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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX

• O estudo radiográfico do tórax tem o aspecto de ser um exame


simples, porém existe toda uma complexidade na imagem a
ser produzida.
• O posicionamento para o exame é relativamente fácil de
realizar na maioria do casos, contudo algumas variações
anatômicas ou condições patológicas podem dificultar a
execução do exame.
• Conhecer a anatomia é de grande importância para todos os
exames, e para o tórax não é diferente.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Quando falamos em radiografia do tórax estamos nos referindo
aos pulmões, mediastino e coração – diferente do tórax
estudado na anatomia.
• O conceito de formação de imagem deve ser preservado pois o
objetivo do exame é evidenciar os pulmões e possíveis
patologias associadas, como por exemplo a pneumonia, o
derrame pleural, o pneumotórax, etc.
• Devemos sempre lembrar a característica do tecido a ser
radiografado.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Como os pulmões estão dentro da caixa torácica, protegido
pelas costelas e apresentam baixa densidade tecidual, os
fatores técnicos precisam ser ajustados de forma que não se
percam informações importantes.
• O exame do tórax necessita de KV elevado para que consiga
atravessar todo o tórax, mA alto e mAs baixo, para que o
tempo de interação e a quantidade de radiação sejam baixos,
evidenciando o parênquima pulmonar.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Essa condição de fatores técnicos é que garantem uma imagem
com definição adequada, evidenciando as patologias dos
pulmões, quando existirem.
• O mesmo conceito de fatores técnicos deve ser aplicado nos
exames pediátricos e exames feitos em leito de internação.
• Outro fator importante para a qualidade da imagem é o limite
do colimador, que deve ser ajustado de forma suficiente para
incluir os pulmões em sua totalidade.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Com o paciente posicionado corretamente, devemos colocar a
margem superior do receptor de imagens 2 a 3 cm acima dos
ombros, observando o biotipo do paciente para decidir se o RI
será transversal ou longitudinal.
• Importante o raio central incidir ao nível do corpo vertebral T7
(7ª vértebra da coluna torácica), com a linha longitudinal do
colimador coincidindo com o plano médio sagital.
• É necessário ajustar a distancia foco receptor para 1,80 metro.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• A distancia foco receptor de 1,80m é utilizada para reduzir o
índice de ampliação da área cardíaca.
• O posicionamento padrão de rotina do exame do tórax é PA,
para que o coração fique o mais próximo possível do receptor
de imagem.
• Posicionamento de distancia correta garantem que o tamanho
da imagem projetada seja o mais fiel possível ao tamanho real.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• O ajuste do colimador deve ser feito utilizando referencias
anatômicas.
• Nas laterais podemos limitar a abertura na região dos
acrômios, e dessa forma garantir que na região das bases
pulmonares teremos área suficiente para inclusão dos
pulmões.
• A colimação longitudinal deve ser 2 a 3 cm superior aos
ombros, da mesma forma que o receptor de imagem.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Fazendo esses ajustes teremos toda área necessária sendo
atingida pelos raios X, sem comprometer nenhuma área que
não seja de interesse para o exame.
• Antes do disparo dos RX o paciente deve ser orientado a fazer
inspiração máxima do ar e na sequencia prender a respiração.
Se necessário deve ser treinado com o paciente antes de
radiografar.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Para o exame em perfil, feito na sequencia do PA, temos o raio
central com o ajuste de altura já definido, ficando apena a
linha longitudinal do colimador para ser ajustada no
posicionamento.
• Ao elevar o membros superiores do paciente, tiramos os
úmeros da sobreposição com os pulmões.
• Observar se o paciente não está com o corpo inclinado para
trás, e se necessário, ajuste o corpo dele para que os pulmões
fiquem na posição ideal para o exame.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• O colimador no perfil deve ser ajustado usando como
referencia a parte posterior do tórax.
• Observar a projeção da sombra da cifose na estativa. Deve ter
uma margem de 1 a 2 cm no colimador.
• Não é necessário incluir as mamas na colimação da radiografia
em perfil.
• Observar se o peso do paciente está bem dividido nos dois pés.
• Os pés devem ficar separados para maior estabilidade.
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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Nas radiografias obliquas anteriores precisamos ficar atentos
ao posicionamento do corpo do paciente. Ele deve ter uma
rotação de 45 graus.
• A parte anterior do corpo, direita ou esquerda, deve estar
próxima da estativa.
• O raio central será projetado na porção média do pulmão
contra lateral, e o colimador deve abranger toda a área dos
pulmões.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Importante que o membro superior do lado próximo a estativa
fique em ligeira abdução, e o membro superior do lado mais
distante da estativa deve ser elevado, com a mão apoiada na
cabeça.
• Dessa forma não teremos sobreposição dos membros
superiores na área dos pulmões.
• Observar também a cabeça do paciente, para que não fique
baixa, sobrepondo o queixo no ápice pulmonar.

