Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ULTRASSONOGRAFIA
VASCULAR
2 6 EDiÇÃO
GUIA PRÁTICO DE
ULTRASSONOGRAFIA
VASCULAR
2 A EDICÃO ~
Di~~os
Di~~os
Guia Prático de UltrassoYlografia Vascular - 2a edição ISBN: 978-85-86703-91-1
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida,
total ou parcialmente, por quaisquer meios, sem autorização, por escrito, da Editora.
Nota
A Medicina é um campo em constante transformação. Certas precauções de segurança devem ser seguidas. À medida
que novas pesquisas e a experiência clínica ampliam o nosso conhecimento, é necessário mudar os procedimentos e
as terapias medicamentosas. Adverte-se aos leitores no sentido de averi guar as informações dos fabricantes sobre os
med;"'camentos para certificar-se acerca da dose recomendada, o método e duração da administração e as contra-
indicações. É responsabilidade do médico-assistente basear-se na experiência e no conhecimento do paciente para
determinar a dosagem e o melhor tratamento. Nem o(s) autor(es) nem a Editora assumem responsabilidade por qualquer
lesão ou dano a pessoas ou propriedades oriund os desta publicação.
A responsabilidade, perante terceiros e a Editora Di Livros, sobre o conteúdo total desta publicação, incluindo as
ilustrações, autorizações e créditos correspondentes, é inteira e exclusivamente do(s) autor(es) da mesma.
A Editora
uatro anos se passaram desde a primeira edição do Guia Prático de Ultrassonografia Vascular . Técni-
Q cas novas surgiram, critérios diagnósticos foram revistos, até mesmo a língua portuguesa mudou.
Novas aplicações da ultrassonografia vascular surgiram nesse período. É tempo de revisar, atualizar,
inovar.
Da proposta inicial de 19 capítulos focados nos aspectos mais comuns e práticos da ecografia vas-
cular, evoluímos para uma nova edição mais abrangente , que atualiza as informações anteriores, detalha
assuntos específicos e, principalmente , apresenta novas aplicações desse método diagnóstico.
Optamos por iniciar com um capítulo inédito sobre níveis de evidência científica. Foram atualizados
os capítulos básicos sobre as artérias carótidas e vertebrais, iscerais e periféricas, assim como as veias
profundas e superficiais. Acrescentamos capítulos específicos sobre espessamento médio-intimai nas
carótidas, endarterectomia carotídea baseada na ultrassonografia vascular, artérias temporais , artérias
intracranianas, transplante pancreático, bolsa escrotal e disfunção erétil.
Procuramos trazer aos leitores o "estado da arte" tanto no diagnóstico como no acompanhamento
de procedimentos vasculares, tais como na correção endovascular do aneurisma da aorta abdominal ,
nos procedimentos cirúrgicos arteriais ecoguiados e no tratamento ecoguiado das varizes dos membros
inferiores com escleroterapia ou endo/aser.
Einstein certa vez disse : "Cem vezes ao dia eu lembro a mim mesmo que minha vida depende do
trabalho de outros homens , vivos ou mortos, e eu tenho que me esforçar para retribuir na mesma medida
que recebi , e ainda continuo recebendo". Talvez com este livro possamos de algum modo retribuir os
esforços dos pioneiros, professores e colaboradores.
Gostaríamos de agradecer a todos que colaboraram direta e indiretamente e esperamos que esta nova
edição esteja à altura das expectativas dos interessados pela ultrassonografia vascular, sejam iniciantes
ou profissionais experientes.
v
,
PREFACIO DA I~ EDIÇAO
-
vii
Aos nossos familiares , pelo tempo roubado do seu convívio ,
pela compreensão e participação constante ,
nosso amor e dedicação desta obra .
.)
COLABORADORES
xi
Co laboradores
'7T'" -
xii
Colaboradores
xiii
,
SUMARIO
Capítu lo 1 Capítulo 8
Níveis de Evidências Científicas na Prática Médica, 1 Ultrassonografia Vascular das Artérias Vertebrais, 99
Regina EI Dib Tulio Pinho Navarro
Ricardo Jayme Procópio
Capítulo 2
Princípios Básicos, 9 Capítu lo 9
Sérgio X. Salles-Cunha
Ultrassonografia Vascular Transcraniana, 107
Domingos de Morais Filho
Orlando Carlos Glória Veloso
Capítulo 3
Avaliação da Espessura Médio-IntimaI , 29 Capítulo 10
Cláudia Maria Vilas Freire Doença Arterial Obstrutiva nos Membros Superiores e
Antonio Ribeiro de Oliveira Junior Síndrome do Desfiladeiro Cervicotoracoaxilar, 123
Nicos Labropoulos Hamilton Almeida Rollo
Mariângela Giannini
Capítulo 4
Doença Carotídea Aterosclerótica, 43 Capítu lo 11
Gregory L Moneta Análise das Fístulas Arteriovenosas para Hemodiálise, 129
Charles Esteves Pereira
Capítulo 5
Endarterectomia Carotídea Baseada Somente na
Ultrassonografia Vascular com Doppler, 55 Capítulo 12
Sandra Maria Pontes Trombose Venosa dos Membros Superiores, 137
Fanilda Souto Barros Paulo Roberto Toledo de Miranda
Alberto Lorençoni Sarquis
Capítulo 6
Doença Carotídea Não Aterosclerótica, 69 Capítulo 13
Carmen Lucia Lascasas Porto
Avaliação do Segmento Aortoilíaco, 147
Monica Luiza de A1cantara
Robert P. Scissons
Capítulo 7
Ultrassonografia Vascular no Diagnóstico da Arterite Capítulo 14
Temporal , 93 Ultrassonografia Vascular na Correção do Aneurisma da
Ana Luiza Valiente Engelhorn Aorta Abdominal, 159
Carlos Alberto Engelhorn Fausto MirandaJr.
xv
Su mário
Capítulo 17 Capítulo 27
Avaliação de Estenose da Artéria Renal, 181 Ultrassonografia Vascular na Avaliação das Varizes dos
Ana Luiza Valiente Engelhorn Membros Inferiores, 295
Carlos Alberto Engelhorn Carlos Alberto Engelhorn
Ana Luiza Valiente Engelhorn
Capítulo 18
Estudo dos Transplantes Renal e Pancreático, 197
Carlos Alberto Engelhorn Capítu lo 28
Ana Luiza Valiente Engelhorn
Procedimentos Cirúrgicos Ecoguiados, 313
Capítulo 19 Bernardo Massi ere
Arno von Ristow
Investigação da Síndrome do Quebra-Nozes, 213
Cleoni Pedron
Ana Luiza Valiente Engelhorn
Alberto Ve scovi
Carlos Alberto Engelhorn
Capítulo 20
Síndrome Compressiva da Veia Ilíaca Comum Esquerda Capítulo 29
pela Artéria Ilíaca Comum Direita, 219 Mapeamento Venoso e Arterial para Utilização como
Fanilda Souto Barros Substituto Vascular, 321
Nostradamus Augusto Coelho Sandra Aparecida Ferreira Silveira
Capítulo 21
Ultrassonografia Vascular na Investigação de Varizes
Pélvicas, 225 Capítulo 30
Fanilda Souto Barros Ultrassonografia Vascular na Escleroterapia com Espuma
em Varizes, 327
Capítulo 22
Marcondes Figueiredo
Doença Arterial Oclusiva Periférica Infrainguinal - Salustiano Pereira de Araujo
Rastreamento , Diagnóstico, Seguimento e
Tratamento , 231
Domingos de Morais Filho
Capitulo 31
Rodrigo Gomes de Oliveira
Ultrassonografia Vascular do Escroto, 335
Capítulo 23 Lucigl Regueira Teixeira
Doença Arterial Periférica Não Alerosclerótica, 251 Ana Claudia Luz Coelho
Nicos Labropoulos
Capítulo 24
Capítulo 32
Intervenções In frai nguinais , Carotídeas e de Fístulas
Arteriovenosas Dirigidas pela Ultrassonografia Disfunção Erétil, 347
Vascular, 259 Nostradamus Augusto Coelho
Natalie Marks
Anil Hingorani
Enrico Ascher índ ice Remissive l, 361
xvi
CAPíTULO 1
Níveis de Evidências
Regina EI Dib
Científicas na
Prática Médica
ara cada questão clínica na área da Saúde, existe um dade McMaster, sendo definido como o uso consciencio-
P determinado desenho de estudo mais apropriado
para responder a esta questão, seja no sentido de boa va-
so, explícito e judicioso da melhor evidência disponível
de pesquisa de cuidado médico na administração aos
lidade interna (metodologia do desenho e condução do pacientes.2.3
estudo) , seja na boa validade externa (aplicabilidade dos Frequentemente, o clínico da área da Saúde, quando
resultados do estudo na prática clínica). Se quisermos diante de uma situação inesperada em seu consultório,
saber sobre a evolução de uma determinada doença ou hospital ou clínica, reconhece o próprio limite de for-
o seu prognóstico, o desenho de estudo mais apropriado necer uma resposta de prontidãO ao seu paciente. Por
para responder a esta questão é um estudo coorte. Se exemplo, imagine um médico atendendo a um paciente
quisermos saber sobre a sensibilidade e especificidade de com aneurisma da aorta abdominal (AAA), sabendo-se
um teste diagnóstico, o tipo de estudo que possui uma que alguns aneurismas da aorta abdominal (AAAs) apre-
validade interna mais adequada é o estudo de acurácia. sentam-se como emergências e necessitam de cirurgia, e
Todavia, se a pergunta é sobre tratamento ou profilaxia, outros permanecem assintomáticos, e que o tratamento
procuramos por ensaios clínicos randomizados. deste último depende de vários fatores, incluindo o tama-
Este raciocínio, fundamentado em diferentes dese- nho do aneurisma. AAAs assintomáticos, com diãmetro
nhos de estudos, vem tomando parte do cotidiano de >5 ,5 em, são geralmente operados, enquanto pequenos
vários profissionais da área da Saúde. AAAs (<4 ,0 em em diâmetro) são monitorados com ul-
Até alguns anos atrás, a prática clínica era embasada trassonografia. 4 Este paciente pergunta ao profissional se
apenas em estudos fisiopatológicos, opiniões de espe- o reparo cirúrgico imediato é mais eficaz e seguro quan-
cialistas no assunto , livros-textos, pesquisa in vitro e em do comparado à rotina de vigilância da ultrassonografia
animais. Entretanto, a Medicina Baseada em Evidências na redução de mortalidade. O profissional não consegue
(MBE) mudou este cenário facilitando o ensino e a pes- uma reposta de prontidão e reconhece sua incapacidade
quisa científica. Por meio de rigorosos métodos científi- de fornecer uma informação precisa. Uma solução co-
cos, busca exaustiva pela literatura associada à experiência mum, neste caso, é recorrer a um especialista na área
do clínico, tomamos decisões baseadas em evidências em ou a um livro-texto consagrado na literatura. Esta atitu-
nossa prática clínica. de revela poucas habilidades e pouco conhecimento do
Este processo originou-se com a Medicina Baseada profissional para lançar mão das ferramentas oferecidas
em Evidências, sendo o "elo entre a boa ciência e a boa pela MBE 5.6
prática clínica".1 Deste modo, com pesquisas conduzidas Imagine, agora , o mesmo profissional com conheci-
com validade interna adequada, sem ocorrência de vieses mentos e entendimento do processo de MBE. O médico
(isto é, erro sistemático durante a condução, elaboração e volta para seu consultório, realiza uma estratégia de bus-
planejamento de uma pesquisa científica), reduzimos a in- ca sensível para recuperar artigos sobre pacientes com
certeza na prática clínica e aplicamos os resultados dessas AAA assintomárico (com diâmetro entre 4,0 e 5,5 em)
pesquisas em nossos pacientes com maior confiabilidade. submetidos ao reparo cirúrgico versus rotina de vigilância
O termo MBE foi utilizado pela primeira vez na lite- da ultrassonografia, acessa as principais bases de dados
ratura médica em 1992 , por pesquisadores da Universi- eletrônicas da área da Saúde, seleciona os títulos poten-
1
Níveis de Ev idências Científicas na Práti ca Méd ica
ciais e realiza uma avaliação crítica destes artigos. este das principais bases de dados na área da saúde, como
caso, se ele encontrar uma revisão sistemática (nível 1++ a rUBMED e EMBASE, para identificar estudos sobre o
de evidências, de acordo com o Scottish Intercollegiate tópico de inreresse.
Guide/ines Network - SIGN ,' e nível la , de acordo com o É este um dos objetivos da Medicina Baseada em Evi-
Oxford Centre for Evidence-based Medicine Leveis of Evi- dências: capacitar o profissional a desenvolver habilida-
dence - Oxford CEBMS) com orientações específicas para des para melhorar a qualidade de seu atendimento. Além
a prática clínica , confirmando ou não a eficácia da cirur- disso , a MBE tem como objetivos avaliar a literatura n(\
gia reparadora imediata na diminuição de mortalidade área da Saúde , reduzir a incerteza clínica, as probabili-
em pacientes com AAA assintomático, os resultados irão dades de erros, o autoritarismo no ensino , racionalizar
satisfazer o profissional e torná-lo apto a responder às custos e tornar a relação terapeuta ou médico/paciente
perguntas do paciente. Caso o profissional não encontre mais prazerosa 5
estudos considerados como de nível 1++' ou laS de evi- A boa formulação de uma questão clínica é o alicerce
dências , o mais sensato é lidar com as provas científicas de uma boa pesquisa. Para elaborarmos uma pergunta
disponíveis no momento, estando ciente de seu nível de adequada sobre alguma questão a ser resolvida, deve-
evidência e grau de recomendação. mos ter em mente quatro itens-chave : situação clínica
Existem várias classificações quanto ao nível e grau (a doença), intervenção, grupo/controle e desfecho clíni-
de evidências na literatura. Apresentaremos, neste capítu- co. Esses itens-chave formam a sigla PICO que em inglês
lo , o Scottish lnterco llegiate Cuide/ines Network - SIGN 7 significa patient , intervention , contrai group e outcome,
e o Oxford Centre for Evidence-based Medicil'ie Leveis of sendo conhecida entre os revisores e pesquisadores in-
Evidence - Oxford CEBM ,s duas ferramentas apropriadas ternacionalmenre.
e completas em relação aos níveis de evidências devido a Por exemplo , se quisermos saber qual é a frequência
suas considerações sobre o desenho e a qualidade meto- de dose do dinitrato de isossorbida efetiva para a pre-
dológica dos estudos (Apêndices 1 e 2) . Quanto ao grau venção do desenvolvimento da tolerância ao nitrato em
de evidências, utilizaremos um sistema simples, baseado pacientes com doença das coronárias por meio da eco-
no Oxford CEBM ,s e por nós modificado , que possibili- grafia vascular e teste de esforço,9já temos uma pergunta
ta qualquer profissional a avaliar a robustez dos artigos completa: situação clínica - doença das coronárias; in-
científicos relacionados com as intervenções terapêuticas tervenção de interesse - dinitrato de isossorbida a cada
(Apêndice 3). 6 horas; grupo/conrrole - dinitrato de isossorbida a cada
No exemplo citado , realizamos uma estratégia de 12 horas; e o desfecho primário de interesse seria nível
busca de todos os descritores referentes ao termo AAA de tolerância do nitrato medido pela técnica de ecografia
assintomático e os relacionamos com o termo cirurgia vascular e teste de esforço. Pronto. Já partimos do ponto-
e seus sinônimos - a partir da busca nas bases de dados chave para a realização de um projeto de pesquisa ade-
Descritores em Ciências da Saúde (DECS , www.decs.bvs. quado , minimizando as chances de erros nos resultados,
br) e Medicai Subject Headings (MeSH, www.pubmed . pois, com uma pergunta claramente feita , dificilmenre
com). Após este procedimento , "rodamos" a estratégia na iremos nos perder durante o processo de pesquisa.
base de dados The Coe/nane Library - biblioteca virtu- A Colaboração Cochrane enfatiza em sua metodologia
al que contém inúmeras revisões sistemáticas e ensaios elaborarmos a questão clínica da seguinte ordem: [inter-
clínicos randomizados (ECRs) na área da saúde, sendo venção] vs. [grupo/controle] para [Situação clínica] 10 Às
considerada a melhor fonte de evidências para a tomada vezes, em uma pergunta não há necessidade de inserir o
de decisões nos cuidados à saúde (encontra-se disponí- desfecho de interesse, porém em todo o projeto de pesqui-
vel gratuitamente no site www.centrocochranedobrasil. sa este item deverá estar claramente descrito.
org) . O intuito de rodar a estratégia de busca primeiro na Tomamos outro exemplo para elucidar este tópico.
Biblioteca Cochrane fornece ao profissional mapear rapi- Imagine que a técnica de dispositivos de compressão
damente os estudos existentes com alto nível de evidên- pneumática inrermitente (CPI) vem sendo explorada
cias (ECRs e revisões sistemáticas) e disponíveis naquele por meio de estudos para a comprovação desta aborda-
momento. Com os títulos idenrificados na Biblioteca Co- gem em pacientes com úlcera varicosa. I I Como ficaria
chrane, selecionamos os artigos em potencial para uma a pergunta clínica? Iniciamos pelos quatro itens-chave:
leitura minuciosa. Caso não existam evidências sobre o situação clínica - úlcera varicosa; intervenção de inte-
determinado assunto , o profissional poderá lançar mão resse - CPI; grupo/controle - nenhuma intervenção ou
2
Níveis de Ev idências Científicas na Prática Méd ica
procedimento sham de CPI; e desfecho de interesse - au- por parte do paciente de tomar o medicamento prescrito
mento da cicatrização das feridas. Seguindo a estrutura ou voltar ao consultório médico até falta de dinheiro para
da fonnulação de pergunta pela Colaboração Cochrane, a compra do mesmo. A utilização correta desses tennos
temos : O CPI é mais efetivo e seguro quando comparado auxilia no propósito do estudo, bem como na aplicaçáo
a nenhuma intervenção no aumento da cicatrização das exata dos resultados da pesquisa científica no cenário
feridas em pacientes com úlcera varicosa' mais apropriado ao paciente.
O objetivo e o título são uma derivação da pergun-
ta. Neste último caso , o objetivo ficaria assim: Avaliar ENSAIOS CLíNICOS RANDOMIZADOS
a eficácia e segurança dos dispositivos de compressão
E NíVEL DE EVIDÊNCIAS
pneumática intennitente quando comparado a nenhuma
intervenção no aumento da cicatrização das feridas em Para responder a questões sobre tratamento e preven-
pacientes diagnosticados com úlcera varicosa. E, por fim, ção , o melhor desenho de estudos são os ensaios clíni-
o título poderia ser: Dispositivos de compressão pneu- cos randomizados CECRs) , considerados uma ferramenta
mática intennitente versus nenhuma intervenção no tra- poderosa e revolucionária da pesquisa científica, pois:
tamento de úlcera varicosa. Ca) possuem pelo menos um grupo/controle ; Cb) são
ão é difícil desenvolver uma questão clínica, basta prospectivos; Cc) possuem processo de randomização
tennos os quatro itens-chave. É claro que , dependendo do (sorteio dos participantes para serem alocados em um
desenho de estudo, os itens-chave poderão variar, mas o dos grupos de tratamento, possibilitando a todos os in-
desfecho sempre estará presente. Em estudos coorte, temos divíduos a mesma chance de serem alocados tanto no
a situação clínica, o fator de risco e o desfecho de interes- grupo experimental como no grupo/controle e, desta for-
se. Por exemplo, variz associada à tromboflebite superficial ma , distribuindo de fonna homogênea as características
pode ser considerada um fator de risco para o desenvolvi- dos participantes como sexo , idade, estágio de doença,
mento de trombose venosa profunda) Neste caso, trombo- peculiaridades genéticas etc .); Cc) têm mascaramento
flebite superficial é a situação clínica; variz , o fator de risco; dos desfechos a serem avaliados (com intuito de evi-
e trombose venosa profunda, o desfecho de interesse. tar viés/tendenciosidade por parte do avaliador e do
paciente).12 É considerado um estudo cujos participantes
EFETIVIDADE, EFiCÁCIA, são alocados aleatoriamente para receber uma das várias
EFICI.Ê NCIA E SEGUR:'NÇ~ intervenções clínicas. Os ensaios clínicos randomizados
são experimentais, porque os investigadores podem in-
Quando abordamos tratamento e falamos em evidências, fluenciar no número e no tipo das intervenções , bem
estamos nos referindo à efetividade, eficiência, eficácia e como na rotina , duração e dose de uma intervenção .
segurança. Ao mencionannos efetividade , a referência é Além disso , os ensaios clínicos randomizados são consi-
ao tratamento que funciona em condições de mundo real. derados quantitativos , comparativos e controlados. 12
Eficácia, quando o tratamento funciona em condições de Neste desenho de estudo, existem, no mínimo , dois
mundo ideal. Eficiência, quando o tratamento é barato e grupos, um recebe a intervenção a ser testada (por exem-
acessível para que os consumidores possam dele usufruir. plo, compressão com monitorização pelo eco-Doppler em
E, por último, referimo-nos à segurança quando uma in- cores para tratar de falsos aneurismas) e o segundo grupo
tervenção possui características confiáveis que inviabili- será escolhido entre uma das 3 linhas de conduta: intervir
zam algum efeito indesejável para o paciente. (cirurgi.camente), nenhuma conduta ou placebo. Os dois
Quando o propósito é saber se medicamentos fun- grupos são seguidos de fonna que os participantes não se-
cionam em pacientes monitorados 24 horas na UIl, a jam perdidos até que os desfechos de interesse ocorram. O
palavra mais sensata aqui é "eficácia", pois o paciente re- primeiro ensaio clínico publicado ocorreu em 1948, e foi
ceberá toda a medicação e os procedimentos nos horários sobre o uso de estreptomicina para tuberculose.
preestabelecidos pela equipe médica. Por outro lado, se o Quando nos questionamos sobre efetividade de tra-
médico prescrever ao paciente uma medicação que deve tamentos e prevenção, a fonna geralmente adequada é
ser tomada de oito em oito horas, por exemplo, e pede ao a exclusão de estudos não experimentais, ou seja , des-
paciente que retorne ao consultório em duas semanas, o cartannos estudos observacionais, uma vez que seus
melhor termo aplicado para esta situação é "efetividade", resultados podem fornecer conclusões falso-positivas
pois as condições são reais, variando desde esquecimento sobre efetividade, eficácia e segurança. Devido à baixa
3
Níve is de Evidênc ias Cien tíficas na Prát ica Médi ca
ocorrência de vieses, os ensaios clínicos randomizados , das sobre aspectos acerca do diagnóstico clínico , o trata-
especialmente as revisões sistemáticas, possuem uma mento, a prevenção e o prognóstico:
metodologia adequada pélra nos instruir e, consequente-
mente, menor probabilidade de nos confundir em rela- • Formular uma questão clínica clara baseada nos qua-
ção às questões terapêuticas. Por esse motivo , as revisões tro itens-chave decorrentes de um problema gerado
sistemáticas tomaram-se o gold standard para julgarmos pelo paciente
quando um tratamento é mais benéfico ou maléfico, • Pesquisar na literatura por relevantes artigos clínicos.
quando comparado ao grupo/controle. • Avaliar criticamente a evidência em relação à sua vali-
Outrossim, o ECR é considerado nível 1++ de evidên- dade interna (metodologia) e aplicabilidade na práti-
cias, de acordo com o SIGN,7 e Ib, baseado no Oxford ca clínica (validade externa).
CEBM,8 mesmo quando há um risco de viés baixo, em • Implementar os achados úteis na prática clínica, con-
outras palavras, quando, por exemplo, houver perdas e siderando o nível e grau de evidências.
desistências <20% do total do tamanho amostrai em cada
grupo durante o seguimento do estudo. Neste último item , o médico pode tanto implemen-
Para elucidar a questão de nível e grau de evidências, tar diretamente as evidências em seus pacientes quanto
supomos querer saber sobre a efetividade da conversão do utilizá-Ias para gerar diretrizes clínicas (gu ideli nes).
sirolimo versus redução do inibidor de calcineurina em cân- Vale ressaltar que, para realizar uma avaliação crítica
cer de pr6stata em transplantados renais. Após a realização da literatura, o profissional deve ter acesso aos diferentes
da estratégia de busca, identificação de artigos em poten- métodos requeridos aos váríos desenhos de estudo exis-
cial e avaliação crítica dos mesmos, encontramos um ensaio tentes e que foram desenvolvidos por diversos autores no
clínico randomizado:13 Nível de evidência 1++ (de acordo Reino Unido e na América do Norte com intuito de capa-
com o SIGN7) e lb (baseado no Oxford CEBM8); grau de citar indivíduos sem pericia no assunto a avaliar artigos
evidência A. Nós classificamos o grau de recomendação clínicos. Tais estratégias podem ser utilizadas para avaliar
como A quando há evidências suficientemente fortes para artigos originais sobre diagnóstico , tratamento, prevenção
recomendar a intervenção (tratamento beneficiaI). e prognóstico , bem como revisões e metanálises. Os sites
Se, porventura , não encontrássemos ECR ou, então, www.sign.ac.uk e www.cebm.net apresentam diversos for-
nenhuma revisão sistemática, poderíamos basear nossa mulários de extração de dados e qualidade metodológica
prática clínica no próximo nível de evidências, como , por
para os diferentes desenhos de estudos.
exe mplo, estu dos coorte com boa qualidade metodoló-
gica (nível de evidência 2++ , de acordo com o SIGN/ e
nível 2b, baseado no Oxford CEBM8) . Importante ressal-
REFERÊNCIAS
tar que , com um grau de recomendação A ou C (evidên-
cias suficientemente fortes para indicar ou contraindicar L Castro M. A pergunta da pesquisa. In: Atallah AN, Castro M,
edi tores. Medicina baseada em evidências: fundamentos da
uma intervenção, respectivamente), devemos sempre
pesquisa clínica. São Paulo. Lemos editorial 1998; 22-8.
estar cientes do nível de evidência com que estamos li- 2. Browman GP Essence of Evidence-based medicine : a case
dando e que as recomendações poderão ser modificadas reporto ]ournal of Clinicai Oncology 1999; 17: 1999-1969.
conforme mais estudos no assunto estiverem disponíveis, 3. Sackett DL, Rosenberg WM , Gray]A, Haynes RB, Richardson
WS. Evidence based medicine: what il is and whal il isn't.
sejam estes publicados ou não. BM] 1996; 312(7023):71-2
O grau de recomendação é classificado como B 4. Ballard O] , Filardo G, Fowkes G, Powell]T. Surgery for
quando temos evidências, mas não definitivas , ou seja, small asymptomatic abdomi nal aortic aneurysms. Cochrane
Oatabase Syst Rev. 2008;(4): C0001835.
as evidências não são fortes o bastante para recomendar 5. Orummond]p, Silva E, Coutinho M. Medicina baseada em
ou refutar uma intervenção. Ou , então, quando não há evidências: novo paradigma assistencial e pedagógico. 2 ed.
nenhuma prova científica existente no momento sobre o São Paulo: Editora Alheneu, 2004.
determinado assunto. 6. Gomes MM . Medicina baseada em evidências, princípios e
práticas. 2 ed. São Paulo: Reichmann & Autores Editores, 2006.
Caso não possamos esperar pela finalização dos estu- 7. Scottish Intercollegiate Guidelines Network (S IGN) . Clinicai
dos, devemos seguir a hierarquia dos niveis de evidências guidelines: criteria for appraisal for national use . Edinburgh:
e trabalhar com aquelas disponíveis no momento .14 SIGN 50; 2004.
8. Centre for Evidence Based Medicine (CEBM). Leveis of
Em suma, existem quatro passos para o profissional evidence. Availab le in URL at http://www.cebm. net/index.
da área da Saúde praticar a MBE quando surgirem dúvi- aspx?o=1025
4
Níveis de Evidências Científicas na Prát ica Médica
9. Yu GL, Zhuang HP, Wang ZH, Liao]T. Evaluation of nitrate 12. ]adad A. Randomised controlled trials: a user 's guide. BM]
tolerance in patients with coronary heart disease by vascular 1998; 1:1 -3.
ultrasonography and treadmill exercise. Int] Cardiol 1999; 13. Watson Cj, Gimson AE, Alexander G], A1lison ME, Gibbs P,
69(2): 133-7. Smith ]C, et aI. A randomized controlled ttial of late conversion
10. Cochrane Reviewers' Handbook 4 .2.2. Centro fram calcineutin inhibitor (CNI)-based to siralimus-based
Cochrane do Brasil. Disponível em URL: http://www. immunosuppression in tiver transplant recipients with impaired
centrocochranedobrasil.org. renal function . Liver Transpl 2007; 13(12): 1694-702.
11. Nelson EA, Mani R, Vowden K. Intermittent pneumalic 14. Sackeu DL, Rosenberg WMC, Gray ]AM, et aI: Evidence-
compression for treating venous leg ulcers. Cochrane based medicine : What it is and what it isn't. BM] 1996;
Database Syst Rev 2008; (2):CD001899 . 312:71-2.
APÊNDICE 1
Níveis de evidência ( 7)
1 + + Metanálises de alta qualidade, revisão sistemática de RCT o u RCT co m baixo risco de viés.
1 + Metanálise bem conduzida, revisão sistemática de RCT o u RCT com baixo ri sco de viés.
2 + + Revisão sistemática de a lta qualidade em estudos tipo caso-controle ou "coorte" com baixo ri sco de viés ou chance e uma
alta probabilidade de que a correspo ndência seja casual.
2 + Estudos tipo caso-controle ou "coorte" bem cond uzidos com baixo risco de viés ou cha nce e probabilidade moderada de que a
co rrespondência seja casual.
2 Estudos tipo caso-controle ou "coorte" com alto ri sco de viés ou chance e probab ilidade mode rada de que a co rrespondê ncia não
seja casual.
4 Op in ião de especialista.
5
APÊNDICE 2
Centro para med icina baseada em evi dências de Oxford (M aio 2001 )18>
la SR (com homogeneidade ') do SR (com homogeneidade') SR (com homogeneidade') do SR (com homogeneidade') de SR (com homogeneidade') do
RCT de estudos coo rte iniciais; nível 1 - estudos diagnósticos; estudos coorte prospect ivos nível 1 - estudos econôm icos
CORt va lidado em diversas COR t com estudos 1b de
popul ações centros clín icos diferentes
lb RCT individual (com pequeno Estudos coorte iniciais e Estudos coorte de va lidação" Estudo coorte prospectivo com Aná l ise baseada em custos
z
intervalo de confiança t) ind ivid uais com ~ 80% de com bonsttt pad rões de bom seguimento " " clínicos ou alternati vas;
<'
(1)
<f>
seguimento; COR t va lidado referência ou CORt testado revisão sistemática de
c...
em uma única popul ação em um centro clínico evidências, incl uindo análise (1)
n
2a SR (com homogeneidade') de SR (com homogeneidade') ou SR (com homogeneidade') de SR (com homogeneidade') de SR (com homogeneidade') de (1)
a- estudos coo rte estudos retrospecti vos coo rte
ou grupos/controle não
estudos diagnósti cos nível > 2 estudos 2b e melhores estud os de nível econôm ico
>2 -
:J
- .,
n
tratados em RCT !l>
<f>
2b Estud o coo rte individual Estudos retrospectivos coo rte o u Estudos expl oratóri os" coo rte Estudos coorte retrospectivos ou Análi se baseada em custos -'
!l>
(incluindo RCT de baixa seguimento de com bons padrões de ttt seguimento deficiente clínicos ou alternativas; \l
qualidade; exemplo: pacientes-controle não referência; COR t após revisões limitadas de ~
seguimento <80%) tratados em um RCT; deri vação, ou amostras evidências ou estudos n
!l>
derivação de CORt o u repartidas § § § ou bases de si mpl es, incl uindo análi ses
~
amostras repartidas §§§ dados mu ltifatoriais (1),
c...
2c Pesquisa "Resultados" ; Estudos Pesquisa "Resultados' Auditoria ou Pesquisa n
Estudos ecológicos !l>
ecológicos sw dies " Resultados'
3b Estudos casos-contro le Estudos não consecutivos ou Estudos não co nsecutivos coo rte Análise baseada em altern ativas
individuais sem padrões consistentes de ou populações muito limitadas ou custos lim itados,
referência apl icada estimativas de má qualidade
de dados, mas incl uindo
análise de sensitiv idade
incorporando variações
cli nicamente sensíveis
4 Séri es-casos (e estudos c oorte Sé ri es-casos (e estudos Estudos caso-con trole, padrões Séries-casos ou padrões d e Estudos sem anál ise de
de baixa qualidade e prognóstico s coorte de baixa referenciais independentes referência interca mbi áveis sen sitividade
caso-cont rol e §§) qualidade ***) de baixa qualidad e ou não
ind ependentes
5 Opinião de especialista sem Opinião de especiali sta sem Opinião de especia li sta sem Op inião de espec iali sta sem Opinião de especia li sta sem
contro le c ríti co o u baseada con tro le críti co ali baseada control e c rítico ou baseada controle c ríti co ou baseada controle c rítico ou baseada
em fisio logia, trabalhos em fisiologia, trabalhos em fisiologia, t raba lhos em f is iolog ia, trabalhos em fisiologia, trabalhos
experi m entais Oll " princípios exp erim entais ou " princípios ex perim entais ou " princípios ex perim entais o u " princípios expe rim enta is o u "p rincípios
básicos" básicos" bási cos" b ás icos" bás icos "
- - ------ - - - ---- -
Produzido por Bob Phillips, Chris Ball , Dave Sackett, Doug Badenoch, Sharon Straus, Brian H aynes, M artin Dawes since November 1998.
Notas
Usuários podem adicionar um sinal de menos "-" para marca r o nível em existe falta de prover um a resposta conclusiva devido a:
z
:;;::'
o um resultado único com um interva lo de con fi ança muito amplo (como, por exem plo, um ARR em um RCT não é estati sti camente significan te, mas onde o interva lo de con fi ança falha em excl uir benefício (1)
clinicam ente importante ou dano). <J>
o Ou a uma revisão sistemática com heterogene idade com prob lemas (estati sti ca mente signifi ca nte). a...
(1)
o Tal evidência é inconcl usiva e só pode gerar recomendações Grau D. m
. Por homoge neidade, entende-se uma revi são sistemática que é livre de va riações (heterogene idade) em direções e graus entre estudos individuais. Nem todas as revisões sistemáticas com
heterogenicidade estati sticamente signifi ca nte devem se r preocupantes, e nem toda heterogeneidade preocupante deve ser estati sti camente signifi ca nte. Como indicado acima, estudos mostrando
<
a...
(1»
:::l
n
hetero genicidade preocupante devem ser marcados com um "-" no fim de seu nível designado. til
<J>
t Regra de decisão clínica (estes são algoritmos ou sistemas de pontuação que levam a um a estim ativa prognóstica ou a uma catego ria diagnósti ca). n
-
(1)
'I
+ V eja nota #2 para orientação como entender, classifica r e usa r estudos com amplos intervalos de confiança. :::l
§ D efinido quando todos os pacientes fal eceram antes que o Raio X fosse disponível, mas agora algun s sobrevivem a ele; ou quando algun s pacientes faleceram antes que o Raio X fosse disponível,
......
n
m as nenhum ago ra falece. til
<J>
§§ Por um estudo coorte de baixa qualidade, entendemos que foi falho claramente em definir grupos comparáveis, eJou sem sucesso em medir expos ições e os mesmos resul tados (preferencialmen te :::l
til
cegos) em indivíduos ex postos e não ex postos, eJou fa lharam em identificar ou contro lar apropri adamente erros conhecidos, eJou fa lharam em rea l izar segu imento de lo nga duração e completo -o
nos pacientes.
~,
Por estudo caso-controle de ba ixa qualidade, entendemos aq uele que falhou em definir cla ramen te os grupos de comparação eJou falh ou em medir exposições e resu ltados nos mes mos n
til
(preferencialmente cegos), proposta objetiva nos casos e controles eJou falhou em ident ificar ou controlar erros conhecidos.
~
§§§ (1),
V alidação em amostra repartida é consegu ida reunindo-se toda a in form ação em um grupo único e arti fi cia lmente dividindo-o em amostras de "deri vação" e "va lidação" .
a...
tt Um "S pPin abso luto" é um achado di agnóst ico cuj a especificidade (~) é tão alta que um resultado posi ti vo (E) implica diagnóstico de certeza (~) . Um "SnOut absoluto " é um achado d iagnósti co n
til
cuja sensibilidade (~) é tão alta que um resultado negativo (!"l) é tão alto que um resul tado negati vo (!"l.) afasta (O u!) um diagnóstico.
:j::j: Bom, melhor, ruim e pi o r se referem às comparações entre tratamen tos em term os de seus riscos e benefícios clínicos.
ttt Pad rões de referência Bons são independentes do teste e apli cados "cegamente" ou objeti vamente em todos os pac ientes. Padrões de referênc ia Ruins são apli cados a esmo, m as ainda
independentes do teste. O uso de um padrão de referência não independen te (onde o "teste" é inclu ído na " referência" ou quan do "testar" afeta a " referência") im p li ca um estudo níve l 4.
tttt Tratamentos de melhor valor são claramente tanto bons quanto baratos ou melhores com o mesmo ou menor cus to. Tra tamentos de pior valor são tra tamentos tanto bons quanto mais caros o u
... an áli se de regressão) para definir quais fatores são "significa ntes" .
Por estudo coorte de qualidade prognóstica " ruim ", en tendemos aq ueles nos quais a amostra apresenta viés em favor de pacienies que já apresen ta va m o resultado-alvo ou que medidas
de resultado foram conseguidas em <80% dos pac ientes do estudo ou resu ltados foram definidos "não cegamente", não respe itando os obj etivos, ou não havia correção para fatores que
confundiam.
**** Bom seguimento em um estudo de diagnósti co diferencial é > 80 % com tempo adeq uado para que diagnósticos altern ati vos apareçam (exem pl o: 1-6ll1eses para doenças agudas, 1-5 anos para
do enças crõni cas).
-- - ---
Níveis de Evidências Científicas na Prática Médica
APÊNDICE 3
Graus de recomendações ("guidelines") modificados de acordo com (Referência Oxford)8
Grau · Recomendação
8
CAPíTULO 2
Sérgio X. Salles-Cunha
Princípios Básicos Domingos de Morais Filho
INTRODUÇÃO
o som é o resultado de ondas longitudinais de pressão
provocando compressão e rarefação sucessivas nos meios
de propagação. As ondas sonoras são a resposta do meio
a uma perturbação . As ondas propagam-se nos meios
elásticos, gases, líquidos ou sólidos, e são produzidas por
uma fonte vibratória. As ondas sonoras são definidas por
sua amplitude e sua frequência.1. 2 As ondas que com-
põem o som audível ao ouvido humano têm frequências
entre 20 e 20.000 Hz (2 0 KHz). Ondas sonoras com fre-
quência > 20 KHz são chamadas de ultrassom. 1· 2
A ultrassonografia aplicada ao diagnóstico das dotn-
ças vasculares , ou ecografia vascular, baseia-se em téc- ~ Figura 2.1. Exame dúplex em Modo B (parte superior) e
análise espectral (parte inferior). A linha pontilhada inclinada
nicas de imagem e medidas de velocidade do fluxo san-
indica a direção central do feixe de in sonação para detecção
guíneo. A combinação da imagem anatômica de Modo de velocidades; as duas barras paralelas determinam o
B com a detecção da forma da onda da velocidade san- volume de amostragem.
guínea, a análise espectral, foi popularizada com o nome
de dúpl ex Doppler ou Ldtrassol1ografia dúpl ex (dúplex de
duplo e Doppler porque se baseia no efeito descrito por
Johan Christian Andréas Doppler em 1842) 34 Esta téc- .•. . .• ~I ···_·~·· .
nica de exame revolucionou o diagn óstico não invasivo
"".
das doenças vasculares na década de 1980 (Fig. 21 ). --.~
Uma 2 ~ revolução aconteceu na década de 1990 e se ba-
... ~
seou na combinação das imagens da anatomia (Modo B) ,.
.. :-.-
'. ~
_ -- ...
com a da dinâmica de fluxo (Modo cor). 5.6 A imagem de :. .~ .,. ' ..-' , - .._-."-'... _-
, ,
fluxo em cores, ou ecografia vascular em cores, facilitou .)
9
Princípios Bás icos
gráfico. Depois de obtidas, as imagens são processadas gia de transmissão não é tão importante em aplicações
com melhor relação sinal-ruído, além de outros benefí- vasculares periféricas quanto durante a avaliação fetal ou
cios, como colorização da escala de cinza ou perspectivas da córnea ocular. Deve-se ter cuidado ao examinar vasos
tridimensionais. oculares ou perioculares.
Entre as técnicas disponíveis, os princípios bási- Energia é gasta durante a propagação de ondas me-
cos das seguintes técnicas ecográficas são apresentados cãnicas, com diminuição da amplitude do sinal. Como
neste capítulo: alternativas para imagem de brilho em a velocidade das ondas ecográficas é muito semelhante
Modo B, dúplex Doppler, fluxo em cores, imagem do nos vários tecidos moles , essa diminuição de sinal é con-
sinal de potência Doppler (Power Doppler™) , imagem siderada uma exponencial simples tanto no espaço como
de brilho sanguíneo (B flOW™) , imagem expandida, bem no tempo. Os ecos são amplificados para compensar essa
corno apresentações das perspectivas tridimensionais. O atenuação.
uso dos controles de comando para alterar ganho , per- A atenuação da onda ecográfica é dependente da fre-
sistência, escala de velocidades e prioridade de sinal é quência de repetição dos picos e vales da onda. Essa
descrito, e as influências dessas técnicas em aplicações frequência de insonação também controla a resolução
na ecografia arterial e venosa também são apresentadas. axial da imagem ecográfica. l ..1 Quanto maior a frequência,
Especificamente, os tópicos seguintes incluem os prin- menor a distância entre vales ou entre picos da onda eco-
cfpios fundamentais e as técnicas de imagens comuns, gráfica. Esse espaço, chamado de comprimento de onda,
tanto as imagens estáticas quanto dinâmicas. Processos detern1ina a resolução axial da imagem (Fig. 2.3) . A dire-
básicos de imagem harmônica, técnicas de ressonância ção axial baseia-se em um modelo de linhas para demons-
ou tomografias aplicadas a ultrassonografia e outras téc- trar a insonação do tecido. Na prática, o modelo inclui um
nicas recentemente desenvolvidas são descri tos. feixe de linhas retas. Tal feixe de onda tem um formato
tridimensional , com uma região de concentração seg·uida
de uma região de dispersão. Muitos feixes sz.o usados para
IMAGENS ESTÁTICAS criar uma imagem. Um transdutor linear cria linhas ou
Imagens ultrassonográficas estáticas dependem funda- feixes em paralelo, que penetram no tecido perpendicuiar-
mentalmente da construção de uma imagem de brilho mente à pele. Um transdutor setorial cria linhas ou feixes
em Modo B. O processamento de dados está cada vez que divergem , criando um setor angular, razão pela qual
mais rápido , permitindo a análise de bases de dados transdutores setoriais apresentam pior resolução lateral à
enormes em tempo real. A ecografia vascular se bene- medida que a imagem se aprofunda (Fig. 2.4).
ficiou desse avanço com o desenvolvimento de técnicas Os sinais das ondas de ultrassom refletidas pelos te-
complexas com redução de sinais de ruído e melhor re- cidos são detectados pelos transdutores piezelétricos t
conhecimento das estruturas anatômicas. Os princípios transformados novamente de mecânicos em elétricos.
fundamentais para construção da imagem em Modo B e Esses sinais elétricos na banda de radiofrequência são
algumas dessas técnicas avançadas de imagem são des- processados analógica ou digitalmente . A composição da
critos neste tópico. imagem depende da velocidade de ultrassom no tecido e,
consequentemente , do número de linhas ou feixes emiti-
dos por unidade de tempo. Essa densidade de linhas ou
Imagem de brilho em Modo B
A imagem clássica da ultrassonografia geral ou ecogra-
fia vascular depende de ecos e baseia-se nos princípios
lMl
de reflexão, refração e dispersão da energia de ondas do
ultrassom. Inicialmente, o equipamento ultrassonográfi-
co gera uma onda eletrônica e transdutores piezelétricos
transformam a onda elétrica em uma onda mecânica. Ao
Comprimento
I
1_ _ _ _
se transmitir energia ao corpo humano , a potência ou de onda
a intensidade da onda mecânica podem ser deletérias a
ce rtos órgãos. O ultrassom para diagnóstico é utilizado
~ Figura 2.3. Ondas de ultrassom em direção à direita,
nas frequências entre 1 MHz 0 06 Hz ou um milhão de emitidas pelo transdutor à esquerda e o comprimento de
ciclos por segundo) e 50 MHz . H O controle da ener- onda respectivo.
10
Princíp ios Básicos
Ondas mecânicas
Quando uma pedra é atirada na água, a superfície desta
abaixa e depois volta a subir (Fig. 25A). As partículas
de água oscilam para baixo e para cima por algum tem-
//11 \\\\
po enquanto as amplitudes de tal oscilação diminuem
até a volta ao estado inicial de repouso. À medida que
as partículas atingidas pela pedra sobem e descem, tais
partículas puxam as partículas vizinhas para baixo e para
• Figura 2.4. Transd utor linear (A ) e setorial (8 ) com as cima. Uma onda de movimentos das partículas de água
lin has de di reção dos feixes de ultrassom. se transmite radialmente em todas as direções. Partículas
de água não atingidas pela pedra passam a oscilar para
feixes influencia a quantidade de processamento digital cima e para baixo, e passam a puxar as partículas vizinhas
necessária para criar a imagem. para cima e para baixo (Fig. 25B) , transmitindo o mo-
Uma imagem bidimensional é um quadro com certo vimen to por certa distância a uma certa velocidade, de-
número de linhas ou feixes transmitidos e sinais recebi- pendendo do tipo de água (de rio , mar, suja, limpa etc) .
dos em um intervalo de tempo. O transdutor eletromecã-
nico, piezelétrico , é tanto transmissor quanto receptor de
sinais. A transmissão é curta e a recepção é dependente
da profundidade da imagem a ser adquirida. Consequen-
temente, o sinal de transmissão é pulsá til no domínio do
tempo. A aparência de tempo real é definida pela per-
cepção do olho humano. A eletrônica moderna permite
o processamento rápido de uma quantid?de enorme de
dados , dando a impressão de tempo real. Quanto mais
antigo o instrumento, maior a probabilidade de que o
olho humano perceba a formação vagarosa das imagens
ou dos quadros individuais . A imagem é então processa-
da para ser apresentada no monitor.
Ecografia
A percepção primária de um eco é experimentada quan-
do se fala ou se grita em frente a um conglomerado de
montanhas. A voz é criada por um individuo, transmitida
pelo ar, refletida pelas montanhas e, após um tempo de
atraso, escutada pelo mesmo indivíduo ou grupo de pes-
soas adjacentes. Em princípio, seria possível reconstruir
uma imagem da superfície dessas montanhas refletoras
de som com base nos sinais sonoros, nos ecos recebidos.
Esse tipo de eco refletido, entretanto, só criaria a imagem
de uma superfície ou, em nosso caso , uma só parede vas-
cular. Na ecografia vascular, para se criar uma imagem
da outra parede do vaso, é necessário que uma parte do • Figura 2.5 . (A) Ondas em um lago após lançamento de
uma ped ra na água (seta) . (8 ) Movimento das pa rtícul as na
sinal prossiga adiante por refraçã? Assim , reflexões de água numa onda (boia vermel ha da linh a de pesca) onde V
várias interfaces podem ser recebidas e essas interfaces representa a velocidade da onda e A o comprimento de onda.
11
Princípi os Bás icos
Eventualmente as oscilações não se localizam mais no cular, só que do outro lado da perpendicular. Por exem-
local onde a pedra caiu, mas são vistas na periferia. Final- plo, se a perpendicular está a 90° com relação à parede do
mente, até a periferia volta ao estado de repouso inicial. vaso e a onda incidente incide na parede do vaso a 80°, a
Este é um exemplo de uma onda de propagação trans- onda será refletida a 100° com relação à parede do vaso.
versal: a onda se propaga na direção perpendicular ao Uma incidência perpendicular a 90° da parede do
movimento das partículas. vaso resulta em reflexão perpendicular a 900. Essa é a me-
Um navio passa e desloca as partículas de água, mo- lhor insonação para mostrar as paredes das artérias e veias.
vendo-as em direção horizontal. Essas partículas compri- O eco não atinge o transdutor se o ângulo de insonação for
mem as partículas vizinhas que as empurram de volta, muito grande, deteriorando a imagem das paredes do vaso.
criando uma oscilação local que se transmite às partículas Portanto, o sinal refletido é otimizado quando se coloca o
vizinhas e assim por diante em direção à periferia, partin- eixo longitudinal do vaso paralelo à face do transdutor.
do da origem da onda. Essa onda também se transmite por
uma certa distância , com uma velocidade característica do Refração
meio (água), enquanto as amplitudes de oscilação decres- Parte da energia que atinge a parede proximal do vaso
cem e finalmente a área toda volta à situação de repouso é transmitida para regiões mais profundas (Fig. 2.6A).
inicial. Essa é uma onda de propagação longitudinal: a A direção de propagação após a superfície de reflexão é
onda se propaga na direção dos movimentos das partícu- ligeiramente diferente da direção da onda incidente. A
las. É provável que as ondas ultrassonográficas nos tecidos mudança de ângulo é dependente das características de
sejam eminentemente longitudinais, embora não se possa cada tecido antes e depois da superfície refletora. Como a
excluir ondas em direções de propagação mais complexas. velocidade de propagação do ultrassom em vários tecidos
Tais ondas podem ser descritas como uma onda senoidal, é semelhante, essas mudanças de direção são mínimas e
que tem amplitude máxima, frequência em oscilações no não afetam extraordinariamente a imagem vascular. Mas-
domínio do tempo que se propagam a uma velocidade re- sas com líquidos em que a velocidade do ultrassom é
lacionada com as características do meio. A distância entre diferente , entretanto, causam distorções maiores.
os picos espaciais define o comprimento espacial da onda.
A velocidade de propagação é igual ao produto do compri- Dispersão
mento de onda e da frequência de oscilação temporal.
Reflexão e refração acontecem quando o comprimento
de onda é pequeno com relação à superfície especular.
Reflexão Caso a onda atinja uma partícula pequena, menor do que
Na reflexão especular, a direção da onda incidente tem um um comprimento de onda, a energia é dispersa em todas
ângulo com a perpendicular ao plano do espelho (Fig. 2.6). as direções (Fig. 2.6B), fenômeno que pode acontecer
A onda refletida faz o mesmo ângulo com essa perpendi- com partículas de tecido humano. O processo de disper-
t Feixe de ultrassom
Partículas
.. Figura 2.6. (A) Ondas ultrassonográficas, reflexão e refração. OI , onda incidente; ORL, onda refletida; e ORF, onda
refratada. (8) Ondas ultrassonográficas, d ispersão.
12
Prin cíp ios Básicos
são, em principio, causa ruído na imagem ecográfica e por terem amplitudes relativamente pequenas. Esse tipo
deve ser filtrado. Entretanto, tal sinal pode ser explorado de metodologia, chamada de análise de Fourier, 7-9 cria o
para otimizar a imagem de certos tecidos como o sangue conceito de bandas de freq uência. Uma frequência única
e de órgãos como o rim e o fígado (harmônicas) . raramente é obtida na prática. Atualmente, os métodos
de criação de imagem usam bandas mais largas de fre-
Ondas eletrônicas quência, ou seja, usam um intervalo de frequências .
O algoritmo computacional FFT, ou fast Fourier
As ondas eletrônicas são representadas da mesma forma
que as ondas mecânicas, com os elétrons constituindo as
transform, revolucionou a análise de ondas espectrais,
pois permite o cálculo das componentes senoidais com
partículas individuais.
extrema rapidez eletrônica.10
Transformação de Fourier
Uma onda de forma complexa pode ser representa- Transdução piezelétrica
da como uma somatória de ondas senoidais com fre- Certas substâncias transformam oscilações elétricas ou
quências distintas (Fig. 2.7). Em particular, uma onda eletrônicas em vibrações mecânicas e vice-versa. Tais
quadrada, por exemplo , pode ser representada como uma substâncias são usadas nos transdutores ultrassonográ-
somação de ondas senoidais: (a) com a mesma fre- ficos. Os transdutores lineares são constituídos por uma
quência fundamental, (b) com a frequência dupla da linha reta de elementos piezelétricos. O número de ele-
frequência fundamental, (c) com a frequência tripla mentos usados pode variar: por exemplo, ser 64, 128,
da frequência fundamental , e assim por diante, cada har- 256 ou mais. Aparentemente, um múltiplo de 2 facilita
mônica com amplitudes de sinal cada vez menores até o controle de sinais digitais. Um transdutor setorial tem
que as harmônicas de frequência mais altas praticamente um arranjo curvo dos elementos em um arco.
não influenciam mais a representação da onda original,
Transmissão
, - - - - - - - - Forma de onda resultante A transmissão do ultrassom é pulsátil , sendo que um
~ +-- - - - - - Frequência fundamental pulso dura aproximadamente 1% do ciclo . Portanto , a
....... maior parte do ciclo está ocupada em recepção . Em ter-
mos simples, o pulso transmitido é retangular, contendo
vários ciclos senoidais do sinal de [requência de imagem .
Assim, existem duas frequências no sinal ecográfico: a
de repetição dos pulsos de transmissão, pulse repetition
frequency ou PRF, e a frequência do sinal dentro de cada
pulso. Esse sinal pode ter uma faixa larga de frequências
para criar a imagem. Técnicas modernas usam transmis-
são por multifrequências, banda larga e até mesmo se-
quências de pulsos. As sequências de pulsos dos equi-
pamentos de ultrassom são projetadas para reconhecer
certos tipos de tecido com mais eficiência.
Como a velocidade do ultrassom é semelhante nos
tecidos mais comumente avaliados, de cerca de 1.500
m/s, a frequência de repetição do pulso é determinada
~ Figura 2.7. Transformação de Fourier. Uma onda
pela profundidade do tecido a ser examinado. Por exem-
complexa pode ser decomposta em uma somató ri a de ondas
senoidais, sendo uma onda senoidal fundamental com a
plo, a onda ultrassonográfica percorre 15 cm para cons-
mesma frequência da onda comp lexa e demai s harmôni cas truir a imagem de uma estrutura posicionada a 7,5 em
com frequências múltiplas da fundamental. Na figu ra, uma de profundidade, distância percorrida em 0,1 ms (milis-
frequência fundamental e harmôni cas de frequ ências 3, 5
segundos), o que define a frequência de repetiçãO como
e 7 vezes a freq uência fu ndamental estão demonstradas
em linh as cheias, e a somatória destas ondas fundamental
10 KHz, ou 10 mil pulsos por segundo. Quanto maior a
e harmônicas, a onda resultante, está il ustrada em linha profundidade do objeto a ser examinado, menor a fre-
pontilhada. quência de repetição dos pu lsos necessária no exame.
13
Pri ncípios Básicos
~
~V
MOO;IOC U Moo;loc t Transdutor
{::,
\.'-----.,,-------/
Distância focal
14
Princípios Básicos
15
Pr incípios Bás icos
Persistência
A persistência da informação obtida em um quadro ou
tela (frame) pode ser estendida a várias telas subsequen-
teso Esta técnica pode ser usada como a) ajuste para o
sinal médio entre telas, diminuindo o ruído randõmico
da imagem; ou b) como somatório de informações de
cada tela para aumentar a sensibilidade a sinais baixos ou
aleatórios. O controle varia normalmente entre Oe 6, re-
presentando imagem em tempo real sem persistência ou
persistência máxima com utilização simultânea do maior
número de telas permissíveis.
Monitor
Uma imagem não pode ser melhorada entre o instrumen-
to e o monitor, mas o monitor pode degradar a imagem.
Quanto mais linhas horizontais e verticais o monitor ti-
ver, melhor a representação das imagens.
Composição da imagem
Processos modernos podem recriar uma imagem única com
informações obtidas durante a criação de várias imagens.
Por exemplo, a técnica sono CF~1 recria uma imagem me-
diante a composição de dados obtidos pela insonação da
região de interesse em inúmeras direções diferentes (Fig.
2.11). Sabemos que uma placa calcificada bloqueia energia ~ Figura 2.11. Esquem a representativo da técnica sono
ultrassonográfica, criando uma sombra acústica quando a
Te transferida da tomografia para a ul trassonografia (A)
comparada com a técn ica cláss ica de um transdutor linea r
insonação é perpendicular a tal placa. Na técnica de sono com feixes perpend iculares (8).
CF~I , ângulos de insonação não perpendiculares à placa
calcificada podem criar uma imagem dentro da sombra
acústica que é então minimizada ou eliminada. Comprimento
Comprimento
de onda
de onda
menor
DOPPLER
Sinal Doppler
Christian Doppler equacionou o aumento de frequência
observado , por exemplo, no apito de um trem se aproxi-
mando da estação, mostrada como coloração ultravioleta
das estrelas se aproximando da Terra e no som da sirene
do carro de bombeiros se aproximando de um especta-
dor. Pelo contrário, a equação Doppler também descreve I MOVimento:>
a diminuição de frequência do apito do trem sain do da
~ Figura 2.12. Representação gráfica do efe ito Doppl er. O
estação, na coloração infravermelha das estrelas de afas-
observador atrás do emisso r (ca rro de bom beiros) percebe o
tando da Terra e no som da sirene do carro de bombeiros som comprirn ento de onda maior que o observador à frente
se afastando do espectador (Fig. 2.12). do emissor.
16
Pri ncípio s Básicos
17
Pri ncíp ios Básicos
Ângulo de insonação
Protocolos usando o pl1ncípio de que o ãngulo de inso-
nação deve ser igualou menor que 60° são inválidos para
comparação de velocidades. Na maioria dos instrumentos
já testados, as estimativas de velocidades são menores com
ângulos de insonação de 50° quando comparadas com esti-
mativas de velocidades obtidas a 600. Estimativas de veloci-
dades devem ser comparadas com critérios de velocidades
obtidos com o mesmo ângulo de insonação."629 Verifique se
as estimativas de velocidade se alteram dependendo do ân-
gulo de insonação no seu próprio instrumento.
18
Princípios Básicos
• Existe movimento? Detectado pela frequência do Dop- língua inglesa) de pelo menos duas vezes a da maior fre-
pler, pelo domínio de frequência ou por técnicas mais quência a ser gravada. 31· )2 Quando o PRF é < 2 vezes a fre-
rápidas no domínio do tempo . quência de pico da onda examinada, temos aliasing, que
Se a resposta é NÃO , então o pixel é representado de aparece no registro como frequências (ou velOCidades)
acordo com as regras para imagem de brilho em Modo B. de direção oposta às registradas (Fig. 2.16). Transdutores
Se a resposta é SIM, a próxima pergunta será: com frequência menor também possuem um PRF menor,
• O movimento é na direção do transdutor 7 tendendo a produzir aliasing mais frequentemente. O
Se a resposta é SIM, o pixel será representado pela aliasing acontece com todas as medidas de velocidade ,
cor supelior da barra de cor do instrumento . seja no Modo Doppler para análise espectral, ou no Modo
Se a resposta é NÃO , o pixel será representado pela cor. No Modo cor, o aliasing apresenta-se como a mu-
cor inferior da barra de cor do instrumento. dança de cor de um extremo da barra de cor diretamente
para o extremo oposto, por exemplo de vermelho para
Normalmente a barra de cor do instrumento tem
azul, sem passar pelas cores de velocidades intermediá-
duas cores básicas: azul e vermelho. A barra também
rias, com o preto representando os filtros de velocidades
apresenta um gradiente de cor: a cor mais central é escu-
baixas ruidosas (Fig. 2.17).
ra e fica mais clara na direção das extremidades da barra.
Velocidades mais altas são representadas por cores mais
claras.
A imagem em cores das velocidades de fluxo em uma
artéria , ao mostrar as áreas com alteração de [luxo , serve
de "guia" para o posicionamento do volume de amostra
e realização da análise espectral no local (Fig. 215), para
confirmação das alterações de velocidade.
19
Princípios Básicos
llld) !tIH I,
20
Princíp ios Básicos
imagem em cor o mais próximo do tempo real. Sinais ran- O movimento sanguíneo é detectado no Modo B e
dômicos ou sinais de pouca velocidade ou mínimo volume pode ser representado tanto na escala de cinza como em
21
Princípios Básicos
Imagem expandida
A imagem expandida apresenta dados sequenciais de
imagens de brilho , Modo B ou de fluxo em cor. A vanta-
gem principal está na rep resentação, na transmissão da
infonnação de maneira mais semelhante à angiografia.
Em princípio, a informação já está contida nas imagens
individl.:.ais que faze m parte da imagem composta. 37·39
A imagem expandida , conce itualmente, apresenta-se
de maneira similar à imagem out ro ra obtida por lransdu-
tores com braço mecânico de posição. Modernamente, as
imagens sâo criadas por um novo processador de dados
capaz de produzir imagens ultrassonográficas contínuas
de áreas m ais exte nsas que os equipamentos convencio-
nais, sem a necessidade do braço mecânico de posição.
Como as imagens são criadas pelo mapeamento contí-
nuo , em tempo real, segmentos da região de interesse
são analisados e combinados com imagens estáticas pré-
vias guardadas na m emó tia do equipamento. Técnicas de .
reconhec imento e regist ro de imagens são empregadas
para recuperar a movimentação e a rotaçâo do transdutor
(Fig. 2.22) Com isso, elimina-se a necessidade do uso
de um sensor de posição e pennite-se a apresentação d e
uma única imagem, num limite máximo d e va rredura .
Imagem harmônica
Salientamos que a imagem ecográfica é forn1ada pela
análise de ecos recebidos pelo transd utor, ecos tais cau-
sad os por refl exão de estruturas anatômicas ou sinais de
movimento d o sangue ou mesmo do tecido. Também
ind icam os que a resolução da imagem é melhor para fre-
quências mais altas . Mas a atenuação de frequências mais
altas é maior, resultando em sinais mais fracos de menor Figura 2.21. Modo B flow mostrando diversos exames
amplitude. Processamentos especiais modernos permi- com a técnica. (A) Bifu rcação carotídea com medida de
tem análises dos sinais de segunda harmônica. A resolu- estenose. (B) Medida de estenose com placa na carótida
comum . (C) Stent na carótida interna, com estenose. (D)
ção de sinais na segunda hannônica, então, seria melhor
Anastomose proximal de enxerto axilofemoral. (Cortesia do
que a reso lução de sinai s da frequência fundamental, ou Prof. Dr. Hamilton Rollo, da Unesp de Botucatu, SP).
22
Princíp ios Básicos
23
Princíp ios Básicos
Em resumo, a evolução técnica pode ser resumida A imagem ecográfica clássica é função dos feixes per-
em três fases: 1) emissão e recepção de uma única fre- pendiculares à linha representando a superfície de um
quência fundamental ; 2) emissão e recepção de uma transdutor (Fig. 2.11) . Como exemplo fictício, outras
banda de frequências com análise de frequência em imagens seriam criadas com feixes alO, 20, 30, 40 graus
função da profundidade da imagem e 3) emissão de fre- de desvio de tal feixe perpendicular, ou na direção opos-
quências fundamentais ou primeira harmônica e recep- ta, a-10, - 20, - 30, -40 graus.
ção e processamento da segunda harmônica. Em prin- E como estas imagens, ou melhor, estes feixes oblí-
cípio, a segunda harmônica tem melhor resolução com quos seriam criados?
imagens aprimoradas para regiôes profundas e em pa- A imagem fundamental com feixes perpendiculares
cientes obesos 40-41 (Fig. 2.23). seria criada com excitação simultãnea de todos os ele-
mentos do transdutor. Assim , a frente da onda transmi-
Imagem composta espacial - Sono Te tida seria paralela à face do transdutor. Entretanto, se os
o título usado seria uma tradução da técnica sono Te elementos da esquerda fossem excitados antes dos ele-
inicialmente popularizada pela ATL. A técnica básica mentos da direita, em uma forma contínua, com atraso
produz uma imagem representando a média dos sinais da excitação entre cada elemento da esquerda para a di-
refletidos durante a formação de várias imagens diferen- reita, a frente de onda seria mais profunda na esquerda
tes da mesma região. A diferenciação entre uma imagem do que na direita. Dependendo do atraso entre elemen-
e outra seria a direção das linhas ou direção dos feixes tos, a inclinação da frente de onda seria maior ou me-
ultrassonográficos. nor. Quanto maior o atraso da excitação entre elementos,
maior a inclinação da frente de onda e maior o ãngulo
entre os feixes ultrassonográficos em relação aos feixes
perpendiculares à superfície do transdutor. Se descrever-
mos esta inclinação como de ãngulos positivos, a inclina-
ção dos feixes excitados sequencialmente da direita para
a esquerda seria de ãngulos negativos em relação aos fei-
xes perpendiculares.
Já descrevemos que esta técnica de imagem tem a
capacidade de obter informação além de uma placa arte-
rial calcificada que reflete totalmente a energia dos feixes
perpendiculares. Imagine uma placa horizontal criando
uma sombra sem ecos. Os feixes inclinados penetram
sob a placa e recebem ecos das estruturas mais profun-
das que a placa, na região de sombra da imagem de feixes
perpendiculares.
Outra vantagem seria a otimização de imagens de
paredes refletoras inclinadas, pois a probabilidade de
imagem por um feixe perpendicular a tal parede refle-
tora oblíqua aumenta. Outro ponto em consideração é
que os cálculos de médias eliminam ruídos aleatórios,
pois tais ruídos com sinais positivos e negativos têm
média zero.
24
Pri ncípi os Bás icos
X-Res
X-Res são técnicas complexas desenvolvidas inicialmente
para imagens de ressonância magnética que foram adap-
tadas à imagem ultrassonográfica. Os objetivos dessas
técnicas são melhora de imagem de tecidos específicos
com melhora das bordas das estruturas e diminuição de
ruído, tais como imagem granulada semelhante a areia
.. Figura 2.24. Imagem com contraste demonstrando
salpicada (speckles), nebulosa (haze) e desorganizada endo leak em um aneurisma da aorta abdomina l tratado com
como roupa jogada ou amontoada (clutter). endoprótese.
25
Pr incf pios Básicos
Imagens tridimensionais
As imagens tridimensionais podem ser divididas em dois
tipos fundamentais: O) dados tridimensionais e (2) re-
presentações tridimensionais em um monitor bidimen-
sional. Os dados tridimensionais são annazenados, de-
pendendo de sua localização , em três eixos (x, y, z). A
representação no monitor bidimensional pode ser feita ~ Figura 2.26. Imagem tridimensional de um aneurisma
como planos (sagital , longitudinal ou transversal) ou abdominal aórtico obtida com transdutor tridimensional.
mesmo como uma perspectiva cúbica. As representa-
ções tridimensionais são apresentadas como perspectivas dutor tridimensional coleta dados em tempo real. As
visuais . Por exemplo, a superfície do órgão estudado é imagens de três planos perpendiculares entre si e da esti-
apresentada como uma imagem que pode ser girada para mativa do volume são apresentadas na tela (Fig. 2.26).
mostrar perspectivas de ãngulos diferentes. Tais imagens
podem ser giradas ou transladadas para o observador ter
visão de pontos de vista diferentes 43 (Fig. 2.25) COMPROMISSOS
O principal problema para imagens vasculares
A ecografia vascular apresenta várias condiçôes de confli-
tridimensionais está na calibração de tais imagens . A
to. Entre elas , ressaltamos as seguintes:
maioria dos programas disponíveis não possui calibra-
ção apropriada.
