento do Qi, restaurando
suas funções características capazes de devolver a saúde e bem-estar do indivíduo.

Todos esses canais podem apresentar um quadro patológico limitado ao seu trajeto,
independente dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu). Com relação à epicondilite lateral, o Canal
Principal afetado é o do Intestino Grosso (Dachang), assim é importante uma descrição mais
detalhada para a compreensão da patologia envolvida.

3.6 Método de Diagnóstico

Um dos princípios fundamentais do diagnóstico na Medicina Chinesa é de que o exterior


reflete o interior, ou seja, o aspecto exterior do paciente, o pulso, a língua, a compleição e os
sintomas, refletem a desarmonia interna. Possui quatro partes principais: a observação, o
interrogatório, a palpação e a auscultação:

Para Maciocia (2014), o diagnóstico pela observação é baseado no princípio de que cada
pequena parte individual do corpo, ou seja, um microssistema, como a face, língua, pulso e orelha,
reflete o todo. A orelha se assemelha a um feto de ponta-cabeça e há um ponto no pavilhão
auricular que reflete cada parte ou órgão do corpo. A língua reflete a condição dos Órgãos e
Vísceras (Zang Fu), é um pilar do diagnóstico juntamente com o pulso, que podem indicar padrões
clínicos não evidentes.

A cor do corpo indica as condições do Sangue, Qi Nutritivo e órgãos


Yin; reflete condições de Calor ou Frio e Yin ou Yang.

A forma do corpo indica o estado do Sangue e do Qi Nutritivo;


reflete condições de Excesso ou de Deficiência.

O revestimento indica o estado dos órgãos Yang; reflete condições de


Calor ou Frio e de Excesso ou de Deficiência A umidade indica o
estado dos Fluidos Corpóreos

Fig.7- Características do microssistema da Língua


20
O método da palpação dos pulsos, pode indicar onde está o desequilíbrio primário do
organismo, haja vista que o pulso é capaz de refletir o organismo como um todo, fornecendo
informações detalhadas sobre o estado dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) e refletindo as condições
gerais do Qi e do Sangue (Xue) e da relação entre o Yin e o Yang. Nesta técnica, são consideradas
velocidade, ritmo, intensidade e características ondulatórias do pulso, onde cada um desses fatores
pode indicar uma desarmonia específica. (Wen, 2006).

O diagnóstico por interrogatório, é a conversa entre o terapeuta e o paciente, a fim de


investigar como o problema presente surgiu, baseia-se no princípio de que os sintomas e sinais
refletem a condição dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) e dos Canais e Colaterais (Jing Luo). É
fundamentado nas dez perguntas tradicionais sobre: a sensação de Frio, Calor e Febre;
Transpiração; Sono e sonhos; Apetite, preferência alimentar e sabores na boca; sede e ingestão de
líquidos; fezes e urina; condição dos olhos e ouvidos; andrologia e ginecologia; sintomas
Emocionais e as dores. (EBRAMEC, 2016)

O diagnóstico dos Canais e Colaterais (Jing Luo) é baseado tanto nos sinais objetivos como
nas sensações subjetivas experimentadas ao longo do canal. Os sinais objetivos incluem
vermelhidão, sinais hipocrômicos, vênulas púrpuras, manchas púrpuras, erupções cutâneas seguindo
uma via de canal definida, flacidez, rigidez e sensação de frio e calor. Os sinais subjetivos incluem
as dores, que refletem a estagnação de Qi e Sangue (Xue) pelos Canais e Colaterais de várias partes
do corpo, no caso dos membros superiores indicam também a origem da patologia, se uma
Síndrome Bi ou invasão do patogênico externo (Xie Qi). (Maciocia, 2014)
21
4 ETIOLOGIA DA EPICONDILITE LATERAL NA MEDICINA CHINESA

4.1 Síndrome associada à Epicondilite Lateral

Para a Medicina Chinesa, a epicondilite está relacionada à Estagnação de Qi e Sangue (Xue)


no Canal Principal (Jing Luo) Yang Ming da mão, o Intestino Grosso (Da Chang) que passa pela
articulação do epicôndilo, sendo a instalação dos fatores patogênicos (Xie Qi) Vento-Frio ou Calor,
decorrente de uma Deficiência local causada pelo esforço repetitivo ou trauma direto. (EBRAMEC,
2016)

Em casos crônicos, há acometimento dos canais tendinomusculares da mão, evoluindo para


Síndrome Bi; outra causa é a fraqueza de Qi do cotovelo em decorrência de alterações de Qi do
Pulmão (Fei). Entretanto, nesta pesquisa será abordada somente a condição patológica aguda, por
ser esta a síndrome do paciente. (Carvalho, 2015)

4.2 Fatores Patogênicos Exteriores e Lesões Esportivas

Para compreensão dos fatores causadores das doenças na Medicina Chinesa, é importante
salientar a integração do corpo, mente e emoções. Segundo Maciocia (2014), os sintomas
apresentados pelos pacientes não são a causa da patologia, mas uma expressão da desarmonia
presente. A causa da desarmonia ou doença provém de desequilíbrios que podem ser produzidos por
basicamente três motivos: fatores patogênicos internos, externos e os maus hábitos adquiridos.

