Você está na página 1de 122

Instituto de Ciências Neurológicas (ICNE)

Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo – Brasil

DISSECÇÃO DO

Cérebro
Técnicas e Imagens 3D
Instituto de Ciências Neurológicas (ICNE)
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo – Brasil

DISSECÇÃO DO

Cérebro
Técnicas e Imagens 3D

Dr. Richard Gonzalo Párraga Choque


Research Fellow do Instituto de Ciências Neurológicas (ICNE).
Hospital Beneficência Portuguesa – São Paulo, SP, Brasil
Diretor do Instituto de Neurocirurgia Bolívia (INEB), Cochabamba, Bolívia
Neurocirurgião do Hospital UNIVALLE, Cochabamba, Bolívia
Neurocirurgião do Hospital Harry Williams, Cochabamba, Bolívia
Professor de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade UNIVALLE, Cochabamba, Bolívia

Prof. Dr. Guilherme Carvalhal Ribas


Coordenador do Setor de Neuroanatomia Aplicada da Disciplina de Topografia Estrutural do
Departamento de Cirurgia-LIM 02 da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) –
São Paulo, SP, Brasil
Coordenador Científico do Laboratório de Microneurocirurgia do Hospital Beneficência
Portuguesa e do Instituto de Ciências Neurológicas (ICNE) – São Paulo, SP, Brasil Neurocirurgião do
Hospital Israelita Albert Einstein – São Paulo, SP, Brasil

Prof. Dr. Evandro de Oliveira


Chefe da Neurocirurgia no Hospital São José (Beneficência Portuguesa) – São Paulo, Brasil
Chefe do Programa de Residência Médica de Neurocirurgia do
Hospital Beneficência Portuguesa – São Paulo, Brasil
Diretor do Laboratório de Microneurocirurgia do Hospital Beneficência Portuguesa – São Paulo, Brasil
Diretor do Instituto de Ciências Neurológicas (ICNE) – São Paulo, SP, Brasil
Neurocirurgião do Hospital Beneficência Portuguesa e do Hospital São José – São Paulo, SP, Brasil
Agradecimentos

A gradeço ao Professor Dr. Evandro de Oliveira, por dar-me a oportunidade de aperfeiçoar


minha técnica microneurocirúrgica focada para a cirurgia vascular e o impulso para
investigação científica. Ao Professor Dr. Guilherme Carvalhal Ribas, pelas orientações nas
fotografias tridimensionais e correção desse texto. Ao Dr. Sebastião Gusmão, Dr. Antonio
Mussi e Leonardo Welling, pela assistência na edição desta obra. Aos meus colegas e amigos,
pelo apoio incondicional.
Agradeço ao corpo diretivo do Hospital Beneficência Portuguesa; Presidente de Honra
Antônio Ermírio de Moraes (in memoriam) e Rubens Ermírio de Moraes, pelo constante
apoio no ensino e pesquisa na área da neurocirurgia.

Por último, e não menos importante, aos meus pais, Jorge e Eugenia, aos meus irmãos e a
meu filho, Richard, por seu apoio durante toda minha formação profissional.

v
Prefácio

E m 1543, depois de extenso trabalho de dissecções no laboratório de anatomia da Uni-


versidade de Pádua, Vesalius publicou a obra Fabrica, que marca o nascimento da mo-
derna medicina. Horsley, na década de 1880, após treinamento em laboratório, na execução
de craniotomias em símios, inicia o tratamento cirúrgico das lesões do sistema nervoso no
Hospital Queen Square, tornando-se o primeiro neurocirurgião. Na década de 1960,
Yasargil passou a aplicar em pacientes a técnica microcirúrgica desenvolvida anterior-
mente em laboratório, inaugurando a microneurocirurgia. Ou seja, a moderna medicina, a
neurocirurgia e a microneurocirurgia nasceram em laboratório.
O laboratório continua sendo fundamental para estudo da anatomia do sistema nervoso
e para a aquisição da técnica microneurocirúrgica. O cérebro, a matéria mais elaborada do
universo, tem anatomia diferente e muito mais complexa do que os demais órgãos. Estes são
constituídos por uma unidade anatomofuncional que se repete indefinidamente. O cérebro,
por outro lado, é formado por numerosas unidades anatomofuncionais (circuitos neuro-
nais), que integram as funções cerebrais. Tal característica torna sua anatomia complexa e
exige prolongado estudo em laboratório para sua aquisição.
O presente atlas de anatomia do cérebro em imagens em três dimensões é o resultado de
3 anos de estudo no Laboratório de Microcirurgia do Hospital da Beneficência Portuguesa.
A compreensão da estrutura tridimensional do cérebro só é possível com sua descons-
trução programada, ou seja dissecção sistematizada. E a melhor forma gráfica de expor os
passos desta dissecção é o uso de imagens em três dimensões. Aqui expomos os passos da
dissecção do cérebro por meio de imagens 3D em anáglifo.
Nosso objetivo, além de expor a anatomia do cérebro em 3D, é oferecer ao iniciante um
manual com os passos da dissecção. Esperamos com isso incentivar a prática da dissecção, a
única forma de compreender a real anatomia do cérebro.

Richard Párraga

vii
Recomendações

 1. uso do microscópio cirúrgico é imprescindível para a prática neurocirúrgica. Habitue-se


aos diferentes graus de aumento.

 2. As técnicas microcirúrgicas são indispensáveis em neurocirurgia, por isso a importância


do treinamento formal em laboratório de microcirurgia.

 3. estudo e o conhecimento profundo da microneuroanatomia são fundamentais para se


abordar lesões neurocirúrgicas.

 4. Durante o treinamento microcirúrgico, a paciência e a dissecção cuidadosa e precisa


são fundamentais. Busque sempre a perfeição.

 5. Preservar o espécime sempre úmido durante a dissecção


 6. Evitar danos na superfície cortical com a dissecção. É recomendável utilizar dissecção
cortante.

 7. Ao fazer cortes no cérebro, sempre umedecer a superfície cortical a ser cortada e a faca,
para facilitar o deslizamento desta última.

 8. Realizar cortes firmes e precisos, sem “biselar”.


 9. As imagens tridimensionais das estruturas cerebrais melhoram a compreensão e o estudo.
10. Documentar com fotografias cada passo da dissecção.

ix
Sumário

Agradecimentos....................................................................................................................

Prefácio ................................................................................................................................

Recomendações....................................................................................................................

Introdução.............................................................................................................................

Técnicas de preservação do cérebro e injeção do sistema vascular com silicone colorido .....

Treinamento no laboratório de microcirurgia .........................................................................

Preservação dos especímenes...............................................................................................

Instrumental microcirúrgico necessário.................................................................................

Documentação fotográfica.....................................................................................................

Dissecção cerebral................................................................................................................

Remoção da menbrana aracnoide..........................................................................................

Hemisférios cerebrais............................................................................................................

Passos para expor os ventrículos laterais...............................................................................

Passos para expor o terceiro ventrículo..................................................................................

Dissecção da superfície basal do cérebro..............................................................................

Dissecção da superfície medial..............................................................................................

Dissecções alternativas.........................................................................................................

Avaliação...............................................................................................................................

Respostas..............................................................................................................................

Referências...........................................................................................................................

xi
Introdução

O estudo da anatomia humana foi fundamental


para o avanço da medicina. Os seus pratican-
tes muito sofreram com as imposições moralistas e
Vitruvio” idealizou a visão do homem como o centro
do Universo, inserido em um círculo e um quadrado.
Esse representa a base de toda a arquitetura clássica, e
normas de ordem religiosa que em determinadas si- os ângulos de 90 graus representam a simetria. Para da
tuações lhes custaram a própria vida. Como se não Vinci, o Homem era o modelo do Universo e o mais
bastasse, também tinham as dificuldades geradas importante seria vinculá-lo à natureza (Figura 1).12
pela decomposição da matéria orgânica. Menciona- Os estudos anatômicos de Andreas Vesalius (1514–
remos as primeiras pessoas que se interessaram pela 1564), que astutamente conseguiu apoio do Vaticano
neuroanatomia, tornando-se os criadores da neuro- e dos Imperadores, revolucionaram a anatomia como
ciência atual. ciência. Seu livro, “De Humani Corporis Fabrica” (1543)
Desde o período neolítico há evidências de que o é parte não só do conhecimento anatômico, mas uma
homem se interessava por lesões que afetavam o cé- referência para melhor aceitação dos trabalhos anatô-
rebro. Isso é evidente desde as primeiras trepanações
em fósseis, até a escola de Alexandria (séculos 3 e 2
a.C.) além do reconhecimento das ideias de Hipócra-
tes (460–370 a.C.) no De Capitis Vulnerabis, que en-
sinava o manejo do trauma de crânio.8,12
Herofilo de Chalcedon (335–280 a.C.) e Rufus de
Efeso (117–98 a.C.) foram os primeiros a descrever a
distinção entre cérebro e cerebelo. Realizaram, tam-
bém, dissecções mais detalhadas das meninges, do sis-
tema ventricular, da glândula pineal, da hipófise, do
fórnice e da lâmina quadrigeminal.12 Claudio Galeno,
nascido em Pergamo, na Ásia Menor (129–210 d.C),
aperfeiçoou-se na escola de Alexandria e exerceu a
medicina em Roma. Conseguiu sobrepor as barreiras
impostas pelo Império Romano ao atender aos gla-
diadores e, posteriormente, aos imperadores. Como
anatomista, suas descrições prolixas eram fundamen-
tadas em estudos de animais. Suas contribuições ao
conhecimento neuroanatômico foram as descrições
do aqueduto mesencefálico, dos nervos cranianos, da
medula espinal e de algumas lesões, incluindo o neu-
rotrauma. Seus trabalhos foram amplamente difun-
didos, tornando-se a pedra angular do conhecimento
médico até o Renascimento.
Durante o Renascimento, Leonardo da Vinci (1452–
Figura 1  O Homem de Vitruvio. O desenho realizado a
1519) realizou esquemas harmoniosos de seus estudos lápis e tinta, mede 34,2 × 24,5 cm. Encontra-se na Galeria da
anatômicos. No estudo conhecido como “O Homem de Academia de Veneza.

1
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

micos em benefício da humanidade (Figura 2). O sé- pirâmide bulbar, a oliva inferior, o centro semioval e
timo livro desta obra é dedicado ao Sistema Nervoso o gânglio semilunar. Além disso, demonstrou o tra-
Central.8,12 to piramidal em continuidade desde a coroa radiada,
Willian Harvey (1578–1675), em sua “Lamleian cápsula interna, pedúnculo cerebral, ponte e bulbo.2,32
Lectures”, descreveu a circulação sanguínea e tornou Sir Charles Bell (1774-1842), anatomista e cirurgião
a medicina mais dinâmica. Caserius, em 1627, Ves- de Edimburgo, publica, em 1802, seu atlas do cérebro.
lingue, em 1653 e Johann Jacob Wepfner, em 1658, Foi o primeiro a demonstrar a projeção do gânglio trige-
fizeram descrições detalhadas da vascularização da minal até a ponte.32 Johann Christian Reil (1759–1813),
base do crânio. Apesar dessas colaborações, Thomas um psiquiatra e neuroanatomista alemão, publica, em
Willis (1621–1675), em sua obra “Cerebri Anatome”, 1810, seu atlas onde utiliza uma técnica de dissecção de
descreveu um detalhado mapa arterial que leva o seu fibras brancas com cérebros fixados em álcool. Descre-
nome até hoje (Figura 3). É considerado como um veu a ínsula, o tapetum e a radiação óptica.32
dos pais da neuroanatomia funcional, neurofisiologia A descrição dos sulcos e giros cerebrais, incluin-
e neurologia como ciências médicas.8 do o sulco central, foi feita por Luigi Rolando (1773–
Raymond Vieussens (1641–1715) foi um anato- 1831). Esse anatomista italiano também ilustrou a
mista francês que reintroduziu as técnicas de disse- continuidade das fibras da estria olfatória medial
ção cerebral e publicou em 1685 o atlas “Neurogra- passando pelo cíngulo, pelo giro para-hipocampal e
phia Universalis”. Entre as suas descrições incluem a terminando no unco.2,32

Figura 2  De Humani Corporis Fabrica (Sobre a Estrutura do Corpo Humano).

2
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 3  Thomas Willis (1621–1675).

Em 1857, Louis Pierre Gratiolet (1815–1865), anato- neurocirúrgicas pelo Prof. Gazi Yasargil revoluciona-
mista francês, publica um atlas onde descreve a técnica ram a neurocirurgia. A fronteira entre a anatomia e a
de dissecção. Descreveu a radiação óptica, pelo que até microneuroanatomia pode ser considerada o maior
agora leva seu nome. Em 1872, em Vienna, Theodor H. avanço na neurocirurgia do século XX. Desde então
Meynert (1833–1892) fez a divisão da arquitetura inter- os discípulos de Yasargil e o trabalho exaustivo do
na do cérebro em fibras de associação e projeção.32 Prof. Rhoton na Universidade da Flórida, em seu la-
Além do já exposto, a aplicação do microscópio boratório de microcirurgia, impulsionaram o aper-
cirúrgico e o desenvolvimento das técnicas micro- feiçoamento da neurocirurgia moderna.

3
Técnicas de preservação do cérebro e
injeção do sistema vascular com silicone colorido

T odos os especímenes foram obtidos de cadáveres


com até 6 horas do óbito e que a causa do mesmo
não seja por lesão neurológica. A seguir descrevere-
Quarto passo
Preparo do silicone (material para colorir o sistema vas-
mos a sequência para preparo dos cérebros:25 cular).
O objetivo dessa etapa é preparar uma mistura de
silicone com textura adequada para contrastar os sis-
Primeiro passo
temas arterial e venoso. Para preenchimento da árvo-
Identificar as artérias e as veias (a nível cervical quan- re arterial é necessário aproximadamente 100 mL da
do se trabalha com uma cabeça). mistura, e para o sistema venoso, aproximadamente
150 mL. A sequência de combinação dos materiais é
importante. As tinturas e o látex líquido são mistura-
Segundo passo
dos inicialmente com thinner (50 mL para vermelho
Cateterização (fundamental para a aplicação da téc- e 50 mL para azul). Utiliza-se recipiente que possa
nica). ser fechado com tampa e agitamos o seu conteúdo de
Quando se trabalha com cabeças, devemos catete- modo a ter mistura homogênea, liquida, na qual será
rizar os vasos com cânulas de calibre adequado, por adicionado o silicone (3110 Silicone RTV; Dow Cor-
exemplo, sondas Levine número 10 ou maior, son- ning) no volume de 50 mL para o sistema arterial e
das nasogástricas ou cânulas de sucção (Figura 4A). 100 mL para o sistema venoso. A mistura é realizada
Quando trabalhamos com cérebros, cateterizamos até a completa homogeneização. Finalmente, o catali-
ambas as carótidas e vertebrais com sondas Levine sador é adicionado (S Catalyst; Dow Corning); 5 mL
número 6 ou 8. Lembramos que se deve fixar a entra- para o vermelho e 10 mL para o azul. Como o catali-
da do cateter ao vaso com fios de seda para evitar o sador demora de 5 a 12 horas para secar, o processo
extravasamento do silicone colorido (Figura 4B). de injeção poderá ser realizado sem pressa. Salienta-
-se que a mistura vermelha deverá ser menos viscosa,
visto que a árvore arterial apresenta maior resistên-
Terceiro passo cia que a árvore venosa. Essa etapa demora cerca de
Irrigação (limpar os coágulos do sistema vascular). 15–30 minutos para ser concluída. Observa-se que a
Utilizamos a irrigação contínua com água e um quantidade descrita é para injeção de cabeças, e quan-
fluxo aproximado de 250–500 mL/min. Recomenda-se do se trata de cérebros isoladamente essa quantidade
manter esse processo por pelo menos 10–15 min para deverá ser menor.
a artéria carótida, 5–10 min para a artéria vertebral e
de 15–20 min para a veia jugular no caso do preparo
Quinto passo
de cabeças. No início a velocidade de fluxo é lenta, au-
mentando-se progressivamente até a saída de líquido Injeção do silicone (colorir o sistema arterial e venoso).
claro. O objetivo final é deixar o sistema vascular livre Sempre iniciamos com a injeção do sistema arte-
de coágulos para obter melhores resultados. Se for ne- rial, independentemente se é o preparo de uma cabe-
cessário todo o processo deverá ser repetido. ça ou cérebro. No primeiro caso utilizamos seringa de

5
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 4  A) Os grandes vasos dos sistemas arterial e venoso são dissecados e liberados de tecido, ao nível do pescoço, e
cateterizados com cânulas de calibre apropriado. B) Cérebro cateterizado com sondas Levine número 6 ou 8.