• As imagens das paredes dos vasos são otimizadas com
insonação perpendicular enquanto a imagem de fluxo
Imagem tridimensional vascular
em cor é otimizada com insonação paralela à parede
Técnicas tridimensionais não foram resumidas em deta- dos vasos . A solução prática foi a criação de uma caixa
lhe neste capítul o, pois ainda são pouco usadas no labo- de cor angulada em relação à parede dos vasos.
ratório vascular. As nossas experiências com medidas d e • Imagens transversas versus imagens longitudinais po-
volume e caracterização de placa são mencionadas nas dem criar informaçôes contraditórias ou complemen-
referências .4 4-4 6 tares. Uma imagem transversa raramente sobrestima
Uma técnica usada para medidas de volume de aneu- uma estenose e frequentemente ex plica erros d e arte-
rismas aórticos e para estudos de placas ateroscleróticas riografia , mas é uma imagem limitada na re presenta-
é a Voluson®, comprada pela General Electric. Um trans- ção da doença. A imagem longitudinal descreve uma
26
Pri ncípios Básicos
obstrução em sua extensão, mas pode sobre ou subes- 11. Toms DA. The mechanical index, ultrasound practices , and
the ALARA principIe. j Ultrasound Med 2006;25 ;560-1.
timar o grau de estenose.
12. Treece G, Prager R, Gec A. Ultrasound attenuation
• Escala de velocidades baixas aumenta a sensibilidade measurement in the prese ncc of scatterer variation for
à detecção de baixas velocidades, mas pode causar reduction of shadowing anel enhancement. IEEE Trans
aliasing. Ultrason Ferroelectr Freq Co ntrol 2005;52;2346-60.
13. Kremkau FW Doppler color imaging. Principies and
• Prioridade em favor ele imagem de brilho melhora a instrumentation. Clin Diagn Ul trasoun. 1992;27:7-60.
imagem da placa aterosclerótica e do trombo venoso, 14. Wells PN. Ultrasounel in vascular pathologies. Eur Radiol
mas piora a detecção ele fluxo sanguíneo, sobrestiman- 1998;8849-57.
15. Blackwell R. New developments in equipment. Clin Obstet
do a área de doença . Prioridade em favo r de fluxo em
GynaecoL 1983;10;371-94.
cor favorece detecção d e fluxo baixo , mas pode mas- 16. Ahmacl R, Kundu T, Placko D. Modeling of phased array
carar placas . transelucers. j Acoust Soc Am, 2005 Apr; 117 (4 Pt 1): 1762-76.
• Critérios de velocidade são comuns na literatura, mas 17. Pinelera tv[l, Siegel jM jr, Makhijani VB. Doppler velocimetry
in cavitating media. ASAIO j 1997;-+3:M459-64.
o médico trata a doença desc rita por uma imagem e 18. 18 Weber PK, Lemor RM . Systems for research anel
não a redução ou o aumento d e velocidades. Velocida- development in meelical ultrasound imaging. Med Devicc
de é uma medida indireta, que confirma a gravidade TechnoI2004;15:35-7.
19. Steilllan AH, Tavakkoli j , Myers jG jr, Cobbolel RS, johnston
de uma estenose.
K'vV Sources of error in maxilllum I'elocity esti mation using
linear phaseel -array Doppler systems with steady fiow
Ultrasound Med BioL 2001 May;27(5) 655-64.
RESUMO 20. Lui EY, Steinman AH , Cobbold RS, johnsto n KW Human
factors as a source of error in peak Doppler velocity
Conceitos básicos e avançados foram desClitos e/ou listados measurelllent. j Vasc Surg. 2005 Nov;42(5):972-9.
com o intuito de familiarizar o leitor com preceitos e concei- 21. Trusen A, Beissert M, Hahn D. Color Doppler US findings in
the diagnosis of arterial occlusive diseasc of the 100ver limb.
tos numerosos, todos associados ele uma maneira ou outra
Acta Rac\iol 2003jlll;44(4)411-8 .
à ultrassonografia vascular. Também tivemos a intensão ele 22. AlIard L, Cloutier G, Guo l , Durand LG. Revlew of the
intrigar o leitor a um conhecimento técnico que facilitaria assessment of single levei and multilevel arterial occlusive
não só o uso da instrumentação ultrassonográfica, mas tam- elisease in lower limbs by duplex ultrasound. Ult rasou nd
Meel Biol 1999 May;25(4H95 -502.
bém a aquisição de novos equipamentos. 23. Back MR , Bowser AN, Schmacht DC,johnson BL, Bandyk
DF. Duplex se lection facilitates single poim-of-service
endovascular and surgical managem ent of ao rtoiliac
REFERÊNCIAS occlusivc clisease. Ann Vasc Surg. 2002 Se p;1 6(S):S66-74.
24. Phillips Dj, Greene FM, Langlois Y et a!. Flow velocity
1. Pimentel P, Von Ristow A, Araújo \"'B. Eco-Doppler das patterns in lhe carotid bifurcations of yOllng, presumed
artérias carólidas e vertebrais, ed. Revinter, Rio de janeiro, normal subJects. Ultrasound Med Biol 1983;9:39-49 .
1993. 25. Belkin M, Raftery KB , Mackey WC, McLallghlin RL,
2. Krenkau FW Diagnostic ultrasound: principies and Umphrey SE, Kllnkemlleller A, UDonnell TF. A prospective
instruments, 7' ed. 'vVB. Saunders, Philadelphi a, 2006. study of the determinants of vein graft fiow velocity:
3. Salles-Cun ha SX e Andros G. Atlas of duplex illlplications for graft surveillance. j Vasc Surg. 199-+
ultrasonographyAppleton Davies , Inc " Pasade na , CA, 1988. Feb ;19(2) 259-65; 265-7.
4. Taylor K, Burns P, Wells P Clinicai applications of Doppler 26. Scissons RP, Salles-Cunha SX, Alterburg L, Hampton j,
ullrasouncL Raven Press, New York, NY, 1988 jones L, Muszynski G, et ai Dopper peak systolic velocity
5. Powis RL Angiodynography, a new real- time look ar the measurements: co rrection of angle dcpendcnt errors. j Vasc
vascular system. Appl RadioI1986;15 :55-9 Technol 1997;21233-69.
6. Powis RL Color fiow imaging. Radiographics 1994; 27. Scissons Rp, Salles-Cunha SX, Alterburg L, Hampton j,
14415 -28. j ones L, Muszynski G, et ai Quantification of Doppler
7. Fourier JBJ Théorie analytique de la chaleur, Paris, 1822 velocity measurements; Doppler cursor alignment parallel
8. Zoller WG , Wierscher C, Wagner DR. Signal processors in to the wal versus parallel to the fiow st ream. j Vasc Technol
duplex sonography; in vitro comparison between analog and 1998;2217-21.
digital methods. Res Exp Med (Berl). 1993;193(2)105-15 28. Logason K, Barlin T, johnson ML, Bostrom A, Harelemark
9. Guo l, Durand LG, Allard L, Cloutier G, Lee HC HG , Karacagil S. The importance of Doppler angle of
Classification of lower limb arterial stenoses from insonation on c\ifferentiation between 50-69% anel 70-99%
Doppler blood fiow signal analysis wilh time-frequency carotid arlery stenosis. Eur J Vasc Endovasc Surg 2001;
represcmation and pallern recognilion techniques. 21311-3 .
Ul trasound Med Biol. 1994;20(4); 335-46. 29. Thomas N, Taylor P, Padayachee S. The ill1pact of
10. Cooley J'v\~ Tu key j'vV An algorithm for the machine theoretical errors on velocity rstimation and accuracy of
ca \culation of complex fourier series. 1\1[ath Comput duplex grading of carotíd stenosis. Ultrasound Med Biol
1965;19297-301 2002;28191-6
27
Pri ncípios Bás icos
30. Deane CR, Markus HS. Colour velocity flow measurement : 38. Jakubowski W, Bialek Ej. Color-SieScape imaging
in vitro validation and application to human carotid arteries. af carotid and vertebral arteries. Eur J Ultrasound
Ultrasound Med Biol. 1997;23(3):447-52 . 2000 ;12:17-2l.
31. Winkler AJ , Wu]. Correction of intrinsic spectral broadening 39. Engelhorn CA, Engelhorn AL, Lourenço MA. Acurácia da
errors in Doppler peak velocity measurements made with imagem ultra-sonográfica expandida no diagnóstico das
phased sector and linear array transducers. Ultrasound Med obstruções arteriais do segmento infra-inguinal. ] Vasc Br
Biol. 1995; 21(8) :1029-35 . 2002; 1:55-64.
32. Hoskins PRoAreview of the measurement of blood velocity 40. Desser TS, ]effrey RB. Tissue harmonic imaging techniques:
and related quantities using Doppler ultrasound. Proc lnst physical principIes and clinicai applications. Semin
Mech Eng IH] . 1999;213-5 :391-400. Ultrasound ST MR 2001 ;22 (Suppll):l-10.
33. Burns PN. Interpreting and analyzing the Doppler 41. O'Brien RT, Holmes SP. Recent advances in ultrasound
examination. In: Taylor K]W, Burns PN, Wells PNT, eds. technology. Clin Tech Small Anim Pract 2007;22:93/103
Clinicai applications of Doppler ultrasound . New York, NY: 42 . RubinJM, Xie H, Kim K, Weitzel WF, Emelianov SY,
Raven , 1995 ;55-98. Aglyamov SR, et al. Sonographic elasticity imaging of
34. Wells PNT. Basic principies and Doppler physics. acute and chronic deep venous thrombosis in humans .
In : Taylor KJW, Burns PN, Wells PNT, eds. Clinicai Ultraound Med Biol 2006;25 :1179-86.
applications of Doppler ultrasound . New York, NY: 43. Lucas A, Rolland Y, Calon E, Duvauferrier R, Kerdiles Y.
Raven, 1995;1-17 . Quantification of carotid stenoses using 3D morphometer,
35 . Yücel C, Oktar SO, Erten Y, Bursali A, Ozdemir H. B-Flow CT angiography and conventional angiography. j Cardiovasc
Sonographic Evaluation of Hemodialysis Fistulas A Surg (To ri no) 2000;41:73/8.
Comparison With Low and High Pulse Repetition Frequency 44. Dajani KF, Salles-Cunha SX, Beebe HG, jian-yu Lu .
Color and Power Doppler Sonography Ultrasound Med Ultrasonographic volumetry of atherosclerotic plaques. J
2005;24:1503-1508. Vasc Technol 2002;26:89-97 .
36. Yurdakul M, Tola M, Cumhur T. B-flow Imaging for 45. Dajani KF, Salles-Cunha SX. Three-dimensional
Assessment of 70% to 99% Internai Carotid Artery Stenosis ultrasonography in vascular medicine . Vascular US Today
Based on Residual Lumen Diamenter. J Ultrasound Med 2002 ;7: 153-200.
2006;25 :211-215 . 46. Dajani KF, Salles-Cunha SX, Beebe HG . Abdominal aortic
37. Kroger K, Massalha K, Dobonici G, Rudofsky G. SieScape: a aneurysm volume measurement with three dimensional
new sonographic dimension with fictive images. Ultrasound ultrasound - a feasibility study j Vasc Ultrasound
Med BioI1998 ;24 :1125-9. 2003;2 :13-6.
28
CAPíTULO 3
Avaliação da Cláudia Maria Vilas Freire
Antonio Ribeiro de Oliveira Junior
Espessura Nicos Labropoulos
Médio-Intimai
29
Avaliação da Espessura M édio- Intimai
Figura 3.1. Im age ns da dupla linha idea l e de algun s artefato s de ganho ou mal alinhamento. (A) Imagem não alinhada
levenlPnte, se m ECG e com má defin ição da parede anterior. (B) Imagem bem alinhada, porém com linhas mal definidas.
(C) Imagem mal alinhada e com linhas mal definidas. (D) Imagem bem alinhada com reverberação da parede anterior. (E
e F) Imagens bem ali nhadas com Ii nhas parcialmente defi n ida s. (C ) Imagens adequadas da caró tida comum: reti Iínea, boa
defini ção de linhas da parede anterior e poste rior, ganhos ajustados. (H) Reverberação da parede anterior, má definição e llIau
alinh amento da carótida co mum (continua) .
30
Avaliação da Espessu ra Médio-Intimai
.. Figura 3.1. (con tinua ção) (I) Imagem adeq uada apenas na carótida interna e na bifurcação: retilínea, boa defini ção de linh as
da parede anterior e posterio r. ()) Imagem com muito ganho (1) e pouco ganho (2) .
fatores de risco com a espessura da camada médio-inti- bulbo, e as calcificações são encontradas em pacientes
mai e a formação da placa ateromatosa. O mais impor- mais velhos e com fatores de tisco (Fig. 3.2).
tante deles é a capacidade de mOSlrar a parede da artéria A natureza não invasiva do ultrassom estimulou
em vez do lümen, pois a alerosclerose .afeta primaria- acompanhamentos populacionais longitudinais , a custo
mente a parede do vaso e não necessariamente a redução relativamente baixo. Além disso , impôs novos questiona-
elo seu lúmen . Esse processo dinâmico é caracterizado mentos relacionados a definição de aterosclerose, a dife-
por remodelamento da parede arterial , que pode não ser renças potenciais em amostras clínicas, a relação precisa
reconhecido por muitos anos, mas pode subitamente se entre espessura da parede e o diâmetro do lúmen e uso
manifestar como um evento vascular agud o g da parede da artéria ca rót ida como marcador substitu-
Estudos populacionais referiram , há mais de duas to de DAC. O espessamento da parede da carótida não
décadas, a associaçâo da medida da EMl ao ultrassom é sinônimo de aterosclerose, especialmente na ausência
com falores de risco clássicos para DAC e DCeV, tais de placa. Ele representa uma doença vascular subclíni-
como idade, sexo, diabetes mellULls, hipercolesterolemia, ca, sendo considerado fator independente e marcador de
hipertensão e tabagismo . Ao mesmo tempo , também fo- risco de DCV 19.20
ram ap reciadas as associações do aumento da EM! com Assim, o espessamento m édio-intimai é considera-
os principais desfechos ca rdiovascu lares, como o infarto do um marcado r substituto de aterosderose ; sua força é
agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral realçada pelo fato de que ele oferece informações fisio-
(AVC)q,!, (Quadro 3.1) patológicas num estágio precoce do processo da doença .
A EM! aumenta e a camada médio-intimai torna-se Além disso , segmentos de parede da carótida com peque-
mais irregular e brilhante com o aumento da idade e no aumento da EM! têm pouca correlação com a rigidez
diante de falores de risco para aterosclerose. Muitas ve- da ca rótida . A rigidez desse vaso aumenta em segmentos
zes, pacientes com muilOS fatores de risco têm artérias onde há placas Já formadas ou com marcante aumento
"mais ve lhas" do que as esperadas para sua idade crono- da EM!. O estudo simultâneo do comportamento elásti-
lógica. !8 Os valores mais altos de EM! estão na origem do co da parede arterial com a medida da EM! e existência
31
Ava liação da Espess ura Méd io-Intima i
Quadro 3.1 . Estudos populacionais que avaliaram a associação da EMI e ri sco ca rd iovascular em ind ivíduos sem doença
estabelecida e pontos de corte adotados
Figura 3.2. Modificações da EM I de acordo com o loca l med ido e com a presença de fato res de risco. (A) EMI é maio r na
bifurcação carotídea. (8) EM I aumen tada da parede posterior da carótida comum esquerda (1,2 mm) em paciente com 58 anos
de idade com múltip los fatores de risco. A superfície é irregular e a textura da parede é hete rogênea.
de placa pode aumentar a compreensão da progressão da de ser "tratada", pois seu valor como preditor de risco
aterosclerose e do remodelamento da parede arterial. 21 isoladamente ainda não é validado para avaliação de ris-
co individual.
32
Ava l iação d a Espess u ra M éd io- Intim ai
~ Quadro 3.2. M etodologias para medida da EM I uti li zadas nos grandes estud os popul acionais
ARI C 1997, CC, Bif, CI, combi nados EM I média da parede posterior
2000
CHS 1999,2004 CC, CI, combinados EMI máxi ma da parede posterior + parede anteri or
ARIC - Arherosc/erosis risk in communities; CHS - Cardiovascu/ar hea/th study; MDCS - Ma/mo diet and cancer study; CAPS - Carorid atherosc/erosis
progression study; CC - ca rótida comum; Bif - bifurcação carotídea; CI - carótida interna.
33
Avaliação da Espessura Médio-Intimai
34
Aval i ação d a Espess ura Médio-I n tim ai
• Quadro 3.3. Protocolo sugerido para medida da espess ura Interpretação da medida da EMI para
médio-intimai
acessar risco cardiovascular
• Transduto r linear de alta defi nição de 7-12 MH z. Algumas definições fazem-se necessárias para classificar
• Imagem fu ndamental sem zoom e zona foca l úni ca. as lesões da parede arterial. De acordo com o consenso de
• Profundidade do ca mpo de 3-4 em.
• Localizar a bi fu rcação carotídea e coloca r a imagem o mais Mannheim, a placa aterosclerótica é uma estrutura focal
retilínea possível, marcando onde será rea li zada a medida. que protubera para dentro da luz do vaso em pelo menos
• Fazer imagens em todos os acessos - anterio r, posterior ou 0,5 mm ou mais de 50% da medida da EMI da parede
no esternocleidomastóideo - adqui rir 3 a 5 loops com ECG
acoplado e selecionar a imagem na qual o pad rão de dupl a adjacente ou uma medida da interface média-adventícia
linha fo r mais bem delimitado . até a interface lúmen-íntima maior ou igual a 1,5 mm.
• Fazer as medidas semiautomática ou automatica mente num
A Sociedade Americana de Ecocardiografia define placa
segmento de cerca de 1 em.
• Inclui r placas nas med idas, se presentes. como espessamento focal da parede pelo menos 50% aci-
• Armazena r as imagens digita lizadas em DICO M. ma da medida da EMI da parede adjacente ou uma lesão
• Escolher protoco lo de medidas validado por estudos focal cuja EMI é maior ou igual a 1,5 mm protruso para
populacionais.
dentro da luz do vas0 30 .3 1.33 (Fig. 3.5).
ECG = ecocardiograma.
Na presença de placa aterosclerótica formada , a
análise da EMI traz pouca informação adicional, pois
a doença está estabelecida. A EMI , como marcador de
medida máxima do segmento e a média de todas as me- doença subclínica, deve ser analisada em imagens bem
didas obtidas. Esse tipo de medição foi a adotada pela selecionadas, por laboratólios habituados a protocolos
maior parte dos estudos populacionais, exceto de Rotter- de pesquisa.
dam, que utilizou ambos os métodos. Habitualmente , a Os estudos populacionais já demonstraram anterior-
medida manual apresenta mais variabilidade intra e in- mente que a EMI varia com a faixa etária, com o sexo e a
terobservador, necessitando de minucioso treinamento e raça. 5.3-1-38 As medidas encontradas deverão ser compara-
demandando tempo muito mais longo para ser realizada das com tabelas populacionais e classificadas dentro de
do que a automática. um percentil para as faixas etárias , sexo e raça .
Medidas automáticas e semiautomáticas, por meio
de softwares específicos, têm a importante vantagem
de serem muito rápidas e apresentarem mais acurácia.
o que reportar no laudo ecográfico
A medida automática foi testada por diferentes fabri- A medida da EMI faz parte dú exame carotídeo para ava-
cantes, a maioria em programas desenvolvidos com liação de risco cardiovascular e deve ser colocada na des-
tracejo das superfícies de forma off-line em segmento crição do tipo do estudo. A medida deve ser descrita em
da carótida comum. HOJe , de maneira on-line (e m tem- percentis, para evitar que forneça uma precisão que não
po real), pode-se realizar a medida automatizada das tem individualmente .
EMIs de vários segmentos das carótidas em poucos Deve-se descrever a referência populacional que
segundos. A maior vantagem da medida automática usou para classificar em percentil e se usou a média
é a redução do tempo de medição associada a mais ou a máxima das medidas. Um valor de EMI igualou
reprodutibilidade em todos os segmentos usados para superior ao percentil 75 deve ser considerado elevado e
pesquisa em aterosclerose. Os dados de EMI máxima , indicati'/o de aumento do risco cardiovascular. Valores
média , desvio-padrão e número de pontos subpixela- entre os percentis 25 e 75 são considerados médios e
res (de mai s precisão) medidos num determinado seg- não elevam o risco cardiovascular previamente avaliado
mento são derivados automaticamente após se leção da (Quadro 3.4)
área a ser medida . Geralmente , mede-se num segmen- Geralmente utilizam-se as tabelas já publicadas de
to de 1 cm mais de uma centena de pontos subpixela- estudos americanos e europeus . Assim , não há um valor
res. A medida on -line permite a aquisição de quantas de normalidade único que faça um ponto de corte entre
imagens forem necessárias para a melhor obtenção da o normal e o anormal , e os resultados encontrados são
medida. 32 Os consensos recomendam programas de claSSificados em percentis. Deve-se escolher a tabela po-
detecção de bordas semiautomáticos ou automáticos pulacional mais adequada para o paciente, visto que não
validados e não sugerem a medida simples ponto a há tabelas de normalidade para a população brasileira;
ponto. entretanto, isso pode trazer dificuldade de interpretação
35
Avaliação da Espessura Médio-Intimai
Figura 3.5. Fotos de medidas manuais e automáticas da espessura médio-intimaI. (A) Medida automática. (8) Medida
manual. (e) Imagem visualmente adequada, mas sem definição para medida automática.
em alguns pacientes . Por exe mplo , um homem branco uma tabela para a nossa população, que é miscigenada .
de 35 anos com EMl média da parede posterior da caró- Ampla pesquisa populacional brasileira está em anda-
tida comum esquerda de 0 ,54 mm encontra-se abaixo do mento (Projeto Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto
percentil 25, segundo a tabela gerada pelo estudo ame- - ELSA)'O e irá descrever a EMI de uma grande amostra
ricano CAPS Entretanto , esse mesmo indi víduo estaria da população brasileira e, consequentemente, no futu-
entre o percentil 50 e 75 se classificado de acordo com ro próximo, estarão disponibilizadas tabelas apropriadas
a tabela do estudo europeu AXA. 39 Daí a necessidade de para avaliação de nossa população (ANEXO A)
36
Avaliação da Espess ura Médio-Intim ai
Quadro 3.4. O que reportar no laudo hypercoleste rolemic men. Atherosclerosis 1990; 85:
151-159.
• Ide ntificação co mpl eta do pac ie nte: 11. Howard G, Burke G, Szklo M. et a/. Active and passive
- Nome smoking are associated with increased carotid wall thickness:
- Idade the Atherosclerosis Risk in Communities (A RIC) Study Arch
- Sexo Intern Med 1994; 154: 1277-1282.
• Co loca r o tipo de indicação do exa me: pa ra ava liação de 12. Heiss G, 5harrett AR, Barnes R. Carotid atherosclerosis
ri sco ca rd iovascu lar.
measured by B-mode ullrasound in populations: associations
• Descrever se paradamente para cada lado e cada segmento
with cardiovascular risk factors in the ARlC study. Am J
de ca rótida, ava liado o va lor médio e máxi mo de medidas
se mi ou automát icas. Epidemiol1991; 134:250-256.
• Classifica r em pe rce ntil e descreve r a tabela popul ac iona l 13. Salonen J, Seppanen K, Rauramaa R. et a/. Risk factor for
uti li zada para a classificação (AR IC, AXA etc.) (ANEXO A) carotid atherosclerosis in the Kuopio ischaemic heart disease
• Descreve r presença de placas ateroscleróticas associadas risk factor study Ann Med 1989; 21:22-229.
e classificá -I as e m re lação ao grau de este nose e à parede 14. Kuller L, Borhani N, Furberg C. et aI. Prevalence of
acomet ida. subclinical atherosclerosis and cardiovascular disease and
• Interpretação dos dados e m re lação ao risco ca rdiovascular associalion with risk factors in the Cardiovascular Health
(se, pela aná lise, o risco foi aumentado ou não modificado Study. AmJ Epidemiol1994 ; 139:1164-1179.
após a aná li se da EM I). 15. O'Leary OH, PolakJF, Kronmal RA. et a/. Distribution
and correlates of sonographically detected carotid
artery disease in the cardiovascular health study The
CHS Collaborative Research Group. 5troke Dec 1992;
23(12): 1752-60.
Com os dados de que dispomos hoj e, na conclusão 16. O'Leary OH, Anderson KM, Wolf PA. et ai. Cholesterol and
do laudo ecográfico devemos descrever a faixa do per- carotid atherosclerosis in older persons: the Framingham
centil de EMI em que se encontra o paciente em cada Study Ann Epidemiol1992; 2:147-153.
17. Salonen JI. &: Salonen R. Ultrasonographically assessed
lado da carótida e a tabela utilizada para esta classifica- carotid morphology and the risk of coronary heart disease.
ção. Assim , auxiliamos o médico solicitante uma melhor Arterioscler Thromb Sep-Oct 1991 ; 11(5): 1245-9.
estratificação do risco cardiovascular global. 18. labropoulos , Leon LR Jr, Brewster LP el a/. Are your
aneries older than your age? Eur J Vasc Enclovasc 5urg 2005;
30:588-96.
REFERÊNCIAS 19 . BOisselJ-P' Co!letJ-P, Moleur P et aI. 5urrogate endpoints:
a basis for a rational approach . Eur J Clin Pharmacol 1992;
1. Datasus. Disponível em: www.datasus.gov.br. Acesso em 43:235-244.
fevereiro de 2010. 20. Najjar SS, Scuteri A, lakatta EG. Arterial aging: is it an
2. World Health Organization . Disponível em: www.who.gov. immutable cardiovascular risk factor? Hypertension 2005;
Acesso em fevereiro de 2010. 46:454-62.
3. Gonzalez MA. &: 5elwiyn AP Endothelial function, 21. labropoulos N, Mansour AM, Kang S5. el aI. Viscoelastic
inflammation, and prognosis in cardiovascular d isease. Am J properties of normal and atherosclerotic carotid arteries. Eur
Méd Dec 2003; 115(8),SuppI1l5: 8A:99S-106S. J Vasc Endovasc Surg 2000; 19:221-225).
4. Pignoli P, Tremoli E, Poli A. et a/. Intimai plus mediai 22. de Groot E, Hovingh G K, Wiegman A. el a/. Measurement
thickness of the arterial wall: a direct measuremente with of arterial wall thickness as a surrogate marker for
ultrasound imaging. Circulation 1986; 74: 1399-1406. atherosclerosis. Circulation 109(23) (Suppl) : 111-33-111 -38,
5. SalonenJK. &: Salonen R. Ultrasound B-mode imaging June 15 , 2004.
in observational studies of atherosclerotic progression. 23. Grundy SM, Pasternak R, Greenland P el aI. AHNACC
Circulation 1993; 87(3suppl): II56-II 65. scientific statement: assessment of cardiovascular risk by use
6. Crouse III JR. B-mode ultrasound in clinicai trials: Answers of multiple-risk- factor assessment equations: a statement
and questions. Circulation 1993; 88:319-321. for healthcare professionals from the American Heart
7. Bots ML, Hofman A, Grobbee DE. lncreased common carolid Association and the American College of Cardiology. J Am
intima- media thickness: adaptive response or a re flection of Coll Cardiol1 999; 34:1348-1359.
atherosclerosis? Findings from the Rolterdam study Stroke 24. Greenland P, Smith Jr. J5, Grundy SM. lmproving coronary
1997; 28 :2442-7. hean disease risk assessment in asymptomatic people: role of
8. Badimon JJ , Fuster V, Chesebro JH. et a/. Quantitative traditional risk factors and noninvasive cardiovascular tests.
imaging, risk factors, prevalence, and change: introduction Circulation 2001 ; 104:1863-7.
and background. Corona!)' atherosclerosis: A multifactorial 25. SalonenJI. &: Salonen R. Ultrasonographically assessed
disease . Circulation March 1993; 87(3S) 5upplement:1l3- carotid morphology and the risk of coronary heart disease.
IIl6. Arterioscler Thromb 1991;11:1245-9.
9. Salonen R. &: Salonen JI. Determinants of carotid intima- 26. Salonen RS. &: 5alonenj. Progression of carotid
media lhickness: a populalion-based ultrasonography sludy atherosclerosis and its determinanrs: a population based
in eastern Finnish men. J lntern Med 1991 ; 229:225-231. ultrasonographic study Atherosclerosis 1990; 81:33-40.
10. Girai P, Fililti V, Levenson j. et aI. Relation of risk factors 27. Greenland P, Abrams J, Aurigemma GP el a/. Prevention
for cardiovascular disease to early athrosclerosis detected conference V: beyond secondary prevention, iclentifying the
by ultrasonography in middle-aged normotensive high-risk patient for primary prevention, noninvasive teslS of
37
Ava l iação da Espessu ra Méd io-In ti mai
atherosclerotic burden, writing group IlI. Circulation 2000; 33. Foerch C, Buehler A, von Kegler S. el a/. Intima-meelia
101E16-n thickness siele elifferences are limiteel to the common carotiel
28. Touboul PJ , Hennerici MG, Meairs S, el a/. Mannheim carotid artery. Hypertension 2003 ; 42:el7 , author reply el8,
intima-media thickness consensus (2004-2006), An upelate 34. Chambless LE, Heiss G, Folsom AR, el a/. Association of
on behalf of the Aelvisory Boarel of the 3rel and 4th Watching coronary hea rt elisease incielence with carotiel arterial wall
the Risk Symposium, 13th anel 15th European Stroke thickness anel major risk factors: the Atherosclerosis Risk in
Conferences, Mannheim , Germany, 2004, anel Brussels, Communities (ARIC) StLlely, 1987-1993. AmJ Epielemiol Sep
Belgium, 2006, Cerebrovasc Ois 2007 ; 23(1)75-80. 15 1997; 146(6) 483-494
29, Lorenzs MW, Markus HS, Bots ML. el a/. Preeliction of 35. Bots ML, Hoes AW, Kouelstaal P]. el a/. Common carotiel
clinicai careliovascular events with carotiel intima-meelia intima-meelia thickness anel risk of stroke anel myocarelial
thickness: A syslematic review anel meta-analysis, Circulation infarction: the Rotterelam Stuely. Circulation Sep 2 1997;
2007; 115459-467, 96(5)1432-1437
30, Stein JH, Korcarz CE, Hurst RT. el a/. Use of carotiel 36. O'Leary OH, PolakJF, Kronmal RA el aI, Carotiel-artery
ultrasounel to ielentify subclinical vascular elisease anel intima anel meelia thickness as a risk factor for myoca rdial
evaluate careliovascular elisease risk: a consensus statement infarction anel stroke in oleler aelu lts. Cardiovascular Health
from the American Socíety of Echocareliography Carotiel Stuely Collaborative Research Group. Engl J Meel Jan 7
Intima-Meelia Thickness Task Force, Enelorseel by the 1999; 340(1) 14-22
Society for Vascular Meelicine, American Society of 37. Salonen JT, Salonen R, Ultrasound B-mode imaging in
Echocareliography Carotiel lntima-Meelia Thickness Task observational stLldies of atherosclerotic progression,
Force. J Am Soc Echocareliogr Feb 200&; 21(2 ):93 -111. Circulation. Mar 1993;87(3 Suppl):1l56-65
31. Roman Mj, Naqvi TZ, Garelin JM . el a/. Clinicai application 38. Rosvall M, Janzon L, Berglunel G. el a!. Incielent coronary
of noninvasive vascular ultrasounel in careliovascular events and case fatality in relation to common carotiel
risk strati fica tion: a report from the American Society of intima- meelia thickness. J Intem Meel 2005; 257:430-7,
Echocareliography anel the Society of Vascular Meelicine and 39. Denarie N, Gariepy j, Chironi G. el a/. Distrib ution of
Biology. J Am Soc Echocardiogr 2006; 19943-54. ultrasonographically-assessed dimensions of common carotiel
32. Freire CMV, Ribeiro ALP, Barbosa FBL. el a/. A comparison arteries in healthy aelults of both sexes. Atherosclerosis 2000;
of automateel anel manual measurements of intima-meelia 148 297-302.
thickness in clinicai practice. Vascular Health anel Risk 40. Projeto Estuelo Longituelinal ele Saúele elo Adulto. Disponível
Management 2009; 5:811-817. em: www.elsa.org.br. Acesso em março ele 2010,
~ Anexo 3.1. Tabel a de referênc ias de valores de EMI para crianças e ado lescen tes
(A ) (B )
----
0,55 0,55
0,50 97 0,50
Ê
0,45
- -- 90
75
~
E
0,45
.s .s 040 97
~
0,40 50 t) ,
90
.ó2 25 ~ 75
:2 - 10
===---
LlJ 0,35 50
LlJ 0,35
~
3
25
10
0,30 0,30 3
0,25 0,25
0,20 0,20
10 15 20 10 15 20
Idade (anos) Idade (anos)
38
Av ali ação da Espess ura Médio-Intimai
~ Apêndice 3.1. Valores e percentis da espessura médio-intimai da artéria ca rótid a com um em grandes estudos de coorte
norte-americanos
A. Valores médios da espessura médio-intimai da parede posterior da artéria carótida comum do Atherosclerosis Risk in Communities Study
Direita
25th 0,496 0 ,572 0,648 0,476 0,542 0,608 0.514 0,614 0,714 0 .518 0,578 0,638
50th 0,570 0.664 0,758 0,536 0,616 0 ,696 0,604 0,724 0,844 0,588 0,668 0,748
75th 0,654 0.774 0.894 0.610 0,710 0.810 0,700 0,850 1.000 0.664 0,764 0 ,864
Esquerda
25th 0.524 0 ,588 0,652 0,472 0,540 0.608 0.530 0.610 0,690 0.494 0,558 0.622
50th 0,598 0.684 0.770 0,538 0,622 0.706 0,614 0 ,714 0,814 0.566 0.646 0.726
75th 0.690 0.806 0.922 0.610 0.710 0.810 0,704 0.840 0.976 0.644 0.748 0.852
B. Valores máximos da espessura médio-intimai da parede posterior da artéria carótida comum do Bogalusa Heart Study
Direita
25th 0.611 0,636 0.662 0,687 0,562 0.586 0,611 0.635 0.637 0.675 0,712 0,750 0.616 0.650 0,685 0.719
50th 0,663 0.702 0,740 0,779 0,633 0,654 0 ,676 0 ,697 0 ,719 0,756 0 ,793 0,830 0,682 0,718 0.754 0.790
75th 0.768 0.807 0.845 0.884 0.717 0,735 0.754 0.772 0,839 0,884 0,929 0,974 750 0.793 0.837 0.880
Esquerda
P25 0,577 0,617 0,658 0,698 0,554 0,586 0,618 0.650 0,640 0.676 0,713 0,749 0.587 0.629 0.670 0,712
P50 0.655 0,707 0.760 0,812 0 ,621 0.657 0,693 0,729 0,736 0,774 0,812 0,850 0 ,646 0,691 0,736 0,781
P75 0.763 0.814 0.864 0.915 0.660 0.713 0.766 0.819 0,794 0,844 0.894 0,944 0.714 0,768 0,822 0.876
C. Valores máximos da espessura médio-intimai da parede posterior e anterior da artéria carótida comum do CHS Study
(Alice M. Arnold. PhD. comunicação pessoal . dezembro de 2006)
Homens Mulheres
Idade em
anos/percentil 65-69 70-74 75-79 80-84 85+ 65-69 70-74 75-79 80-84 85+
P25 0,94 0,95 1,00 1,03 1,05 0,87 0,89 0,92 0,96 0,99
P50 1,03 1,07 1.10 1,15 1,18 1,96 0,99 1,03 1,05 1,12
P75 1,16 1,21 1,25 1,30 1,32 1,07 1.10 1.16 1.19 1.28
D. Valores da espessura médio-intimai da artéria carótida comum do Multi-Eth nic Study 01 Atherosclerosis Risk in Communities Study
(Robin L. McClelland. PhD. comunicação pessoal , janeiro de 2007)
P25 0,52 0,57 0,65 0 ,72 0,51 0,55 0,65 0,72 0,58 0,61 0,71 0,74 0,55 0.60 0,65 0 ,71
P50 0,62 0,68 0,77 0 ,83 0.58 0.65 0,75 0.83 0.67 0,74 0,85 0,85 0,64 0,71 0,76 0,83
P75 0,71 0,81 0,92 0 ,97 0.67 0,76 0.87 0,93 0,80 0,92 0,99 1,02 0.74 0,81 0,92 0.96
39
Ava li ação da Espess ura M édi o-Intim ai
P25 0,54 0,56 0,62 0,66 0.55 0,54 0,59 0 ,67 0,53 0.60 0,65 0.71 0,51 0,57 0,65 0,63
P50 0,64 0 ,70 0,73 0,79 0,60 0,63 0,71 0,77 0,62 0,67 0,78 0,81 0,58 0,69 0,76 0,78
P75 0.73 0.83 0,92 0,98 0,70 0,77 0.84 0,96 0.73 0.82 0,90 0,92 0 .67 0,77 0,87 0,92
P25 0,55 0,57 0,62 0,69 0,49 0,52 0,58 0,64 0,55 0,61 0,68 0.72 0,51 0,58 0,62 0,68
P50 0,63 0,70 0,72 0,84 0,58 0,63 0,71 0,76 0,64 0,72 0 ,80 0,86 0,58 0,68 0,72 0,77
P75 0,73 0,84 0,86 0,97 0,67 0,72 0,87 0,94 0,75 0,85 0,98 0,97 0.68 0.79 0,86 0 ,91
P25 0.54 0 ,57 0.67 0,71 0,50 0,55 0,63 0.70 0.56 0 .63 0,69 0,72 0,54 0,59 0,63 0,68
P50 0,63 0,69 0,81 0,85 0,58 0,64 0,73 0,80 0,69 0,75 0,82 0,85 6,63 0,67 0,76 0,78
P75 0,78 0 .82 0,95 1,00 0.67 0.75 0.85 0,94 0,81 0 ,92 0,99 1,02 0.73 0.80 0,90 0 ,91
P25 0,61 0,66 0,73 0,83 0,59 0,66 0,77 0,82 0,66 0,72 0,79 0,83 0,63 0,72 0,72 0,79
P50 0,72 0,79 0,89 0,94 0,67 0,74 0,88 0,94 0,77 0,83 0,94 0,96 0,74 0,83 0,87 0,94
P75 0,870,941 ,051 ,11 0,79 0,88 1,00 1,07 0,89 1.05 1,11 1,13 0.87 0,94 1,05 1,10
P25 0,66 0,63 0,66 0,72 0 ,62 0.61 0,66 0,72 0,61 0,67 0 ,72 0,78 0,61 0.67 0,72 0.72
P50 0,75 0.79 0,83 0.90 0.72 0,72 0,80 0,88 0.74 0.82 0.88 0.89 0.67 0,77 0,87 0,88
P75 0,86 0.94 1.05 1.07 0,83 0,82 0,94 1,05 0,87 0 .95 1.05 1,05 0.78 0,91 1,00 1.03
Máximos. parede posterior esquerda
P25 0,64 0,68 0,77 0,77 0,61 0,66 0,72 0,82 0,66 0,72 0,82 0,83 0,62 0,66 0,72 0,77
P50 0,73 0,79 0,90 0,97 0,67 0,77 0,84 0,94 0,79 0,86 0,93 0,95 0,72 0,78 0,84 0,89
P75 0,89 0,94 1,09 1,12 0,78 0,88 1,00 1,11 0,94 1,04 1,11 1,11 0.86 0,94 1,03 1,00
Homens chineses Mulheres chinesas Homens hispânicos Mulheres hispânicas
Idade em
anos/percentil 45-54 55-64 65-74 75-84 45-54 55-64 65-74 75-84 45-54 55-64 65-74 75-84 45-54 55-64 65-74 75-84
P25 0,65 0,64 0,72 0,77 0,61 0,61 0,ô6 0,72 0,62 0,72 0,77 0,77 0,61 0,66 0,72 0,77
P50 0,75 0,79 0,81 0,94 0,72 0,73 0,82 0,83 0,72 0,83 0,94 0,94 0.66 0,77 0,83 0,88
P75 0,88 0,95 1.00 1.06 0 .80 0 .83 0,96 1,05 0,88 0 ,97 1,11 1,11 0.78 0,89 0,97 1,02
Todos os valores estão em milímetros (mm).
40
Ava l iação da Espessura Médio-Int imai
.. Apêndice 3.2. Valores e percentis da espessura médio-intimai da artéria carótida comum em grandes estudos de coorte
eu ropeus
A. Valores médios da espessura médio-intimai da parede posterior da artéria carótida comum do AXA Study
Artéria carótida comum direita
Homens Mulheres
Idade em
anos/percentil s30 31-40 41-50 >50 s30 31 -40 41-50 >50
Homens Mulheres
Idade em
anos/percentil s30 31 -40 41 -50 >50 s30 31 -40 41-50 >50
B. Valores médios da espessura médio-intimai da parede posterior da artéria carótida comum do Carotid Atherosclerosis Progression Study
(Mathias W. Lorenz, MO, comunicação pessoal, dezembro de 2006)
Homens Mulheres
Idade em
anos/percentil 25 35 45 55 65 75 85 25 35 45 55 65 75 85
P25 0,515 0,585 0,634 0,68 0,745 0,814 0,83 0,524 0,575 0,619 0,665 0,718 0,771 0,807
P50 0,567 0,633 0,686 0,746 0,83 0,914 0,937 0,567 0,615 0,665 0,719 0,778 0,837 0,880
P75 0,633 0,682 0,756 0,837 0,921 1,028 1,208 0,612 0,66 0,713 0,776 0,852 0,921 0,935
C. Valores máximos' da espessura médio-intimai da parede posterior da artéria carótida comum do Edinburgh Artery Study
(F. Gerald R. Fowkes, MBChB, PhO, comunicação pessoal, novembro de 2006)
Homens Mulheres
Idade em
anos/percentil 60-64 65-69 70-74 75-79 >80 60-64 65-69 70-74 75-79 >80
P25 0,60 0,70 0,70 0,70 0,80 0.60 0,60 0.70 0,70 0,72
P50 0,80 0,80 0,80 0,90 1,00 0,70 0,80 0,80 0,90 0,90
P75 0,90 1,00 1,00 1,20 1,20 0,80 0,90 0,90 1,00 1,40
Homens Mulheres
Idade em
anos/percentil 55 65 55 65
41
CAPíTULO 4
Gregary L. Maneta
Doença Carotídea
Aterosclerótica
43
Doen ça Carotídea Ateroscleróti ca
ros elevam excessivamente a cabeça. Isso oferece menos ser definido ou fica perpendicular à direção d o fluxo e
flexibilidade aos movimentos e encurta o comprimento os dados sobre velocidade são inúteis. As imagens trans-
do pescoço, condições que interferem no acesso à maio- versais do Modo colorido também podem ser enganado-
ria das janelas de exploração ideais. ras, porque o ângulo e a direção do flu xo com relação ao
O examinador deve ficar sentado à cabeceira do leito transdutor são desconhecidos. Por outro lado, a incidên-
com o equi pamento à esquerda e a uma distãncia sufi- cia longitudinal não é ideal para a demonstração das pla-
ciente , de forma que possa alcançar facilmente os con- cas, que geralmente são excêntricas. Nos pacientes com
troles utilizados mais comumente. O examinado r deve doença complexa, as determinações quantitativas da luz
ficar sentado num nível ligeiramente mais baixo que o arterial nas incidências longitudinais ou transversais são
do leito, com o cotovelo do braço explorador apoiado difíceis e não devem ser recomendadas como única for-
no leito para obter apoio e os últimos 2 dedos da mão ma de definir a redução exata do diâmetro interno.
ipsilateral apoiados suavemente no ombro do paciente. Com a orientação longitudinal, realizamos o exame
Essa posição reduz os estresses aplicados no dorso e no em Modo B, cor e a análise espectral. O exam inador deve
braço do examinador durante o exame. O queixo do pa- buscar cuidadosamente áreas de aumento da velocida-
ciente é ligeiramente hiperextendido e virado para o lado de ou distúrbio do flu xo, demonstradas pelo Modo cor.
contrário em um ângulo aproximado de 45° com a linha Usando o modo de análise espectral (Modo Doppler), o
média. A posição da cabeça pode ser alte rada à medida volume da amostra é movido ao longo de tod o o com-
que o exame é realizado, de forma a facilitar o acesso à primento dos vasos, principalmente na região da bifur-
melhor janela de imagem cação . As imagens em Modo B e do Modo colorido são
O exame inicia-se com cortes transversais seguido particularmente úteis para localizar uma área específica
dos longitudinais . O exame transversal dos vasos, que que p recise ser avaliada com mais detalhes pelo volu-
começa no segmento mais proximal da ACC, ajuda a me da amostra (Modo Doppler pulsado). O Modo B e o
definir a orientação no início do exame . Essa incidên- Modo colorido não detenninam confiavelmente a área
cia ajuda a conseguir a orientação adequada da sonda de velocidade ou turbu lência máxima. As imagens (prin-
com relação às artérias e facilita o entendimento da ana- cipalmente as co loridas) alertam o examinado r quanto
tomia do paciente . Isso é particularnlente importante à existência de uma placa na parede arterial, que pode
na região da bifurcação e no terço distaI da ACl, onde é impedir a penetração do feixe de ultrassom pulsado pelo
comum encontrar tortuosidades das arté rias. As incidên- vaso (Fig. 4.2). As alterações da tonalidade do padrão de
cias transversais geram as imagens mais completas das
placas excêntricas. Várias janelas de imagem podem ser
necessárias para obter as imagens transversais ideais (Fig.
4 .1) Contudo, os traçados de velocidade do USV nunca
devem ser avaliados com base em uma incidência trans-
versal. No plano transversal, o ângulo Doppler não pode
44
Doença Carotídea Ateroscle rót ica
45
Doença Carotídea Ateroscle rótica
depender do feixe ultrassônico e, desse modo, possibili- durante toda a diástole. Os distúrbios no fluxo do bul-
tam a otimização simultãnea de ambas as modalidades. bo carotídeo podem estender-se até o terço médio da
O examinador deve envidar esforços para obter o ãngulo ACI e ser refletidos nos traçados obtidos desse nível.
ideal para a imagem e a análise espectral. Em ge ral , a aterosclerose desenvolve-se nos primeiros
Os traçados de análise espectral são obtidos da ca- 2 cm da bifurcação e raramente limila-se ao segmento
rótida comum (ACe) e da carótida interna (ACI), na distai da ACI. Por outro lado , existem algumas con-
Oligem da carótida externa CACE) e da artéria vertebral dições (p.ex., hiperplasia fibromuscular) 6 nas quais
proximal. A técnica ponto a ponto deve ser usada para os aumentos da velocidade estão localizados no terço
examinar a ACC e a ACI. Além disso , os traçados tam- distai da ACI, sem placas demonstráveis no terço pro-
bém são obtidos de qualquer área no eixo carótidas e ximal da artéria (Fig. 4.7).
vertebrais com suspeita d e estenose sugerida pelas ima- O fluxo unidirecional é observado ao longo do divi-
gens em escala de cinza ou Modo co lor,do. sor de flu xo da bifurcação carotídea nas carótidas nor-
O traçado normal da ACC tem curso ascendente rá- mais. Neste caso, há inversão transitória do fluxo no pico
pido. Setenta a 80% do fluxo da ACC dirigem-se à ACI da sístole nas proximidades do jato central e na parede
e, por essa razão, o fluxo sanguíneo desse primeiro seg- externa (Fig. 4.8). A velocidade do fluxo ao longo da pa-
mento tem baixa resistência e estende-se por toda a di-
ástole (Fig. 4.6). Durante a avaliação da ACC, o traçado
espectral deve ser obtido do segmento retilíneo mais pro-
ximal acessível à sonda explorad ora. Para o cálculo das
razões de velocidade sistólica entre a ACI e a ACC, o pico
de velocidade sistólica (PVS) da ACC deve ser medidas
a cerca de 2 em da bifurcação carotídea. A comparação
dos traçados das ACC do lado direito e esquerdo devem
demonstrar velocidades de pico sistólico e diastólico fi-
nal semelhantes.
Os traçados espectrais da ACI são registrados ro-
tineiramente nos segmentos proximal , intermediário e
distaI da artéria. O padrão de fluxo deve ser o de baixa
resisténcia com elevação rápida e persisténcLa do fluxo
46
Doença Carotídea Aterosclerótica
rede extema pode diminuir até zero no final da diástole. importantes das carótidas. A exceção é na diferenciação
Padrões de fluxo normal combinados com a ausência de entre estenose muito severa e obstrução string signoNes-
placas visíveis na bifurcação carotídea são usados para ses casos, o Modo Power ou o Modo colorido pode detec-
indicar que o bulbo carotídeo é normal. tar fluxos muito rápidos na área da estenose ou distai à
estenose , que podem ter passado despercebidos ao Modo
Doppler pulsado
DETECÇÃO E AVALIAÇÃO DA
Em todos os casos, os achados da análise espectral e
ESTENOSE CAROTíDEA das imagens coloridas devem ser avaliados simultanea-
o diagnóstico da estenose carotídea pelo USV é direcio- mente. Se houver discordância entre o diagnóstico da le-
nado para três áreas: região pré-estenótica, a estenose são identificada pelo Modo cor e a medida pela análise es-
propriamente dita e a região pós-estenótica. Embora as pectral (i. e., o Modo cor indica uma estenose severa, mas
alterações mais importantes sejam observadas na esteno- as velocidades estão aumentadas apenas moderadamente),
se da carótida, também há alterações significativas nas o exame deve ser refeito para identificar a discrepãncia.
regiões pré-estenótica e pós-estenótica (Fig. 4.9 A-C).
Uma combinação de exame em Modo Doppler (aná- Carótida comum
lise espectral), Modo B, Modo cor e, em determinados Na maioria dos casos, a estenose ou a obstrução das ca-
casos, Modo Power é utilizada para detectar uma esteno- rótidas afeta o segmento proximal da ACl. Por essa razão,
se carotídea. Na maioria dos casos, considera-se a análise a ACC demonstra alterações do traçado da análise espec-
espectral fundamental para a quantificação das estenoses tral típicas da região pré-estenótica. Nos pacientes com
estenose muito severa ou obstrução da ACl, o fluxo distaI
ocorre através da carótida extema (de maior resistência).
Desse modo, o traçado da ACC adqui re características
de fluxo de alta resistência da ACE (Fig. 4.10) com fluxo
diastólico final chegando até zero ou quase ? Além disso,
a VPS e a velocidade de fluxo global podem ser signifi-
cativamente menores do que as normais em razão da re-
dução do fluxo carotídeo total neste lado. Quando essas
alterações são observadas na ACC, o examinador pode
prever com alto grau de confiança a existência de esteno-
se severa ou obstrução da ACl. Por essa razão, uma boa
prática é começar a interpretação do exame USV das ca-
rótidas pela comparação bi lateral dos traçados de anáhse
espectral das ACCs.
47
Doença Carotídea Aterosclerótica
48
Doen ça Carotídea Ateros c lerótica
49
D oença Ca rotfdea Ate rosc le rótica
eSJM"íWd ti
senvolvido na Universidade de Washington sob a direção sobre endarterectomia e foram elaborados por compa-
do Dr. Eugene Strandness. Esses critérios foram úteis ao ração do diâmetro da luz residual da ACI em seu ponto
estudo da história natural da aterosclerose carotídea e na mais estreito com uma estimativa do diâmetro do bulbo
prática clínica. De acordo com o sistema da universidade da ACI, contanto que não tivesse aterosclerose. Como o
citada, a análise do traçado de velocidade e os critérios bulbo tem diâmetro maior do que a ACI distai , ambos os
espectrais foram utilizados para classificar a estenose da métodos de determinação não chegaram às mesmas por-
ACI em normal, estenoses de 0- 15%, 16-49%,50- 89%, centagens de estenose angiográfica, para a mesma lesão.
80-99% e obstrução tota!. A validação prospectiva desses Os cálculos da estenose angiográfica, quando se utiliza a
critérios demonstrou concordância global de 82 % com a ACI distai como vaso de referência, resultam em porcen-
angiografia contrastada. A capacidade de detectar doença tagens de estenose calculada mais baixas que os cálculos
das carótidas com base nesses critérios (sensibilidade) é baseados no bulbo como área de referência. Esse é parti-
de 99 %, e a possibilidade de identificar artérias normais cularmente marcante nas lesões moderadas.
(especificidade) é de 84%8 Em uma revisão de 1.001 angiografias das carótidas in-
Os critérios para detecção das estenoses das artérias ternas, 34% das ACI foram classificadas como portadoras
carótidas têm sido reavaliados , de forma a manter sua de estenoses de 70-99%, tendo o bulbo carotídeo como
relevância na prática clínica moderna . Essa reavaliação vaso de referência. Em contraste, quando a ACI distai era
foi estimulada pelos estudos randomizados que avalia- usada como referência , apenas 16% das artérias foram clas-
ram a eficácia da endarterectomia carotídea (EAC) , que sificadas como portadoras de estenoses de 70-99%.18 Mais
passou a ser realizada nas últimas duas décadas (Quadro de 99% dos cálculos das estenoses baseadas na ACI distai
4.1 ). 12-16 Esses estudos demonstraram impacto marcan- eram menores do que os cálculos baseados no bulbo. Desse
te na validação das indicações para EAC em pacientes modo, os critérios ecográficos de estenose utilizando o bul-
com aterosclerose da bifurcação carotídea. Os autores bo como vaso de referência não são e não eram diretamente
demonstraram efeito benéfico significativo em termos aplicáveis aos resultados dos estudos clínicos.
de redução dos acidentes encefálicos (AVC isquêmico)
depois da EAC realizada nos pacientes com graus espe-
cíficos de estenose da ACI . Em particular, os pacientes
Critérios atuais para classificação da
com estenose sintomática da ACI > 70- 99 % foram extre- estenose da carótida interna
mamente beneficiados pela EAC, enquanto os pacientes Depois que os estudos randomizados sobre EAC foram
com estenoses sintomáticas entre 50-69% e aqueles com concluídos, outros critérios ecográficos foram desenvol-
estenoses assintomáticas entre 60-99% também foram vidos por meio de comparações das estenoses das ACI
beneficiados por essa intervenção, embora nem tanto por ultrassonografia vascular e angiografia, utilizando a
quanto o primeiro grupo. ACI distai como vaso de referência para calcular as es-
Nos estudos norte-americanos sobre EAC, as esteno- tenoses angiográficas. Muitos especialistas consideram
ses das ACI foram calculadas com base nos arteriogra- que esses critérios sejam úteis à seleção dos pacientes
mas, comparando-se o diâmetro da luz residual mínima que precisam de intervenção carotídea, porque são dire-
com o diâmetro da ACI cervical dista!. 17 Os critérios eco- tamente aplicáveis aos níveis limítrofes de estenose caro-
gráficos da Universidade de Washington para definição tídea desenvolvida com base nos estudos sobre EAC.
das categorias de estenose já existiam antes dos estudos Os primeiros estudos que avaliaram os critérios ecográ-
ficos relevantes aos estudos sobre EAC foram realizados na
~ Quadro 4.1 . Principais estudos rando m izados rea l izados
Oregon Health &: Science University (OHSU) 10.19 e segui-
para avaliar a eficácia da endarterectomia das ca rótidas dos de publicações de muitas instituições, dentre as quais a
maioria propunha critérios para a identificação dos níveis
Estenose Sintomática
- North American Symptomatic Carotid Endarterectomy Trial limítrofes clinicamente relevantes de estenose da AO. 20-25
(NASCET) Reconhecendo que os critérios ecográficos gerados
- European Carotid Su rgery Trial (ECST)
pelos diferentes centros diferiam quanto aos níveis li-
- VA Cooperative Study # 309
mítrofes de estenose angiográfica determinados pelos
Estenose Assintomática estudos sobre EAC, um grupo de autoridades de várias
Asymptomatic Carotid Atheroscleros is Study (ACAS)
Asymptomatic Carotid Su rgery Trial (ACST) especialidades médicas reuniu-se para rever a literatura
sobre ultrassonografia da carótida. Esse grupo chegou a
50
Doença Ca rotídea Ate rosclerótica
um consenso quanto aos componentes fundamentais da • Quadro 4.2 . Recomendações do paine l consensual para
ultrassonografia carotídea e elaborou critérios razoáveis classificação das estenoses da carótida interna
para a estratificação das estenoses da ACl 2 6 O comitê Normal: A VPS da ACI é < 125 cm/s e não há placa ou
recomendou que todos os exames carotídeos fossem rea- espessamento visível da íntima. As artérias normais
também devem ter razão ACIIACC < 2 e a VDF da ACI
lizados com imagem em escala de cinza , Modo colorido
deve ser < 40 em/s.
e análise espectral. Os traçados de velocidade da análise Estenose < 50% da ACI: quando a VPS da ACI é < 125 cm/s
espectral devem ser obtidos com ângulo de insonação e há placa ou espessamento visível. Essas artérias também
devem ter proporções da VPS na ACI e na ACC < 2 e a
o mais próximo possível de 60° (sem passar desse limi- VDF da ACI deve ser < 40 em/s.
te) e os volumes das amostras devem ser posicionados Estenose de 50-69% da ACI: quando a VPS da ACI varia de
dentro da área de estenose máxima . Os especialistas 125-230 cm/s e há placa visível. Essas artérias também
devem ter proporções da VPS na ACI e na ACC entre 2-4 e
recomendaram o uso consistente dos estratos diagnós- a VDF da ACI deve estar entre 40-1 00 em/s.
ticos relativamente amplos para estimar o grau d e este- Estenose > 70-99% da ACI: quando a VPS da ACI é > 230
nose da ACl . Além disso, esses especialistas concluíram cm/s e há placa visível com estreitamento da luz nas
imagens em escala de cinza e no Doppler colorido. Quanto
que a análise espectral é relativamente imprecisa para a mai s alta a VPS, maiores as chances de existi r doença
subclassificação das estenoses <50 % da ACl e recomen- severa. Essas estenoses também devem gerar proporções
daram que essas lesões fossem descritas por uma única ACI/ACC > 4 e a VDF da ACI deve ser> 100 em/s.
Obstrução praticamente total da ACI (string sign): Os
categoria «50%) e que não fossem utilizados subgrupos parâmetros de ve locidade não se aplicam. As lesões
com graus menores de estenose . "pré-obstrutivas" podem estar associadas a velocidades
O painel con sensual constatou que a VPS é fácil de altas, baixas ou indetectáveis. Por essa razão, o diagnóstico
da obstrução praticamente total baseia-se principalmente
obter. Contudo , alguns dados sugerem que a reproduti- na demonstração de estreitamento da luz vascula r no
bilidade da VPS, mesmo entre examinadores experientes, modo cor ou Power.
acarrete problemas suficientes e que a VPS não deva ser Obstrução total: Não há luz patente detectável nas imagens
em escala de ci nza (modo B) e nenhum flu xo na análise
usada como variáve l contínua na prática clínica do exa- espectral, modo cor ou Power.
me USV carotídeo. Ainda assim, o grau de estenose esti-
mado pela VPS da ACl e o grau de estreitamento da luz
da ACl detectado nas imagens em escala de cinza (Mod o
B) e no Modo cor devem ser correlacionados com a VPS Carótidas com stents
como parãmetros principais para a definição das esteno- Os critérios ultrassonográficos elaborados para as ACls
ses da ACI. Outros parâmetros, como a razão de VPS da provavelmente não se aplicam às carótidas com stents ,
ACVACC e a VDF da ACI , são secundários e devem ser principalmente na presença de lesões mais moderadas
utilizados como verificadores internos. Esses parâmetros dessas artérias (Fig. 4.14). Com raras exceções , nesses
são particularmente úteis quando a VPS da ACl pode não estudos, o número de pacientes que realmente tiveram
ser representa[iva da extensão da doença. Depois das dis- recidiva da estenose no stent foi pequeno . Nenhum des-
cussões, o painel consensual recomendou critérios que ses estudos correlacionou o grau de estenose ou o au-
estratificam as estenoses da ACl em categorias específi- mento das velocidades na ACl com sintomas clínicos ou
cas aplicáveis aos estudos sobre EAC (Quadro 4.2) . Esses os prognósticos. Esses estudos também não avaliaram o
critérios infelizmente não foram reavaliados por estudos efeito da carótida com stent sobre a artéria contralateral
retrospectivos ou prospectivos. sem stent. Hoje, para as lesões menores, parece que são
51
Doe nça Ca rotídea Ate roscle rótica
necessárias VPS mais altas (Le. >125 crn/s) para definir 9. Roederer Go, Langlois YE , Jager KA , et aI. A simple spectral
parameter for aeeurate classification of severe earotid anery
estenoses >50% de uma ACI com stent 28
disease. Bmir 1989 ;3:174-8.
10. Moneta GL, EdwardsJM, Chitwood RW, et aI. Correlation of
onh American Symptomatic Carotid Endanerectomy Irial
Estenose da carótida comum e externa (NASCEI): Angiographic definition of 70% to 90% internaI
Os critérios utilizados para classificar a doença da ACI carotid anery stenosis with duplex scanning. J Vasc Surg
1993;17152-59.
não foram testados quanto à aplicação na ACC ou ACE.
11. Kumar SM, Wang]C, Barry MC, et aI. Carotid stump
Entretanto, como ocorre com a ACI, o grau relativo de syndrome: outcome from surgical management. Eur J Vasc
estenose pode ser determinado pela existência de placas Endovasc Surg 2001;21:214-9.
nas imagens em Modo B, pelas alterações das cores do 12. Nonh American Symptomatic Carotid Endanerectomy
Trial Collaborarors: NASCEI: BeneficiaI effeet of carotid
fluxo colo rido do exame ultrassonográfico vascular, pelo endarterectomy in patients with high-grade carotid stenosis.
alargamento espectral e pelos aumentos da VPS. Embora N Engl J Med 1991;325445-53.
não tenham sido avaliadas especificamente, as estenoses 13. European Carotid Surgery Trialists Collaborarive Group
(ECSI). MRC European Carotid surgery Iria!: interim results
>50% podem ser inferidas pela existência de elevação fo-
for symptomatic patients with severe (70-99%) or with
cai da VPS, seguida de turbulência pós-estenótica . Nor- (0-29%)carotid stenosis. Lancet 1996;3471591-93.
malmente, a ACC tem atributos da ACI e da ACE. A ACC 14. Mayberg MR, Wilson SE, Yatsu F, et a!: Carotid
adquire as características do vaso distai não ocluído (ACI endarterectomy and prevention of cerebral ischemis in
symptomatic carotid stenosis: Veterans Affairs Cooperative
ou ACE) quando uma delas está obstruída. Se houver Studies Program 309 Irialist Group. JAMA 266. :3289-
estenose seve ra ou obstrução da ACC proximal (ou do 3294,1991.
tronco braquiocefálico), o padrão do fluxo da ACC ip- 15. Executive committee for asymptomatic carotid artery
stenosisJAMA 1995;273:1 421-28 .
silateral é atenuado com VPS baixa, quando comparado
16. MRC Asymptomatic Carotid Surgery Irial (ACST)
com o lado oposto. Também pode ocorrer turbulência Collaborative Group. Prevention of disabling and fatal
pós-estenótica. Não existem critérios amplamente utili- strokes by sueeessful carotid endartereetomy in patients
zados para definir as reduções do diâmetro nas estenoses withoul recent neurologieal symptoms: randomized
controlled trial. Lancet 2004;363: 1491-1502 .
da ACC ou da ACE. Estenoses >50% são inferidas por 17. North Americam Symptomatic Carotid Endarterectomy
uma VPS >125 cm/s, com turbulência pós-estenótica. (NASCEI) Steering Committee: North American
symptomatie carotid endarterectomy tria!: Methods , patient
characteristics, and progresso Stroke 1991;22:711-20 .
REFERÊNCIAS 18. Rothwell PM , Gibson Rj,Slauery J, et aI : Equivalence of
measuremems of carotid slenosis: A comparison of three
1. Abou-ZamZam AM Jr, Moneta GL, Edwards, et aI. ls a single methods on 1001 angiograms. Stroke 1994;25:2435-39.
preoperative duplex sean suffieient for planning bilateral 19 . Moneta GL, Edwards, Papanicolaou G, et aI. Screening
earotid endartereetomy7 J Vase Surg 2000;31:282-88. for asymptomatic internai carotid artelY stenosis: Duplex
2. Goes E, Janssens W, Maillet B, et a!. Tissue eharaeterization criteria for discriminating 60% to 99% stenosis. J Vasc Surg
of atheromatous plaques: Correlation between ultrasound 1995;21:989-94.
image and histologieal findings. J Clin Ultrasound 20. AbuRahma AF, Robinson PA, Stickler DL, et a!. Proposed
1990;18:611-17. new duples classification for threshold stenoses used
3. Gray-Weale AC, Graham JC, Burnett JR, et aI. Carotid artery in various symptomatic and asymptomatic carotid
atheroma: comparison of pre-operative B-mode ultrasound endarterectomy trials. Ann Vasc Surg 1998: 12:349-58
appearanee with earotid endarterectomy specimen. J 21. Carpenter JP' Lexa FJ, Davis JI. Determination of duplex
Cardiovasc Surg 1988;29: 115-23. Doppler ultrasound eriteria appropriate to the North
4. Block RW, Lusby RJ: Carotid plaque morphology and American sympto matic earotid endarterectomy trial. Stroke
interpretation of echolueent lesion. Diagnostic Vascular 1996;27:695-9.
lmaging 1992 : 225-36. 22 . Hood DB , Mattos MA, Mansour A, et aI. Prospective
5. El-Barghouty N, Geroulakos G,Nicolaides A, et aI. Compute r evaluation of new duplex erite ria to identify 70% internaI
assisted carotid plaque characterization. Eur J Vasc Endovasc carotid artery stenosis. J Vasc Surg 1996;23:254-61.
Surg 1995;9:389-93. 23. Carpenter JP' Lexa FJ, Davis JI. Determination of 60%
6. Effeney DJ, Ehrenfeld WK, Stoney RJ , et aI. Fibromuscular or greater carotid anery stenosis by duplex Doppler
dysplasia of the internaI carotid anery. World Surg ultrassonography.J Vasc Surg 1995;22:697-703.
1979;3179-84. 24. Browman MW, Coope rberg PL, Harrison PB, et aI. Duppler
7. Roede rer GO, Langlois YE, Chan AI, et aI. Ultrasonic duplex ultrasonography eriteria for internaI carotid stenosis of more
scanning of the extracranial carotid arteries: lm proved than 70% diameter: Angiographic correlation and receiver
accuracy using new features from the carotid artery J operating eharacteristie curve analysis. Can Assoe Radiol J
Cardiovase Ultrasonography 1982; 1:373-80. 1995;46291-5.
8. Strandness DE Jr: duplex scanning in vascular disorders. 25. Nea le ML Chambers JL, Kelly AT, et aI. Reapprasal of duples
NewYork, Raven Press, 1990:92-120. crireria to assess significant earotid stenosis with special
52
Doen ça Carotídea Aterosclerótica
reference to reports the north americam symptomatie earotid 27. Fujitani RM, Mills jL, Wang LM , Taylor SM . The
endarterectomy trial the European trial and the europwan effeet of unilateral internaI earotid arterial oeclusion
carotid surgery trial. J Vase Surg 1994;20:642-9. upon contralateral duplex study: Criteria for accurate
26. Grant EG, Benson CB, Moneta GL, Alexandrov AV, Baker interpretation. J Vasc Surg 1992.16:459-67.
JD, Bluth EI, et aI. Carotid artery stenosis: Gray-seale and 28. Setacei C, Chisei E. Stacei F, et a!. Grading Ca rotid Intra-
Dopler US diagnosis - Society of Radiologists in Ultrasound Stent Re-Stenosis: A Six-Year Follow-Up Study. Stroke
Consensus Conferenee. Radiology 229:340-6,2003. 2008;30: 1189-96.
53
Endarterectomia Carotídea CAPíTULO 5
Sandra Maria Pontes
Baseada Somente na Fanilda Souto Barros
U Itrassonografia
Vascular com Doppler
55
Endarterectom ia Carotídea Baseada Somente na U Itrassonografia Vascu lar com Doppler
Figura 5. 1. Mapeamento pré-operatório da carótida interna. (A ) Medidas anatômicas da placa: início e término. (8 )
Graduação da estenose pela medida local de redução do lúmen. (C) Altura da bifurcação ca rotídea em relação ao ângulo da
mandíbula. (D ) Demonstração da utilização pelo cirurgião vascular do esquema fornecido pelo ecografista. Agradecimento à
equipe do Prof. Dr. João L. Sandri pelas fotos (e e D ) conced idas .