Com relação à epicondilite lateral, a relevância está nos fatores da patologia dos Canais
Principais, que são a invasão de fatores patogênicos exteriores, como Frio, Vento ou Umidade,
utilização excessiva de um membro ou parte do corpo, dando origem à estagnação local de Qi ou
lesões esportivas que provocam estagnação local de Qi no Canal. (EBRAMEC, 2016)

Para Auteroche (1992), o Vento é o principal fator de agressão externa, é de origem Yang,
ligado ao movimento, afeta a parte superior do corpo e o invólucro muscular. O frio, calor e a
umidade se apoiam nele para agredir o organismo.

• O Frio é de natureza Yin, ligado a constrição, tem a faculdade de ferir o Qi defensivo


(Wei Qi), que estando diminuído não consegue aquecer e proteger a superfície da pele,
afetando assim o invólucro muscular, quando penetra nos Canais e Colaterais (Jing Luo)
bloqueia a circulação de Qi e Sangue (Xue), causando dor nas articulações.

• A Umidade é de natureza pesada, impura e estagnante, quando penetra no invólucro


muscular causa cansaço e peso no corpo e nos membros, se permanecer nos Canais e
Colaterais (Jing Luo) e nas articulações causa parestesia e reumatismos.
22
• As lesões esportivas se dão pelo uso excessivo de uma parte do corpo, que provoca duas
situações como causas de doenças, a estagnação de Qi naquela parte em particular e a
deficiência do Qi do Baço (Pi) e do Fígado (Gan), que controlam os músculos e os
tendões.

4.3 Características do Canal Principal do Intestino Grosso (Dachang): Yang Ming da mão

É um Canal Yang, acoplado ao Canal do Pulmão (Fei), Yin, recebe sua energia,
transmitindo-a ao Canal do Estômago (Wei). Seu elemento é o Metal, sua mãe o elemento Terra
(Estômago) e seu filho a Água (Bexiga). Pertence ao Canal Unitário Yang Ming. Tem vinte pontos
bilaterais, de IG1(Shangyang) até IG20 (Yingxiang).

Seu trajeto externo tem início na ponta do dedo indicador, sendo a continuação do fluxo
energético do canal do Pulmão (Fei), ligação de P7 (Lieque) à IG1 (Shangyang), sobe pelo dedo
indicador dorso-radial da mão, passando pelo músculo do primeiro interossal, depois pela face
dorsoradial do antebraço, entre os músculos extensores longo e curto do polegar; continua até o
dorso lateral do cotovelo, na borda lateral do músculo bíceps e tríceps do braço, chegando ao
ombro. Continua num trajeto interno pela região superescapular, liga-se com o ponto VG14
(Dazhui), depois volta para a fossa supraclavicular, ligando-se ao ponto E12 (Quepen), desse ponto,
parte um ramo pelo espaço mediastínico que desce para o abdômen, ligando-se com o Intestino
Grosso e outro ramo que se liga aos pulmões. Externaliza-se novamente na fossa supraclavicular,
IG16 (Jugu), sobe pela borda lateral do músculo esternocleidomastóideo do pescoço até a região
mandibular pelo lado da boca e caminha pelo lado oposto à asa do nariz, cruzando na altura do
lábio, IG20 (Yingxiang). (Wen, 2006)

Fig.8- Trajeto do Canal Principal do Intestino Grosso (Dachang)


23
Para Maciocia (2014), de maneira geral os pontos do Canal do Intestino Grosso tratam o
braço, ombro, pescoço a face e o sínus; expelem Vento exterior, muitos pontos dissipam nódulos e
tratam bócio. Os órgãos e seus canais correspondentes formam uma unidade energética indivisível,
afetando se mutuamente, sendo que os Canais pertencem ao Exterior, camadas superficiais do
organismo incluindo a pele e os músculos; e os órgãos pertencem ao Interior, camada profunda
incluindo os órgãos e os ossos. Como a epicondilite está relacionada à Estagnação de Qi e Sangue
(Xue) no Canal Principal do Intestino Grosso (Da Chang) é importante saber identificar quando a
alteração está localizada no Exterior afetando somente o Canal, pois, na doença, pode haver
alterações dos Canais que não afetam os órgãos e vice-versa