6
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

60 mL. Inicialmente injetamos aproximadamente 20 Quando se injeta um cérebro, seringas de insulina


mL da mistura antes de detectarmos resistência, mo- devem ser utilizadas, as manobras devem ser suaves, e
mento de abertura do vaso contralateral, que nesse deve-se parar o processo quando for observado extra-
ponto permitirá a injeção de 10 mL adicionais. Para vasamento do material para a superfície pial.
a artéria vertebral injetamos inicialmente 10 mL até
encontrarmos resistência e após mais 5 mL até ob-
servarmos o silicone contrastando a artéria vertebral Sexto passo
contralateral. Avaliação e fixação da amostra (fixação do cérebro).
Nas injeções da veia jugular, inicialmente utiliza- O espécimen é armazenado em formol a 10% ou
mos 40 mL até encontrarmos resistência, seguidos de em álcool etílico a 66%. O processo de fixação requer
20 mL subsequentemente. Essa etapa pode demorar aproximadamente 5–12 horas, e por isso esperamos
de 30–60 min. por pelo menos 24 horas.

7
Preservação dos especímenes

O s métodos para preservar os especímenes é mo-


tivo de controvérsia, visto que há diferenças na
consistência do tecido cerebral fixado. O uso do for-
tência alterada, previne o crescimento microbiano e
permite que o tecido armazenado fique em boas con-
dições por um período de 2 anos.25,26
maldeído foi, por muito tempo, a técnica convencio- As fotografias apresentadas neste atlas foram obti-
nal, uma vez que conserva a estrutura, neutraliza os das de especímenes fixados no Formol a 10% por um
microrganismos (inclusive o HIV) e evita a prolife- período de 40 dias. Uma vez bem fixados, procedeu-
ração bacteriana. A principal desvantagem, além do -se a dissecção seguindo as técnicas microcirúrgicas
odor, é o endurecimento do tecido cerebral limitando sob magnificação (6× e 40×) com auxílio do micros-
a exposição de determinadas estruturas cerebrais. cópio D.F. Vasconcelos M900 (D.F Vasconcellos S.A,
A outra alternativa para fixação é a utilização de São Paulo, SP, Brasil).
álcool etílico a 66%. O tecido não tem sua consis-

9
Instrumental microcirúrgico necessário

É fundamental conhecer o instrumental microci-


rúrgico e o seu emprego para poder realizar as
dissecções sob as mais variadas magnificações no mi-
c) espátulas de madeira: para trabalhar com dis-
secção de fibras brancas.
d) estiletes.
croscópio cirúrgico. e) borrifador de água.
O instrumental é simples, mas deve ser adequado
e de boa qualidade (Figura 5). Cuidados com o instrumental: a vida útil do ins-
trumental será longa na dependência da qualidade do
1) Pinças de relojoeiro: devem ser retas (número 5 e mesmo, e os cuidados, dispensados. Devem ser cuida-
7), para manusear os tecidos e ajudar nas suturas. dos as pontas do material cortante, assim como não
Suas pontas devem alinha-se com precisão e com apoiar instrumentos pesados sobre materiais delica-
o mesmo diâmetro. A sua oclusão deve ser simé- dos. Não se deve empunhar mais de dois instrumen-
trica e por uma distância longitudinal de 3 mm. tos por vez.1
2) Tesouras de dissecção: as microtesouras de dissec- Prática: o primeiro passo em microcirurgia é en-
ção devem ter as pontas arredondadas de modo tender o funcionamento do microscópio, assim como
a permitir a dissecção próxima a um vaso sem aprender os ajustes necessários. Inicialmente, com
lesioná-lo. a luz acesa e sob baixa magnificação se ajusta a dis-
3) Tesouras de adventícia: essas microtesouras deve- tância interpupilar, deixando a marca de graduação
rão ter as pontas agudas para permitir a dissecção em 0. Os ajustes são feitos com magnificação de 40×
sobre os vasos sanguíneos. São úteis para o corte olhando para uma gaze. Posteriormente se magnifica
em suturas finas. Suas pontas são retas e muito em 16×.1 O banco tem de estar em altura confortá-
agudas. vel, com a superfície hipotênar das mãos apoiados na
4) Dissectores: mesa de dissecção de modo a diminuir o tremor.
Instrumental não microcirúrgico: É fundamental para o residente e o neurocirurgião
a) cabo de bisturi número 3 e lâminas número 11. o trabalho no laboratório de microcirurgia, pelo que
b) tesouras de Metzenbaum. se adjunta alguns outros passos para seu treinamento.

11
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 5  Imagem em 3D. A) Laboratório de Microcirurgia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Brasil.
B) Estação de trabalho com instrumental necessário para dissecção cerebral e treino microcirúrgico.

12
Treinamento no laboratório de microcirurgia

O objetivo é permitir ao neurocirurgião a familia-


ridade e o desenvolvimento de habilidades.39
3) Estudo em cadáveres humanos:
a) Estudo da base do crânio.
b) ‘Estudo da base do encéfalo (vasos, nervos cra-
1) Instrumental: nianos e cisternas).
a) Microscópio e seus componentes: sistema óp- c) Estudo dos sulcos, giros, fibras de conexão,
tico, sistema mecânico, sistema de iluminação, núcleos da base, lóbulo límbico e sistema ven-
balanço. Máquina fotográfica ou vídeo digital. tricular.
b) Bipolar e aspirador. 4) Investigação relacionada com a microcirurgia: fi-
c) Equipamento para brocar o osso. siologia, biologia molecular e imunologia.
2) Treinamento microcirúrgico: 5) Aprendizagem visual:
a) Suturas em látex. a) Observação em salas de cirurgia.
b) Dissecção de artérias e veias em ratos. b) Observação de vídeos de procedimentos ci-
c) Reconstrução de artérias e veias. rúrgicos.
d) Craniotomias e laminectomias. c) Sistemas de simulação em realidade virtual.

13
Documentação fotográfica

N o estudo microneuroanatômico é importante


documentar cada passo da dissecção. Em nossa
instituição utilizamos uma câmera Nikon D40 com
imagens (estereopar) de um mesmo ponto anatômi-
co, ou seja, idênticas, porém com variação no ângulo
de horizontalidade que corresponde a distância entre
lentes AF-S Nikkor 18-55 mm 1:3-5.6 GII ED e Micro- os olhos esquerdo e direito de uma pessoa.5,6,15,19,22 As
-Nikkor 105 mm 1:2.8 (Nikon Corp. Japan), um tripé imagens foram fundidas utilizando técnica anaglífica
e um Slide Bar. Esse é utilizado para obtenção de duas com software apropriado.

15
Dissecção cerebral

E sta obra pretende orientar o estudante, o neuro-


cirurgião e o pesquisador a planejar a dissecção
cerebral. É importante novamente recomendar que
2. Observar e dissecar a dura-máter.
3. Identificar a superfície cortical coberta pela arac-
noide, assim como os sulcos e os giros expostos
o preciso conhecimento tridimensional da anatomia com as abordagens.
do cérebro permite ao neurocirurgião ter segurança 4. Dissecar as cisternas subaracnóideas.
para abordar lesões neurocirúrgicas. O estudo da ar- 5. Identificar, dissecar e preservar os nervos cranianos.
quitetura intrínseca do cérebro também é muito im- 6. Esqueletonizar os elementos vasculares.
portante, podendo-se utilizar o método de J. Klingler 7. Dissecar, com cortes retos e precisos, o parênqui-
(1935) para a dissecção de fibras brancas. ma, para identificação das estruturas profundas.
Para que a dissecção seja precisa e completa deve- 8. Reconhecer e identificar as relações do sistema
mos aproveitar cada etapa da mesma, atentando aos ventricular com o parênquima e a superfície cor-
mínimos detalhes. tical.
Os passos para dissecção no laboratório são: 9. Identificar e dissecar das fibras de associação, co-
missurais e de projeção.

1. Realizar abordagens simulando procedimentos


A seguir, mostraremos o passo a passo da dissec-
neurocirúrgicos, se houver cabeças inteiras no la-
ção cerebral.
boratório.

17
Remoção da membrana aracnoide

N essa etapa devemos ter extrema cautela na re-


moção da membrana aracnoide. Sob visão mi-
croscópica e seguindo os preceitos microcirúrgicos, a
próximo a fissura inter-hemisférica, local em que a
aracnoide é mais grossa e de fácil dissecção. No lobo
occipital a aracnoide está mais aderida, e a dissecção
aracnoide e a pia-máter são removidas dos hemisfé- deverá ser mais meticulosa.
rios cerebrais, tomando cuidado com os nervos cra- Após essa etapa procede-se a identificação dos sul-
nianos e as estruturas vasculares e evitando danos a cos e giros, assim como as relações entre eles. Impor-
superfície cortical (Figuras 6 e 7). A remoção inicia- tante relembrar em manter o cérebro sempre úmido
-se em um sulco, geralmente na convexidade frontal, com água para não lesar a superfície cortical.

19
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 6  Imagem em 3D. Dissecção da aracnoide sob visão microscópica. Nesse espécime retiramos a aracnoide com os
vasos para o estudo dos sulcos e giros.

20
Hemisférios cerebrais

O cérebro é formado por dois hemisférios cere-


brais que apresentam três superfícies (lateral,
medial e basal), limitados por três margens (supe-
O lobo parietal em sua superfície lateral está li-
mitado anteriormente pelo sulco central e, poste-
riormente, pela metade superior da linha imaginária
rior, inferior e medial), três polos (frontal, temporal denominada parietotemporal lateral, que se estende
e occipital), três tipos de fibras de substância branca da impressão produzida pela extremidade superior
(de associação, de projeção e comissurais) e seis lobos do sulco parieto-occipital, na superfície lateral, até
(frontal, parietal, temporal, occipital, ínsula e lobo a incisura pré-occipital. A margem inferior do lobo
límbico). Os principais pontos de referência para parietal é delimitada pela extremidade posterior do
orientação cirúrgica são as três bordas, os três polos, sulco lateral e a linha temporo-occipital, que une o
os sulcos lateral (fissura sylviana) e central e a fissura extremo distal do sulco lateral até a metade da linha
inter-hemisférica (Figura 7).16 Segundo Yasargil além parietotemporal lateral (Figura 7).
dos lobos mencionados, deve-se incluir o lobo central O lobo occipital está posterior à linha parietotem-
(giros pré-central, pós-central e lóbulo paracentral).38 poral na superfície lateral e ao sulco parieto-occipital
Os lobos frontal e occipital ocupam as três super- na face medial do hemisfério; e na superfície basal
fícies, já o lobo parietal somente as superfícies late- fica atrás da linha que se estende da junção do sulco
ral e medial, e o lobo temporal as superfícies lateral calcarino com o sulco parieto-ocipital, medialmente,
e inferior. O lobo frontal estende-se do polo frontal até a incisura pré-occipital, lateralmente.16,34
ao sulco central; está separado do lobo temporal pelo O lobo temporal na superfície lateral está separa-
sulco lateral e ocupa um terço da superfície cerebral. do dos lobos frontal e parietal pelo sulco lateral e a
Na face medial o lobo frontal está separado do lobo linha temporo-occipital e do lobo occipital pela linha
límbico pelo sulco do giro do cíngulo. A superfície or- parietotemporal lateral. Já na superfície basal está se-
bitária está relacionada com o teto da órbita e o terço parado do lobo occipital pela linha parietotemporal
anterior da base do crânio, à frente do tronco do sulco basal (Figura 7), e do lobo límbico pelos sulcos cola-
lateral.16,29 teral e rinal.16,34

21
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 7  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista lateral do hemisfério esquerdo onde removemos cuidadosamente a aracnoide
com as artérias e veias para expor a disposição dos sulcos e giros. A linha parietotemporal lateral se estende da impressão do
sulco parieto-occipital na superfície lateral até a incisura pré-occipital. Esta separa os lobos temporal e parietal do occipital. A linha
temporo-occipital se estende do ramo posterior do sulco lateral ao ponto médio da linha parietotemporal e separa o lobo parietal
do temporal. 1. Sulco pré-central; 2. Giro pré-central; 3. Sulco central; 4. Giro pós-central; 5. Sulco pós-central; 6. Giro supramarginal;
7. Sulco subcentral anterior; 8. Sulco subcentral posterior; 9. Giro temporal superior; 10. Giro temporal médio; 11. Giro temporal
inferior; 12. Parte orbital; 13. Parte triangular; 14. Parte opercular; 15. Ínsula; 16. Giro temporal transverso anterior (Heschl).

22
Passos para expor os ventrículos laterais

Ventrículos laterais Passo 1


O ventrículo lateral é uma cavidade em forma de C,
que envolve o tálamo e é formado por cinco segmen- Realizamos um corte axial 2 cm acima do ponto mais
tos: corno frontal, corpo, átrio, cornos occipital e caudal do ramo posterior do sulco lateral, e ao nível
temporal. Cada segmento tem paredes medial e late- do giro frontal médio. Inicialmente o corte é realiza-
ral, assoalho e teto. O átrio e os cornos frontal e tem- do acima do corpo caloso para evitar os ventrículos
poral também possuem uma parede anterior.16 laterais. Esse deverá ser reto, sem inclinar a superfície
As paredes são formadas pelo tálamo, septo pelú- de corte e em um movimento único e preciso para a
cido, corpo caloso e duas estruturas que têm a forma superfície não ficar irregular (Figuras 8 e 9). Pode-
de C, o núcleo caudado e o fórnice.13,16,33 As paredes do rá ser feito um corte unilateral tendo como reparo a
ventrículo lateral são: 1) corno frontal: anterior ao fo- fissura inter-hemisférica, o que ajuda a identificar o
rame interventricular (de Monro), a sua parede medial corpo caloso e direcionar o corte acima deste.
é formada pelo septo pelúcido; a parede anterior, pelo
joelho do corpo caloso; a parede lateral, pela cabeça do Passo 2
núcleo caudado; e o assoalho, pelo rostro do corpo ca-
loso. 2) Corpo: estende-se da borda posterior do fora- Removemos o teto do ventrículo lateral utilizando
me interventricular até o ponto onde o septo pelúcido lâmina de bisturi número 11, expondo o corno fron-
desaparece, e o corpo caloso se une ao fórnice. Portan- tal e o corpo do ventrículo lateral. Cuidado para não
to, sua parede medial é formada pelo septo pelúcido e lesar o núcleo caudado (Figura 10). Observamos na
o corpo do fórnice; sua parede lateral, pelo corpo do Figura 11 o mesmo espécime, porém uma vista late-
núcleo caudado; e seu assoalho, pelo tálamo. 3) Átrio: ral, mostrando que o corte deve ser reto, sem biselar.
sua parede medial é formada por duas proeminências Os ventrículos laterais são cavidades profundas atra-
horizontais, uma superior e outra inferior: bulbo do vés das quais o terceiro ventrículo e as cisternas da
caloso e calcar avis, respectivamente. A parede lateral base podem ser abordados; por isso a importância do
é formada pelo núcleo caudado, anteriormente, e pelo estudo da anatomia dessa região.
tapete (tapetum) e a radiação óptica, posteriormente.
Sua parede anterior é formada de medial para lateral
Passo 3
pela cruz do fórnice e pelo pulvinar do tálamo. O as-
soalho é formado pelo trígono colateral. 4) Corno oc- Removemos o corpo caloso para expor o septo pe-
cipital: estende-se para dentro do lobo occipital e tem lúcido, o corpo e a cruz do fórnice. Observe o assoa-
tamanho variável. 5) Corno temporal: inicia no átrio lho do corno frontal e o corpo do ventrículo lateral
ventricular e se projeta anteromedialmente dentro do (Figura 12). A direção do primeiro corte axial, em
lobo temporal. O assoalho é constituído pelo hipo- vista superolateral do hemisfério esquerdo, dorsal ao
campo e pela eminência colateral. O teto é composto, corpo caloso para evitar lesão as paredes laterais do
de medial para lateral, pela superfície ventral do tála- ventrículo lateral (Figura 13).
mo, estria terminal, cauda do núcleo caudado e uma Retirado o giro do cíngulo bilateralmente para
pequena porção do tapete. Este separa o corno tempo- expor o joelho do corpo caloso e medir a sua distân-
ral das radiações ópticas. A parede medial e formada cia ao forame interventricular. Serve como referência
pela fissura coróidea.16,18,30,33 para abordagem do terceiro ventrículo (Figura 14).