Atherosclerosis Study). Ambos demonstraram benefícios Utiliza-se o setup de carótidas pré-programado no apare-
no tratamento cirúrgi co de pacientes, sintomáticos ou lho com alguns ajustes, de acordo com o vaso e o biotipo
não, com estenose carotídea superior a 60-70%, quando do paciente .
comparados ao tratamento clínico . 1. 18 A posição do cursor deve ser em direção ao fluxo
e/ou paralelo à parede do vaso com o ângulo de insona-
Protocolo de Exame ção próximo de 60°
H' ( /'
o rosto voltado para o lado oposto ao examinado. • Confirmar qual a carótida indicada para a cimrgia.
56
Endarterectomia Carotídea Baseada Somente na Ultrassonografia Vascular com Doppl er
~
Confirma
t
Não confi rma
• Promover a varredura em preto e branco utilizando rado e compatível com um método examinador e má-
cortes transversos desde a origem da carótida comum quina dependentes . Assim, cada laboratório deve eleger
até o segmento distai da carótida interna . os seus crité rios, correlacionando-os com a angiografia,
• Repetir essa avaliação com o mapeamento colorido e que ainda é o método diagnóstico considerado padrão
identificar o local da estenose através da imagem de ouro.
"mosaico", que representa a turbulência do fluxo com Graduamos a estenose baseados nos princípios de
aumento das velocidades. medidas de ve locidade pelo Doppler pulsado e na análi-
• Medir as velocidades (VPS e VDF) através da análise se anatômica pelo mapeamento colorido, Power Doppler
espect ral. e medidas locais, adaptando aos critérios descritos na li-
• Descrever as informações necessárias para a realização teratura e utilizando intervalos menores 00%) para clas-
da cirurgia somente com a USV sificar os diferentes graus de estenose .
As médias de estenoses carotídeas encontradas nos
Informações para a endarterectomia da pacientes encaminhados para o mapeamento pré-ope-
carótida sem angiografia ratório foram 70±1l % para o gênero feminino e
O mapeamento pré-operatório de 500 bifurcações caro- 72±12% para o gênero masculino (experiência pessoal
tídeas foi realizado por nossa equipe e analisado em rela- do grupo).
ção a cada item descrito a seguir, separadamente para o Obtivemos uma boa correlação com a arteriografia, a
gênero feminino (92) e masculino (308), sendo a idade avaliação peroperatória e os interobservadores .
média dos dois grupos semelhante: 72±9 anos (experiên- Veja a Tabela 5.1 que adequamos conforme as refe-
cia pessoal do grupo). rências citadas nesse parágrafo. As Figs. 5.3-5.7 ilustram
os graus de estenose.3.719.20
I - GrddLld\~lO da e"tpnmp
Este tema foi citado em outro capítulo e comentaremos II - Cardcterísticas da placa
aqui a nossa opinião e experiência. A placa aterosclerótica é classificada segundo sua eco-
Sabemos ser difícil identificar a melhor tabela de genicidade, estrutura e superfície. As placas hipoecoicas
critérios com medidas de velocidades e avaliação anatô- ou ecolucentes e as heterogêneas são as que mais se re-
mica para graduação da estenose carotídea. Isso é espe- lacionam com fenômenos embólicos, elevando o risco
57
Endarterectomia Carotídea Baseada So mente na Ultrassonografia Vascular com Doppler
Grau de estenose PVS cm/s Medida local % VDF cm/s Relação PVS
(local da estenose) (redução de diâmetro) ACI I ACC
r'.,
~ ~;
ffi.
~~"
. :j-~' a . - • R'
"
AT
I
."]e ml •
. J84 c ml.
,
'"
2]!l m .
')~~"
,
A. C . I.E .
.. j.'~;:
-.......
n.
B '" t '''n
58
Endarte rectomia Carotídea Baseada Somente na Ultrasso nografia Vascular com Doppler
59
Endarterecto m ia Carotídea Baseada Somente na U Itrasso nografi a Vascu lar com Doppl er
1. Ecogenicidade
- Hipoeco ica ou ecolucente
- Hiperecoica ou ecogênica
- Mi sta
- Calcificada - ecogên ica com sombra acústica
2. Estrutura
- Homogênea - ecolucente uniforme ou ecogêni ca
uniforme
- Heterogênea - com predomínio eco lucente ou
ecogênico
3. Superfície
- Regu lar
- Irregular
- Ulcerada
60
Endarterecto mi a Carotídea Baseada Somente na Ultrassonografia Vascular com Doppler
Figura 5.8. Classificação por tipo de placa. (A) Tipo 1 - Ecolucente uniforme (homogênea). (B) Tipo 2 - Ecolucente
predominantemente, com área ecogênica inferior a 50% da área total da placa (heterogênea). (C) Tipo 3 - Ecogênica
predominantemente, com área ecogênica superior a 50% da área total da placa (heterogênea). (O) Tipo 4 - Ecogên ica
uniforme (homogênea). (E) Tipo 5 - Calcificada. Notar a presença da sombra acústica. (F) Ulcerada.
cm de extensão, enquanto os homens tiveram uma pre- planejamento do implante do stel1t , no endovas-
valência maior de placas de 3 em ou mais de extensão cu lar.
(experiência pessoal do grupo). A maioria das carótidas comuns de ambos os gêneros
tem um diâmetro entre 7 e 8,5 mm, c as carótidas inter-
(- I J I • c' < ( _.;)
nas entre 4 e 6 mm. Os diãmelros da carótida comum e
Tem como objet ivo avaliar a necessidade o u não da da carótida interna distai ao bulbo são significativamente
utilização do patch, no tratamento c irúrgico , ou o ma iores nos homens (experiência pessoa l do grupo).
61
Endarterectomia Carotídea Baseada Somente na Ultrassonografia Vascular com Doppler
v- Pre~ellld de tortuosicldcles
Caso seja identificada a presença de tortuosidades (re-
dundância, cail ou kinking), essas devem ser descritas
acrescentando a distância em relação ao ponto da este-
nose, pois podem interferir no planejamento cirúrgico.
VI - A,ltura da bifurc.cl\,lo
A altura da bifurcação é importante por estar relacionada
com o planejamento cirúrgico , definindo a altura da in-
cisão e indicando a necessidade de técnicas alternativas
ou a necessidade de tratamento endovascu lar em bifur-
cações altas e tem como ponto de referência o ângulo da
mandíbula ou o lóbulo da orelha.
A distância entre o lóbulo da orelha e a bifurca-
ção carotídea é significativamente maior nos homens
do que nas mulheres. Embora com prevalência bai-
xa, mais mulheres que homens apresentam bifurcação
alta dificultando uma possível cirurgia. A maioria das
bifurcações femininas se localiza entre 4 e 6 cm do ló-
bulo da orel~a) enquanto as masculinas se encontram
a distâncias >6 cm (experiência pessoal do grupo).
SEGUIMENTO APÓS A
EN-DARTERECTOMIA
Figu ra 5.9. Delimitação do início e término da placa de
ateroma. (A ) Imagem panorãmica (Modo B) demonstrando
início e término da placa. (B) Mapeamento colorido para
o seguimento dos pacientes após a fAC das carótidas
melhor ilustração do mapeamento. (C) O término da placa tem como principal objetivo avalia r a presença de este-
(zoom) identificando a parede com e sem placa de ateroma. nose residual , reestenose precoce e tardia e o acompa-
Nesse local, mede-se o diâmetro da carótida interna distaI. nhamento da lesâo contralateral.
62
Endarterectomia Ca rotídea Baseada So mente na Ultrasso nografia Vascular com Doppler
IMedidas Anatômicas em em
Altura da bifurcação
em rela lo ao Iób .... o da orelha I
Diâmetro da ACC I
Diâmetro da ACI I
Extensão da Placa I
Figura 5.10. Mapeamento pré-operatório de EAC carotídea com as informações indi spensáve is ao cirurgi ão : grau de
estenose, extensão da placa em relação a bifurcação carotídea, altura da bifurcação, ca libre da carótida com um e interna.
Quadro 5. 3 . Info rm ações indi spensáveis para a EAC sem Os achados mais frequentes são descritos a seguir:
angiografia
63
Endarterectom ia Carotídea Basea da Somente na Ultrasson'Jgrafia Vascular co m Doppler
Figura 5.11 . Limitações da USV no mapeamento pré-operatório das ca rótid as. (A) Bifurcação alta, não sen do possíve l
a visibilização satisfató ri a da ACI. (B) Uti li zação do transdutor se tori al convexo para melhor ava li ação da ACI. (C) Pl aca
ca lcificada dificultando a análi se do gra u de estenose . (D) Difi culdade em iden tifi car o términ o da placa. Note co mo o processo
ateromatoso se es tend e além para o segme nto distai da ACI.
Figura 5.12. Achados norm ais da USV após endarterectomia da ca rótid a. (A) Au sência de ateromatose res idua l. As setas
indi cam os pontos de sutura com retirada total da placa . Não foi utili zado patch. (B) Análise espectral demon strand o padrão de
onda norm al na carótida intern a.
64
Endarterectomia Carotídea Baseada Somente na Ultrassonografia Vascular com Doppler
Figura 5. 13. Estenose fisiológica após EAC com uti lização Figura 5.14. Estenose residual após EAC. Degrau.
de patch. Mapeamento power demonstrando a desproporção Transição da carótida comum e carótida interna
entre o local do patch e a artéria nativa (bulbo e carótida evidenciando processo aterosclerótico residual (seta).
interna).
Figura 5.1 5. Reestenose da carótida interna após EAC (1 ano e 5 meses). (A) Carótida interna 1 ano e 5 meses após EAC
evidenciando reestenose superior a 70% pelo mapeamento co lorid o. (8) Medida de veloc idad es compatíveis com reestenose
> 70% (328/110 cm/s). (C) Carótida interna 10 anos após EAC evidenciando reestenose superior a 70% pelo mapeamento
co lorido. Note os pontos de sutura (seta). (D) Medida de velocidades compatíveis com reestenose > 70% (436; 187 cm/sl.
65
Endarterectomia Carotídea Baseada Somente na Ultrassonografia Vascular com Doppler
Oclusão ausência de flu xo n o interior do vaso. Pode dife rentes. O trombo é homogêneo, hipoecoico e com
ser precoce ou tardia (Fig 516) superfície regular ; a lesão residual ap resenta zonas d e
- Trombo: a presença de trombo na região e ndarterec- calcificação, supe rfície irregular e heterogen eidad e
tomizada é rara , mas pode ocorrer na primeira se mana (Fig. 517)
após a ci rurgia. Deve se r prontamente diferenciado d e - Pseudoaneurisma: condição rara , mas que pode ser
lesão residual , já que tem características e tratam ento encontrada na artéria endarterectomizada (Fig. 5.18).
66
Endarterectomia Carotídea Basead a So m ente na U lt rasso nografia Vascular com D opp ler
Figura 5.18 . Pseudoa neuri sma 1 ano após EAC. Pac iente subm etid o a endarterectomi a da carótida intern a sem protoco lo de
v igil ância. (A ) Corte longitudinal da ca rótida intern a identifi ca ndo a dilatação com trombose mural (seta). (8 ) Corte transverso
com demonstração do pseudoaneuri sma. (e ) An áli se de flux o no rm al na carótida interna. (O ) Análi se de fluxo normal na
carótida externa.
)1' ..r. ,(.llu ,P P:,L11l (" ,to de reestenose é igual para ambas as artéri as. Assim , a es-
Os pa râmetros avaliad os para a recomendação dessa tenose contralateral superior a 50% Justifi ca o cont role
vigilância são: grau de reestenose no pri me iro exame anual com a USV con fo nne opini ão da maioria d os auto-
res relacionados nessa revisã0 2h2ú
pós-operatório , grau de estenose con tralate ral, utilização
Em resumo , podemos deduzir as seguintes reco men-
de patch e fa tores de risco associad os.
dações co mo protoco lo de vigilãncia pós EAC que serão
Alguns au tores defendem a realização d o exame no
enumerad as a segui r e descritas no Quad ro 5. 5.
pli meiro mês para ava liar o sucesso da cirurgia e a detec-
ção de reestenose p recoce. >lbl,
A utilização de patch evolui co m menor taxa de re- PROTOCOLO DE VIGILÂNCIA APÓS EAC
estenose d o que a técnica de sutura primária. Assim , o
1. Primeiro exame até um mês do pós-operatóri o.
cont ro le pode ser feito com intervalo de um ano nos pa-
2. Exames com intervalo de um ano para a EAC sem uti-
cientes onde não fo i utilizado patch e nos que utiliza ram
lização de palch e com estenose contralateral inferi or
um exame (se nonnal) dentro dos seis primeiros meses a 50%.
de pós-operatóli 0 2R
3. Exames com intervalos ele 6 a 12 meses para os pa -
A estenose contralateral oco rre mais frequentemen- cientes com estenose contralateral superi or a 50 %.
te do que a ipsilateral à endarterectomia nos primeiros 4 . Qu alquer ocasião em qu e o pacien te aprese nt e sin-
anos. O seguimento a longo prazo demonstra que a taxa to mas.
67
End arterec tomi a Carotíd ea Ba seada Somente na Ultrassonografi a Va sc ul ar com Doppler
~ Quadro 5.5. Protocolo d e vi g ilâ ncia a pós EAC 14. Blackshear WM , Connar RC. Carotid endarterectomy
\vithout angiography. J Cardiovasc Surg 1982; 23:477-82.
- Pri me iro mês pa ra aval iação da ciru rgia, presença de 15 . Pam WM, Saloner O, Reill)' IM, BowesoxJC, Murra)' Sp,
estenose residua l o u reestenose precoce Anderson CM, Cooding CAW, Rapp JH. Assessment of
- Exa mes com inte lva lo de 1ano pa ra a EAC sem ufili zação carotid artery stenosis b)' ultrasonograph)', conventional
de patch e com este nose co ntralate ra l infe ri o r a 50%. angiograph)', and magnetic resonance angiography:
- Exa mes com interva los de 6 a 12 meses pa ra os pac ientes
correlation with ex-vivo measurement of plaque stenosis. J
co m este nose contralate ra l supe ri o r a 50%.
Vasc Surg 1995; 21:82-9.
- Qua lq ue r ocas ião em qu e o pac ien te aprese nte si ntomas.
16. LaurenceJM, McCanhy MJ, London J, Bel! PR, Naylor AR.
Duplex imaging immediatel)' prior to carotid endanerectomy.
Ann R Coll Surg Engi. 2005 Nov;87(6):443-4.
17. Abou-Zamzam AM Jr, Moneta CL, Edwards JM, Yeager RA,
REFERÊNCIAS Taylor LM Jr, Poner JM. Is a single preoperative duplex scan
sufficient for planning bilateral carotid endanerectom)'? J
1. Nonh American Carotid Endanerectomy Trial (NASCET). Vasc Surg 2000 Feb;31(2):282-28.
Beneficiai effect of carotid endarterectomy in asymptomatic 18. Executive Commiuee for the Asymptomatic Carotid
patients with high-grade stenosis. N Engl J Med 325;445- Atherosclerosis Sludy (ACAS) . Endarlereclomy for
453,1991. asymplomalic carotid artery slenosis. JAMA 273: 1421-
2. Cina C, Clase C, Haynes RB. Carotid endanerectom)' 1428,1995.
for symptomatic carotid stenosis. Cochrane Database of 19. Crant EC, Benson CB, Monela GL, Alexandrov AV, Baker
Systematic Reviews, Issue 2, 2009. JD , Blulh EI, Carroll BA, Eliasziw M, CockeJ, Henzberg
3. Jahromi AS, Cinà CS, Liu Y, Clase CM.Sensitivity and BS, Kalanick 5, Needleman L, Pellerilo J, Polak JF, Rholl
specificity of color duplex ultrasound measurement in the KS, Woosler DL, Zierler RE Carolid artery slenosis: gra)'-
estimation of internaI carotid artery stenosis: a systematic scale and Doppler US diagnosis--Societ)' of Radiologists
review and meta-analysis. J Vasc Surg. 2005 Jun;4l(6): in Ultrasound Consensus Conference.Radiology. 2003
962-72. ov;229(2):340-6.
4. Wain RA , Berdejo CL, Veith FJ et ai.Accurac)' of duplex 20. WE Faughl, MA Maltos, PS Van Bemmelen , KJ Hodgson,
ultrasound in evaluating carotid anery anatomy bcfore LO Barkmeier, DE Ramsey, OS Sumner.Color-flow duplex
endarterectomy. J Vasc Surg Feb 1998;27( 2):235-244 . scanning of carotid arteries: New velocily criteria based
5. Sanelri JL Endanercetomia carotíelea somente com duplex. on receiver operalor characleristic anal)'sis for lhreshold
In: Julio Lewis Nectoux Filho.Ultrasonografia Vascular, Rio, stenoses used in lhe symptomalic and asymplomalic carotid
Revinter 2000,71- 5. lrials. J Vasc Surg 1994;19:81.
6. Chiesa R, Melissano C , Castellano R, Frigerio S, Catenaccio 21. AbuRahma AF, Wulu JT, Crouy BCarolid Plaque Ultrasonic
B. Carotid endanerectomy: experience in 5425 cases. Ann Heterogeneity and Severily of Stenosis Slroke. 2002 ;
Vasc Surg. 2004 Sep ;18(5):527-34. 331772-1775.
7. Salles-Cunha SX, Ascher E, Hingorani Ap, Markevich N, 22. The Tromso Slud)' Circulalion, 2001 : 103:2171-2175.
Schulzer RW, l<allakuri 5, Yorkovich W, Hou A. Effecl of 23. Carolid plaque echolucency increases lhe risk of stroke in
ultrasonograph)' in the assesent of carotiel stenosis. Vascular carolid slenting: The Imaging in Carolid AngioplaslY and
2005 Jan-Feb;13(l) 28-33 Risk of Slroke (ICAROS) slud)' C.M. Biasi, A. Froio, E.B.
8 . Ascher E, Markevich N, l<allakuri 5, Schutzer RW, Hingorani Diethrich Journal of Vascular Surger)' February 2005 (Voi.
AP Intraoperative carotiel aner)' eluplex scanning in a 41, Issue 2, Page 370).
modern series of 650 consecutive primary endarterectomy 24. Carotid plaque palhology: Thrombosis, ulceralion, and
procedures. J Vasc Surg. 2004;39:416-20. slroke palhogenesls M. Fisher, A. Paganini-HiIl, A. Martin
9. Ascher E, Marks NA, Schutzer RW, Hingorani AP Duplex- Journal of Vascular Surgery April 2006 (Voi. 43, Issue 4,
assisted internai carotid artery balloon angioplast)' and stent Page 866)
placement : a novel approach to minimize or eliminate the 25. Back MR, Rogers CA, Wilson JS , Johnson BL, Shames ML,
use of contrast material. J Vasc Surg. 2005 ;41:409-15. Bandyk DF MRA minimizes need for arteriography afler .
10. Ascher E, Hingorani A, Marks N, Schutzer RW, Mut)'ala inadequale carotid duplex ultrasound scanning. J Vasc
M, Nahata 5, Yorkovich 'vv, Jacob T. Mini skin incision for Surg.2003;38:422-430.
carotid endarterectomy (CEA): a new and safe alternative to 26. ROlh SM , Back MR, Bandyk DF, A rational algorithm for
the standard approach. J Vasc Surg. 2005 ;42: 1089-93. duplex scan surveillance after carotid endarterectomy J Vasc
11. Menezes FH , Luccas CC , Matsui lA, Santos ACOQ, Silveira Surg. 1999 Sep;30(3) 453-60.
SAFS. Avaliação através da ultra-sonografia duplex da medida 27. Makihara ,Toyoda K, Uda K et ai. Characteristic
de reestenose da carótida interna dos pacientes submetidos ã sonographic findings of early reslenosis after carotid
endanerectomia aberta da bifurcação carotídea, com eversão endarterectomy. J Ultrasound Med. 2008 Sep;27(9): 1345-52.
parcial ela carótida interna. J Vasc Br 2005 ;4:47-54. 28. Aburahma AF Surveillance and follow-up after carotid
12. Ascher E, Hingorani AP, Marks N. Duplex-assisted internai endarterectomy. In: Labropoulos N. Vascular Diagnosis.
carotid artery balloon angioplast)' and stent placement. Philadelphia: EIsevier Saunders;2005.p.157-173.
Perspect Vasc Surg Endovasc Ther. 2007 ;19:41-7. 29. Fluri F, Engelter ST, Wasner M, Stierli P, Merlo A, Lyrer
13. Freitas P, Piccinato CE , Martins Wp' Mauad Filho E PA. The probabilily of restenosis, contralateral disease
Aterosclerose carotídea avaliada pelo eco-Doppler: associação progression, andlate neurologic events [ollowing carotid
com fatores de risco e doenças arteriais sistêmicas. J Vasc Br endartereclomy: a long-lerm follow-up study. Cerebrovasc
2008;7298-307 . Ois. 2008;26(6)654-8
68
CAPíTULO 6
Carmen Lucia Lascasas Porto
Doença Carotídea
Monica Luiza de Alcantara
Não Aterosclerótica
~ Quadro 6.1. Co rrelação entre achados ecográfi cos e pato logias vasc ulares
M assa cerv ica l pul sáti l Aneurisma, pseudoaneu ri sma, kinking, Sínd ro me de M arfan e Ehrler-Dan los,
tumo r do co rpo carotídeo punções, trau ma, HAS etc.
Do r no trajeto da temporal superfi cial Arterite temporal Pacientes idosos (> 50 anos)
Tra uma aberto Pseudoaneurisma, fístul a arteri ovenosa Evolução ráp ida
Rad ioterapi a (doses superi ores 50 Gy) Estenose actíni ca Carcinoma da nasofaringe ou da laringe
Hiperpul satilidade Kinking, aneuri sma, pseudoaneuri sma HAS, trau ma, aneurismas ou outros
podem estar associados
69
Doença Ca rot ídea Não Ate rosc le rótica
e podem se desenvolver sem estímulo ou na presença Os sintomas provocados pela fístula vão depender
de situações-gatilho, como , por exemplo, adolescência, dos vasos envolvidos, tendo sido relatadas alterações
gravidez etc. As angiodisplasias são raras e, em algumas neurológicas secundárias a congestão venosa e ede-
situações, procedimentos ecoguiados são bastante úteis ma, sinais neurológicos focais, zumbidos, síndrome de
para injeção de substâncias esclerosantes ou inibidoras HornerS e sinais de alto débito cardíaco evoluindo ou
de seu crescimento, tais como os corticoides. não com insuficiência cardíaca dependendo do tempo de
Dentre as que podem ser detectadas no segmento ex- evolução e do perfil hemodinãmico da fístula 9
tracraniano estão as agenesias que são raríssimas, os aneu-
rismas que serão abordados em seu tópico próprio e as Achados à ecografia
fístulas arteliovenosas (FAV), que são mais prevalentes e Chama a atenção logo de início o aumento da vasculariza-
serão, por este motivo , as únicas angiodisplasias abordadas ção da região cervical com vasos que podem se encontrar
neste capítulo. As FAVs podem ser também adquiridas. dilatados e tortuosos, dependendo do tempo de evolução
da fístula. Ao Doppler em cores, observa-se intensa turbu-
Fístula arteriovenosa lência, além do fato de as veias apresentarem um padrão
COP':>lderCi(Óe<; geral" espectral de fluxo intenso e arterializado. Definir o ponto
da fístula , que pode ser única ou múltipla, dependendo
A resposta universal, quando há uma fístula entre vasos
da etiologia, nem sempre é fácil. A presença de um frê-
periféricos, parte do princípio hemodinâmico de que o
fluxo segue com elevado volume e velocidade o trajeto mito sistólico ou flash, que se traduz visualmente por um
do vaso de maior resistência, no caso da artéria para o de intenso mosaico de cores ultrapassando o limite do vaso
menor resistência, ou seja, a veia. Os vasos nos quais a e que se projeta sobre o tecido adjacente apenas durante
fístula se desenvolve vão se adaptando a este aumento de a sístole , pode nos ajudar a localizar o ponto da fístula.
fluxo , gerando com isso sinais como a presença de massa A partir deste momento, deve-se passar a rastrear com o
pulsátil , frêmito palpável , edema e aumento da vascula- Doppler pulsado para que se visualize o local com maior
rização local. A fístula aneriovenosa envolvendo um dos aumento das velocidades sistólica e diastólica. A definição
ramos da carótida com veias da região cervical não se dos vasos envolvidos é importante para que se possa pla-
compona de forn1a diferente. I Ela pode ser espontânea nejar adequadamente a conduta a seguir. Complicações
ou traumática. As fístulas espontâneas podem ser congê- como pseudoaneurisma associado são raras, mas podem
nitas ou adquiridas 2 No primeiro caso, sua manifestação aumentar ainda mais a complexidade do caso e do exame.
já pode ocorrer a partir da infãncia ou em situações de Uma boa história clínica, palpação e auscultação do pes-
alteração hemodinâmica, C0l110 durante a gestação (Fig. coço à procura de massa pulsátil e frêmito são de grande
6. lA-E) ou hipertensão artetial. As fístulas adquiridas se ajuda na suspeição do diagnóstico.
formam a partir de condições em que se observa fragili-
dade vascular, como no caso da displasia fibromuscular 3
ou da neurofibromatose tipo I," onde um pequeno insul- DI CAS
to como tosse ou hiperextensão cervical pode romper a
artéria e levar à formação da FAV Dentre as causas de fís- • A semiótica e o exame local são de extrema ajuda
tula traumática podem-se citar a iatrogênica por punção no diagnóstico da fístula.
venosa da jugular5 (Fig. 6.2A-D), a por cintrgia na região • Em pacientes muito taquicárdicos, deve-se afas-
cervical, trauma fechado e trauma aberto, que pode ser tar a presença de insuficiência cardíaca por alto
causado por lesão de arma de fog0 6 ou arma branca. débito. A compressão da FAV normaliza a fre-
Uma situação particular é a fístula entre a carótida in- quência cardíaca (sinal de Nicoladoni -Brabham)
terna distai e o seio cavernoso, que pode ser espontânea,
secundária ao trauma ou consequente a um aneurisma da
carótida distaI. Nesle caso, o diagnóstico é feito através da ANEURISMAS CAROTíDEOS
ressonância nuclear magnética, arteriografia ou pelo Dop- EXTRACRAN IANOS
pler transcraniano, uma vez que os achados se encontram
fora do campo de avaliação do Doppler em cores carotídeo Considerações gerais
no qual se podem observar sinais indiretos de aumento do Aneurisma é a dilatação localizada e permanente igual
volume de fluxo e diminuição do índice de resistência ? ou superior a 50% do diâmetro do segmento proximal
70
Doença Carotídea Não Aterosclerótica
\
/
adjacente da mesma artéria (Fig. 6 .3A-D) Se não houver Aneurismas carotídeos extrftcranianos (ACEx) são ra-
segmento proximal adjacente normal, consideramos o ros, correspondendo a aproximad~wnte 0,4-1 % de todos
diãmetro cios valores de referência arterial (Quadro 6.2). os aneurismas periféricos e a 4% de todos os aneurismas
Se a dilatação estiver presente ao nível do bulbo caro- periféricos em adultos. 11-1 4 Eles se apresentam como massa
LÍdeo , o valor de referência deve ser 1,S vez o valor do cervical ou parafartngea associada ou não a déficits neuro-
diãmetro da caróllda comum, 10 medido pelo Doppler em lógicos. H Eles podem ser classificados como verdadeiros
cores (DC) (Fig. 64A-D), pela angiorressonãncia mag- (Fig. 6.3A-D), se envolverem todas as camaclas arteriais,
nética (ARM) ou angiografia I I ou fal sos (pseudoaneurismas) cujas paredes são normal-
71
Do en ça Carotídea Não Aterosclerótica
Figura 6.2. FAV iatrogênica. Fístula carotídea-ju gul ar pós-pu nção. (A) Comunicação fi stulo sa em Modo B; (8 ) Comunicação
fistul osa ao Doppler em cores; (C) Análise espectral na FAV. (D ) Dem onstra ção do hematoma entre o loca l de punção na
ca rótida e na jugular .
Figu ra 6.3. Aneu ri sma ve rd adeiro do ramo interno. (A) Tortu osidade assoc iada, corte longitudin al. (8 ) Acometimento do
segmento méd io do RI, fotomo ntagem do ramo interno e ca rótid a com um . (C) Sinal Yin-Yang ca ra cterísti co ao Dopp ler em
cores, corte transverso. (D ) Medidas pelo corte transverso, medidas AP-LL.
72
D oença Ca rot ídea N ão A te roscleró ti ca
Figura 6.4 . D ilatação aneurismática pós-endarterectom ia com colocação de patch. (A) Imagem ao Power Doppler. (B) Modo
B evidenciando patch de Dacron. (C) Maior d iâmetro . (D) Di âmetro pré-bifurcação.
Quadro 6.2. D iâmetros normais da carótida doaneurismas se desenvolvem em regiões operadas, isto é,
na bifurcação
Artéria Carótida Bulbo Carótida interna
comum O tratamento clínico dos aneUlismas extracranianos
resulta numa taxa de mortalidade de cerca de 71 %, 12
Homens 0,63-0,84 0,99 0,55 ± 0,06
configurando, pois, assunto de extrema importãncia.
Mulheres 0,77 0,92 0,49 ± 0,07
Etiologia
mente fonnadas por cápsula fibrosa, secundália a hemato- A etiologia é importante para que a associemos à clínica.
mas , correspondendo estes últimos a 14% dos casos. 15 São elas:
A carótida comum é a porção mais afetada, princi-
palmente ao nível de sua bifurcação , seguida pela caróti- 1 fatores bioquímicos como aterosclerose (40-70%
da interna (porção proximal , média e distai) e por último dos casos) 1213 têm maior prevalência em idades entre
pela carótida externa. 12 50-70 anos. A razão homem/mulher é de 19:1; 15
A localização varia com a etiologia. Por exemplo, os 2. Displasia fibromuscular; 1214
aneurismas ateroscleróticos ocorrem geralmente na bifur- 3. fatores mecânicos como traumas e feridas pene-
cação e nas proximidades. Os que não afetam a bifurcação trantes; 12
são nonnalmente saculares, geralmente afetando hiperten- 4. Dissecção ou fonnaçâo de aneurisma (se a dissecção
sos graves. 12.14 Já as lesões causadas por trauma afetam mais for entre as camadas média e a adventícia - 30% dos
comumente o segmento distai da carótida interna. Os pseu- casos) ;
73
Doen ça Carotídea Não Aterosclerótica
74
Doença Ca rotídea Não Ate rosclerótica
75
Doença Carotídea Não Aterosclerótica
Quadro 6.3. Critérios modificados por Sharma vascularização ou ambos. 21.21.25 Então, longos segmen-
tos de espessamento concêntrico de média ecogenicida-
Critérios maiores
1. Lesão da subclávia esquerda no terço médio: estenose de , com boa definição das camadas parietais e do tecido
ou oclusão de 1 a 3 cm distai ao orifício da vertebral adjacente, acometendo principalmente os terços médio
esquerda.
e proximal das carótidas (com predomínio da esquerda
2. Lesão da subclávia direita no terço médio: estenose ou
oclusão de 1 a 3 cm distai ao orifício da vertebral direita . sobre a direita) e os terços médio e proximal das sub-
3. Sinais e sintomas característicos com mais de um mês de clávias (sendo a esquerda a mais acometida), sobretudo
duração: em mulheres jovens, devem nos fazer pensar em AT. 20
A. Claudicação do membro.
B. Ausência de pulso ou diferença de pressão As artérias vertebrais podem também estar comprome-
> 10 mmHg entre os dois rr.embros. tidas (Fig 66A-D). O exame é feito medindo-se, atra-
C. Isquem ia ao exercíc io. vés do corte sagital (longitudinal), as maiores espessu-
D. Dor no pescoço.
E. Febre. ras das paredes anterior e posterior (principalmente) ,
F. Amaurosis fugax. dos terços proximal, m édio e distai das carótidas, das
G. Síncope.
subclávias e do tronco braquiocefálico quando possí-
H. Dispneia.
I. Palpitações. vel. A medida da espessura parietal é feita do bordo
j. Vi são embaçada. interno do complexo médio-intimaI ao bordo externo
da adventícia, que fica bem definida (Fig. 6.5A e C).
Crit érios menores
1. VHS alto: W estergren > 20 mm/h. Uma imagem do corte transverso também é feita para
2. Carotidínia. mostrar o comprometimento concêntrico característico
3. Hipertensão das pressões braquiais ou poplíteas
(Fig. 6.5B e D). Prossegue-se com o procedimento nor-
> 140/90 mmHg ou > 160/90 mmHg, respectivamente.
4. Regu rgitação aórtica ou ectasia anuloaórtica mal do exame das carótidas.
determinada pela auscultação, arteriografia ou A monitorização da doença eleve ser por longo
ecoca rdiografia.
prazo .
5. Lesão da artéria pulmonar: oclusão lobar ou segmentar
da artéi'ia ou aneurisma do tronco pulmonar. O ECD tem um número de limitações. É opera-
6. Lesão do terço méd io da ca rótida comum esquerda: dor-dependente e não pode visualizar bem alguns seg-
estenose ou oclusão do terço médio (começando a 2 cm
mentos arteriais, como a subclávia proximal e a aorta to-
da sua origem).
7. Tronco braquiocefálico distai: estenose ou oclusão do rácica , em função das estruturas superpostas 18
terço distaI.
8. Lesão da aorta torácica descendente: estenose,
aneurisma ou irregularidade parietal. DICAS
9. Lesão da aorta abdominal: estreitamento, aneurisma ou
irregularid ade parietal.
Pensar em AI quando houver:
10. Lesão da artéria coro nária : documentada por
arteriografia em pacientes < 30 anos de idade e sem • Pulsatilidade carotídea diminuída, mobilidade
fatores de ri sco para aterosclerose. em "paralelepípedo".
Dois critérios maiores ou um critério maior e dois menores
• Espessamento parietal da carótida comum supe-
ou quatro critérios menores indicam alta probabilidade de rior a 1,2 mm, longo, com bordos predominan-
Arterite de Takayasu. temente lisos poupando o bulbo , sobretudo em
mulheres jovens.
76
Doença Carotídea Não Aterosclerótica
Figura 6.5. Arterite de Takayasu. Paciente fem. , 23 anos, com astenia, mialgi a e perda de peso. (A) Notar espessa mento
difuso, poupando o ramo interno. (B) Corte tran sverso mostrando es pessa mento concêntrico: Sinal de macaroni (exame de
02/04/2 009). (e ) Redução do espessamento pós-corticoterapia pelo corte longitudinal. (D ) Redução do espessame nto
pós-corti co terapia pelo corte tran sve rso (exame de 25/06/2009 pós-co rti co terapia).
Figura 6.6 . Arterite de Takaya su (comprometimento da vertebral). Mesmo caso mostrando comp rometimento concê ntri co
e difuso também da artéria vertebral. (A) Vertebral desenvolvid a e espessada, visível ao Doppl er em cores. (B) Vertebral
desenvolvida e espessada, visíve l ao modo B. (C) Espessa mento co ncêntrico visível pelo co r1 e tran sverso. Sinal de macaroni.
(D ) Turbulência e aumento das ve locidades na artéria ve rtebral.
77
D oença Ca rotídea Não Aterosclerót ica
78
Doença Carotídea Não Aterosclerótica
79
Doença Carotídea Não Aterosclerótica
80
Doença Carotídea Não Aterosclerótica
Figura 6.8. Displasia fibromuscular. Paciente fem., 59 anos, com acometimento leve das carótidas vertebrais e renai s. (E)
AngioTC da paciente em questão, solicitada após exame de ECD (A- O), que confirmou os achados ecográficos.
na origem da carótida comum com flap bem visual i- os que ocorrem em acidentes automobilísticos. Esta forma
zado, evidenciando falsa luz , trombosada ou não. de dissecção origina-se na transição entre o componente
2. Dissecção primária aterosclerólica da carótida que ge- elástico e o muscular da carótida no momento em que esta
ralmente se origina na região da bifurcação e pode se penetra a porção pen·osa do osso temporal. Neste caso, não
estender para o ramo intemo. Nesta forma , também observamos a presença de flap, mas sim uma marcada re-
evidencia-se flap além do envolvimento ateroscleróti- dução ou mesmo oclusão do ramo interno por hematoma
co de grau variado do vaso. intramural secundário a sangramento dos vasa vasorum ou
3. Dissecção distai que pode ser secundária a trauma ou ser a ruptura intimaP' Quando o hematoma se forma mais
espontânea (Fig. 6.9 A-I), tendo neste caso como etio- próximo à adventícia do vaso, pode ocorrer dilatação aneu-
lOgia principal a fibrodisplasia. Devemos sempre pensar rismática junto à base do crânio e, portanto, não ser visível
na hipótese de dissecção primária distai em jovens com ao ultrassom. Em 47-85% dos casos, pode haver recana-
acidente vascular cerebral sem outra causa aparente. 35 !ização por reabsorção do hematoma e/ou uso de anticoa-
gulante, observando-se o restabelecimento do fluxo num
Não há critério morfológico ultrassonográfico capaz período de até seis meses após o quadro agudo. 18
de distinguir a dissecção espontânea da traumática, exceto
quando evidenciamos um vaso tipicamente fibrodisplásico.
Uma boa história clínica pode ajudar bastante na pesquisa Manifestações clínicas
da causa etiológica. No caso do trauma, este pode ser um Além do acidente vascular cerebral presente em aproxi-
trauma direto na região cervical, como o que ocorre em ati- madamente 2/3 dos casos, do ataque isquêmico transi-
vidades esponivas de comaro como lutas , futebol america- tório ou da amaurose fugaz presente em 1/4 elos casos,
no e outras tantas, 30 pode estar relacionado a manipulações outros sinais e sintomas podem ocorrer, como hemicra-
da região cervical como entubações e quiropraxia ou pode nia, dor no pescoço, dor na face, zumbido , síndrome de
ser secundário a processos de desaceleração súbita como Horner ou paralisia de algum nervo craniano. "
81
D oe n ça Ca ro tíd ea Não Ate rosc lerót ica
82
Doen ça Carotídea Não Ate rosclerót ica
83
D oença Ca rotíd ea Não Ate rosclerótica
~ Figura 6.10. Fibrose actínica. Caso de fibrose actínica extensa acometendo t od~ a extensão da carótida comum. Não há,
em virtude disso, aumento das velocidades e sim fluxo amortecido, de ba ixa reslstencla. (A) Imagem mostrando espessamento
médio-intimai difuso. (B) Fluxo bastante amortecido.
84
Doença Ca rotídea Não Ateroscle rót ica
mina, etiologia ou mesmo sua relação com sintomas, duração. 54.55 No caso da hipertensão, a explicação se dá
eventos neurológicos e conduta a seguir 48 A varie- ao nível celular, onde a hipertensão gera um estiramen-
dade de termos utili zados - alça, laço , alongamento to da musculatura lisa da parede do vaso, em especial
em "s" ou "C", cai! (esp iral) ou kinking (acotove lamen- naquela com disposição helicoidal responsável pela ma-
to) - pode gera-r confusão para o leitor. De todos es- nutenção do seu tônus longitudinal. A fragmentação dos
ses, o kinking tem sido o mais comumente utilizado e elastômeros pode ser responsável pelo alongamento do
traduz, em última análise, uma tortuosidade do ramo vaso e tem sido encontrada em pacientes com kinking 56
interno ou mesmo da carótida comum com angulação Do ponto de vista anatômico, a hipertensão de longa
inferior 90° A classificação mais utilizada é a de Metz data pode ainda promover o alongamento do arco aórti-
e co laboradores, introduzida nos anos 60, a qual divi- co e, assim, deslocar os vasos da base em direção cranial.
de o kinking em três tipos de acordo com o ângulo da Como a carótida apresenta dois pontos de fixação na re-
tortuosidade 49 (Figs. 6.11 e 6. 12A-I). Em uma popu- gião cervical: um na região da bifurcação e outro quando
lação adulta, a frequência de kinking da carótida varia da sua penetração no osso temporal , o ramo da carótida
en tre 3,4 e 62% de acordo com o critério utilizado e passa a se remodelar no espaço compreendido entre es-
o grupo estudado. 50 . 52 Em até 50% dos casos ele pode ses dois pontos. 57
ser bilateral.
Alguns autores definem o cail como alongamento em Manifestações clínicas
um segmento limitado, gerando uma tortuosidade de
Os sinais e sintomas decorrentes da presença de uma
configuração serpiginosa (Fig. 6.12). 52
tortuosidade da carótida são raros, com séries relatando
De gênese controversa, acredita-se que as tortuosi- prevalência de 4-16 %. 58 Em sua maioria , traduzem-se
dades da carótida possam ser congênitas ou adquiridas.
em ataques isquêmicos transitórios por baixo fluxo pro-
a teoria congênita, a tortuosidade está relacionada à
vocado por um aumento do grau de acotovelamento,
manutenção da anatomia embrionária em laço do ramo
durante alguma movimentação específica do pescoço, 59
interno, que se forma a partir da união do terceiro arco
ou pela embolização distai provocada pela ulceração
aórtico (carótida comum e porção inicial do ramo inter-
intimai no ponto de maior angulação. 60 A ocorrência
no) com a porção cranial da aorta dorsal (segmento distai
de acidente vascular encefálico é muito rara .59 A opção
do ramo interno), assim como também a uma desci-
pela correção cirúrgica de um kinking comprovadamen-
da incompleta do coração na fase de desenvolvimento
te sintomático deve ser muito criteriosa, uma vez que
do pescoço levando a uma retificação incompleta da
frequentemente sua abordagem é dificultada pela sua
carótida 53 .54 Fala a favor da teoria congênita e incidência
localização , não raro ao nível da l a e 2a vértebra cer-
de tortuosidades em até 15% de crianças necropsiadas.
vical, assim como pela íntima relação anatômica com
Dentre as tortuosidades adquiridas destacam-se
estruturas nobres do pescoço. 5
como potenciais causas: a displasia fibromuscular, a ate-
rosclerose, o envelhecimento e a hipertensão de longa
Achados à ecografia
Pacientes com kinking podem ser indicados para estudo
ultrassonográfico por apresentarem uma hiperpulsatili-
dade na região cervical ou por apresentarem sintomas
que sugiram insuficiência vascular cerebral. Na maioria
das vezes, contudo, ele é um achado de exame em pa-
ciente sem sinais ou sintomas.
É notória a dificuld"de em se alinhar o transdutor
com o trajeto da carótida. Ao se realizar a varredura trans-
versa , não raro nos deparamos com múltiplas secções da
carótida em um mesmo plano de imagem com fluxos em
TIPO 1 TIP0 2 TI P03 direçâo oposta. Essa dificuldade pode ser em pane mini-
000-60" 60"-30° <30"
mizada trocando-se a sonda linear por uma sonda setorial
.. Figura 6.11. Classificação de Metz para tortuosidades ou microconvexa que nos oferece maior mobilidade. Se
carotídeas. por um lado o alinhamento adequado da imagem é pre-
85
Doença Carotídea Não Aterosclerótica
86
Doença Ca rotídea Não Ate rosc le rótica
judicado, a tortuosidade do vaso nos pennite um melhor É um tumor orig!nado das células paraganglionares de-
ângulo de ataque do Ouxo pela análise espectral e, conse- rivadas das células da crista neural presentes na adventícia
quentemente, aumento da variação da frequência ultrassô- da carótida, da aorta e da medula adrena1. 62 -63 a carótida
nica 6 1 A tortuosidade gera também alargamento da curva ele se localiza na adventícia da face posteromedial ao nível de
espectral (turbulência), que propicia a fonnação de placas sua bifurcação, estando bem aderido a ela (Fig. 6.13 B--D).
que devem ser rastreadas com cuidado em tais situações. Apresenta-se como um tumor ricamente vasculariza-
Quando o hinhing e/ou a placa nele fonnada geram reper- do (fig. 613C), inicialmente irrigado pelos vasa vaSOrLtm
cussão hemodinâmica, devemos tomar cuidado para não da própria adventícia. À medida que ele cresce, passa a
superestimar o grau de obstmção, uma vez que o angulo ser irrigado por ramos da carótida externa, como a ar-
de ataque favorável, como já citado, aumenta a velocidade télia falíngea ascendente , por ramos cervicais e até pela
de Ouxo resultante . A presença de Ouxo amortecido dis- artéria vertebra[64 O conhecimento da fonte de inigação
tal mente à região de tortuosidade da carótida pode ajudar do tumor é importante para o planejamento da estratégia
na definição da repercussão hemodinâmica dos achados cirúrgica. Seu crescimento é lento e progressivo, da or-
descritos. Um estudo dinâmico com manobras de late- dem de 0,5 cm ao ano; ele ocorre em todas as direções ,
ralização do pescoço pode acentuar o grau de obstmção havendo, contudo, restrição inferior pela bainha da fáscia
provocado pelo hinhing e, dessa forma , reproduzir even- carotídea. À medida que ele cresce, distorce o ângulo da
tuais sintomas apresentados pelo paciente. Todo cuidado bifurcação carotídea , achado característico (Fig. 6.13G) .
deve ser tomado ao se definir a presença de repercussão O crescimento superior em direção à base de crânio pode
hemodinâmica secundá lia ao hinhing, uma vez que esta afetar os nervos cranianos. O crescimento mediaI e an-
afinnativa pode gerar um procedimento cirúrgico que não terior pode gerar compressão das vias respiratólias , dis-
necessariamente resultará em remissão dos sintomas. fagia, compressão do nervo vago, hipoglosso e da cadeia
simpática cervical.
Clinicamente caracteriza-se por uma massa cervical
DI CAS indolor, pulsátil, com mobilidade lateral e fixa no senti-
do superior. A indicação cirúrgica deve ser considerada
• Alças ou coils podem ter origem congênita, ao
quando esses tumores atingem 5 cm de diâmetro, uma
passo que angulações agudas ou hinhing podem
vez que a partir deste tamanho eles passam a apresentar
ter origem adquirida .
um elevado índice de morbidade pós-operatória 65
• Uma tortuosidade que não gera mudança na di-
reção do fluxo não deve ser chamada de kinking .
• Ao encontrar um hinhing, faça uma anamnese ri-
Achados à ecografia
gorosa quanto aos sintomas e não se esqueça de Apesar de a tomografia e a angiorressonância serem os
obter fluxos durante manobras de lateralização exames de eleição na avaliação pré-operatória desses
do pescoço. tumores, o Doppler em cores nos permite não somente
fazer o diagnóstico inicial, como também o acompanha-
mento longitudinal do tumor e sua relação com vasos
TUMOR DO CORPO CAROTíDEO e estmturas na região cervical. Ao modo B, observa-se
uma massa sólida, de baixa ecogenicidade e contornos
Considerações gerais bem definidos, localizada na bifurcação carotídea . Seus
Descrito inicialmente pelo suíço Von Haler em 1743 , o diâmetros longitudinal , anteroposterior e laterolale-
tumor do corpo carotídeo também pode ser chamado de ral devem ser obtidos e informados. Para tal , o ganho
paraganglioma, menos frequentemente de quemodecto- total da imagem deve ser aumentado. O Doppler em
ma ou tumor do glômus carotídeo , devendo esta última cores e o Power Doppler evidenciarão uma massa ri-
nômina ser evitada. Sua incidência é rara e ocorre sob camente vascularizada com fluxo de baixa resistência
duas formas : a esporádica e a familiar autossômica do- em seu interior pela análise espectral. Com frequên-
minante, descrita por Chase em 1933. Ele ocorre mais cia , conseguem-se identificar as artérias nutridoras que
frequentemente em adultos na faixa etária de 40- 50 devem ser relatadas no laud0 6Mi Alguma apresentam
anos, sendo incomum em crianças . Em 10% dos casos, eventualmente Ouxo de alta velocidade, o que não deve
são bilaterais e em apenas 5-10% se malignizam através ser confundido com estenose carotídea . O diagnóstico
de metástases a distância . diferencial deve ser feito com linfadenomegalia, cisto
87
Doença Carotídea Não Aterosclerótica
88
Doença Carotídea Não Ateroscleróti ca
branquial, carcinomas primários ou metastáticos, glãn- Entretanto , o trauma carotídeo é injúria relativamente pou-
dula salivar, abscesso, pseudoaneurisma trombosado e co frequente , oCOlTendo em menos de dois a cada 1.000
aneurisma verdadeiro Sua localização e característica pacientes traumatizados que requeiram internação hospita-
ao Doppler em cores tornam o seu diagnóstico, porém, lar. O primeiro caso reportado de trauma fechado da caró-
bastante provável. tida ocorreu em 1872. Desde então, a maiOlia da literatura
médica consiste principalmente em trauma penetrante do
pescoço como principal mecanismo de injúria o9 Mais de
DICAS 70% de todos os traumas de carótida por trauma fechado
ocorrem como resultado de colisões automobilísticas (Fig.
• Uma boa história clínica e exame físico rigoroso
6. 14A-D), 12% em eventos esportivos, 10% em lutas e
aumentam a probabilidade pré-teste para tumor
7% em quedas. Os achados clínicos mais comuns são: dor
de corpo carotídeo.
cervical, dor mandibular, cefaleia , sfndrome de Horner e
• Atenção para não confundir um fluxo de alta ve-
zumbido em mais de 96% dos casos. AVCs secundários a
locidade na topografia da bifurcação com este no-
dissecções ou tromboses também podem ocorrer.
se carotídea.
O ECD é um método diagnóstico de baixo custo ,
com baixa taxa de morbidade, e deveria se constituir
como procedimento de escolha para trauma cervical fe-
TRAUMA CAROTíDEO
chado em pacientes estáveis , com injútias nas zonas 11 e
Lesões carotídeas constituem-se num desafio dentro do lll , sem sinais de sangramento ativo.
trauma arterial, já que as mesmas têm o potencial de ex- O ECD tem como limitação o enfisema subcutãneo
sanguinar, obsmür as vias aéreas e causar dano cerebral. ou grandes hematomas. Ele é operador dependente e
Figura 6.14. Pseudoaneurisma trombosado pós-trauma cervical fechado. Aneurisma sacular pós-trauma (trombosadol.
Corte sagital (longitudinal), com o pseudoaneurisma quase imperceptível da carótida. É preciso alto grau de suspeição.
(A )
(B)Extensão do trombo pelo corte longitudinal. (C) Doppler em cores delimitando a luz. Não se faria o diagnóstico pela
angiografia, só pela TC ou RNM. (0 ) Trombo visto pelo corte tran sve rso.
89
Doença Carotíd ea Não Aterosclerótica
consome mais tempo do que o desejado em quadros aneurysms and extracranial vertebral aneriovenous fisrula.
No Shinkei Geka. 1985; 13: 875-80 .
agudos lO
5. Sharma VK, Pereira AW, Ong BK , Rathakrishnan R, Chan
Os achados passíveis de serem encontrados são pseu- Bp, Teoh HL.: Images in cardiovascular medicine. ExternaI
doaneurismas, dissecção, compressão extrínseca, fístu la carotid anery-imernal jugular vein fisrula : a complication of
arteriovenosa e oclusão por tromboembolismo. A maio- imernal jugular cannulation . Circulation. 2006; 113: 722-3,
6. Talwar S, Bhan, A Sharma R, Choudhary SK, Venugopal
ria desses assuntos já foi, contudo, abordada nos tópicos P : Carotid anery to jugular vein fistula repair using
anteríores. cardiopulmonary bypass. Asian Cardiovasc Thorac Ann,
2000; 8 : 366-8.
7, Chen YW,jeng,jS, Liu, HM, Hwang BS, Lin WH, Yip PK.:
Achados à ecografia Carotid and Transcranial Color-Coded Duplex Sonography
in Different Types of Carotid-Cavernous Fistula Stroke.
Velocidades assimétricas nas carótidas comuns e inter- 2000; 31: 701-706,
nas devem ser avaliadas em detalhes até que se deter- 8. Amirjamshidi A, Abbassioun K, Rahmat H.: Traumalic
minem as causas. Velocidade diastólica final inferior aneurysms and arteriovenous fistulas of the extracranial
vessels in war injuries, Surg Neurol. 2000; 53: 136-45,
a 12 cmJs na carótida comum, estando ao menos 10 9. Kakkar S, Angelini P, Leachman R, Cooley DA. Successful
cmJs mais baixa do que o lado contralateral, aumenta c10sure of post-traumatic carotid-jugular aneriovenous fisrula
a suspeita de estenose distaI ou oclusão l i Padrões de complicated by congestive hean failure and cerebrovascular
insufficiency Cardiovasc Dis, 1979; 6 457-62.
anatomia e características de fluxo, como vaivém (to-
10, jong KP, Zondervan PE, van Urk H,: A new method of
and-fro) em pseudoaneurismas um falso e um verda- quantifying extracranial carotid anery aneurysms. j Vasc
deiro lúmen nas dissecções, aumento de velocidades e Surg, 1989; 10: 103-4,
baixo padrão de resistência nas fístulas arte riovenosas 11. AUigah N, Külkens S, Zausig , HansmannJ , Ringleb P, Hakimi
M, Eckstein HH, AllenbergjR, Bóck!er D, Surgical Lherapy of
são utilizados. extracranial carotid anery aneurysms: long-term results over a
Os diâmetros anteroposteriores e transversos tanto 24-year period. Eur J Vasc Endovasc Surg, 2009 ; 37 127-33,
no aneurisma verdadeiro quanto no pseudoaneurisma 12, Reslan OM , Ebaugh JL, Raffetto JD. Bilateral Asymptomatic
Extracranial Caroticl Anery Aneurysms. Ann Vasc Surg,
são medidos . No pseudoaneurisma, apenas a área com
2010; 20. [Epub ahead of prim[.
fluxo é medida. O segmento trombosado é gravado, mas 13. Golclstone j.: Aneurisma da anéria carótida extracraniana
excluído das medidas (Fig. 614D) . In Rutherford RB Ced): Cirurgia Vascular, 6' edição.
Os tamanhos das massas sólidas devem ser medi- Philadelphia, WB Saunders, 2007, p 2052-2064.
14, Pourhassana 5, Grotemeyera 5, Fokoua M, Heinenb W,
dos através dos cortes longitudinal e transverso, e seus Balzera K, Rampc U, Sandmann W: Extracranial caroticl
bordos descritos (lisos ou irregulares), assim com a eco- arteries aneurysms in children Single-cemer experiences in
genicidade e a vascularização. O trombo fresco é ca- 4 patients and review of the literature. Journal of Pediatric
Surgery 2007; 42: 1961-1968.
racterizado pela sua textura não homogênea, pela linha
15. Biasi L, Azzarone M, De Tróia A, Salcuni P, TecchioT.:
lisa na interface parede/trombo e pelo diâmetro arterial Extracranial Imernal Carotid Anery Aneurysms : case repon
normal. O tromboembolismo não aterosclerótico pode of a saccular wide-necked aneurysm and review of the
ser originário do coração , de estados de hipercoagu- Literature, ACTA BIOMED, 2008; 79: 217-222 .
16, Curci jA, Baxter T, Thompson RWAneurismas arteriais:
labilidade ou pode estar associado à vasculopatia não Considerações etiológicas, In Rutherforcl RB Ced): Cirurgia
ateroscleró tica .71 Vascular, 6a edição, Philadelphia, WB Saunders, 2007,
P 475-493.
17, Coumee RW, Vijayanathan T, And Barrese C : Cervical
REFERÊNCIAS Carotid Aneurysm Preseming As Recurrent Cerebral
Ischemia with Head Turning, Stroke, 1979 ;10:144-147,
1. Horiuchi M, Kamo T, Sugihara H, Fujisawa, K, Takahashi 18, Canyigit M, Peynircioglu B, Hazirolan T, Dagoglu MG, Cil
Y et aI.: An Adult Case of Congenital Externai Carotid- BE, Haliloglu M, Balkanci F, Besim A. Imaging characteristics
jugular Aneriovenous Fistula with Reversible Circulatory of Takayasu aneritis.Cardiovasc Intervem Radiol. 2007 ; 30:
Insufficiency in the Cerebellum and Lower Brain Stem. Am j 711-718,
Neuroradiol. 2001; 22: 273-276. 19. Raninen RO, Kupari MM, Pamilo MS, Pajari RI , Poutanen Vp'
2. Beaujeux R.L, Reizine DC, Casasco A, Aymard A, Fenacht , Hekali PE. Anerial wall thickness measuremems by B mode
D et aI.: Endovascular Treatmem of Venebral Aneriove nous ultrasonography in patiems with Takayasu's aneritis. Annals
Fisrula. Radiology 1992; 183: 361-367. of the Rheumatic Diseases. 1996; 55: 461-465,
3. De Bray JM, Bcnrnad P, Benrnad F, Jeanvoine H. : Les fislules 20, Maffei S, Di Renzo M, Bova G, Auteri A, Pasqui AL
artério-veneuses spomaneous de I'anére venebral à propos Takayasu's arteritis: a review of the literature, Intern Emerg
d' un cas revue de la literature. Rev Med Im 1986; 7: 133-9 Med, 2006,1; 105-112.
4. Kamiyama K, Endo S, Horie Y, Koshu K, Takaku A.: 21. Gornik HL, Creager MA. Aortitis, Review. Circulation . 2008 ;
Neurofibromatosis associated with imra- and extracranial 117 3039-3051.
90
Doença Carotídea Não Atero scl eróti ca
22. AndrewsJ, MasonJC Takayasu's arteritis--recent advances in 41. Houdart E, Mounayer C, Chapot R, Saint-Maurice JP'
imaging offer promise. Rheumatology. 2007; 46: 6 -15. Merland Jj.: Carotid stenting for radiation-induced stenoses:
23. Pipitone N, Versari A and Salvarani C Review: Role of A report of 7 cases .. Stroke. 2001;32: 118-21.
imaging studies in the diagnosis and follow-up of large- 42. ChengSWK, Wu LLH, Ting HCW, Lau H,Lam LK. Wei WI.:
vessel vasculitis: an update. Rheumatology 2008; 47: Irradiation-ineluced Extracranial Carotid Stenosis in Patients
403-40. with Head and Neck Malignancies. Am J Surg. 1999; 178:
24. Sun Y, Yip PK, JengJS, Hwang BS, Lin WH. 323-8.
Ultrasonographic Study and Long-term Follow-up of 43. Steele SR, Martin MJ, Mullenix PS, Crawforel jY, Cuadrado
Takayasu's Arteritis. Stroke, 1996; 27: 2178-82. DS, Andersen CA.:Focused high-risk population screening
25. Schmidt WA, erenheim A, Seipelt E, Poehls C, and for carotid arterial stenosis after radiation therapy for head
Gromnica-Ihle E. : and neck cancer. Am J Surg. 2004; 187: 594-8.
Oiagnosis or early Takayasu arteritis with sonography. 44. Shai E, Siegal S, Michael Z, Itzhak K, Ronen R, Oror M, Sylvia
Rheumatology, 2002; 41: 496-502. B, Adina BH, Ramzia AH, Marina F, Angela C, Dov Y, Joshua
26. Karahaliou M, Vaiopoulos G,Papaspyrou S, Kanakis V\~ Arie B.: Carotid atherosclerotic disease [ollowing childhood
MA,Revenas K and Sfikakis PP: Colour duplex sonography scalp irradiation. Atherosclerosis. 2009;204: 556-60.
of temporal arteries before decision for biopsy: a prospective 45. Moritz MW, Higgins RF,jacobsjR.: Ouplex imaging and
study in 55 patients with suspected giant cell arteritis. inddence of carotid radiation injury after high-dose
Arthritis Research &: Therapy 2006, 8: R116. radiotherapy ror tumors o[ the head and neck. Arch Surg.
27. Tato F and Hoffmann U: Giant cell arteritis: a systemic 1990;125 1181-3.
vascular disease. Vasc Med 2008: 13; 127-140. 46. Lam WW, Liu KH, Leung SF, Wong KS , So NM, Yuen HY,
28. Medeiros DA, Miguel E: Doppler color echocardiography Metreweli C Sonographic characterisation of radiation-induced
on the diagnosis of giant cell arteritis. Acta Reumatol Port. carotid artery stenosis. Cerebrovasc Ois. 2002; 13: 168-73.
2009; 142: 359-369. 47. Meeske KA, Siegel SE, Gilsanz V, Bernstein L, Nelson MB,
29. l3ellot], Gherardi R, Poirier J, Lacour p, Oebrun G and Sposto R, Weaver FA, Lavey RS , Mack Mp, Nelson MD
Barbizet j.: Fibromuscular dysplasia of cervico-cephalic jr.: Premature Carotid Artery Disease in Pediatric Cancer
arteries with multiple dissections and a carotid-cavernous Survivors Treated 'vVith Neck Irradiation. Pediatr Blood
fistula. A pathological study. Stroke. 1985;16: 255-261. Cancer. 2009 ; 53: 615-21.
30. Sato S and Hata J: Fibromuscular dysplasia: Its occurrence 48. Ballotta E, Thiene G, Baracchini C, Ermani M, Militello C, Da
with a dissecting aneurysm of the internai carotid artery; Giau G, Barbon B, Angelini A.: Surgical vs medicai treatment
Arch Pathol Lab Med 106. 1982; 332-335. for isolated internai carotid artery elongation with coiling or
31. Starr OS, Lawrie GM, Morris GCJr.: Fibromuscular disease kinking in symptomatic patients: A prospective randomized
of carotid arteries: long term results of graduated internai clinicai study. Vasc Surg. 2005; 42: 838-46.
dilatation. Stroke. 1981;12: 196-199. 49. Metz H, Murray-Leslie RM, Bannister RG, BullJ'vV, Marshall
32. Appleberg M.: Graduated internai dilatation in the treatment j.:Kinking ofthe internai carotid artery. Lancet. 1961; 1: 424-6.
of fibromuscular dysplasia o[ the internai carotid artery. SA 50. Poulias GE, Skoutas B, Doundoulakis N, Haddad H,
MedJ. 1977; 51:.244. Karkanias G, Lyberiadis O: Kinking and coiling of internai
33. Tsai FY, Matovich VB, Hieshima GB, Higashida R, Shah DG, carotid anery with and without associated stenosis. SurgicaI
Ashraf A, Pribram HF.:Practical aspects of percutaneous considerations andlong-term [ollow-up. Panminerva Med.
transluminal angioplasty of the carotid artery. Acta Radiol 1996; 38 22-27.
SuppL 1986; 369: 127. 51. Pancera p, Ribul M, Presciuttini B, Lechi A.. Prevalence of
34. Stanley JC, Fry WJ, Seeger ]F, Ho[fman GL, Gabrielsen carotid artery kinking in 590 consecutive subjects evaluated
TO.: ExtracranialInternal Carotid and Vertebral Artery by Echocolordoppler. Is there a correlation with arterial
Fibrodysplasia. Arch Surg.1974; 109: 215-222. hypertension? journal of Internai Medicine. 2000; 248: 7-12.
35. Ansari SA, Parmar H , Gandhi lO. Cervical Oissections: 52. Weibel j, Fields WS.: Tonuosity, coiling and kinking of
Oiagnosis, management and endovascular treatment. internai carotid anery. I. Etiology and radiographic anatomy.
Neuroimag Clin N Am. 2009; 19: 257-270. Neurology. 1965; 15: 7-18.
36. Oharmasaroja p, Oharmasaroja P: Sports-related internai 53. Masegosa-Medina jA , Mira-Sirvent F, Capilla-Montes MT,
carotid artery dissection: pathogenesis and therapeutic point Gómez-Caravaca J, Chaves L: Buc\es y elongaciones de la
of view. eurologist. 2008;14:307-11. arte ria carótida interna; A GIOLOGÍA. 2004; 56: 53-13-25.
37. Müller B.T, Luther B, Hort W, eumann-Haefelin T, 54. Ovchinnikov NA , Rao TR. e Rao RS. :Unilateral congenital
Aulich A, Sandmann W: Surgical treatment of 50 carotid elongation of the cervical part of the internai carotid artery
dissections: Indications anel results. J Vasc Surg. 2000; 31: with kinking andlooping: two case reports and review of the
980-8. literature Head &: Face Medidne . 2007; 3: 29.
38. Oannemaier B, Eppinger B, von Reutern GM, Schumacher 55. Fazan VPS, Ribeiro RA, Oliveira MAS, Caetano AG,
M. Spontane Rückbildungen von hochgraeligen Stenosen Rodrigues Filho, OA. :Tortuosity of the internai carotid artery
und Verschlüssen der Arteria carotis interna. Nervenarzt cervical course: case reports andliterature review Braz. j.
1992; 63: 363-70. MorphoL Sci. 2007; 24: 244-247.
39. Schwartz .E, Vertinsky AT, Hirsch KG, Albers GW 56. WhitejV, Haas K, Phillips S, Come rola Aj.: Adventitial
ClinicaI and radiographic natural history of cervical arlery elastolysisis a primary evem in aneurysm fo rmation. J Vasc
dissections. J Stroke Cerebrovasc Ois. 2009; 18: 416-23. Surg. 1993; 17: 371-81.
40. Metso Aj, Metso TM, Tatlisumak T.: Local symptoms and 57. Székely, G., Csécsei GI. Anteposition of the internai carotid
recanalization in spontaneous carotid artery dissection. artery for surgical treatment of kinking. Surg. NeuroL 2001 ,
Stroke. 2009; 40: 499-504. 56; 2: 124-126.
91
Doença Carot ídea Não Atero scl erót ica
58. La Barbera G, La Marca G, Martino A, Lo Verde R, Valentino 65. Williams MO, Phillips Mj, Rainer WG. Carotid body tumor.
F. lipari O, Peri G, Cappello F. Valentino B.: Kinking. coiling, Arch Surg 1992;127: 963-968.
and tortuosity of extracranial internai carotid artery: is it the 66. Schreiber j, Mann W, Ringel K. The role of colar duplex
effect of a metaplasia? Surg Radiol Anal. 2006 ; 28: 573-580. ultrasound in diagnosis and differential diagnosis of carotid
59. QuattlebaumjK, WadejS, Whiddon CM: Stroke associated body tumors. Laryngorhinootologie 1996 Feb;75 :100-4 .
with elongation and kinking of the carotid artery: long-term 67. Steinke W. Hennerici M, Aulich A. Doppler color Oow
follow-up. Ann Surg. 1973; 177: 572-579. imaging of carotid body tumors. Stroke . 1989. Nov;20:
60. Illuminati G, Calió FG , Papaspyropoulos V, Montesano G, 1574-7.
O'Urso A.: Revascularization of the InternaI Carotid Artery 68. Ramadan F. Rutledge R, Oller O. Howell P, Baker C, Blair
for Isolated. Stenotic, and Symptomatic Kinking; Arch Surg. Keagy: Carotid artery trauma: A review of contemporary
2003; 138: 192-197. trauma center experiences. j Vasc Surg. 1995; 21: 46-56.
61. Lo Vuolo M: Alteración Del Trayecto. In Gamuts In Doppler 69. Vilke GM, Chan TC. :Evaluation And Management For
Blanco &: egro y Color Carótidas y Vertebrales. Santa Fé Carotid Oissection In Patients Presenting After Choking Or
Argentina. Imprenta Lux S.A, 1997, P 182-183 . Strangulation. j Emerg Med . 2010; 2. [Epub ahead of printl.
62. Souza AA, Fagundes-Pereira Wj, Santos LS, MarquesjAP, 70. Agrawal A, Kumar A, Tiwari A, Sinha A, Patel A.: Low
Carvalho GTC.: Tumores do corpo carotídeo - revisão de velocity traumatic dissection of the internai carotid artery
oito casos e abordagem curúrgica. Arq. Neuro Psiquiatr. presenting as a stroke after a slash injury Singapore Med j .
2000; 58; 2. 315-323. 2007;48 :127-129.
63. Mark K, Wax and Brint OR.: Carotid body tumors: a review. 71. Labropoulos N, Leon LRjr, Gonzalez-FajardojA, Mansour
Thejournal ofOtolaryngology 1992; 21:4. 277-285. AM, Kang SS. Nonatherosclerotic pathology of the neck
64. WienekejA, Smith A. Paraganglioma: Carotid Body Tumor. vessels: prevalence and Oow palterns. Vasc Endovascular
Head Neck Patho\. 2009 Oec;3: 303-306. Surg. 2007; 41: 417-27.