Na realidade, a patologia de Canal está relacionada à doença da articulação. As articulações


na Medicina Chinesa são locais onde o Qi e o Sangue (Xue) se concentram, penetram e saem,
percorrem do interior para o exterior ou vice-versa. Por essa razão, possuem muitas implicações
patológicas, sendo os locais onde o fator patogênico se estabelece com facilidade, como
consequência altera o equilíbrio do Yin-Yang, provocando a estagnação do Qi e do Sangue (Xue),
que causa dor e, a longo prazo, provoca a Síndrome Bi. (Carvalho, 2015)
24
5- TRATAMENTO PELO MÉTODO DE TRÊS AGULHAS E AURICULOTERAPIA

5.1 Método das Três Agulhas

Segundo Carvalho Filho (2013), o Método de Três Agulhas foi desenvolvido pelo Dr. Jin
Hui, professor da Universidade de Medicina Chinesa de Guang Zhou. A importância do Dr. Jin na
pesquisa e promoção deste método terapêutico é tão grande que em muitos locais da China é
conhecido como Três Agulhas do Jin. Essa técnica de Acupuntura utiliza a seleção e combinação
específica de apenas três pontos, sejam bilaterais, unilaterais ou uma mescla, para o tratamento das
Síndromes, doenças e sintomas associados. Ainda, a combinação de pontos que atua diretamente no
cotovelo é indicada principalmente para epicondilite, atuando também na limitação de movimento
do cotovelo, lesões no membro superior, corroborando ao propósito desse estudo, são eles:

• IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi) e P5 (Chize): agulhado perpendicularmente, seguido de


manipulações objetivando a dispersão. Também pode-se agulhar inclinados para o local
mais dolorido, o que amplifica os efeitos terapêuticos.

Fig.9- Localização anatômica dos pontos da Três Agulhas

Maciocia (2014), descreve a categoria e as funções desses pontos de maneira global. Para o
entendimento do seu uso, abaixo será evidenciado a ação principal condizente com o quadro da
epicondilite lateral:

• IG10 (Shousanli): sua função é remover obstruções do canal, tonifica o Qi. É indicado
para dor e rigidez do braço e dos ombros, paralisia do braço, entorpecimento do braço,
atrofia dos braços, contração e rigidez do cotovelo. Esse é um ponto muito importante e
amplamente utilizado para tratar todos os problemas do Canal do Intestino Grosso,
afetando o antebraço e as mãos. Também é um tônico poderoso do Qi e do Sangue (Xue)
sendo considerado por alguns como um E-36 (Zusanli) do braço
25
• IG11 (Quchi): Ponto Mar (He), Terra e de Tonificação. sua função é clarear o Calor e
esfriar o Sangue (Xue). É indicado para remover as obstruções e o calor do Canal do
Intestino Grosso. Beneficia os tendões e as articulações, particularmente dos braços e
dos ombros.

• P5 (Chize): Ponto Mar (He), Água e de Drenagem. Relaxa os tendões. É indicado para
dor no antebraço e ombro, incapacidade para elevar o braço, Síndrome de Obstrução
Dolorosa do cotovelo decorrente do Vento, rigidez e dor no cotovelo.

A função dessa combinação é ativar a circulação de Qi e Sangue (Xue), resolver as


estagnações locais, aliviar as dores, inchaços, melhorar a movimentação, relaxar e fortalecer os
tendões. (Carvalho Filho, 2013).

5.2 Auriculoterapia

Dentro dos microssistemas da Acupuntura, a Auriculoterapia é um dos mais populares, por


ser um método pouco invasivo, bem aceito pelos pacientes, que oferece ótimos resultados. É um
método terapêutico que utiliza pontos reflexos encontrados no pavilhão auricular para diagnóstico e
tratamento de diversas enfermidades através da utilização de agulhas, sementes, cristais, etc., cujo
objetivo é promover bem-estar e resolver desarmonias que levam a doenças. (Garcia, 1999).

Na visão oriental, o pavilhão auricular é considerado um centro de agrupamento dos canais,


e por isso, possui influência sobre todo o organismo. O estímulo do ponto auricular correspondente
à parte do organismo em desequilíbrio, permitirá regularizar o fluxo de energia e retomar o estado
natural das funções corporais que podem estar bloqueadas, em deficiência ou excesso. (Wen, 2006)

São nas proeminências presentes no pavilhão auricular que se encontram os pontos


correspondentes aos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) e áreas de correspondência. A classificação das
divisões do pavilhão auricular são: hélix, anti-hélix, trago, anti-trago, lóbulo, raiz do hélix,fossa
triangular, fossa escafoide, incisura supratrago. (EBRAMEC, 2016)

Fig.10- Modelo holográfico e nomina das regiões do pavilhão auricular


26
Dentro da Auriculoterapia, os princípios básicos da Medicina Chinesa são utilizados para a
realização de sua terapêutica, podendo ser utilizada em conjunto com outras técnicas, como a
Moxabustão, a fitoterapia e Acupuntura Sistêmica. Nesse estudo, a técnica de Auriculoterapia
realizada se baseou na escola de Huang Li Chun utilizando semente de colza nos pontos: Shenmen,
Subcórtex, Cotovelo (anterior e posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso,
respeitando o período de pausa da técnica. (EBRAMEC, 2016)