23
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 8  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista lateral do hemisfério cerebral esquerdo. Dissecção onde preservamos a
árvore arterial. Observe a relação das artérias com os sulcos e giros. Observe a linha horizontal para o corte de exposição dos
ventrículos laterais, realizado 2 cm acima da extremidade posterior do sulco lateral e ao nível do giro frontal médio. 1. Giro
pré-central; 2. Giro pós-central; 3. Giro supramarginal; 4 Giro temporal superior; 5. Giro temporal médio; 6. Giro temporal inferior,
7. Ponto sylviano anterior.

24
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 9  Imagem em 3D (A) (continua).

25
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 9  (Continuação) 2D (B). Vista superior do mesmo espécime onde evidenciamos a abertura parcial de
ambos ventrículos laterais, porém sem atingir a parede lateral dos mesmos. Não observamos o corpo caloso na fissura
inter-hemisférica. O corte deve ser reto para evitar lesões na superfície exposta. 1. Fissura inter-hemisférica, 2. Corpo caloso,
teto do ventrículo lateral; 3. Núcleo caudado; 4. Ventrículo lateral; 5. Giro do cíngulo, 6. Giro frontal superior.

26
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 10  Imagem em 3D (A) (continua).

27
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 10  (Continuação) 2D (B). Vista superior com exposição parcial do corno frontal e do corpo ventricular bilateral.
Observe o corno frontal anterior ao forame interventricular, sua parede lateral formada pela cabeça do núcleo caudado e seu
assoalho pelo rostro do corpo caloso. O assoalho do corpo ventricular é formado pelo tálamo, plexo coróideo e corpo do fórnice.
1. Fissura inter-hemisférica; 2. Cabeça do núcleo caudado; 3. Corpo do núcleo caudado; 4. Rostro do corpo caloso; 5. Corpo do
fórnice, 6. Plexo coróideo; 7. Tálamo, 8. Veia coróidea superior; 9. Veia talamoestriada, 10. Giro do cíngulo; 11. Giro frontal superior.

28
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 11  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista lateral do hemisfério cerebral esquerdo com o primeiro corte axial para expor
os ventrículos laterais, que estão parcialmente abertos. 1. Giro frontal médio; 2. Giro frontal inferior; 3. Sulco pré-central;
4. Giro pré-central; 5. Sulco central; 6. Giro pós-central; 7. Giro supramarginal; 8. Giro angular; 9. Giro temporal superior; 10. Giro
temporal médio; 11. Giro temporal inferior; 12. Sulco temporal superior; 13. Sulco temporal inferior; 14. Incisura pré-occipital.

29
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 12  Imagem em 3D (A) (continua).

30
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 12  (Continuação) 2D (B). Vista superior dos hemisférios cerebrais. Remoção do corpo caloso e exposição do corno
frontal e corpo do ventrículo lateral. O corno frontal está localizado anterior ao forame interventricular; a cabeça do núcleo caudado
é sua parede lateral, o rostro do corpo caloso é seu assoalho, e o joelho é sua parede anterior. O corpo está posterior ao forame
interventricular; sua parede lateral é o corpo do núcleo caudado, o assoalho é formado pelo tálamo, plexo coroide e corpo do fórnice
(de medial para lateral). O limite caudal corresponde à união do corpo caloso e o corpo do fórnice com o septo pelúcido. 1. Cabeça
do núcleo caudado; 2. Corpo do núcleo caudado; 3. Rostro do corpo caloso, 4. Septo pelúcido; 5. Corpo do fórnice; 6. Comissura
hipocampal; 7. Plexo coroide; 8. Veia coróidea superior; 9. Glômus do plexo coroide; 10. Veia tálamo estriada; 11. Tálamo.

31
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 13  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superolateral dos hemisférios cerebrais. Distância que existe entre o primeiro
corte axial e a relação com o teto dos ventrículos laterais. 1. Distância entre o corte e o corpo caloso; 2. Esplênio do corpo
caloso; 3. Cabeça do núcleo caudado; 4. Corpo do núcleo caudado; 5. Tálamo; 6. Corpo do fórnice; 7. Septo pelúcido; 8. Veia
septal anterior; 9. Veia coróidea superior; 10. Veia talamocaudada; 11. Giro frontal médio; 12. Giro frontal inferior; 13. Sulco pré-
central; 14. Giro pré-central; 15. Sulco central; 16. Giro pós-central; 17. Giro supramarginal; 18. Giro angular; 19. Giro temporal
superior; 20. Giro temporal médio; 21. Giro frontal superior; 22. Giro do cíngulo.

32
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 14  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior do teto do terceiro ventrículo. A veia coróidea superior acompanha o
plexo coroide. A veia talamoestriada localiza-se na margem posterior do forame interventricular. O plexo coroide está aderido
ao longo da fissura coróidea entre o corpo do fórnice e o tálamo. Nesse espécime, o forame interventricular está a 3 cm do
joelho do corpo caloso. 1. Cabeça do núcleo caudado; 2. Corpo do núcleo caudado; 3. Veia talamoestriada; 4. Rostro do corpo
caloso; 5. Joelho do corpo caloso; 6. Veia septal anterior; 7. Septo pelúcido; 8. Forame interventricular; 9. Corpo do fórnice;
10. Comissura hipocampal; 11. Plexo coróideo; 12. Tálamo; 13. Veia coroide superior; 14. Veia talamocaudada.

33
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

superfície orbitária do lobo frontal e a substância per-


Passo 4
furada anterior. Seu assoalho pela parte anterior do
Os opérculos frontal e parietal são removidos para lobo temporal (plano polar) e pelo segmento anterior
expor parcialmente o sulco lateral (fissura sylviana) do unco (giro semilunar que é a representação corti-
(Figura 15). Ao dissecar e abrir a fissura temos o cui- cal da tonsila). A borda lateral é formada pelo límen
dado de não lesar o córtex dos opérculos, e, para isto, da ínsula. Esse compartimento continua medialmen-
são necessários instrumentos umedecidos e a prote- te através da valécula sylviana, abertura tubular entre
ção do córtex com lâminas de algodão, simulando o a extremidade medial dos lábios frontal e temporal
procedimento cirúrgico. do sulco lateral.16,28
O compartimento operculoinsular está formado
por duas fendas estreitas: opercular e insular. A fenda
Sulco lateral (fissura sylviana) opercular está situada no ponto em que as superfícies
O sulco lateral (fissura sylviana) é um dos pontos de sylvianas do lobo frontal e parietal tocam a superfície
referência mais importante da superfície lateral do cé- sylviana do lobo temporal. A fenda insular tem duas
rebro. Contém a artéria cerebral média e seus ramos, extensões, uma superior entre a ínsula e os opércu-
além de propiciar ao cirurgião uma via que conecta los frontal e parietal, e uma inferior entre a ínsula e o
a superfície cerebral com as cisternas basais e a base opérculo temporal. A parede medial da fissura sylvia-
craniana.16 Identificada na superfície lateral e basal do na é formada pela ínsula (Figuras 17 e 18).16,28 A re-
cérebro, é dividida em duas porções, superficial e pro- tração natural do ápice da parte triangular em senti-
funda. A porção superficial, mais visível, é composta do superior, produz um espaço cisternal mais amplo,
por um tronco e três ramos (Figuras 7 e 8). O tronco denominado ponto sylviano anterior, que constitui a
inicia medialmente, junto ao processo clinóideo ante- região mais segura para se iniciar a abertura da fissura
rior, e se estende ao longo da borda da asa menor do sylviana.16,21
osso esfenoide, entre a junção dos lobos frontal e tem-
poral, até a região do ptérion, onde se divide nos ramos
horizontal anterior, ascendente anterior e posterior. O Substância perfurada anterior
ramo posterior é o mais longo e constitui a continua- É uma área de substância cinzenta localizada no teto
ção posterior do sulco lateral. Termina no lobo parie- do compartimento esfenoidal da fissura sylviana e
tal inferior onde o giro supramarginal o envolve.16,28 A acima da bifurcação da artéria carótida interna. Atra-
porção profunda é denominada cisterna da fossa lateral vessado por grande quantidade de vasos perfurantes,
do cérebro (sylviana), sendo uma cisterna de transição ramos das artérias carótida interna, coróidea anterior,
entre as cisternas basais e o espaço subaracnóideo da cerebrais anterior e média. Os vasos perfurantes irri-
convexidade. A artéria cerebral média percorre nessa gam os núcleos da base, porção anterior do tálamo,
cisterna. O formato da cisterna sylviana tem variações, braço anterior, joelho e perna posterior da cápsula
assim como a disposição da artéria cerebral média em interna. A substância perfurada anterior tem forma
seu interior. Há situações em que a cisterna sylviana é romboide, limitada anteriormente pelas estrias olfa-
tão ampla que a artéria cerebral média fica visível entre tórias medial e lateral. Posterolateralmente está loca-
os opérculos frontal e temporal. Em contrapartida, al- lizado o “temporal stem” e posteromedialmente o tra-
gumas vezes os opérculos estão tão próximos, a ponto to óptico. Medialmente estende-se acima do quiasma
do giro orbitário lateral herniar sobre o giro temporal óptico até a borda anterior da fissura inter-hemisferi-
superior ou o contrário. As dissecções cirúrgicas são ca, e lateralmente até o límen da ínsula. Dividida em
mais difíceis nesses casos.37 dois territórios por uma linha que continua a partir
A cisterna sylviana também pode ser dividida em do trato olfatório: um medial que se estende acima do
um componente esfenoidal e outro operculoinsular. nervo e quiasma óptico até a fissura inter-hemisféri-
O compartimento esfenoidal continua lateralmen- ca, e um lateral que vai até o límen da ínsula. Também
te desde a cisterna carotídea, entre os lobos frontal e se divide em três zonas transversas: anterior, média e
temporal. Seu teto é formado pela parte posterior da posterior.16,24

34
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 15  Imagem em 3D (A) (continua).

35
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 15  (Continuação) 2D (B). Vista superior dos hemisférios cerebrais. Foram removidos os opérculos frontoparietais
expondo parcialmente os planos polar e temporal (giro de Heschl) da superfície superior do lobo temporal, assim como ramos
do segmento M3 da ACM direita. 1. Núcleo caudado; 2. Rostro do corpo caloso; 3. Septo pelúcido; 4. Joelho do corpo caloso;
5. Tálamo; 6. Corpo do fórnice; 7. Comissura hipocampal; 8. Plexo coróideo; 9. Átrio; 10. Veia coróidea superior; 11. Plano polar;
12. Giro de Heschl; 13. Plano temporal; 14. Segmento M3.

36
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Passo 5 ao tálamo. A ínsula tem forma triangular, com o seu


ápice dirigido anteroinferiormente, em direção ao lí-
O átrio ventricular e a parte posterior do corno tem- men da ínsula, área que recobre o fascículo uncinado
poral são expostos. Realizamos três cortes: O primei- e é coberta por uma camada de substância cinzenta
ro é um corte oblíquo ao longo da parede medial do (Figura 18).16,20 A ínsula está separada dos opérculos
átrio. O segundo corte coronal é realizado na extre- frontal, parietal e temporal por um sulco limitante
midade caudal do pulvinar do tálamo. O terceiro cor- raso, referido como sulco circular (sulco de Reil)29
te, axial, é no assoalho do átrio ventricular. Comple- em decorrência de circundar a ínsula. No límen, este
tamos a exposição do lobo temporal ao realizarmos sulco está interrompido pelo giro transverso. O sul-
um corte sagital ao nível do sulco limitante superior co circular se divide em três bordas: sulcos limitantes
da ínsula. Dessa maneira expomos os planos polar e anterior, superior e inferior, e três ângulos (anteroin-
temporal e o giro de Heschl (Figuras 16 e 17). Im- ferior, anterossuperior e posterior) (Figuras 17 e 18).
portante mencionar que o giro supramarginal está lo- O ângulo anteroinferior, denominado ápice insular,
calizado lateralmente ao átrio ventricular, que o giro está localizado abaixo do ápice da parte triangular;
de Heschl aponta para o átrio e que o sulco temporal o ângulo anterossuperior está diretamente lateral ao
superior também se encontra lateral ao átrio, como corno frontal; e o ângulo posterior encontra-se late-
veremos nas dissecções alternativas. ralmente ao átrio (Figura 19).11,16,20,27,31
A ínsula é dividida por um sulco oblíquo, o sul-
co central da ínsula, que cursa em direção similar ao
Passo 6
sulco central. Em sua porção anterior há três giros
Realizamos dois cortes para expor o corno temporal. curtos que se originam do ápice da ínsula, que é a
O primeiro, sagital, no nível do sulco limitante inferior parte mais proeminente da pirâmide insular. Os giros
da ínsula, e o segundo, axial, no nível do assoalho do transverso e acessório também se originam do ápi-
corno temporal (Figura 18). Essa etapa deverá ser feita ce. Os giros longos, geralmente dois, estão dispostos
com cuidado para não lesar o hipocampo e o assoalho obliquamente e paralelos, compondo a porção poste-
do corno temporal ao introduzir o bisturi. A ínsula e rior da ínsula.16
os ramos M2 da artéria cerebral média são expostos. A superfície insular é constituída por mesocórtex,
A cabeça do hipocampo é exposta parcialmente, pois que anatomicamente está entre o alocórtex, mais an-
ela dirige-se medialmente, abaixo da ínsula e do núcleo tigo, e topograficamente mais medial (tonsila e hipo-
lenticular. Observe que o corno temporal e as cisternas campo), e o isocórtex, que é filogeneticamente mais
crural e circundante (ambiens) encontram-se na pro- recente e topograficamente mais lateral (neocórtex
fundidade do giro temporal médio. dos hemisférios cerebrais).20,31,32 A superfície anterior
da ínsula está coberta pelo opérculo fronto-orbitário
(constituído pelo giro orbitário posterior, porção
Ínsula posterior do giro orbitário lateral e pela parte orbi-
Do ponto de vista topográfico a superfície da ínsu- tal). A superfície lateral está coberta superiormente
la forma o escudo externo de um verdadeiro bloco pelo opérculo frontoparietal (parte triangular, parte
cerebral central (central core), constituído em cada opercular, giro subcentral e porção superior do giro
hemisfério pela própria ínsula, pelos núcleos da base, supramarginal). Inferiormente, o córtex insular é co-
tálamo e cápsula interna.18 A metade anterior da berto pelo opérculo temporal (giro temporal supe-
ínsula corresponde, medialmente, à cabeça do núcleo rior, polo temporal e porção inferior do giro supra-
caudado, enquanto a metade posterior corresponde marginal).16,31

37
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 16  Imagem 3D (A) e 2D (B). Vista superior dos hemisférios cerebrais para exposição do átrio ventricular. O primeiro
corte é oblíquo ao longo da parede medial do átrio, e o segundo é ao nível da extremidade caudal do pulvinar do tálamo.
1. Primeiro corte; 2. Segundo corte; 3. Terceiro corte; 4. Corte sagital no nível do sulco limitante superior da ínsula; 5. Átrio;
6. Glômus do plexo coróideo; 7. Plano polar; 8. Giro temporal transverso anterior (de Heschl); 9. Plano temporal; 10. Ínsula;
11. Núcleo caudado; 12. Septo pelúcido; 13. Corpo do fórnice, 14. Plexo coróideo; 15. Tálamo.