92
CAPíTULO 7
U Itrassonografia Vascu lar
Ana Luiza Valient e Engelhorn
no Diagnóstico da Arterite Carlos Alberto Engelhorn
Temporal
IN TROD UÇÃO vascular apresenta-se como uma opção diagnóstica não in-
vasiva na identificação dos pacientes com arterite temporal.
A arterite temporal é uma vasculite primária do subgrupo Transdutores de alta frequência e alta resolução permitem
das arterites de células gigantes, apresentando-se como avaliação confiável da artéria temporal , que se localiza a
uma doença sistêmica caracterizada por inflamação crô- aproximadamente 3-4 mm abaixo da superficie da pele.
nica, com formação de grãnulos de células gigantes, em
artérias de médio e grande calibre.
INDICAÇÕES DA
O diagnóstico precoce é de máxima importância
para diminuir o risco de complicações, como a perda ir-
Ul TRASSONOGRAFIA VASCULAR
reversível da visão, uma vez que 5-20% dos pacientes
desenvolvem neuropatia arterítica anterior do nervo óp- Suspeita clínica de arterite temporal:
tico, por oclusâo das artérias ciliares posteriores.' Pacientes >50 anos que apresentem febre de ori-
O diagnóstico da arterite temporal é basicamente clí- gem indeterminada.
nico , porém a biopsia da artéria temporal é geralmente Anemia de doença crônica (normocrômica nor-
recomendada para a confirmação diagnóstica. O Colégio mocítica).
Americano de Reumatologia recomenda pelo menos três Cefaleia de recente começo.
dos seguintes critérios para estabelecer o diagnóstico: Claudicação mandibular.
idade ~ 50 anos, cefaleia localizada e de início recente, Sensibilidade e/ou diminuição do pulso da arté-
sensibilidade ou redução do pulso na artéria temporal , ria temporal.
velocidade de hemossedimentação (VHS) ~50 mm na Aumento da VHS.
primeira hora e achados histopatológicos compatíveis 2 Determinar extensão da doença.
Sintomas como fadiga, febre, claudicação mandibular, Identificação e escolha do local para biopsia.
rigidez do pescoço e ombros também podem ser encontra- Determinar atividade da doença.
dos. A biopsia da artéria temporal tem sido historicamente Monitorar a evolução da doença.
realizada para o diagnóstico definitivo, pois o tratamento Acompanhamento pós-tratamento.
é a longo prazo e com potenciais efeitos colaterais. É um Polimialgia reumática.
procedimento de pequeno pone, porém, não são todos os
pacientes que aceitam sua realização e muitas vezes o resul-
tado é negativo , mesmo na vigência da doença, pois o mate- TÉCNICA DE AVALIAÇÃO
rial pode ser retirado de um segmento da artéria sem lesão,
Paciente em posição supina com rotação contralateral da
além da possibilidade de potenciais complicações, como
cabeça. A avaliação deve ser sempre realizada bilateral-
lesão do nervo facial , necrose de pele, ptose palpebral, is-
mente, de acordo com a técnica a seguir:
quemia cerebral por interrupção de circulação colateraP-S
Com a grande evolução na qualidade da imagem vascu- a) Transdutor linear de alta frequência (7-13 MHz) po-
lar, permitindo a avaliação de pequenos vasos superficiais sicionado na região temporal a ser estudada, medial-
com e sem o mapeamento colorido do fluxo, o ultrassom mente ao pavilhão auricular (Fig. 7.1 ).
93
Ult rassonografia Vascula r no Diagnóst ico da Arter ite Temporal
Figura 7.1. Posição do transdutor linear de alta frequência ~ Figura 7.3 . Exemp lo de artéria temporal proximal
na região temporal. tortuosa.
94
Ultrassonografia Vascu lar no Di agnóst ico da Arteri te Tem po ral
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
A aterosclerose é o principal diagnóstico diferencial da
aneJite temporal, uma vez que é altamente prevalente
nesta faixa etária. Como em outras artérias periféricas,
as placas de ateroma são irregulares, excêntricas, homo-
gêneas, ecogênicas ou predominantemente heterogêne-
as. As lesões ateroscleróticas da artéria temporal dificil-
mente são ecolucentes (com predomínio de colesterol)
e, diferentemente do processo inflamatório concêntrico
da panarterite , as placas são excêntricas e irregulares nos
cortes ultrassonográficos longitudinais e transversais .
Figura 7.5. Imagem longitudinal de artéria temporal com
A presença de halo anecoico periartelial apresenta
mensuração do espessamen to mural envolvendo a parede
arterial. Note a mensuração (1 mm) da espessura do halo grande variação de sensibilidade (40-95%) entre os di-
periarterial. versos autores no diagnóstico da arterite temporal , com
especificidade entre 68 e 93% 8-12 Recente revisão sistemá-
presença de estenoses pelo mapeamento em cores do tica de 13 estudos realizada por Schmidt et aI. identificou
fluxo, obter as velocidades sistólica e diastólica nas ar- sensibilidade entre 40-100% (média 86%) e especifici-
térias temporais , com ajuste do ganho e escala (PRF) dade de 68-100% (média 93%) para o edema da parede
do Doppler pulsado . do vaso na identificação da doença quando comparado
h) Pelos cortes ultrassonográficos transversais e longitu- a histologia , e 35- 100% (média 70%) de sensibilidade e
dinais , pesquisar lesões crõnicas na identificação de 78-100% (média 97%) de especificidade quando compa-
maior "brilho" na parede do vaso identificado, que rado ao diagnóstico clínico, baseado nos critérios do Colé-
corresponde a fibrose . A identificação do espessamen- gio Americano de Reumatologia . o entanto, a associação
95
Ultrassonografia Vascular no Diagnóstico da Arterite Temporal
- - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - -- - -.._ - - -
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Critérios de imagem
LIMITAÇÕES DA
UL TRASSONOGRAFIA VASCULAR NO
ESTUDO DA ARTERITE TEMPORAL
Figu ra 7.8. Cortes ultrassonográficos transversais
a) Artérias de pequeno calibre. e longitudinais da artéria temporal demonstrando
b) A qualidade do equipamento utilizado. espessamento parietal mais ecogênico.
96
Ultrassonog rafia Vasc ular no Di agnóst ico da Arterite Temporal
c) Experiência do examinador. 3. SCOtl KJ, Tse DT, Kronish Jw, Temporal artery biopsy
technique : a clinic-anatomical approach. Ophthalmic Surg
d) Irregularidades parietais causadas por aterosclerose.
199 1;22519-25 .
e) Avaliação de pacientes que foram submetidos à cirur- 4. Siemssen S). On the occurrence of necrotising lesions in
gia estética na face que possam modificar a anatomia temp oral arteritis: review of the literature with a not e on
da região. the potential risk of a biopsy. Br J Plast Surg 1987 ; 40 :
73-82.
O Confusão na identificação do "halo" formado nas áre- 5. Slavin ML. Brow drop after superficial temporal artery
as de bifurcação pela sobreposição de imagens. biopsy. Arch OphthalmoI1986;104:1127.
6. Schimidt WA, Kraft HE, Vorphal K, Volker L, Gromnica-lhle
EJ. Color flow ultrasonography in the diagnosis of temporal
INFORMAÇÕES arteritis. N EnglJ Med 1997,337(19):1336-42.
7. Schimidt WA, Kraft HE , Borkowski A, Gromnica-Ihle EJ
INDISPENSÁVEIS PARA O LAUDO
Color duplex ultrasonography in large-vessel giant cell
arteritis. ScandJ Rheumatol1999, 28(86): 374-6.
8. Salvarani C, Silingardi M, Ghirarduzzi A, Lo Scoco G,
Perviedade da artéria temporal superficial. Macchioni P, Bajocchi G et a!. Is duplex ultrasonography
Descrição dos segmentos arteriais comprometidos useful for the diagnosis of giant cell arteritis 7 Ann lntern
na presença de halo periarterial. Med 2002 ;137(4): 232-8 .
9. Romera-Villegas A, Vila-Coll R, Pocas-Dias V. Cairols-
Espessura (mm) do halo anecoico .
Castellotte MA. The role of the duplex ultrasonography in
Descrição dos segmentos arteriais com turbilhona- the diagnosis of giant cell arteritis. J Ultrasound Med 2004 ;
menta do fluxo e aumento focal de velocidades 23(11 ): 1493-8
(estenose). 10. Nesher G, shemesh D, Mates M, Sonnenblick M,
Abramowitz HB. The predictive value of the halo sign in
Identificação e descrição dos segmentos arteriais color Doppler ultrasonography of the temporal arteries
sem fluxo (oclusão). for diagnosing giant ceU arteritis. J Rheumatol 2002 ;
29(6)1 224-6
11. LeSar C] , Meier GH, DeMasi RJ , Sood J , Ne lms CR, Carter
KA et a!. The utility of colo r duplex ultrasonography in the
REFERÊNCIAS diagnosis of temporal arteritis. J Vasc oSurg 2002 ;36(6):
1154-60.
1. Butleriss DJA, Clarke L, Dayan M, Birchall D. Use of colou r 12 . Reinhard M, Schimidt D, Hetzel A. Color-coded sonography
duplex ultrasound to diagnose giant cell arteritis in a case in suspectecl temporal arteritis-experiences after 83 cases.
of visual loss of unce rtain aetiology. Br J Radiol 2004; Rheumatol Int 2004; 24(6):340-6.
77607-9. 13. Schmiclt WA , Blockmans D. Use of ultrasonography
2. Hunder GG, Bloch DA, Michel BA, el a!. The American anel positron emission tomography in the eliagnosis anel
College of Rheumatology criteria for the classification of assessment of large-vessel vasculitis. Curr Opin Rheumatol
gíant cell arteritis. Arthrítis Rheum 1990;33: 1122-8. 2005;17(1 ):9-15 .
97
CAPíTULO 8
U Itrassonografia
Tulio Pinho N(I.varro
Ricardo Jayme Procópio
Vascu lar das Artérias
Vertebrais
99
Ultrasso nografia Va sc ul ar das Artéri as Vertebrai s
necessário rotação do pescoço para detenninar altera- estudo da origem (VI ) e segmento V2. Deste modo,
ções no fluxo da artéria. identifica-se positivamente o vas0 6
b) Transdutor linear com frequências de 5-10 MHz , que e) Procede-se à medida do diâmetro da artéria 3
são mais adequadas para melhor visibilidade entre os O Por meio da análise espectral, medem-se as velocidades,
processos transversos das vértebras (Buckenham & o padrão do fluxo (perviedade) e detennina-se a dire-
Wright, 2004), com ajustes da profundidade e do ga- çâo (cefálica ou caudal)6 É frequente que apenas o seg-
nho no Modo B. mento V2 seja avaliado no exame das artérias vertebrais
c) Corte ultrassonográfico transversal no segmento médio pela USv, que fornece a direção do fluxo e o fonnalo da
do pescoço para visibilizar a artéria carótida comum e onda espectral. Entretanto, é desejável que se visibilize
em seguida mudar para o corte longitudinal a partir de o segmento VI, particulannente sua origem, que é o lo-
uma abordagem lateral. Em seguida, o transdutor deve cal mais comum de doença obstrutiva, especialmente se
ser direcionado posterionnente, mantendo o corte lon- houver padrão tardus parvus distai na onda espectraJ.3
gitudinal , até se visibilizarem as sombras acústicas dos
processos transversos das vénebras, onde se identifica
PARÂMETROS ENCONTRADOS
o segmento V2 entre os processos transversos.
d) Utilização do mapeamento em cores do fluxo com A ultrassonografia vascular (USV) das artérias vertebrais
cortes ultrassonográficos em plano longitudinal para fornece evidências diretas e indiretas de circulação anor-
100
Ultrassonografia Vascu lar das Artérias Ve rtebra is
101
Ultra sso nografia Vascular das Artérias Vertebrais
102
Ultrasso no grafi a Va scular das Arté rias Vertebrais
Na aplasia ou hipoplasia
Figura 8.7. Síndrom e do "furto pe la subcl áv ia". 1. A ap lasia ou a hi pop lasia podem causar red ução signi-
(A ) Inve rsão do flu xo na artéri a vertebral demo nstrado pe lo ficativa do fluxo no sistema venebrobas ilar. O d iâme-
Doppl er e m co res .
tro médio da artéria é de 3,5 mm e, q uando menores
(B) Aná li se espectral confirmando a direção retrógrada do
flu xo na artéri a vertebral. q ue 3 mm , é sugestivo d e hi poplasia." ll'll A onda es-
(C) Oclusão no segmento proxim al da artéri a subclávi a pectra l pod e ser no rma l, bid irecio nal, de a lta ou baixa
confirm ando a co lateralização pela arté ri a vertebral. resistência (Fig. 8 9)
103
Ultrassonografia Vasc ular da s Artérias Vertebrais
104
U ltrasso nog rafi a V asc ul ar das Arté ri as V erteb rais
105
CAPíTULO 9
U Itrassonografia Orlando Carlos Glória Veloso
Vascular Transcraniana
107
Ultrassonografia Vascular Transcraniana
Figura 9.1.
o : ' ''' 1
JANELA 111. / .., --4 "
TRANSORBI1:
" L ", A,~ '
• J
'"
. leI)
40 •
fi A -, L
, FTALMICA - ~11 I ,~.
'~/
rA
1 fCI,1
7.<ítiliJ.:),
01 +':~ , ,,;,o;. -1/ (in
~".
~/ , .- \
(olor
I,fJ ~. 1t1/
{ill lU
SI>A~
li . : ~ , ,I
. I iltl ' r ,I
/
-/ / • SIFÃÓ.
, HII? IO(
P _• •R
l.o 'I,U
Figura 9.2.
Figura 9.3.
Figura 9.4 .
108
U lt rassonografia Vascular Transc raniana
INDICAÇÕES DO DTC
OTe no vasoespasmo
- OTe em aneUlismas
Figura 9.6.
- DTC em migrânea e forame oval patente (FOP)
Movimente lateralmente o transdutor para identificação OTe na monitorização de êmbolos
das vertebrais direita e esquerda na tela do monitor.
Doppler pulsado: registre as curvas espectrais de flu- OTe em monitorização peroperatória
xo nas três artérias, com as medidas obrigatórias.
109
Ultrassonografia Vascu lar Trallscraniana
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
DTC no vasoespasmo
Principal e mais grave complicação da hemorragia su-
baracnóidea (HSA) Pode ocorrer entre o quarto dia
(nunca antes) e o décimo quarto dia após o início da
HSA.
110
Ultrassonografia Vascular Transcraniana
Figura 9.13.
Fi gura 9.12.
DTC na doença ateromatosa
111
U Itrassonografia Vascu la r Transcran iana
IMPORTANTE > 80% do diâmetro Velocidade média de fluxo acima de 200 cm/s
ou > 70% da área
Obs.: Nos pacientes em hemotra nsfusão, o DTC deve ser repetido a cada
se is meses (Fig. 9.23 A- H ).
Figura 9.15.
112
Ultrassonografia Vascular Transcraniana
- - --- ------------------------ -- - -
Figura 9.16.
Figura 9 .19 .
Figura 9.17 .
Figura 9.20 .
113
Ultrassonografia Vascular Transcraniana
Figura 9.22 .
I, ,"w,,'" IC[>
10 .
.PA 1 2
\11 1.-1
IIC l. /
-H? Gn 75
FLUXO TURBILHONAR \
CnJor
. t.g 'IH!
Allqll' 16
114
Ultrassonografia Vascular Tra nscra niana
Quadro 9.12. Valores norm ais de índi ces de pulsatilidade Autorregulação cerebrovascular
em artérias intracranianas
o concei to de autorregu lação cerebrovascular refere-se a
Artéria IP capacidade intrínseca do cérebro de manter o fluxo cere-
AC I 0,95-0,96 (0,02) bral constante durante alte rações na pressão de per[usão
ACA
cerebral
0,84-0,88 (0,02)
Nas diversas condições que resultam em injúria ce-
ACM 0,54-0,89 (0, 02)
rebral, ocorrem [requentemenLe perda da autorregula-
115
Ultrassonografia Vascular Transcraniana
Figura 9.26.
116
Ultrassonografia Vascula r T ranscraniana
Diagnóstico falso-positivo:
- Situação rara: HSA causada por hipertensão intracraniana
severa e com colapso ci rculatório transitório (reversão em
minutos.
- Casos com colapso circulatório mantido, mas com
atividade cerebral mínima preservada.
Diagnóstico falso-negativo:
- Raro: pressão diastólica muito baixa (uso de balão de
contrapulsação aórtica).
- DTC com fluxo preservado em região supratentorial em
paciente com morte clínica (lesões de fossa posterior).
OTe em aneurismas
o mapeamento em cores é indispensável para o diagnós-
tico de aneurismas.
Figura 9.28 . O uso de contraste com microbolhas aumenta a sen-
sibilidade do método . 10
<7mm - -
Obs.: DTC com contraste (mi crobolhas) aumenta a sens ibilidade para
diagnóstico de aneurismas <7 mm (Figs. 9.31 e 9.32).
117
Ultrassonografia Vascular Transcraniana
Figura 9.32.
Figura 9.33.
Quadro 9.19. DTC durante crise álgica
- Pode diferenciar migrâneas com e sem aura Q uadro 9.22 . DTC e FOP
o COM AURA: redução do IP e aumento de Vm.
o SEM AURA: aumento do IP e redução de Vm. - Deve-se insonar as artérias cerebrais médias e a basilar.
- Utilidade no controle da resposta terapêutica - Infusão venosa periférica de solução salina agitada (20 ml).
medicamentosa (no rm alização do IP e Vm). - Orientar paciente para execução de manobra de Valsalva.
- Registro de curvas espectrais de fluxo (Doppl er pulsado):
• Ausência de "sinais de êmbolos": ausência de FOP.
o Registro de até 20 "s inais de êmbolos": FOP sem
Quadro 9.20. Migrânea e forame oval patente (FOP)
significado hemodinâmico.
o Registro superior a 20 "sinais de êmbo los": FOP com
o 50% dos casos de migrânea com aura e 30% sem aura
apresentam FOP. significado hemodinâmico.
o Utilidade do DTC:
- Triagem diagnóstica de FOP (injeção venosa de solução
salina agitada).
- Controle da resposta terapêutica (fechamento do FOP Para a pesquisa de FOp, deve-se insonar ambas as
com prótese). cerebrais médias (para avaliação da circulação cerebral
anterior) e a artéria basilar (Circulação cerebral posterior)
enquanto o paciente executa manobra de Valsalva duran-
DTC na monitorização de êmbolos te a infusão rápida de solução salina agitada.
118
Ultrassonografia Vascular Transcraniana
Déficits Tipo 1 (AVe - coma) 0 ,5-5,2% cios casos). Quadro 9.29. DTC na avaliação da perfusão cerebral
Q uadro 9.2 ... . Mecanismos de lesão cerebral - Identificar anormalidades perfusionais em tempo real
(pprm iti ndo i ntervenção i ntraoperatória).
- Hipoperfusão
- Identificar o grupo de pacientes com complicações
- Embolização peroperatórias (permitindo intervenção precoce no
pós-operatório) .
- Resposta inflamatória sistêmica
LIMITAÇÕES DA UL TRASSONOGRAFIA
Q uadro 9.25 . DTC na monitorização peroperatória de
êmbolos VASCULAR NO ESTUDO
- Fonte principal: placa móvel em arco aórtico. Quadro 9.3 1. Limitações técnicas ao DTC
~~' !
- Embolização durante o fechamento da incisão cirúrgica.
119
Ultrassonografia Vascular Transcraniana
Quadro 9.32.
INFORMAÇÕES
INDISPENSÁVEIS PARA O LAUDO
Figura 9.37.
Quadro 9.33. Estrutura básica de laudo de DTe
Devem-se descrever:
(1) a qualidad e téc ni ca do exame;
(2) janelas ultrassônicas utilizadas;
(3) vasos exa minados;
(4) recursos utilizados (Doppl e r pulsado , mapeam e nto de
fluxo em cores, contraste com m ic robolhas);
(5) valores de medidas obtidos citando os valores de
normal idade.
Conclusão do DTC
- Evitar diagnósticos e ti o lógicos (va lori zar os ac h ados
Figura 9.38. h emod inâmicos).
Na morte cerebral: diagnóstico concl u s ivo .
N a doença falcifonne: d efin ir sempre o g rau de risco
para AVE.
REFERÊNCIAS
1. Aaslid R, u'anscranial jlow mapping, Proccedings of Ullrasound
Diagnosis of Cerebrovascular Disease S)'mposium , Seallle,
Ma)' 1985.
2 . Tegeler CH, Babikian VL, Gomez CR, el a!. The Transcranial
Doppler Examinalion PrincipIes and Applications of
Transcranial Doppler Sonograph)' Neurosonology 12: 113-
Figura 9.39. 127, 1996.
120
Ultrasso nografia Vasc ul ar Transcran iana
3. Tegeler CH , Babikian VL, Gomez CR, et aI. The 7. Adams RJ et ai: Prevention of stroke by transfusion in
Transcranial Doppler Monitoring of Vasoespasm after children with sicle cell anemia and abnormal results on
Subrachnoid Hemorrhage. Neurosonology 15 :156-168, transcranial Doppler ultrasonografphy, Engl J Med
1996. 3391477-1478 - Nov-12,1998.
4. Sloan M.A. et aI. Assessment Transcranial Doppler 8. Hassler W, Steinmetz H, Pirschelj: Transcranial Doppler study
ultrasonography: Report of the Therapeu tics and Tec hnology of intracranial circulatory amst,] Neurosurg 71: 195-201 , 1989.
Assessment Subcommittee of the American Academy of 9. President's Commission: Guidelines for the delerrnination of
Neurology - Neurology, May 2004. brain death,]AMA 246:2184-2187 , 1981.
5. Labiche LA, Malkoff M, Alexa ndrov AV Residua l Oow 10. Turner CL, Kirkpatrick PJ: Detection or intracranial
signals predict complete recanalization in stroke aneurisms with unenhanced and echo contrast enhanced
patients treated with TPA.] Ne um-imag 13:28-33, 2003. transcranial power Doppler,] Neural Neurasu rg Psychiauy
Class 1lI . 68 489-495, 2000.
6. Ley-Pozo J, Ringelstein EB: Noninvasive detection of 11. Chernyshev OY et aI.; Blood Flow Veloci ty and Pulsativiy
occlusive disease or the carotid siphon and middle cerebral Index Differe nces in Patients With Unilateral Migraine,
anery, Ann NeumI28:640-647, 1990. Headache 41:704-709, 2001.
121
Doença Arterial Obstru tiva CAPíTULO 10
Hamilton Almeida Rollo
nos Membros Superiores e Mariângela Giannini
e a presença de aneurismas derivados de compressão Figura 10.1. Mostra a posi ção do membro superi or direito
extrínseca 78 (Quadro 10.1). para a realização da ultrassonografia vascular (USV).
123
Doen ça Arterial Obstrutiva nos Membros Superiores e Síndrome do Desfiladeiro Cervicotoracoaxilar
Sequência do exame: Modo B, Modo B com harmônica, Indicações de investigação dos membros
em cores, Power Doppler e B flow, se disponível. A harmôni- superiores pela USV na doença arterial
ca ou 2a harmônica é uma imagem com subtração ou filtro , periférica (Quadro 10.2)
o u seja, é subtraída a frequ ência fundamental e há diminui-
ção dos artefatos de movimentação . A vantagem é uma ima- Quad ro 10.2. Objetivos
gem mais de finida , fi cando a parede do vaso mais nítida. • Verificar presença de estenoses, oclusões e dilatações
Posicionamento do transdutor transversal e longitudi- • Quantificar as estenoses
• Loca li zar oclusões e colaterali zação
nal ao maior eixo da artéria para inicialmente fazer cortes
• Identificar a perviedade das artérias distai s (reenchimento)
axiais , e posteriormente longitudinais, para avaliação em • Medir diâmetros das artérias e dilatações (definir
cores do Ouxo arterial e da curva Doppler (Fig. 1O.2A, B). aneu ri smas)
• Verificar a presença de aneurismas e pseudoaneurismas
Ajuste da profundidade, ganho do Modo B e harmôni-
• Identificar lesões provocadas por traumatismos agudos
ca de tecidos. No mapeamento em cores, fazer o aj uste da • Identificar lesões devido a traumatismos crônicos e
caixa e ga nho de co r, bem com o do frarne rate e PFR. Na repetitivos
obten ção da curva es pectral , utilizar sempre que possível
ângulo d e insonação d o feixe do Doppler pulsado d e 60°
o u o mais próximo possíve l de 60°, fazendo o ajuste d o
Critérios diagnósticos (Quadro 10.3)
ganho e da escala d e PRF do Dopple r pulsado d e acordo
para avaliação de estenoses
com as velocidades d o Ouxo arterial (Fig. 10.3).
Estenoses
Avaliação direta - comparar o VPS medido antes da estenose
com o VPS no loca l ou imediatamente após a estenose -
índice de velocidade (lR)2
Normal - IR = 1
Figura 10.2. Fotografias mostrando a posição do
transdutor para o co rte transversal (A) oU longitudinal (B) da Estenose < 50% - IR: < 2
artéria radial direita. Estenose = 50% - IR: = 2 (Fig. 10.7 A, B)
Ocl usões
Avaliação direta - ausência de fluxo verificáve l no Modo cor,
Power Doppler, e curva espectra l, com presença ou não de
circulação colateral no nível da parada do fluxo
Figura 10.3. USV da artéria braquial direita, em indivíduo (Fig. 10.8).
normal, com aj ustes de cor, do Doppler pulsado e ângulo de
Avaliação ind ireta - curva es pectral monofásica e de baixa
insonação de 60 ° permitindo a obtenção de uma curva trifásica
velocidade a jusante da oclusão (Fig. 10.9A, B).
e a me nsuração das velocidades sistólicas e diastólicas.
12 4
Doença Arterial Obstrutiva nos Membros Supe riore s e Síndrome do Desfil~?_~_iro_~ervico~~a_coaxilar
125
Doença Arterial Obstrutiva nos Membros Superiores e Síndrome do Desfiladeiro Cervicotoracoaxilar
Limitações e artefatos
Limitações: pacientes engessados ou com fixação externa
e presença de hematomas.
Anefatos: podem ser provocados pela calcificação
nas anérias ou pela clavícula quando do exame da artéria
subclávía (Fig. 10.11).
Aneurismas
126
Doença Arte rial Obst ruti va nos Mem bros Sup erio res e Sí nd ro me do Desfil ade iro Ce rvicoto racoaxila r
SíNDROME DO DESFILADEIRO
CERVICOTORACOAXI LAR
Técnicas
Na pesquisa da síndrome do desfiladeiro, o paciente deve
estar na posição sentada, a qual permite a realização das
manobras de Adson, costocJavicular e de hiperabdução
(Figs . 10.12-10.14).
Objetivos
Durante as manobras, deve-se avaliar se há compressão
nas artérias subcJávia ou axilar e verificar o fluxo em co-
res e a curva espectral Doppler nas artérias distais ao lo-
cal de eventual compressão provocada pelas manobras
Figura 10.12. Foto mostrando a posição da pac iente realizadas (Fig. 10.15A, B), com o intuito de demonstrar
durante a manobra de Adson e o transd utor aval iando a alterações da curva espectral ou ausência de fluxo duran-
artéria axi lar. te as manobras (Quadro 104).
127
Doença Arterial Obstrutiva nos Membros Superio res e Sínd rome do D es filadeiro Cervicotoracoax il a r
INFORMAÇÕES INDISPENSÁVEIS
PARA O LAUDO
Re lata r:
• As este noses, o grau das mes mas e onde se loca li zam.
• As oclusões, os locais onde oco rrem e a colate ralização.
• Os aneu ri smas e pse udoaneurismas, as arté ri as onde se
localizam e informar os di âmetros (AP e LL); prese nça de
tromba mural ou não.
• Tipo de alte ração nas arté ri as: se com patíve l com ateros-
clerose, arte rite ou traumatismo.
• Se houver sinais de co mpressão extrín seca, o tipo de
manobra a ser exec utada é informa r o nível o u a arté ri a
acomet ida.
REFERÊNCIAS
1. Rowe VL, Yellin AE, Weaver FA. Vascular injuries of the
extremities . Em: Rutherford (editor). Vascular Surgery.
Philadelphia WB Saunders; 2005 . p . 1044-1058.
2. Tola M, Yurdakul M, Okten S, Ozdemir E, Cumhur
T. Diagnosis of arterial occlusive disease of the upper
extremities: Comparison of color duplex sonography and
angiography. J Clin Ultrasound 2003 ; 31 :407 -11.
3 . Rmherford RB . Occupational Vascular Problems. Em:
Rutherford RB (editor). Vascular Surgery. Philadelphia: WB
Saunders; 2005. p. 1393-1401.
4. Aiyer M, Kaushal H. Hypothenar-Hammer Syndrome. J Gen
Figura 10.15. (A) Artéria axilar di reita mostrando-se à USV Intern Med. 2003 ; 18(suppll):65-6 .
com características de normalidade do fl uxo colorido e da 5. Salles-Cunha S, Andros G. Upper Extremities . Em: Salles-
curva espectral (V PS de 73 cm/s) co m o paciente em posição Cunha S (editor). Atlas of duplex ultrasonography. Pasadena,
de repouso . (B) No mesmo paciente, durante a realização California : Appleton Davies, Inc ; 1988. p. 111-23.
da manobra de Adson, nota-se alteração do fluxo e da curva 6. Paivansalo M, Heikkila O, Tikkakoski S, Leinonen J ,
espectral (diminuição da VPS - 47 cm/s). Merikanto J , Surano I. Duplex ultrasound in the subclavian
steal syndrome. Acta Radiologica. 1998; 39: 183-8.
7. Longley DG , YedlickaJW, Molina EJ, Schwabacher S, Hunter
Quadro 10.4. Critérios diagnósticos para síndrome do D\\~ Letourneau JG. Thoracic Outlet Syndrome: Evaluation
128
CAPíTULO 11
Anál ise das Charles Esteves Pereira
INTRODUÇÃO
Terminolateral Terminoterminal
Os procedimentos para realização das fístulas arteriove-
nosas (FAV) e o tratamento de suas complicações repre-
sentam a maior causa de morbidade e custo para pacien-
tes em hemodiálise. 12
A avaliação pré e pós-operatória das fístulas através
da ultrassonografia vascular com Doppler (USV) é esta-
belecida como método de escolha, tendo contribuído sig-
nificativamente na melhora dos índices de perviedade,4 9
e será objeto de discussão neste capítulo.
As fístulas arteriovenosas autógenas têm maior per-
viedade e menor índice de infecção, sendo a principal
recomendação para acesso vascular definitivo. 48 A anas-
tomose arteriovenosa pode ser realizada de várias ma-
neiras (Fig 11 .1), sendo mais utilizada a terminolateral
veia-artéria. O local da anastomose varia em cada pa-
ciente, sendo recomendadas as mais distais para poupar Laterolateral
vasos proximais para novos acessos. São nomeadas de
acordo com a artéria e veia envolvidas (p. ex., radiocefá- ~ Figura 11 .1. Anastomoses arteriovenosas.
129
Ultrassonografia Vascular com Doppl er - Análise das Fístul as Arteriovenosas para Hemod iá lise
local de futuro implante de prótese de PIFE) Veias Segmento adequado desde o punho até a fossa cubita l (fístula
braquiais poderão ser superficializadas e utilizadas do antebraço) ou da fossa cu bital à axila (fístul a de braço).
como acesso na indisponibilidade de outras veias su- Perviedade do sistema venoso profundo.
perficiais. Avaliar compressibilidade, calibres, aspecto
Au sência de estenose venosa centra l no membro ipsilateral.
da parede e luz, sinais de trombose recente ou antiga.
Com Doppler pulsátil, avaliar espontaneidade e fasi-
cidade das veias. Critérios para artérias adequadas: 4 •7
o Sistema venoso superficial: paciente sentado, garro- Ausência de estenose hemodinamica mente significat iva.
teamento proximal , não exercer pressão do transdu- Diâmetro ~ 2 mm no antebraço .
tor sobre as veias. Avaliar calibres , estado da parede ,
Artéria radial não dominante para fístula no punho.
compressibilidade e medir profundidade caso seja >5
mm (veias mais profundas dificultam punção e po-
dem precisar ser superficializadas). A demarcação do
trajeto venoso com caneta dermográhca facilita o tra-
LAUDO FINAL:
balho do cirurgião.
o Sistema arterial: avaliar todas as artérias, desde a o Exame venoso: informações completas sobre os
subclávia até a radial e a ulnar, analisando pervie- sistemas venosos profundo e superficial com ên-
dade, calibres, ateromatose e estenoses significati- fase nas anormalidades e nas possibilidades de
vas. Com Doppler pulsado, volume de amostragem realização do acesso.
pequeno e ângulo paralalelo em eixo do vaso entre o Exame arterial: informações completas sobre o
50° e 60°, registrar curvas de fluxo que normal- sistema arterial com ênfase na perviedade, no es-
mente são trifásicas. Em caso de intensa ateroma- tado da parede e nas estenoses e oclusões.
tose ou na suspeita de arco palmar incompleto, o Recomenda-se anexar desenho esquemático in-
podemos realizar o teste da hiperemia reativa com cluindo calibres e locais de perviedade, estenoses
manobra de Allen. Neste caso, solicitamos ao pa- e oclusões. A marcação da pele também é muito
ciente que feche a mão forçadamente e registramos útil ao cirurgião (Fig. ll.2A-C).
a curva de alta resistência de uma artéria medindo
130
Ul trassonografia Vascu lar com Dopple r - Análi se das Fístul as Arte riovenosas para Hemodi áli se
Representação esquemática das veias do MSD Representação esquemática das artérias do MSD
D
' Artéria axilar (mm)
Artéria braquial (mm)
O
o
Artéria ulnar (mm)
Artéria radial (mm)
D D
D O
O O
• Normal Arco palmar ok? D
• Trombose recente
Trombose antiga - recanalização A B Figura 11 .2. (A- C) .
M apeamento pré-operatório.
TÉCNICA DO EXAME
DICAS :
PÓS-OPERATÓRIO
• Não visualização da veia cefálica no sulco delto-
Indicações mélis frequentes:
peitoral.
- Solução: realizar o exame em completa adu- Perda do frêm ito.
ção. Manobra de Valsalva pode auxiliar.
Aumento da pu lsatil idade.
• Dificuldade em mapear veias muito superficiais .
Solução: usar gel em grande quantidade sem D ificuldade de punção.
exercer pressão do transdutor sobre as veias. Sangramento au mentado .
Suaves "tapinhas" podem favorecer dilatação
Aumento da pressão venosa.
das mesmas.
• Variação anatômica nas artérias e veias, mesmo D iminuição do fluxo .
entre os membros do mesmo paciente.
Trombose do acesso.
Solução: conhecer detalhadamente a anatomia
normal e as variações nos membros superiores
que são muito frequentes. • Transdutor linear com frequência acima de 5-10
• Inadequada avaliação das veias profundas proxi- MHz, ajustando ganho , foco , dinamic range , PRF (ní-
mais. veis mais altos).
Solução : examinar paciente na posição de • Paciente sentado ou deitado. Sala pode estar refri-
Trendelenburg, usar frequências mais baixas gerada.
em pacientes obesos. A visualização inade- • O garroteamento pode ser necessário para avaliar o
quada deve constar no laudo . Transdutor real diâmetro das veias.
setorial de frequência mais elevada (transdu- • Iniciar exame pelo sistema arterial Cinflow) avaliando
tores de ecocardiografia infantil) para avaliar perviedade, ateromatose , presença de estenoses signi-
veias centrais . ficativas. A artéria doadora é mais calibrosa devido ao
• Na dúvida sobre a suficiência das artérias radial e alto fluxo. Associar os dados do Modo B com critérios
ulnar, realizar o teste de Allen avaliando o índice de velocidade para avaliar graus de estenose. O fluxo
de resistência e/ou aumento do pico diastólico. na artéria distai à anastomose pode estar amortecido
ou invertido.
131
Ultrassonografia Vascular com Doppler - Análise das Fístulas Arte riovenosas para Hemodiálise
132
Ultrassonografia Vascular com D opp ler - Análise das Fístulas Arteriovenosas para H emodiáli se
COMPLICAÇÕES
1. Trombose (Fig. 11.4): é a complicação mais temida
dos acessos vasculares. Quando precoce 0-3 meses),
decorre geralmente de erros técnicos, tais como torsão
e acotovelamento do vaso, esco lha errada da artéria
e/ou veia e presença de alterações anatõmicas (esteno-
se, fibrose) na veia ou artéria.
2. Estenose (Fig. 11 .5): é a causa mais frequente da
trombose a médio e longo prazos e deve-se princi- Figura 11 .5. Estenose severa na veia cefálica
palmente à hiperplasia médio-intimai (HMl). Embora justa-anastomóti ca . Observe afil amen to difuso da veia e jato
pós-estenóti co.
de mecanismo não totalmente elucidado, sabe-se que
pode ser causada pelo trauma cirúrgico, pelo aumento
da pressão (passa de 20 a 120 mmHg), pelo lurbilho- punções para hemodiálise. Caracteriza-se pela migra-
namento que leva ao aumento do wall sheer stress (força ção de células musculares lisas da méclia para íntima
de fricção) contra o endotélio, pela angulação entre ar- causando espessamento da parecle e afilamemo da luz ,
téria e veia na anastomose e pelo trauma das repetidas podendo se r um processo focal ou difuso. ) Nas fístulas
133
Ultrassonog rafia Vasc ul ar com Do ppl e r - Aná lise das Fístu las Arteri ovenosas para Hemodiá li se
autógenas , ocorre principalmente na anastomose ou na 5. Isquemia e síndrome do roubo (SR) :56 o sistema
veia de drenagem. Nas fístulas de PTFE, ocorre princi- de baixa pressão da fístu la provoca amortecimento
palmente na anastomose venosa, na veia de drenagem significativo ou reversão do fluxo no leito arterial dis-
ou em ambas IO.11 As estenoses podem ser tratadas com tai que, se não compensado por via co lateral, pode
reimplantes , colocação de remendos (patch), interposi- causar isquemia. Após anastomose terminolateral, é
ção de enxertos e angioplastia. frequente a inversão do fluxo na artéria distai , mas
3. Ane urisma: encontrado mais frequentemente na somente caracterizamos como "SR" se ocorrerem sin-
anastomose ou nos locais de frequente punção que tomas isquêmicos (Fig. 11.8).
destrói a arquitetura da parede. Podem ser inocentes 6. Insuficiência cardíaca: o fluxo da fístu la aumenta
ou ser locais de fom1ação de trombos que podem em- o débito cardíaco que, associado a aterosclerose , hi-
bolizar. pertrofia ventricular ou outros problemas cardíacos,
4 . Hematomas e p s eudoaneurisma ( Fig. 11.6) : as cali - pode descompensar o coração.
brosas agulhas de punção e as múltiplas punções fra- 7. Infecções: mais frequentes nos acessos não autógenos.
gilizam a parede da veia ou prótese (mais frequente). O paciente pode apresentar febre associada à presença
Com o uso associado de hepa rina durante a hemo- de fleimão no trajeto do enxerto. Ao ultrassom, obser-
diálise tais procedimentos favorecem a fom1ação de vam-se coleções líquidas com debris peJianastomóticas
hematomas e pseudoaneurismas (Fig. 11.7). ou em todo o trajeto da prótese (Fig. 11.9)
134
Ultrassonografi a Vascul ar com Doppl er - An álise das Fístul as Arteriovenosas para H emodiál ise
135
CAPíTULO 12
Paulo Roberto Toledo de Miranda
Trombose Venosa dos Alberto Lorençoni Sarquis
Membros Superiores
1. Abordagem supraclavicular
PROTOCOLO
Nosso protocolo se inicia pela "janela" supraclavicular
• Anamnese objetiva sobre os sintomas e esclarecimen- para o estudo da veia subclávia e sua união com a veia
to sobre o exame a ser realizado. jugular interna e, tanto quanto possível, faremos a ava-
• Escolha de transdutor com frequência adequada para liação do tronco braquiocefálico. A utilização do trans-
a melhor visibilização: quanto maior a frequência , dutor setorial às vezes é necessária , particularmente no
137
Trombose Venosa dos Membro s Sup e riores
Figuras 12 .2 e 12.3 . Posicion amento do transdutor e correspondente imagem co m id entificação jugular interna Junto à
ca rótida comum (eixo transverso). Normalmente se observa variação no diãmetro da jugular aos movimentos respiratórios.
Hguras 12.4 e 12.5 . Após deslizar o transdutor sobre a jugular interna em direção à base cervical (e ixo curto), junto ao
músculo esternocleid omastóideo, e utili zando-se do mapea mento em co res do flu xo, loca li za-se a confluêr.cia das veias juguiar
interna e subcl áv ia, for mando o tron co braquiocefálico.
138
Trombose Venosa dos Membros Superiores
Figuras 12.6 e 12.7. Transdutor na região supraclavicular e respectiva imagem identificando a veia subclávia ao nível da
drenagem da jugular externa. Observar fluxo pulsátil (o ndas do pulso venoso) e fásico com a respiração basal aumentando
discretamente na inspiração e diminuindo à expiração.
Figuras 12.8 e 12 .9. Transdutor setoria l na "jane la " supraesternal (fúrcula), necessária na visibilização dos vasos proxim ais.
Im agem da união dos troncos braquiocefá li cos e do segmento inicial da veia cava superior, à direita do tronco braquiocefálico
arterial.
Figuras 12.10 e 12.11. Transdutor posicionado na região infraclavicular para identificar as veias subclávia e axilar em eixo
transverso e imagem correspondente ao Doppler colorido.
139
Trombose Venosa dos Membro s Superiores
Figuras 12.12 e 12.13. Veia subcláv ia com flu xo em cores (eixo longi tud inal) e com características normais ao Doppler
pu lsado (flu xo pulsátil e fásico à respiração basal).
Figuras 12.14 e 12.15. Transdutor posicionado na região ax ilar em eixo transverso e longitudinal para identificar vasos
axilares. Observar flexão não forçada do antebraço .
140
Trombose Venosa dos Membros Superiores
Figuras 12.16 e 12.17. Imagens com fluxo em cores e Doppler pulsado da veia axilar, respectivamente.
Figuras 12.18 e 12.19. Imagens da confluência da veia basílica com a braquial, formando a axilar, e da veia cefál ica no
braço.
Figuras 12.20 e 12.21 . Posicionamentos do membro e do transdutor (eixo transverso) na face mediai do braço com a
respectiva imagem da artéria e das veias braquiais e basílica.
141
Tro mbose Ven osa dos M e mbro~ Superiore s
Fi!\uras 12.22 e 12.23. Pos icio namento do transdutol e respecti va imagem dos vas os ulnares .
Figuras 12.24 e 12.25. Pos icionamento do transdutor e res pec ti va imagem dos vasos radi ais.
Figuras 12.26 e 12.27. Ve ia cefá li ca trom bosada (não co mpress ível); ve ia braqui al com trombo ainda não totalm ente
ade rido à pa rede (cauda) - fa se aguda.
14 2
Trombose Venosa dos Membros Superiores
Figura, 12 .28 e 12.29 . Veia basí li ca trombo sada (observar pequenas veias braquiais Junto à artéria e co laterai s superficiai s);
trombo se na subclávia dista i COIll recanal ização ini cial (fluxo reverso).
Figura, 12.30 e 12.31. Mesmo pac iente (Fi gs. 12.29 P 12.28) com trom bo oc luindo parcialmente a ve ia subclávia e fluxo
reverso na su bcl ~lVia e axi lar.
Figuras 12.32 e 12.33. Fluxo contín uo na axi lar, si n2. 1 indireto de obstrução proximal; trombose co nfirmada.
143
Tro mbose Ve nosa d os M embros Supe rio res
Figuras 12.34 e 12.35. Trombo aderido a cateter na j ugular intern a projetando-se d istalmente; sequela de trombose em veia
subclávia recanalizada.
INFORMAÇÕES
! Basílica
144
Trombose Venosa dos Memb ros Superio res
não se observam o acompanhamento adequado da reso- 6. Bernardi E, Pesavento R, Prandoni P. Upper extremity
lução da trombose prévia (exames seriados) e a padroni- deep veinous thrombosis . Semin Thromb Hemos t
2006 ;3 2:729-36 .
zação na documentação do exame. 7. Baxter GM, Kincaid W, Jeffrey RI' Comparation of colour
Doppler ultrasound with venography in the diagnosis
ofaxillary and subclavian vein thrombosis. Br J Radiol
REFERÊNCIAS 1991;64:777-8l.
8. Elliot G.Upper extemity deep vein thrombosis.Lancet
1. Joffe HY, Kucher , Tapson VI', Goldhaber SZ" for the deep
Vein Thrombosis (DVT) FREE Steering Commiuee. Upper- 1997;349: 1188-89.
extremily deep vein thrombosis: a prospective registry of 9. Chin EE , Zimmerman PT, Grant EG. Sonographic evaluation
5992 patients. Circulation 2004; 110:1605-1l. of upper extremiliy eleep venous th rombosis. J Ultrasound
2. Horauas MC, Wright DJ, Felton AH, et aI. Changing Med 2005;24829-38.
concepts of deep venous thrombosis of the upper extremity 10. Madrazo BL , Amendo la M. Sonography of upper
Repon of a series and review of the literature . Surgery extremily deep venous thrombosis. Ultrasound Clin
1988;104561-67 . 2008;3: 139-46 .
3. Hill SL, Berry RE. Subclavian vein thrombosis: a continuing 11. Lauvao LS , lhnat DM, Goshima KR, Chaves L, Gruessner
challenge. Surgery 1990;108:1-9. AC, Mills JL.Vein d iameter is the major p reelictor of fistu!a
4. Prandon i P, Polistena P, Bernareli E, et aI. Upper extremity maturation. J Vasc Surg 2009;49: 1499-504.
deep-vein thrombosis risk factors , diagnosis , and 12 . Armstrong PA, Bandyk DF, WilsonJS , Shames ML,
complications. Arch lntern Med 1997;157:57-62. Johnson BL , Back MR. Optimizing infrainguinal arm
5. Marinella MA, Kathula SK, Marken Rj. Spectrum of upper- vein bypass patency with eluplex ultrasound
extremily deep venous trhombosis in a community teaching surveillance anel enelovascular therapy J Vasc Surg
hospital. Heart Lung 2000;29: 113-17. 2004;40:724-31.
145
CAPíTULO 13
Robert P Scissons
Avaliação do
Segmento Aortoi I íaco
147
Aval iação d o Segme nto Ao rtoi lfaco
Claudicação intermitenre.
148
Ava li ação do Segmento Aortoilíaco
, I
t ., A( I
149
Avaliação do Segmento Aortoilíaco
• Traumatismo na perna
• Úlceras no tornozelo
• Bandagens volumosas ou aparelhos gessados que não
~ Figura 13.5. Pad rão de curva trifásica. possam ser removidos.
• As medidas da pressão estão contraindicadas aos pa-
cientes com trombose venosa profunda (TVP) aguda.
150
Aval iação do Segmento Aortoi l íaco
mastigar chicletes ou ingerir bebidas gaseificadas para trajetos das artérias ilíacas comuns, externas e internas .
aj udar a diminuir a ingestão de ar e a formação de gases Os marcos anatômicos particularmente importantes in-
intestinais. Os diabéticos podem fazer um desjejum leve cluem a aorta abdominal distaI até a bifurcação ilíaca
(p.ex., torradas) e quaisquer fármacos podem ser ingeri- (Fig. 13 .14), a artéria ilíaca comum até a sua bifurcação
dos com um pequeno gole de água. em ilíaca interna e externa (Fig. 13.15) e a artéria ilíaca
O paciente geralmente é examinado na posição supi-
na, com a cabeça ligeiramente elevada e os braços apoia-
dos ao lado ou acima da cabeça e o transdutor em orien-
tação longitudinal ou transversal (Fig. 13.9). Se a posição
supina mostrar-se inadequada, as incidências oblíquas
com o transdutor angulado à esquerda (Fig. 13.10) ou à
direita da linha média geralmente são úteis (Fig. 13.10.
A artéria ilíaca externa e interna são examinadas mais
facilmente na posição de decúbito lateral (o lado exami-
nado fica voltado para cima, o lado oposto para baixo e a
mão levantada acima da cabeça), com o transdutor entre
a crista e o umbigo.
151
Avaliação do Segmento A o rto il íaco
. . t ) .,
, , .
"
A interpretação precisa do exame USV do segmento aor-
Figura 13.14. Aorta distai, nrvel das ilíacas: cortes transverso
loilíaco depende da qualidade e da abrangência do exa-
e longitudinal.
me. Se houver dúvidas quanto à perviedade e à direção
do fluxo, o examinador deve avaliar um vaso contrala-
teral semelhante à mesma profundidade. O examinador
deve ajustar os parâmetros de medida (p. ex., PRF, filtro
de parede, ganho , linha de base) enquanto o paciente
respira , mas a correção do ângulo deve ser realizada de-
pois do congelamento da imagem de referência e do re-
gistro do traçado da análise espectral (Modo Doppler).
A escala de cinza (Modo B) e Modo co r é útil para de-
finir variações anatõmicas e localizar placas (Fig. 13 .17),
Figura 13.15. Bifu rcação da il íaca comum em externa e mas não tem sido útil para a quantificação da estenose
interna. arterial. A quantificação da estenose se baseia na veloci-
15 2
Avaliação do Segmento Aortoilíaco
Figura 13. 19. Curvas espectrais infrarren ais. Figura 13.21. Curvas na artéria ilíaca pré-estenose.
153
Avaliação do Segmento Ao rto ilíaco
• Obesidade
• Abdome volumoso e Jigido
• Excesso de gases intestinais
• Operação abdominal recente ou feridas abertas
• Feridas abdominais abertas, suturas, grampos ou cate-
teres de diálise peritoneal.
~ Figura 13.22. Curvas no segmento eslenÓlico da artéria Informações necessárias ao laudo médico
ilfaca. • Imagens das zonas estenóticas, com sua extensão e re-
lação com os pontos de referências citados no protoco-
• Dissecção aónica: laceração da camada interna da pa- lo acima.
rede aónica , que pel1nite que o sangue entre e forme • VSPNDF com caracterização dos traçados da aorta ,
um canal separado dentro da parede arterial. das artérias ilíacas e femorais comuns, bilateralmente.
• Aneurisma: aumenLO >50% do diãmetro , quando com- • Razão VSP de qualquer estenose hemodinamicamente
parad o com O vaso nOl1nal (proximal) (Fig. 1323). significativa ou obstrução.
• Pseudoaneurisma dilatação arterial em que a parede é • Localização e definição do diãmetro de qualquer aneu-
composta por trombo organizado (Fig. 13.24) risma, dissecção ou pseudoaneurisma .
154
Avaliação do Segmento Aortoilíaco
15 5
Avaliação do Segm en to Ao rtoil íaco
156
Avaliação do Segmento Aorto il íaco
o Se for detectado um aneurisma, descrever sua locali- à conseguida com a cirurgia eletiva, embora com o
zação e seu aspecto. Quando possível , incluir medidas efeito benéfico de reduzir o número de operações;
do diâmetro transversal no ponto com menor diâme- o índice de ruptura anual nesse grupo é de 1% ou
tro interno residual. menos.
o Se o aneurisma estiver sendo avaliado quanto à possi- o Contanto que não estejam aptos à intervenção cirúrgi-
bilidade de intervenção endovascular, fornecer também ca, o reparo cirúrgico imediato está justificado para os
diâmetros e comprimento do colo proximal e distaI. pacientes com AAA >5 ,5 cm. 16
o Quando possível, comparar as medidas atuais e pre- o O tratamento cirúrgico aberto dos AAA acarreta risco
gressas do AAA. significativo de mortalidade operatória, além de com-
o Notificar imediatamente ao médico que solicitou o plicações cardíacas, pulmonares e de outros tipos. Os
exame qualquer indício de ruptura ou dissecção. melhores prognósticos são conseguidos quando a ope-
ração é realizada em hospitais de grande porte , com
cirurgiões especializados.
Triagem para AAA
o Embora o tratamento endovascular do AAA pareça
A finalidade da triagem ultrassonográfica para AAA é o diag- reduzir a morbidade e a mortalidade a curto prazo
nóstico precoce da lesão. Nos homens idosos que fazem a (em comparação com o reparo cirúrgico aberto), as
triagem, o diagnóstico seguido de intervenção nos casos in- complicações a longo prazo podem causar morbidade
dicados pode reduzir a mortalidade específica do AAA em e mortalidade significativas. Além disso, os pacientes
cerca de 43%. Embora a triagem para AAA deva fornecer in- tratados por intervenções endovasculares também po-
formações precisas e confiáveis, isso não significa que possa dem necessitar de monitoração prolongada por tomo-
substituir um exame ultrassonográfico completo.14·20 grafia computadorizada.
O United States Department of Health and Human
Services publicou diretrizes para a triagem ultrassono- Com base nessa publicação, a U.S. Preventive
gráfica do AAA. Com base em vários programas de tria- Services Task Force (USPSTF) recomendou um exame
gem populacional e estudos randomizados, as conclu- de triagem ultrassonográfica de AAA para homens de
sões desse estudo são as seguintes: 65 anos que fumaram ou ainda fumam e para aqueles
de 75 anos que nunca fumaram. A USPSTF não reco-
o Embora a triagem não tenha sido associada a qualquer menda a triagem de AAA para as mulheres, tendo em
lisco significativo, não há efeito benéfico considerável vista o número reduzido de óbitos relacionados a essa
com a repetição da triagem dos indivíduos com diãme- doença. Entretanto, as mulheres idosas fumantes com
tros aónicos normais no primeiro exame. história de AAA que exigiu reparo cirúrgico podem ser
o Vários fatores, como condições físicas gerais, história beneficiadas pela triagem.
de AAA e comorbidades, são importantes para deter- A Society for Vascular Surgery e a Society for Vascu-
minar quem poderia ser beneficiado pela triagem. lar Medicine and Biology modificaram as recomendações
o A história de tabagismo foi o fator de risco mais signi- da USPSTF e sugeriram a triagem do AAA para todos os
ficativo para definir as populações sob risco mais alto homens com idade entre 60--85 anos, mulheres de 60-85
de desenvolver AAA . anos com fatores de risco cardiovascular e para homens
o Os pacientes com diagnóstico de AAA ~3 cm depois e mulheres de 50 anos ou mais com história familiar de
da triagem ficavam inicialmente mais apreensivos e AAA. Essas sociedades também enfatizam que não há ne-
classificavam suas condições de saúde e sua qualidade cessidade de realizar qualquer exame adicional quando
de vida em níveis mais baixos que os indivíduos com o diâmetro da aorta é <3 cm. A monitoração ultrassono-
resultado normal à triagem para AAA. gráfica anual foi recomendada para os AAA com diâmetro
o A monitoração periódica é uma medida razoável para entre 3-4 cm , a cada 6 meses para diâmetro entre 4-4,5
os pacientes com AAA de 3- 3,9 cm. cm e encaminhamento a um especialista em cirurgia vas-
o A mortalidade associada ao AAA não pareceu dimi- cular se o diâmetro do AAA for >4,5 cm .
nuir com o reparo cirúrgico imediato, quando com-
parada com a monitoração (reparo cirúrgico tardio) P utO( ()Io d< ",'
dos pacientes com AAA entre 4-5,4 cm. A monito- Para a triagem do AAA , recomendam-se o mesmo equi-
ração oferece redução da mortalidade comparável pamento e a mesma preparação indicados para o exame
157
Avaliação do Segmento Aortoilíaco
USV do segmento aortoilíaco abdominal padronizado. As 7. Ashton HA, Buxton Mj, Oay NE, et a!. The Multicentre
contraindicações à triagem para AAA incluem abdomes Aneurysm Screening Study (MASS) imo the effect of
abdominal aortic aneurysm screening on mortality in men: a
firmes e volumosos ou presença de quantidades signifi- randomized controlled trial.Lancet 2002, 360(9345): 1531-
cativas de gases intestinais. Embora não seja necessária 1539.
qualquer preparação intestinal específica para os exames 8. Fleming C,Whitlock E, MO , Beil T, et a!. Screeni ng for
Abdominal Aortic Aneurysm : A Best-Evidence Systematic
de triagem do AAA , a marcação pela manhã possibilita Review for the U.S. Prevemive Services Task Force . Ann
melhor visualização. Inten Med .2005;142:203-211.
9. Lederle FA johnson Gr Wilson SE, et a!. Rupture rate of large
abdominal aortic aneurysms in patiems refusing or unfit for
In formações necessá ri as ao laudo médi co elective repair. JAMA 2002,287(22): 2968-2972.
• Documentação impressa mínima: medidas transver- 10. Brunkwall j, Hauksson H, Bengtsoon H, et a!. Solitary
aneurysm of the iliac arterial system. An estimate of their
sais e anteroposteriores do maior diãmetro da aorta
frequency occurrence. j Vasc Surg 1989,10:381.
abdominal , a começar no diafragma e estendendo-se 11. Nevitt Mp, Ballard OJ, Hallett jW jr.Prognosís of abdominal
até o nível da aorta e da bifurcação das artérias ilíacas aortic aneurysms. A population based stud)'. N Engl J Med
comuns. O Doppler em cores é recomendado para de- 1989,3211009-1014.
12. Scissons RP. Physiological Testing Techiques and
monstrar o diãmetro interno e a perviedade da aorta. Interpretation. Unetixs Vascular Incorporated, Educational
• Relatório impresso fornecido ao paciente, com descri- Publishing, 2003, North Kingstown , Rhode Island. 86p.
ção dos resultados do exame de triagem para AAA. 13. Moneta GL, Strandness DE. Peripheral arterial duplex. j Clin
Ultrasou nd 1987 , 15: 645-651.
• Quando necessário Cp. ex., AAA de 5 cm ou com in-
14. Cossman O, Ellisonj, et aI: Comparison of contrast
dícios de dissecção) , o médico que solicitou o exame arteriography to arterial mappong with color-flow duplex
deve ser avisado quanto à necessidade de cuidados imaging in tehe lower extremities. j Vasc Surgery 1989, 10:
médicos imediatos. 522-529.
15. Brady AR, Thompson SG, Fowkes FG, et a!. UK Small
Aneurysm Trial Participams. Abdominal aortic aneurysm
REFERÊNCIAS expansion: risk faxtors and time imervals for surveillance.
Circulation. 2004 juI6;1100) 16 -21. Epub 2001 Jun 21.
1. Henzer NR. The natural history of penpheral vascular disease. 16. Cronenwett j, Katz O. When should infrarenal abdominal
Implications for its management. Circulation 1991,83: 112-119. aortic aneurysms be repaired : Wat are the criticaI risk
2. Oawber TR, Moore FE, Mann GV Measuring the risk factors and dimensions? In: Veith F] , editor. Currem CriticaI
of coronar)' heart disease in adult population groups lI : Problems in Vascular Surgery. ST Louis: Quality MedicaI
coronary disease in the Framingham stud)'. Am J Public Publishing, 1993256.
Health 1957. 47:4. 17. Hinchliffe R, Hopkinson B. Endovascular repair of
3. McOaniel MO, Cronenwett JL. Basic data related to the abdominal aortic aneurysm: current status. J R Coll Surg
natural histor)' of imermittent claudication. Ann Vasc Surg Edinb 2002 ,47 523-527.
1989,3:2 73-277. 18. Greenburg R. Abdominal aortic endografting: fixation and
4. Pontes SM, Barros FS, jacques C,ET a!. Aortoiliac disease. sealing. J Am COLL Surg, 2002 ;194(suppl 1):579-587.
Vascular Ult rasound Toda)' 2003 , 8(4): 57-80. 19. Fillinger M. Screening for Abdominal Aortic Aneurysm
5. Gillum RF Epidemiolog)' of aortic aneurysm in the United Recommendation Statement Perspect Vasc Surg Endovasc
States. j Clin Epidemiol 1995 , 48(1 ): 1289-1298. Ther 2006 ;18; 71-73.
6. Bengtsson H, Bergqvist O, Ekberg 0, et a!. A population 20. Society for Vascular Technology (SVU) Vascular technology
based screening of abdominal aortic aneurysms (AAA). Eur J professional performance guidelines: Screening for
Vasc Surg 1991, 50):53-57. Abdominal Aortic Aneurysms (APA), www.svunet.org, 2006.
158
CAPíTULO 14
Ultrassonografia Vascular na
Fausto Miranda]r
Correção do Aneurisma da
Aorta Abdominal
159
Ultrassonografia Vascular na Correção do Aneurisma da Aorta Abdominal
• Para o tratamento cirúrgico, recomenda-se que o exa- • É feita a medida do diâmetro do colo do aneurisma,
me inicial seja realizado durante o primeiro mês do do seu maior diâmetro e do diâmetro dos ramos ilía-
pós-operatório e após cada dois anos. coso Um detalhe importante é que estas medidas de-
• Para o tratamento endovascular, recomenda-se que o vem ser feitas em corte transversal , perpendicular às
exame inicial sep realizado durante o primeiro mês , e duas paredes do vaso, evitando -se áreas de curvatura
a cada seis meses nos anos sequenciais. ou tortuosidade durante a sístole (Fig. 142).
• Na presença de alguma alteração no exame inicial de • Em corte transversal e/ou longitudinal, avalia-se a
controle, para os dois tipos de tratamento , a frequên- presença de vazamento (e ndoleak) (Fig. 14.3). Regis-
cia do exame poderá ser a cada três meses a critério tram-se a velocidade de fluxo ao longo do eixo aor-
do médico responsável. toilíaco, a presença e a espessura da neoíntima na luz
da endoprótese, que é melhor visibilizada em corte
TÉCNICA DE AVALIAÇÃO transversal e no corpo da mesma.
160
Ultrassonografia Vascular na Correção do Aneurisma da Aorta Abdominal
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
161
Ultrassonog rafia Vascular na Co rreção do Aneu risma da Ao rta Abdom inal
~ Quadro 14.1. Classificação do tipo de vazamento Descrever a alteração da velocidade do fluxo ao lon-
(en do/eak)9 go do enxerto.
162
CAPíTULO 15
Exame U Itrassonográfico
Gregary L. Maneta
Vascu lar das Artérias Erica L. Mitchell
Timathy K. Lie
Mesentéricas
163
Exame Ultrassonográfico Vascular das Artérias Mesentér icas
164
Exa m e U Itrasso nog ráfico Vasc u lar das Artéri as M ese nté ri cas
de forma a diminuir a quantidade de gases intestinais. Os de pico da artéria mesentérica superior nos pacientes
exames devem ser realizados por um ultrassonografista em jejum tendem a ser maiores do que as velocidades
vascular experiente. O paciente é colocado na posição su- correspondentes na artéria celíaca. Além disso, as velo-
pina com a cabeceira do leito elevada a 30°. Os vasos vis- cidades diastólicas finais em jejum também tendem a
cerais devem ser examinados simultaneamente em Modo ser menores na artéria mesentélica superior do que na
B e ao Doppler espectral. Em geral, as frequências Dop- artéria celíaca. Comumente, há um componente de flu-
pler ficam na faixa de 2- 5 MHz. As imagens em escala de xo invertido no final da sístole na curva de velocidade
cinza (Modo B) geralmente são usadas para identificar e medida na artéria mesentérica superior, o que não ocorre
acompanhar os segmentos do vaso escolhido e observar nas medidas realizadas na artéria celíaca (Fig. 15.2). O
a presença ou a ausência de qualquer processo patológico fluxo diastólico mais amplo da artéria celíaca, quando
dentro da luz vascular. O exame USV define a gravidade comparado ao da artéria mesentérica superior, provavel-
da doença e deve incluir a avaliação da presença ou da au- mente reflete a baixa resistência dos órgãos distais das
sência de fluxo e, quando há fluxo, o examinador deve de- circulações hepática e esplênica quando comparada com
terminar a velocidade de pico sistólico (VPS), a velocidade a resistência da circu lação intestinal em jejum .
diastólica final (VDF) e a análise espectral do traçado. A Estudos realizados ao longo de toda a década de
análise espectral deve ser realizada em todos os segmentos 1980 e na primei ra metade da década seguinte procura-
vasculares visualizados. As medições devem ser realizadas ram estabelecer as velocidades sistólicas de pico normais
no segmento proximal, ao longo da área de alteração do das artérias celíaca e mesentérica superior. As velocida-
fluxo e no segmento distaI. Todas as informações sobre ve- des sistólicas de pico da artéria mesentérica superior an-
locidade derivadas da análise espectral devem ser obtidas giograficamente normal variam de 125-170 cm/s. 7- U
com ângulo de insonação Doppler entre 45- 70° Ângulo
de insonaçâo > 70° provoca aumento artificial significativo Critérios para diagnóstico da
nas velocidades mensuradas 6 estenose da artéria mesentérica no
exame USV em jejum
Análise espectral nas artérias O estabelecimento dos critérios exigidos para diagnós-
mesentéricas em jejum tico da estenose das artérias celíaca e mesentérica supe-
Os traçados da artéria celíaca e mesentérica superior em rior começou no fina l da década de 1980 . Esses estudos
jejum são diferentes. Em geral, as velocidades sistólicas começaram na Oregon Health & Science University de
cm/s cm/s
t I
,RF
I
-0.10
Figura 15.2. Aná li se espectral mostrando as fo rm as da onda de veloc idade de flu xo na artéri a mese ntérica superior (A)
e artéri a ce líaca (8) no paciente em jej um . As veloc idades de pico sistólico (VPS) tendem a ser mais elevadas na artéria
mesentéri ca superior com paradas às da artéri a ce líaca. As velocidades d iastól icas finais (VDF) tendem a ser mais elevadas na
artéri a celíaca se comparadas à artéri a mesentérica superi or. Existe geralmen te um fl uxo reverso (RF) no fim da diástole na onda
de veloci dade da artéri a mesentérica superior. A menor VDF e o fluxo reve rso no fi nal da diástole na onda de veloci dade de
flu xo durante o jeju m na artéria mesentéri ca superior refl etem sua ma ior res istência.