• Shenmen: fossa triangular


• Subcórtex: região interna do anti-trago
• Cotovelo e Antebraço: fossa escafoide
• Fígado: concha cimba
• Pulmão: concha cava
• Intestino Grosso: raiz da hélix

Fig.11- Localização dos pontos auriculares para a epicondilite lateral

A função geral desses pontos descrita por Ernesto Garcia (1999), inclui:

• Shenmen: ponto importante para acalmar a dor e tratar a inflamação

• Subcórtex: sua área nervosa regula a atividade do córtex cerebral, mantendo o


equilíbrio, a área digestiva atua nas disfunções do fígado e vesícula biliar.

• Cotovelo e Antebraço (área correspondente): trata afecções locais como entorse,


epicondilite, trauma, artrite reumatoide.

• Fígado: desobstrui os canais, controla e drena os ligamentos e tendões acalmando a dor

• Pulmão: elimina o fator patogênico instalado na superfície, sua relação interior-exterior


com o Intestino Grosso permite eliminar as estagnações desse canal.

• Intestino Grosso: reequilibra as funções do canal e dispersa calor dos Zang Fu.
Resumindo, essa seleção e combinação de pontos no tratamento da epicondilite lateral atuará
da seguinte maneira: o estimulo na área correspondente é capaz de promover a recuperação dos
tendões, ativando a circulação do Qi e Sangue (Xue), eliminando a estagnação, desobstruindo os
canais e colaterais, sendo essa ação reforçada pelo estimulo dos pontos do Intestino Grosso, que
atua diretamente no canal afetado, o Fígado que controla os tendões e o Pulmão que expulsa o fator
patogênico instalado e ajuda eliminar a estagnação do canal afetado. Por essas ações, todos esses
pontos são capazes de aliviar a dor, porém, essa ação é característica principal dos pontos Shenmen
e subcortex que sedam a dor no local, além de atuarem também como antiinflamatórios.
(EBRAMEC, 2016)
27
6- METODOLOGIA E MÉTODO DE TRATAMENTO

O paciente se voluntariou de acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


(TCLE), conforme Anexo B, para o desenvolvimento desta pesquisa. Para a avaliação foi utilizada a
Ficha Clínica de Acupuntura e Medicina Chinesa, conforme Anexo A, desenvolvida ao longo do
curso na EBRAMEC, constando os dados pessoais, queixa principal, histórico da doença atual e o
interrogatório baseado nas dez questões clássicas que indicam os sinais e sintomas gerais das
condições internas e externas do paciente. Foi usada a Escala Visual Analógica (EVA), que consiste
em uma linha reta que indica em uma extremidade a ausência de dor, e na outra extremidade, a dor
mais intensa possível. Esse é um instrumento amplamente utilizado e confiável para avaliar a dor,
que é uma experiência sensorial subjetiva e, portanto, baseada no relato do indivíduo.

Fig.12: Escala Visual Analógica (EVA) de dor

O método de tratamento auricular seguiu a conduta de execução da técnica que se baseia nas
etapas seguintes: primeiro, massagem auricular realizada bilateralmente, com a preensão dos dedos
polegar e indicador, no sentido ascendente, partindo do lóbulo até o ápice e do trago até o ápice da
orelha, o tempo foi determinado pela presença de hiperemia; segundo, para higienização do
pavilhão auricular utilizando álcool 70%; terceiro, localização dos pontos reagentes feita com o
auxílio do instrumento adequado, o apalpador, em seguida a colocação da dupla semente de colza,
preparada no esparadrapo ou micropore, sobre o ponto e pressionada durante alguns segundos para
obter o estimulo necessário. O paciente foi orientado sobre o tempo de permanência dos adesivos,
que não deve ultrapassar cinco dias, e durante esse período, se faz necessário pressioná-los três
vezes ao dia para que se potencialize os efeitos terapêuticos. (Neves, 2014)

Para o método de tratamento na técnica das Três Agulhas foi utilizado agulha filiforme para
Acupuntura, do tipo 0,25x40mm, da marca Dux. Os pontos foram agulhados perpendicularmente,
seguido de manipulações objetivando a dispersão.

6.1 Ficha de Avaliação Clínica de Acupuntura e Medicina Chinesa

Dados pessoais:

• M.R.T.M, 36 anos, advogado

Queixa Principal:

• Dor no cotovelo direito. Diagnóstico ocidental: epicondilite lateral


28
História da Doença Atual:

• Paciente relata dor constante no cotovelo direito que irradia para o punho, há quatro meses.
Piora com a prática desportiva do tênis e o uso do computador. Não apresenta inflamação,
nem inchaço, a pouca limitação de movimento se dá pela dor.