38
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 17  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superolateral do hemisfério direito. Observamos o terceiro corte axial ao
nível do assoalho do átrio ventricular. 1. Primeiro corte; 2. Segundo corte; 3. Terceiro corte axial no nível do assoalho do átrio
ventricular; 4. Átrio; 5. Glômus do plexo coróideo; 6. Bulbo do caloso; 7. Calcar avis; 8. Fórnice; 9. Plexo coroide; 10. Núcleo
caudado; 11. Corte sagital no nível do sulco limitante superior da ínsula; 12. Ínsula; 13. Opérculo temporal; 14. Giro de Heschl;
15. Plano temporal.

39
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 18  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superolateral do hemisfério direito. O corno temporal está exposto mediante
dois cortes. O primeiro axial ao nível do sulco limitante inferior e o segundo ao nível do assoalho do corno temporal.
Removeu-se em bloco o tecido entre os cortes com exposição parcial do corno temporal. 1. Primeiro corte; 2. Segundo corte;
3. Trígono colateral; 4. Eminência colateral; 5. Cabeça do hipocampo; 6. Glômus do plexo coróideo; 7. Calcar avis; 8. Bulbo do
caloso; 9. Giros longos da ínsula; 10. Giros curtos; 11. Sulco limitante anterior; 12. Sulco central da ínsula; 13. Ápice; 14. Giro
frontal médio; 15. Giro frontal inferior.

40
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 19  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Dissecção de fibra branca do cérebro. Vista superolateral do hemisfério esquerdo,
observamos o ângulo anterossuperior do sulco circular está diretamente lateral ao corno frontal; e o ângulo posterior
encontra-se lateralmente ao átrio. 1. Ínsula; 2. Corno frontal do ventrículo lateral; 3. Átrio do ventrículo lateral; 4. Glômus do
plexo coróideo; 5. Cabeça do hipocampo; 6. Braço anterior da cápsula interna; 7. Fascículo longitudinal superior; 8. Stratum
sagital.

41
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

rior. 3) Braço posterior, localizado entre o putâmen


Passo 7
e o tálamo; formado por fibras fronto-ponto-cerebe-
Completar a exposição do corno temporal ao remo- lares, corticoespinais, corticorreticulares, corticorru-
ver a ínsula com dois cortes. O primeiro é sagital, ao bricas, palidotalâmicas e pela radiação talâmica su-
nível do putâmen, respeitando os giros orbitários do perior (córtex pré-motor, motor e somatossensitivo).
lobo frontal (Figura 20). O segundo é axial ao nível do 4) Porção retrolentiforme, posterior ao putâmen,
sulco temporal superior, respeitando o giro angular e sendo formada por fibras parieto-ponto-cerebelares,
o lobo occipital (Figura 21). Com isso observamos a occipito-pontocerebelares e radiação talâmica poste-
disposição da cápsula interna em relação ao núcleo rior (córtex parietal, occipital e temporal, incluindo
lentiforme. as radiações ópticas e auditivas, assim como as cone-
xões interparietais, occipitais e pulvinares). 5) Porção
sublentiforme, disposta inferiormente ao putâmen e
Cápsula interna formada por fibras temporo-pontocerebelares e ra-
A cápsula interna é a camada de sustância branca com- diação talâmica inferior (córtex temporal, tonsila e
preendida entre o núcleo lentiforme, lateralmente, e radiação auditiva) (Figuras 21–25).20,29,32,35,38
o núcleo caudado e o tálamo, medialmente.29 Por ser
constituída por fibras que se dispõem por todo o cór-
Passo 8
tex cerebral, superiormente, e o pedúnculo cerebral e
o tálamo, inferiormente, possui a forma de leque que Realizamos um corte axial no hemisfério esquerdo, 1
se abre de baixo para cima. Superiormente, as fibras cm ventral ao sulco limitante superior da ínsula, pre-
da cápsula interna constituem o centro semioval ou servando os opérculos frontal e parietal. Permite-se
coroa radiada, a partir de um limite arbitrário dado estudar a relação dos núcleos da base com a cápsu-
pelas superfícies superiores dos núcleos lentiforme e la interna e com o ventrículo lateral. Observamos o
caudado. Inferiormente, as fibras originadas no cór- braço anterior da cápsula interna separado do cor-
tex e que se destinam ao pedúnculo cerebral se dis- no frontal pela cabeça do núcleo caudado. Já o braço
põem progressivamente posterolateral ao tálamo. As posterior tem o tálamo interposto com o ventrículo
radiações talâmicas estão medialmente à via cortico- lateral. A única porção da cápsula interna que tem
-espinal.2,20,35 Pela configuração arredondada da cabe- íntima relação com a cavidade ventricular é o joelho
ça do núcleo caudado e do tálamo, a cápsula interna da cápsula interna, ao nível do forame interventri-
apresenta-se em forma de V nos cortes axiais com o cular. Essa relação é importante para abordagem das
vértice apontando para o forame interventricular. A lesões intraventriculares (Figura 22). É importante
cápsula interna é dividida em cinco partes: 1) braço mencionar as estruturas localizadas, de lateral para
anterior, situado entre o putâmen e a cabeça do nú- medial, medialmente à ínsula: a cápsula extrema,
cleo caudado; contém fibras fronto-pontocerebelares, que é uma camada de sustância branca subcortical;
radiação talâmica anterior (córtex frontal e cíngu- o claustro, delgada lâmina de substância cinzenta; a
lo). (2) Joelho, situado no ângulo entre a cabeça do cápsula externa, camada de sustância branca que co-
núcleo caudado, putâmen e tálamo; é formado por bre lateralmente ao putâmen. Medial ao núcleo lenti-
fibras corticonucleares e pela radiação talâmica supe- forme se encontra a cápsula interna.

42
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 20  Imagem em 3D (A) (continua).

43
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 20  (Continuação) 2D (B). Vista superior do cérebro. Realizamos dois cortes para expor o corno temporal. O primeiro
é sagital, ao nível do putâmen. O segundo é axial, ao nível do sulco temporal superior, preservando o giro angular e o lobo
occipital. 1. Primeiro corte; 2. Segundo corte; 3. Ínsula; 4. Segmento M1; 5. Giro orbitofrontal lateral; 6. Giro orbitofrontal
posterior; 7. Cabeça do hipocampo; 8. Artéria coróidea anterior; 9. Eminência colateral; 10. Trígono colateral; 11. Glômus do
plexo coróideo; 12. Fórnice; 13. Plexo coróideo, 14. Núcleo caudado; 15. Joelho do corpo caloso; 16. Esplênio do corpo caloso.

44
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 21  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior do cérebro. O teto e a parede lateral do corno temporal foram
removidos. O hipocampo forma a parte medial do assoalho do corno temporal e divide-se em três partes: cabeça, corpo e cauda.
A cabeça tem direção rostral e medial e não contém plexo coróideo ao seu redor. Seu limite posterior é o início da fímbria e da
fissura coróidea. A cabeça do hipocampo é caracterizada por três a quatro digitações que imitam a pata de um felino. 1. Primeiro
corte; 2. Segundo corte; 3. Cabeça do hipocampo; 4. Corpo de hipocampo; 5. Digitações hipocampais; 6. Eminência colateral;
7. Trígono colateral; 8. Calcar avis; 9. Bulbo do caloso; 10. Artéria coróidea anterior; 11. Artéria coróidea posterolateral; 12. Fórnice;
13. Núcleo caudado; 14. Corno frontal; 15. Braço anterior da cápsula interna (C.I); 16. Joelho da cápsula interna; 17. Braço posterior
da cápsula interna; 18. Segmento retrolentiforme da cápsula interna; 19. Segmento sublentiforme da cápsula interna; 20. Núcleo
lentiforme.

45
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 22  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior do cérebro. Realizamos um corte axial no hemisfério cerebral
esquerdo abaixo do sulco limitante superior da ínsula, demonstrando o escudo externo que forma a ínsula para os núcleos da
base. O sulco limitante anterior se encontra anterior à cabeça do núcleo caudado, e o ângulo posterior do sulco circular está
lateral ao átrio ventricular. 1. Corte ao nível da ínsula; 2. Córtex da ínsula; 3. Cápsula extrema; 4. Claustro; 5. Cápsula externa; 6.
Núcleo lentiforme; 7. Cabeça do núcleo caudado; 8. Braço anterior; 9. Joelho; 10. Braço posterior; 11. Tálamo; 12. Plexo coróideo;
13. Fórnice; 14. Glômus do plexo coróideo; 15. Esplênio do corpo caloso; 16. Calcar avis; 17. Corno frontal; 18. Sulco limitante
anterior da ínsula; 19. Giro temporal transverso anterior (de Heschl); 20. Joelho do corpo caloso; 21. Septo pelúcido; 22. Ângulo
posterior do sulco circular da ínsula.

46
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

teriormente, relaciona-se com o recesso uncal, que


Passo 9
corresponde ao espaço entre a cabeça do hipocampo
Realizamos um corte sagital no hemisfério direito, e parede anterior do corno temporal (Figura 23). O
ligeiramente oblíquo em relação a cabeça do núcleo surgimento da fissura coróidea, da fímbria e do ple-
caudado, paralelo ao hipocampo, evitando abrir o xo coroide marcam o início do corpo do hipocam-
corno frontal. A cabeça e o corpo do núcleo caudado, po. Esse se relaciona lateralmente com a eminência
o globo pálido, o pulvinar e as relações com a cápsula colateral e medialmente com a fissura coróidea, co-
interna são expostos. Observe os segmentos do hipo- municando-o com a cisterna circundante (ambiens).
campo (cabeça, corpo e cauda), o plexo coróideo com A parede anterior do átrio corresponde ao início da
sua irrigação, a artéria coróidea anterior ao entrar no cauda do hipocampo que se direciona medialmente à
corno temporal ao nível do ponto coróideo inferior e fusão com o calcar avis. Macroscopicamente pode-se
a artéria coróidea posterolateral, atravessando a fissu- dizer que a cauda do hipocampo termina quando se
ra coróidea (Figuras 23 e 24). une a parede medial do átrio.7,34
O hipocampo ocupa a parte medial do as-
soalho do corno temporal, tem uma forma de proe-
Passo 10
minência cilíndrica de cor branca, mais volumoso na
parte da frente do que na parte detrás.29 Divide-se Realizamos corte sagital, ligeiramente oblíquo, da ca-
em três partes: cabeça, corpo e cauda. A cabeça tem beça do núcleo caudado em direção à parede medial
direção anteromedial e é a parte mais proeminente. do átrio ventricular, sem seccionar a cauda do hipo-
Seu limite posterior é o inicio da fímbria e da fissura campo. Dessa maneira o trajeto do segmento P2P
coróidea, além de ser livre de plexo coróideo. Ocupa da artéria cerebral posterior na cisterna circundante
a metade posterior do unco e se relaciona superior- (ambiens) e a origem da artéria coróidea posterolate-
mente com a porção posteroinferior da tonsila. An- ral serão expostos (Figura 24).

47
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 23  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superolateral do cérebro. Realizamos corte sagital ao nível do corpo do núcleo
caudado. O corte deve ser oblíquo, desde a cabeça do núcleo caudado até a cauda do hipocampo para evitar a abertura do
corno frontal. A relação da cápsula interna com os núcleos da base e com o corpo geniculado lateral é exposta. 1. Corte ao nível
do núcleo caudado; 2. Corpo do núcleo caudado; 3. Tálamo; 4. Núcleo lentiforme; 5. Braço anterior; 6. Joelho; 7. Braço posterior;
8. Porção retrolentiforme; 9. Porção sublentiforme; 10. Corpo geniculado lateral; 11. Cabeça do hipocampo; 12. Ponto coróideo
inferior, 13. Artéria coróidea anterior; 14. Artéria coróidea posterolateral; 15. Tonsila; 16. Recesso uncal; 17. Trígono colateral;
18. Calcar avis; 19. Bulbo do caloso; 20. Fímbria; 21. Septo pelúcido.

48
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 24  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superolateral do cérebro. Realizamos corte, ligeiramente oblíquo, da cabeça
do núcleo caudado em direção a parede medial do átrio ventricular sem seccionar a cauda do hipocampo. O segmento P2P da
artéria cerebral posterior em seu trajeto na cisterna circundante (ambiens) é demonstrado. 1. Tonsila; 2. Cabeça do hipocampo;
3. Plexo coróideo; 4. Artéria coróidea anterior; 5. Fímbria; 6. Artéria coróidea posterolateral; 7. Segmento P2P da artéria cerebral
posterior; 8. Subiculum; 9. Trígono colateral; 10. Calcar avis.

49
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 25  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Dissecção de fibra branca do cérebro. Vista superolateral do hemisfério esquerdo,
observamos disposição da cápsula interna, e todos seus segmentos. 1. Coroa radiada; 2. Braço anterior da cápsula interna;
3. Joelho da cápsula interna; 4. Braço posterior da cápsula interna; 5. Segmento retrolentiforme da cápsula interna; 6. Segmento
sublentiforme da cápsula interna; 7. Fascículo longitudinal superior.