165
Exame Ultrassonográfico Vascular d as Artérias Mesentéricas
166
Exa me U Itrasso nog ráfico Vascu lar das Artér ias Mesenté ricas
exame USV mesentérico, resultando no índice de resulta- 91 %. Quanto às artérias celíacas, a direção retrógrada do
dos verdadeiros-positivos de 86%. Houve um resultado fluxo da artéria hepática comum teve valor preditivo de
falso-negativo (7 %). Isso resultou em uma sensibilidade 100% para estenose grave ou obstmção da artéria celíaca .
de 92%, especificidade de 96% e valor preditivo positivo A velocidade diastólica final ::::55 crn/s ou a inexistência
de 80%, com valor preditivo negativo de 99%. A preci- de sinais de fluxo na artéria teve a maior precisão global
são global na detecção das estenoses angiográficas > 70 % (95%), com sensibilidade (93 %) e especificidade 000%)
da AMS foi de 96%1-1 altas . A VPS de 200 crn/s ou a ausência dos sinais de flu-
Também existem outros critérios ecográficos para xo também teve precisão (93 %), sensibilidade (93 %) e
detectar estenose das artérias celíaca e mesentérica supe- especificidade (94 %) excelentes. O gmpo de Dartmouth
rior. O Departamento de Cimrgia Vascular do Dartmouth também observou que as variações anatômicas da circu-
Hitchcock Medicai Center realizou um estudo para vali- lação mesentérica podiam ser definidas pelo exame USV
dar a precisão dos seus critérios ecográficos previamente Três das quatro anomalias arteriais anatômicas foram de-
estabelecidos para estenoses maiores ou iguais a 50 % da tectadas adequadamente. Isso incluía uma artéria hepá-
AMS ou da AC, quando comparados com a arteriografia. tica direita e uma artéria hepática comum originada da
Os critérios ecográficos estabelecidos retrospectivamen- AMS e um tronco celíaco e mesentérico comum 16
te em 1991 nesse laboratório identificaram velocidades
diastólicas finais:::: de 45 crn/s ou ausência de fluxo de-
tectável na artéria mesentérica superior como indicador TÉCNICA DO EXAME USV
altamente sensível (100%) e específico (92 %) de estenose MESENTÉRICO PÓS-PRANDIAL
hemodinamicamente significativa (>50%) ou obstmção
A resposta fisiológica dos fluxos sanguíneos das ar-
diagnosticada pela angiografia da AMS . No caso das arté-
térias mesentérica superior e celíaca à ingestão ali-
rias celíacas , não foram definidos limiares de velocidade
mentar é diferente. Normalmente, ocorrem aumentos
comparativamente precisos, mas os autores observaram
acentuados das velocidades sistólica de pico e dias-
que o fluxo retrógrado na artéria hepática comum era
tólica final na artéria mesentérica superior depois da
altamente indicativo de estenose grave ou obstmção da
artéria celíaca. 15 ingestão alimentar. Essa alteração acompanha-se do
Para validar a precisão dos seus critérios ecográficos desaparecimento do fluxo invertido ao final da sístole,
estabelecidos previamente para estenoses >50% da AMS que se observa frequentemente no traçado em jejum
ou AC , o grupo de pesquisadores de Dartmouth realizou (Fig. 15.5 A e B). A resposta hiperêmica começa cerca
243 exames USV mesentéricos em pacientes sob suspeita de 10 min depois da ingestão alimentar e atinge níveis
de isquemia mesentérica crônica. A confirmação angio- máximos cerca de 30 min depois. A hiperemia reflete
gráfica estava disponível para 43 pacientes. Os diâme- a redução da resistência arterial na circulação mesen-
tros da AC e da AMS foram medidos pela aortografia (em térica em resposta à ingestão alimentar. O mecanismo
projeção lateral) por observadores que desconheciam exato dessa hiperemia intestinal pós-prandial é des-
os resultados do exame USv, e os critérios ecográficos conhecido, mas provavelmente envolve uma resposta
diagnósticos originais foram testados quanto à precisão . neuroendócrina complexa.
A análise da curva das características operador-receptor Ao contrário da artéria mesentérica superior, a ar-
também foi realizada quanto aos dados de velocidade téria celíaca mostra pouca alteração em resposta à in-
para detectar os limiares mais precisos dentre esses no- gestão alimentar. Isso não é surpreendente, porque as
vos dados. Essa análise de validação também confirmou demandas metabólicas do fígado e do baço são invariá-
que os critérios de velocidade do exame USV eram preci- veis e provavelmente não são influenciadas pelo estado
sos para identificar doença obstmtiva mesentérica. pós-prandial.
O exame USV foi tecnicamente adequado em 98% A hiperemia intestinal pós-prandial é influenciada
das AMS e 96% das AC , enquanto a arteriografia foi pelo nutriente específico ingerido e determinada pela in-
adequada em 100% das AMS e 98% das AC. Quanto à gestão calórica. A estimulação osmótica ou apenas com
AMS , a VDF :::: a 45 crn/s também conferia sensibilidade água não provoca hiperemia intestinal. Em geral , quando
(90 %) e especificidade (91 %) para a detecção das esteno- a quantidade de calorias é invariável , a combinação dos
ses >50%. O valor preditivo positivo foi de 90%, o valor nutrientes causa o nível mais alto de hiperemia intestinal
preditivo negativo foi de 91 % e a precisão global foi de (Fig. 156)?
167
Exame Ultrassonográfico Vascular das Artérias Mesentéri cas
Figura 15.5. Ondas de velocidade de fiu xo (análi se espectral) em jejum (A) e pós-prandial (B) na artéria mesentéri ca
superior. Após al imen tação, a VPS e VDF aumentam e o fluxo reverso no fim da diástole desaparece.
168
Exame Ultrassonográfico Vascular das Artérias Mesentéricas
169
Exa m e Ultrasso n ográfico Vascu lar das A rt érias Mesentéricas
~ Quadro 15.1. VPS em vários locais em enxertos mesentéricos. Todas as velocidades são em cm/seg C±.DP). * A V PS na
artéria doado ra era significativamente menor que as velocidades ret rógradas (ANOVA, p < 0.05) .17
-c'." Aorta
99 + 42 182 + 77 152 + 71 162 + 73 189 + 170
'" infrarrenal
'o.
OI)
"aí
:li: Artéria ilíaca 172 + 77 212 + 71 154 + 35 169 + 50 164 + 56
artéri a ilíaca comum) (p <0 ,05). A elevaçào das veloci- Em resumo, com relação ao enxerto arterial mesen-
dades nas artérias ilíacas nativas explica essa diferença. térico, a monitoração pós-operatória pelo USV pode ser
As velocidades sistólicas médias no terço intermediário realizada para avaliar a perviedade desses enxertos . As
do enxerto eram de 147 ± 52 cm/s para os enxertos VPSs das artérias proximais são mais altas com os enxer-
supracelíacos, 152 ± 71 cm/s nos aórticos infrarrenais e tos retrógrados. Contudo, as velocidades na anastomose
154 ± 35 cm/s naqueles da i1íaca comum (p = 0,99) Os e no terço intermediário do enxerto não são significativa-
autores nào detectaram diferenças significativas de ve- mente afetadas pela orientação do enxerto. A VPS do en-
locidade entre as configurações dos enxertos bifurcados xerto permanece relativamente estável nos exames USV
ou de um único vaso (velocidade média no terço inter- de seguimento, significando que valores aumentados da
mediário do enxerto simples de 150 ± 42 cm/s vs. 155 ± VPS (em comparação com os valores basais em um mes-
56 cm/s para os enxertos bifurcados; p = NS) . Também mo paciente) indicam uma estenose numa anastomose
nào foram detectadas quaisquer diferenças quando a ou num enxerto.
anastomose distaI era na AMS ou na artéria celíaca ou
hepática (VPS média do terço intermediário da AMS de
149 ± 42 cm/s VS. 160 ± 78 cm/s para os enxertos de AVALIAÇÃO DAS ARTÉRIAS
artéria hepática ou celíaca; p = NS). Os enxertos de po- MESENTÉRICAS
liéster com diâmetros de 6 e 7 mm e os enxertos de veia SUPERIORES COM STENTS
safena autóloga (todos terminando na AMS) também
foram comparados . As velocidades médias estào des- Nos últimos anos, angioplastia com stents nas artérias me-
critas no Quadro 15.2. Há uma tendência significativa sentéricas tomou-se uma alternativa ao enxerto arterial
no sentido do aumento das velocidades nos enxertos de como tratamento da isquemia mesentérica (Fig. 15.9).
6 mm, quando comparados com os enxertos de 7 mm Os critérios ecográficos desenvolvidos para diagnóstico
Cp >0,05 ). Quando os enxertos foram acompanhados das estenoses nas artérias mesentéricas nativas podem
ao longo do tempo, não houve diferenças significativas não ser aplicáveis às AMS com stents. Como é necessá-
entre as medidas da VPS entre o primeiro e o último rio utilizar limites mais altos de velocidade para detectar
exame de seguimento. estenose das artérias carótidas internas e artérias renais
~ Quadro 15.2. V PS nos locais em enxertos mesentéricos, categorizados por diâmetro e materia l. Todas as ve locidades
expressas em cm/s (± SD). Sem d ife rença estati sti camen te signi fica nte (ANOVA, p = NS).17
170
Exame Ultrassonográfico Vasc ular das A rtéria s Mese ntér icas
180
160
200
Õl 140
J:
E
S 120
Õl 150
o
(J
J:
:§ 100 E
(/)
(/)
.s
Q)
a.
Q) 80 .ª
'0
(/) 100
c
Q) '"o.~
'6 60 Q)
ro
(5 C
Q)
'õ
40 ~ 50
<!)
20
--L
O o L---------~C=====i_
A Pre-Rx Post-Rx B Pre-Rx Post-Rx
• Figura 15.10. (A) Gradientes medidos na AMS pré e pós-colocaçào de stent. (8) Tabela mostrando gradien te pressóri co na
AMS pré e pós-colocaçào de stem. linhas grossas, ca ixas e barras de erro mostram mediana, intervalo interquartil e intervalo
respectivamente com p = 0,00004. 18
171
Exame U Itrassonográfico Vascu lar das Artérias Mesentéricas
800 800
700 700
600 600
Ul 500 500
!{!
Ê E
~ 400 ~ 400
Cf) Cf)
a.. a..
> 300 > 300
200 200
100 100
O O
Pre-Rx Post-Rx Pre-Rx Post-Rx
A B
Figura 15. 11 . (A) VPS na AMS pré e após colocação de s/ent. (B) Tabela mostrando V PS na AMS pré e após colocação
de s/ent. Linhas grossas, ca ixas e barras de erro mostram medi ana, intervalo interquarti l e intervalo respectivamente com
p=O,039 . 18
ção dos stents). Todos os 13 pacientes apresentavam VPS co celíaco. Contudo , em alguns indivíduos, o ligamento
2:275 cmls (Fig. 15.11 ). tem sua inserção baixa e, desse modo, cruza o segmento
Esses dados indicam que a colocação de stents nas proximal do tronco celíaco e causa compressão e sinto-
AMSs oferece bons resultados anatômicos e reduzem ex- mas de isquemia intestinal. Essa síndrome caracteriza-se
pressivamente os gradientes de pressão medidos angiogra- por emagrecimento, dor abdominal pós-prandial, náu-
ficamente . As VPSs no local de estenose (AMS) medidas sea, vômitos e sopro epigástrico.
pelo exame USV diminuem depois da colocação dos stents, Tradicionalmente, o diagnóstico da compressão cli-
mas , apesar dos resultados angiográficos satisfatórios, per- nicamente significativa do tronco celíaco é firmado pela
manecem acima dos critérios de velocidade que sugerem angiografia convencional ; contudo , também é possível
estenose grave das AMSs não tratadas. Os critérios ecográ- confirmar esse diagnóstico através do exame USV A
ficos desenvolvidos para detectar estenoses graves das AMS aortografia demonstra a compressão extrínseca da arté-
parecem predizer acuradamente as estenoses nas artérias ria celíaca, enquanto o exame USV mostra alterações da
nativas, mas superestimam estenoses em stents nas mesen- velocidade sistólica de pico e diastólica final da artéria
téricas. É necessário definir novos critérios ecográficos para celíaca. Com a inspiração, a velocidade do fluxo diminui
detectar estenoses graves das AMSs com stents e, hoje , estão na artéria celíaca, mas aumenta com a expiração 19 Este
sendo realizados estudos nesse sentido. tema será abordado mais especificamente em outro capí-
tulo deste livro.
COMPRESSÃO REVERSíVEL
DO TRONCO CElíACO SUMÁRIO E RECOMENDAÇÕES
O USV também pode ser utilizado no diagnóstico da O exame USV das artérias mesentéricas é exequível na
chamada síndrome de compressão reversível do tronco maioria dos pacientes. Aqueles com dor abdominal crô-
celíaco, um diagnóstico raro e controvertido. A síndrome nica devem ter incluído o exame USV das artérias me-
de compressão reversível do tronco celíaco ocorre quan- sentérica e celíaca nas etapas iniciais de sua investigação.
do o ligamento arqueado mediano do diafragma produz Se esse exame for positivo para estenose severa da arté-
compressão extrínseca do tronco celíaco. O ligamento ria mesentérica superior, então deverá ser considerada a
arqueado mediano é uma faixa fibrosa que une os pilares realização de angiografia nos estágios iniciais da investi-
diafragmáticos dos dois lados do hiato aórtico. Em geral, gação diagnóstica dos pacientes com dor abdominal crô-
esse ligamento passa proximalmente à origem do tron- nica, principalmente se a dor for pós-prandial.
172
Exame Ultrassonográfico Vascular das Artérias Mesentéricas
Entretanto , se o exame USV for negativo, outros exa- artérias não se correlacionam precisamente com o qua-
mes como tomografia computadorizada e endoscopia e, dro clínico de isquemia mesentérica crônica. A isquemia
talvez, outros ainda deverão ser realizados antes de se mesentérica crônica ainda é um diagnóstico basicamente
considerar a angiografia. Essa abordagem é razoável, ten- clínico. O USV mesentérico deve sempre ser incluído na
do em vista o valor preditivo negativo muito alto do USV investigação diagnóstica dos pacientes sob suspeita de
mesentérico (99%) para excluir estenoses graves das ar- isquemia intestinal crônica para reforçar a indicação an-
térias mesentéricas superiores. Os exames pós-prandiais giográfica e o diagnóstico mais precoce
não aumentam a precisão diagnóstica do exame USV das
artérias mesentéricas. Hoje , acumulam-se dados sobre
a utilização do USV para avaliar também enxertos me- REFERÊNCIAS
sentéricos e artérias mesentéricas com stents. Esse exame
1. Taylor LM Jr, Moneta GL, Poner JM. Treatment of Chronic
também pode ser utilizado para identificar compressão VisceralIschemia. In Vascular Surgery, 5'h ecl ition.
extrínseca reversível do tronco celíaco causada pelo liga- Ruthcrrord RB (ecl). WB Saunders, Philadclphia , 2000, pp
mento arqueado mediano. 1532-1541.
2. Moneta GL Diagnosis or Intestinal Ischemia . In : Vascular
O exame USV mesentérico apenas detecta esteno- Surgery, 5'h eclition. Rutherforcl RB Ceci). WB Saunclers,
ses graves das artérias viscerais, mas as estenoses dessas Philaclelphia, 2000, pp 1501-1511
173
Exame Ultrassonográfico V asc ul ar das Artéria s M ese ntéri cas
3. Huber TS, Lee WA , Seeger JM. Chronic Mesenteric disease by duplex ultrasound. ] Vasc Surg 1997; 26:
Ische mia . In: Vascular Surgery, 6 th edition. Rutherford 288-293.
RB (ed). WB Saunders, Philadelphia , 2005, pp 1732- 12. Gentile AT, Moneta GL, Masser P, et aI. Fasting and
1547. postprandial superior mesenteric artery duplex scanning
4. Lee R, Moneta GL, Cummings CA, Porter ]M. Duplex in the diagnosis of high-grade superior mesenteric artery
Ultrasonography of the Mesenteric Arteries and Portal stenosis. Am] Surg 1995; 169:476-79 ..
Venous System. ] Color Flow lmaging 1992; 2:61-76. 13. Moneta GL, Yeager RA, Dalman R, et aI. Duplex ultrasound
5. Nicholls SC , Kohler TR, Martin RL, et aI. Hemodynamic criteria for diagnosis of splanchnic artery stenosis or
parameters in the diagnosis of mesenteric insufficiency. ] occ\usion. ] Vasc Surg 1991; 14:511-20.
Vasc Surg 1986; 3:507-509. 14. Moneta GL, Lee RW, Yeager RA, Taylor LM Jr. , Porter ]M.
6. Rizzo I\J, Sandanger C, Astlefor DP, et aI. Mesenteric flow Mesenteric artery duplex scanning: a blinded prospective
velocity as a function of angle of insonation. ] Vasc Surg study.] Vasc Surg 1993; 17:79-86 .
1990; 11 : 688-694 . 15. Bowersox]C, Zwolak RM, Walsh DB, et aI. Duplex
7. Moneta GL, Taylor DC , Helton WS, Mullholland MM, ultrasonography in the diagnosis of celiac and mesenteric
Strandness DE . Duplex ultrasound measurement artery occ\usive disease.
of postprandial intestinal blood flow: Effect of meal ] Vasc Surg. 1991; 14:780-786.
composition. Gastroenterology 1988; 95: 1294-1301. 16. Zwolak, RM, Fillinger MF, Walsh DB , et aI. Mesenteric and
8. Jager K, Bollinger A, Valli C, et aI. Measurement of celiac duplex scanning: a validation study. ] Vasc Surg.
mesenteric blood flow by duplex scanning. ] Vasc Surg 1998; 27:1078-87.
1986; 3: 462-469. 17. Liem TK,Segall]A, Wei W, Landry GJ , Taylor LM, Moneta
9. Mallek, G H, Mostbeck , R M, Walter A, et aI. Duplex GL. Duplex ultrasound evaluation of mesenteric artery
Doppler sonography of celiac trunk and superior mesenteric bypass grafts. ] Vasc Surg 2007: 45: 922-8.
artery : comparison with intra-arterial angiography. ] 18. Mitchell EL, Chang EY, Landry G] , LiemTK, Keller FS,
Ultrasound Med 1993: 12 : 337-342. Moneta GL. Duplex criteria for native superior mesenteric
10. Volteas N, Labropoulos N, Kalodiki E, et aI.: Detection of artery stenosis overestimates stenosis in stented superior
superior mesenteric and celiac artery stenosis with colour mesenteric arteries. ] Vasc Surg 2009; 50: 335-40.
... Eur J Vasc Surg1993; 7: 616-620. 19. Taylor DC, Moneta GL, Cramer M, Strandness DE. Celiac
11. Perko MJ, Just S Schroeder TV Importance of diastolic band syndrome: diagnosis by duplex ultrasound. J Vasc
velocities in the detection of celiac and mesenteric artery Tech 1987 ; 11:236-238.
174
CAPíTULO 16
Investigação da Ana Luiza Valiente Engelham,
Carlos Alberto Engelham
Compressão do
Tronco Celíaco
175
Ultrassonografia Vascular na Investigação da Compressão do Tronco Celíaco
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
1. Identificação da compressão pela visibilização direta da
alteração hemodinãmica (mosaico em cores) causada
pela compressão extrínseca do tronco celíaco pelo liga-
mento arqueado do diafragma (Figs 16.6 e 16.7).
2. Redução do calibre do vaso, com aumento focal de
velocidades e turbilhonamento do fluxo (aliasing),
observada ao repouso (Fig. 16.8)
3. Durante o repouso e a expiração máxima pico de ve-
locidade sistólica> 200 cm/s 8.9 e/ou pico da velocida-
Figura 16.2. Corte ultrassonográfico transversal com de diastólica final> 50 crn/s iO (Fig. 16.9).
mapeamento em cores do fluxo na aorta abdominal com o
tronco celíaco e as artérias esplênica e hepática (imagem da
gaivota).
176
Ultrassonografia Vascular na Investigação da Compressão do Tronco Celíaco
177
Ultrassonografia Vascular na Investigação da Compressão do Tronco Celíaco
LIMITAÇÕES DA Ul TRASSONOGRAFIA
c. Limitações de posicionamento da amostra de vo lume
VASCULAR NO ESTUDO
no tronco ce líaco durante a respiração normal (movi-
a. As variações anatõmicas da vascularização mesentéri - mentos abdominais).
ca, como a origem independente das artérias hepática d. Durante a inspiração profunda observa-se que os va-
e esp lênica (Fig 1611) e a origem única do tronco sos estudados (aorta e tronco celíaco) posicionam-se
celíaco e da arté ria mesentérica superio r (Fig 16.12). mais profundamente do que ao repouso, sendo neces-
b. Dificuldade de obter as ve locidades no tronco ce líaco sário corrigir a configuração do equipamento e obter
com ãngulo de insonação do Doppler pulsado pró- as velocidades em um Lempo máximo de apné ia su-
ximo a 60" devido a variabilidade de angulação da portado pelo paciente.
emergência do tronco celíaco em relação à aorta ab- e. Diagnóstico diferencial com eSlenose no tronco celíaco
dominal. causada pela progres~ão da alerosclerose aónica. Nestes
178
U ltrasso nog rafia Va sc ul ar na Inves ti gação da Compressão do Tron co Celíaco
casos não se observa variação importante das velocida- 2. Linder HH, Kemprud EA. Clinicoanatomic stlldy of the
des durante a inspiração forçada e expiração máxima. arcllate ligament of the diaphragm. Arch Surg 1971;
103:600-5.
r. Dificuldade da realiza ão do exame em pacientes por- 3. Snyder MA, Mahoney EB, Rob CG. Symptomatic celiac
tadores de arritmias cardíacas, doenças respiratórias stenosis due to constriction by the neurofibrous tissue of the
graves, obesidade mórbida ou na presença excessiva celiac ganglion. Surgery 1967 ; 61:372-6 .
de gases. 4. Dordoni L, Tshomba Y, Giacomelli M, jannello AM,
Chiesa R. Celiac artery compression syndrome: Sllccessflll
g. Habilidade e experiência do examinador. laparoscopic treatmem: A case report. Vasc Endovasc Surg
h. A qualidade do equipamento utilizado. 2002 , 36317-321.
5. KokotsakisjN, Lambidis CD, Liolllias AG, Skouteli ET,
Bastollnis EA. Celiac artery compression syndrome.
INFORMAÇÕES INDISPENSÁVEIS Cardiovasc Surg 2000; 8:219-22.
PARA O LAUDO 6. Schweizer P, Berger 5, Scheizer M, Schaeter j, Beck O.
Arcllate ligamem vascular compression syndrome in infams
Presença do estreitamento anatômico no tronco ce- and children. j Ped Surg 2005; 40: 1616-1622.
7. Grant EG, Benson CB, Moneta GL, et aI. Carotid artery
líaco. stenosis: gray-scale and Doppler US diagnosis. Society of
Velocidades no tronco celíaco ao repouso, na expira- Radiologists in Ultrasound Consenslls Conference. Radiology
ção forçada e inspiração profunda. 2003; 229:340-346.
Velocidade sistólica na aorta abdominal. 8 . Moneta GL et aI. Duplex llltrasound criteria for the diagnosis
of splanchnic artery stenosis or occlusion. j Vasc surg 1991,
Índice velocimétrico entre as velocidades no tronco
14 159.
celíaco na posição intermediária (entre a inspi ração 9. Moneta GL. Lee RW, Yeager RA et aI. Mesenteric duplex
e expiração) e o pico de velocidade sistólica na aorta scanning: A blinded prospective stlldy. j Vasc Surg 1993, 17:
abdominal imediatamente abaixo do diafragma. 79-86.
10. Zwolak RM, Fillinger MF, Wals DB el a!. Mesemeric and
celiac duplex scanning: a validation stlldy. j Vasc Surg 1998,
REFERÊNCIAS 27 1078-88.
11. Erden A, Yurdakul M, Cumhur 1. Marked increase in flow
1. Willians S, GiIlespie P, Little jM: Celiac axis compression velocities during deep expiration: A duplex Doppler sign of
syndrome: Factors predicting a favourable olltcome. Sllrgery celiac artery compression syndrome . Cardiovasc Inlervem
1985 , 98879-887. Radiol 2006; 22:331-2.
179
CAPíTULO 17
Ana Luiza Valiente Engelham
Avaliação de Estenose Carlos Alberto Engelham
da Artéria Renal
181
U Itrassonografia Vascu la r para Aval iação de Estenose da Artéria Renal
b. Estudo, com mapeamento em cores, do fluxo nos - índice de aceleração: <3,78 kHz/slMHz
segmentos distaI e hilar das artérias renais, em cor- - Tempo de aceleração: >100 rnls
tes ultrassonográficos nas respectivas regiões lom-
bares (flancos, subcostal ou paravertebral); com A especificidade do índice e tempo de aceleração na
ajuste da caixa e ganho da cor, jl'ame rate e PRF identificação das estenoses renais proximais é superior a
(Fig. 17.1A e B) 90%, contudo, devido a grande variação da sensibilidade
c) Obtenção das frequências sistólica e diastólica nas ar- (entre 32 % e 93%) e à presença relativamente frequente de
térias renais na topografia do hilo renal, para calcular resultados falsos-negativos (Fig. 17.3A-C), faz com que tais
o índice e o tempo de aceleração hilar, com ajuste do critérios indiretos nâo sejam os mais adequados para ras-
ganho e escala (PRF) do Doppler pulsado. Utilizando treamento primário das estenoses significativas das anérias
ampla amostra de volume do Doppler pulsado de apro- renais . AJém disso, alterações no parênquima renal respon-
ximadamente 10 mm e ângulo de insonaçâo de zero sáveis pelo aumento da resistência vascular intrarrenal e a
grau (Fig. 17.2A e B). distância entre a lesão estenosante e o hilo renal (Fig. 17.4
A-C) podem alterar (normalizar) os índices hilares. II - 13
Critérios diagnósticos indiretos
• Critérios hilares indiretos: JO TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DIRETA
- Normal: (Fig. 172) DA ARTÉRIA RENAL PARA
- índice de aceleração >3,78 kHz/slMHz
DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
- Tempo de aceleração: dOO m/s
• Possibilidade de estenose proximal significativa: Preparo: preparo gastrointestinal de 6- 8 horas de jejum
(Fig. 173) prévias ao exame.
182
Ultrassonografia Vascular para Avaliação de Estenose da Artéria Renal
I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I
Accelel'a tlon = 10:'>:'>. U cnVs:,> Accclc l'alion = 8 13 .8 em/s2
V1 =27.2 crn/s V2 =8 5 cm /s Vl =- 12 .1 em/s V 2 = -59 .3an/s
T =0.059 sec T = O.0 58 scc
183
Ultrassonografia Vascular para Avaliação de Estenose da A rtér ia Renal
184
Ultrassonografia Va scula r pa ra Ava li ação de Estenose da Artéria Renal
d. Localização da amostra de volume do Doppler pulsa- b. Estudo com mapeamento em cores do fluxo dos seg-
do na origem e do segmento proximal das artérias re- mentos distai e hilar das artérias renais, em cortes
nais ou em qualquer segmento do vaso que apresente ultrassonográficos nas respectivas regiões lombares;
aumento focal de velocidades ou turbilhonamento do com ajuste da caixa e ganho da cor, fmm e raie e PRF
fluxo. Deve-se localizar a amostra de volume do Dop- (Fig. 17.12A e B)
pler pulsado no segmento de maior velocidade (alia- c. A técnica de exame direta preconiza o estudo de toda
sing) e estreitamento artelial para mensurar o pico de a extensão das artérias renais, realizado sempre que
velocidade sistólica. O filtro de parede e a escala de possível pelo corte ultrassonográfico subcostal no
velocidades (PRF) devem ser altos para evitar artefa-
tos e representar a maior velocidade de fluxo encon-
trada. O ajuste do ãngulo de insonação do Doppler
pulsado deve ser o mais próximo de 60° (~ 60°) em
relação ao vaso, paralelo à parede deste nas artérias
normais (Fig. 17 7) ou ao pto de fluxo nos locais de
estenoses significativas (Fig. 178)
e. Obtenção das velocidades sistólica e diastólica nas ar-
térias renais, com ajuste do ganho e escala (PRF) do
Doppler pulsado (Fig. 179)
f. Obtenção da velocidade sistólica na aorta abdominal ,
em corte longitudinal, no seu segmento proximal , no
nível da origem da artéria mesentérica superior, para
efetuação do cálculo do índice renal-aorta , isto é, a
relação entre as velocidades sistó licas das artérias re-
nais e da aorta abdominal (Fig. 17.10).
185
Ultrassonografia Va sc ular para Avalia çã o de Estenose da Artéria Renal
--------
186
Ultrassonografia Vascu lar para Av a li ação de Estenose da Artéria Rena l
187
Ultrassonografia Vascular para Avaliação de Estenose da Artéria Renal
- Estenose hemodinamicamente significativa: redu- locidade sistólica superior a 180 ou 200 cmJs e o fndice
ção do calibre com aumento focal de velocidades e renal- aorta superior a 3,5, é um método confiável, com
turbilhonamento do fluxo (aliasing) (Fig. 17.16) acurácia geral superior a 90%, sendo o pico de velocida-
• Critérios hemodinãmicos: de sistólica o parâmetro com melhor acurácia na identifi-
- Artéria normal 14 (Fig 17.17 A e B) cação destas eSLenoses T.12 1')1 6
- Velocidade sistólica: <180 cmls Recentemente válios autores avaliaram a acurácia da
- Índice renal-aorta: d,5 USV na identifIcação da estenose hemoclinamicamente
• Estenose moderada: «60 %) 14 significativa (EHDS) na artéria renal em relação à arterio-
- Velocidade sistólica: >180 crnls grafia não em relação ao grau de estenose, mas pelo gra-
- Indice renal-aorta: d,5 diente de pressão transestenose. Kawarada et aI. avaliaram
• Estenose hemodinamicamente significativa: (>60%)
(Fig. 17.18 A e B)
- Velocidade sistólica: >180-200 crnls612-15
- Índice renal-aorta: >3,3-3,5 lU,
• Oclusão
- Velocidade da artéria renal: ausente (Fig. 1719)
- Velocidade sistólica do parênquima renal:
< 30 crn/s
- Tamanho renal: <9 cm
Figura 17.16. Estenose hemodinamicamente significativa Figura 17.17 . Exemplo de artéria renal e~querda normal.
na artéria renal direita no mapeamen to em cores do fluxo. (A) Velocidade sistó li ca (98 cm/s) na artéria rena l inferior
Note o mosa ico em cores no segmento proximal da artéria a 180 cm/s. (B) Velocidade na aorta abdominal (80 cm/s)
renal direita. configurando o índice renal-aorta (1,2) normal.
188
Ultrassonografia Vascular para Avaliação de Estenose da Artéria Renal
----
com sensibilidade, especificidade, valor predilivo positi- direita por displasia fibromu sc ular. ( ) Confirmado pe la
angiorressonância. Note o padrão de flu xo heli co idal ao
vo, valor preditivo negativo e ac urácia geral de, respec ti va- mapeamento em cores do fluxo no segmento distai da artéria
mente , 89%, 89%, 83%, 93% e 89%. ' ~ renal.
189
Ultrassonografia Vascular para Avaliação de Estenose da Artéria Renal
SITUAÇÕES ESPECIAIS
Alterações hemodinâmicas e o índice
renal-aorta
Figura 17.22. Exemplo de avaliação direta de estenose
Deve-se ter cuidado na utilização e interpretação do da artéria renal esquerda com parâmetros hemodinâmicos
índice renal-aorta em crianças e adolescentes, assim e anatômicos: (A ) Aumento do pico de velocidade sistólica
(273 cm/s). (8) Redução anatômica no mapeamento em cores
como em pacientes portadores de doenças sistêmicas
do fluxo. (C) Redução anatômica no mapeamento do fluxo
que possam apresentar altas velocidades nas artérias re- pelo Power Doppler. (D ) Aumento de velocidade no corte
nai s, sem que hap estenose arterial. Nestas situações , ultrassonográfico na regiâo lombar.
190
Ultrassonografia Vas cu lar para Avaliação de Estenose da Artéria Renal
191
Ultrassonografia Vascula r pa ra Aval iação d e Estenose da A rtér ia Rena l
192
Ultrassonografia Vascular para Avaliação de Estenose da Artéria Renal
193
Ultrassonografia Vascular para Avaliaç ão de Estenose da A rtéria Renal
194
Ultrassonografia Vas c ular para Avalia çã o de Esteno se da Artéri a Renal
LIMITAÇÕES DA
ULTRASSONOGRAFIA VASCULAR NO
ESTUDO DAS ARTÉRIAS RENAIS
As limitações técni cas da U SV, relatadas em até 15% dos
casos na literatura, podem estar relacion adas com :26
Figura 17.34. (A ) Exempl o de rim em ferradura localizado anteriorm ente à aorta abdominal. (S) Múltipl as artéri as mantendo
a vasculari za ndo de toda a exten são do rim.
195
U It rassonograf ia Va sc ular pará Aval iação de Esteno se da A rtéria Renal
diaca grave, doenças respiratórias graves, obesidade of renal scintigraphy, renal Doppler U5 anel MR angiography.
Raeliographics 2000, 20(5) 1355-68
mórbida ou na presença excessiva de gases.
10. Handa N et aI. Echo-Doppler velocimeter in the diagnosis
d. A habilidade e experiência do examinador. of hypertensive patients: lhe renal artery Doppler technique.
e. A qualidade do equipamento utilizado. Ultrasound Med Bio11986, 12 (12):945-52.
11. liele r RE. Vascular diagnosis of renovascular disease. In
MA Mansour and Labropoulos Ceds). Vascular Diagnosis,
INFORMAÇÕES INDISPENSÁVEIS EIsevier, Pennsylvania: 2005, p .333-40.
12. Cardoso CM, Xavier 55, Lopez GE, Brunini TMC. Parâmetros
PARA O LAUDO diretos do duplex scan no diagnóstico ela estenose da artéria
renal. Estudo de validação e otimização dos pontos de corte.
1. Aspecto do fluxo nas artérias renais pelo mapeamento Arq Bras Cardiol 2006; 87(3): 321-328.
em cores do fluxo (homogêneo, aumento focal de ve- 13. Motew 5], ChelT G5, Craven TE et aI. Renal duplex
locidades, ausente) . sonography: main renal artery versus hilar analysis. J Vasc
5urg 2000,32(3)462-69
2. Velocidades na artéria renal e na aorta abdominal pro-
14. Kohler TR, lieler ER, Martin RL et aI. Noninvasive diagnosis
ximal. of renal artery stenosis by ultrasonic duplex scanning. J Vasc
3. Índice renal-aorta. 5urg 1986, 4: 450-6 .
4 . Índices de resistência e pulsati li dade nas artérias in - 15. Mirales M, Cairols M, Cotillas], Gimenez A, 5antiso A.
Value of Doppler paramelers in the diagnosis of renal artery
traparenquimatosas. stenosis.] Vasc 5urg. 1996,23:428-435.
5. Tamanho renal e eventuais alterações morfológicas 16. Engelhom CA, Engelhom AL, Cassou MF. Estenose da artétia
(perda de diferenciação corticomedular, dilatação pie- renal: necessidade de validação dos crilérios diagnósticos no
laboratório vascular. J Vasc Br 2005, 4(3):243-8.
localicial , cistos renais etc.) .
17. Kawarada O, Yokoi Y, Takemoto K, Morioka N, akala 5,
6. Descrição de variações anatõmicas nas artérias renais 5hiotani 5. The performance of renal duplex ultrasonography
e presença de artérias polares. for lhe eleteclion of hemodynamically significant renal artery
7. Identificação e descrição de endoprótese ou ponte ar- slenosis. Catheter Cardiovasc Interv. 2007 ,69(4):607.
18. 5taub D, Canevascini R, Huegli RW, Aschwanden M,
terial, com as velocidades de fluxo. Thalhammer C, Imfeld 5 et aI. Best duplex-sonographic
criteria for the assessment of renal artery stenosis correlation
with intra- arterial pressure gradienl. Ultraschall Med
REFERÊNCIAS 2007,28(1):45-51.
1. Hai movici H, linicola . Experimental renal artery stenosis : 19. Chain 5, Luciardi H, Feldman g, et aI. Diagnostic role of
diagnostic significance of arterial hemodinamics. Joumal new Doppler index in assessment of renal artery stenosis.
Cardiovasc 5urg, 1962 ,3:259-262. Cardiovasc Ultrasound. 2006; 4: 4. published online before
2. Olin JW, Nelia M, YoungJR el a!. Prevalence of printJanuary 25,2006 PMClD: 1373647.
atheroscJerotic renal artery stenosis in patients with 20. leller T, Bonvíni RF, sixt 5. Color-coded duplex ultrasound
atheroscJerosis elsewhere. A.] Meel 1990, 88:46-51. for diagnosis of renal artery stenosis and as follow-up
3. Grim CE, Lufl Fc , Yune H] , Klatte EC, Weinberg MH. examination after revascularization. Catheter Cardiovasc
Percutaneous transluminal dilalalion in lhe lreatment of renal Interv 2008; 71(7) :995 -9
vascular hypertension. Ann lntem Med 1981,95: 439-42. 21. LiJC, Jiang YX, lhang 5Y, Wang L, Ouyang Y5, Qi lH.
4. 5coble ]E, Maher ER, Hamilton G, et aI. AlheroscJerosis Evalualion of renal artery stenosis with hemodynamic
renovascular disease causing renal impairment : a case for pa rameters of Doppler sonography. J Vasc 5urg
lrealmenl. Clin nephrol 1989,31: 119-122. 2008;48(2)233-8
5. Hansen K], Tribble RW, Reavis 5W el aI. Renal Duplex 22. Raelermache r ] , Chavan A, Bleck], et aI. Use of Doppler
sonography: evaluation of clinicaI utililY.] Vasc 5urg. 1990, ultrasound to predict the outcome of therapy for renal arte:ry
12:250-257. stenosis. N EnglJ Med 2001, 344(6):410-417.
6. Ollin]W, Pieelmonte MR, Yoing]R el aI. The ulilily of duplex 23. Garcia-Criado A, Gilabert R, icolau C, et aI. Value of
ultrasounel scanning of lhe renal arteries for diagnosing Doppler sonography for predicting clinicaI OUlcome after
significant renal artery slenosis. Ann lnlem Med 1995, artery revascularization in atherosclerotic renal artery
122833-838. stenosis. J Ultrasound Med 2005, 24(12): 1641-7.
7. lieler RE. ls duplex scanning the best screening leSl for renal 24. Nolan BvY, 5chermerhom ML, Powell RJ et a!. Restenosis in
anery slenosis 7 5emin Vasc 5urg 2001 , 14(3): 177 -85. gold-coated renal artery stents.] Vasc 5urg 2005, 42(1) : 40.-_6.
8. lalunarelo N, Tuttle KR. Alherosclerolic renal artery slenosis: 25. Neumyer MM. Duplex scanning alter renal artery sletiting.]
current SlalUS and fUlure direclions. C.urr·ppin Nephrol Vasc Ultrasound 2003, 27(3):177-83. ,.
Hypertens 2004, 13(6)613-21. .. 26. Thiele L, Neumyer M, Healy D, 5chinaJr MJ. Pitfalls in duplex
9. 50ulez G, Oliv VL, Turpin 5, Lambert R, Nicolel Y, Therasse ultrasonography of the renal arteties. In Bemstein EF (ed itor) .
E. lmaging of re:novascular hypertension: respective values Vascular Diagnosis, St. Louis: Mosby: 1993, p.662-668.
196
CAPíT ULO 18
Carlos Alberto Engelham
Estudo dos Transplantes
Ana Luiza Valiente Engelharn
Renal e Pancreático
197
Ultrassonografia Vascu la r no Estudo dos Transplantes Renal e Pa ncreático
com ajuste da profundidade e ganho do Modo B, para terial terminolateral com a artéria ilíaca externa (Fig.
permitir maior penetração 00-12 em) do feixe de 18.3) ou terminoterminal com a artélia ilíaca interna ,
ultrassom (Fig. 181) assim como eventual estenose na anastomose venosa.
b. Os enxertos são exa minados pelo Modo B, com ajustes A frequência de repetição de pulsos (PRF) deve ser
de imagem que priorizem as eS lruluras mais profun- ajustada para a estrutura a ser analisada (média para
das com ganho adequado, /ow dynamic range e foco na as artélias renais normais , alta para as áreas de este-
região de interesse. Mensuração do tamanho do rim nose e baixa para os vasos do parênquima renal). A
transplantado e avaliação morfológica do parênquima intensidade e o filtro da cor também devem ser ajus-
renal (d iferenciação co rticomedular), assim como das tados para permitir o correto mapeamento do fluxo.
estruluras perienxe rto CFig. 182). d. O Doppler pulsado deve ser posicionado na área de
c. Avaliação da vascu larização renal com mapeamento interesse no centro elo vaso nas artérias renal e in-
em cores do fluxo das áreas de anastomose arterial e trarrenais. A amostra ele volume eleve ser ajustada
venosa e dos vasos intraparenquimatosos, com caixa para o tamanho elo vaso, geralmente inferior a 2 mm ,
ele cor pequena, profundidade aàequada para maxi- evitando a contaminação com info rmação ele outras
mi zar o número de quadros por minutos (frame rate ). estntturas vizinhas, plincipalmente em razão dos mo-
Deve-se lembrar das possibilidades de anastomose ar- vimentos respiratórios (Fig. 18.4)
198
Ultrassonografia Vascular no Estudo dos Transplantes Renal e Pancreático
199
Ultrassonografia Vascular no Estudo dos Transplantes Rena l e Pancreático
.. . , ... .
,
A
200
Ult ra ssonografia Vascular no Estudo dos Transp lan tes Ren a l e Pancreático
201
Ultrassonografia Vascu lar no Estudo dos Tran splantes Renal e Pan c reáti co
202
Ultrasso nografia Va sc ular no Estudo dos Transp lantes Renal e Pancreático
- Índice renal-ilíaca (IR!) : 1,8_5 1011 com curvas de ve locidade que denotem achata-
Pela falta de padronização na literatura referente mento do pico de velocidade sistólica.
ao uso do índice renal-ilíaca na avaliação das es- - Oclusão : veloc idade artéria renal ausente.
tenoses aneliais, devem-se considerar o pico de • VEIA RENAL: 1 )
velocidade sistólica e o tempo de acele ração como Estenose : turbilh onamen to do Ouxo e aume nto
clitérios para a identificação de este nose hemo- focal de ve locidades (fig. 18.17)
dinamicamente significa tiva na artéria renal do Obstrução :
tra nsplante , complementado pelo IRl. Ausência de Ouxo na topografia da veia renal.
- Tempo de aceleração no hilo renal: >100 mls W . 12 Cu rvas do Doppler pulsado n o parênquima renal
Deve-se pesquisar rotineiramente estenose na ar- com Ouxo diastólico reverso.
téria ilíaca doadora , proximal à anastomose com a
artélia renal , na presença de artéria renal n ormal Critérios diagnósticos: resistência
vascular renal
• Critérios de avaliação da resistência vascular
renal : 14· 19
Índice de resistividade (IR):
NOll11al IR < 0,7 (Fig. 1818A-C)
IR entre 0,7 e 0,8 - inespecífico.
Aumento da resistência vascular IR >0,8 (f ig.
1819A-C)
índice de pulsatilidade (IP):
Normal IP <1,2 (Fig. 1818A-C)
IP en tre 1,2 e 1,5 - inespecífico.
Aumento da resistência vascu lar IR > 1,5 (Fig.
1819A-C)
Figura 18.16. Exempl o de endoprótese na artéria de Figura 18.17. Estenose hemodinami ca mente
rim transplantado. (A ) Mapea mento do fluxo com Power signifi cati va na ve ia renal do rim transplantad o. Observe
Doppler. (B) Posicionamento do cursor do Doppl er pu lsado o turbilhonam ento do flu xo (mosa ico) e o aumento da
no interior da endoprótese. velocidade sistólica (2 09 cm/s).
203
Ultrassonografia Va scular no Estudo dos Transplantes Renal e Pancreático
204
Ultrassonografia Vascular no Estudo dos Transplantes Renal e Panc reáti co
Nos casos de rejeição vascular aguda, a presença de artéria renal. Tardiamente, alguns casos de rejeição crôni-
fluxo diastólico reverso nas artérias segmentares e interlo- ca, glomeruloesclerose e nefroesclerose diabética podem
bares indica um risco de perda do enxerto renal superior a apresentar também flLl)·.o diastólico revers0 2Ll
20 % nos três primeiros meses de transplante '" No entanto, Apesar de largamente uti Ii zados, os índices de resistên-
o fluxo diastólico reverso também pode ser detectado nos cia vascular isoladamente não são capazes de diferenciar as
casos de trombose da veia renal. O diagnóstico diferen- anormalidades de perfusão cortical. Os índices podem ser
ciai é baseado na detecçào de fluxo venoso nas artérias úteis no acompanhamento e monitoramento dos enxertos
intrarrenais, afastando a possibilidade de trombose da veia renais, associados às manifestações clínicas e alterações
renal (Fig. 18.20A e B). Além da rejeição vascular e da laboratoriais. Variações da resistência vascular podem ser
trombose da veia renal, !luxo diastólico reverso nos pri- detectadas ao longo do tempo e, para tanto , é fundamental
meiros dias de pós-operatório pode ser observado em ca- a obtenção precoce dos valores dos índices de resistência e
sos de necrose tubular aguda e tortuosidades (hinhings) na pulsatilidade no pós-operatório como valores referenciais
de monitoramento. Sciascia et aI. demonstraram sensibi-
lidade e especificidade de 100% e 97%, respectivamente ,
na identificação da rejeição aguda com uma variação supe-
rior a 0 ,15 nos valores do índice de resistência em relação
aos valores iniciais de referência 21
Outro critério que pode ser utilizado para melhorar a
acurácia na identificação das disfunções do enxerto renal
é a relação renal-cortical (RRC) do índice de resistência ,
ou seja, a variação (percentagem) dos valores do índi-
ce de resistência na artélia renal em relação às artérias
corticais (arqueadas) . Drudi et a!. demonstraram que a
RRC é capaz de diferenciar os enxertos normais dos com
disfunções agudas mesmo com dados clínicos e labora-
toriais confusos, e nos casos de disfunção crônica a RRC
foi detectada mais tardiameme, porém antes da elevação
dos níveis de creatinina. 22
205
Ultrassonografia Vascular no Estudo dos Tran splantes Renal e Pancreático
Critérios diagnósti cos: perfu são ren al • Escore III - perfusão lige iramente diminuída, redu-
pelo Power Doppler 2 3 ção não homogênea da pe r[usâo mostrando áreas sem
co r entre os vasos visíveis (Fig. 1823)
• Escore I - alta pe rfusão , perfusão de colo ração h omo-
• Escore IV - p erfusão c1aramenLe diminuída, acentu-
gênea na conical, com limites bem definidos dos vasos
ada redução da coloração dos vasos inte rloba res; m e-
em direção à cá psula e região medular (Fig. 18.2 1).
n os d e 50% da camada cortical é colo rida , observan-
• Escore 11 - boa perfusão; fluxo em direção à cápsula
do-se apenasflash de co r (flux o) (F lg. 18.24)
ap resema leve irregularidade da co r nas bordas, com
boa d e 6níção dos vasos do parênquíma ; a vasc ula ri-
zação te m d islribuiçào radiada (F ig. 1822)
206
U lt rassonografia Vascu lar no Estudo d os Transplantes Renal e Pancreático
207
Ultrassonografia Vascular no Estudo dos Transplantes Renal e Pancreático
Embora o ultrassom vascular tenha um limitado pa- em um enxerto duodeno pancreático com anastomose
pel na identificação da rejeição aguda , com sensibilidade duodenovesical. Aproximadamente 6-10 cm do duode-
que varia de 13-82%, tem grande utilidade na identifica- no do doador é removido junto com o pâncreas, e suas
ção de complicações vasculares. Quando existe evi.dên- extremidades são invertidas e fechadas com uma linha de
cia clínica de disfunção do enxerto , o exame de imagem grampos. A reconstrução vascular é realizada em banca-
se faz necessário, sendo o ultrassom vascular o exame da, isto é, há um preparo dos vasos antes da implantação
de escolha na detecção das complicações pós-operató- do enxerto. H
rias, avaliado em conjunto com os critérios clínicos e Utilizando a bifurcação ilíaca do doador (artéria ilía-
bioquímicos. 28 -3o ca comum, interna e externa) em formato de um "Y", na
O conhecimento da técnica cirúrgica utilizada e qual um dos ramos do "Y" é a artéria ilíaca interna e o
o entendimento do amplo espectro das complicações outro a artéria ilíaca externa , faz-se a anastomose termi-
pós-operatórias são essenciais para a abordagem desses noterminal das artérias esplênica e mesentérica superior
pacientes. do enxerto com respectivos ramos da bifurcação ilíaca
previamente preparada.
O enxerto é então posicionado na fossa ilíaca direita
TÉCNICAS CIRÚRGICAS UTILIZADAS
do receptor, com a porção que corresponde à cabeça do
Desde os primeiros transplantes realizados em ] 966, pâncreas situada em direção à bexiga , e a cauda localiza-
houve um desenvolvimento importante nas técnicas da próximo à bifurcação illaca do receptor. A porção do
utilizadas. Atualmente, existem três possibilidades de "Y" que corresponde à artéria ilíaca comum é anastomo-
transplante : transplante simultâneo rim-pâncreas, en- sada terminolateralmente com a artéria ilíaca comum ou
xerto do pâncreas após o enxerto renal e transplante so- com a artéria ilíaca externa do receptor.
mente do pâncreas. Além disso, muitas técnicas têm sido A drenagem venosa para a circulação sistêm ica é feita
utilizadas para o manejo exócrino e a drenagem venosa ent re a anastomose terminolateral da veia porta do en-
do pâncreas. xerto e a veia ilíaca comum ou exterr..a do receptor, e
A técnica mais comumente usada (Fig. 1826) é a esta posicionada malS abaixo em relação à anastomose
utilizaçãO do pâncreas inteiro com parte do duodeno, fa- arterial.
zendo a drenagem exóclina para a bexiga, consistindo Em alguns casos pode haver variações não previs-
tas desta técnica de anastomose vascular, sendo impor-
tante , então, o conhecimento da descrição cirúrgica pelo
ultrassonografisra vascular.
208
Ult rassonografia Vascula r no Estudo dos Transplantes Renal e Pancreático
209
Ultrassonografia Vascular no Estudo dos Transplantes Renal e Pancreático
210
U Itrassonografia Vasc ula r no Est udo dos Trans pl an tes Renal e Panc reát ico
211
U ltrasson ografia V asc ul ar no Estudo dos Transpl antes Renal e Pancreáti co
transplant renal artery stenosis. J Clin Ultrasound 25 . Don S, Kopecky KK , Filo RS el aI. Duplex Doppler US of
2003;31(3): 135-41 renal allografts: causes of elevaled resistive indexo Radiology
11 LiJC, Ji ZG, Cai S,Jiang YX, Dai Q,ZhangJX. Evaluation 1989, 171: 709-12 .
of severe transplant renal anery stenosis with Doppler 26. Bechstein WO. Long-lerm outcome of pâncreas
sonography. J Clin Ultrasound 2005 ;33(6):261-9. lransplantation. Transplant Proc 2001 ; 33: 1652-1654.
12 . Gottlieb RH, LiebermanJL, Pqabico RC, et aI. Diagnosis 27. Gruessner AC, Sutherland DER. Report for the lnternational
of renal artery stenosis in transplanted kidneys: value of Pancreas Transplant Registry 2000. Transplant Proc 2001 ;
Doppler waveforms analylis of the intrarenal aneries. Am J 33:1643-1646.
Roentgenol1995, 165(6): 1441-46. 28. Snieler JF, Hunler DW, Kuni CC, Castaneda-Zuniga WR,
13. Reuther G, Wanjura O, Bauer H. Acute renal vein thrombosis Letourneau JG. Pancrealic transplantalion : raeliologic
in renal allografts: detection with duplex Doppler USo evaluation of vascular complications. Raeliology
Radiology 1989,170:557. 1991;178749-753.
14. Rigsby CM et aI. Renal allografts in acute rejection: evaluation 29. KaramehicJ, Scoutt L, Gavrankapelanovic F, Subasic D.
using duplex sonography. Radiology 1986, 158: 375-8. Ultrasounel evalualion of vascular complications in pancreas
15. Krumme B, Grotz W, Kriste G et aI. Deterrninants of transplant recipients. Meel Arch . 2005; 59(5):290-2.
intrarenal Doppler indices in stable renal allografts. J Am Soc 30. Milner LN, Ramos IM, Marks WH , Taylor KJW Ullrasound
NephroI1997,8813-16. imaging of pancreálico-duoelenal transplants. J Clin
16. Rifkin MO, eedleman L, Pasto ME et aI. Evaluation of renal Gastroenterol 1991 ;13:570-574.
transplant rejection by duplex Doppler examination: value of 31 Schiemann U, Dieterle C, Gótzberger M, Landgraf R,
resistence indexo AJR 1987 , 148:759. Heldwein W lmproveel ultrasound examination of pâncreas
17. Radermacher J, Mengel M, Ellis S et aI. The renal resiSlance grafts in type 1 (insulin-elepenelent) eliabetic patients
index and renal allograft survival. N Engl J Med 2003 , using tissue harmonic imaging. Transplant Proc. 2003;
349(2): 115-24 35(8)3081-4
18. Jakobsen JA, Bradrand K, Egge TS, Hartmann A. Doppler 32. Sutherland DER, Chow SY, Moudry-Munn SKC:
examination of the allograft kidney. Acta Radiol 2003, 44(5): lnlernational pâncreas transplant registry report-1988. Clin
3-12. Transplant 1989; 3:129-149.
19 . Daua R, Sandhu M, Saxena AK, et aI. Role of duplex Doppler 33. Crass JR, et aI. Radiology of human segmental pancreatic
and power Doppler sonography in transplanted kidneys with transplanl. Gastrointest Radiol. 1982; 7: 153-158.
acute renal parenchymal dysfunction. Australian Radiology 34. Palel BK, et aI. Fluid collections developing afler pancrealic
2005,49:15-20. transplanlation: radiologic evaluation and intervention .
20. Lockart ME, Wells CG, Morgan DE, Fineberg NS, Robbin Radiology 1991 ;181(1 ): 215-220
ML. Reversed diastolic flow in the renal transplant: 35. Patel B, Markivee CR, Mahanta B, Vas W, George E, Garvin
perioperative implications versus transplants older than 1 P Pancreatic transplantation : scintigraphy, US, anel CT.
month . Am J Roentgenol 2008, 190(3):650-5. Radiology 1988;167685-687.
21 Sciascia N, Di Scioscio V, Zompatori M, Faenza A, Cristino S, 36. Yuh WTC, WieseJA, Abu-Yousef MM, et aI. Pancreatic
Zambianchio L et aI. Evaluation of the resistive index for the transplantation imaging. Radiology 1988; 167:679-683 .
diagnosis of aClue renal rejection in renal allografts from the 37 . Low RA, Kuni CC, Letourneau JG . Pancreas transplant
sa me donor. Radiol Med 2002, 103(3):225-32. imaging: an overview. Am J Roentgenol 1990; 155 :
22 . Drudi FM , Pretagostini R, Padula S, Donneni M, 13-21.
Giovagnorio F, Mendicini P et aI. Color Doppler ullrasounel 38. Heyneman LE, Keogan MT, Tunle-Newhall JE, Porter RJ ,
in renal transplant : role of the resistive index versus renal Leder RA, Nelson RC. Pancreatic transplantation using portal
cortical ralio in the evaluation of renal transplant diseases. venous and enteric drainage: the posto pera tive appearance
ephron Clin Pract 2004 , 98(3):67-72. of a new surgical procedure. J Comput Assist Tomogr
23. Hoye r et aI. Color Doppler energy - a new technique to 1999;23:283-290.
sludy tissue perfusion in renallransplants. Pedriatr Nephrol 39. Lang H, Lück R, Weimann A, Brunkhorst R, Bartels
1999, 13: 559-63. M, Bektas H et aI. Experience with color-coded
24. Maninoli C, Crespi G, Benololto et aI. lnterlobular diplex sonography after combined kidney/pâncreas
vasculalure in renal transplants: a power Doppler US study transplantation-preliminary results. Bildgebung.
with MR correlation. Radiology 1996, 200: Ill-l7. 1996;63(2):90-3
212
CAPíTULO 19
Ana Luiza Vali ente Engelhorn
Investigação da Síndrome do
Carlos Alberto Engelhorn
Quebra-Nozes
213
Ultrassonografia Vascular na Investigação da Síndrome do Quebra-Nozes
214
Ultras sonografi a V asc ular na Investiga ção da Síndrome do Quebra-Noz es
Figura 19.5. Co rte ultrassonográfico com mapeamento do Figura 19.7. Corte ultrassonográfico com mapeamento do
flu xo em co res ilu strando a medi da anatômi ca do di âmetro flu xo em cores demonstrando a obtençã o das velocidades
da ve ia renal esq uerd a no segmento de maior ca libre da vei a na veia renal esquerda antes do cruzamento com a artéri a
e o segmento de maior estreitamento venoso, para posterior mesentéri ca superior.
rea lização do índi ce entre o maior e o menor diâmetros.
e. Para a obtenção das ve locidades na veia renal esquer- r. Loca lização da amostra (entre 4 e 10 m m) de volume
da, deve-se localizar a amostra de volume do Doppl er do Doppler pulsado no segmen to de maior dilatação
pulsado no segmento de maior estreitamento venoso, venosa no trecho da veia renal antes do cruzamen to
usualmente no cruzamento com a artéria mesentérica com a an éria mesentérica su pe rior. Obtenção d o pi co
superior, utilizando amostra de volume do Doppler de ve locidade venosa máxima, mantend o o ajuste d o
pu lsado entre 2 e 4 m m . Deve-se aj ustar o ãngulo de ganh o e escala (PRF) do Doppl er pul sad o e ãngul o
insonação do Dopple r pulsado o mais p róximo de 60° próxi mo a 60° (Fig. 19 7).
(~600) em relação ao vaso, paralelo à parede deste, com g. Medir o índice de veloc idade, dividindo a velocidade
o menor filtro ele pa rcele possível (entre 50 e 12 5 Hz), na ve ia renal esquerda no loca l do cruzamento entre
dependendo do equi pamemo utilizad o (Fig. 19.6) a artéria mesentérica superior e a aorta abdominal e a
velocidade obtid:l no segmento hilar pré-cruzamento.
h . Realizar o rastreamento d e circulação colateral venosa
a partir da veia renal esquerda:
- perirrenal: dilatação das veias suprarrenal, lombar
e sistema ázigos
- veia gonadal esquerda , que se estende em direção
craniocaudal paralelamente ao ureter esquerdo em
direção à pelve, causando va ri zes pélvicas
- va ri zes vulvares e/ou glúteas
- va ricocele
- varizes no membro inferi or esquerd o originárias
d e ramos tributári os da junção sa feno femoral
215
Ultrassonog rafia Vascu lar na Invest igação d a Sí ndro m e do Qu ebra-N ozes
216
Ultrassonografia Va scula r na Invest igação da Síndrome do Quebra-Nozes
REFERÊNCIAS
1. EI Sadr AR, Mina A Anatomical and surgical aspects of the
operative management of varicoceles. Urol Cuten Ver 1950;
54:257 -62.
Figura 19.12. Exem plo de veia gonadal di latada.
2. de Schepper A. Nutcracker fenomeen van da vena renalis en
veneuz pathologie van de linker nier. J Belge RadioI1972 ;
55507-1l.
• Varicocele: calibres das veias do plexo pampiliforme 3. Hohenfellner M, Steinbach F, Schultz-Lampel D. The
~ 3 mm , com refluxo durante a manobra de Valsalva nutcracker syndorme: new aspects of pathophysiology,
diagnosis and treatment. J Urol 1991 ;146:685-699.
na posição supina ou ortostática .1 7 4. Arima M Hosokawa S, Orgino T, Ihara HTerakawa T,
lkoma F Ult rasonographically demonstrated nutcracker
phenomenon : alternative to angiography. Int Uro l Nephrol
LIMITAÇÕES DA UL TRASSONOCRAFIA 1990;22:3-6.
VASCULAR NO ESTUDO DA 5. Rudoloff U, Holmes RJ, Prem JT, Faust GR, Moldwin R,
Siegel D. Ann Vasc Surg 2006,20 : 120-9 .
SíNDROME DO QUEBRA-NOZES 6. Russo D, Minutolo R, laccarino V, Andreucci M, Capuano A,
Savino FA. Hematuria of uncommon origin: the Nutc racker
a. Somente a visibilização direta do estreitamento do Syndrome . AmJ Kid Dis 1998; 32:1-4.
lúmen venoso com aumento focal de velocidade e a 7. Takebayashi 5, Ueki T, lkeda N, Fujikawa A. Diagnosis of
dilatação da veia renal esquerda proximalrao cruza- the nutcracker syndrome with color Doppler sonography:
correlation with flow patterns on retrograde left renal
mento entre a artéria mesentérica superior e a pare- venography. ARJ 1999;172:39-43.
de anterior da aorta abdominal não são suficientes 8. Little AF, Lavoipierre AM. Unusual clinicai manifestations
para o diagnóstico da síndrome. Faz-se necessário of the Nutcracker Syndrome. Australian Radiology. 2002,
46(2): 197-200.
identificar veias varicosas colaterais e sintomas clí- 9. Hanna HE, Santella R ,Zawada ET, Masterson TE ,
nicos . Nutcracker syndrome: an underdiagnosed cause for
b. O diagnóstico confirmatório definitivo é feito pela hematúria) S D J Med 1997;50:429-36.
10. RudloffU, Holmes RJ, PremJT, Faust GR, Moldwin R,
cinevideoangiografia retrógrada com determinação
Siegel D. Mesoartic compression of the left renal vein: case
do gradiente de pressão renocava . O gradiente de repOrtS and review of the literature. Ann Vasc 5urg 2006,
pressão entre a veia renal esquerda e a veia cava in- 20(1 ) 120-9.
ferior normal é de 0-1 mmHg. Gradiente superior a 11 . Scultetus AH , Villavicencio JL, Gillespie DL. The nurcracker
syndrome: Its role in the pelvic venous disorders J Vasc Surg
1 mmHg e visibilização do sistema venoso gonadal 2001; 34(5)812-19.
com conecções pélvica e extrapélvicas confirmam o 12. Villavicencio JL, Gillespie D, Durholt S, Pikoulis E,
diagnóstic0 8 Rich NM. Diagnosis and treatment of the pelvic venous
disorders: pelvic congestion and pelvic dumping
c. A dificuldade em realiza r o exame em pacientes
syndromes. In : Cann CC, editor. 5urgical management of
com doenças respiratórias graves, obesidade mór- venous disease . 1" ed. Baltimore: Williams and Wilkins;
bida, gestação ou na presença excessiva de gases 1997. P 462-483.
intestinais. 13. Gomez ER, Villavicencio JL, Coffey JA, Rich M.
Pathogenesis and surgical manegement of varicose veins
d. A habilidade e experiência do examinador. of the vulva and upper thigh: the internai iliac venous
e. A qualidade do equipamento utilizado. insufficiency syndrome. In : Veith FJ , editor. Current
217
Ultrassonografia Vascular na Investi gação da Síndrom e do Quebra-Noz es
problems in vascular surgery. St Louis: Quality Medicai Doppler ultrasound in orthostatic proteinuria. Nephrol Dial
Publishing Company; 1990. P 141-2. Transplant 2001 August; 16(8):1620-625.
14. Scholbach T. From de nutcracker-phenomenon of the 19. CheonjE, Kim WS, Kim lO, Kim SH, Yeon KM, Ha 15 et
left renal vein to the medline congestion syndrome as a a!. Nutcracker syndrome in children with gross hematuria:
cause of migraine , headache, back and abdominal pain Doppler sonography evaluation of the left renal vein. Pediatr
and functional disorders of pelvic organs. Med Hypotheses Radiol 2006; 36(7):682-6.
2007;68(6): 1318-27. 20. Shin j, ParkJM, Lee jS, Kim Mj. Effect of renal Doppler
15. Beker GJ, Vogelzang RL. SIR 2004 Film panel case: left renal ultrasound on the detection of nutcracker syndrome in
vein compression with regional venous hypertension and children with hematuria. Eur J Pediatr 2007;166: 399-404.
resultant systemic arterial hypertension secondary to adrenal 21. Park YB, Lin SH, AhnjH, Kang E, Myung SC, Shim Hj , et
congestion.jVIT 2004; 15(4):1367-70. a!. Nutcracker syndrome: intravascular stenting approach.
16. Kim SH, Cho SW, Kim HD, ChungJW, ParkJH, Han MC Nephrol Dial Transplant 2000: 15: 99-101.
Nutcracker syndrome: diagnosis with Doppler USo Radiology 22 . Scultetus AH, Villavicencio JL, Gillespie DL, Kao TC,
1996; 198:93-7. Rich NM. The pelvic venous syndromes: Analysis of our
17. Pallwein L, Pinggera G, Schuster AH, Klauser A, Weirich experience with 57 patientes. j Vasc Surg 2002; 36:881-8.
HG, Recheis W, et a!. The influence of left renal entrapment 23. Park Sj, LimJw. Cho BS, Yoon TY, OhjH. Nutcraker syndrome
on outcome after surgical varicocele repair: a colo r Doppler in children with onhostatic proteinuria: diagnosis on the basis
sonographic demonstration. J Ultrasound Med 2004 of Doppler sonograph. J Ultrasound Med 2002; 21 :39-45.
May;23(5):595-60 1. 24. Oteld T, Nogase 5, Hirayama A, Sugito H, Hjryama K,
18. Cho B-S, Choi Y-M, Kang H-H, Park Sj, LimjW, Yoon Hattori K, Keyama A Nutcraker syndrome associated with
TY. Diagnosis of nut-craker phenomenon using renal severe anemia and proteinuria. Clin Nephrol 2004; 62:62-5.
218
Síndrome Compressiva da CAPíTULO 20
Fanilda Souto Barros
Veia Ilíaca Comum Nostradamus Augusto Coelho
cofemoral 5 Essa obstrução ao fluxo gera um aumento da 1. Insuficiência venosa crônica com predomínio esquerdo
independente do grau de classificação CEAP.
pressão venosa com estase e desenvolvimento da insufi-
2. Dor, sensação de peso e edema do membro inferior
ciência venosa crônica em diferentes graus 6 esquerdo, principalmente em mulheres.
3. Varizes unilaterais (membro inferior esquerdo, pélvicas ou
genitais).
QUADRO CLíNICO 4. Trombose ou sequela de trombose no segmento
iliacofemoral esquerdo.
o quadro clínico depende do grau de compressibilidade
instalada, em geral sendo representado por sintomas de
dor e sensação de peso no membro inferior esquerdo,
PROTOCOLO DE ESTUDO PELA USV
principalmente durante a atividade física. Pode vir acom-
panhado de edema , aumento do diâmetro do membro e 1. O exame é realizado de preferência pela manhã após
varizes volumosas unilaterais .' A trombose venosa ilía- jejum de oito horas. O uso de antifisético é recomen-
cofemoral esquerda é uma das mais temidas formas de dável. os pacientes com constipação crônica, con-
apresentação dessa síndrome, podendo ser facilitada por siderar o uso de laxativo.
estase venosa prolongada. Edema persistente ou inter- 2. Posicionamento do paciente em decúbito dorsal.
mitente no membro inferior esquerdo em mulher, prin- 3. O ajuste do aparelho deve ser feito para o exame ab-
cipalmente entre os 20-40 anos, é altamente sugestivo dominal, adequando-se a profundidade e escala de
de síndrome compressiva da veia ilíaca comum esquerda velocidade para o estudo venoso.
pela artéria ilíaca comum direita 8 - IO 4. Os transdutores utilizados são convexos e de baixa
frequência (2-5 MHz).
DIAGNÓSTICO 5. Avaliaçâo inicial da perviedade da cava inferior e das
veias ilíacas bilateralmente.
Após a avaliação clínica, a complementaçãO diagnóstica 6. Cortes ultrassonográficos transversais no nível da bi-
é feita inicialmente pela ultrassonografia vascular (USV) , furcação aórtica, no local do cruzamento da AICD
constando de avaliação das veias cava inferior, ilíacas e com a VICE (Fig. 20.1A e B).
219
Síndrome Compressiva da Veia Ilíaca Comum Esquerda pela Artéria Ilíaca Comum Dire ita
Figura 20 .1. (A) Imagem em Modo em cores demonstrando a AICD em corte tran sverso e a VICE em corte longitudinal. (B)
Im agem em Modo Power Doppler demonstrando a AICD em corte tran sverso e a VICE em corte longitudin al.
7. Pelo Modo B, avalia-se a AICD em corte transverso e Quadro 20.2. Critérios utili zados pela USV para o
simu ltaneamente a VICE em cone ob líquo/longitu- diagnósti co de compressão da VICE pela AICD
dinal , para uma ava liação subj eti va do grau de com- 1. Imagem sugestiva de compressão venosa, na região do
pressibilidade. cruzam ento entre a veia ilíaca comum esquerda e a
artéria ilíaca comum direita pelo Modo B.
8. O mapeamento em cores possibilita a identificação
2. Aumento da VPS de 2-4 vezes no local da compressão
de turbulência do fluxo na região do cruzamento ar- em relação ao segmento dista!. ')
teria l e venoso (Fig. 20 2) 3. Volum e de flu xo na veia ilíaca direita >40 % que o
volume de fluxo na veia ilíaca esquerda '4(Fig. 20.3).