Histórico Clínico e Hábitos de Vida:

• Paciente não relata doença pré-existente. Não fuma e não bebe. Pratica atividade física
regularmente. Mantém uma dieta equilibrada, tem boa ingesta de água. No trabalho, se
expõe frequentemente ao ar condicionado frio. Usa analgésico e anti-inflamatório para a dor.

EVA- Escala de dor: em 18/07/2017 – reporta 9

Interrogatório:

1. Febre e Calafrios: leve aversão ao frio, sem febre

2. Transpiração sua pouco, exceto com atividade física

3. Sono e Sonhos: sono tranquilo, em média 8 horas por noite. Às vezes demora
para iniciar o sono. Relata se sentir um pouco cansado por
conta do excesso de trabalho.

4. Alimentação e Sabores: apetite normal, prefere alimentos quentes, às vezes sente gosto
amargo na boca.

5. Sede e Ingestão de líquidos: ingestão de dois litros de água ao dia, em média.

6. Fezes e Urina: fezes ligeiramente pastosas, às vezes há alternância entre solta


e seca; urina clara.

7. Dor: de início recente, constante, que se agrava pela pressão à


palpação do epicôndilo lateral do cotovelo, à extensão
resistida e ao esforço repetitivo do punho.

8. Sintomas da cabeça e da Face: raramente apresenta cefaleia frontal, olhos levemente secos e
turvos, associa esses sintomas ao uso de computador. Às
vezes apresenta tontura postural que melhora após comer.

9. Sintomas da Andrologia não relata

10. Sintomas Emocionais relata preocupação, excesso de pensamentos, ansiedade e às


vezes irritabilidade.

Tabela 2: As dez perguntas clássicas: sinais e sintomas do paciente


29
Inspeção da língua:

• Corpo da língua pouco pálido, algumas marcas de dente e petéquias levemente arroxeadas
nas laterais, ligeiramente úmida e levemente trêmula. Saburra mais espessada e branca.

Pálida e úmida Deficiência de Qi ou Yang

Marcas de dente e trêmula Deficiência de Qi do Baço (Pi)

Petéquias arroxeada nas laterais Estase de Sangue (Xue) em decorrência do frio

Saburra espessada e branca Invasão de Fator patogênico Frio

Tabela 3: Significado clínico da inspeção da língua

Palpação do pulso:

• Pulso flutuante, lento, fraco, cheio e tenso

Frequência Pulso normal:


• Homem= 60 a 85/min , Mulher= 65 a 90/min
Inspeção:

• Profundidade, Velocidade, Força

Fig.13: Representação dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) no pulso

Flutuante presença de invasão de fatores patogênicos exteriores

Lento padrão de Frio

Cheio: padrão de Excesso

Tenso: invasão de Vento-frio exterior


As qualidades Flutuante e Tenso, indicam padrão Vento-Frio; Lento e Cheio um padrão de Frio por Excesso.

Tabela 4: Significado clínico da palpação do pulso

Diagnóstico da Medicina Chinesa:

• Padrão exterior de Vento-Frio por excesso, causando Estagnação de Qi e Sangue (Xue) no


Canal Principal do Intestino Grosso (Da Chang) Yang Ming da mão.

6.2 Princípio e Proposta de Tratamento:

O princípio de tratamento se baseou em expelir o frio patogênico e remover a estagnação.


Como recurso terapêutico usou-se a Moxabustão (Jiufá), baseado no calor penetrante promovido
pela queima da Artemísia para estimular pontos de Acupuntura, fortalecendo a circulação do Qi e
Sangue (Xue) nos Canais e Colaterais (Jing Luo), eliminando o fator patogênico. A principal
30
característica e função almejada é manifestar o Yang para movimentar o Sangue (Xue), porém, há
uma tendência do Yang trazer o Yin consigo, o que significa equilíbrio das funções fisiológicas,
relaxando e melhorando o aporte sanguíneo e energético na área da musculatura afetada, liberando a
rigidez, dores, contraturas. (EBRAMEC, 2016)

A proposta de tratamento se pautou na aplicação de dez sessões, realizado duas vezes na


semana para o Método das Três Agulhas e uma vez na semana para Auriculoterapia. O paciente foi
orientado a evitar exposição ao frio, melhorar a postura diante do computador, fazer pausas
periódicas e alongamentos, diminuir os movimentos repetitivo e melhorar o gesto esportivo.