50
Passos para expor o terceiro ventrículo

Terceiro ventrículo lar estende-se para dentro do infundíbulo, atrás do


O terceiro ventrículo é cavidade estreita, localizada na quiasma. Os corpos mamilares formam um par de
linha média, abaixo do corpo caloso e do corpo do proeminências na face inferior do assoalho, posterior
ventrículo lateral, acima da sela turca, da hipófise e do ao recesso infundibular. A parte do assoalho entre os
mesencéfalo, entre ambos os tálamos. Comunica-se, corpos mamilares e o aqueduto cerebral tem superfí-
em sua margem anterossuperior, com cada ventrículo cie lisa, que se encontra sobre a sustância perfurada
lateral através do forame interventricular (de Monro) posterior, e sobre a parte medial dos pedúnculos ce-
e posteriormente, com o quarto ventrículo através do rebrais e o tegmento do mesencéfalo.16,33
aqueduto cerebral. Possui um teto, um assoalho, pare- Parede anterior: Estende-se do forame interventri-
des anterior e posterior e duas paredes laterais.13,16,17,33 cular ao quiasma óptico, e é formada pela lâmina ter-
Teto: Estende-se do forame interventricular, ante- minal, que se relaciona anteriormente com a fissura
riormente, até o recesso suprapineal, posteriormente. inter-hemisférica. A união do teto com a parede an-
Formado por quatro camadas: a primeira é composta terior ocorre na comissura anterior. Visto por dentro,
pelo fórnice, que na sua porção posterior está repre- os limites da parede anterior, são formados, de acima
sentado pela comissura hipocampal e o terço anterior para baixo, pelas colunas do fórnice, forame interven-
e médio pelo corpo do fórnice (Figura 22). A segunda tricular, comissura anterior, lâmina terminal, recesso
camada é a tela coróidea superior (Figura 26). A ter- óptico e quiasma óptico (Figuras 29 e 30).
ceira camada é formada pelas veias cerebrais internas Parede posterior: Inicia-se no recesso suprapineal
e artérias coróideas posteromediais. A quarta camada e termina no aqueduto cerebral (de Sylvius). As es-
é constituída pela tela coróidea inferior. O espaço en- truturas da parede posterior são: recesso suprapineal,
tre ambas as telas coróideas é chamado cisterna do véu comissura das habênulas, recesso pineal, glândula pi-
interpósito (Figura 27). A fissura coróidea encontra-se neal, comissura posterior e aqueduto cerebral. Está
na borda lateral do teto.16 De acordo com Wen et al. há relacionada com a cisterna colicular (quadrigeminal)
uma quinta camada formada por dois cordões parale- posteriormente.
los de plexo coróideo, que se projetam para baixo, de Parede lateral: Formada pelo tálamo, superior-
cada lado da linha média, da camada inferior da tela mente, e pelo hipotálamo, inferiormente, separados
coróidea, no teto do terceiro ventrículo.33 pelo sulco hipotalâmico que se estende do forame
Assoalho: Inicia-se no quiasma óptico, anterior- interventricular ao aqueduto cerebral. A parede late-
mente, até o aqueduto de Sylvius, posteriormente. A ral tem contorno semelhante à silhueta da cabeça de
metade rostral é formada por estruturas diencefáli- um pássaro com o bico aberto. O limite superior das
cas. O recesso óptico e infundibular relacionam com superfícies talâmicas é marcado pelas estrias medu-
a cisterna quiasmática, o túber cinéreo, os corpos lares do tálamo. Na sua metade superior localiza-se
mamilares e a substância perfurada posterior com a a massa intermédia, presente em 75% dos cérebros,
cisterna interpeduncular. A metade posterior é com- que conecta as superfícies mediais do tálamo. Utili-
posta por estruturas mesencefálicas. Quando visto de zando o forame interventricular como referência, a
cima e de dentro do terceiro ventrículo, o quiasma aderência intertalâmica está localizada aproximada-
óptico forma uma proeminência na margem anterior mente 2,5–6 mm (média de 3,9 mm) posteriormente
do assoalho (Figuras 28 e 29). O recesso infundibu- (Figura 28).16,33

51
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Passo 1 Passo 3
Em virtude da rigidez do tecido cerebral após a fixação Abre-se cuidadosamente a tela coróidea inferior, afas-
no formol, é difícil simular uma abordagem transco- tando lateralmente o plexo coróideo com dissectores.
róidea ao terceiro ventrículo. O fórnice é seccionado Observamos o terceiro ventrículo, com a massa in-
bilateralmente ao nível da margem posterior do fora- termédia anteriormente e glândula pineal posterior-
me interventricular e deslocado posteriormente. Tal mente (Figura 28).
manobra expõe a tela coróidea superior e as artérias
coróideas posteromediais (Figura 26).
Passo 4
Exposição da parede anterior e assoalho do terceiro
Passo 2
ventrículo. Observamos comissura anterior, lâmina
Abre-se cuidadosamente a tela coróidea superior, ex- terminal, recesso quiasmático, quiasma óptico, reces-
pondo a cisterna do véu interpósito com a terceira so infundibular, túber cinéreo, corpos mamilares e
camada do teto do terceiro ventrículo. Observam-se mesencéfalo (Figuras 29 e 30).
as artérias coróideas posteromediais, assim como a
entrada das mesmas no ventrículo lateral ao nível do
forame interventricular (Figura 27).

52
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 26  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior. O fórnice foi rebatido posteriormente para expor a tela coróidea
superior. 1. Corte do fórnice; 2. Corpo do fórnice; 3. Tela coróidea superior; 4. Artéria coróidea posteromedial; 5. Plexo coróideo;
6. Veia coróidea superior; 7. Corno frontal; 8. Tálamo; 9. Núcleo caudado; 10. Veia talamoestriada, 11. Braço anterior da cápsula
interna; 12. Joelho da cápsula interna; 13. Braço posterior da cápsula interna; 14. Núcleo lenticular.

53
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 27  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior após remoção da tela coróidea superior e exposição da camada
vascular. 1. Veia cerebral interna; 2. Artéria coróidea posteromedial; 3. Tela coróidea inferior; 4. Plexo coróideo do terceiro
ventrículo; 5. Comissura hipocampal, 6. Fórnice; 7. Veia coróidea superior.

54
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 28  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior. Exposição do terceiro ventrículo após deslocar lateralmente o plexo
coróideo. 1. Massa intermédia; 2. Assoalho do terceiro ventrículo; 3. Glândula pineal; 4. Veia cerebral interna; 5. Artéria coróidea
posteromedial; 6. Fórnice; 7. Veia coróidea superior.

55
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 29  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior panorâmica do terceiro ventrículo. Exposição da parede anterior
e assoalho. 1. Comissura anterior; 2. Lâmina terminal; 3. Recesso quiasmático; 4. Quiasma; 5. Recesso infundibular; 6. Túber
cinéreo; 7. Corpos mamilares; 8. Mesencéfalo; 9. Fórnice; 10. Colunas do fórnice; 11. Núcleo caudado.

56
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 30  Imagem em 3D (A) e 2 D (B). Vista superior magnificada da imagem 26. Exposição da parede anterior e do
assoalho do terceiro ventrículo. 1. Comissura anterior; 2. Lâmina terminal; 3. Recesso quiasmático; 4. Quiasma; 5. Recesso
infundibular; 6. Túber cinéreo; 7. Corpos mamilares; 8. Mesencéfalo.

57
Dissecção da superfície basal do cérebro

A superfície inferior ou basal do cérebro é formada


por duas porções, uma anterior, menor, compos-
ta pela superfície inferior do lobo frontal e relacionada
Lobos temporal e occipital
A superfície basal dos lobos temporal e occipital é
formada pelos mesmos giros que continuam poste-
com o teto orbitário, e outra posterior, maior, formada riormente através de sua borda ininterrupta. Os lo-
pela superfície basal dos lobos temporal e occipital e re- bos são divididos por uma linha imaginária que se
lacionada com a fossa média e a superfície superior da estende da incisura pré-occipital até o ponto onde o
tenda do cerebelo (Figura 31).16,27 Estas duas porções são sulco parieto-occipital une-se ao sulco calcarino (li-
separadas pelo tronco do sulco lateral (fissura sylviana). nha parietotemporal basal). Ambos são atravessados
por sulcos longitudinais, um medial, o sulco colateral
Lobo frontal e outro lateral, o sulco occipitotemporal. Um outro
A superfície inferior do lobo frontal é côncava e está sulco, curto, medial e de localização anterior é de-
apoiada sobre a placa cribriforme, o teto da órbita e a nominado sulco rinal.14,16 Às vezes este sulco está em
asa menor do esfenoide. O sulco olfatório, que contém continuidade com o sulco colateral.
o bulbo e o trato olfatório, divide a superfície em duas O sulco colateral é um dos mais constantes e inicia-
porções, uma medial composta pelo giro reto e outra la- -se próximo ao polo occipital e estende-se anterior-
teral formada pelos giros orbitários de superfície irregu- mente, paralelo e lateral ao sulco calcarino. Ele sepa-
lar. Os giros orbitários, por sua vez, são divididos pelo ra o giro occipitotemporal lateral (ou fusiforme) do
sulco orbitário, em forma de H, em quatro giros: orbi- giro occipitotemporal lateral (giros lingual e para-hi-
tários medial, lateral, anterior e posterior (Figura 32). pocampal) separa o giro lingual. Ocasionalmente, o
É importante mencionar as relações profundas dessa sulco colateral é contínuo ao sulco rinal. A impressão
superfície. O joelho do corpo caloso e o corno frontal do sulco colateral no corno temporal é denominada
estão acima da parte transversa do H. O braço anterior eminência colateral e ao nível do átrio é denominado
da cápsula interna, os núcleos caudado e lentiforme trígono colateral. O sulco occipitotemporal cursa pa-
estão acima da substância perfurada anterior e do giro ralelo e lateral ao sulco colateral e separa o giro fusi-
orbitário posterior.14,16 Essas relações são mais bem ob- forme do giro temporal inferior. A superfície inferior
servadas quando o cérebro é dissecado com a técnica de do lobo occipital repousa sobre a tenda do cerebelo
Klingler (dissecção de fibras brancas) (Figuras 33 e 34). (Figura 31).16,35

59
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 31  Imagem em 3D (A) (continua).

60
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 31  (Continuação) 2 D (B). Vista basal do cérebro. Removemos parte do pedúnculo cerebral e o cerebelo.
Observamos a linha imaginária que se estende desde a incisura pré-occipital ao sulco parieto-occipital 1. Linha
parietotemporal basal; 2. Superfície orbitária do lobo frontal; 3. Bulbo olfatório; 4. Trato olfatório; 5. Nervo óptico direito;
6. Quiasma óptico; 7. Artéria carótida esquerda; 8. Haste hipofisária; 9. III nervo craniano; 10. Tronco basilar; 11. Unco; 12. Sulco
rinal; 13. Giro para-hipocampal; 14. Sulco colateral; 15. Giro fusiforme; 16. Sulco occipitotemporal; 17. Istmo do giro do cíngulo;
18. Giro lingual; 19. Giro temporal inferior; 20. Polo temporal; 21. Polo occipital.

61
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 32  Imagem em 3D (A) e 2 D (B). Vista basal. Superfície orbitária do lobo frontal. 1. Sulco olfatório; 2. Bulbo olfatório;
3. Trato olfatório; 4. Giro reto; 5. Sulco orbitário em H; 6. Giro orbitário anterior; 7. Giro orbitário medial; 8. Giro orbitário posterior;
9. Giro orbitário lateral; 10. Estria olfatória lateral.

62
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 33  Imagem em 3D (A) e 2 D (B). Vista basal. Superfície orbitária do lobo frontal. Espécimen dissecado com a técnica de
Klingler com preservação dos vasos sanguíneos. Identificam-se os núcleos da base (lentiforme e caudado direito), separados pelo
braço anterior da cápsula interna. Seccionou-se o fascículo occipitofrontal em sua extremidade anterior para expor o putâmen.
Observam-se as artérias lenticuloestriadas originadas do segmento M1 da artéria cerebral média com direção superior para
atravessar o espaço perfurado anterior. 1. Giro reto; 2. Trato olfatório; 3. Cabeça do núcleo caudado; 4. Braço anterior da cápsula
interna; 5. Núcleo lentiforme; 6. Fascículo occipitofrontal; 7. Artérias lenticuloestriadas; 8. Segmento M1 da artéria cerebral média
(ACM); 9. Bifurcação ACM; 10. Comissura anterior; 11. Alça de Meyer; 12. Artéria cerebral anterior (ACA), segmento A1.

63
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 34  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Superfície basal do cérebro. Mesmo espécimen. Foram removidos o giro reto
e o cíngulo para identificar o fórceps menor, a cabeça do núcleo caudado bilateralmente e o braço anterior da cápsula
interna. A substância inominada e o putâmen foram removidos bilateralmente para identificação da comissura anterior e, no
lado esquerdo, a estria diagonal da parte basilar do telencéfalo (banda diagonal de Broca). Igualmente dissecamos os lobos
temporais preservando as radiações ópticas. 1. Fórceps menor; 2. Segmento A2 de ACA; 3. Cabeça do núcleo caudado;
4. Braço anterior da cápsula interna; 5. Comissura anterior; 6. Segmento A1; 7. Artéria recorrente de Heubner; 8. Globo pálido;
9. Segmento M1; 10. Radiações ópticas; 11. Banda diagonal de Broca; 12. Fascículo occipitofrontal.

64
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Passo 1 Passo 4
Inicia-se a dissecção da superfície basal do lobo tem- Remoção do giro fusiforme e do giro lingual. Observa-
poral a nível do unco, pela incisura uncal, utilizando mos o corno temporal, o átrio e todo trajeto da artéria
dissectores e microtesouras para abrir esta incisura. cerebral posterior até os ramos terminais, as artérias
Remover com bisturi lâmina 11, a metade posterior parieto-occipital e calcarina (Figura 38).
do unco e a extremidade anterior do giro para-hipo-
campal. Fica exposta a superfície extraventricular da
Passo 5
cabeça do hipocampo com seus giros: giro uncinado,
banda de Giacomini e giro intralímbico (Figura 35). Realizado corte axial na superfície basal do lobo tem-
O segmento P2A da artéria cerebral posterior está ao poro-occipital direito ao nível do sulco temporal infe-
nível da incisura uncal em 94,3% dos casos. rior e do sulco calcarino. Para evitar a remoção comple-
É importante recordar que o unco é formado por ta da cabeça do hipocampo, tem de fazer um desnível
cinco giros pequenos e a área entorrinal, que ocupa no terço anterior do corte para que esse esteja inferior
a parte anterior da superfície anteromedial do unco. à cabeça do hipocampo. Assim estudamos a relação do
Os giros semilunar e ambiens também ocupam essa corno temporal com a cabeça do hipocampo e tonsila
região. O giro uncinado, banda de Giacomini e giro (Figura 39).
intralímbico estão localizados no segmento posterior
da superfície posteromedial.34 Tonsila
A tonsila e o hipocampo formam parte do sistema límbi-
co. É comum dividir a tonsila em uma porção intratem-
Passo 2 poral ou principal, localizada dentro do lobo temporal, e
outra extratemporal ou tonsila estendida, localizada no
Dissecção do sulco hipocampal, separando os giros
assoalho do ventrículo lateral (estria terminal) (Figura
para-hipocampal e denteado. Remoção do giro para-
40). Ela forma parte do “basal forebrain”, que correspon-
-hipocampal até o istmo do giro do cíngulo para ex-
de, de lateral para medial, à extensão medial do pedún-
por o pulvinar do tálamo que forma parte do teto da
culo temporal, ao striatum ventral e à região septal.34
cisterna circundante (ambiens) (Figura 36).
A tonsila temporal está situada inteiramente den-
tro dos limites do unco, onde forma a parede anterior
e parte da parede superior da ponta do corno temporal.
Passo 3
A tonsila intratemporal está formada por uma série de
Dissecção do sulco hipocampal até atingir o corno núcleos de substância cinzenta divididas em três grupos:
temporal. Após, removemos parcialmente o giro fu- basolateral, corticomedial e central. O giro semilunar do
siforme para expor o teto do corno temporal com o unco é parte do núcleo cortical da tonsila temporal.34 A
plexo coróideo e sua vascularização (Figura 37). É tonsila se estende acima e posterior à cabeça do hipo-
importante proteger o teto do ventrículo com um campo, pelo teto do corno temporal. Superiormente,
dissector ao realizar o corte do giro fusiforme com une-se ao claustro e ao globo pálido, não havendo uma
bisturi. demarcação nítida desta junção (Figura 41).16,34

65
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 35  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista basal do cérebro. Removemos a metade posterior do unco e a porção
anterior do giro para-hipocampal direto, para expor a superfície extraventricular da cabeça do hipocampo. Observe a relação
do segmento P2A da artéria cerebral posterior com a incisura uncal e com a cisterna crural. 1. Corte da metade posterior do
unco e giro para-hipocampal; 2. Unco; 3. Giro para-hipocampal; 4. Sulco rinal; 5. Giro uncinado; 6. Banda de Giacominni; 7. Giro
intralímbico; 8. Segmento P1 artéria cerebral posterior; 9. Terceiro nervo craniano; 10. Segmento P2A artéria cerebral posterior;
11. Nervo troclear; 12. Artéria hipocampal; 13. Artéria temporal anterior; 14. Artéria cerebelar superior.