9 . Mede-se a velocidade de pico sistólico (VPS) n o 4. índi ce entre o pico de velocidade das ve ias femora l
ponto de sob reposição da AICD sobre a VICE, assim comum esquerda e direita inferior a 0,9 (Fig. 20.4).
co mo no segmento distaI ao cru zamento. i)
10. Quantifica o volume de flux o na veia ilíaca bilaleraL i4
11 . Mede-se a VPS na veia remoral co mum bilateral para O tratamento da síndrome venosa compressiva pode
o cálcu lo do índi ce de velocidade remora!. i ) se r clínico (orientação e esclarecimento), cirúrgico ou
12 . Os critérios utilizados pela USV são descritos no endovascular. É indicado para os pacientes sintomáticos
Quadro 202. co m repercussão importante na sua vida diária ou que
Figura 20.2 . (A) Identificação da turbul ência do fluxo (seta) no local da compressão venosa . (B) Confirmação pela flebografia.
220
Síndrome Compressiva da Veia Ilíaca Comum Esquerda pela Artéria Ilíaca Comum Direita
Figura 20.3. Medida de volume de fluxo nas veias ilíacas: sugestivo de compressão venosa extrínseca quando o volume
da veia ilíaca externa esquerda for <40% que o volume da veia ilíaca direita. (A ) Medida do volume de fluxo na veia ilíaca
externa direita (77,7 cm 3/m in). (B) Medida do volume de fluxo na veia ilíaca externa esquerda (39,6 cm 3/min).
Figura 20.4. Medida de velocidade de fluxo na veia femoral comum. É sugestivo de compressão venosa extrínseca quando
o índi ce de velocidade entre a veia femoral comum esquerda e direita for inferior a 0,9. (A ) Velocidade de fluxo na veia
femoral comum direita (18 cm/s). (8 ) Velocidade de fluxo na veia femoral comum direita (16 cm/s).
221
Síndrome Compressiva da V e ia lIíaca Comum Esquerda pe la Artéria Ilíaca Comum Direita
Figura 20.6. (A) Stent co locado para co rreção de May-Thurner. (B) Lesão pós-procedimento na veia femoral comum
esq uerd a (corte transverso).
222
Síndrome Compressiva da Veia lIíaca Comum Esquerda pela Artéria lIíaca Comum Direita
223
CAPíTULO 21
U Itrassonografia
Fanilda Souto Barros
Vascular na Investigação de
Varizes Pélvicas
INTRODUÇÃO INDICAÇÕES
A dilatação e insuficiência de veias do território pélvico As principais indicações para a investigação das varizes
têm sido citadas como uma importante fonte de reflu- pélvicas estão listadas no Quadro 21,1,
xo não necessariamente relacionada com o sistema de
safenas, I Quadro 21.1. Indicações da USV pa ra investigação de
varizes pélvicas
Essas varizes podem ser restritas à região pélvica
propriamente dita ou proceder de tributárias da região 1. Síndrome de congestão pélvica
perineal, vulvar ou dos membros infeliores ,2 São sugeli- 2. Varizes de membros inferiores com distribuição atípica ou
sugestiva de origem na região pélvica
das clinicamente pelo exame físico e indiretamente pela 3, Recidiva de varizes
ultrassonografia vascular dos membros inferiores (USV
MMIl), ou visualizadas diretamente pela USV endovagi-
As varizes pélvicas podem se restringir ao território
nal, assim como pela flebografia 3 , .j
pélvico ou ultrapassar a barreira pélvica/perineal , "trans-
A sua manifestação clínica é representada pela sín-
ferindo o refluxo" para os membros inferiores, As prin-
drome de congestão pélvica , constituída por sintomas de
cipais formas de apresentação da colateralização dessas
peso no baixo-ventre e dispareunia , ou pela presença de
tributárias são demonstradas no Quadro 21.2 e ilustra-
varizes nos membros inferiores, cuja fonte de refluxo ori-
das nas Figuras 21,1-21.4, Esses dados são referentes à
gine de varizes do território pélvico , ), 6
O conhecimento das diferentes formas de drenagem
venosa pélvica é essencial para o entendimento da fisio-
patologia e o tratamento das varizes neste território, O
plexo venoso, localizado no ligamento largo do útero,
comunica-se com o plexo uterino , dando origem às veias
gonadais ou ovarianas que, geralmente, confluem direta-
mente para a veia cava inferior à direita e para a veia renal
à esquerda, São veias com certa frequência valvuladas que,
quando insuficientes, dão origem às varizes pélvicas,7
A USV é o exame considerado de escolha para o estu-
do da insuficiência venosa superficial dos membros infe-
riores, identificando os padrões de refluxo safênico e não
safênico, dentre eles o de origem pélvica, 1.8
A USV por via endovaginal é utilizada cada vez mais
na avaliação dos órgãos e da circulação da região pélvica,
porém a flebografia seletiva continua sendo considera-
da o exame padrão ouro para o diagnóstico das varizes
Figura 21 . 1. Transferência de refi LIXO para a região
pélvicas,4,) perijuncional.
225
Ultrassonografia Vascular na Investigação de Varizes Pélvicas
226
U Itrasso nografi a Vasc u la r na In vesti gação de Va rizes Pé lvicas
experiência pessoal da autora e estão em fase de publica- das veias dos membros inferiores , da região abdominal e
ção , juntamente com outros pesquisadores. a da região anexial (pélvica) bilateral.
227
Ultrassonografia Vascular na In vestigação de Va ri zes Pélvicas
Não existe ainda consenso em relação ao ponto de cação das estruturas pélvicas em sentido longitudi-
cone para a correlação entre o calibre dos vasos anexiais nal. O corpo do útero normalmente é identificado
medido pelo USV endovaginal com a presença de reflu- anteriormente e o colo posteriormente. Os ovários
xo. Alguns autores usam, por diferentes métodos, diâme- estão localizados superiormente à artéria e veia ilí-
tros que variam de 5-8 mm, para considerar a presença aca interna.
de varizes pélvicas 9 - 11 c. Após identificação do útero em corte transverso na
Na experiência pessoal da equipe da autora, foi uti- região de projeção das trompas, direciona-se o trans-
lizado o diâmetro igualou superior a 7 mm, juntamente dutor para o lado esquerdo e direito para pesquisa
com a presença de fluxo bidirecional durante a manobra dos vasos dilatados na região anexial.
de Valsalva, para sugerir o diagnóstico de varizes pélvicas d. Identificados os vasos dilatados, avalia-se a presença
(Quadro 21.3). de refluxo utilizando a manobra de Valsalva.
A diferenciação da origem do refluxo, se do plexo e. Mede-se o calibre das veias dilatadas.
gonadal ou hipogástrico, é uma das dificuldades do ul-
trassom. 3. Ultrassonografia vascular dos
membros inferiores
Quadro 21.3. Critérios para o diagnóstico de varizes
pélvicas pelo USV endovaginal Existem verdadeiras intercomunições entre os plexos ve-
nosos da região pélvica, que estabelecem conexões com
- Tributárias dilatadas e tortuosas na região anexial pélvica com
ca libre igualou maior que 7 mm . os membros inferiores. Na maioria dos pacientes, o ma-
- Fluxo bidirecional (refluxo) nos vasos anexiais durante a peamento venoso dos membros inferiores é realizado
manobra de Valsalva (Fig. 21.5). primeiro, e é através dele que é possível avaliar se existe
a correlação entre esses dois territórios.
o protocolo do exame endovaginal para pesquisa de O protocolo do estudo venoso superficial dos mem-
varizes pélvicas é descrito a seguir: bras inferiores é tema de outro capítulo.
Embora não seja rara a presença de dilatação e insu-
a. Paciente em posição ginecológica ficiência de veias gonadais em pacientes assintomáticas, 12
b. Transdutor endocavitário de 4-9 MHz envolvido é sabido da correlação das valizes pélvicas com a dor
por material estéril (preservativo). O transdutor é pélvica crõnica e da recidiva de varizes dos membros in-
introduzido no canal vaginal com a "marca" do pm- feriores .2. 6.l1 ,13
be direcionada para baixo. Assim, temos a identifi- A recidiva de varizes nos membras inferiores ocorre
em até 52% em 5 anos, e a sua origem na região abdomi-
nal ou pélvica representa 17% dos casos 14 ,15
Segundo Labrapoulos e colaboradores, 1 a origem
do refluxo nâo safênico representa 10% das varizes de
membros inferiores, sendo que dessas 34% têm origem
na região pélvica.
Nós encontramos uma prevalência de 12% de vari-
zes compatível com origem pélvica, em 1.020 pacientes
encaminhadas ao laboratório vascular para o mapeamen-
to venoso superficial dos membras inferiores, sendo que
41,2 % eram pacientes que já tinham sido submetidas à
cirurgia de varizes com safenectomia ou crossectomia
com preservação da safena magna (recidiva).
A complexidade da variação anatõmica , associada à
rica rede de anastomose entre os plexos venosos do terri-
Figura 21.5. M edida do calibre e avaliação do refluxo das tório pélvico, coloca o tratamento endovascular com em-
varizes pélvicas (USV endovaginalJ. Calibre de 8 mm medido
bolização uma OpÇão terapêutica a ser considerada 6 .11.16-18
em corte transverso do vaso na região anexial pélvica. Notar
o fluxo em azu l à esquerda e o refluxo em vermelho à direita, Assim, alguns autores recomendam um algoritmo
representado pelo Doppler colorido durante a manobra de (Quadro 21. 4) para pesquisa e tratamento das varizes
Valsalva. pélvicas nas pacientes sintomáticas. 18.19
228
U ltrassonografia Vascular na In vestigação de Varizes Pélv icas
Quadro 21.4. Algoritmo para investigação e propedêuti ca médico e a utilização de máquinas com baixo poder de
das varizes pélvicas resolução (Quadro 21.5)
REFERÊNC IAS
1. Labrapoulos N, Tiongson j, Pryor L, Tassiopoulos AK, Kang
55, Mansour MA, Baker WH. Nonsaphenous superficial vein
reflux.j Vasc 5urg. 2001 Nov;34(5) 872-7
2. Francheschi C, Bahnini A. Treatment of lower extremity
venous insuffciency due lO pelvic leak points in women.
Ann Vasc 5urg 2005 Mar;l9(2):284-8
3. Lasry JL et aI. Pelvi-perineal venous insufficiency and
varicose veins of the lower limbs: duplex Doppler diagnosis
and endoluminal trealment in thirty females. J Mal Vasco
2007 Feb ;32(l ):23-31.
4. Ashour MA, 50liman HKhougeer GA. Role of descending
venography and endovenous embolization in trealment
of females with lower eXlremity varicose veins, vulvar and
posterior thigh varices. 5audi Med j. 2007 Feb;28(2):206-12.
5. Greiner M, Gilling-Smith GL. Vascular. 2007 Mar-
Apr;l5(2):70-8. Leg varices originating fram the pelvis:
Figura 21.6. Controle com U5V endovaginal após diagnosis and treatment.
tratamento endovasc ular por embolização. À esquerda, o 6. Creton D el ai Embolisation of symptomatic pelvic veins
fluxo representado em azul pelo Doppler colorido. À direita, in women presenting wilh non-saphenous varicose veins
é demonstrada a ausência de fluxo bidirecional (refluxo) of pelvic origin - three-year follow-up . Eur J Vasc Endovasc
durante a manobra de Valsalva. 5urg. 2007 Jul;34(l ) 112-7
229
U ltrasso nog rafia V asc ul ar na In vesti gação de Vari zes Pélv icas
7. Uflaker R. In: Uflaker R. Atlas de AnaLOmia Vascular. Rio de 14. Van Rij AM,]iang P, Solomon C, Christie RA, Hill GB.
Janeiro: Editora Revinter;2003. p. 635-729. Recurrence after varicose vein surgery (a prospective long-
8. Engelhorn CA, Engelhorn AL, Cassou MF, Casagrande C, term clinicai study with duplex ultrasound scanning and
Gosalan Cj, Ribas E. Classificação anaLOmofuncional da air plethysmography).] Vasc Surg. 2003;38:935-943.
insuficiência das veias safenas baseada no eco-Doppler 15. Perrin MR, Labropoulos N, Leon LR]r. Presentation of the
colorido dirigida para o planejamento cirúrgico das varizes. J palient with recurrent varices after surgery (REVAS). J Vasc
Vasc Br 2004;3(1): 13-9. Surg. 2006 Feb ;43(2):327-34.
9. Scultetus AH, Villavicencio jL, Gillespie DL, Kao TC, Rich 16. Scultetus AH, Villavicencio ]L, Gillespie DL, Kao TC,
NM. The pelvic venous syndromes: analysis of our experience Rich NM. The pelvic venous syndromes: analysis of
with 57 patients. J Vasc Surg. 2002 Nov;36(5):881-8. our experience with 57 patients. ] Vasc Surg. 2002
10. Kim HS, Malhom AD, Rowe PC, Lee JM, Venbrux AC. N ov;36(5):881-8.
Embolotherapy for pelvic congestion syndrome: long-term 17. Ratnam LA, Marsh P, Holdstock]M , Harrison CS, Hussain
results. j Vasc Interv Radiol. 2006 Feb;l7(2 Ptl ): 289-97. FF, Whiteley MS , Lopez A. Pelvic Vein Embolisation in the
11. Leal Monedero j, Ezpeleta SZ, Castro FC, Senosiain LDC. Management of Varicose veins, Cardiovasc lntervent Radiol.
Recidiva varicosa de etiologia pélvica .In: Thomaz]B, 2008 Aug 28 .
Belczack CEQ. Tratado de Flebologia e Linfologia. Rio de 18. Gómez P. J M, Duarte]r E, Menezes AAB, Soares AB , Vervloet
Janeiro: Livraria Rubio;2006. p. 301-322. E], Vieira MM.Embolização de Varizes Pélvicas: indicação,
12. Rozenblit AM, Ricci Zj, TuviaJ, Amis ESJr. lncompetent and técnica e avaliação de 110 casos. Anais do Cong Brasil. De
dilated ovarian veins: a common CT finding in asympLOmatic Angiol. E Cir. Vasco Set. 2007
parous women. A]R ArnJ Roentgenol. 2001 ]an;176(l): 1l9-22. 19. Monedero J L, Ezpeleta SZ, Castro FC et aI. Recidiva
13. Liddle AD, Davies AH .Pelvic congestion syndrome: chronic varicosa de etiologia pélvica. In : João B. Thomaz , Cleuza
pelvic pain caused by ovarian and internai iliac varices. E.Q.Belcza.K. Tratado de Flebologia e Linfologia Rio de
Phlebolgy.2007 ;22(3): 100-4. Janeiro: Livraria e EdiLOra Rubio;2006.p .30 1-322.
230
Doença Arterial Oclusiva CAPíTULO 22
Domingos de Morais Filho
Periférica Infrainguinal -
Rodrigo Gomes de Oliveira
Rastreamento, Diagnóstico,
Seguimento e Tratamento
231
Doença Arterial Oclusiva Periférica Infrainguinal - Rastreamen to, Diagnóstico, Seguimento e Tratamento
VM
L--~----~-----r~.---~~------~
A+B A-B
IP= - - - - - IR- - - - - -
VM A
B
C1 C2
L--~-L--~-7~~----------- L----L----r--,-----------
C3 C4
L----~----------------
Figura 22.1. (A) Usando a análise espectral segmenta r (AES), examina-se a bifurcação femoral distai ao ligamento inguinal
(*) em A, a artéria poplítea em B e as artérias tibiais (anterior e posterior) em C. Se as artérias tibiais estiverem ocluídas,
deve-se examinar também a artéria fibular. (B) Medidas numéricas de análise espectral segmentar. A = ve locidade de pico
sistóli ca (VPS), B = velocidade diastólica mínima. Cálculo do índice de pulsatilidade. (C) Forma da onda de velocidade de
fluxo (FOV) no modo de análise espectral (Doppler). (C.1 ) Onda trifásica, sendo L a linha de base, e (C2) Onda bifásica,
consideradas normais. (C3) Monofásica de alta aceleração, sendo este modelo considerado normal, em situações de
vasodilatação. (C.4) Onda unifásica indicativa de lesão proximal hemodinamicamente significante (estenose ou oclusão). A
aceleração da onda é representada pela inclinação do segmento inicial da porção sistólica da onda (de # até *). Quanto maior
a inclinação, menor será a aceleração.
232
Doença Arterial Oclusiva Pe rifé ri ca Infrainguinal - Rast rea m ento, Diagnó sti co, Seguimento e Tratamento
Figura 22.2 . Locais de exame para diagnóstico. Exam ina-se em continuidade, deslocando continuamente o transdutor (-'),
toda a árvore arteri al do membro desde a bifurcação femoral di sta i ao ligamento inguinal (* ) desde a área (A) até as artérias
tibiais (anteri o r e posterior) em (B). Se as artéri as tibiais estiverem ocl uídas, deve-se exami nar também a artéria fi bular.
3.3 3.4
3.6
Figura 22.3. Exame da artéria ilíaca externa distai, femoral comum, bifurcação femoral , femoral superficial (proximall e
femoral profunda em corte transverso (3.1 ) e longitudinal (3.2 ) com o tran sd utor linear. Exame da artéria femoral superficial em
corte transverso (3.3 ) e corte longitudinal (3.4) usando o transdutor setorial. Exame da artéria poplítea e tronco tibiofibular em
corte transversal (3.5) e longitud inal (3.6 ) (continua ).
233
Doença Arterial Oclusiva Periférica Infraingu in al - Ra streamento, Di agnóstico, Seguimento e Tratamento
Figura 22 .3. (Continuação) Exame da artéria tibial anterior proximal em corte transversal (3.7) e longitudinal (3.8). Exame da
artéria tibial posterior proximal em corte transversal (3.9) e longitudinal (3.10). Exame da artéria tibial posterior distai em corte
transversal (3.11 ) e longitudinal (3.12). Exame da artéria fibular em corte transversal (3.13) e longitudinal (3 .14) íco ntinua ).
234
Doen ça Arte ri a l Oclusiva Pe riféri ca In frainguinal - Ra strea mento, Diagn óstico, Seguimento e Tratamento
3.17 3.18
~ Figura 22.3 . (Co ntinuação ) Exame da artéria pediosa em co rte transversal (3.15) e longitudinal (3.16). Exame da artéria
plantar em corte transversal (3.17) e longitudinal (3.18).
235
Doença Arterial Oclusiva Periférica Infrainguinal - Rastre ~ m~=~_to, Diagnóstico, Seguimento e Tratamento
236
Doen ça Arteri al Oclu siva Pe rifé ri ca Infra in guil1 C\ 1 - Ras tr eame nto, Di ag nós ti co, Seg uim ento e T ratam ento
237
Doença Arterial Oclusiva Perifér ica Infrainguinal - Rastreamento , Diagnósti co, Seguimento e Tratamento
Figura 22.10.1. Neste exemp lo, a freq uência de re petição • Ganho - a n á lise esp ectra l: o ganho deve ser suficiente
do pulso (PRF) muito baixa (0-2,5 kHz) faz com que o
gráfico das medidas de aná lise espectra l ultrapasse os limites para mostrar curva de velocidade com a janela sistólica,
da área de amostragem e apareçam como velocidades muito quando presente, ou mostrar claramente os conto mos
baixas, const ituindo o que chamamos de aliasing ("). da curva de velocidade de Ouxo (Fig. 2212)
• Gan h o - cor: aumentar o ganho de cor até que os
pixels decorrentes da movimentação própria do trans-
dutor comecem a aparecer no monitor, geralmente na
porção mais distai ao transdutor (Fig. 2213).
• PRF - cor : aumenta r ou diminuir o PRF de cor até
que esta preencha totalmente o vaso, sem ultrapassar
os limites das paredes , demonstrando fluxo artelial e
venoso, quando presente (Fig. 22.14).
Escolha do transdutor
Trans duto res linea res d e a lta frequ ência (7- 12 MHz)
(Fig. 22.15) são usados para o exame das artérias mais
Figu ra 22.10.2. Mesmo paciente da Fig. 22. 10.1 , mas superfi ciais, como as artérias remoral comum e sua bi-
o aumento da frequência de repetição do pulso (PRF)
furcação, femoral superficial (terço proximal e médio),
aumentada (0-5 kHz ) faz com que o gráfico das medidas de
a nálise espectral se situe nos limites da área de amostragem pediosas , p lantares, a porção distai das artérias tibiais
corrigindo o aliasing (*). (ante rior e posterior) e as artérias fibulares.
238
Doença Art erial O c lu siva Periféri ca Infrainguina l - Rastreamento, Diagnóstico, Seguimento e Tratamento
239
Doença Arterial Oc l usiva Per iférica Infra i ngu i nal - Rastreamento, D iagnós tico, Segu imen to e Tratamento
Cortes ultrassonográficos
Todos os exames são realizados na seguinte sequência:
Modo B, Modo cor e Modo Doppler (análise espectral).
O exame começa com cones transversais (para localiza-
ção anatômica das estruturas) , seguidos por cortes longi-
tudinais (cor e análise espectral).
240
Doença Arte ri a l O clusiva Periférica Infrainguinal - Rastreamento, Diagnóstico, Seguimento e Tratamento
e forma da onda de velocidade - FOV - realizadas em pela diminuição do débiw cardíaco (Fig. 22.17). Neste
um local são relacionadas com alterações hemodinâmicas caso, deve-se usar preferencialmente a percentagem de
porventura provocadas por lesões estenosantes ou oclusi- diminuição da VPS em relação às medidas obtidas no
vas presentes nos segmentos proximais.1-1 .18 Por exemplo, segmento imediatamente proximal (por exemplo, entre
as medidas tomadas na artéria femoral comum indicam o as medidas realizadas na artéria femoral comum e as feitas
estado hemodinâmico do segmento aortoilíaco como um na artéria poplitea), que normalmente apresentam dimi-
todo. Já as medidas tomadas na artéria poplítea refletem as nuição de até 20% em pacientes sem lesões hemodina-
alterações hemodinâmicas presentes no segmento aorto- micamente significantes, de 40-45 % em pacientes com
ilíaco e femoropoplíteo . Porém, se as medidas feitas na ar- estenoses hemodinamicamente significantes e maiores
téria femoral comum forem normais (indicando a ausência que 60% em pacientes portadores de oclusões. 1-1
de lesões hemodinamicamente significantes neste territó- • Pacientes com arritmias cardíacas também podem
rio), as alterações das medidas na artéria poplítea serão apresentar alterações na VPS, sendo necessário esco-
apenas resultado de lesões hemodinâmicas presentes no lher a curva mais representativa (Fig. 22.17).
segmento femoropoplíteo. O mesmo raciocínio vale para • Medidas de velocidade (VPS) realizadas em locais com
medidas realizadas nas artérias tibiais. O método serve, placas estenosantes podem ser anormalmente eleva-
portanto, para medida da somatória das alterações hemo- das , sendo que a tomada de valores para AES deve ser
dinâmicas presentes nas artérias axiais H (Quadro 22.2). realizada numa porção não doente (ou pouco doente)
de uma artéria, distai mente a placas (Fig. 22.17)
Sequência do exame
Iniciar o exame com cortes transversais (Modo B e em PROTOCOLO PARA
cor), para definição da anatomia regional, demonstrar a DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
presença de placas e perviedade arterial local. Posterior-
mente , usar cortes longitudinais (cor e Doppler), para O exame pode ser usado em substituiçâo ou precedendo o
avaliar perviedade, localizar placas e pontos de estenose , exame angiográfico no planejamento do tratamento +6 Nes-
demonstrar dilatações e fazer medidas da análise espec- te caso, wdas as artérias do membro inferior devem ser exa-
tral (Modo Doppler) (Figs. 22.14 e 22.16). minadas de maneira mais abrangente possível, provendo o
Examinar os sítios das artérias do membro inferio r, cirurgiâo de um "mapa" que mostre a distribuição e severi-
na sequência: dade da DAOp' subsidiando suas decisões quanto ao trata-
mento mais indicado (clínico, cirúrgico ou endoluminal) . O
• Femoral comum e sua bifurcação (na região inguinal
exame deve definir a perviedade das artérias , a localização e
proximal).
extensão precisa das estenoses e oclusões e os diâmetros das
• Poplitea (na interlinha) (Fig. 22.3).
artérias no membro inferior (Quadro 22 .3).
• Femoral superficial (no terço médio da coxa), se as
medidas na artéria poplítea forem alteradas.
Posicionamento do transdutor
• Tibial anterior e posterior no tornozelo (Fig. 22.3).
Posicionamento dos transdutores para exame das artérias
Situações especiais (Fig. 22.3):
• A velocidade de pico sistólica (VPS) em pacientes porta- • Femoral comum e sua bifurcação
dores de insuficiência cardíaca (ICC) pode estar reduzida • Femoral superficial
Quadro 22.1 . Critérios diagnósticos para a aná lise espectral segmentar '4
241
Doen ça Arterial Oclu siva Periférica Infrainguinal - Rastreamento, Diagnó sti co, Seguimento e Tratamento
Figura 22 .17. (17. 1) Alteração das medidas de análi se espectral em paciente com arritmi a cardíaca. Apesar de a forma da onda
de velocidade (FOV) ter se mantido trifás ica (O), a velocidade de pi co sistólico (VPS) diminuiu para aproximadamente a metade da
FOV da onda im ediatamente anterior (+-). Por outro lado, houve aumento significati vo na VPS da onda imediatamen te posterior
à arritmi a (*). (17.2) M edidas de velocidade (VPS) rea lizadas em loca is co m pi a as podem ser anorma lm ente elevadas, no caso
aumento para 84 cm/s (circulo), ape5a r de a FOV ser unifásica . Também existe aliasing no Modo cor (O). (17.3 ) A ve locidade de
pico sistólica (VPS) em pacientes portadores de insufi ciência cardíaca (lCO pode estar diminuída pe la queda do déhito cardíaco.
No caso, apesar de a VPS (O) ser de apenas 57,74 cm/s, a forma da onda de velocidade (FOV) (O) é trifás ica. (17.4) Medidas
realizadas na artéria femoral comum em paciente portador de dupla lesão da vá lvula aÓltica. Flu xo bifásico (O) com fclse sistólica
de amplituJe semelhante à fase diastóli ca, confirmadas pela medida da ve locidade de pico sistóli co de 252 cm/s e da velocid ade
diastóli ca fin al de 162 cm/s (circulo). (17.5 ) Med idas reJli zadas na artéria femoral superficial do llle~rllO 1)dl.ienIP portador
de dupla lesão da vá lvu la aórtica da Fig. 17.4 . Flu xo bifásico (O) com fase sistóli ca de amplitude semelhante à fase diastólica,
confirmadas pela medida da velocidade de pico istóli co de 424 cm/s e da ve locidade diastóli a fin al de 124 cm/s (circulo).
Elevação da PSV produ zida por estenose não hemodinam icamente signifi cante. Neste caso, produ zida por placa (*) calc ificada
(notar sombra acústica posterior) e ausência de co r (#) no vaso, no local da placa, devido à ca lcificação desta.
242
Doe nça Arterial Oclu siva Periférica Infrainguinal - Rastreamento, Diagnóstico, Seguimento e Tratamento
Sequência do exame
Iniciar o exame com cortes transversais (Modo B e cor),
para definição da anatomia local, demonstrar a presença de
placas, medindo os diãmetros e confirmando a perviedade
local (Fig. 22.13). Posteriormente, usar cortes longitudinais
(cor e Doppler), para avaliar perviedade, localizar placas e
fazer medidas da análise espectral (Modo Doppler).
Examinar (usando Modo cor e Doppler), em con-
tinuidade e em toda sua extensão, a artéria remoral co-
mum, femoral superficial, femoral profunda ( 113 proxi-
mal), poplítea, o tronco tibioperoneal, tibial anterior, ti-
bial posterior, fibular, pediosa e plantar (se necessário) .
PROTOCOLO PARA
SEGUIMENTO PÓS-TRATAMENTO
O exame é indicado para monitorar os resultados do Figura 22.18. (A) Pl aca homogênea loca lizada na artéria
tratamento clínico, cirúrgico ou endovascular da DAOP poplítea com textura ecográfica constante em toda a placa. (B) Placa
utilizando as alterações acarretadas na dinâmica do fluxo heterogênea mostrando estrutura interna com textura ecográfica
arterial através da AES. 14 .18 Também é usado para detectar variada (setas). (O Placa ecoluscente muito pouco ecogênica, de
difícil visuali zação no Modo B, mas demonstrável no Modo cor
alterações peculiares a cada tipo de tratamento, como hi-
ou Power (exemplo). (O) Placa ca lcificada bastante ecogênica
perplasia de íntima, válvulas venosas retidas (ve r capítu- refletindo o ultrassom e produzindo "sombra acústica" (*).
243
Doença Arterial Oclusiva Pe riférica Infrainguin al - Ra streamento , Diagnó stico, Seguimento e Tratamento
Figura 22.21 . Oclusão arteri al. (A) Medidas realizadas no local de oclusão mostrando ausência de flu xo na artéria poplítea
(que seria de cor verme lha) tanto na caixa de cor (*) como na análise espectral (#), apesar de o fluxo venoso (em az ul) ter sido
detectado na veia popl ítea (em co r azul, direção cranial e afastando-se do transd utor. PRF da cor baixo (O: 2 cm/s), portanto
com sensibilidade pa ra detectar baixas velocidades. (B), Fluxo med ido na artéria femoral comum em paciente portador de
oclusão aortoil íaca (med idas distais à ocl usão). Fluxo monofásico na análise espectral (*) com diminuição da velocidade de
pico sistólica (VPS - O de 33,3 cm/s) e índice de pulsatilidade e resistência (retangulo).
244
Doe nça Arteri al O clu siva Periféri ca Infrain guin al - Rastrea mento, D iagnósti co, Seguim ento e Trata mento
continuidade de todo o segmento femoropoplíteo para femoral comum (F C) indicam alterações no enxerto.
definir o tipo e local exato da lesão que está produzindo Nos enxertos infrainguinais, alterações nas medidas
as alterações hemodinãmicas. Exame do segmen to aor- ao nível da FC indicam progressão da doença aortoilí-
toilíaco não é necessário, visto que os padrões de AES aca porventura existente. Por outro lado , deterioração
não se alteraram nas medidas realizadas na artéria femo- dos padrões de AES apenas na artéria receptora do
ral comum. enxerto e não na FC (Quadro 22.5) indica a presença
de lesão hemodinamicamente significante no enxer-
Particularidades do exame to . Alterações apenas nos padrões de AES nas artérias
• Pós-tratamento clínico: medir os valores dos parâ- distais indicam progressão da doença distaI. Em todos
metros de AES nos locais padronizados (FC, Ap, TA, os casos, o exame em continuidade de todo o segmen-
Tp, AF) e, se estes mantiverem os mesmos níveis do to deve ser realizado para definir as lesões presentes,
pré-tratamento, isto é uma indicação segura de que mostrando seu local, sua extensâo e importância he-
a DAOP não progrediu (Quadro 22.4). Havendo de- modinâmica. Ver capítulo 25.
terioração dos parâmetros de AES (Quadro 22.5) , • Nas endarterectomias: medir os valores dos parâ-
pode-se afirmar que houve progressão da DAOP \7 Em metros de AES nos locais padronizados (FC, Ap, TA,
consequência , deve-se examinar o segmento afetado Tp, AF) e, se estes mantiverem os mesmos níveis das
em toda sua extensão e definir as lesões presentes, medidas de pós-tratamento imediato , isto é uma indi-
mostrando o local , a extensão e a importância hemo- cação segura de que o segmento tratado está pérvio e
dinâmica das estenoses e oclusões . livre de lesões residuais hemodinamicamente signifi-
• Pós-tratamento com enxertos: nos enxertos e pró- cativas. Se as medidas de AES tomadas no segmento
teses , medir os parâmetros de AES na FC , Ap, TA, Tp, distai ao da endarterectomia estão alteradas (Quadro
AF e, se estes se mantiverem nos níveis do pós-trata- 22 .5) , é uma indicação de lesão residual ou progres-
mento inicial (Quadro 22.4), é uma indicação segura são da doença no local de segmento. Neste caso, o
de que o enxerto está pérvio , sem lesões hemodina- exame em continuidade de todo o segmento deve ser
mica mente significantes em todo o eixo do enxerto realizado para definir as lesões presentes, mostrando
(artéria proximal , doadora, anastomose proximal, seu local , sua extensão e importância hemodinâmica
corpo do enxerto, anastomose distai , artéria receptora (Fig. 22 .22 ).
e distaI). Quando houver alteração significativa dos • Pós-tratamento endovascular: após angioplastia
parâmetros de AES (Quadro 225 ), pode-se afirmar (Fig. 2222 ) ou colocação de stents, o exame por AES
que houve progressão da DAOp, proximal ou distai, é usado e, se alterações dos parâmetros no pós-tra-
ou lesões significantes no enxerto I7 Nos enxertos aor- tamento forem demonstradas (Quadro 22.5), exame
toilíacos , alterações nas medidas ao níve l da artéria em continuidade de todo o segmento para definir as
Quadro 22.4 . Alterações d os parâmetros de análi se espectral segmentar no exa me de segui mento que indicam tratamen to
bem-sucedido. As percentagens são relac io nadas com os valores d o exame pré-tratamento '8
Quadro 22 .5. Al terações dos parâmetros de análi se espectral segmentar no exame de seguimento que ind icam fa lência do
tratamento (em relação ao exame anteri o r)'8
245
Doen ça Arterial Oclusiva Periférica Infrainguinal - Rastreamento, Diagnóstico, Seguimento e Tratamento
, Figura 22.22. Aumento da VPS na artéria poplítea após revascularização por enxerto femoropoplíteo. (A) Medidas pré tratamento,
com VPS (círculo) de 17,7 cm/s e fluxomonofásico (*) na artéria poplítea, confirmando a oclusão femoropoplítea. (8) Medidas
realizadas após a revascularização, no mesmo paciente (também na artéria poplítea),mostrando fluxo bifásico (*) e aumento da VPS
(círculo) para 69,67 cm/s ouquase 400%.
Figura 22.23. Medidas de análise espectral nos stents. (A) medidas realizadas na porção proximal do stent da artéria poplítea
(vo lum e de amostra L) e fluxo trifásico (O) e VPS de 87,5 em/s. (8) Medidas realizadas no mesmo paciente, na porção distai do
stent (vo lume de amostra L) e fluxo trifásico (O) e VPS de 98 em/s .
246
Doença Arterial Oclusiva Pe rifé ri ca Infrainguinal - Ra stream e nto , Diagnóstico, Seguime nto e Tratamento
tais. O Slc nt deve ser exa minado em su a porção proximal , linfonodos, hematomas, pseud oaneurismas, tumores ou
terço médio e distai usando o Modo 8, cor e análise es- infecção. Os Iinfonodos (Fig. 22.24) têm aparência sui
pectral (F ig 2223) generi s na USv, apresentando medula e córtex, bem
co mo sua vascularização (no Modo cor). Os he mato-
mas são d emonstráveis como massa d e contornos pou-
LIMITAÇÕES DO EXAME NA DAOP
co d efinidos, de forma irregular e ecoge nicidade homo
As principais li m itações do exame vascular ultrassono-
gráfico n os membros inferiores são
SITUAÇÕES ESPECIAIS
Estenoses sequenciais
Na presença de esten oses seq uenciais, deve-se determi-
nar qual é a alteração hemodinâmica produzida por cada
uma , se existir a indicação pa ra tratamento endovascular.
Por outro lado, se o tratamento proposto for um en xerto,
pode-se avaliar o segmento como um todo, at ravés da
análise espectral segmentar (AES)
Placas calcificadas
A prese nça de placas calcificadas, devido à re flexão do
ultrasso m , pode imiabili za r o exame do fluxo loca l. Nes-
te caso, podemos exa minar na mesma artéria os segmen -
tos pro xi mal ou distai à placa, ou mudar a orientação
d o transdutor, tentando altera r o ângulo de incidência.
O uso de AES pode ajudar no diagnóstico segm entar da
DAOP
Tortuosidade
Artérias tortuosas causam aumento de ve loc idade de flu-
xo local, sendo necessá rio muito cuidado ao se analisar
o aumento na VPS para definiçâo de estenoses nesta si-
Figura 22.24. (24 .1) Hematom a: exame em Modo Power
tuaçao Sempre correlacionar aumento de velocidade em mostrando massa perivascutar ({) co m bordas pouco
uma estenose com a porção imediatam ente proximal a nítidas, forma oval e áreas de maior (*) e menor (#)
esta. Também podemos medir (em á rea ou diâmet ro) as densidade ecográfica devido à organização do hematoma.
estenoses e relacioná- las ao aumento focal de VPS. Não há extravasa mento (+-) de sangue da prótese. (24.2)
Massa na região inguinal de bordas nítidas, tamanho
pequeno e presença de vaso em seu interior (+-) . (24.3)
Massas satélite Pseudoaneuri sma (*) caracterizado pelo fluxo anterógrado
e retrógrado concomitante (cores azul e vermelha
Massas adjacentes às artérias o u aos enxertos são eviden-
concomitantes), o chamado sinal yin e yang, co lo (--) e fluxo
ciadas durante o exame de USV e podem co rresponder a (#) anterógrado e retrógrado na anál ise espectral.
247
Doença Arterial Oclusiva Perifér ica Infrainguinal - Rastreamento, Diagnóstico, Seguimento e Tratamento
Níveis de evidência
Desde os anos 90 a sensibilidade e especificidade do
exame de ultrassom vascular (USV) por meta-análise
têm sido avaliadas em níveis de 95%, particularmente
quando o Modo cor é usado. 19.20 A USV foi considerada
Figura 22.25. Cisto de Baker, representado por massa pela ACC/AHN 1 como tendo nível de evidência A para
anecoica, de bordas bem definidas na região poplftea (*), o diagnóstico anatõmico e grau de estenose da DAOP
separado dos vasos poplfteos (A e V ). Como nível de evidência B, quando usada para selecionar
candidatos ao tratamento endovascular ou por enxertos,
ou heterogênea dependendo da sua organização, sem bem como para definir locais de anastomoses 21 A SVS
fluxo em seu interior (F ig. 22.24). Os pseudoaneuris- (Society for Vascular Surgery)21 recomenda que pacientes
mas apresentam fluxo retrógrado e anterógrado conco- com isquemia crítica e que tenham indicação clínica para
mitante em sua luz, bem como alterações na análise es- tratamento de revascularização sejam submetidos a algu-
pectral muito características , que fazem seu diagnóstico ma forma de diagnóstico por imagem (dúplex, ressonân-
ser muito fácil (Fig. 22.24). Na região poplítea, sempre cia magnética ou tomografia computadorizada). A TASC
fazer o diagnóstico diferencial com o cisto de Baker ou lI, em sua recomendaçâo G2 .2.2,23 define o ultrassom
cisto poplíteo, que é um acúmulo cístico de líquido ar- dúplex (Modo cor) como uma alternativa à angiografia.
ticular (líquido sinovial) que se forma nas bainhas do Segundo este consenso, "além de ser completamente
tendão localizado atrás do joelho. No exame de ultras- seguro e muito mais barato, em mãos experientes o ul-
som, o cisto de Baker (não roto) aparece como uma trassom dúplex proporciona a maior parte da informação
massa cística, avascular (Fig. 22.25) . anatõmica essencial mais alguma informação funcional
(gradientes de velocidade em estenoses). A árvore arterial
pode ser visualizada em quase toda sua extensão e a seve-
INFORMAÇÕES
ridade das lesões avaliadas com exatidão, bem como as
INDISPENSÁVEIS PARA O LAUDO velocidades de fluxo. As desvantagens incluem o tempo
Exames de rastreamento de exame e a variabilidade técnica dos examinadores. O
exame das artérias crurais também é difícil ". A Sociedade
• Descrever os achados hemodinãmicos, se existem al-
cardiovascular Canadense, em seu consenso, sugere que
terações sugerindo estenoses significativas ou oclusão
o exame de ultrassom dúplex seja usado para ajudar no
nos segmentos.
diagnóstico da localização de DAOP em pacientes por-
• Enumerar os valores dos parâmetros de análise espec-
tadores de claudicação intermitente e para planejar os
tral (VPS, tempo de aceleração, IP e FOV) nas artérias
tratamentos (recomendação nível III C) 24
examinadas , de preferência em uma tabela, com os
Na rede escocesa de recomendações (SIG ), o exame
valores normais para o laboratório.
de USV para diagnóstico de DAOP foi classificado como
nível de evidência 1· nos pacientes com homocisteína ele-
Exames para diagnóstico definitivo,
vada e nível 2+para pacientes em geral 25 Segundo essas
seguimento e peroperatório recomendações, o exame de USv, "quando realizado por
• Descrever o exame de maneira anatõmica e abrangente operador experimentado e em pacientes adequados, pro-
• Determinar perviedade, diãmetro , tipo de fluxo, locali- duz um mapa da doença significativa da aorta até os pés.
zação das oclusões, estenoses ou placas, com a medida O exame também tem capacidade de determinar lesões
de redução da luz (área) nos locais de estenoses. significantes diagnosticadas por outros métodos, sendo
• Enumerar os valores dos parâmetros de análise espec- um procedimento relativamente barato e bem tolerado
tral (VPS, tempo de aceleração , IP e FOV) nas artérias pelos pacientes. Há limitações na visualização das artérias
248
Doen ça Arteri al O clu siva Periféri ca In frainguinal - Rastreamento, Diagnósti co, Segu imento e Trata men to
ilíacas (devido a gás intestinal ou calcificações), sendo que poplileal and infrapoplileal bypasses. Mazzariol F, Ascher E,
Salles-Cunha SX, Gade P, Hingorani A.Ann Vasc Surg. 1999
esta é uma técnica que é operador dependente."
Jan ; 13(1) 1-10.
13. Ascher E, Marks NA, Schulzer RW, Hingorani AP Duplex-
guided balloon angioplasty and stenting for femoropoplileal
REFERÊNCIAS arterial occlusive disease : an allernative in palients with renal
l. Transatlantic inter-society consensus (TASC) Management of insufficiency. J Vasc Surg. 2005 Dec ; 42(6) 1108- 13
peripheral arterial disease. Epidemiology, nalural hislory, risk 14. Morais Filho O, MirandaJr F, Peres Me] , BarrosJr N,
factors. J Vasc Surg 2000; 310); part 2: S5- S34. Buriham E, Salles Cunha S. Segmental waveform analysis in
2. Ouriel K. Peripheral vascular disease. Lancet 2001 ; the diagnosis of peripheral arterial occlusive disease . Ann
358(9289): 125-64. Vasc Surg 18 (6): 714-24 ,2004.
3. Moreira, RCR. Estudo comparativo de eco-Doppler com 15. Mansour MA, Labropoulos N. Vascular diagnosisn Cap
arteriografia na avaliação da doença oclusiva aorto-ilíaca 26 The preoperative, intraoperative , and postoperative
/ Comparative study of Doppler ultrasonography with noninvasive evalualion of infrainguinal vein bypass grafls.
arteriography in the evaluation of aortoiliac occlusive Pg277 -92. Elservier Saunders. Philadelphia , Pennsylvania ,
disease . j. Vasco Bras; 2009; 80): 3-13. 2005.
4. Ascher E, Mazzariol F, Hingorani A, Salles-Cunha S, Gade 16. Idu MM, Ubbink O, Legemale DA The fale of unrevised
P The use of duplex ultrasound arterial mapping as an Slenoses in infrainguinal aUlologous vein grafls as deleclcd
alternalive to conventional arteriography for primary and by intraoperative duplex scanning. Vasc Endovascular Surg.
secondary infrapopliteal bypasses. Am J Surg 1999; 178(2): 2005 Jul-Aug;39( 4)317 -25 .
162-5. 17. Taggert JB, Kupinski AM, Darling RC 3rd, Trub M, Paly
5. Bostrom A, LJungman C, Hellberg A, Logason K, Barlin PS. Hemodynamic changes associated with bypass stenosis
T, Ostholm G, Karacagil S. Duplex scanning as the sole regression . J Vasc Surg. 2005 Jun;4l(6): 1013-7.
preoperative imaging method for lnfrainguinal arterial 18. Morais Filho, O, Thomazinho F, Motta, F, Perozin IS,
surgery. Eur J Vasc Endovasc Surg 2002; 23(2); 140-5. Sardinha WE, Silvestre JMS , Palma O, Oliveira RG .
6. Grassbaugh JA , Nelson PR, Rzucidlo EM , Schermerhorn Análise Especlral Segmentar no seguimento de pacientes
ML, Fillinger MF, Powel Rj, Zwolak RM, CronenwettJI, revascularizados. J Vasc Bras, 2009; 8(2): 112-124.
Walsh DB. Blinded comparison of preoperative duplex 19. Sacks O, Robinson ML, Marinelli DL, el aI. Peripheral arterial
ultrasound scanning and contrast arteriography for planning Doppler ullrasonography: diagnoslic criteria. J Ullrasound
revascuJarization at the levei of the tíbia. J Vasc Surg 2003 ; Med 1992;11 :95 -103.
37(6); 1186-90. 20. de Vries 50, Hunink MG , PolakJF. Summary receiver
7. Hofmann WJ , Walter J, Urgurlouglu A, Czerny M, Forsmer operaling characterislic curves as a lechnique for
R, Magometschnigg H. Preoperative high-frequency duplex meta-analysis of lhe diagnostic performance of cluplex
scanning of potential pedal target vessels. J Vasc Surg 2004; ullrasonography in peripheral arterial disease. Acad Radiol
390); 169-75. 1996;3:361-9.
8. Come rola AJ The case for early detection and integraled 21. Hirsh AT, Haskal ZJ, Hertzer NR, Bakal Cw, Creager MA,
intervention in patients wilh peripheral arterial disease and Halperin JL et aI. ACC/AHA 2005 Practice guiclelines for
intermittent claudication. J Endovasc Ther 2003; 10(3): 601-13. the management of patients with peripheral artgerial disease.
9. Bostrom A, Lofberg AM, Hellberg A, Andren B Ljungman Circualtion 2006: 1213; e463-e466.
C, Logason K, Karacagil S. Selection of patients with 22. Dormandy JA , Rutherford RB. Trans Atlantlic Inter Socielal
infrainguinal arterial occlusive disease for Percutaneous Consensus (TASe) Working Group, managemenl of
transluminal angioplasty with duplex scanning. Ana Radiol peripheral arterial disaseJ Vasc Surg 2000; 31 (1): SI-S296.
2002; 43(4) 391-5. 23. Norgren L,. Hiatt WR, Dormandy j.A ,. Nehler M.R,. Harris
10. Hingorani A, Ascher E. Dyeless vascular surgery. Cardiovasc K.A, ando Fowkes F.G.R on behalf of the TASC II Working
Surg 2003; 110): 12-8. Group, Orebro, Sweden and Denver, Colorado Inter-Society
11 . Utility of duplex surveillance following iliac artery Consensus for the Management of Peripheral Arterial Disease
angioplasty and primary slenting. Back MR, Novomey M, (TASC lI). J Vasc Surg 2007 ; 45 (1) Supplement S: S5A-
Roth SM , Elkins O, Farber 5, Cuthbertson O, Johnson BL, S67A
Bandyk DF J Endovasc Ther. 2001 Dec ; 8(6): 629-37. 24. http://www.ccs.ca/downloadlconsensus conference/consensus
12 . Values and limilations of duplex ultrasonography as conference_archives/CCFinaIPre_CJCj\lb.pdf 2005. -
lhe sole imaging method of preoperative evaluation for 25. http: // www.sign.ac.uk / pdf /sign89.pdf
249
CAPíTULO 23
Nicos Labropoulos
Doença Arterial Periférica
Não Aterosclerótica
ANEURISMAS
• Aneurismas verdadeiros:
- Fusiformes
- Saculares
• Pseudoaneurismas.
251
Doença Arte ri al Perifé rica N ão Ateroscle rót ica
sa lmeme de uma adventícia à out ra 3 Tipicamente , são ser observado por meio da análise da forma da onda de
registradas as medidas dos diãmetros anteroposlerior e velocidade de Ouxo. Além de causar lesões que limitam o
laterolatera1. O formaLO do aneurisma, sua extensão e a Ouxo , as dissecções também podem induzir trombose 2.3
presença de trombos devem ser documentados. Dissecções pequenas normalmente são acompanhadas
Os falsos aneurismas ocorrem quando há uma perda por meio do ultrassom , enquanto as maiores, em par-
da continuidade da parede arterial, e o hematoma conse- ticular aquelas que causam sintomas, normalmente são
quente sofre processo de expansão. Como a comunicação tratadas cirurgicamente (Fig. 233)
entre o Júmen sacular e o arterial é direta, o Ouxo sanguí-
neo local apresenta um movimento de vaivém , turbilho-
TROMBOSE E EVENTOS EMBÓLlCOS
nar ao exame no ultrassom ' " É necessário medir o tama-
nh o do pseudoaneurisma, a largura e o comprimento do • Distúrbios de coagulação.
colo, além de identificar a artéria da qual ele se origina . • TraumaLismo.
É importante observar e a formação comprime as veias • Intervenções.
adjacentes, causando estenose e trombose. Fístula anerio- • Compressão.
venosa também pode estar presente (Fig. 23 .2) • Doença cardíaca, aneurismas, placas ateromaLOsas.
252
Doença Arterial Periféri ca Não Ate ros c lerótica
-8 Scm/s
.., -33cmis
Figura 23 .5. Trombose da artéri a radi al distai após punção para monito ri zação contínua da pressão arteri al. (A) A velocidade
proximal ao local da oclu são encontra-se diminuída (*). (8) No local da oclusão (seta), notam-se múltiplos defeitos na íntima
produzidos pelas tentativas de pun ção.
253
D oença A rte ri al Perifé ri ca ão Aterosclerótica
da pared e arterial (Fig. 23.6). Essas alterações podem ser .. Figu ra 23 .7. Oclusão da artéria femora l superficial em
reconheci das através do ultrassom , conforme d escrito paciente portadora de isquemia arterial no membro inferior.
O diagnóstico definitivo foi de arterite de Takayasu , vasculite,
anteliormente. Os ac hados no exame de USV não são anticorpos para fosfol ipídios e mutação afetando o fator VI.
específicos de vasculi te, sendo o diagnóstico definiti vo A paciente apresentava espessamento da parede nas artéri as
baseado nos sinais e sintomas d o paciente e nos achados temporal , axilar, braquial e femo ral uperficia l (*) .
histológicos e bioquímicos do sangu e.
Na doença de Takayasu , o espessa mento das arté-
A d oença de Kawasaki é conhecid a pelo d esenvolvi -
rias afetadas é facilmente idemi fi ado pelo ultrasso m 3 A
mento de aneuri smas da artéria coronmiana em crianças
doença ocorre mais frequentemente na aorta e em suas
com <5 anos, mas, à medida que a criança cresce, outros
rami ficações principais, mas também pode afetar outras
aneuri smas podem se desenvolve r na aorta e nas artérias
artéri as; (Fig. 23 7)
viscerais e peri fé ricas 2
A fOllllação de halo inflamatório, estenose e trombose
A doença de Behçet é encontrada principalmente
é detectada em pacientes portadores de arterite temporal.
em pacientes provenientes da bacia mediterrãnea , com
O ultrassom é um bom métod o pa ra d iagnosticar a d oen-
idade entre 20 e 40 anos 2 Várias áreas são afetadas . A
ça e ta mbém pa ra monitorar o efeito d o tratamento.
ulceração oral recorrente é um achado importante para
Os achad os histológicos são similares na d oença de
o diagnósti co da d oe nça . Nas artérias perifélicas, pode-
Ta kayasu e n a arterite temporal, doenças denominadas
se observar trombose tanto em artérias quanto em veias,
arterite de células gigantes, mas as apresentações clínicas
send o que veias trombosadas são encontradas em até
são d iferentes '>
50% dos pacientes. Os aneurismas desenvolvem-se na
maioria das artérias e também em locais incomuns. Eles
têm fonuato pred ominantemente sacular, com um risco
aumentad o de ruptura, tromba e e recorrência. É possí-
vel obter achados similares em outros ti pos de vasculite,
mas isso, em geral , é raro.
DISPLASIA FIBROMUSCULAR
254
D oença A rt e rial Peri fé rica Não Ate roscle ró t ica
Hemangioma
Ang iofibroma
Angiossarcoma
Hemangiopericitoma
Sarcoma de Kapos i
Paraganglioma
Carotídeo
Vaga i
Laríngeo
Leiomiossa rcoma
TUMORES E
a túnica média e a adventícia. A doença é mais preva- MALFORMAÇÕES VASCULARES
lente nos segmentos médio e distai das artérias renais ,
seguidos pelas carótidas e vertebrais , e é rara nas artérias Tumores e malformações vasculares são raros 23 Eles en-
periféricas 6 Têm sido relatados casos que afetam outras volvem diferentes áreas do corpo e podem ser extensos
artérias viscerais e, muito raramente, veias. Nas artérias ou localizados . Há diferentes tipos de tumores, os quais
periféricas, a maior prevalência é observada nas arté- têm sido descritos na literatura como demonstrado no
rias ilíaca e poplítea, enquanto nas demais artérias dos Quadro 23.3.
membros inferiores e superiores há apenas alguns casos A maioria dos tumores é benigna, mas até tumores
relatados 26 O padrão das estenoses e dilatações também benignos causam problemas significativos relacionados
é reconhecido no exame de USV 3 (Fig. 238) Quando há com a funcionalidade , a estética e a qualidade de vida.
estenoses significativas, um mosaico colorido é visualiza- As malformações têm vários padrões de apresentação, e é
do durante o exame pelo Modo colorido, com velocidade quase sempre possível fazer o diagnóstico por ultrassom.
aumentada na área da dilatação, localizada no ponto de A extensão e o envolvimento ele diferentes tecidos são
saída da estenose. mais bem visualizados pela ressonância magnética 2 Tu-
mores hipervascularizados , tais como os que acometem o
corpo carotídeo, apresentam um padrão elevado de Ouxo
NEUROFIBROMATOSE e uma vascularidade rica em todo o tumor. 3 O sarcoma
A neurofibromatose (N F) é um distúrbio genético (her- da parede arterial pode crescer a partir da íntima em di-
dado de modo dominante autossômico) que afeta prin- reção ao lúmen do vaso ou a partir da túnica média e da
cipalmente o crescimento dos tecidos nervosos 7 O NF-l adventícia para fora . Pode ser difícil distinguir tumores
é o tipo mais comum , e o defeito genético fica localizado que crescem dentro da artéria de um trombo ou de uma
no cromossomo 17. O NF-2 é menos comum, e o defeito placa aterosclerótica.
genético fica no cromossomo 22. A neurofibromatose ca-
racteriza-se por neurofibromas e manchas café com leite. APRISIONAMENTO E
A aorta e as artérias viscerais são afetadas primariamente
COMPRESSÃO VASCULAR
por estenose . Aneurismas e doença oclusiva também são
observados. As anormalidades vasculares nas artérias pe- Há 2 sindromes de aprisionamento e compressão das ar-
riféricas são raras. Têm sido relatados casos que afetam térias periféricas bem conhecidas.
tanto as artérias do membro superior quanto as do mem- A l a é a síndrome do desfiladeiro cervicotoracoa-
bro inferior. Pacientes com neurofibromatose apresemam xilar, em que a artéria é comprimida por estruturas mus-
um risco 3-15 % maior de desenvolver doença maligna culoesqueléticas (Fig. 23 .9), podendo levar a estenose ou
(neurofibrossarcoma)7 As patologias vasculares na aorta oclusão arterial. 23 Uma estenose significativa pode, por
e nas artérias periféricas podem ser diagnosticadas pelo si só, produzir isquemia intermitente ou a formação de
255
Doença Arterial Periférica Não Aterosclerótica
Figura 23.9. Síndrome do desfiladeiro torácico. (A) Estenose significativa da veia subcláv ia com elevação do braço.
(B) Estenose significa nte da artéria subclávia com manobra costoclavicul ar.
um aneurisma pós-estenótico , que pode vir a propiciar cu lares. 12 A localização mais comum é na artéria poplí-
embolização por trombos das artérias a jusante. Esteno- tea, seguida das artérias ilíaca externa, femoral , radial,
se, trombose , aneurisma e êmbolos podem ser facilmente ulnar, braquial e axilar. Também há relatos de ocorrência
identificados por ultrassom. Além disso , o grau de este- em veias. 12 Há várias teorias sobre essa doença, dentre as
nose das artérias pode ser demonstrado mediante dife- quais a do desenvolvimento é a predominante. Durante
rentes manobras com o membro superior. o desenvolvimento, restos de células oriundos de tecido
A outra é a síndrome de aprisionam ento d a arté- mesenquimal e destinados às aniculaçôes são incorpora-
ria poplítea , que ocorre pela cabeça mediaI do músculo dos aos vasos sanguíneos adjacentes. A secreção dessas
gastrocnêmico, devido ao desvio mediaI da artéria po- células pode ser responsável pela formação de cistos na
plítea , à inserção anormal da cabeça do músculo, a uma parede arterial. Imagens desses cistos são facilmente ob-
cabeça acessória do músculo ou a bandas fibrosas anor- tidas por ultrassom (Fig. 23.10) O aumento da artéria
mais; e também pelo músculo poplíteo , podendo envol- causado pelo aneurisma e o líquido observado na parede
ver a artéria, a veia ou ambas ,s·ll Em alguns pacientes são pontos de referência no diagnóstico.
não há anormalidade anatômica aparente , mas a estenose
é vista durante manobras de estresse. Essa condição é de-
nominada aprisionamento funcional. O aprisionamento
da artéria poplítea muitas vezes é bilateral; portanto, o
membro contralateral também deve ser examinado . Es-
tenose , aneurisma e trombose são os achados principais
nessa síndrome. As manobras utilizadas para investigar
o aprisionamento da artéria poplítea são dorsoflexão
passiva do pé e flexão plantar aLÍva contra resistência. A
estenose pode ser vista em tempo real através do exame
de USV do oco poplíteo , ou indiretamente, observan-
do-se os fluxos distais. O aprisionamento da veia poplí-
tea é mais comum que o arterial, mas raramente torna-se
sintomático.
256
Doença Arte rial Perifé ri ca Não Aterosclerót ica
257
I ntervenções Infrai ngu inais, CAPíTULO 24
Carotídeas e de Fístulas Natalie Marns
Anil Hingorani
Enrico Ascher
Arteriovenosas Dirigidas pela
Ultrassonografia Vascular
259
Inte rvenções Infraingu ina is, Ca rotídeas e de Fístul as Arter iovenosas Di rig idas pe la Ul trassonog rafia Vascular
riografia por USV A orientação dos procedimentos de orientação da USV Nos casos de acesso pela AFC con-
angioplastia com balão requer que o examinador utili- tralateral, a radioscopia é usada para atravessar a bifur-
ze avental e luvas e que o teclado do equipamento seja cação aórtica. Depois da identificação do fio-guia pelo
coberto por uma película estéril. Rotineiramente, nossa USV da AFC proximal ipsilateral , o procedimento deve
equipe utiliza um equipamento HDl 5000 com recurso ter prosseguimento sob visão ecográfica, conforme des-
Sono CT (Philips Medicai Systems, Bothell, WA). Para crito acima.
estudar as artérias em diferentes loca lizações anatômicas Para angioplastia subintimal, nos casos de obstru-
e profundidades, utilizamos várias sondas inseridas em ções femorais ou poplíteas, o cateter direcional que sus-
um envoltório plástico estéril com gel de acoplamen- tenta o fio-guia é apoiado na parede arterial , cerca de 3-5
to. Em geral, as artérias da coxa e panturrilha 0-4 cm cm proximais à obstrução, de forma a iniciar a dissecção
de profundidade) são avaliadas por uma sonda linear subintimal. A formação de um wire loop é confirmada
de 4-7 MHz . As est ruturas arteriais mais superficiais pela USV A progressão do fio ao longo da obstrução é
(d cm de profundidade) do tornozelo e do pé podem acompanhada até o segmento arterial distai pérvio seja
ser examinadas por uma sonda linear compacta de 7-15 identificado pela presença de sinais de fluxo ao Modo
MHz ("taco de hóquei "). O acréscimo de um transdutor cor na luz arterial. As tentativas de reentrada devem ser
de 2-5 MHz curvo é necessário para demonstrar os seg- iniciadas nos primeiros 1-2 cm distalmente ao segmen-
mentos arteliais mais profundos, inclusive o terço distai to ocluído de forma a reduzir o comprimento da angio-
da artéria femoral s uperficial (AFS) e a artéria poplítea plastia. O segmento arterial com menos calcificação e
proximal (AP) acima do joelho. a camada médio-intimai mais distai deve ser escolhido
Em nossa instituição, todos os procedimentos dirigi- preferencialmente para a reentrada do fio -guia. Se o fio-
dos pela USV são realizados no centro cirúrgico com in- guia não conseguir entrar no lúmen verdadeiro depois
filtração de anestésico local no local da punção e sedação de várias tentativas, o cateter direcional deve ser avan-
suave. Uma das diferenças marcantes da técnica proposta çado e apontado para a luz, de forma a oferecer suporte
é a possibilidade d e realizar a maioria dos procedimentos adicional ao fio. Em geral, as tentativas de reentrada são
por uma punção ipsilateral. A abordagem ipsilateral para realizadas cautelosamente para evitar a extensão do pla-
as intervenções infrainguinais tem várias vantagens: O) no de dissecção até a artéria poplítea distai mente ao joe-
dispositivos endovasculares mais curtos e, consequente- lho. Nossa equipe sempre tenta preservar a artéria distai
mente fáceis de manipular; (2) evita as dificuldades e as para um possível enxerto femoropoplíteo, caso a angio-
complicações potenciais da doença aortoilíaca e as varia- plastia subintimal não seja bem-sucedida. Depois que o
ções neste segmento; (3) evita as complicações potenciais fio-guia entrar na luz arterial verdadeira, sua posição é
da punção contralateral na vililha. A USV ajuda na ava- confirmada pelas imagens do Modo cor nas incidências
liação de dissecções, lesão da parede posterior, sangra- longitudinal e transversal. Em seguida, o(s) segmentos(s)
mento e outros problemas associados potencialmente à alterado(s) são dilatados sob visão ecográfica (Fig. 24.1)
punção arterial não dirigida. O diâmetro e o comprimento do balão são escolhidos
Na maioria dos casos , o acesso pela AFC ipsilateral com base nas medições arteriais diretas realizadas pela
é possível. Em nossa experiência com 360 angioplastias USV A ampliação das imagens da USV (até 5 vezes) e um
femoropoplíteas, 328 (91 %) foram realizados pela AFC erro mínimo de medi ção (0,1 mm) asseguram medidas
ipsilateral, enquanto o cateterismo contralateral foi ne- exatas do diâmetro arterial e também da luz e da espes-
cessário nos 32 casos restantes (9%). O acesso pela AFC sura das paredes, evitando assim que sejam escolhidos
contralateral necessitou de radioscopia (apenas em 6 ca- balões e stents muito grandes ou pequenos.
sos e com 10-20 ml de contraste nos 26 casos restantes) Depois da remoção dos cateteres de angioplastia com
para o cateterism o da artéria ilíaca comum ipsilateral. As balão, o segmento tratado deve ser detalhadamente exa-
contraindicações à punção da AFC dirigida pela USV in- minado pela USv, de fonna a detectar possíveis áreas de
cluem bifurcações altas e/ou localização profundas (mais doença residual, trombos, dissecção ou retração da pla-
que 3 cm da pele). ca. A doença residual e as retrações da placa são identifi-
Depois do cateterismo bem-sucedido da AFC ip- cadas por falhas intraluminares obstruindo parcialmente
silateral, um fio-guia é introduzido na AFS proximal, o fluxo (Fig. 24.2 ). Os trombos obstrutivos parciais ou
atravessando o(s) segmento(s) alterado(s) e alcançando totais possuem aspecto intraluminar anecoico As dissec-
o tronco tibiofibular ou em uma das artérias tibiais sob ções podem ser definidas pelo fluxo bidirecional ou pela
260
Intervenções Infrainguinais , Carotídeas e de Fístulas Arteriovenosas Dirigidas pela Ultrassonografia Vascular
261
Intervenções Infrain gui nai s, Carotídeas e de Físt ul as Arteriovenosas Diri gi das pela Ultrasso nografia V ascula r
insucesso técnico das angioplastias subintimal dirigidas em 3 situações: (1) melhora do fluxo após a angioplas-
pelo USV (p<0,04). tia por balão do segmento femoropoplíteo; (2) pacien-
tes com isquemia crítica e várias comorbielades, que não
Complicações tromboembólicas estejam aptos à cirurgia ele enxerto; e (3) pacientes com
É reconfortante constatar que algumas das complica- veia autóloga inadequada para a confecção de enxerto.
ções associadas à angioplastia por balão, inclusive em- ossa experiência com angioplastias infrapoplíteas
bolia ou trombose , puderam ser seguramente detectadas inclui 80 artérias de 54 pacientes (15% ele todos os pro-
pela USV e tratadas eficazmente sob visão ecográfica. Os cedimentos de angioplastia infrainguinal por balão). To-
exames ecográficos dos segmentos tratados e das arté- das as angioplastias foram realizadas depois da conclusão
rias infrapoplíteas realizados ao final dos procedimentos dos procedimentos femoropoplíteos mais proximais, de
detectaram 10 casos (2,9%) de trombo ou embolia. A forma a melhorar a circulação distaI. Setenta pacientes
extremidade proximal do trombo estava localizada na (88%) apresentavam estenoses arteriais (48 troncos tibio-
artéria poplítea abaixo do joelho em 2 casos, no tronco fibulares , 10 artérias fibulares, 7 artérias tibiais posteriores
tibiofibular em 7 pacientes e na artéria fibular no caso e 5 artérias anteriores). Os 10 casos restantes (12%) apre-
restante. Seis desses pacientes foram tratados por trom- sentavam obstruções arteriais (4 troncos tibiofibulares, 5
bectomia de aspiração dingida pela USV e pela infusão artérias fibulares e 1 artéria tibial anterior). Balões finos
intra-arterial de um agente trombolftico , enquanto os 4 com diâmetro e comprimento apropriados (2-4 mm)
casos restantes regrediram apenas com trombólise . fo ram utilizaelos para as angioplastias infrapoplíteas. Os
segmentos arteriais alterados são dilatados pelo balão e o
procedimento começa com a lesão mais distaI.
Seguimento, perviedade e recuperação
O USV infrapoplíteo ao final do procedimento sempre
dos membros
deve ser realizado para detectar retrações da placa, dis-
O USV arterial é realizado rotineiramente antes da alta secções ou tromboembolia distaI. As retrações de placas
hospitalar e nas consultas de seguimento realizado em hemodinamicamente significativas (redução do diâmetro
nosso consultório um mês depois do procedimento e, >30 %, elevação da velocielaele sistólica ele pico para ~ 2,
em seguiela, a caela 3-4 meses . As estenoses recidivantes ou ambas) podem ser tratadas eficazmente com balões
severas são definidas por redução do diâmetro arterial cortantes. O sucesso técnico imediato foi confinnado em
~ 70% e pela elevação local da VPS >3. A ausência de
77 dos 80 das artérias infrapoplíteas tratadas, resultan-
cor ou de sinais no Modo Power na luz arterial confirma do no índice de sucesso total de 96%. A impossibilidade
a oclusão. de passar os fios-guias por lesões estenóticas fibulares e
A duração média do seguimento foi de 12 ± 8 ,3 me- uma obstrução da artéria fibular foi responsável pelos 3
ses (variação de 1-41 meses). Os índices de perviedade casos restantes de insucesso. Estenoses residuais depois
em 6 meses para as lesões das classes TASC A,B ,C e D da angioplastia foram detectadas em 10 (13 %) dentre 77
foram de 90, 74 , 71 e 64% respectivamente. Os índices artérias infrapoplíteas . Contudo , em nenhum desses ca-
de perviedade em 12 meses para as lesões das classes sos as estenoses eram hemod inamicamente significativas
TASC A, B, C e D foram de 90%, 59%, 52 % e 46%, res- com base nos critérios da USV Os índices de perviedade
pectivamente. Os índices de salvamento de membros em das artérias infrapoplíteas dilatadas por balão foram de
6 e 12 meses foram de 94% e 90%, respectivamente (2 78% e 66% em 6 e 12 meses, respec tivamente.
amputações).