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90°

45°
45°

20°

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Na radiografia AP lordótica, o mais importante é o
posicionamento do paciente.
• Colocar o paciente distante da estativa de 20 a 30 centímetros.
• Depois de colocar as mãos na cintura e projetar os ombros
para frente, o técnico deve apoiar com a mão a região lombar
do paciente, que fará uma hiperextensão da coluna lombar e
depois inclinará o corpo para trás até que o ombros fiquem
apoiados na estativa.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• É necessário alinhar o PMS com a LCE antes de iniciar o
movimento do paciente para que ele fique o menor tempo
possível no posicionamento radiográfico.
• Outro ponto a ser observado é o raio centra – que deve incidir
na porção média do esterno.
• O colimador deve abranger toda a área dos pulmões, ou
direcionado para a região dos ápices pulmonares (ver
orientação do médico radiologista responsável pelo serviço).

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• Uma radiografia com alto grau de dificuldade para realizar é a
incidência AP em decúbito lateral – incidência de Laurell.
• Essa radiografia é utilizada em caso de derrame pleural e deve
se feita com o paciente deitado em decúbito lateral, sobre uma
maca com um suporte radio transparente na região do tórax.
• Os braços devem ser elevados acima da cabeça e as pernas
flexionadas para melhor conforto.
• O corpo vertebral T7 deve estar alinhado com a estaiva e com
o raio central.
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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• A distancia foco receptor é de 1,80 e o raio central é
perpendicular, direcionado para T7.
• O colimador deve abranger toda a área dos pulmões – usar
critérios anatômicos para ajustar o colimador.
• Depois de deitado em decúbito lateral, é preciso esperar de 3 a
5 minutos. Esse tempo é necessário para que todo o liquido do
derrame pleural se posicione na parte inferior e forme o nível
hidro aéreo.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX
• O fator técnico do exame precisa ser reajustado,
principalmente o KV, pois teremos uma área de maior
densidade a ser evidenciada.
• Com base no nível hidro aéreo formado, o médico fará
medições na imagem para quantificar o derrame pleural e
definir a conduta de tratamento.
• Dessa forma podemos observar que o exame feito de forma
correta será decisivo no tratamento do paciente.

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EXAME RADIOGRÁFICO DOS ARCOS COSTAIS
• O exame de arcos costais (costelas) tem uma rotina totalmente
diferente do exame do tórax.
• Quando examinamos costelas, estamos fazendo um estudo
ósseo, e dessa forma os parâmetros técnicos mudam
totalmente.
• Nesse caso vamos precisar de foco fino que permite uma maior
interação dos raios com os tecido. O KV e o mAs também
devem ser ajustados conforme as características do paciente.

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EXAME RADIOGRÁFICO DOS ARCOS COSTAIS
• Nesse estudo teremos o KV com valor mais baixo em relação
ao tórax, e o mAs muito mais alto do que no tórax.
• Outro fator importante é a distancia foco receptor – nesse
exame usamos a distancia de 1,0 metro.
• Preferencialmente o exame é feito em ortostática, em AP, pois
a maior porção óssea é posterior.
• O membro superior do lado examinado deve ser elevado, com
a mão na cabeça, para reduzir a sobreposição da escapula
sobre as costelas.
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EXAME RADIOGRÁFICO DOS ARCOS COSTAIS
• O exame é realizado por hemitórax (metade do tórax), isto é, o
estudo é unilateral – direito ou esquerdo.
• O receptor de imagem deve ser posicionado na longitudinal,
com a borda superior 2 a 3 cm acima do ombro.
• O raio central deve ficar ao nível de T7, com a linha
longitudinal passando no meio do hemitórax (porção média da
clavícula).
• Ajustar o colimador na pare superior do ombro, 2 a 3 cm
acima, e lateralmente na porção média do esterno.
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EXAME RADIOGRÁFICO DOS ARCOS COSTAIS
• Sempre que possível realizar o exame com apneia inspiratória
máxima.
• Em casos de trauma com suspeita de fratura, orientar o
paciente apenas a parar de respirar (apneia simples) para que
não agrave o quadro na existência de fraturas.
• Devemos observar se os últimos arcos costais foram
visualizados na imagem. Caso não apareçam, o indicado é fazer
uma radiografia complementar na região baixa, com fator
técnico adequado.
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EXAME RADIOGRÁFICO DOS ARCOS COSTAIS
• Os últimos arcos costais do lado direito terão a sobreposição
do fígado, e do lado esquerdo o baço e o estômago.
• Essa diferença de densidade vai afetar a definição da imagem
nessa região.
• em casos de trauma na região inferior das costelas,
normalmente é feito o exame no padrão normal e
acrescentada uma radiografia na região baixa com maior KV
para visualizar a costela e tirar a sobreposição dos órgãos.