6.3 Acompanhamento Clínico e Evolução do Tratamento

1ª sessão EVA = 9. De início recente, constante, que se agrava pela pressão à palpação do epicôndilo
lateral do cotovelo, à extensão resistida e ao esforço repetitivo do punho.
18/07/2017
Língua pálida, algumas marcas de dente e petéquias levemente arroxeadas nas laterais,
ligeiramente úmida e levemente trêmula. Saburra mais espessada e branca.
Pulso flutuante, lento, fraco, cheio e tenso

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente com


manipulações em dispersão, e aplicação de Moxa em dispersão na região do antebraço.
Auricular esquerda: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo (anterior e
posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso. Paciente orientado a retirar após
cinco dias.

2ª sessão EVA = 7. Paciente relatou melhora da dor, não usou medicamento, porém à palpação do
20/07/2017 epicôndilo lateral do cotovelo e à extensão resistida reportou dor.
Língua pálida, marcas de dente e petéquias levemente arroxeadas nas laterais, ligeiramente
úmida e levemente trêmula. Saburra mais espessada e branca.
Pulso flutuante, lento, fraco, cheio e tenso

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente com


manipulações em dispersão, e aplicação de Moxa em dispersão na região do antebraço.

3ª sessão EVA = 7. Paciente relatou melhora considerável da dor depois da segunda sessão. No
25/07/2017 entanto, jogou tênis no final de semana e a dor voltou e sente leve formigamento no punho,
tomou medicamento.
Língua pálida, marcas de dente e petéquias arroxeadas nas laterais, úmida e levemente
trêmula. Saburra mais espessada e branca.

Pulso flutuante, lento, fraco, cheio e tenso

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente com


31
manipulações em dispersão, e aplicação de Moxa em dispersão na região do antebraço.
Auricular direita: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo (anterior e
posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso.

4ª sessão EVA = 5. Paciente relatou melhora da dor e do formigamento, não usou medicamento, seguiu
27/07/2017 as orientações. Reportou dor somente à palpação do local
Língua pálida, marcas de dente e petéquias levemente arroxeadas nas laterais, úmida e
levemente trêmula. Saburra espessada e branca.
Pulso flutuante, lento, fraco, cheio e tenso

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente com


manipulações em dispersão, e aplicação de Moxa em dispersão na região do antebraço.

5ª sessão EVA = 4. Paciente relatou grande melhora da dor, não usou medicamento, seguiu as
01/08/2017 orientações, utilizando bolsa de agua quente conforme recomendado. Reportou pouca dor à
palpação
Língua pálida, marcas de dente e poucas petéquias levemente arroxeadas nas laterais, úmida e
levemente trêmula. Saburra menos espessada e branca.
Pulso flutuante, lento, fraco e tenso

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente com


manipulações em dispersão, e aplicação de Moxa em dispersão na região do antebraço.
Auricular esquerda: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo (anterior e
posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso.

6ª sessão EVA = 3. Paciente relatou grande melhora da dor, não usou medicamento, reportou pouca
03/08/2017 dor à palpação
Língua pálida, marcas de dente e poucas petéquias levemente arroxeadas nas laterais, úmida e
levemente trêmula. Saburra menos espessada e branca.

Pulso flutuante, lento, fraco e tenso

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente com


manipulações em dispersão, e aplicação de Moxa em dispersão na região do antebraço.

7ª sessão EVA = 3. Paciente relatou melhora considerável da dor depois da sexta sessão. Jogou tênis
08/08/2017 no final de semana e a dor não evoluiu, não tomou medicamento e seguiu as orientações.
Língua pálida, marcas de dente e poucas petéquias arroxeadas nas laterais, úmida e levemente
trêmula. Saburra menos espessada e branca.
Pulso médio, normal, fraco, vazio

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente manipulações em


dispersão, e aplicação de Moxa em tonificação sobre o Canal do Intestino Grosso (Da Chang).
32
Auricular direita: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo (anterior e
posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso.

8ª sessão EVA = 2. Paciente relatou melhora considerável da dor

Língua pálida, marcas de dente e algumas petéquias arroxeadas nas laterais, úmida e
10/08/2017 levemente trêmula. Saburra menos espessada e branca.
Pulso médio, normal, fraco, vazio

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente e aplicação de


Moxa em tonificação sobre o trajeto do Canal Primário do Intestino Grosso (Da Chang).

9ª sessão EVA = 1. Paciente relatou que não sente mais dor tanto no cotovelo como no punho, mesmo

15/08/2017 ao jogar tênis. Seguiu as orientações.


Língua pálida, inchada, úmida e levemente trêmula. Saburra menos espessada e branca.
Pulso médio, normal, fraco, vazio

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente e aplicação de


Moxa em tonificação sobre o trajeto do Canal Primário do Intestino Grosso (Da Chang).
Auricular esquerda: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo (anterior e
posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso.