66
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 36  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista basal do hemisfério direito. Removemos o giro para-hipocampal até o istmo
do giro do cíngulo. Identificado o giro denteado e uma pequena porção da fímbria, as cisternas perimesencefálicas com o
trajeto da artéria cerebral posterior e seus ramos. 1. Giro uncinado; 2. Banda de Giacominni; 3. Giro intralímbico; 4. Fímbria;
5. Giro denteado; 6. Segmento P2A artéria cerebral posterior (ACP); 7. Artéria temporal anterior; 8. Artéria hipocampal;
9. Segmento P2P ACP; 10. Artérias coróideas posterolaterais; 11. Segmento P3 ACP; 12. Artéria temporal média; 13. Pulvinar;
14. Esplênio do corpo caloso.

67
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 37  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista basal de hemisfério direito, onde o giro fusiforme foi removido parcialmente
para expor o corno temporal. 1. Fímbria; 2. Giro denteado; 3. Corpo geniculado lateral; 4. Corpo geniculado medial; 5. Artéria
coróidea posterolateral; 6. Ponto coróideo inferior; 7. Artéria hipocampal; 8. Artéria temporal média; 9. Pulvinar; 10. Artéria
coróidea posterolateral, segmento intraventricular; 11. Plexo coróideo; 12. Segmento P2P da ACP; 13. Segmento P3; 14. Fissura
coróidea; 15. Sulco mesencefálico lateral.

68
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 38  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Visão basal do cérebro. Exposição completa da superfície inferior do segmento
posterior do unco, do giro denteado e do corno temporal. O sulco fimbriodenteado separa o giro denteado da fímbria. O sulco
hipocampal separa o giro denteado do giro para-hipocampal. 1. Giro uncinado; 2. Banda de Giacomini; 3. Giro intralímbico;
4. Giro dentado; 5. Pulvinar; 6. Plexo coróideo; 7. Artéria coróidea posterolateral; 8. Átrio; 9. Cauda do hipocampo; 10. Segmento
P2A de ACP; 11. Segmento P3 de ACP; 12. Segmento P4; 13. Artéria parieto-occipital; 14. Artéria calcarina; 15. Cúneus;
16. Esplênio do corpo caloso; 17. Unco; 18. Giro para-hipocampal; 19. Istmo do giro do cíngulo; 20. Sulco rinal; 21. Sulco
colateral; 22. Giro fusiforme; 23. Giro temporal inferior; 24. Giro lingual.

69
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 39  Imagem em 3D (A) (continua).

70
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 39  (Continuação) 2D (B). Vista basal do cérebro. Corte axial da superfície basal do lobo temporo-occipital direito
ao nível do sulco temporal inferior e sulco calcarino. Para evitar a remoção completa da cabeça do hipocampo foi feito um
desnível no terço anterior do corte, de tal maneira que este passou ventral à cabeça do hipocampo. Observamos que a tonsila
forma a parede anterior e parte do teto do corno temporal. 1. Corte axial; 2. Desnível; 3. Giro orbitário lateral; 4. Giro orbitário
anterior; 5. Giro orbitário medial; 6. Giro reto; 7. Polo temporal; 8. Tonsila; 9. Cabeça do hipocampo; 10. Parede anterior do corno
temporal; 11. Corno temporal; 12. Átrio ventricular; 13. Corno occipital; 14. P2A; 15. Cisterna interpeduncular; 16. Giro denteado;
17. Pulvinar; 18. Cúneus; 19. Pré-cúneus; 20. Esplênio do corpo caloso; 21. Istmo do giro do cíngulo; 22. Giro lingual; 23. Giro
para-hipocampal; 24. Unco.

71
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 40  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista basal do lobo temporal direito. Espécimen preparado com a técnica
de Klingler para expor o teto do corno temporal e a radiação óptica. Observamos a estria terminal e sua união com a tonsila.
1. Tonsila; 2. Parte da cabeça do hipocampo; 3. Estria terminal; 4. Comissura anterior; 5. Radiações ópticas; 6. Alça de Meyer;
7. Cauda do núcleo caudado; 8. Corpo geniculado lateral; 9. Artéria coróidea anterior; 10. Corpo geniculado medial; 11. Pulvinar;
12. Trato óptico; 13. Pedúnculo cerebral; 14. Esplênio do corpo caloso.

72
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 41  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superolateral. Espécimen preparado com a técnica de Klingler. A tonsila se
estende acima e posterior à cabeça do hipocampo, pelo teto do corno temporal. Superiormente, une-se ao claustro e ao globo
pálido, não havendo uma demarcação nítida desta junção. 1. Tonsila; 2. Globo pálido; 3. Comissura anterior; 4. Cabeça do
hipocampo; 5. Cápsula interna; 6. Coroa radiada.

73
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

média direita ao nível do límen da ínsula e alguns ra-


Passo 6
mos de M2, M3 e M4. Estudamos o trajeto e relações
Remoção do polo e do opérculo temporal direito para da artéria cerebral posterior dentro da cisterna peri-
expor o giro orbitário posterior e abrir completamente mesencefálica (Figura 43).
o sulco lateral (fissura sylviana). O lobo temporal co-
munica-se anterolateralmente com o lobo frontal basal
por intermédio do límen da ínsula e anteromedial-
Passo 7
mente com o globo pálido por intermédio da tonsila. Seccionado parcialmente a cabeça do hipocampo ao
A metade proximal do segmento M1 está relacionada nível do ponto coróideo inferior. A fissura coróidea
superiormente com a substância perfurada anterior, foi aberta para deslocar posteriormente a fímbria e o
posteriormente com o giro semilunar e tonsila tem- giro denteado. Observamos a cisterna ambiens e suas
poral e inferiormente com a área entorrinal do unco. relações vasculares, como nesse espécimen, onde a
O limite anterior do espaço perfurado anterior é a es- origem das artérias hipocampais e artérias coróideas
tria olfatória medial e lateral, posterolateral é o unco e posterolaterais são expostas (Figura 44).
posteromedial o quiasma e trato óptico (Figura 42).25
Observamos a relação do unco com a artéria carótida
Passo 8
supraclinoide, artéria cerebral média e artéria comuni-
cante posterior. Esse conhecimento anatômico é útil na Realizado corte sagital e medial do mesencéfalo para
cirurgia da epilepsia (tonsilo-hipocampectomia). expor o teto do terceiro ventrículo. Observamos o tra-
O mesmo espécimen foi fotografado rodado, leve- jeto da artéria coróidea posteromedial dentro da cis-
mente, para a esquerda. Observarmos o sulco lateral terna do véu interpósito, inicialmente lateral à glându-
(fissura sylviana) com a bifurcação da artéria cerebral la pineal e superior à comissura posterior (Figura 45).

74
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 42  Imagem em 3D (A) (continua).

75
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 42  (Continuação) 2D (B). Vista basal do cérebro. Corte axial da superfície basal do lobo temporo-occipital.
Removemos o polo e o opérculo temporal. 1. Giro orbitário posterior; 2. Segmento M1 da artéria cerebral média; 3. Límen da
ínsula; 4. Tonsila; 5. Cabeça do hipocampo; 6. Espaço perfurado anterior; 7. Estria olfatória lateral; 8. Quiasma óptico; 9. Trato
óptico; 10. Corno temporal; 11. Átrio; 12. Corno occipital; 13. Opérculo frontal; 14. Opérculo parietal; 15. Pulvinar; 16. Cúneus;
17. Calcar avis.

76
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 43  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista laterobasal do cérebro. Mesmo espécimen sob maior magnificação.
Identificado o sulco limitante inferior da ínsula e suas relações vasculares, a bifurcação da artéria cerebral média e os segmentos
M2 e M3. Exposto o trajeto da artéria cerebral posterior nas cisternas perimesencefálicas. 1. Parte orbital; 2. Parte triangular;
3. Parte opercular; 4. Giro pré-central; 5. Giro pós-central; 6. Giro longo da ínsula; 7. Giro curto da ínsula; 8. Segmento M2;
9. Segmento M3; 10. Temporal stem; 11. Límen da ínsula; 12. Giro orbitário posterior, 13. Tonsila; 14. Cabeça do hipocampo;
15. Giro denteado; 16. Calcar avis; 17. Segmento P1; 18. Segmento P2A; 19. Sulco lateral mesencefálico; 20. Segmento P2P;
21. Segmento P3; 22. Carótida interna; 23. Artéria comunicante posterior; 24. Sulco uncal.

77
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 44  Imagem em 3D (A) e 2D (B).Superfície basal do cérebro. Remoção parcial da cabeça do hipocampo, do giro
denteado e da fímbria ao nível do ponto coróideo inferior. 1. Límen da ínsula; 2. Tonsila; 3. Cabeça do hipocampo; 4. Segmento
M1; 5. Quiasma óptico; 6. Nervo óptico; 7. Trato óptico; 8. Artéria coróidea anterior; 9. Nervo oculomotor 10. P1; 11. P2A;
12. P2P; 13. P3; 14. Corte da cabeça do hipocampo; 15. Calcar avis; 16. Corno temporal; 17. Plexo coróideo; 18. Artéria coróidea
posterolateral; 19. Glômus; 20. Corno occipital; 21. Artéria comunicante posterior; 22. Artéria cerebral anterior.

78
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 45  Imagem em 3D (A) (continua).

79
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 45  (Continuação) 2D (B). Superfície basal do cérebro. Realizado corte no pedúnculo cerebral para expor o teto
do terceiro ventrículo por sua superfície ventral. Nota-se o trajeto da artéria coróidea posteromedial que ao atravessar a cisterna
quadrigeminal segue direção anterossuperior para entrar na cisterna do véu interpósito e seguir o curso ao longo da terceira
camada do teto do terceiro ventrículo. 1. Giro reto; 2. Giro orbitário medial; 3. Giro orbitário anterior; 4. Giro orbitário lateral;
5. Giro orbitário posterior; 6. Bulbo olfatório; 7. Trato olfatório; 8. Quiasma óptico; 9. Estria olfatória lateral; 10. Segmento M1;
11. Artéria comunicante posterior; 12. Trato óptico; 13. Segmento P2A; 14. Segmento P2P; 15. Teto do terceiro ventrículo com a
artéria coróidea posteromedial; 16. Glândula pineal; 17. Esplênio do corpo caloso; 18. Límen da ínsula; 19. Tonsila; 20. Cabeça do
hipocampo; 21. Corno temporal; 22. Átrio; 23. Corno occipital; 24. Calcar avis; 25. Unco; 26. Giro para-hipocampal; 27. Giro lingual;
28. Istmo do giro do cíngulo; 29. Polo temporal; 30. Giro fusiforme; 31. Giro temporal inferior.

80
Dissecção da superfície medial

A s superfícies mediais dos lobos frontal, parietal


e occipital são achatadas contra a foice do cé-
rebro e interconectadas abaixo desta, no assoalho da
terior do sulco do giro do cíngulo, situado abaixo
do ramo marginal, separando o giro do cíngulo do
pré-cúneo. Diversos ramos secundários projetam-se
fissura inter-hemisférica, pelo corpo caloso. Nota-se para acima do sulco do giro do cíngulo, dividindo a
que a organização geral dos giros na superfície medial camada externa em várias partes. O ramo paracentral,
é muito mais constante e apresenta três camadas. A localizado na porção média do corpo caloso, separa o
camada interna é representada pelo corpo caloso; a giro frontal superior do lóbulo paracentral. O ramo
intermediária, pelo giro do cíngulo; e a externa é for- marginal ou ascendente, ao nível do esplênio do cor-
mada pela superfície medial do giro frontal superior, po caloso, separa o lóbulo paracentral do pré-cúneo.
lóbulo paracentral, pré-cúneo, cúneo e giro lingual.16 O lóbulo paracentral é uma extensão dos giros pré- e
A superfície medial do lobo temporal é mais comple- pós-central que envolvem a projeção do sulco central
xa; ela fica ao redor do tronco encefálico, formando a na superfície medial do cérebro; está localizado acima
parede lateral da cisterna perimesencefálica.3,16,34 da metade posterior do corpo caloso (Figura 46).14,16,38
O giro do cíngulo circunda o corpo caloso e está É importante lembrar que o ramo marginal do sulco
separado desse pelo sulco do corpo caloso. Sua relação do cíngulo sempre termina na metade do giro pós-
dorsal é o giro frontal superior e o lóbulo paracentral, -central. Outra referência é se encontrar ao nível do
dos quais está separado pelo sulco do giro do cíngulo esplênio do corpo caloso e imediatamente posterior à
e pelo sulco subparietal. Este constitui extensão pos- extremidade superior do sulco central.

81
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 46  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Superfície medial do hemisfério cerebral esquerdo. Preservou-se o septo pelúcido
e o sistema vascular que irriga a superfície medial. 1. Corpo caloso; 2. Septo pelúcido; 3. Fórnice; 4. Forame interventricular;
5. Comissura anterior; 6. Parede lateral do terceiro ventrículo (tálamo e hipotálamo); 7. Aqueduto cerebral; 8. Cisterna do
véu interpósito; 9. Quiasma óptico; 10. Nervo óptico; 11. Unco; 12. Artérias talamoperfurantes; 13. Sulco do caloso; 14. Giro
do cíngulo; 15. Artéria cerebral anterior; 16. Sulco do giro do cíngulo; 17. Giro frontal superior; 18. Sulco central; 19. Ramo
paracentral do sulco do giro do cíngulo; 20. Lóbulo paracentral; 21. Ramo marginal do sulco do giro do cíngulo; 22. Pré-cúneo;
23. Sulco parieto-occipital; 24. Cúneo; 25. Sulco calcarino; 26. Giro lingual.

82
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Passo 1 Passo 3
Dissecção da fissura inter-hemisférica sob visão mi- A lâmina quadrigeminal é removida, completando,
croscópica. Utilizando técnica microcirúrgica para assim, a exposição do trajeto da artéria cerebral pos-
simular a abordagem inter-hemisférica. Toda super- terior com todos os seus segmentos. Observe que o
fície superior do corpo caloso é exposta. Realizamos segmento P2P sempre tem trajeto curvo com conve-
um corte sagital com o objetivo de dividir os hemis- xidade superior (Figura 49).
férios cerebrais, de forma precisa, sem irregularidades
na superfície de corte. Com isso estudamos a superfí-
Passo 4
cie medial onde se observa os lobos frontal e parietal
e a porção inferior do lobo límbico (giro do cíngulo). Remoção parcial do hipotálamo conservando o trato
O septo pelúcido foi removido para identificação da óptico e o corpo geniculado lateral. Observamos a arté-
parede lateral do corno frontal (Figura 47). ria carótida interna e o segmento cisternal proximal da
artéria coróidea anterior com sua relação com o unco. O
segmento P2A da artéria cerebral posterior está relacio-
Passo 2
nado com a porção inferior da superfície posteromedial
O pedúnculo cerebral e o tegmento mesencefálico são do unco, e a porção cisternal distal da artéria coróidea
removidos, preservando a lâmina quadrigeminal e o anterior está relacionada com a porção superior da su-
trajeto do aqueduto cerebral. O segmento P2A da ar- perfície posteromedial do unco (Figura 50).
téria cerebral posterior está relacionado com a porção
inferior da superfície posteromedial do unco, ao nível
Passo 5
da incisura uncal. A relação da superfície antero-me-
dial do unco e a porção inicial do segmento cisternal Remoção do giro para-hipocampal. Realizado um corte
da artéria coróidea anterior é variável e depende da axial para remover parcialmente o tálamo, 5 mm infe-
origem da artéria coróidea anterior na artéria caróti- rior a comissura anterior. Com um dissector deslocamos
da interna. A porção distal do segmento cisternal da inferiormente a artéria cerebral posterior para observar
artéria coróidea anterior está relacionada com a por- a artéria hipocampal, que neste espécimen se origina do
ção superior da superfície posteromedial do unco ao tronco temporal comum e se dirige lateralmente para
nível do sulco semianular. A entrada no corno tem- adentrar o sulco fimbriodenteado. Além disso, obser-
poral é pela fissura coróidea, ao nível do ponto corói- vamos a artéria coróidea posterolateral, que se origina
deo inferior (Figura 48).34 do segmento P2P e se dirige lateralmente para entrar na
fissura coróidea entre o tálamo e a fimbria, 1 cm caudal
ao ponto coróideo inferior (Figura 51).