262
Inte rve nçõ es In frain gu ina is, Carot ídeas e d e Fístul as Art eri ovenosas Dir ig id as pe la Ult rassonog rafia V ascu lar
Alguns estudos demonstraram que o tratamento en- mento ambulatorial em nosso laboratório vascular. O
dovascular dos enxertos em falência consegue resultados protocolo de seguimento pela USV incluía a exploração
e índices de perviedade pós-procedimento semelhantes de toda a extensão do enxerto, das artérias inguinais pro-
aos da abordagem cirúrgica 2 0 -26 Embora a orientação por ximais e distais ao longo de pelo menos 3 cm proximais
radioscopia nesses tratamentos seja considerada a técni- e distais às áreas das anastomoses. Depois da obtenção
ca padrão, uma das limitações principais dos procedi- das imagens nos Modos cor e Power, os seguintes pontos
mentos de angioplastia por balão sob visão radioscópica eram avaliados pela análise espectral: artéria proximal;
é a falta de informações hemodinãmicas. anastomose proximal; conduto enxerto proximal, inter-
A USV oferece várias vantagens técnicas imprescin- mediário e distai ; anastomose distai; e artéria distaI. To-
díveis. As medições da profundidade e do diãmetro do das as áreas com aliasing de cor gerada pelas velocidades
enxerto e da artéria e a localização exata das lesões este- aumentadas também foram avaliadas para calcular as
nóticas com relação às áreas das anastomoses facilitam a razões de VPS (proximal - local), de forma a estimar a
escolha do melhor local de acesso para o procedimento. A severidade da estenose. A detecção de traçados bifásicos
visualização direta do local de acesso assegura a introdu- ou monofásicos na artéria proximal também justificava a
ção precisa da agulha de punção arterial e evita dissecções , exploração das artérias ipsilaterais mais proximais (até a
sangramentos na parede posterior e outras lesões arteriais. artéria ilíaca comum ipsilateral). Em todos os casos que
Essa técnica é particularmente favorável aos pacientes obe- estavam presentes, a USV dos enxertos detectou no míni-
sos e individuos já submetidos a operações na virilha, nos mo uma estenose severa ao longo do conduto do enxerto
quais a detecção dos pulsos torna-se mais difícil. ou nas artérias proximais e/ou distais . As estenoses eram
classificadas como severas quando a redução do diãme-
Pacientes tratados tro local era ~ 70% na imagem nos Modos colorido ou
Power e a elevação correspondente da VPS ao longo da
Em nossa instituição. foram realizadas 47 angioplastias com
lesão era ~ 3 (Fig. 24.5) Vinte e duas angioplastias com
balão dirigido por USV em 36 pacientes. Na maioria dos
balão (47%) foram realizadas em estenoses isoladas, en-
pacientes, a intervenção foi primária, enquanto os proce-
quanto nos 25 casos restantes (53%) tinham em média
dimentos secundários formam os seguintes: uma repeti -
2,9 estenoses (variação : 2- 5). As lesões estenóticas mais
ção do procedimento em 11 casos, duas em 3 pacientes,
significativas foram encontradas nas artérias proximais
três em 1 caso e quatro no caso restante. Dezenove pa-
de 8 pacientes, nos condutos de enxerto em 26 casos e
cientes (53%) tinham insuficiência renal (nível de creati-
nas artérias distais em 13 pacie11les. As VPS mais altas
nina sé rica ~ 1,5 mgldl). Dentre as 47 angioplastias por
das áreas estenóticas foram regist radas e comparadas,
balão nesse estudo, 36 (77 %) foram realizadas em en-
antes e depois do procedimento . Além disso , nossa equi-
xertos com veia safena e 11 (23 %) em enxertos de PTFE.
pe avaliou rotineiramente os Ouxos volumétricos (FV)
Dos 36 enxertos autólogos, 19 originavam-se na AFC e
terminavam na artéria poplítea (em 7 casos) ou infrain-
guinal (12 casos). Onze eram originadas na artéria femo-
ral superficial e terminavam na artéria poplítea (4 casos)
de infrainguinal (14 casos). Em 6 casos originavam-se
na artéria poplítea e terminavam na artéria poplítea (3
casos) ou infrapoplíteas (3 casos). Dentre os 11 enxertos
com PTFE , 1 era enxerto femorofemoral, 7 originadas
na AFC e artéria poplítea (4 casos) e infrainguinais (3
casos). Os 3 restantes eram originados e arté ria poplítea .
As operações de enxertos foram realizadas entre 3- 78
meses antes do procedimento de angioplastia (média 28
± 21meses)
263
Inte rvenções Infrainguinais, Carotídeas e de Físt ulas Arteriovenosas Diri gidas pela Ultrasso nografia Vascular
Técnica
Iodos os procedimentos foram realizados pela mesma
técnica descrita antes com relação às angioplastias das
artérias infrainguinais dirigidas pela USV Em geral, o
acesso arterial ipsilateral foi possível em 34 casos (72 %)
e os 13 casos restantes necessitaram de punções das ar-
~ Figura 24 .6. Balão cortante totalmente insuflado (diâmetro
térias contralaterais. As artérias femorais (15 ipsilaterais;
de 4 mm e comprimento de 15 mm) e co locado ao longo
13 contralaterais) foram utilizadas como acesso em 28 da estenose ilustrada na Fi g. 24.5 . A seta branca assi nala a
casos. Os 19 procedimentos restantes de angioplastia lâmina do balão.
com balão foram realizados por punção direta do enxerto
(10 venosos e 9 PIFE). A USV foi a única modalidade de
imagem usada para demonstrar as lesões e manipular os (sugestiva de estenose residual ou retração >50%), balões
instrumentos endovascu lares durante os 34 procedimen- maiores eram insuflados repetidamente (se o diãmetro
tos, 72% realizados pelos acessos ipsilaterais. Em 5 dos da artéria ou do enxerto adjacente permitisse) ou balões
13 pacientes (38%) submetidos às punções da AFC con- cortames eram aplicados nos locais correspondentes.
tralateral e que apresentavam níveis altos de creatinina As determinações do FV do enxerto foram obtidas
( ~ 1,5 mgldl) não foi preciso utilizar contraste durante logo depois da conclusão do procedimento, conforme
o cateterismo das artérias ilíacas ipsilaterais, que foi con- descrito antes quanto às medições pré-operatórias. O va-
cluído apenas sob visão radioscópica. lor médio e desvio Padrão elo FV e também as variações
Em todos os casos, o fio-guia sustentado por um foram registradas e comparadas com os dados pré-opera-
cateter direcional de calibre apropriado foi avançado a tórios. Nesses pacientes, não foram realizadas arteriogra-
partir da artéria remaral ipsilateral , atravessou o conduto fias contrastadas intra-operatórias depois da angioplastia
do enxerto e foi levado até a artéria distai sob visão direta com balão dirigida pelo USV
da USV
As medições ecográficas do diâmetro da artéria ou
Sucesso técnico intraoperatório
do enxerto e da extensão da lesão permitiram a escolha
Em nossa experiência , o índice de sucesso técnico total
exata dos calibres e comprimentos dos balões. Os balões
cortantes (Fig. 24.6) utilizados em 25 casos (48%) possi- foi de 98% (46/47 casos). Houve um insucesso técni-
bilitaram o tratamento eficaz das lesões retráteis. co em um paciente com enxerto venoso entre as artérias
Em todos os casos, foram realizados exames de USV poplíteas e plantar, na qual a estenose da anastomose da
ao final do procedimento , ou seja, depois da remoção dos artéria plantar não pôde ser atravessada pelo fio- guia em
cateteres de angioplastia com balão. Os planos de explo- razão de sua grande tortuosidade. Dois casos de dissec-
ração sagital e transversal foram usados para identificar ção da artéria femoral superficial (AFS) proximal depois
estenoses residuais ou retrações. Um recurso singular da da angioplastia com balão foram tratados eficazmente
imagem ultrassonográfica em tempo real é a monitoração pela colocação de stents auto expansíveis dirigidos pelo
hemodinâmica da intervenção. O traçado espectral e as USV Em nenhum dos 47 pacientes colocamos stents den-
razões da VPS são essenciais para a avaliação do signi- tro dos condutos dos enxertos.
ficado hemodinâmico das d issecções ou das retrações.
O sucesso técnico era definido pela perviedade e pela Complicações pós-operatórias imediatas
ausência de reduções do diâmetro com razões da VPS O índice total de complicações locais foi de 4% (2 ca-
~ 2 ao longo do enxerto, assim como das artérias proxi- sos) . Um enxerto venoso desenvolveu um pseudo-aneu-
mais e distais. Se fosse registrada uma razão da VPS >2 risma no local da ruptura provocada pelo balâo cortante,
264
Intervenções Infrai ngu i nais, Carotídeas e de Fístulas Arteriovenosas Di rigidas pela U Itrassonografia Vascular
que foi tratado por angioplastia com remendo (patch). Já o USV da croça aónica é dificultado pela anato-
Um paciente tratado com anticoagulante apresentou um mia da parede torácica, e assim as imagens radioscopias
pseudo-aneurisma persistente da AFC no local da punção são necessárias para a manipulação dos fios e cateteres
e precisou submeter-se ao reparo cirúrgico aberto depois na aorta, bem como para o cateterismo dos ramos aórti-
de 2 tentativas mal sucedidas de injeção de trombina. coso Outra manobra que requer radioscopia é a inserção
dos dispositivos de proteção cerebral na carótida interna
Parâmetros hemodinâmicos (ACI) intracraniana.
determinados pelo USV A combinação dessas modalidades de imagem possi-
As VPS determinadas no segmento com estenose mais bilitou à nossa equipe realizar uma série de 41 procedi-
severa diminuíram em todos os pacientes: valor pré-ope- mentos de angioplastia carotídea dirigida pela USv, que
ratório de 408 ± 148 crn/s (variação de 191-807 crn/s) estão descritos nas seções seguintes.
para 97 ± 29 crn/s (variação de 53-152 crn/s) depois da
angioplastia. No entanto, em todos os casos, os FVS dos Pacientes tratados
enxertos aumentaram dos valores pré-operatórios de 66 Quarenta pacientes com estenoses severas (>70%) das
± 38 mlJmin (variação de 9-144 mlJmin) para a faixa carótidas internas (ACI) foram submetidos a 41 angio-
pós-operatória de 137 ± 72 mlJmin (variação de 52-900 plastias carotídeas com colocação de stents em nossa
mlJmin) (p <0,0001). instituição. Vinte e sete lesões (66%) eram primárias,
11(27%) eram estenoses recidivantes depois da endarte-
índices de perviedade e recuperação dos rectomia carotídea (EAC) e os três casos restantes (7%)
membros eram recidivas das estenoses depois das angioplastias
das artérias carótidas internas. Quinze pacientes (37%)
o seguimento médio estendeu-se por 29 ± 14meses (va- eram sintomáticos.
riação de 3-46meses). Os índices de perviedade primá-
Nesse grupo, 27 pacientes eram homens (68%) e
ria em 6-12 meses foram de 70-50%, respectivamente.
13 eram mulheres (32%), com média etária de 73 ± 10
Dentre os 10 pacientes cujos procedimentos foram reali-
anos (variação de 44-92 anos). Vinte e quatro pacien-
zados por acesso direto ao enxerto, três (30%) desenvol-
tes (59%) tinham níveis elevados de creatinina sérica
veram recidivas das estenoses nos locais das punções.
( ~ 1,5 mgldl) e outros 2 referiam-se a história de aler-
gia aos contrastes.
ANGIOPlASTlA CAROTíDEA
DIRIGIDA PELO USV (ACDU) Exame pré-operatório
A localização superficial das artérias carótidas cervicais e O mapeamento das carótidas pelo USV foi a única moda-
a ampliação de até 5 vezes oferecida pelos equipamentos lidade de exame utilizada. O protocolo do mapeamento
modernos utilizados na USV asseguram clareza e resolução incluía: (1) avaliação do grau de estenose da ACI nos
excepcionais às imagens ultrassonográficas. A USV das ar- planos sagital (Fig. 24.7) e transversal, utilizando ima-
térias carótidas tomou-se uma modalidade de exame pré- gens representativas do Modo colorido ou Power; (2)
operatório confiável para definir a severidade, a localiza- medições dos diâmetros da carótida comum (ACC) e da
ção e a extensão das estenoses das carótidas cervicais 2 7.28 ACI distais normais; (3) medições da extensão da placa;
Teoricamente , a combinação das imagens bem defi- (4) identificação de tortuosidade severa da ACI cervical
nidas da USV com a análise espectral em tempo real pode (angulação >90 0 graus) e (5) descrição das calcificações
oferecer informações mais precisas que a aneriografia, da ACC e da ACI.
durante as diversas etapas da angioplastia carotídea por
balão com stent (ACBS), inclusive: (1 ) seleção dos diâme- Técnica
tros e dos comprimentos exatos dos balões e dos stents; Todos os procedimentos foram realizados no centro ci-
(2) posicionamento exato dos balões e dos stents, inde- rúrgico com equipamento ATL HDI 5000 (Philips Medi-
pendentemente dos artefatos gerados pelos movimentos cai System Bothell, Washington) com recurso Sono CT(1)
respiratórios e do paciente; (3) confirmação da aposição A sonda linear de 4-7 MHz foi usada para examinar a
entre o stent e a parede arterial ; e (4) confirmação hemo- ACC e seus ramos. Em todos os casos, utilizamos um
dinâmica e em Modo B do sucesso do procedimento. sistema de radioscopia móvel com recursos de mapea-
265
Intervenções Infrainguinais, Carotídeas e de Fístulas Arteriovenosas Dirigidas pela Ultrasso nografia Va sc ul a r
Fi gura 24 .7. Image m do Modo cor da artéria carótida Figura 24.8. Stent novo (seta preta) instalado dentro
interna proximal com estenose críti ca (96%) proximal a um de um stent antigo (seta branca) ao longo de uma lesão
stent colocado previamente. (Reproduzida da revista Perspect estenótica recidivada na artéria carótida interna proximal e
Vasc Endovasc Ther, 2007;março, 19(1)41-7). na artéria carótida comum distaI. (Reproduzida da revi sta
Perspect Vasc Endovasc Ther, 2007; março, 19(1 )41-7).
266
Interven ções In fra in gu in ais, Ca rotídeas e de Fístulas Arte ri ovenosas Dirigidas pe la Ultrassonografia Vascular
nos de contraste foi realizada ao final do procedimento funcionalidade da FAV autóloga influenciam enormemen-
por questões médico-legais e para permitir a correlação te a qualidade de vida e a sobrevivência dos pacientes com
com os resultados, conforme a preferência do cirurgião. insuficiência renal crônica dependente de hemodiálise. Ao
longo da última década, as intervenções endovasculares
Resultados técnicos intraoperatórios tomaram-se a principal opção terapêutica e substituíram
A USV realizada ao final do procedimento confirmou o quase inteiramente o reparo cirúrgico das FAV que não
sucesso técnico em todos os casos. As arteriografias da funcionam bem ou não amadurecem 32 -34 Embora a ad-
croça aórtica foram necessárias para facilitar o catete- ministração de contrastes possa não ser deletéria aos pa-
rismo da ACC ipsilateral difícil em 7 casos (17%). As cientes em hemodiálise, os individuos com função renal
arteriografias da ACI foram realizadas ao final do proce- limítrofe e com FAV que não maturam impõem desafios
dimento em 26 casos (63%), com 10-15 ml de contraste terapêuticos 35 .36 Além disso, a alergia ao contraste toma
(Magnavist, Berlex Laboratories, Wayne, N] em 4 casos; ainda mais difícil a opção do tratamento endovascular de
Visipaque, Amersham Health, Princeton, N], em 22 ca- alguns desses pacientes.
sos) para validar os resultados do USV A aposição ade- Apesar do fluxo volumoso com circulação significa-
quada do stent e a dilatação da estenose foram possíveis tiva, o exame de USV em tempo real facilita o posiciona-
em todos os casos. As arteriografias cerebrais biplana- mento exato e a monitoração da posição do balão com
res realizadas depois do procedimento em 30 pacientes relação à estenose. A análise espectral em tempo real as-
(73%) por motivos médico-legais não detectaram quais- segura a confirmação das alterações hemodinãmicas nas
quer anormalidades. estenoses depois do esvaziamento do balão, da existência
de retração e da necessidade de colocar sten ts. Em nosso
Morbidade e mortalidade depois do estudo, as estenoses residuais atribuídas à retração elás-
procedimento tica foram detectadas em 6 dentre 11 pacientes (55%).
Essas lesões retráteis foram tratadas eficazmente com
Nenhum paciente foi a óbito no período imediato (30
balões cortantes em 4 casos, com balões convencionais
dias) depois do procedimento. Um paciente (2,4%) teve
maiores em 1 paciente e por stent autoexpansível implan-
um acidente vascular encefálico ipsilateral com recupe-
tando no caso restante.
ração clínica praticamente total em 4 meses (discreta fra-
queza residual da mão). Esse evento ocorreu durante a
segunda insuflação do balão contra stent. No entanto, a Pacientes tratados
arteriografia cerebral biplanar intra-operatória não havia Nossa equipe realizou 40 angioplastias de FAV autólo-
detectado quaisquer anormalidades nesse paciente. gas dirigidas por USV em 32 pacientes com insuficiência
renal crônica. Desses pacientes, 17 eram homens e 15
Seguimento eram mulheres , com média etária de 68,5 ± 10,3 anos
Todos os pacientes foram instruídos a realizar USV em (variação de 38-85 anos). As 40 fístulas incluíam 27
nossa clínica vascular a cada 6 meses depois do procedi- radiocefálicas, 12 braquiocefálicas e 1 braquiobasílica.
mento de ACBS. O seguimento médio depois da ACDU Desses pacientes, 17 acessos não funcionavam e 23 eram
foi de 2l ± 14 meses (variação de 6-46 meses) . Um pa- fístulas que não maturavam nos pacientes que ainda es-
ciente teve recidiva da estenose no nono mês, que se lo- tavam em diálise.
calizava na extremidade proximal do stent e foi tratada
novamente por ACDU . Avaliação pré-operatória
O diagnóstico de mau funcionamento ou parada da ma-
ANGIOPLASTIA DIRIGIDA PELO USV turação da FAV foi estabelecido com base no exame físico
DAS FíSTULAS ARTERIOVENOSAS (redução do frêmito, pulso presente), no insucesso da
DISFUNCIONAIS OU IMATURAS diálise prolcngada, depuração de creatinina abaixo da
ideal, sangramento prolongado depois da diálise) e nos
As fístulas arte rio venosas de acesso para hemodiálise resultados da USV Os padrões de fluxo caracteristicos,
(FAV) estão reconhecidamente predispostas ao desenvol- como velocidades muito altas (em geral, ~ 500 crn/s)
vimento de várias estenoses e, por fim, à falência funcional e turbulência significativa, que são intrínsecos as FAY,
durante seu periodo de utilização. 29 -31 A perviedade e a impõem desafios diagnósticos à monitoração pela USV
267
Intervenções In frainguinais, Ca rotídeas e de Fístulas Arteriovenosas Dirigidas pela Ultrassonografia Vascular
268
Intervenções Infrainguinais, Carotídeas e de Físt ul as Arteriovenosas Dirigidas pela Ultrassonografia Vasc ular
269
Intervenções In frai ngu i nais, Ca rotíd eas e de Fístu las Arterioveno sas Di rigidas pela U Itrasso nografia Vasc ul ar
7. Ascher E, Hingorani AP, Marks NA. Duplex-guided 23. Bandyk DF, Mi lls JL, Gahtan V, Esses GE. Intraoperative
angioplasty of lower extremity arteries. Perspect Vasc duplex scanning of arterial reconstructions: fate of repaired
Endovasc Ther. 2007 Mar,l9(l)23-31. and unrepaired defects. J Vasc Surg. 1994;20:426-33 .
8. Ascher E, Marks NA, Hingorani AP, Schutzer RW, Nahata 24. Rzucidlo EM , Walsh DB, Powell RJ , Zwolak RM, Fillinger
S. Duplex-guided balloon angioplasty and subintimal MF, Schermerhorn ML, Cronenwett, JL. Prediction of
dissection of infrapopliteal arteries: early results with a new early graft failure with intraoperative completion duplex
approach to avoid radiation exposure and contrast material. J ultrasound scan. J Vasc Surg. 2002 Nov;36(5):975-81.
Vasc Surg. 2005 Dec;42(6): 1114-21. 25. Avino AJ, Bandyk DF, Gonsalves AJ, Johnson BL, Black TJ,
9. Marks NA, Hingorani Ap, Ascher E. Duplex-guided balloon Zwiebel BR, Rahaim wfJ, Cantor A. Surgical and endovascular
angioplasty of failing infrainguinal bypass grafts. Eur J Vasc intervention for infrainguinal vein graft stenosis. J Vasc Surg.
Endovasc Surg 2006 Aug;32(2) 176-81. 1999 Jan;29(1):60-70.
10. Ascher E, Hingorani AP, Marks N. Duplex-assisted internai 26. Carlson GA, Hoballah JJ, Sharp WJ, Martinasevic M, Maiers
carotid artery balloon angioplasty. Perspect Vasc Endovasc Yelden K, Corson JD, Kresowik TE Balloon angioplasty as
Ther. 2007 Mar,19(l)41-7. a treatment of failing infrainguinal autologous vein bypass
11 . Ascher E, Marks NA, Schutzer RW, Hingorani AP Duplex- grafts. J Vasc Surg. 2004 Feb;39(2) :421-6 .
assisted internai carotid artery balloon angioplasty and stent 27. Wain RA, Lyon RI, Veith FJ, et aI. Accuracy of duplex
placement: a novel approach to minimize or eliminate the ultrasound in evaluating carotid artery anatomy before
use of contrast material. J Vasc Surg. 2005 Mar;41 (3):409- endarterectomy. J Vasc Surg. 1998;27(2):235-242; discussion
15. 242-244.
12. Marks N, Ascher E, Higorani AP Treatment of failing lower 28. Roth SM, Back MR, Bandyk DF, Avino AJ , Riley V,Johnson
extre mity arterial bypasses under ultrasound guidance . BL. A rational algorithm for duplex scan surveillance after
Perspect Vasc Endovasc Ther. 2007 Mar,l9(l )34-9 . carotid endarterectomy. J Vasc Surg. 1999; 30(3)453-460
13. Marks N, Ascher E, Hingorani AP Duplex-guided 29. USRDS: Excerpts from the United States Renal Data System
repair of failing or nonmaturing arterio-venous access 1998 annual data reporto Incidence and prevalence of ESRD.
for hemodialysis. Perspect Vasc Endovasc Ther. 2007 Am J Kidney Dis 1998;32(suppl 1):S38-49.
Mar,l9(l)50-5 30. Beathard GA, Settle SM, Shields MW Salvage of the
14. Dorros G, Jaff MR, Dorros AM, Mathiak LM, He T. Tibio- non-functioning arteriovenous fistula. Am J Kidney Dis
peroneal trunk (outOow lesion) angioplasty can be used as 1999;33:910-6.
primary treatment in 235 patients with criticallimb ischemia: 31. Vorwerk D. Percutaneous inte rventions to support failing
five-year foll ow-up. Circulation 2001;1042057-62. hemodialysis fistulas and grafts. Kidney Blood Press Res
15. Kudo T, Chandra FA, Ahn SS. The effectíveness of 1997;20:145-7.
percutaneous transluminal angioplasty for the treatment of 32. Cavagna E, D'Andrea P, Schiavon F, Iarroni G. Failing
criticai limb ischemia: a lO-year experience. J Vasc Surg. hemodialysis arteriovenous fistula and percutaneous
2005 Mar;41(3):423-35; discussion 435. treatmem: imaging with CT, MRI and digital subtraction
16. Clair DG, Dayal R, Faries PL, BernheimJ, Nowygrod R, angiography. Cardiovasc Intervent Radiol 2000:23:262-5.
Lantis JC 2 nd , Beavers FP, Kent KC. Tibial angioplasty as 33. Dougherty MJ, Calligaro KD, Schindler N, Raviola CA, Ntoso
an alterna tive st rategy in patients with limb-threatening A. Endovascular versus surgical trcatment for thrombosed
ischemia. Ann Vasc Surg. 2005 Jan; 19(1):63-8. hemodialysis grafts: a prospective, randomized study. J Vasc
17. Nguyen LL, Conte MS, Menard MT, Gravereaux EC, Surg 1999;30(6):1016-23
Chew DK, Donaldson MC, Whittemore AD, Belkin M. 34. Hingorani A, Ascher E, Kallakuri S, Greenberg S, Khanimov
Infrainguinal vein bypass graft revision : factors affecting y. Impact of reintervention for failing upper-extremíty
long- term outcome. ] Vasc Surg. 2004 Nov;40(5):916-23. aneriovenous autogenous access for hemodialysis. J Vasc
18. Bandyk DF, Bergamini IM, TowneJB, Schmitt DD, Seabrook Surg 2001 Dec ;34(6): 1004-9
GR. Durability of vein graft revision : the OUlcome of 35. Parfrey PS, Griffiths SM, Barrett BJ, Paul MD, Genge M,
secondary procedures. J Vasc Surg. 1991 Feb;13(2):200-8. Withers J. Farid N, McManamon PJ Contrast material-
19. Sullivan TRJr, Welch HJ, lafrati MD, Mackey WC, O'Donnell induced renal failure in patients with diabetes mellitus, renal
TF J r. Clinicai results of common strategies used to revise insufficiency, or both. A prospective controlled study. N Engl
infrainguinal vein grafts. J Vasc Surg. 1996 Dec;24(6):909-17. J Med. 1989 Jan 19;320(3):143-9.
20. Calligaro KD, SyrekJR, Dougherty MJ , Rua I, McAffee- 36. Lautin EM , Freeman NJ, Schoenfeld AH, Bakal Cw,
Bennett 5, Doerr KJ, Raviola CA, DeLaurentis DA. Haramati N, Friedman AC, LautinJL, Braha S, Kadish EG,
Selective use of duplex ultrasound to replace preoperative Sprayregen S. Radiocontrast-associated renal dysfunction:
arteriography for failing arter',al vein grafts. J Vasc Surg. 1998 incidence and risk factors . Am J Roentgenol. 1991
Jan ;270 )89-94 Jul;l57(1):49-58
21. Dougherty MJ, Calligaro KD, DeLaurentis DA. The 37. Singer-JordanJ, Papura S. Cutting balloon angioplasty
natural history of "failing" arterial bypass grafts in a for primary treatment of hemodialysis fistula venous
duplex surveillance protocol. Ann Vasc Surg. 1998 stenoses: preliminary resu lts. J Vasc Interv Radiol. 2005
May;12(3) 255-9. Jan;16(1) 25-9.
22 . van der Heijden FH, Legemate DA, van Leeuwen MS, Mali 38. Lipsitz EC, Veith FJ, Ohki T, Heller S, Wain RA , Suggs WD,
Wp, Eikenboim BC. Value of duplex scanning in the selection LeeJC, Kwei 5, Goldstein K, RabinJ, Chang D, Mehta M. Does
of patients for percutaneous transluminal angioplasty. Eur J the endovascular repair of aortoiliac aneurysm pose a radiation
Vasc Endovasc Surg. 1993 Jan;7(1):71-6. safety hazard to vascular surgeons 7 J Vasc Surg. 2000.
270
CAPíTULO 25
Domingos de Morais Filho
Seguimento dos
En x e rt o s I n f ra i n g u i n a i s
271
Segu ime nto dos Enxertos Infra ingu ina is
que o examinador conheça o tipo, qual a artéria doadora, análise em Modo B em cortes transversais desde a ar-
qual a receptora e o trajeto do enxerto. Recomendamos téria doadora até a artéria receptora;
que o examinador peça ao cirurgião um desenho ou in- análise em Modo em cores para identificação de tur-
fo rmações detalhadas de como o enxerto fo i realizado. bulência em locais de estenoses;
Nos portadores de enxerto infrainguinal, posiciona-se análise espectral em corte longitudinal para medida da
o paciente em decúbito dorsal, com a perna em leve fle- con formação da onda, medidas de VPS, IP e IR na arté-
xão, examinando-se , desde a região inguinal, toda a ex- ria doadora a mais ou menos 5 cm proximal ao enxer-
tensão do enxerto (Fig. 25.1). Examina-se, usando um to , em 3- 5 locais do enxerto e na artéria receptora.
transdutor linear de alta frequência (quando possível), a
artéria femoral comum (Fig. 25 .2A), a anastomose proxi- Os procedimentos cirúrgicos podem causar dificul-
mal (Fig. 25.2B), o enxerto em contiguidade (Fig. 25.2C), dade à insonação devido a tecido cicatricial no local. Os
a anastomose distaI (Fig. 25.2D), a artéria receptora (Fig. critérios para definição de estenoses nos enxertos estão
25.2E) e a artéria distaI (Fig. 25.2F) . Se o enxerto estiver explicitados na Quadro 25.1. 46. 13
em planos mais profundos, pode ser necessário o uso de
transdutor de frequências médias (5-10 MHz) O exame Quadro 25 .1. Critérios diagnósticos para lesões em
é iniciado em corte transversal para definição da anato- enxertos arteriais 4
mia do enxerto , usando-se o corte longitudinal para me-
Redução do VPS distal/ VPS (cm/s)
didas de análise espectral. Algumas vezes é necessário
diâmetro (%) VPS proximal
que o paciente assuma a posição de decúbito ventral para
avaliação da face posterior da coxa, da fossa poplítea e da Mínima <20 <1,4 < 125
panturrilha para o exame da artéria poplítea e do tronco Moderada 20-50 1,5-2,4 < 180
tibioperoneal. Moderado 50-75 2,5-4 > 180
O protocolo de exame deve seguir uma sequência
Severo 50-99 >4 >300
lógica:
B c o E F
272
Seguimento dos Enxertos Infrainguinais
A
B c
273
Seguimento dos Enxertos Infrainguinais
160
140
120
100
80
60
40
20
o
A AI FP PT
120
100
80
60
40 jovps I
!2IIP
20
o
-20
--40
PO Falência Correção
B
250
200
150
jovps
edIP
j
-50 ~===r=====;:=====7
PO Falência Correção
C
Figu ra 25 .5. M ateriai s usados para en xertos. (A) enxerto
Figura 25.6. Alterações das medidas de AES após revascu-
com ve ia autól oga, notar como a pared e (t) é li sa e contínua.
larização da DAOP. (A) Percentagens de aumento nas medi-
(8 ) enxerto com Dacron '" e sua aparência corrugada (t). (C) os
das de AES (VPS e IP) após revascularização nos segmentos
enxe rtos com PTFE apresentam parede com a ca racterísti ca
aortoilíaco (AI), femoropoplíteo (FP) e políteotibial (PT) .' 92S (8 )
linh a dupl a (-l.) .
Mudanças percentuais nos valores de VPS e IP nos pacientes
com DAOP no segmento aortoilíaco no pós-tratamento (PO),
quando ocorria falência no tratamento (Falência) e após corre-
Locais co m incisões, in fecção , hematoma ou gangrena
ção, quando realizada (correção).'9 (C) Mudanças percentuais
podem tam bém dificultar o posicionamento adequado nos valores de VPS e IP nos pacientes com DAOP no seg-
do transd utor. Numa tentativa de minimizar o tempo de mento femoropoplíteo no pós-tratamento (PO), quando ocor-
exame e de evitar os locais de difícil acesso ao transduto r, ria falên cia no tratamento (Falência) e após correção, quando
realizada (correção).'9
temos realizado o exame de seguimento dos elnertos com
a técnica de análise especlral segmentar (AES), '8Iq que li -
m ita o exame a artéria doadora, terço médio do enxerto , angioplastia) nos membros inferiores, 19 principalmen-
anéria receplOra e dislai (Fig. 25.2 , A, C e F) Essa tecni ca te devido ao fato de que as medidas sào temporalmente
(AES) é de grande acurácia se co mparada ao exame diag- comparativas e não absolutas. ' 4 . 1õ Como os parâmetros
nóstico angiográfico ' 8 e se revelou de valia no seguimento medidos nos enxertos apresentam grande variabilidade,
de paciemes co m revascularização arterial (enxertos ou as variações temporais dessas medidas parecem ser mais
274
Seguimento dos Enxertos Infrainguinais
Figura 25.7. Forma da onda de velocidade de fluxo (FOV) no modo de análise espectral (Doppler). (A) onda trifásica, (B) onda
bifásica e (q monofás ica de alta aceleração, sendo este o modelo considerado normal, em situações de vasodilatação, (D) onda
unifásica (com diminuição da VPS) indicativa de lesão proximal hemodinamicamente significante (estenose ou oclusão).
275
Seguimento dos Enxerto s Infrainguinais
Frequ ê nc ia de e xames
Habitualmente os pacientes são seguidos trimestral-
ment e no primeiro ano e semestra lmente a partir do
segundo ano.
LIMITAÇÕES
Figura 25 .9 . Exame em Modo B de um e nxerto usando Da-
cron (i) mostrando áreas de material aneco ico (*) sugestivo
Esta pode ser uma das causas de oclusão dos enxertos de infecção local.
infrainguinais . Embora o exame em contiguidade d este
segmento possa ser dificultado pela posição anatõmica
das artérias ilíacas, das placas ateroscleróticas calcifica-
das ou mesmo do gás intestinal, o exame de AES reali-
zado na a rté ria femo ral comum pode mostrar alterações
na VPS, no IR e na FOV indicando a presença de lesões
proximais hemodinamicamente significantes no segmen-
to aortoilíaco l~19 (ver Capítu lo 22).
LAUDO
Mostrar registros em Modo em cores e análise espectral
das artérias doadoras , anasromose proximal , corpo do
enxerto, anasromose distai e artéria receptora distaI. In-
cluir registro do local de estenose com o aumento focal
de VPS. Fazer desenho esquemático do enxerto incluin-
Figura 25 .11 . Coleção (*) com material anecóico, adjacente
do as artérias doadora e receprora e indicando locais de
a enxerto (E) com paredes lisas, que depois de puncionada foi
possíveis estenoses e oclusões (Fig. 25.15). diagnosticada com linfa.
276
Seguimento dos Enxertos Infrainguinais
277
Seguimento dos Enxertos Infrainguinais
NíVEIS DE EVIDÊNCIA
Existe controvérsia quanto ao custolbenefício do exame
de ultrassom vascular (USV) no seguimento dos trata-
mentos de revascularização arterial ,s-I/2o mas como o
exame de USV permite o diagnóstico objetivo e diferen-
cial não invasivo entre as várias causas de falência dos
Figura 25.16. Enxerto femoro-tibial (com veia autóloga), Figura 25.18. Enxerto popl íteo-fibu lar, terço médio. Fluxo
anastomose proximal, sem leões hemodinamicamente significan- trifásico e velocidade de pico sistólico de 79 cm/s, indicando per-
tes comprovado pela presença de janela sistólica (*) e velocidade viedade do enxerto, sem lesões hemodinamicamente significati-
de pico sistólico de 83,3 cm/seg. (O). vas proximalmente ao local da medida.
278
Seguimento dos Enxertos Infrainguinais
279
Seguimento dos Enxertos Infrai n gu i n ais
REFERÊNCIAS
1. Maffei FH, Laslória S, Yoshida WB , Rollo HÁ, Giannini M,
Moura R editores. Doenças vasculares periféricas. 4° edição,
Guanabara-Koogan, 2008.
2. Mofidi R, Pandanaboyana S, Flw MM, Nagy J , Griffilhs
GD, Slone bridge PA. The value of vein grafl surveilJance in
bypasses performed 'wilh small-diameler vein grafts. Ann
Vasc Surg 2009; 23: 17-23.
3. Sarkar S, Salacinski HJ, Hamilton G. Seifalian AM. The
mechanical propenies of infrainguinal vascular bypass grafls:
Figu ra 25.26. Exame em portador de stent (..J..), mostra local their role in influencing patency. Eur J Vasc Endovasc Surg
(distai ao stent) com estenose produzida por material ecogênico 2006; 31: 627-636.
e homogêneo (*), possivelmente devida a hiperplasia da intima. 4. Gerhard-Herman M, Gardin JM , Jaff M, Mohler E,
A estenose é significante, visto o grande aumento na velocidade Roman M, aqvi TZ. Guidelines for noninvasive vascular
de pico sistólico (O) para 199,2 1 em/s. laboralory lesling: a repon from lhe American Sociely of
Echocardiography and the Society for Vascular Medicine and
Biology. Vasc Med 2006; 11, 183-200.
5. Armstrong PA, Bandyk DF, WilsonJS, Shames ML,
tratamentos , particularmente quando os diâmetros das Johnson BL, Back MR. 0plimizing infrainguinal arm vein
veias usadas no enxerto são de calibre pequeno (::;3,5 bypass palency wilh duplex ullrasound surveillance anel
endovascular lherapy.. J Vasc Surg. 2004 OCl;40(4):724-30;
mm),2 o exame tem sido nossa escolha para o segui-
6. Bandyk DE, Chauvapun JP. Duplex Ullrasound Surveillance
mento, embora a decisão de reintervir deverá ser base- Can Be Wonhwhile Afler Anerial lntervention. Perspectives
ada na experiência de cada serviço com o seguimento in Vascular Surgery anel Endovascular Therapy. 2007 ; 19 (4):
do tratamento, risco de reintervenção e familiaridade 354-359.
7. Nguyen LL, Conte MS, Menard MT, Gravereaux EC,
com as opções de tratamento. Por outro lado , o segui- Chew DK, Donaldson MC, Whiuemore AO , Belkin M.
mento temporal dos enxertos, particularmente usando lnfrainguinal vein bypass grafl revision: factors affecling
AES, permite mostrar diferenças no comportamento long-lerm OUlcome. J Vasc Surg. 2004 Nov;40(5):916-23.
8. Shames ML. Duplex Surveillance of Lower EXlremily
hemodinâmico de um enxerto, I".21 definindo melhor os
Endovascular lnterventions. Perspecl Vasc Surg Endovasc
enxertos em risco. Ther 2007; 19; 370-5.
280
Seguim ento dos En xe rtos In frain guin ais
9. Davies AH, Hawdon AH, Sydes MR, Thompson SG. ls development and shear stress distribution at the distai
Duplex surveillance of value after leg vein bypass grafting? end-side-anastomosis, in vitro study using particle image
Circulation 2005; 112:1985-91. velocimetry. Eur j Vasc Endovasc Surg 2003; 26(4) 357-366.
10. Norgren L, Hiatt WR., Dormandy J.A., Nehler M.R., Hanis 16. jagadesham VP, Snowdon S, WeslOn M], Kent ID. Intra-
K.A., Fowkes EG.R. . Inter-Society Consensus for the operative Doppler Flow Measurement do not Predict 'At-risk'
Management of Peripheral Arterial Oisease (TASC lI) j Vasc Status of Infrainguinal Bypass Grafts. Eur j Vasc Endovasc
Surg 2007; 45 (1), Supplement S: S1-S66A. Surg. 2005; 30(6)597-603.
11. Mills jL Sr, Wixon CL, James OC, Oevine J, Westerband 17. Wixon CL, Mills jL, Westerband A, Hughes jO, Ihnat
A, Hughes jO. The natural history of intermediate and OM. Economic appraisals of lower extremity bypass graft
criticai vein graft stenosis: recommendalions for conlinued maintenance . .j Vasc Surg. 2000 jul;32(1): 1-12.
surveillance or repair. j Vasc Surg. 2001 Feb; 33(2):273-8. 18. Morais Filho O, Mirandajr F, Peres MCJ , Barrosjr N,
12. Tinder CN, Chavanpunjp' Bandyk DF, Armstrong PA, Back Buriham E, Salles Cunha S. Segmental waveform analysis in
MR, johnson BL, Shames ML. Efficacy of duplex ultrasound the diagnosis of peripheral arterial occlusive disease. Ann
surveillance after infrainguinal vein bypass may be enhanced Vasc Surg 2004; 18 (6) 714-24.
by identification of characteristics predictive of graft stenosis 19. Morais Filho, O, Thomazinho F, Motta, F, Perozin IS ,
development. j Vasc Surg. 2008 Sep; 48(3):613-8. Sardinha WE, SilvestrejMS, Palma O, Oliveira RG.
13. Stone PA, Armstrong PA, Bandyk DF, Keeling WB, Flaherty Análise Espectral Segmentar no seguimento de pacientes
SK, Shames ML, Johnson BL, Back MR. Ouplex ultrasound revascularizados. j Vasc Bras 2009 ; 8(2): 112-124.
criteria for femorofemoral bypass revision j Vasc Surg. 2006; 20. Visser K, Idu MM, Buthj, Engel GL, Hunink MG. Ouplex
44(3):496-502. scan surveillance during the first year after infrainguinal
14. Bluth EI, Benson CB, Ralls PW, Siegel MJ Ullrasound aUlOlogous vein bypass grafting surgery: costs and clinicai
Ultrasonpography in vascular diseases: a praticai approach to outcomes compared with other surveillance programs. j Vasc
clinicai problems. 2n" ed. Thieme, 2008: pag.: 564. Surg 2001 ;33(1) 123-30.
15. Heise M, Kruger U, Ruckert R, Pfitzman R, Neuhaus 21. Salles-Cunha SX. Graft blood flow rate and systolic velocity:
U, Settmacher U. Correlation of intimai hyperplasia measurement variability. j Vasc Tech 1994; 18(4): 173-176.
281
Trombose Venosa Profunda CAPíTULO 26
Hamilton Almeida Rollo
Aguda dos Membros
Inferiores e Síndrome
Pós-Trombótica
283
Trombo se Ve nosa Profunda Aguda dos Membros In fe riores e Síndrome Pós-T rombótica
284
Trombose Venosa Profunda Aguda dos Membros Infe rio res e Síndrome Pós-Trombótica
••
VPOP
-e_
AFC
esquerda para estudo em APOP das veias poplítea (V POP)
cortes transversa is da veia e gastrocnêmias (V Gast)
V Gasl
VFC
femoral comum (VFC), junção
safenofemoral e veia femoral .,-
V Gasl em cortes transversais. (B)
Visão que se tem das veias
profunda (VFP). (B) Desenho vPoP . nesta região quando se faz o
SAF MAGNA APop .
AFS esquemático mostrando como B exame em sentido distaI. A
V FEM
•e AF P
são visibilizadas as veias
conforme o probe é movido em
POP: artéria poplítea.
sentido distaI.
AFC: artéria femora l comum,
e AFS AFS: artéria femoral superficial, centes ou parciais, visualização esta difícil no Modo B,
evFS VFS: veia femoral superficia l, pois o trombo recente tem a sua ecogenicidade próxi-
e VFP AFP: artéria femoral profunda,
ma do sangue , sendo menos denso e podendo não ser
B
• AFP V FEM: veia femoral e
SAF : safena. identificado pelo teste da compressã0 6 (Figs. 26 .19 e
26.20).
• Na TVP assintomática (situações de risco para TVP),
a USV não tinha boa acurácia para o diagnóstico da
TVP ' Entretanto, com os equipamentos de US mais
recentes , que possuem recursos como harmônica de
tecidos , Modo em cores , Power Doppler ou B-jlow,
que melhoram a aquisição de imagem e d etecção do
fluxo sanguíneo, tem-se conseguido um aumento da
acurácia para o diagnóstico da TVP assintomática 6 ·8
• Na SPT o exame deve ser realizado na posição supi-
na e com a mesa em proclive a 20 ou 30°, e as veias
do MMIl devem ser avaliadas do mesmo modo que na
TVP aguda. Nesta posição, verifica-se a nonnalidade ou
não das veias . Se forem encontradas alterações de TVP
pregressa, verificar se ela ainda é oclusiva , parcialmente
285
T rombose Ve nosa Profunda Ag ud a d os Me m bros Infe r io res e Sín d rome Pós-Trombótica
.~
Tronco Fib Com profundas . A posição ortostática é importante para
que haja ação da gravidade na corrente sanguínea , aju-
.-- .'-
Vasos Fib
Vasos Tib Post
Vasos Fi) .,• cores pela inversão do sentido do fluxo (Fig. 26.23)
Fibulaf\
A nbia
286
Trombose Venosa Profunda Aguda dos Membros Inferiores e Síndrome Pós-Trombótica
Figura 26.9. (A) Curva espectral obtida em veia femoral superficial normal (FEM. SUP. ). Nota-se padrão de fluxo fásico com
a respiração (velocidade aumenta na expiração e diminui na inspiração). (B) Corte longitudinal mostrando a artéria (ARTfTlB.
POST) e a veia tibial posterior (TIB/ POST). Vê-se trombo oclusivo na veia.
Figura 26.10. US em Modo B da artéria (Art. Fem.) e da veia femoral (V FEM) comum à direita em corte transversal. O
paciente tinha TVP contralateral e o teste de compressão foi normal: a veia de aspecto normal à esquerda da foto (seta) é
totalmente comprimida com leve compressão feita pelo transdutor à direita da foto (seta) .
Figura 26 .11 . Mesma técni ca ultrassonográfica realizada no M IE do paciente citado na Fig. 26.10. Nota-se que a veia
femoral (V FEM COMUM) não foi compressível, indicando a presença de trombo.
287
Trombose Venosa Profunda Aguda dos Membros Inferiores e Síndrome Pós-Trombótica
Figura 26.12. Corte ultrassonográfico transversal dos Figura 26.13 . Corte ultrassonográfico transversal dos
vasos poplíteos em indivíduo normal. Mostra teste de vasos poplíteos em paciente com TVP. Nota-se a veia
compre ss ibilidade normal em veia poplítea (setas). aumentada de volume e com ecogenicidade aumentada. Ao
teste da compressão, a veia não fecha devido à presença do
trombo. V.: veia e ART.: Artéria.
Figura 26.14. (A )
Corte transversal da veia
femoral em Modo B que
mostra imagem sugestiva
de trombose oclusiva na
veia femoral e crossa da
safena. (B) Mesmo corte
em Modo em cores que
identifica presença de fluxo
parcial nas veias femoral e
safena indicando trombose
parcial.
288
Trombose Venosa Profunda Aguda dos Membros Inferiores e Síndrome Pós-Trombótica
289
Trombose Venosa Profunda Aguda dos Membros Inferiore s e Síndrome Pós-Trombótica
Figura 26.20.
(A) Corte transversal
da veia femoral
em paciente com
TVP uti I izando-se o
B-flow, o qual mostra
trombose parcial
(flu xo codificado em
branco). (8) B-flow
em corte longitudinal
mostrando trombo
parcial em veia
femoral comum.
290
Trombose Venosa Profunda Aguda dos Membros Inferiores e Síndrome Pós-Trombótica
Figura 26.23. US em
Modo em cores do terço
médio da coxa direita
(corte longitudinal)
em paciente com
SPT. Em (A), o fluxo
anterógrado na veia
femoral superficial
(FEM/SUP. ) que foi
codificado em azul.
Em (B), nota-se fluxo
retrógrado (codificado
em vermelho) durante
a manobra de Valsalva
identificando possível
incompetência valvular.
Figura 26.24.
Quantificação do refluxo
pela curva espectral.
(A) Mostra ausência de
refluxo patológico à
manobra de compressão
distai (velocidade
< 30 cm/s e tempo de
refluxo inferior a 0,5 s).
(B) Vê-se refluxo
patológico, pois a
velocidade foi> 30 cm/s
e o tempo de refluxo
superior a 1 s.
291
Trombose Venosa Profunda Aguda dos Membros In feriores e 5índ ro m e Pós-Tro mbó ti ca
deve estar levem ente rod ad o para fora Oateralmente) e ~ Quadro 26.3. Critérios di agnósti cos na SPT
com o j oelho parcialmente d obrad o, o que evita uma
• Modo B
even tu a l compressão da veia p oplítea (Fig. 26. 25). - Compressão venosa reduz ida ou parcial
• Para se o b ter o flu xo ven oso anterógrado e o retró- - Dim inuição do calibre da veia
- Trombo heterogêneo e hiperecoico (Figs. 26.2 1A e
grado, a m elh or m an obra é a da compressão e d es- 26.22A)
compressão rá pida distai à ve ia a ser examinada, e • Modo em cores
esta m an ob ra p o d e ser realizad a m anualmente o u - Vários canais de fluxo (recana lização) - Figs. 26.21 B
e 26 .22B
co m dis p ositivos com pressões padroni zadas. N a p rá- - Fluxo bid irec ional (refluxo) - Figs. 26 .23 e 26.24B
tica, a compressão m anual toma o exam e mais fá cil - Presença de circulação colateral
e rá pi do , permitindo agiliza r os exam es n a rotina d o
labo rató ri 0 9lo Refluxo venoso
~ Quadro 26.4. Critérios diagnósticos para refluxo venoso
CRITÉRIOS DIAGN ÓSTICOS
- Tempo de refluxo- Normal <0,5 s"
Pato lógico ~ 1 s"
Os c rité rios d iagn ósticos pa ra a ava li ação com a USV n a
TVP aguda e na síndrome p ós-trombó tica estão nos Qua-
- Fluxo no pico de refluxo - °
Normal até 1 mlls 13
- Velocidade do pico de refluxo - Norma l até 30 cm/s9
dros 26.2 e 26.3, o bse rva ndo-se n o Q uadro 26.4 c rité-
rios d e qu antificação d e re flu xo ve n oso. 4
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Quadro 26.2. Critérios diagnósticos na TVP aguda O s diagnósticos dife renciais m a is en contrados n as trom-
b oses ve nosas estão relatados no Quadro 26.5 .4
• Critérios diretos - (Modo B)
- Ausência ou diminuição da compressão venosa (Figs.
26.11 e 26.13) ~ Quadro 26.5. Diagnóstico diferencial para trombose venosa
- Trombo visível (Figs. 26.11 , 26.13, 26.15, 26.16 e 26.18A)
- Aumento do diâmetro venoso (Figs. 26.15 e 26.18 B) - Cisto de Baker (compressão ou rutura) (Fig. 26.26A)
- Ausência de aumento do diâmetro venoso com Valsalva · - Câimbras musculares
- Imobilidade das válvulas · - Alte rações do joelho ou tornozelo
• Critérios indiretos - Curva Espectral (Fig. 26.9A) ou Modo - Ru ptura de músculo ou tendão
em cores - Tendinites
- Ausência ou dim inuição do flu xo venoso espontâneo - Celulite
- Pe rda da fasi cidade respiratória - Alterações linfáticas (Fig. 26.26 B)
- Trombofleb ite superficial
' Critéri os de menor sensibilidade diagnósti ca .
292
Trombose Venosa Profunda Aguda dos Membros Infe ri o res e Síndrom e Pós-Trombót ica
Figura 26.26. (A) US em co res de pac iente com suspei ta de TVP na fossa popl ítea esq uerd a (co rte transversal). N ota m-se
a ve ia poplítea de aspecto no rma l (az ul ) e a presença do c isto de Baker. (B) M esmo co rte na reg ião inguina l de pac iente com
suspei ta de TV P ili acofemo ral. A veia fe mo ral apresenta as pecto de norm alidad e e nota-se lin fo nod o aumentado de vo lume
(GAN G Ll O Ll NF.).
• TVP
Na TVP - Ausência da TVP e possíve l diagnóstico diferencia l (por
ex .: cisto de Baker)
• Edema intenso e tenso no membro
- Presença de TVP ocl usiva o u parcial
• Úlceras extensas (parcialmente contornada com en- - Extensão da TVP: informa r as veias acometidas
vo lvimento do probe co m protetor plástico ou prese r- - Presença de trom bo flutuante, sua localização e
extensão
vativo)
- Vari ação anatômica (d upl icidade ele veias)
• Membro imobilizad o por gesso ou fixadores externos • SPT
• O besidade - TVP pregressa oclu siva ou recanali zada
- Au sência ou presença el e reflu xo
• Não colaboração do paci ente ou dor intensa
- Localização e extensão do refluxo
• Presença de hematomas grandes ou extensos - Q uant ificação do reflu xo
- Presença de circulação co lateral
Na SPT
• Dermatoesclerose extensa REFERÊNCIAS
• Úlcera de estase infectada ou extensa
• Dificuldade para o paciente fi car em pé l. Maffe i FHA , Rollo HA. Tro mbose Ve nosa Profunda dos
Memb ros Inferiores: Incidê ncia, Paloge nia, Patologia,
Fisiopatologia e Diagnóstico. In : Maffei FHA, lasrória L,
Yoshida WB , Rollo H.A, Giannini M, Moura R. Doenças
INFORMAÇÕES INDISPENSÁVEIS Vasculares Periféricas. 4" ed. São Paulo: Guanabara Koogan;
PARA O LAUDO 2008. p 1557-78.
2. Kahn , SR. The clinicai diagnosis of deep ve nous thro mbosis.
As informações mínimas necessá ri as para a composição Integrating incidence, risk factors, and symptoms anel signs.
do laudo na avaliação, pela USV, da trombose venosa dos Arch Inrern Med1 998 ;l 58 23 15-23
3. Cogo A, Lensing AWA, Wells P, Praneloni P et aI. on
membros inferio res e da síndrome pós-trombótica cons- invasive objetive reSlS for the diagnosis of c1 inically suspected
tam no Quadro 26 .6 . cleep-vein rh rom bosis. Haemostasis 1995;2527-39.
293
Tro mbose V enosa Profund a Aguda do s Membros Inferiores e Síndrom e Pós-Trombóti ca
4. Rollo HA. Diagnóstico Ultra-sonográfico na Trombose systematic ultrasonographic examination. Arch Intern Med.
Venosa Profunda, Embolia Pulmonar e Síndrome Pós- 2006;166:2065-71.
Trombótica. In: Maffei FHA, Lastória L, Yoshida WB, Rollo 9. Araki CT, Back TL, PaclbergJr. FI, Thompson PN, Duran
HA, Giannini M, Moura R. Doenças Vasculares Perifericas. 4' WN, Hobson II RW Refinements in the ultrasonic cletection
ed. São Paulo: Guanabara Koogan; 2008. p. 522 -34. of popliteal vein refluxo J Vasc Surg 1993;18:742.
5. Forbes K, Stevenson AJ. The use of power Doppler 10. Stranclness DE . Duplex Scanning in Reflux. Vasc Surg 1997;
ultrasound in the cliagnosis of isolated deep venous 31:240-2.
thrombosis of the caIr. Clin Radiol 1998;53: 752-4. 11 . Van Bemmelen PS, BEDFORD G, BEACH K, STRANDNESS
6. Giannini M, Rollo HA, Maffei FHA, Carvalho IR. Advances DE. Quantitative segmenta I evaluation of venous valvular
in ultrasound techniques improve early deteclÍon of cleep refluxo with duplex u ltrasound scanning. J Vasc Surg 1989;
vein thrombosis. Int AngioI2008;27(6):466-74. 10425-3l.
7. Elias A, Cadene A, Elias M, et a!. Extended lower limb 12. Labropoulos N, Tiongson J, Plyor L, Tassiopoulos AK, Kang
venous ultrasound for the diagnosis of proximal and distaI 55, Ashraf Mansour M et a!. Definition of venous reflux in
vein thrombosis in asymptomatic patients after total hip lower extremity veins. J Vasc Surg 2003;38C 4):793-8.
replacement. Eur J Vasc Endovasc Surg 2004;27:438-44. 13. Rollo HA. Avaliação do refluxo venoso profunclo. In:
8 . Sellier E, Labarere J , Bosson JL, et a!. Effectiveness of a Nectoux Filho JL, Cunha 55, Paglioli SA, Souza GG, Pereira
guideline for venous thromboembolism prophylaxis in AH, Ceds). Ultra-sonografia Vascular. Rio de Janeiro: Revinter
elderly post-acute care patients. A multicenter study viith Ltcla,2000:208-17.
294
CAPíTULO 27
Ultrassonografia Vascular na
Carlos Alberto Engelham
Ana Luiza Valiente Engelham
Avaliação das Varizes dos
Membros Inferiores
295
Ultrassonografia Vascula r na Avaliação das Varizes dos Membros Inferiores
296
Ultrassonografia Vascular na Aval iação das Varizes dos Membros Inferiores
safena magna geralmente 1 cm abaixo da jSF; no entan- compartimento safênico ascendendo posteriormente ao
to , a partir do terço proximal da coxa a veia safena aces- maléolo lateral , na linha média da panturrilha no entalhe
sória anterior apresenta trajeto superficial fora do com- formado pelos músculos gastrocnêmios (Fig. 27.46) , e
partimento safênic0 5 deve ser mensurada nos segmentos distai, médio e pro-
A veia safena acessória posterior localiza-se medial- ximal de perna e na junçâo safenopoplítea OSP).
mente e pode representar a continuação da veia de Gia- A jSP frequentemente localiza-se até 7 cm acima da
comini, comunicando-se com a VSM em geral distai à prega cutânea poplítea; contudo, pode ocorrer uma ex-
válvula pré-terminal. tensão cranial da veia safena parva para a região posterior
No segmento infrapatelar existem veias tributárias ca- da coxa, terminando em uma ou mais veias superficiais
librosas e paralelas à VSM, mais frequentemente o arco da região glútea ou em veia perfurante da coxa (Fig.
posterior ou veia de "Leonardo". Para evitar erros de men- 27.5), ou ainda comunicar-se com a safena magna, pela
suração, deve-se observar a VSM no triângulo formado no veia de Giacomini. 6
corte ultrassonográfico transversal pela tíbia, pelo músculo Durante o mapeamento das safenas magna e parva ,
gastrocnêmio mediai e pela fáscia superficial (Fig. 27.3) deve-se pesquisar a presença de veias perfurantes me-
Com o paciente posicionado de costas para o exami- diais, laterais e posteriores. As veias perfurantes são iden-
nador (Fig. 27.4A) , a safena parva (VSP) é identificada no tificadas no Modo 6 pelo seu trajeto de comunicação en-
29 7
Ultrdssonografia Vascular na Avaliação das Varizes dos Membros In feriores
Figura 27.4 .
(A )Paciente em
ortostatismo
posicionada de costas
para o examinador
com o objetivo de
estudar a veia safena
parva (VSP) e as veias
perfurantes laterai s e
posteriores. (B) Corte
ultrassonográfico
transversal
demonstrando a VSP
no compartimento
safênico.
Figura 27.5. Exemplo de extensão cranial da veia safena Figura 27.6. Exemplo de veia perfurante direta. Note a
parva. Observe a veia safena parva drenando para a veia comunicação com a veia safena magna.
poplítea.
tre as veias superficiais e profundas, e são consideradas o refluxo venoso deve ser pesquisado em tempo
diretas quando comunicam as veias profundas às safenas real, com cortes ultrassonográficos longitudinais (Fig.
magnas e parvas (Fig. 27.6). Já as veias perfurantes indi- 27 .1B), pelo mapeamento do f1uxo em cores, com
retas comunicam as veias profundas a veias superficiais, ajuste da caixa e ganho da cor, frame rate e PRF. Re-
ind epend entes das veias safenas. comenda-se manter uma caixa d e cor pequena e com
As veias perfurantes relatadas no mapeamento ve- profundidade adequada para maximizar o número de
noso devem se r mensuradas em Modo B, no ponto de quadros por minutos ([mme rate). A frequência de re-
perfuração ela fáscia muscular (Fig. 277), e localizadas petição de pulsos (PRF) deve estar adequada para cada
em relação à base do pé. segmento venoso avaliado , priorizando a detecção de
baixos f1uxos.
O ganho e o filtro da cor devem ser ajustados para
o refluxo venoso deve se r pesquisado nas veias femorais , permitir o mapeamento em cores, evitando o borramen-
poplítea e infrapatelares, nas safenas e nas veias perFu- to de cor na veia avaliada e nas áreas vizinhas devido ao
rantes. movimento de deslocamento do transdutor.
298
Ultrassonografia Vasc ular na Avaliação das Vari zes dos Membros Infe ri ores
Figura 27.7. Mensuração (4,5 mm) da veia perfurante no Figura 27.9. Exempl o de determinação do pico de
ponto de perfuração da fáscia muscular. velocidade sistóli ca (45 cm/s) na veia safena magna. Note o
posicionamento da amost ra de volume do Doppler pulsado
com ângulo de 60° paralelo à parede da veia.
A amostra de volume do Doppler pulsado deve ser
posicionada no centro da veia , com tamanho adequado
para permitir a obtenção das curvas espectrais e medir o Deve ser realizada a pesquisa de refluxo em toda a
tempo de duração do refluxo, com aj ustes no ganho, no extensão da VSM, em cortes ultrassonográficos longitu-
filtro e na escala do PRF (Fig. 278) Caso seja utilizado dinais, a partir da]SF, com o auxílio de manobras de des-
o critério de pico de velocidade de refluxo , deve-se usar compressão manual distaI. Para avaliação da ]SF, pode-se
o ângul o do Doppler pulsado em 60° paralelo à parede utilizar a manobra de Valsa lva.
da veia (Fig. 279). Especia l atenção à jSF em relação a eventuais varia-
ções anatõmicas na drenagem das veias tnbutárias e no
renuxo transfe rido para a VSM mesmo com competência
da válvula terminal (Fig. 2710)
A VSM é ava liada da jSF ao segmento perimaleolar
em cortes ultrassonográficos longitudinais , com auxílio
do mapeamento do fluxo em cores , para identificar as
fontes de transferência de refluxo para a VSM e os pon-
tos de escoamento do refluxo para as veias tributárias
ou perfurantes. As fontes e os pontos de escoam ento do
refluxo devem se r identificados e localizados em relação
à linha articular do joelho ou à base do pé Os segmen-
tos das veias com reflu xo detectado pelo mapeamento do
fluxo em cores devem ser avaliados pelo Doppler pulsa-
do e o tempo de duração do refluxo determinado.
A VSP deve ser estudada também em toda a extensão
do segmento perimaleo lar à jSP em cortes ultrassono-
gráficos longit udinais, com o auxílio do mapeamento do
fluxo em cores e das manobras de descompressão ma-
nual distaI. Deve-se anotar a altura da J SP em relação à
Figura 27.8. Exemplo de mensuração do tempo de refluxo prega poplitea ou do local de drenagem da VSP no caso
(2,9 s) na safena magna. Note o posicionamento da amostra de extensão cranial, assim como o posicionamento em
de volume do Doppler pulsado no centro da veia. relação à linha média da perna.
299
Ultrassonografia Vascula r na Avalia çã o da s Varize s dos M emb ro s Inferiores
Figu ra 27. 10. Exempl o de veia tributária da junção safenofemoral USF) ca usando refluxo a partir da vá lvula pré-terminal.
(A) Imagem em Modo B da jSF. (B) Ausência de reflu xo na jSF ao Doppler pul sado . (C) Refluxo na veia safena magna di sta i à
vá lvu la pré-terminal. (D) Refluxo na safena magna.
300
Ultrassonografia Vas cular na Av aliação das Variz es dos Membros Inferiores
t
( \
)
1
301
U ltrasso nog rafia V asc ular na Av aliação das V ariz es do s Membros In fe r io res
'"
......
...... '" '" '"
......
...... '"
......
......
...... '" '"
~
'" '"
,/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
""
""
""
Figura 27.13 . Exemplo de padrão de
refluxo perijuncional na veia safena magna
(VSM). (A) Refluxo na junção safenofemora l.
(8) Refluxo na veia safena acessóri a lateral.
(C) Ausência de refluxo na VSM distai à
válvula termina l. (D) VSM na coxa sem
refluxo . (E) VSM na perna sem refluxo.
302
Ultrassonografia Vascu la r na Ava liação das Varizes dos Membros Inferiores
.... .... /
.... .... /
.... .... /
/
.... .... /
/
/
/
/
I
/
I
/
I
.... ....
.... ....
.... ....
.....
.... .....
3. Refluxo segmentar caracterizado por um único seg- 6. Refluxo distal: caracterizado por ausência de re-
mento da veia safena magna com refluxo, ao nível da fluxo na junção safenofemoral e na V5M proximal
coxa e/ou da perna, sem envolver a junção safenofe- e pela presença de refluxo na V5M mais distai até
moral, escoado por veia tributária ou perfurante (fig. a região perimaleolar, causado por tributária su-
2715) perficial ou veia perfurante na coxa ou perna (Fig
4. Refluxo multissegmentar com j5F competente: carac- 2718)
terizado por dois ou mais segmentos da veia safena 7. Refluxo difuso: caracterizado por refluxo em toda a
magna com refluxo na coxa e/ou perna, porém com a VSM troncular, descle a j5F até a região perimaleolar
J5F competente (Fig. 2716) (Fig.2719).
5. Refluxo multissegmemar com j5f insuficiente: carac-
telizaclo por dois ou mais segmentos da veia safena Paclr'õe~ de r\' lll \() 11 I \.;;p
magna com refluxo na coxa e/ou perna, com refluxo 1. Refluxo proximal: caracterizado por refluxo na j5P
na j5F (Fig. 2717) e na V5p, sendo escoado por veia tributária superfi-
303
Ultrassonografia Vascu lar na Ava li ação das Va rizes dos M embros Inferiores
\ I
\ I
I
\ I
\
\
\ I
/
I
A
.. W'''' .....". Wf' --rr
\ I
\ I
I
\ I
\ /
\
\
\
\
\
\
\
\ I
\ I
\ \ I
\ I
\ I
\ I
\ I
I
\
I
\ I
\ I
\ I
\ I
\ I
I
.... ....
.... ....
.... ....
--- ---
Figura 27.15 . Exemplo de padrão de refluxo segmentar na vei a safena magna (VSM). (A) Au sência de refluxo na junção
safenofemoral e (B) na VSM na coxa. (C) Veia perfurante com refluxo. (D ) Refluxo na VSM na perna pro ximal causado pela
perfurante insuficiente. (E) Veia tributária escoando refluxo da VSM. (F) VSM na perna distai sem reflu xo.
cial ou veia perfurante-comunicante na perna , com 4. Refluxo multissegmentar com j5P competente: carac-
manutenção da competê ncia valvu lar no restante terizado por dois ou mais segmentos da V5P com re-
da V5P fluxo na perna , sem refluxo na j5P
2. Refluxo dista!: ca racterizado por ausência de refluxo na 5. Refluxo multissegmentar com j5P insuficiente: ca-
j5P e na V5P proximal e pela presença de refluxo na racterizado por dois ou mais segmentos da V5P
VSP até a regiãO perimaleolar, causado por veia tributá- com refluxo ao nível na perna, além de refluxo na
ria superficial ou perfurante na V5P mais dista!. j5P
3. Refluxo segmentar: caraClerizado por um único segmen- 6. Refluxo difuso : caracterizado por refluxo em toda a
lO da V5P com refluxo na perna, sem envolver a j5P V5p, desde a j5P até a região perimaleolar.
304
U lt rasso nografia Va scular na Avalia ção das Variz es dos M embros Inferi o res
I
"' "' I
"' "' I
I
"' "' I
"' "' I
I
I
I
I
I
I
I
I
"' "'
"' "'
"' "'
"' "'
"' "'
,,
,,
,
305
Ultrassonografia Vascular na Avaliação das Varizes dos Membros Inferiores
""
""
""
""
--- --- "
/
/
/
/
/
/
/
Figura 27.18. Exemplo de padrão de refluxo distai na veia safena magna (VSM). (A) Ausência de refluxo na junção
safenofemoral, (B) na VSM na coxa e no Joelho. (C) Veia tributária transferindo refluxo para VSM na perna. (D) Refluxo na VSM
na perna.