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EXAME RADIOGRÁFICO DOS ARCOS COSTAIS
• As radiografias em projeção obliquas são mais comuns em
obliqua posterior por dois motivos:
• 1º - As costelas se projetam de posterior para lateral, logo
ficarão mais próximas do receptor de imagens.
• 2º - Como o exame inicia-se em AP, é mais fácil posicionar o
paciente em obliqua posterior.
• Na radiografia obliqua é comum um aumento de 2 a 4 KV
devido ao aumento da trajetória do raio (maior espessura)

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EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTERNO
• O exame do esterno apresenta alto grau de complexidade
devido as características do osso.
• Como é um osso esponjoso, quase uma cartilagem, e muito
fino, quase não oferece resistência aos raios X, e por esse
motivo o ajuste de fator técnico é a parte mais difícil do exame.
• É um exame que precisa ser feito em PA, ortostática ou
decúbito, conforme as condições do paciente e indicações do
exame.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTERNO
• Várias são as patologias que afetam o esterno. Pode apresentar
fratura ou luxação causadas por trauma, lesões tumorais e
deformidades anatômicas.
• As deformidades mais comuns do esterno são chamadas de
Pectus Excavatum e Pectus Carinatum.
• Ambas são deformidades que prejudicam a estética como
também podem prejudicar a parte fisiológica do individuo.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTERNO
• O que o pectus pode causar?

• Além da questão estética, deformidade torácica da pectus


pode trazer complicações físicas, como problemas respiratórios
e cardíacos.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTERNO
• Pectus Carinatum
• Também conhecido como peito de pombo, é um defeito da
parede do tórax ao nível do esterno, que se caracteriza por
uma saliência do esterno e costelas.
• Ainda não existe uma causa conhecida para o surgimento de
Pectus carinatum, no entanto, sabe-se que acontece um
desenvolvimento excessivo das cartilagens que ligam o esterno
às costelas, fazendo com que o osso fique mais projetado para
a frente.
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EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTERNO
• Pectus Excavatum
• A causa exata do pectus excavatum não é conhecida. É mais
provável que seja causado pelo crescimento anormal da
cartilagem entre as costelas e o esterno.

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EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTERNO

EXCAVATUM CARINATUM 30
EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTERNO
• As radiografia do esterno são feitas em obliqua anterior direita
e perfil.
• Colocando o paciente em obliqua anterior, com o corpo em
rotação e 15 a 20 graus, temo o esterno projetado entre a
coluna torácica e a margem medial da escápula.
• O correto posicionamento é importante para que não tenha
sobreposição do esterno com essas estruturas.
• O fator técnico deve ser preciso, e adequado ao biotipo do
paciente.
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EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTERNO
• Como se trata de um osso de baixa densidade, o ajuste do KV
deve ser feito de forma que os raios tenham energia suficiente
para atravessar o tórax e passar pelo esterno com a energia
adequada para formar a imagem.
• Algumas literaturas indicam o kv entre 65 e 75, porém na
prática observamos que o valor mais próximo de 60 para
pacientes de 70 Kg e 1,70 m de altura é mais adequado.
• O mAs normalmente fica ajustado de 30 a 35, não
ultrapassando esse valor.
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EXAME RADIOGRÁFICO DO ESTERNO
• Um ponto importante em relação aos fatores técnicos do
exame do esterno é a tecnologia aplicada.
• Sistemas convencionais são menos sensíveis que sistemas
digitais, e também tem as características do aparelho de raios
X – monofásico ou trifásico.
• O colimador também é fator determinante na qualidade da
imagem do esterno. Precisa ser ajustado corretamente para
não comprometer a qualidade da imagem.

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