83
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 47  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Superfície medial do hemisfério cerebral esquerdo. Removeu-se o septo pelúcido
para exposição da parede lateral do corno frontal. 1. Corpo caloso; 2. Corno frontal; 3. Fórnice; 4. Forame interventricular; 5.
Coluna anterior do fórnice; 6. Comissura branca anterior; 7. Tálamo; 8. Hipotálamo; 9. Sulco hipotalâmico; 10. Cisterna do véu
interpósito; 11. Glândula pineal; 12. Aqueduto cerebral; 13. Lâmina terminal; 14. Quiasma óptico; 15. Nervo óptico; 16. Artéria
comunicante posterior; 17. Giro ambiens do unco; 18. Corpo mamilar; 19. Giro paraterminal; 20. Giro paraolfatório; 21. Giro do
cíngulo; 22. Giro frontal superior; 23. Lóbulo paracentral; 24. Pré-cúneo; 25. Cúneo; 26. Giro lingual.

84
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 48  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Superfície medial do hemisfério esquerdo. Remoção do pedúnculo cerebral e
tegmento mesencefálico para estudo da relação da artéria cerebral posterior com o unco. 1. Corte do pedúnculo e tegmento
mesencefálico; 2. Lâmina quadrigeminal; 3. Aqueduto cerebral; 4. Superfície anteromedial do unco; 5. Giro ambiens do unco;
6. Superfície posteromedial do unco; 7. Artéria carótida interna; 8. Artéria comunicante posterior; 9. Segmento P1; 10. Sulco
hipocampal; 11. Segmento P2A; 12. Segmento P2P; 13. Tronco temporal comum; 14. Artéria parieto-occipital; 15. Artéria
calcarina; 16. Giro lingual; 17. Sulco calcarino; 18. Cúneus; 19. Sulco parieto-occipital; 20. Pré-cúneo; 21. Giro do cíngulo.

85
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 49  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Superfície medial do hemisfério cerebral esquerdo. Remoção da lâmina
quadrigeminal para expor todo o trajeto da artéria cerebral posterior e suas relações com o giro para-hipocampal. 1. Corte da
lâmina quadrigeminal; 2. Artéria carótida interna; 3. Artéria comunicante posterior; 4. Superfície anteromedial do unco; 5. Giro
ambiens do unco; 6. Superfície posteromedial do unco; 7. Sulco uncal; 8. Segmento P1; 9. Segmento P2A; 10. Segmento P2P;
11. Artérias talamogeniculadas; 12. Segmento P3; 13. Tronco temporal comum; 14. Artéria calcarina; 15. Artéria parieto-occipital;
16. Sulco calcarino; 17. Sulco parieto-occipital; 18. Cúneo; 19. Pré-cúneo; 20. Giro do cíngulo.

86
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 50  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Superfície medial do hemisfério cerebral esquerdo. Remoção do hipotálamo
deixando o nervo óptico, o quiasma, o trato óptico e o corpo geniculado lateral. Observe a relação do trajeto da artéria
cerebral posterior e a coróidea anterior com a superfície medial do lobo temporal. 1. Corte ao nível do hipotálamo; 2. Núcleo
subtalâmico; 3. Pulvinar; 4. Corpo geniculado lateral; 5. Trato óptico; 6. Quiasma; 7. Nervo óptico; 8. Artéria carótida interna;
9. Artéria comunicante posterior; 10. Artéria coróidea anterior; 11. Ponto coróideo inferior; 12. Artérias talamogeniculadas;
13. Segmento P2A; 14. Segmento P2P; 15. Segmento P3; 16. Artéria calcarina; 17. Artéria parieto-occipital; 18. Sulco rinal;
19. Unco; 20. Giro para-hipocampal; 21. Istmo do giro do cíngulo; 22. Giro lingual.

87
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 51  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Superfície medial do hemisfério cerebral esquerdo, sob magnificação. Remoção
parcial do tálamo, expondo, dessa maneira, o início da fissura coróidea (ponto coróideo inferior). Para estudarmos a artéria
hipocampal e coróidea posterolateral, removeu-se a metade posterior do unco e giro para-hipocampal. 1. Ponto coróideo
inferior; 2. Artéria coróidea anterior; 3. Fímbria; 4. Giro dentado; 5. Segmento P2A; 6. Artéria hipocampal; 7. Segmento P2P;
8. Artéria coróidea posterolateral; 9. Segmento P3; 10. Artéria temporal posterior.

88
Dissecções alternativas

Lobo central corpo do ventrículo lateral, tálamo, braço posterior


A anatomia da convexidade cerebral é mais bem en- da cápsula interna, parte posterior do núcleo lenticu-
tendida quando o conceito do lobo central é adotado. lar e porção medial da ínsula. O giro pós-central sem-
Esse é formado pelos giros pré- e pós-central, delimi- pre está sobre o giro temporal transverso anterior (de
tado anteriormente pelo sulco pré-central, posterior- Heschl).10,16
mente pelo pós-central e dividido pelo sulco central.38
Esse separa a área motora da sensitiva, ou seja o lobo Passo 1
frontal do parietal. É um sulco constante, presente em
100% dos cérebros, assim como o sulco lateral. Ini- Realizado corte axial no hemisfério cerebral direito ao
cia-se no ponto rolândico superior, na borda medial nível do sulco frontal inferior, preservando o lobo cen-
do hemisfério cerebral. A extremidade mais caudal, tral (giros pré- e pós-central). O corpo caloso ao nível
o ponto rolândico inferior, está localizado 2–2,5 cm do teto do ventrículo lateral foi preservado. O objetivo
posterior ao ramo ascendente anterior do sulco late- é identificar a relação desses giros com os núcleos da
ral.10,16 Considerando-se os pontos craniométricos, o base e outras estruturas profundas. É necessário dis-
ponto rolândico superior está 5 cm posterior ao breg- secar previamente os sulcos pré- e pós-central, sempre
ma e imediatamente lateral a sutura sagital. Também mantendo a precisão do corte (Figuras 52 e 53).
é conhecido como ponto sagital superior. O bregma
está localizado 12,69 ± 0,70 cm posterior ao násion. O
Passo 2
ponto rolândico inferior corresponde à extremidade
inferior do sulco central e é identificado ao traçarmos Realizado outro corte axial, 1 cm abaixo do anterior,
uma linha vertical a partir da depressão pré-auricular com remoção parcial do corpo caloso, expondo o
até o encontro com a sutura escamosa. Esse também é corno frontal e o corpo do ventrículo lateral direito.
conhecido como ponto escamoso superior.23 Os giros Preservando os giros pré-central e pós-central e os
pré- e pós-central se encontram na borda superome- opérculos frontais. Verificamos a relação dos núcleos da
dial do hemisfério cerebral para constituir o lóbulo base com a cápsula interna e as cavidades ventriculares
paracentral. Inferiormente, próximo ao sulco lateral, (Figuras 53 e 54). É importante lembrar que o tálamo
os giros pré- e pós-central se encontram para formar está localizado no centro do ventrículo lateral e acima
o giro subcentral.10,38 do pedúnculo cerebral. Projeta-se na profundidade da
O giro pós-central está entre os sulcos central e pós- metade posterior da ínsula e abaixo dos giros do lobo
-central e inicia-se na superfície medial do hemisfério, central. Como mencionado no passo 5 (exposição dos
ao nível do esplênio do corpo caloso. Segue uma dire- ventrículos laterais), observe as relações superficiais do
ção de posterior para anterior na superfície lateral do átrio ventricular para o planejamento da abordagem
cérebro. Ele cobre as seguintes estruturas profundas: cirúrgica (Figuras 55 e 56).

89
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 52  Imagem em 3D (A) (continua).

90
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 52  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior do cérebro. Realizado corte axial no hemisfério direito, ao nível do
sulco frontal inferior, preservando o lobo central e o corpo caloso ao nível do teto do ventrículo lateral. 1. Corte axial; 2. Sulco
pré-central; 3. Giro pré-central; 4. Sulco central; 5. Ponto rolândico superior; 6. Giro pós-central; 7. Sulco pós-central; 8. Extremo
posterior do sulco temporal superior; 9. Átrio ventricular; 10. Sulco parieto-occipital; 11. Ponto de união do sulco pós-central
com o intraparietal, o qual pode ser usado para abordar o átrio; 12. Corpo caloso; 13. Cabeça do núcleo caudado; 14. Giro
frontal superior; 15. Giro frontal médio; 16. Lóbulo parietal superior; 17. Sulco intraparietal; 18. Lóbulo parietal inferior.

91
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 53  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superolateral do cérebro. Realizado corte axial 1 cm abaixo do corte anterior.
Exposição da relação do lobo central com os núcleos da base e ventrículo lateral. 1. Corte axial; 2. Joelho do corpo caloso;
3. Cabeça do núcleo caudado; 4. Braço anterior da CI; 5. Joelho da CI; 6. Braço posterior CI; 7. Núcleo lentiforme; 8. Fórnice;
9. Giro pré-central; 10. Sulco central; 11. Giro pós-central; 12. Giro do cíngulo; 13. Giro frontal superior; 14. Lóbulo paracentral.

92
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 54  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior do cérebro. Mesmo espécimen. Exposição dos núcleos da base e
do ventrículo lateral para estudar a relação com o giro pré-central. 1. Corte axial; 2. Ínsula; 3. Sulco limitante anterior da ínsula;
4. Cápsula extrema; 5. Claustro; 6. Cápsula externa; 7. Núcleo lentiforme; 8. Cabeça do núcleo caudado; 9. Braço anterior da
cápsula interna; 10. Joelho da cápsula interna; 11. Braço posterior da cápsula interna; 12. Tálamo; 13. Joelho do corpo caloso;
14. Corno frontal; 15. Forame interventricular; 16. Plexo coróideo; 17. Teto do terceiro ventrículo; 18. Fórnice; 19. Giro pré-central;
20. Giro pós-central; 21. Giro do cíngulo; 22. Giro frontal superior; 23. Sulco pré-central.

93
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 55  Imagem em 3D (A) e 2D (B). Vista superior do lobo temporal esquerdo. Realizado corte axial ao nível da união
do sulco limitante superior e inferior da ínsula. Exposição dos núcleos da base e da superfície superior do lobo temporal.
Observamos o giro temporal transverso anterior (de Heschl), cujo extremo medial e posterior direciona-se para o átrio
ventricular. 1. Corte axial; 2. Comissura anterior; 3. Tálamo; 4. Braço posterior; 5. Núcleo lentiforme; 6. Cápsula externa; 7. Claustro;
8. Cápsula extrema; 9. Ínsula; 10. Plano polar do lobo temporal; 11. Giro temporal transverso anterior; 12. Plano temporal do lobo
temporal; 13. Átrio ventricular; 14. Esplênio do corpo caloso.

94
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

A
Figura 56  Imagem em 3D (A) (continua).

95
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

B
Figura 56  (Continuação) 2D (B). Vista superior do lobo temporal esquerdo. Remoção em bloco dos núcleos da base com
o corte ao nível do sulco limitante inferior da ínsula. Exposição completa do corno temporal e o átrio ventricular. Evidencia-se
relação do extremo medial do giro temporal transverso anterior (de Heschl) com o átrio. 1. Corte ao nível do sulco limitante
inferior da ínsula; 2. Plano polar do lobo temporal; 3. Giro temporal transverso anterior; 4. Plano temporal do lobo temporal;
5. Giro semilunar; 6. Artéria coróidea anterior; 7. Cabeça de hipocampo; 8. Plexo coróideo; 9. Fímbria; 10. Átrio.

96
Avaliação

Nomeie a estrutura demonstrada.

Figura 1

 1. ................................................................................................................................  9. ...............................................................................................................................

 2. ............................................................................................................................... 10. ...............................................................................................................................

 3. ............................................................................................................................... 11. ...............................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 12. ...............................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 13. ................................................................................................................................

 6. ............................................................................................................................... 14. ...............................................................................................................................

 7. ............................................................................................................................... 15. ...............................................................................................................................

 8. ............................................................................................................................... 16. ...............................................................................................................................

97
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 2

 1. ................................................................................................................................  9. ...............................................................................................................................

 2. ............................................................................................................................... 10. ...............................................................................................................................

 3. ............................................................................................................................... 11. ...............................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 12. ...............................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 13. ................................................................................................................................

 6. ............................................................................................................................... 14. ...............................................................................................................................

 7. ............................................................................................................................... 15. ...............................................................................................................................

 8. ...............................................................................................................................

98
Figura 3

 1. ................................................................................................................................  9. ...............................................................................................................................

 2. ............................................................................................................................... 10. ...............................................................................................................................

 3. ............................................................................................................................... 11. ...............................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 12. ...............................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 13. ................................................................................................................................

 6. ............................................................................................................................... 14. ...............................................................................................................................

 7. ............................................................................................................................... 15. ...............................................................................................................................

 8. ...............................................................................................................................

99
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 4

 1. ................................................................................................................................ 11. ...............................................................................................................................

 2. ............................................................................................................................... 12. ...............................................................................................................................

 3. ............................................................................................................................... 13. ................................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 14. ...............................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 15. ...............................................................................................................................

 6. ............................................................................................................................... 16. ...............................................................................................................................

 7. ............................................................................................................................... 17. ................................................................................................................................

 8. ............................................................................................................................... 18. ...............................................................................................................................

 9. ............................................................................................................................... 19. ...............................................................................................................................

10. ............................................................................................................................... 20. ...............................................................................................................................

100
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 5

 1. ................................................................................................................................ 11. ...............................................................................................................................

 2. ............................................................................................................................... 12. ...............................................................................................................................

 3. ............................................................................................................................... 13. ................................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 14. ...............................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 15. ...............................................................................................................................

 6. ............................................................................................................................... 16. ...............................................................................................................................

 7. ............................................................................................................................... 17. ................................................................................................................................

 8. ............................................................................................................................... 18. ...............................................................................................................................

 9. ............................................................................................................................... 19. ...............................................................................................................................

10. ............................................................................................................................... 20. ...............................................................................................................................

101
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 6

 1. ................................................................................................................................  7. ...............................................................................................................................

 2. ...............................................................................................................................  8. ...............................................................................................................................

 3. ...............................................................................................................................  9. ...............................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 10. ...............................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 11. ...............................................................................................................................

 6. ...............................................................................................................................

102
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 7

 1. ................................................................................................................................ 12. ...............................................................................................................................

 2. ............................................................................................................................... 13. ................................................................................................................................

 3. ............................................................................................................................... 14. ...............................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 15. ...............................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 16. ...............................................................................................................................

 6. ............................................................................................................................... 17. ................................................................................................................................

 7. ............................................................................................................................... 18. ...............................................................................................................................

 8. ............................................................................................................................... 19. ...............................................................................................................................

 9. ............................................................................................................................... 20. ...............................................................................................................................

10. ............................................................................................................................... 21. ...............................................................................................................................

11. ...............................................................................................................................

103
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 8

 1. ................................................................................................................................  7. ...............................................................................................................................

 2. ...............................................................................................................................  8. ...............................................................................................................................

 3. ...............................................................................................................................  9. ...............................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 10. ...............................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 11. ...............................................................................................................................

 6. ...............................................................................................................................

104
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 9

 1. ................................................................................................................................ 17. ................................................................................................................................

 2. ............................................................................................................................... 18. ...............................................................................................................................

 3. ............................................................................................................................... 19. ...............................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 20. ...............................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 21. ...............................................................................................................................

 6. ............................................................................................................................... 22. ...............................................................................................................................

 7. ............................................................................................................................... 23. ................................................................................................................................

 8. ............................................................................................................................... 24. ...............................................................................................................................