10ª sessão EVA = 1. Paciente relatou que não sente mais dor tanto no cotovelo como no punho. À
17/08/2017 palpação não referiu dor.
Língua pálida, marcas de dente, úmida e levemente trêmula. Saburra menos espessada e
branca. Pulso médio, normal, fraco, vazio

IG10 (Shousanli), IG11 (Quchi), P5 (Chize) agulhados perpendicularmente e aplicação de


Moxa em tonificação sobre o trajeto do Canal Primário do Intestino Grosso (Da Chang).

11ª sessão EVA = 0. Auricular direita: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo
22/08/2017 (anterior e posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso.

12ª sessão EVA = 0. Auricular esquerda: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo
29/08/2017 (anterior e posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso.

13ª sessão EVA = 0. Auricular direita: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo
05/09/2017 (anterior e posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso.

14ª sessão EVA = 0. Auricular esquerda: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo
12/09/2017 (anterior e posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso.

15ª sessão EVA = 0. Auricular direita: semente de colza nos pontos: Shenmen, Subcórtex, Cotovelo
19/09/2017 (anterior e posterior), Antebraço, Fígado, Pulmão e Intestino Grosso.

Tabela 5: Acompanhamento Clínico e Evolução do Tratamento


33
6.3 Resultados

É possível observar que as técnicas de Acupuntura propostas foram eficientes para o


tratamento da dor, após a realização da primeira sessão o paciente já reportou uma boa melhora e
depois da segunda sessão, provavelmente os efeitos foram melhores ainda, tanto que se sentiu apto
para jogar tênis novamente, o que contribuiu para o estancamento temporário da evolução clínica. A
partir daí o paciente se conscientizou da necessidade de seguir as orientações e aderir
completamente ao tratamento para que os resultados fossem alcançados. Essa é uma questão muito
relevante, mostra que é preciso parceria entre paciente e terapeuta, pois, a Acupuntura é capaz de
agir no sistema corpóreo buscando o reequilíbrio de suas funções, porém, o paciente deve entender
que mesmo diante da melhora imediata, as recomendações devem ser seguidas para a completa
reabilitação. Nota-se que nas sessões seguintes a dor foi gradualmente diminuindo e na sétima, a
tomada do pulso indicou a mudança da condição clinica inicial, ou seja, a eliminação do fator
patogênico externo e a remoção da estagnação, porém o tratamento foi continuado para a
tonificação do canal principal do Intestino Grosso (Da Chang).

Fig.14: Gráfico da Evolução Clínica


34
7 CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos, essa combinação de terapias no tratamento da epicondilite


lateral se mostrou capaz de eliminar as estagnações locais e expulsar o fator patogênico frio
instalado no canal do Intestino Grosso (Da Chang), ativando a circulação de Qi e Sangue (Xue),
retomando o estado natural das funções fisiológicas. Uma grande vantagem do tratamento foi a
rápida obtenção dos resultados terapêuticos na redução de dor e da quantidade de medicamentos
usados pelo paciente, bem como na melhora da sua qualidade de vida.
35
Anexo A: Ficha de avaliação clínica de Acupuntura e Medicina Chinesa

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Ficha de Avaliação Clínica de Acupuntura e Medicina Chinesa

Dados pessoais:

Nome: _________________________________________________________________________

Data de nascimento: ____________________ Profissão: ________________________________

Tel: ___________________________ email: __________________________________________

Queixa Principal:

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

História da Doença Atual:

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Histórico Clínico e Hábitos de Vida:

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Data da consulta: ________________

EVA- Escala de dor:

Interrogatório:

1. Febre e Calafrios: _______________________________________________________________

2. Transpiração: __________________________________________________________________

3. Sono e Sonhos: _________________________________________________________________

4. Alimentação e Sabores: __________________________________________________________

5. Sede e Ingestão de líquidos: _______________________________________________________

6. Fezes e Urina: __________________________________________________________________

7. Dor: __________________________________________________________________________
36
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8. Sintomas da cabeça e da Face: _____________________________________________________

9. Sintomas da Andrologia: _________________________________________________________

10. Sintomas Emocionais: __________________________________________________________

Inspeção da língua: ______________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Palpação do pulso: _______________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Diagnóstico da Medicina Chinesa: __________________________________________________

________________________________________________________________________________

Princípio de Tratamento: __________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Acompanhamento Clínico e Evolução do Tratamento

Data: ___________ . Evolução clínica: _______________________________________________


________________________________________________________________________________
Língua: _________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Pulso: __________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Pontos utilizados: _________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Data: ___________ . Evolução clínica: ________________________________________________


________________________________________________________________________________
Língua: _________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Pulso: __________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Pontos utilizados: _________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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TERMO DE RESPONSABILIDADE

Eu, _______________________________________________, portador do RG: _____________________,


declaro ter ciência das informações contidas nesse documento, sendo de minha responsabilidade a
veracidade das mesmas, bem como de ter sido esclarecido pelo terapeuta sobre os procedimentos que
serão utilizados, o tratamento proposto e as orientações que deverei seguir para o reestabelecimento
de minha saúde e bem estar, os quais concordo plenamente não deixando qualquer dúvida ou questão
pendente.