 9. ............................................................................................................................... 25. ...............................................................................................................................

10. ............................................................................................................................... 26. ...............................................................................................................................

11. ............................................................................................................................... 27. ................................................................................................................................

12. ............................................................................................................................... 28. ...............................................................................................................................

13. ................................................................................................................................ 29. ...............................................................................................................................

14. ............................................................................................................................... 30. ...............................................................................................................................

15. ............................................................................................................................... 31. ...............................................................................................................................

16. ...............................................................................................................................

105
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Figura 10

 1. ................................................................................................................................ 14. ...............................................................................................................................

 2. ............................................................................................................................... 15. ...............................................................................................................................

 3. ............................................................................................................................... 16. ...............................................................................................................................

 4. ............................................................................................................................... 17. ................................................................................................................................

 5. ............................................................................................................................... 18. ...............................................................................................................................

 6. ............................................................................................................................... 19. ...............................................................................................................................

 7. ............................................................................................................................... 20. ...............................................................................................................................

 8. ............................................................................................................................... 21. ...............................................................................................................................

 9. ............................................................................................................................... 22. ...............................................................................................................................

10. ............................................................................................................................... 23. ................................................................................................................................

11. ............................................................................................................................... 24. ...............................................................................................................................

12. ............................................................................................................................... 25. ...............................................................................................................................

13. ................................................................................................................................ 26. ...............................................................................................................................

106
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

Respostas
Figura 1 Figura 7
1. Sulco pré-central; 2. Giro pré-central; 3. Sulco central; 1. Linha parietotemporal basal; 2. Superfície orbitária
4. Giro pós-central; 5. Sulco pós-central; 6. Giro do lobo frontal; 3. Bulbo olfatório; 4. Trato olfatório;
supramarginal; 7. Sulco subcentral anterior; 8. Sulco 5. Nervo óptico direito; 6. Quiasma óptico; 7. Artéria
subcentral posterior; 9. Giro temporal superior; 10. Giro carótida esquerda; 8. Haste hipofisária; 9. III nervo
temporal médio; 11. Giro temporal inferior; 12. Parte orbital; craniano; 10. Tronco basilar; 11. Unco; 12. Sulco rinal;
13. Parte triangular; 14. Parte opercular; 15. Ínsula; 16. Giro 13. Giro para-hipocampal; 14. Sulco colateral; 15. Giro
temporal transverso anterior (de Heschl). fusiforme; 16. Sulco occipitotemporal; 17. Istmo do
cíngulo; 18. Giro lingual; 19. Giro temporal inferior;
Figura 2 20. Polo temporal; 21. Polo occipital. 
1. Primeiro corte; 2. Segundo corte; 3. Terceiro corte;
4. Corte sagital ao nível do sulco limitante superior da Figura 8
ínsula; 5. Átrio; 6. Glômus do plexo coróideo; 7. Plano polar 1. Parte orbital; 2. Parte triangular; 3. Parte opercular;
do lobo temporal; 8. Giro temporal transverso anterior (de 4. Giro pré-central; 5. Giro pós-central; 6. Giro longo da
Heschl); 9. Plano temporal do lobo temporal; 10. Ínsula; ínsula; 7. Giro curto da ínsula; 8. Segmento M2 da artéria
11. Núcleo caudado; 12. Septo pelúcido; 13. Corpo do cerebral média; 9. Segmento M3 da artéria cerebral
fórnice; 14. Plexo coróideo; 15. Tálamo. média; 10. Temporal stem; 11. Límen da ínsula; 12. Giro
orbitário posterior; 13. Tonsila; 14. Cabeça do hipocampo;
Figura 3 15. Giro denteado; 16. Calcar avis; 17. Segmento P1 da
artéria cerebral posterior; 18. Segmento P2A da artéria
1. Primeiro corte; 2. Segundo corte; 3. Terceiro corte axial ao
cerebral posterior; 19. Sulco lateral mesencefálico;
nível do assoalho do átrio ventricular; 4. Átrio; 5. Glômus do
20. Segmento P2P da artéria cerebral posterior;
plexo coróideo; 6. Bulbo do caloso; 7. Calcar avis; 8. Fórnice;
21. Segmento P3 da artéria cerebral posterior;
9. Plexo coróideo; 10. Núcleo caudado; 11. Corte sagital ao
22. Carótida interna; 23. Artéria comunicante posterior;
nível do sulco limitante superior da ínsula; 12. Ínsula;
24. Sulco uncal.   
13. Opérculo temporal; 14. Giro temporal
transverso anterior (de Heschl); 15. Plano temporal
do lobo temporal.       Figura 9
1. Giro reto; 2. Giro orbitário medial; 3. Giro orbitário
Figura 4 anterior; 4. Giro orbitário lateral; 5. Giro orbitário posterior;
6. Bulbo olfatório; 7. Trato olfatório; 8. Quiasma óptico;
1. Primeiro corte; 2. Segundo corte; 3. Cabeça do
9. Estria olfatória lateral; 10. Segmento M1 da artéria
hipocampo; 4. Corpo de hipocampo; 5. Digitações
cerebral média; 11. Artéria comunicante posterior;
hipocampais; 6. Eminência colateral; 7. Trígono colateral;
12. Trato óptico; 13. Segmento P2A da artéria cerebral
8. Calcar avis; 9. Bulbo do caloso; 10. Artéria coróidea
posterior; 14. Segmento P2P da artéria cerebral posterior;
anterior; 11. Artéria coróidea posterolateral; 12. Fórnice;
15. Teto do terceiro ventrículo com a artéria coróidea
13. Núcleo caudado; 14. Corno frontal; 15. Braço anterior
posteromedial; 16. Glândula pineal; 17. Esplênio do 
da cápsula interna (CI); 16. Joelho da CI; 17. Braço posterior
corpo  caloso; 18. Límen da ínsula; 19. Tonsila; 20. Cabeça
CI; 18. Segmento retrolentiforme CI; 19. Segmento
do hipocampo; 21. Corno temporal; 22. Átrio;
sublentiforme CI; 20. Núcleo lentiforme. 
23. Corno occipital; 24. Calcar avis; 25. Unco; 26. Giro
para-hipocampal; 27. Giro lingual; 28. Istmo do giro do
Figura 5 cíngulo; 29. Polo temporal; 30. Giro fusiforme; 31. Giro
1. Corte ao nível do núcleo caudado; 2. Corpo do temporal inferior. 
núcleo caudado; 3. Tálamo; 4. Núcleo lenticular; 5. Braço
anterior CI; 6. Joelho da CI; 7. Braço posterior CI; 8. Porção Figura 10
retrolentiforme; 9. Porção sublentiforme; 10. Corpo
1. Corpo caloso; 2. Septo pelúcido; 3. Fórnice; 4. Forame
geniculado lateral; 11. Cabeça do hipocampo; 12. Ponto
interventricular; 5. Comissura branca anterior; 6. Parede
coróideo inferior; 13. Artéria coróidea anterior; 14. Artéria
lateral do terceiro ventrículo; 7. Aqueduto cerebral;
coróidea posterolateral; 15. Tonsila; 16. Recesso uncal;
8. Cisterna do véu interpósito; 9. Quiasma óptico; 10.
17. Trígono colateral; 18. Calcar avis; 19. Bulbo do caloso;
Nervo óptico; 11. Unco; 12. Artérias talamoperfurantes;
20. Fímbria; 21. Septo pelúcido.
13. Sulco caloso; 14. Giro do cíngulo; 15. Artéria cerebral
anterior; 16. Sulco do cíngulo; 17. Giro frontal superior;
Figura 6 18. Ramo ascendente paracentral do sulco do cíngulo;
1. Comissura anterior; 2. Lâmina terminal; 3. Recesso 19. Sulco central; 20. Lóbulo paracentral; 21. Ramo
quiasmático; 4. Quiasma; 5. Recesso infundibular; marginal do sulco do cíngulo; 22. Pré-cúneo; 23. Sulco
6. Túber cinéreo; 7. Corpos mamilares; 8. Mesencéfalo; parieto-occipital; 24. Cúneo; 25. sulco calcarino; 26. Giro
9. Fórnice; 10. Colunas do fórnice; 11. Núcleo caudado.   lingual.

107
Referências

1. Aclant RD. Microsurgery En: Rand RW. Microneurosurgery. 15. Párraga RG, Ribas GC, Gómez Llata S, de Oliveira E. Micro-
The Mosby Co. St. Louis 1969, pp 21-38. surgical anatomy of the posterior cerebral artery in three-di-
mensional images. World Neurosurgery. 2011;75 (2):245-269.
2. Brodal A. Neurological anatomy in relation to clinical medi-
cine. 3. ed. New York: Oxford University Press, 1981. 16. Rhoton AL Jr. Cranial Anatomy and Surgical Approaches.
Schaumburg, Lippincott Williams & Wilkins, 2003.
3. Campero A, Tróccoli G, Martins C, Fernandez-Miranda JC,
Yasuda A, Rhoton AL Jr. Microsurgical approaches to the me- 17. Rhoton AL Jr. Microsurgical anatomy of the third ventricular
dial temporal region: An anatomical study. Neurosurgery 59 region, in Apuzzo MLJ (ed): Surgery of the Third Ventricle.
[Suppl 2]:ONS279–ONS308, 2006. Baltimore, Williams & Wilkins, 1987, pp 570-590.

4. Caputi F, Spaziante R, De Divitus E. Luigi Rolando and his 18. Rhoton AL Jr. Operative approaches to the lateral ventri-
pioneering efforts to relate structure to function in the ner- cles (supratentorial intraventricular tumours), in Symon
vous system. J Neurosurgery 83:933-937, 1995. L, Thomas DGT, Clark K (eds): Rob and Smith’s Operative
Surgery: Neurosurgery. London, Butterworths, 1989, ed 4, pp
5. Fernández-Miranda F, Rhoton AL, Álvarez-Linera J. Three- 288-326.
dimensional microsurgical and tractographic anatomy of the
white matter of the human brain. Neurosurgery. 2008;62(6 19. Ribas GC, Bento RF, Rodrigues AJ Jr. Anaglyphic three-di-
Suppl 3):989-1027. mensional stereoscopic printing: Revival of an old method
for anatomical and surgical teaching and reporting. Technical
6. Ferwerda JG. The World of 3-D. Borger, 3-D Book Produc- note. J Neurosurgery 95:1057–1066, 2001.
tions, 2003, 2 ed, pp 210–221.
20. Ribas GC, de Oliveira E. A ínsula e o conceito de bloco cere-
bral central. Arq Neuropsiquiatr 2007;65:92-100.
7. Gloor P. The Temporal Lobe and Limbic System. New York,
Oxford University Press, 1997.
21. Ribas GC, Ribas EC, Rodrigues CJ. The anterior sylvian point
and the suprasylvian operculum. Neurosurg Focus 18(6):E2,
8. Grand W. The anatomy of the brain, by Thomas Willis. Neu-
2005.
rosurgery 45:1234-1237, 1999.
22. Ribas GC, Ribas EC, Rodrigues AJ Jr. The brain, the tridimen-
9. Gusmão S, Reis C, Tazinaffo U, Mendonça C, Silveira RL.
sional vision, and the techniques to obtain stereoscopic im-
Definição do limite anterolateral do lobo occipital em
ages. Re Med (São Paulo) 85:78-90, 2006.
peças anatômicas e exames de imagem. Arq Neuropsiquiatr
2002;60:41-46. 23. Ribas GC, Yasuda A, Ribas EC, Nishikuni K, Rodrigues AJ Jr.
Surgical anatomy of microneurosurgical sulcal key points.
10. Gusmão S, Ribas GC, Silveira R, Tazinaffo U. Localização dos Neurosurgery 2006; 59(Suppl 2):S177-S208.
sulcos e giros da Face súpero-lateral do cérebro na Tomogra-
fia computadorizada e na Ressonância magnética. Arq Neu- 24. Rosner S, Rhoton AL Jr, Ono M, Barry M. Microsurgical anat-
ropsiquiatr 2001;59 (1):65-70. omy of the anterior perforating arteries. J Neurosurg 61:468-
485, 1984.
11. Latarjet A, Ruiz Liard A. Anatomía Humana. 3a. Ed. Madrid:
Editorial Panamericana; 1997, pp. 248-9. 25. Sanan A, AbdelAziz KM, Janjua R, Van Loveren H, Keller J.
Colored Silicone Injection for Use in Neurosurgical Disec-
12. Liu C, Apuzo MLJ. The genesis of Neurosurgery and the evo- tion. Neurosurgery 1999; 45(5): 126774.
lution of the neurosurgical operative environment. Part 1
prehistory to 2003. Neurosurgery 52:3-19, 2003. 26. Shimizu S, Tanaka R, Rhoton A Jr, Fukushima Y. Anatomic
dissection and classic threedimensional documentation: A
13. Nagata S, Rhoton AL Jr, Barry M. Microsurgical anatomy of unit of education for neurosurgical anatomy revisited. Neu-
the choroidal fissure. Surg Neurol 1988; 30:3–59. rosurgery 58:1000-1002, 2006.

14. Ono M, Kubik S, Abernathey CD. Atlas of Cerebral Sulci. 27. Snell R. Neuroanatomía Clínica. Editorial Panamericana. 4a.
Stuttgart: Thieme, 1990. Ed. Argentina: Bs. As.; 1999, pp. 551-2.

109
DISSECÇÃO DO CÉREBRO – Técnicas e Imagens 3D

28. Tanriover N, Rhoton AL Jr, Kawashima M, Ulm A, Yasuda A. 34. Wen HT, Rhoton AL Jr, de Oliveira E, Cardoso A, Tedeschi
Microsurgical anatomy of the insula and the sylvian fissure. J H, Baccanelli M, Marino R. Microsurgical anatomy of the
Neurosurg 100:891–922, 2004. temporal lobe: Part 1. Mesial temporal lobe anatomy and its
vascular relationships as applied for amygdalohippocampec-
29. Testut L, Latarjet A. Tratado de Anatomía Humana 9a. Ed. tomy. Neurosurgery 1999;45:549-592.
Barcelona: Editorial Salvat; 1997, Tomo II pp.
35. Williams PL, Warwick R, editors. Gray’s anatomy. 36 ed. Phil-
30. Timurkaynak E, Rhoton AL Jr, Barry M. Microsurgical anato- adelphia: Saunders, 1980.
my and operative approaches to the lateral ventricles. Neuro-
surgery 19:685-723, 1986. 36. Yasargil MG. A legacy of microneurosurgery: memoirs, les-
sons, and axioms. Neurosurgery 45:1025-1092, 1999.
31. Türe U, Yasargil DCH, Al-Mefty O, Yasargil MG. Topographic
37. Yasargil MG. Microsurgical Anatomy of the Basal Cisterns and
anatomy of the insular region. J Neurosurg 1999;90:730-733.
Vessels of the Brain, Diagnostic Studies, General Operative Tech-
niques and Pathological Considerations of the Intracranial An-
32. Türe U, Yasargil MG, Friedman AH, Al-Mefty O. Fiber dis-
eurysms. Stuttgart, New York, George Thieme Verlag, 1996.
section technique: Lateral aspect of the brain. Neurosurgery
47:417–427, 2000. 38. Yasargil MG. CNS Turnors: Surgical Anatorny, Neuropathol-
ogy, Neuroradiology, Neurophysiology, Clinical Consider-
33. Wen HT, Rhoton AL Jr, de Oliveira EP. Transchoroidal ap- ations, Operability, Treatrnent Options IV A. Stuttgart, New
proach to the third ventricle: an anatomic study of the York, George Thieme Verlag, 1996, Pp 14-24.
choroidal fissure and its clinical application. Neurosurgery
1998;42:1205-1219. 39. Yasargil MG. Microneurosurgery of CNS Tumors IV B. Stutt-
gart, New York, George Thieme Verlag, 1996.

110

Você também pode gostar