São Paulo _______ de ________________________ de ____________

Assinatura do paciente Assinatura do Terapêuta


38
Anexo B: Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina Chinesa


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CIEFATO - Centro Internacional de Estudos de Fisioterapia, Acupuntura e Terapias Orientais
Orientais
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu, ___________________________________________________________________________,
portador(a) do CPF __________________-___, aluno (a) e devidamente instruído(a) à pesquisa científica
sobre o tema: ______________________________________________________________,torno-me
responsável por todos os objetivos legais à conclusão da pesquisa quanto à PROIBIÇÃO de cobrança sobre
a pesquisa, a utilização de materiais devidamente autorizados, a preservação legal voluntário em pesquisa
humana e todas as diretrizes que levam à conclusão do trabalho de campo, devidamente ciente e com a
contribuição da instituição de ensino EBRAMEC – Escola de Medicina Chinesa, a qual me respalda como
aluno(a).

De acordo com as práticas envolvidas e devidamente explicadas ao voluntário sobre os termos


descritos pela resolução 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, este aceita por livre vontade e descrita
a próprio punho a CONSENTIMENTO para a pesquisa, sendo ciente de tudo e tendo o livre arbítrio de
desistir da pesquisa quando lhe for cabível por razões pessoais ou por negligência e/ou imprudência e/ou
imperícia do aluno(a) pesquisador.

Nome do Voluntário:___________________________________________________________________
Data de Nascimento: ____/____/________. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino
RG:___________________-_____ e CPF: ___________________-_____

*Se menor de idade:


Nome do Responsável: _________________________________________________________________
RG:___________________-_____ e CPF: ___________________-_____

Sendo de livre acordo na pesquisa, firma-se o contrato em Termo de Consentimento Livre e


Esclarecido (TCLE), garantindo a integridade física, psicológica e emocional do voluntário, seguindo
todos os padrões morais e legais que refere-se à Pesquisa em Seres Humanos.

________________________________
Aluno Responsável

________________________________
Voluntário (ou Responsável)
Dr. Reginaldo de C. S. Filho – Diretor Geral
João Carlos Felix – Coordenador de TCC

EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina Chinesa


Rua Visconde Parnaíba, 2727 - Bresser Mooca - São Paulo - SP - Fone: 0xx11 2605-4188/ 2155-
1712/2155-1713 - ebramec@ebramec.com.br

www.ebramec.com.br
39
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, G.; FERNANDES, F. Tratamento de Patologias Traumato Ortopédicas e


Neurológicas na Medicina Chinesa. São Paulo: Andreoli, 2015.

CARVALHO, Reginaldo S. Filho Método de Três Agulhas. São Paulo: Ebramec, 2013.

COHEN, M.; MOTTA FILHO G. da R. Epicondilite lateral do cotovelo. Rev. bras. ortop. vol.47
no.4 São Paulo, 2012. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-36162012000400002 Visitado em:
16/08/2017

EBRAMEC/CIEFATO. Auriculoterapia. Material pedagógico para os cursos da Escola Brasileira


de Medicina Chinesa. Direção Geral: Reginaldo de Carvalho Silva Filho, 2016.

EBRAMEC/CIEFATO. Fundamentos da Medicina Chinesa I e II. Material pedagógico para os


cursos da Escola Brasileira de Medicina Chinesa. Direção Geral: Reginaldo de Carvalho Silva
Filho, 2016.

EBRAMEC/CIEFATO. Ortopedia e Reumatologia. Material pedagógico para os cursos da Escola


Brasileira de Medicina Chinesa. Direção Geral: Reginaldo de Carvalho Silva Filho, 2016.

GRACITELLI, Mauro Dr. Epicondilite Lateral. Disponível em


http://maurogracitelli.com/blog/epicondilite-lateral . Visitado em: 08/08/2017

GOBBATO, Bruno B. Dr. Anatomia do Cotovelo. Disponível em


http://www.ombroecotovelo.net/cotovelo-anatomia.html Visitado em: 26/07/2017

MACIOCIA G. Diagnóstico na Medicina Chinesa - um Guia Geral. São Paulo: Roca; 2005.

MACIOCIA G. Os fundamentos da medicina chinesa. São Paulo: Roca; 2014

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006. Disponível em:


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006.html Visitado em:
26/07/2017

NEVES, L.M. Manual Prático de Auriculoterapia. Porto Alegre: Merithus Editora;2014

ROSS, J. Sistemas de Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional Chinesa. São Paulo: Roca; 2003.

WEN, SINTAN.T. Acupuntura Clássica Chinesa. São Paulo: Cultrix, 2006.

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