;'
;'
;'
;'
;'
./
/
;'
--
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
/
307
índi ce Remissivo
365
Ultrassonografia Vasc ul ar na Ava li ação das Vari zes dos Membros Infe riores
Figura 27.23. Avaliação pós-safenectomi a magna. (-\) Figur.l 2 i 2~. (A) Exempl o de coto residual da veia safena
ausênc ia de coto residual da vei a safena magna. (B) Presença magna (ca libre de 7,7 mm e 14 mm de extensão) com reflu xo
de ve ia tributária da junção safenofemoral. ao Doppler pul sado originando (B) veias tributári as.
veias safenas acessórias e outras fOOles de reOuxo. tais Outro as pec to relevante na ava liação ele varizes
co mo veias puclendas e perinea is e veias perfuranles de rec idi vadas na região antero medial da coxa é a presen-
coxa e perna. ça de veias safe nas acessó rias com rellu xo originando
Na presença de veias tributárias na região aOlero- ve ias tributárias na coxa e na pern a. Va le lembrar a
mediai de coxa e perna. deve-se ideOlifica r eve ntual coto ana tomia ultrassonográlica das veias safenas acessó-
residual da VSM e pesquisar reOuxo no mesmo pela ma- rias a11le ri or e posterior descritas anteriormente . cUJos
nobra de Valsalva. assim como determinar se u diãmetro trajetos diferem da VSM. e sua loca li zação superficial
e sua extensão, além de identificar veias uibUlárias (fi g. ao compartimento safên ico a partir do segmento pro-
27 .24A e B). Panicularmente na JSF é importante pes- ximal de coxa.
qu isar a prese nça de neovascularização ideOli ficada por Além di sso. a recidiva de varizes na região posterior
veias serpeOliginosas de pequeno calibre. de perna pode estar re lacionada à presença de coto resi-
309
índi ce Rem iss ivo
363
Ultrassonografi a Vasc ular na Avaliação das Varizes do s Membros Infe ri o res
- extensão do refluxo nas veias safenas 7. Engelhom CA, Engelhom AL, Salles-Cunha SX, Picheth
padrão de refluxo nas veias safenas magna e parva F, Castro)r N, Dabul )r, et aI. Relationship between reOux
and greater saphenous vein diameter.) Vasc Technol 1997;
localização daJSP: distância em relação à prega po- 21 (3): 167-72.
plítea e posicionamento em relação à linha média 8. van Bemmelen S, Bedford G, Beach K, Strandness)r DE.
- localização das veias perfurantes insuficientes ou Quantitative segmental evaluation of venous valvular reOux
with duplex ultrasound scanning.) Vasc Surg 1989; 10(4):
de drenagem em relação à interlinha articular do 425-3l.
joelho ou à base do pé 9. Labropoulos N, Tiongson) , Pryor L, Tassiopoulos AK, Kang
fontes de refluxo não relacionado às veias safenas, SS, Ashraf Mansour M, et aI. Definition of venous reOux in
lower-extremity veins . ) Vasc Surg 2003 ; 38(4): 793-8.
principalmente veias pudendas e perineais, além
10. Min R) , Khilnani NM, Golia P. Duplex Ultrasound Evaluation
de veias perfurantes indiretas of Lower Extremity Venous lnsufficiency) Vasc Interv Radiol
segmentos das veias safenas hipoplásicos, atrési- 2003 ; 14:1233-1241.
cos ou retirados cirurgicamente 11. Engelhom CA, Engelhom AL, Cassou MF, Salles-Cunha SX.
Pattems of saphenous reOux in women with primary varicose
presença de coto residual nas ve ias safenas, com veins.) Vasc Surg. 2005; 41(4): 645-51.
respectivos diâmetros e presença ou não de refluxo 12. Engelhom CA, Engelhom AL, Cassou MF, Casagrande C,
Gosalan C), Ribas E. Classificação anátomo-funcional da
insuficiência das veias safenas baseada no eco-Doppler
REFERÊNCIAS colorido, dirigida para o planejamento da cirurgia de varizes.
) Vasc Br 2004, 3(1): 13-9.
1. Santos MERC. Insuficiência venosa crônica: conceito, 13. Engelhom CA, Engelhom AL. Ultra-sonografia nas varizes
classificação e fisiopatologia. In Brito CJ. Cirurgia Vascular. dos membros inferiores. In Maffei FHA, Doenças Vasculares
Rio de)aneiro: Revinter, 2008, p.1498-1508. Periféricas, Guanabara Koogan (4' ed.) , 2008, p . 535-552.
2. Coleridge-Smith P, Labropoulos N, Partsch, Myers K, 14. Lemasle P, Lefebvre-Vilardebo , Tamisier D, Baud)M, Comu-
Nicolaides A, Cavezzi A. Duplex Ultrasound Investigation Thenard A. Confrontation echo-chirugicale de la terminaison
of the Veins in Chronic Venous Disease of the Lower Limbs de la saphéne exteme dans lê cadre de la chirurgie d'exérése.
-UIP Consensus Document. Part I Basic Principies. Eur) Phebologie 1995,3321-27 .
Vasc Endovasc Surg 2006 ; 31,83-92. 15. Labropoulos , Tiongson), Pryor L, Tassiopoulos A, Kang
3. Ciggiati A. Fascial relationships of the long saphenous vein. SS, Mansour MA, et aI. Nonsaphenous superficial vein
Circulation 1999; 100:2547-2549. reOux. ) Vasc Surg 2001 ; 34:872-7.
4. Bailly M, Cartographie CHIVA. Encyclopedie Medico- 16. Seidel AC, Miranda F, Juliano Y, Novo NF, Dos Santos )H, De
Chirurgicale . Paris; 1993:43-161-B:I-4. Souza DF Prevalence or varicose veins and venous anatomy
5. Ricci S, Georgiev M. Ultrasound anatomy of the superficial in patients without tnmcal saphenous reOux. Eur J Vasc
veins of the lower limb.) Vasc Technol 2002 ; 26: 183-199. Endovasc Surg 2004 ; 28(4) : 387-90.
6. Creton D. Saphenopopliteal junctions are significantly lower 17. Sandri JL, Barros FS , Pontes S. Jacques C, Salles-Cu nh a SX.
when incompetent. Embryological hypothesis and surgical Diameter-reOux relationship in perforating veins of patients
implications. Phlebolynphology 2005; 48:347-354. with varicose veins. ) Vasc Surg 1999; 30:867-874 .
311
,
Indice Remissivo
361
CAPíTULO 28
Bernardo Massiere
Proced i mentos
Amo von Ristow
Cleoni Pedron
Cirúrgicos Ecoguiados
Alberto Vescovi
313
Ultrassonografia Vascular na Disfun ção Eréti l
359
Proced imentos Ci rúrgicos Ecog uiados
~ Figura 28.3. (A ) Visibilização da safena magna proximal (seta menor) com a fibra ótica em seu interior e a área infi ltrada
com soro ge lado no espaço perivenoso, entre as duas aponeuroses (seta maior). (8 ) Fotografia in traoperatória em que se verifica
o posicionamento do conj unto cateter/fib ra óti ca na safena prox imal.
cirurgicamente, exterioriza-se o conjunto nesse ponto e e sua utilização no tratamento de varizes de grandes va-
introduz-se a fibra ótica no lugar do guia. Caso a croça sos. A associação da escleroterapia com ao USV agregou
não tenha sido abordada, controla-se o posicionamento segurança e precisão ao métod0 910
da fibra pelo eco. A seguir, é realizada a infusão de soro fi- A ecoescleroterapia com microespuma apresenta vá-
siológico gelado no trajeto da safena magna e nos demais rias vantagens em relação à escleroterapia líquida: 1) a
trajetos varicosos a serem tratados (no lugar da solução microespuma permite o preenchimento de grandes espa-
anestésica previamente mencionada) para atuar como ços dentro das veias , a partir de volumes bem pequenos
isolante térmico. Mais uma vez a infiltração é realizada do líquido esclerosante misturado com ar; 2) a microes-
na loja safênica, entre as duas aponeuroses, facilmente puma promove o deslocamento do sangue no interior
identificadas pelo eco. A infiltração é acompanhada ao da veia varicosa durante a sua injeção, permitindo um
longo de toda a safena, geralmente por etapas, procuran- contato mais longo e intensivo com o endotélio do vaso;
do manter o efeito térmico negativo protetor (Fig. 28.3). 3) a injeção da microespuma promove um vasoespasmo
A USV permite não somente assegurar o posiciona- na veia; 4) a microespuma apresenta uma perfeita ecovi-
mento preciso da fibra dentro do tronco safeno, mas tam- sibilidade por ultrassonografia com Doppler em cores,
bém a infiltração correta no espaço interfascial. Embora o que torna o método bastante seguro; 5) a microbolha
haja relatos do uso de laser para tratamento da IVSMI apresenta uma estabilidade de no mínimo 30 minutos ,
sem emprego de eco intraoperatório, a nosso ver, seu uso garantindo, assim, uma elevada eficácia terapêutica 1 1. 12
é indispensável..J·6.s
Para preparação da espuma de polidocanol, uma
selinga de 3 ml contendo 1 ml de polidocanol a 3% é
TRATAMENTO EN DOV ASCU LAR DA conectada a uma seringa de 5 ml contendo 5 ml de ar,
INSUFICIÊNCIA VENOSA SUPERFICIAL por meio de uma torneira de infusão de 3 vias ; após 20
DOS MEMBROS INFERIORES COM movimentos na mistura do ar com o líquido, é obtida
a microespuma, ou espuma densa , como ela é também
INJEÇÃO ESCLEROSANTE DE ESPUMA
-- -- ~ designada. 10
A escleroterapia com a introdução de bolhas de ar no O paciente é colocado em posição de Trendelenburg
sistema venoso superficial, para retirar o sangue e me- e as veias-alvo, previamente mapeadas , são localizadas
lhorar a ação terapêutica do esclerosante no endotélio, por meio da USV Para realizar o tratamento na safena
foi descrita primeiro por Orbach 3 magna , um total de 5 ml de espuma é injetado, com
A constatação da capacidade de alguns esclerosantes compressão da junção safenofemoral por 15 minutos no
de produzir microespumas com potente ação terapêutica intuito de evitar a migração da espuma para o sistema
levou a um crescimento do interesse pela escleroterapia venoso profundo (Figs. 28.4 e 28.5)
315
Ultrasso n og rafi a V asc ular n a Di sfun ç ão Erét il
Quadro 32 .2. Critéri os di agnósti cos para a USV na di sfun ção erétil
Exame normal > 30-35 cm/s bil ateral Igual a zero, com o IR~l > 75% bil ateral
bil ateral
-
Exame sI características > 25 cm/s bil ateral Não relevante > 75% ou < 75%, porém com
evidentes de doença Tempo de aceleração análi se da qualidade da artéri a e
arterial alto do vo lume de flu xo bil ateral
Exame sI característi cas > 25 cm/s bilateral > 5 cm/s bilateral ou > 75% ou < 75% , porém com
evidentes de apenas doença Tempo de aceleração unilatera l, levando-se em análise da qualidade da artéria e
venoclusiva alto consideração o tanto de do vo lume de flu xo
aumento e a presença de
ereção plena
Exame c/ características < 25 cm/s unil arera l ou Não relevante, leva ndo-se em < 75% unil ateral ou bilateral
evidentes de doença bilateral con sideração os padrões
arterial monofásicos, de baixa
amplitude
357
Procedimentos Cirúrgicos Ecoguiados
3 17
Ultrassonografia Vascular na Di sfun ção Erétil
------------ ------------------------
Figura 32.16. Mesmo paciente da Fig. 32.15 apresentando oclusão da artéri a pud er.da interna direita, com col aterais
(bulbarl suprindo as artérias dorsal e cavernosa ipsil ateral.
A va riação pouco significa ti va d o diãmetro das ar- Em LOdos os exames realizados, deve-se aguardar o es-
té rias cave rnosas su ge re in adeq uad a perfusão. Um au- vaziamento com pleLO do pênis, até a flacidez , não permi-
mento do di ãm etro da artéria cave rn osa pós-fármaco d e tindo que o paciente vá para casa no estado erétil , o que
75 % em relação ao seu estado em rep ouso f: um bom inicialmente pode ser satisfatório para ele , porém gerando
faLO r in dicativo pa ra supo r resposta satisfatóri a, 19.2l1 mas posterior angústia nos estados de priapismo. O esvaziamen-
para alte rações men ores deve -se leva r em conta a ve- to do pênis deve ser feito por punção direta do corpo caver-
locidade de flu xo arteri al, que men sura , co m a área, o noso, com escalpe 19 ou l i , caso a ereção plena u ltrapasse
fl LI XO ve rdadeiro . o tempo de duas horas. Em caso de se manter apenas uma
Ve locidade diastólica final (VD F) acima de 5 cmls tumescência por algum tempo a mais, o monitoramento ga-
pós-fármaco faz em su po r redução da resistência arterial rante o controle de um possível priapismo
p or fu ga venosa. A co rrelação com a cavern osografi a/me- As situações de priapism o iatrogênico ou espo ntâ-
tlia nestes casos demonstrou -se fidedigna na sua maio- neo, se não cO l1lroladas , podem levar a da nos irreversí -
ria 2 1 (Figs 32.17 e 321 8) ve is aos corpos cave rnosos (Figs. 32 .19 e 3220)
A síntese dos crité rios d iagnósticos apresenta-se no As informações indis pensáve is no laudo da USV com
Q uad ro 32.2. TE FI constam no Q uadro 32. 2
355
Procedim e ntos Cirúrg icos Ecog ui ados
vascular no tratamento das vasculopatias. Citamos aqui, 14. Kresowik TF, Khoury MD, Miller BV, Winniforcl MD,
em ordem alfabética, aqueles a quem nós, e nossos pa- Shamma AR,Sharp WJ, et aI. A prospective study of
the incidence and natural history of femora l vascular
cientes, tudo devemos no desenvolvimento dessa técnica: complications after transluminal coronary angioplasty. J Vasc
Aldo januzzi, Ana Carla Palis, Antonio Carlos Nogueira, Surg 1991;13328-36.
Arnaldo Rabischovsky, Carmen Las Casas Pono, Lúcia 15. Ricci MA, Trevisani GT, Pilcher DV Vascular complications of
careliac catheterization. Am J Surg 1994;167:375-8.
Emmerich, Luciano Herrmann Belém, Natalie Marks, Ri-
16. Lumsden AB, Mi11er )M, Kosinski AS, A11en RC, Doclson
cardo Pires Coelho e, last bLlt not least, Salomon Israel do TF, Saiam AA , et aI. A prospective evaluation of surgica11y
Amaral. treated groin complications fo11owing percutaneous careliac
proceelures . Am Surg 1994;60: 132-7.
17. Fe11meth BD, Roberts AC, Bookstein JJ, FreischlagJA,
REFERÊNCIAS Forsythe JR, Buckner NK, et aI. Postangiographic femoral
artery injuries: nonsurgical repair with ultrasound guided
1. Amankwah KS , Seymour K, Costanza M, Berger J, compression. Racliology 1991;178:671-5.
Gahtan V Transabdominal duplex ultrasonography for 18. Coley BD, Roberts AC , Fe11meth BD, Valji K, BooksteinJ),
bedside inferior vena cava filter placement: examples, Hye RJ. PostaNgiographic femoral artery pseudoaneurysms:
technique, and review. Vasc Endovascular Surg. 2009 Aug- further experience Wilh US-gllicled compression repair.
Sep;43(4) 379-84. Raeliology 1995; 194:307 -11 .
2. Boné C. Tratamiento endoluminal de las varices con laser de 19. Agarwal R, Agrawal SK, Roubin GS, Berland L, Cox DA,
diode: estudio preliminary. Rev Patol Vasc 1999; 5 : 35 - 46. lyer SS, et aI. Clinica11y gllided closure of femoral arterial
3. Navarro L, Min RJ , Boné C. Endovenous Laser: a new pseudoaneurysms complicating careliac calhelerization anel
minima11y invasive method of treatment for varicose veins - coronary angioplasty. Calhet Cardiovasc Diagn 1993 ;30:
preliminary observations using 810nm diodc laser. Dermatol 96-100.
Surg 2001; 27(2) 117 - 122. 20. Moote D) , Hilborn MD, Harris KA, E11iott )A, MacDonald
4 . Bacca LE. Tratamento endovascular da insuficiência venosa AC , Foley lB. Poslarteriographic femoral psellcloaneurysms:
superficial de membros inferiores com laser. Monografia, treatment with ullrasound-guideel compression. Ann Vase
orientadores Ristow Av, Cury JM . PUC-Rio, 2006; 78p. Surg 1994;8:325-31.
5. Soracco JE , D'Anbola JL, Ciucci JL. Complicações no 21. Khoury M, Balra S, Berg R, 11ama K. Duple>guided
tratamento com laser endovascular em varizes de membros compression of iatrogenic femoral artery pseudoaneurysms.
inferiores. J Vasc Br 2005; 4 (4): 333 -335. Am Surg 1994;60:2347 .
6. Pichot 0, Sessa C, ChandlerJG, Nuta M, Perrin M. Role for 22. Schaub F, Theiss W, Heinz M, lagel M, Schomig A. New
duplex ímaging in endovenous ablation for primary venous aspects in ultrasound-guided compression repair of
insufficiency. J Endovasc Ther 2000;7 :451-459. postcatheterization femoral artery injuries. Circulalion 1994;
7. Medeiros CAF Tratamento cirúrgico endovascular com 90i861-5.
laser. In Merlo I, Parente JBH, Komlós PP (Eels): Varizes e 23. Hood DB, Mattos MA, Douglas MG , Barkmeier LD,
Telangiectasias, Revinter, Rio de Janeiro , 2006, Cap 29 , pg Hodgson Kj , Ramsey DE, et aI. Determinants of
288-295. success of color-fiow duplex guidecl compression
8. Orbach EJ. Sclerotherapy of varicose veins: utilization of repair of femoral pseueloaneurysms. Surgery 1996;120:
intravenous air block. Am J Surg 1944;362-6. 585-90.
9. Cabrera Garrido J, Cabrera Garcia-Olmedo JR Nuevo 24 . Feld R, Patton GM, Carabasi RA, Alexaneler A, Merton
métoelo de esclerosis en las varices tronculares . Patol Vasco D, Needleman L. Treatment ofiatrogenic femoral anery
1995;4 55-73. injuries with ullrasouncl-guided compression. J Vase Surg
10. Tessari L, Cavezzi A, Frullini A. Preliminary experience with 1992;i6832-40 .
a new sclerosing foam in the treatment of varicose veins. 25. HaJarizadeh H, LaRosa CR, Cardu110 P, Rohrer M) , Cutler
Dermatol urg. 2001 ;2758-60. BS. Ultrasound-guided comp ression of iatrogenic fem oral
11. Figueire.do Y/ , AraÚJO S, Barros N Jr, Miranda F Jr. Results of pseudoaneurysm failure , recurrence, and long-term results.)
surgical treatment compareci with ultrasound-guidecl roam Vasc Surg 1995;22:425-33.
sclerotherapy in patients with varicose veins: a prospective 26 . Cope C, leit R Coagulation of aneurysms by direct
randomised study. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2009 perculaneous thrombin injection. AJR Am J Roentgenol
Dec;38(6) 758-63 1986;147:383-7.
12. Figueiredo M, Araújo Sp, Penha-Silva . Ecoescleroterapia 27. Ascher E, Marks A, Hingorani AP, Schutzer RW, Mutyala
com microespuma em varizes tronculares primárias. J Vasc M. Duplex-guided endovascular treatment for occlusive anel
Bras. 2006;5(3) 177 -83. stenotic lesions of the femoral-popliteal arterial segment: a
13. Messina LM, Brothers TE , Wakefield TW, lelenock GB, comparative stuely in the first 253 cases. J Vasc Surg. 2006
Linclenauer SM, Greenfield LJ , et aI. Clinicai characteristics Dec;44(6) :1230-7; discussion 1237-8.
and surgical management of vascular complications in 28. Peelron C, Palis ACM, von Ristow A, Vescovi A, Massiére B,
patients unelergoing cardiac catheterization: Cury JM, Gress M, Medina AL. Tratamento enelovascular elo
interventional versus cliagnostic procedures . J Vasc Surg aneurisma da aorta abdominal em paciente com insuficiencia
1991 ;13593-600. renal crõnica. ) Vasc Bras 2006;5(4):325-30.
319
Ultrassonografia Vascular na Di sfunção Erétil
Figura 32. 12. Comunicação entre os co rpos cavernosos (A e D), entre a artéria bulbar e os corpos cavernosos (8) e entre as
artérias dorsal e cavernosa (C) .
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
353
CAPíTULO 29
Mapeamento Venoso e
Sa ndra Aparecida Ferreira Silveira
Arterial para Uti I ização como
Substituto Vascular
Indicações
A revascularização miocárdica e periférica e a confecção
de fístula arteriovenosa são as principais indicações clí-
nicas (Quadro 29.1 ).
Protocolo de exame
Paciente em posição ortostática apoiando o peso do cor- ~ Figura 29 .1. Transd utor aplicado no trajeto da safena
po no membro contralateral e mantendo o membro ava- magna, que está marcado em preto na pele.
321
Ultrassonografia Vascular na Disfunção Erétil
Figura 32.8. Corte longitudinal de placa calcificada na face ventral do corpo cavernoso direito no segmento da albugínea
(A ) e o seu respectivo corte transverso (B).
s
':i.l.!ll L~b1 Dor 1I~ - 5 3S $mPorU$up 03ê4 )3 FI #63 30(:~
.cn.
.......
"4'
M>p l
l5OdB!~ • ~ . !J
Ptru5't M.td
FI R.,. Hogh
2DOpIR ..
Co I 7$'. t.bp 6
WF L""
PRf 1!.OO H::
F.,.. Op! R«
'I
!lV/O Pg O
ColO PgO
-
I
~e
OI""
-.
B
OE.$cm
-LARGURA DA PLAC A
Figura 32.9. Medidas da extensão (A) e largura da placa no corpo peniano (B).
351
Mapea me nto Ve noso e Arte ri a l pa ra Ut ili zação como Substit uto Vascular
• Figura 29.6. Esquema das med idas obtidas na safena magna. • Quadro 29.5 . Critéri os (USV) na seleção da artéria radia l
para uti lização como enxerto
Pervi edade das artérias radial e ulnar.
Situações especiais e controversas Diâmetro > 2,5 mm da artéria radial.
Ausência de ateromatose significativa na artéria radial e ulnar.
Na ausência de veia adequada, em isquemia crítica com Avaliação ind ireta da integridade do arco palmar.
possibilidade de perda do membro , podemos, como
medida extrema , fazer a utilização de veias varicosas ou
anastomoses contínuas de veias de segmentos diferentes. Indicação
Na falta das safenas magnas e parvas, outras veias podem A principal indicação da avaliação da artéria radial para
ser utilizadas como reserva venosa autóloga, sendo as sa- utilização como enxerto é a doença coronária obstrutiva
fenas acessórias anteriores, as basílicas e as cefálicas can- com indicação cirúrgica .
didatas ao papel de substituição de segmentos arteriais
de menor extensão, sejam como únicas ou em anastomo-
Protocolo de exame
ses contínuas factíveis nos membros inferiores.
• Paciente em decúbito dorsal.
• Transdutor linear de 7-12 MHz, com ajuste da pro-
SELEÇÃO DA ARTÉRIA RADIAL fundidade e ganho em Modo B.
PARA UTILIZAÇÃO COMO • Avaliação anatômica da parede anerial (calcificação, ate-
ENXERTO AORTOCORONÁRIO romatose) e medida do diâmetro da artéria radial utili-
zando o corte ultrassonográfico transverso em pelo me-
Introdução nos 3 níveis, ou conforme necessário: punho, segmento
A utilização da anéria radial como enxeno aonocoronário médio do antebraço e próximo ao cotovelo (Fig. 29 .7).
tem-se mostrado, segundo alguns autores, superior ao uso da • Mapeamento em cores do fluxo para avaliação da
veia , devido à semelhança entre os calibres arteriais, à mesma perviedade e identificação das estenoses nas artérias
constituição da parede e ao maior tempo de patência 5 ulnar e radial (Fig. 29 .8).
O estudo da circulação colateral ulnar para suprir a • Estudo com Doppler pulsado: divide-se em duas fases.
mão é imprescindível antes da retirada da artéria radial A l a fase é estática e nela obtêm-se o padrão de fluxo e
para utilização em enxertos coronarianos. A manobra de as medidas dos picos de velocidade sistólica nas arté-
Allen começou a ser utilizada na prática cllnica em 1929, rias radial (Fig. 29.9) e ulnar (Fig. 29.10) na altura do
com o objetivo de avaliar essa circulação. Entretanto, punho. A 2a fase é dinâmica e compreende a aquisição
em alguns pacientes, a interpretação desse teste clínico do pico de velocidade sistólica na artéria ulnar após a
pode estar prejudicada pelas anomalias anatômicas das compressão manual da artéria radial (Fig. 29 .11 ).
323
Ultrassonografia Vascular na Disfunção Erétil
Tipo Forma
Psicogênicas Fato res predisponentes ou causados por situações desfavoráveis (por ex.: episódio de falha na ereção seguida
de constrangimento).
Outras Tabagismo, alcoolismo, consumo de drogas, doenças autoimunes, câncer, doença de Peyroni e.
~ Figura 32.4. (A
e B) Observam-se a
tortuosidade do corpo
peniano (A) e sua
curvatura e redução de
tamanho no estado erétil.
uma reentrada malsucedida causam no pênis ereto uma A utilização indiscriminada e muitas vezes pouco
fralura do corpo cavernoso, algumas vezes pouco per- ética d e produtos inj e táveis como terapêu tica para a dis-
ceptível, mas facilmente associável ao início da cu rvatura função erétil vem ocasionando micro ou macrotraumas
peniana (Fig. 32.5). A anamnese durante o exame facili ta repetitivos , pois os cuidados n em sempre bem geren-
a recordação desta associação. ciados na administração de forma contínua pelo pacien-
te alg umas vezes favorecem a lesão das trabéculas dos
corpos cavernosos. A orientação a ser seguida durante
a aplicação deve ser, tanto para o médico com o para o
paciente , de não fo rçar a penetração da droga em caso
de resistência, reposicionando a agulha até encontrar um
deságue fácil da substân cia (Fig. 326).
AVALIAÇÃO ULTRASSÔNICA
VASCULAR
Modo B
A avaliação ultrassônica pemana tomou-se possível com
~ Figura 32.5. Pacie nte com episódio de trauma do corpo
cavernoso durante o ato sex ua l. Observar a zona de retração o advento de transdutores de alta definição , tanto como
no segmento med ioproximal do pênis e a sua curvatura a inda na avaliação d e presumidas disfunções eré teis de ori-
suave para ci ma. gem vasculogênica com o em s ituações d e lesão do cor-
349
Mapea me nto Ve noso e Arte ri a l pa ra Uti lização como Subst ituto Vasc ul a r
325
CAPíTULO 32
Nostradamus Augusto Coelho
Disfunção Erétil
347
CAPíTULO 30
U Itrassonografia Vascular na
Marcondes Figuei redo
Escleroterapia com Espuma Salustiano Pereira de Araujo
em Varizes
PROTOCOLO
Escolha do transdutor
Utiliza-se um transdutor linear de 5-12 MHz tanto para
a avaliação di agnóstica quanto para o tratamento e acom-
panhamento.
Programação do equipamento
Geralmente a programação pode variar de acordo com
Oecografista vascular, porém existe uma preferência de ~ Figura 30.1. Presença de cateter no interior da veia.
327
Ultrassonografia Vascular do Escroto
Figura 31.18. Outros achados. (A) Tromboflebite aguda das veia do plexo pampiniforme. (8) Espessamento parietal em veias
do plexo pampinifo rme secundário a processo inflamatório. (C) Hérnia escrotal: alça intestinal com gás adjacente ao testículo. (D)
Canal inguinal co m aumento de espessura de partes moles associados à dilatação de canalículos linfáticos.
345
Ultrêl 5so n og rafia Vascular na Esc leroterapié1 com Espuma em Varizes
329
Ultrassonografia Va scu lar do Escroto
Figura 31 .16. Alterações texturais secundárias a processo inflamatório. (A) e (8 ). Testículo : irregularidade do contorno, padrão
textural grosseiro com pontos ecogênicos. (C) Epidídimo heterogêneo associado a hidrocele. (D) Testículo heterogêneo, ectasia
da rede testis.
343
U ltrass on ografia V asc ul ar na Esc lerot erapi a c om Espuma em V arize s
Figura 30.9. Espessamento da pa rede e desorga ni zação da mes ma pós-tratamento tardi o com espuma na safena magna .
Figura 30.10. (A) Travas fibróticas no interi or da ve ia, pós-tro mbose venosa. (8) Trava fibróti ca no interi or da safena, pós-es-
cl eroterapi a com es puma.
Figura 30.11. (A) Safena magna com oc lu são total. (8) In co mpress ibilidade da veia pós-tratamento.
33 1
Ult rassonografia Vascula r do Escroto
341
Ultrassonografi a V asc ular na Escl eroterapi a com Espum a em Va ri zes
Figura 30.14. (A) MZS, 74 anos, apresentando lesão ulcerada extensa pré-tratamento com microespuma. (8 ) Lesão em
acompanhamento tardi o quase cicatrizada.
333
Ultrassonografia Vascular do Escroto
• Torção testicular
• Orquiepid id imite
• Torção de apêndice testicular ou epididimal
• Hérnia inguinoescrotal encarcerada
• Edema escrota I agudo idiopático
• Hidrocele aguda
• Púrpu ra de Henoch-Schoelein
• Trauma escrota I e hematocele
TORÇÃO TESTICULAR
Causa mais comum de dor testicular em crianças 6
Os achados da ultrassonografia dependem do tempo
de isquemia e do grau de torção (Fig 3114)
Quanto mais rápidos forem o diagnóstico e o trata-
mento , maior a possibilidade de se manter a viabilidade
testicular (cerca de 80-100% nas primeiras 5 horas des-
de o início dos sintomas) 2 .4
Torção crônica pode resultar em atrofia testicular e
infertilidade 2 (Quadro 314)
Entre 6 e 12 horas:
Alterações Testiculares: Além das alterações descritas,
torna-se mais hipoecoico e a textura mais heterogênea.
Alterações Extratesticulares: Epidídimo de espessura
aumentada, hipoecogênico e hete rogêneo, podendo não
ser caracterizado.
Massa ecogênica paratesticular, heterogênea, adjacente à
face posterossuperior e lateral do testículo (epidídimo
edemaciado e porção intraescrotal do cordão torcido).
Fase Crônica:
Testículos de dimensões reduzidas e difusamente hipoecoico
Redução da massa paratesticular
~ Figura 31 .13. Artéria supratesticular. Padrão de fluxo nor-
Redução da espessura da parede escrota I
mal, onda de alta resistência apiculada. Parâmetros normais: Redução da hidrocele
VPS = 7,5-27,5 cm /s e IR = 0,63-1 (W . Schaberie).
339
CAPíTULO 31
Lucigl Regueira Teixeira
U Itrassonografia
Ana Claudia Luz Coelho
Vascu lar do Esc roto
ras intraescrotais.
335
U Itrassonografi a Vas c ular do Escroto
337
Ultrassonografia Vas c ular do Escroto
33 7
CAPíTULO 31
U Itrassonografia Lucigl Regueira Teixeira
Ana Claudia Luz Coelho
Vascu lar do Escroto
335
U Itrassonografia Vas cu la r do Escroto
• Torção testicular
• Orquiepidid im ite
• Torção de apêndice testicular ou epididimal
• Hérnia inguinoescrotal encarcerada
• Edema escrota I agudo idiopático
• Hidrocele aguda
• Púrpura de Henoch-Schoelein
• Trauma escrota I e hematocele
TORÇÃO TESTICULAR
Causa mais comum de dor testicular em crianças 6
Os achados da ultrassonografia dependem do tempo
de isquemia e do grau de torção (Fig 31.14).
Quanto mais rápidos forem o diagnóstico e o trata-
mento, maior a possibilidade de se manter a viabilidade
testicular (cerca de 80-100% nas primeiras 5 horas des-
de o início dos sintomas) 2.4
Torção crônica pode resultar em atrofia testicular e
infertilidade 2 (Quadro 31.4).
Entre 6 e 12 horas:
Alterações Testiculares: Além das alterações descritas,
torna-se mais hipoecoico e a textura mais heterogênea.
Alterações Extratesticulares: Epidídimo de espessura
aumentada, hipoecogênico e heterogêneo, podendo não
ser caracterizado.
Massa ecogênica paratesti cular, heterogênea, adjacente à
face posterossuperior e lateral do testículo (epidídimo
edemaciado e porção intraescrotal do cordão torcido).
Fase Crônica:
Testículos de dimensões reduzidas e difusamente hipoecoico
Redução da massa paratesticular
~ Figura 31.13. Artéria supratesticular. Padrão de fluxo nor-
Redução da espessura da parede escrota I
mal, onda de alta resistência apiculada. Parâmetros normais: Redução da hidrocel e
VPS = 7,5-27,5 cm /s e IR = 0,63-1 (W. Schiiberie).
339
Ultrasson ografi a Vasc ular na Escl eroterapi a co m Espum a em Vari zes
Figura 30.14. (A ) MZ5, 74 a nos, a presenta ndo lesão ulce rad a exte nsa pré-tratamento com m ic roespu ma . (8 ) Lesão e m
acompa nh a me nto ta rdi o qu ase c icatri zad a.
333
U It rassonografia Vascula r do Esc roto
341
Ultrassonografia Va sc ul ar na Esc le rote rapia co m Espuma em Varize s
Figura 30.9. Espessamento da parede e deso rga ni zação da mesma pós-tratamento tardio com espuma na safena magna.
Figura 30.10. (A) Travas fibróticas no interior da ve ia, pós-trombose venosa. (B) Trava fibrótica no interior da safena, pós-es-
cleroterapia com esp uma.
Figura 30.11. (A) Safena magna com ocl usão total. (B) Inco mpress ibi Iidade da veia pós-tratamento.
331
Ultrassonog rafia Vascular do Escroto
UL TRASSONOGRAFIA COM DOPPLER Não alte ram o diãmetro com manobra de Valsalva
EM CORES NAS VARICOCELES ou decúbito.
As varicoceles do lado direito são raras (menos de 2%
Trata-se da dilatação das veias do plexo pampiniforme, dos homens nom1ais ou inférteis), ll secundárias a obstrução
de ocorrência comum, incidindo em cerca de 8-22,9% ou compressão da veia cava inferior elou das espermáticas.
dos homens sem história conhecida de infertilidade e em Nesses casos, o fluxo venoso é espontâneo, contínuo, de ve-
torno de 37% dos inférteis, IO podendo estar associadas a locidades maiores que nas varicoceles extratesticulares, que
aumento do volume e dor escrota!. não se alteram durante a manobra de Valsalva.
As varicoceles primárias J3 geralmente ocorrem por A ultrassonografia em Modo B mostra imagens ane-
incompetência valvular na veia espermática interna (tes- coicas tubulares e serpiginosas, paratesticulares, com di-
ticular) e/ou anormalidades na veia renal esquerda 2 . 11 âmetros> 2,0 mm , estendendo-se para o canal inguina!.
Aumentam de diãmetro com a manobra de Valsalva e em Raramente podem ser intratesticulares (menos de 2 %
posição ortostática. da populaçãO com sintomas escrotais), geralmente à esquer-
São mais comuns do lado esquerdo, podendo ser bi- da, associadas a varicoceles extra testiculares homolaterais,
laterais em cerca de 20% dos casos de infertilidade. também relacionadas com infertilidade, podendo ser res-
As varicoceles secundárias decorrem de aumento de ponsáveis por quadro de dor, edema e massa escrota!.
pressão nas veias espermáticas e/ou suas t1ibutárias devi- Aparecem no Modo B como imagens tubulares, ane-
do à obstrução e/ou compressão venosa por massas ab- coicas e serpiginosas, com diâmetros> 3,0 mm , situadas
dominais, retroperitoniais ou pela Síndrome de quebra- em torno do mediastino testicular, e subcapsulares, po-
nozes (compressão da veia renal esquerda pela artéria dendo ser confundidas com cistos testiculares, ectasia da
mesentérica superior). rede testis, hematoma e orquite focal.
Figura 31 .16. Alterações texturai s secundárias a processo inflamatório. (A ) e (8 ). Testícu lo: irregularidade do contorno, padrão
textural grosseiro com pontos ecogên icos. (C) Epidídimo heterogêneo associado a hidrocel e. (D ) Testículo heterogêneo, ectasia
da rede testi s.
343
Ultrél 5so n og rafi a Va sc ul ar !l ei Escleroterapiél com Espuma em Variz es
Figura 30.6. A cla 'i<; ifiração ue Y'lmaki com os seus critéri os ultrassonográfi cos.
329
Ultrassonografia Vascular do Escroto
Figura 31.18. Outros achados. (A) Tromboflebite aguda das veias do plexo pampiniforme. (8) Espessamento parietal em veias
do plexo pampiniforme secundário a processo inflamatório. (C) H érnia escrotal: alça intestinal com gás adjacente ao testículo. (D)
Canal inguinal com aumento de espessura de partes moles associados à dilatação de canalículos linfáticos.
345
CAPíTULO 30
Ultrassonografia Vascular na
Marcondes Figueiredo
Escleroterapia com Espuma Salustiano Pereira de Araujo
em Varizes
PROTOCOLO
Escolha do transdutor
Utiliza-se um transduwr linear de 5-12 MHz tamo para
a avaliação diagnóstica quanw para o tratamento e acom-
panhamento .
Programação do equipamento
Geralmente a programação pode variar de acordo com
o ecografista vascular, porém existe uma preferência de ~ Figura 30.1. Presença de cateter no interior da veia .
327
CAPíTULO 32
Nostradamus Augusto Coelho
Disfunção Erétil
347
M apea mento Venoso e Arte ri al para Utili zação como Substituto Vasc ul ar
325
Ultrassonografia Va sc ular na Di sfunção Erét il
Tipo Forma
Psicogênicas Fatores predisponentes ou ca usados por situações desfavoráveis (por ex. : episódio de falha na ereção segu ida
de constrangim ento).
Neurológicas Alte rações dos impulsos de ereção descendentes da medula ou parassimpático sacral na pelve. Alterações
centrais no controle da ereção.
Venosas Alteração venosa primária, alterações venosas secundári as à cirurgia, anormalidade da túnica albugínea, falha
na função do músculo li so cavernoso.
Outras Tabagismo, alcooli smo, cons umo de drogas, doenças autoimunes, câncer, doença de Peyronie.
.. Figura 32.4. (A
e B) Observam-se a
to rtuos idade do corpo
peniano (A ) e sua
curvatura e redução de
tamanho no estado eréti l.
uma reentrada malsucedida causam no pênis ereto uma A utilização indiscriminada e mui tas vezes pouco
fratura do corpo cavernoso, algumas vezes pouco per- ética de produtos injetáveis como terapêutica para a dis-
ceptível, mas facilmente associável ao início da curvatura função erétil vem ocasionando micro ou macrotraumas
peniana (Fig. 32.5) A anamnese durante o exame facilita repetitivos , pois os cuidados nem sempre bem geren-
a recordação desta associação. ciados na administração de forma contínua pelo pacien-
te algumas vezes favorecem a lesão das trabéculas dos
corpos cavernosos. A orientação a ser seguida durante
a aplicação deve ser, tanto para o médico como para o
paciente, de não forçar a penetração da droga em caso
de resistência, reposicionando a agulha até encontrar um
deságue fácil da substância (Fig. 32.6) .
AVALIAÇÃO ULTRASSÔNICA
VASCULAR
Modo B
A avaliação ultrassônica peniana tornou-se possível com
.. Figura 32 .5. Paciente com episódio de trauma do corpo
cavernoso durante o ato sexual. Observar a zona de retração o advento de transdutores de alta definição, tanto como
no segmento medioprox imal do pênis e a sua c urvat ura ainda na avaliação de presumidas disfunções eréteis de ori-
suave para c ima. gem vasculogênica como em situações de lesão do cor-
349
Mapeamento Veno so e Arterial para Utilização como Substituto Vascular
~ Figura 29.6. Esquema das med idas obtidas na safena magna. ~ Quadro 29.5. Critérios (USV) na seleção da artéria radial
para util ização como enxerto
323
Ultrassonografia Vascular na Disfunção Erétil
Figura 32.8. Corte longitudinal de placa calcificada na face ventral do corpo cavernoso direito no segmento da albugínea
(A ) e o seu respectivo corte transverso (B).
351
CAPíTULO 29
Mapeamento Venoso e
Sandra Aparecida Ferreira Silveira
Arterial para Uti I ização como
Substituto Vascular
SELEÇÃO DE VEIA PARA UTILIZAÇÃO ~ Quadro 29.1. Indicações da USV para seleção de
substituto vascul ar
COMO ENXERTO
Revascu lari zação miocárdi ca
Introdução Revascu lari zação periférica
Confecção de fístul a arteri ovenosa para acesso de
A safena autóloga começou a ser usada como substituto hemodiálise*
arterial na obstrução femoropoplítea pela primeira vez por 'Esse tóp ico será discutido em outro capítulo.
Kulin, l em 1949. Ela é considerada, pela maioria dos ci-
rurgiões vasculares, o melhor substituto vascular para ar-
térias de pequenos e médio calibres 2 Entretanto, 8,5-30%
dos pacientes 3 que necessitam de revascularização não
dispõem de safena autóloga, uma vez que se submeteram
previamente a safenectomia ou suas safenas não são ade-
quadas devido aos seus diâmetros , extensão, presença de
trombose, inflamação, estenose e/ou dilatações.
Com o advento da ultrassonografia vascular com
Doppler, tem sido possível informar o estado anatõmi-
co e funcional das safenas magna e parva, objetivando
fornecer para o cirurgião cardiovascular parãmetros que
possam ajudá-lo a decidir se são adequadas como subs-
tituto vascular. 4
Indicações
A revascularização miocárdica e periférica e a confecção
de fístula arteriovenosa são as principais indicações clí-
nicas (Quadro 29 .1).
Protocolo de exame
Paciente em posição ortostática apoiando o peso do cor- ~ Figura 29. 1. Transdu tor ap licado no trajeto da safena
po no membro contralateral e mantendo o membro ava- magna, que está marcado em p reto na pe le.
321
Ult rassonog rafia Vascular na Disfun ção Erétil
Figura 32.12. Comunicação entre os corpos cavernosos (A e D ), entre a artéria bulbar e os corpos cavernosos (B) e entre as
artérias dorsal e cavernosa (C) .
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
353
Procedim e ntos Ci rúrgicos Ecoguiados
vascular no tratamento das vasculopatias. Citamos aqui, 14. Kresowik Tf, Khoury MD , Miller BV, Winniford MD,
Shamma AR,Sharp W] , el a!. A prospeclive sludy of
em ordem alfabética, aq ueles a quem nós, e nossos pa-
lhe incidence and nalural history of femoral vascular
cientes, tudo devemos no desenvolvimento dessa técnica: complicalions afler lransluminal coronary angioplasly. J Vasc
Aldo januzzi, Ana Carla Palis, Antonio Carlos Nogueira, Surg 1991;13:328-36.
Arnaldo Rabischovsky, Carmen Las Casas Pono, Lúcia 15. Ricci MA, Trevisani CT, Pilcher DV Vascular complications of
cardiac catheterizal ion. Am] Surg 1994;167:375-8.
Emmerich , Luciano Herrmann Belém , Natalie Marks , Ri-
16. Lumsden AB, Miller JM, Kosinski AS , Allen RC, Dodson
ca rdo Pires Coelho e, last but not least, Salomon Israel do Tf, SaIam AA, el a!. A prospeclive evalualion of surgically
Amaral. lreated gro in complicalions following perculaneous cardiac
procedures. Am Surg 1994;60: 132-7.
I? Fellmelh BD, Roberts AC, BooksteinJ] , FreischlagJA,
REFERÊNCIAS Forsylhe JR, Buckner NK, el a!. Postangiographic femoral
anery injuries: nonsurgical repair \l\'Íth ultrasound guided
1. Amankwah KS , Seymour K, Costa nza M, Berger ] , compression. Radiology 1991;178:671-5.
Gahtan V Transabdominal duplex ultrasonography for 18. Coley BD, Robens AC, Fellmelh BD, Valji K, Bookstein JJ,
bedside inferior vena cava fi lter placement: examples, Hye Rj. Posta giographic femoral anery pseucloaneurysms:
technique , and revi ew. Vasc Endovascular Surg. 2009 Aug- funher experience Wilh US-guided compression repair.
Sep;4 3( 4):379-84. Radiology 1995;194307-11.
2. Boné C. Tratamiento endoluminal de las varices con laser de 19. Agarwal R, Agrawal SK, Roubin GS , Berland L, Cox DA ,
diode: estudio prelimínary. Rev Patol Vasc 1999; 5 : 35 - 46. Iyer 55 , el a!. Clinically guided closure of femoral arterial
3. Navarro L, Min RJ. Boné C. Endovenous Laser: a new pseueloaneurysms complicating cardiac calheterization anel
minimally invasive method of treatment for varicose veins - coronary angioplasly. Calhet Cardiovasc Diagn 1993 ;30:
preliminary observations using 810nm diodc laser. Dermatol 96-100.
Surg 2001; 27(2): 117 - 122. 20. Moole D] , Hilborn MD, Harris KA , ElliottJA, MacDonald
4. Bacca LE. Tratamento endovascular da insuficiência venosa AC, Foley lB. Postarteriographic femoral pseueloaneurysms:
superficial de membros inferiores com laser. Monografia, lreatment \l\'Ílh ultrasound-guided compression. Ann Vase
orientadores Ristow Av, Cury JM. PUC-Rio, 2006; 78p . Surg 1994;8:325-31.
5. Soracco JE , D'Anbola JL, Ciucci JL. Complicações no 21. Khoury M, Batra 5, Berg R, llama K. Duple>guieleel
tratamento com laser endovascular em varizes de membros comp ression of ialrogenic femoral anery pseueloaneurysms.
inferiores. J Vasc Br 2005 ; 4 (4): 333 -335. Am Surg 1994;60:2347.
6. Pichot 0 , Sessa C, Chandler JG , Nu ta M, Perrin M. Role for 22. Schaub f, Theiss W, Heinz M, Zagel M, Schomig A. New
duplex imaging in endovenous ablation for primary venous aspects in ultrasounel-guieleel compression repair of
insufficiency. J Endovasc The r 2000;7:451-459. postcathelerizalion femoral anery injuries. Circulalion 1994;
7. Medeiros CAF Tratamento cirúrgico endovascular com 90:i861 -5.
laser. In Merlo 1, Parente JBH , Komlós PP (E ds): Varizes e 23. Hood DB, Mattos MA, Douglas MG, Barkmeier LD ,
Telangiectasias, Revintcr, Rio de Janeiro, 2006 , Cap 29 , pg Hoelgson KJ , Ramsey DE, el a!. Delerminants of
288-295. success of color-flow eluplex gUideel compression
8 . Orbach Ej. Sclerotherapy of varicose veins: utilization of repair of femoral pseudoaneurysms. Surgery 1996; 120:
intravenous aír block. Am J Surg. 1944;362-6. 585-90.
9. Cabrera Garrid o J, Cabrera Garcia-Olmedo JR. uevo 24. Felel R, Patton GM, Ca rabasi RA , Alexander A, Merlon
método de esclerosis en las varices tronculares. Patol Vasco D, Needleman L. Trealment ofiatrogenic femoral artery
1995;4: 55-73. injuries wilh ultrasounel-guideel compression. J Vase Surg
10. Tessari L, Cavezzi A, Frullini A. Preliminary experience \I\'Íth 1992;i6832-40.
a new sclerosing foam in the treatment of varicose veins. 25 . Hajarizaeleh H, LaRosa CR , Cardullo P, Rohrer MJ, CUller
Dermatol Surg 2001;27:58-60. BS . Ultrasounel-guieled compression of ialrogenic femoral
11. Figueirt>do M, AraÚJO S, Barros N J r, Miranda F ]r. Results of pseueloaneurysm failure, recurrence, anel long-term results. J
surgical treatment compared \l\'Íth ultrasound-guided foam Vasc Surg 1995;22425-33.
sclerotherapy in patients \l\'Íth va ricose veins: a prospective 26. Cope C, Zeil R. Coagulation of aneu rysms by elirecl
randomised study. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2009 perculaneous lhrombin ínjeclion. AJR Am J Roentgenol
Dec;38(6):758-63 1986;147383-7.
12. Figueiredo M, Araújo SP, Penha-Silva . Ecoescleroterapia 27. Ascher E, Marks NA, Hingorani Ap, Schulzer RW, MUlyala
com microespuma em varizes tronculares primárias. ] Vasc M. Duplex-guicleel enelovascular treatment for occlusive anel
Bras. 2006;5(3): 177 -83. slenotic lesions of lhe femo ral-poplileal arterial segment: a
13. Messina LM, Brothers TE, Wakefield TW, Zelenock CB, compa ralive sludy in the fi rst 253 cases. J Vasc Surg. 2006
linclenauer SM , Greenfield L], et a!. ClinicaI characteristics Dec;44(6): 1230-7; eliscussion 1237-8.
anel surgical management of vascular complications in 28. Peelron C, Palis ACM , von Ristow A, Vescovi A, Massiére B,
patie nt s undergoing cardiac catheterization: Cury JM , Gress M, Meelina AL. Tralamento enelovascular do
interventional versus diagnoslic procedu res. J Vasc Surg aneurisma da aorta abdominal em paciente co m insuficiência
1991;13:593-600 renal crõnica. ] Vasc Bras 2006 ;5(4):325-30.
319
U ltrassonografia Vascular na Disfunção Erétil
Figura 32.16. Mesmo paciente da Fig. 32.15 apresentando oclusão da artéria pudenda interna direita, com colaterais
(bulbar) suprindo as artérias do rsal e cavernosa ipsi lateral.
A variação pouco SIgnificativa do di âmetro das ar- Em todos os exames realizados, deve-se aguardar o es-
té rias cavernosas sugere inadequada perfusão. Um au- vaziamento completo do pênis, até <1 f1acidez , não pem1i-
mento do diâmetro da artéria cavernosa pós-fármaco de tindo que o paciente vá para casa no estado erétil , o que
75 % em relação ao seu estado em repouso P. um bom inicialmente pode ser satisfatório para ele, porém gerando
fator indicativo para supor resposta satisfatória, 192'1 mas posterior angústia nos estados de pliapismo. O esvaziamen-
para alterações menores deve-se levar em conta a ve- to do pênis deve ser feito por punção direta do corpo caver-
locidade de f1uxo arterial , que mensura, com a área , o noso , com escalpe 19 ou 21 , caso a ereção plena ultrapasse
f1uxo verdadeiro. o tempo de duas horas . Em caso de se manter apenas uma
Velocidade diastólica final (VDF) acima de 5 cmls tumescência por algum tempo a mais , o monitoramento ga-
pós-fármaco fazem supor redução da resistência arterial rante o controle de um possível priapismo.
por fuga venosa. A correlação com a cavemosografialme- As situações de priapismo iatrogênico ou espontã-
tria nestes casos demonstrou-se fidedigna na sua maio - neo, se não controladas, podem levar a danos lITeversí-
ria 21 (Figs. 32 .17 e 3218) ve is aos corpos cavernosos (Figs. 32.19 e 3220)
A síntese dos critérios diagnósticos apresenta-se no As informações indispensáveis no laudo da USV com
Quadro 32.2. TEFI constam no Quadro 32.2.
355
Procedimentos Ci rú rgicos Ecoguiados
317
Ultrassonografia Vasc ul ar na Disfunção Erét il
Exame normal > 30- 35 cm/s bi lateral Igual a zero, com o IR~l > 75% bilateral
bi lateral
Exame sI características > 25 cm/s bi latera l Não relevante > 75% ou < 75%, porém com
evidentes de doença Tempo de ace leração análise da qualidade da artéri a e
arterial alto do vo lume de fluxo bi latera l
Exame sI características > 25 cm/s bilateral > 5 cm/s bilateral ou > 75% ou < 75%, porém com
evidentes de apenas doença Tempo de aceleração un ilatera l, levando-se em análise da qualidade da artéri a e
venoclusiva alto consideração o tanto de do volume de fluxo
aumento e a presença de
ereção plena
Exame c/ características < 25 cm/s unilareral ou Não relevante, levando-se em < 75% unil ateral ou bilateral
evidentes de doença bilatera l consideração os padrões
arterial monofásicos, de baixa
amp litude
357
Proced imentos Cirúrg icos Ecogu iados
~ Figura 28.3. (A) Visibi lização da safena magna proximal (seta menor) com a fibra ótica em seu interior e a área infiltrada
com soro gelado no espaço perivenoso, entre as duas aponeuroses (seta maior). (8 ) Fotografia in traoperatória em que se verifica
o posicionamento do conjunto cateter/fibra ótica na safena proximal.
cirurgicamente, exterioriza-se o conjunto nesse ponto e e sua utilização no tratamento de varizes de grandes va-
introduz-se a fibra ótica no lugar do guia. Caso a croça sos . A associação da escleroterapia com ao USV agregou
não tenha sido abordada, controla-se o posicionamento segurança e precisão ao métod0 9 .1O
da fibra pelo eco. A seguir, é realizada a infusão de soro fi- A ecoescleroterapia com microespuma apresenta vá-
siológico gelado no trajeto da safena magna e nos demais rias vantagens em relação à escleroterapia líquida: 1) a
trajetos varicosos a serem tratados (no lugar da solução microespuma permite o preenchimento de grandes espa-
anestésica previamente mencionada) para atuar como ços dentro das veias , a partir de volumes bem pequenos
isolante térmico. Mais uma vez a infiltração é realizada do líquido esclerosante misturado com ar; 2) a microes-
na loja safênica, entre as duas aponeuroses , facilmente puma promove o deslocamento do sangue no interior
identificadas pelo eco. A infiltração é acompanhada ao da veia varicosa durante a sua injeção , permitindo um
longo de toda a safena, geralmente por etapas , procuran- contato mais longo e intensivo com o enclotélio do vaso;
do manter o efeito térmico negativo protetor (Fig. 28.3). 3) a injeção da microespuma promove um vasoespasmo
A USV permite não somente assegurar o posiciona- na veia; 4) a microespuma apresenta uma perfeita ecovi-
mento preciso da fibra dentro do tronco safeno, mas tam- sibilidade por ultrassonografia com Doppler em cores,
bém a infiltração correta no espaço interfascial. Embora o que torna o método bastante seguro; 5) a microbolha
haja relatos do uso de laser para tratamento da IVSMI apresenta uma estabilidade de no mínimo 30 minutos ,
sem emprego de eco intraoperatório, a nosso ver, seu uso garantindo , assim , uma elevada eficácia terapêutica ll.l 1
é indispensável. 46-8
Para preparação da espuma de polidocanol, uma
seringa de 3 ml contendo 1 ml de polidocanol a 3% é
TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA conectada a uma seringa de 5 ml contendo 5 ml de ar,
INSUFICIÊNCIA VENOSA SUPERFICIAL por meio de uma torneira ele infusão de 3 vias; após 20
DOS MEMBROS INFERIORES COM movimentos na mistura do ar com o líquido , é obtida
a microespuma, ou espuma densa , como ela é também
INJEÇÃO ESCLEROSANTE DE ESPUMA
- . designada. 10
A escleroterapia com a introdução de bolhas de ar no O paciente é colocado em posição de Trendelenburg
sistema venoso superficial, para retirar o sangue e me- e as veias-alvo , previamente mapeadas , são localizadas
lhorar a ação terapêutica do esclerosante no endotélio, por meio da USV Para realizar o tratamento na safena
foi descrita primeiro por Orbach J magna, um total ele 5 ml de espuma é injetado, com
A constatação da capacidade de alguns esclerosantes compressão da junção safenofemoral por 15 minutos no
de produzir microespumas com potente ação terapêutica intuito de evitar a migração da espuma para o sistema
levou a um crescimento do interesse pela escleroterapia venoso profundo (Figs. 28.4 e 28.5).
315
Ultrassonografia Vasc ul ar na Di sfunção Erétil
359
CAPíTULO 28
Bernardo Massiere
Proced i mentos
Arno von Ristow
Cleoni Pedron
Cirúrgicos Ecoguiados
Alberto Vescovi
31 3
,
Indice Remissivo
361
Ultrassonog rafia Vascular na Avaliação das Varizes dos Me mbros In feriores
- extensão do refluxo nas veias safenas 7. Engelhom CA, Engelhom AL, Salles-Cunha SX, Picheth
F, Castro)r N, Dabul]r, et aI. Relationship between reflux
padrão de refluxo nas veias safenas magna e parva
and greater saphenous vein diameter.) Vasc Technol 1997;
localização daJSP: distãncia em relação à prega po- 21(3):167-72.
plítea e posicionamento em relação à linha média 8. van Bemmelen S, Bedford G, Beach K, Strandnessjr DE .
localização das veias perfurantes insuficientes ou Quantitative segmental evaluation of venous valvular reflux
\vith duplex ultrasound scanning. ) Vasc Surg 1989 ; 10(4):
de drenagem em relação à interlinha articular do 425-31.
joelho ou à base do pé 9. labropoulos N, Tiongson) , Pryor L, Tassiopoulos AK, Kang
fontes de refluxo não relacionado às veias safenas, SS, Ashraf Mansour M, et aI. Definition of venous reflux in
lower-extremity veins . J Vasc Surg 2003 ; 38(4): 793-8.
principalmente veias pudendas e perineais, além
10. Min R), Khilnani NM, Golia P. Duplex Ultrasound Evaluation
de veias perfurantes indiretas of Lower Extremity Venous Insufficiency. ) Vasc lnterv Radiol
segmentos das veias safenas hipoplásicos, atrési- 2003; 14:1233-1241.
cos ou retirados cirurgicamente 11. Engelhom CA, Engelhom AL, Cassou MF, Salles-Cunha SX.
Pattems of saphenous reflux in women with primary varicose
presença de coto residual nas veias safenas, com veins.) Vasc Surg. 2005; 41(4): 645-51.
respectivos diâmetros e presença ou não de refluxo 12. Engelhom CA, Engelhom AL, Cassou MF, Casagrande C,
Gosalan CJ, Ribas E. Classificação anátomo-funcional da
insuficiência das veias safenas baseada no eco-Doppler
REFERÊNCIAS colorido, dirigida para o planejamento da cirurgia de varizes.
J Vasc Br 2004, 3(1): 13-9.
1. Santos MERC. Insuficiência venosa crônica: conceito, 13. Engelhom CA, Engelhom AL. Ultra-sonografia nas varizes
classificação e fisiopatologia. In Brito C). Cirurgia Vascular. dos membros inferiores. In Maffei FHA, Doenças Vasculares
Rio de Janeiro: Revinter, 2008 , p.1498-1508. Periféricas, Guanabara Koogan (4' ed.), 2008, p. 535-552.
2. Coleridge-Smith P, labropoulos N, Partsch, Myers K, 14. Lemasle P, Lefebvre-Vilardebo, Tamisier D, Baud JM, Comu-
Nicolaides A, Cavezzi A. Duplex Ult rasound Investigation Thenard A. Confrontation echo-chirugicale de la terminaison
of lhe Veins in Chronic Venous Disease of the Lower Limbs de la saphéne externe dans lê cadre de la chirurgie d 'exérése.
-UIP Consensus Document. Part I Basic PrincipIes. Eur) Phebologie 1995,3:321-27.
Vasc Endovasc Surg 2006; 31,83-92. 15. labropoulos N, Tiongsonj, Pryor L, Tassiopoulos A, Kang
3. Ciggíati A. Fascial relationships of the long saphenous vein. SS , Mansom MA, et aI. Nonsaphenous superficial vein
Circulation 1999; 100:2547-2549. refluxo J Vasc Surg 2001; 34:872-7.
4. Bailly M, Cartographie CHIVA. Encyclopedie Medico- 16. Seidel AC, Miranda F, )uliano Y, Novo NF, Dos Santos JH, De
Chirurgicale. Paris; 1993:43-161-B:1-4. Souza DF Prevalence of varicose veins and venous anatomy
5. Ricci S, Georgiev M. Ultrasound anatomy of the superficial in patients without truncaI saphenous refluxo Eur) Vasc
veins of the lower limb.) Vasc Technol 2002; 26: 183-199. Endovasc Surg 2004; 28(4) : 387-90.
6. Creton D. Saphenopopliteal junctions are significantly lower 17. Sandri JL, Barros FS, Pontes S. jacques C, Salles-Cunha SX
when incompetent. Embryological hypothesis and surgical Diameter-reflux relationship in perforating veins of patients
implications. Phlebolynphology 2005; 48:347-354. with varicose veins. j Vasc Surg 1999; 30:867-874.
311
índi ce Remi ss ivo
363
Ultrassonografia Vasc ular na Avaliação das Va riz es dos Membros Infe riores
Figura 27 .23. Avaliação pós-safenectomia magna. (A) Figura 27.2 " . (A) Exemplo de coto res idual da ve ia safena
ausênci a de coto residual da ve ia safena magna . (B) Presença magna (calibre de 7,7 mm e 14 mm de extensão) com reflu xo
de ve ia tributária da junção safenofemoral. ao Doppl er pul sado origin ando (B) veias tributári as.
veias sa fen as acessó ri as e o utras fontes d e reOuxo, tais O ut ro as pec to releva nte na ava li 2ção el e varizes
co m o ve ias pud end as e pe rinea is e ve ias perfurantes d e rec ieli vadas na região ant eromeel ia l ela coxa é a p rese n -
co xa e perna . ça d e ve ias sa fen as acessó rias com re flu xo origin and o
Na presença d e veias tributárias na região antero- ve ias tr ibutá ri as n a coxa e n a perna . Va le lemb ra r a
m ediaI d e coxa e perna, d eve-se identifica r eventual coto an a to mi a ultrasso n ográ fi ca d as ve ias sa fenas ace ssó -
residual d a VS M e p esquisar re Ouxo n o mesmo pela m a- rias ante ri or e p os teri o r desc ritas ant er io rme n te, cuj os
n ob ra d e Valsalva, assim como d eterminar seu diâmetro trajetos dife rem d a VSM , e s u a loca lização su pe r ficia l
e sua extensão, além d e identificar ve ias tributá rias (fi g. ao compartim ento safê ni co a pa rtir do segme n to pro-
27 .24A e B). Particularmente na j SF é impo rtante pes- x ima l d e coxa .
quisar a presença d e n eovascularização identificada por Além disso , a recidiva d e varizes na região poste rior
veias se rpentiginosas d e pequeno calibre. d e perna pode esta r relaci on ad a à presen ça de coto resi-
309
índi ce Rem iss ivo
365
Ultrassonografia Vascular na Avaliação das Varizes dos Membro s Inferiores
""
""
""
",
--- --- "
/
/
/
/
/
/
/
Figura 27. 18. Exempl o de padrão de reflu xo distai na veia safena magna (VSM). (A) Ausência de refluxo na junção
safe nofemora l, (B) na VSM na coxa e no joelho. (C) Veia tributária tran sferindo refluxo para VSM na perna. (D) Refluxo na VSM
na perna.
",
",
",
",
",
",
",
",
--
/
/
/
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
.... ....
307
índi ce Remi ss ivo
- - - informações indispensáveis para o - intervenções infrainguinais carotídeas - - - veia safena magna e compartimento
laudo, 144 e de fístulas arteriovenosas dirigidas safênico, 305
- - - limitações da ullrassonografia , 144 pela, 259 - - técnica para diagnóstico, 295
- - - protocolo, 13 7 - membros superiores, 228 - escleroterapia com espuma
- - - técnica do exame, 137 - síndrome(s) em, 325-331
Tronco celíaco, compressáo do, 172 - - compressiva da veia ilíaca comum - - laudo, 330
- investigação da, 175-179 esquerda pela artéria ilíaca comum - - protocolo, 325
- - critérios diagnósticos , 176 direita, 219 - - sequência do exame, 326
- - indicações da ultrassonografia - - do quebra-nozes, 213 - pélvicas, investigação de, 225-230
vascular, 175 - - pós-trombótica , 283 - - indicações, 225
- - informações indispensáveis para o - transcraniana, 107-121 - - técnica de avaliação para
laudo, 179 - - critérios diagnósticos, 110 diagnóstico, 227
- - limitações da ultrassonografia - - indicações do Doppler em cores Vasculite, 253
vascular, 178 transcraniano, 109 Vasoespasmo, Doppler em cores
- - técnica de avaliação para - - informações indispensáveis para o transcraniano no, 110
diagnóstico, 175 laudo, 120 Veia(s)
- reversível, 172 - - limitações da, no eSludo, 119 - cava, filtro de, implante de, 313
Tumor(es),255 - - técnica de avaliação para - estudos das, 227
- do corpo carotídeo, 87 diagnóstico, 107 - - da região abdominal, 227
- e malformações vasculares, 255 - trombose venosa profunda, 283 - - da região anexial pélvica, 227
- varizes dos membros inferiores, - ilíaca comum esquerda , síndrome
U 295-311 compressiva da, pela artéria ilíaca
Ultrassom , transmissão do, 13 - varizes pélvicas, 225-230 comum direita, 219-223
Ultrassonografia vascular - - laudo, 223
- aneurisma da aorta abdominal, 159-162 - - limitações da ultrassonografia
- artérias, 195 V vascular, 221
- - mesentéricas, 163-174 Varicoceles, 341 - - protocolo de estudo pela
- - renais, 195 - critérios diagnósticos de, 342 ultrassonografia vascular, 219
- - vertebrais, 99-105 - ultrassonografia com Doppler em cores - - quadro clínico, 219
- arterite temporal , 93-97 nas, 341 - safena(s), 308
- com Doppler (V.L Doppler) Varizes, 225-230, 295-311, 325-331 - - fontes de reOuxo não relacionadas
- - análise das fístulas arteriovenosas para - dos membros inferiores, avaliação das as, 308
hemodiálise, 129-135 295-311 - - magna e compartimento
- compressão do tronco celíaco, 175 - - critérios diagnósticos, 300 safênico, 305
- doença arterial obstrutiva - - indicações, 295 - seleção de, para utilização como
infrainguinal,231 - - laudo, 310 enxerto, 319
- escleroterapia com espuma em - - limitações da , no estudo , 310 - - critérios para seleção da, 320
varizes, 325-331 - - situações especiais, 305 - - indicações, 319
- escroto, 333-344 - - - fontes de reOuxo não relaCionadas as - - informações indispensáveis para o
- estenose da artéria renal, 181 veias safenas, 308 laudo, 320
- estudo dos transplantes, 197 - - - junção safenopoplítea, 308 - - introdução, 319
- - pancreático, 207 - - - reOuxo em veias perfurantes, 308 - - protocolo do exame, 319
- - renal, 197 - - - varizes recidivadas, 308 - - situações especiais e controversas, 321
367
U ltrasso nog rafi a Va sc ular na Avali ação das Variz es do s M embros In fe riores
.... .... /
.... .... I
.... .... /
.... .... /
/
.... I
I
/
/
/
I
I
/
/
.... ....
.... ....
.... ....
.... ....
.... ....
,,
,,
,
305
índi ce Remissivo
- - - informações indispensáveis para o - intervenções infrainguinais carotídeas - - - veia safena magna e compartimento
laudo, 144 e de fístulas arteriovenosas dirigidas safênico, 305
- - - limitações da ultrassonografia, 144 pela, 259 - - técnica para diagnóstico , 295
- - - protocolo , 137 - membros superiores, 228 - escleroterapia com espuma
- - - técnica do exame, 13 7 - síndrome(s) em, 325-331
Tronco celíaco, compressão do, 172 - - compressiva da veia ilíaca comum - - laudo, 330
- investigação da, 175-179 esquerda pela artéria ilíaca comum - - protocolo, 325
- - critérios diagnósticos, 176 direita, 219 - - sequência do exame, 326
- - indicações da ultrassonografia - - do quebra-nozes, 213 - pélvicas, investigação de, 225-230
vascular, 175 - - pós-trombótica, 283 - - indicações, 225
- - informações indispensáveis para o - transcraniana, 107-121 - - técnica de avaliação para
laudo, 179 - - critérios diagnósticos , 110 diagnóstico, 227
- - limitações da ultrassonografia - - indicações do Doppler em cores Vasculite, 253
vascular, 178 transcraniano , 109 Vasoespasmo, Doppler em cores
- - técnica de avaliação para - - informações indispensáveis para o transcraniano no, 110
diagnóstico, 175 laudo, 120 Veia(s)
- reversível, 172 - - limitações da, no estudo, 119 - cava, filtro de, implante de, 313
Tumor(es), 255 - - técnica de avaliação para - estudos das, 227
- do corpo carolídeo, 87 diagnóstico, 107 - - da região abdominal, 227
- e malformações vasculares, 255 - trombose venosa profunda, 283 - - da região anexial pélvica, 227
- varizes dos membros inferiores, - ilíaca comum esquerda, síndrome
U 295-311 compressiva da, pela artéria ilíaca
Ultrassom, transmissão do, 13 - varizes pélvicas, 225-230 comum direita, 219-223
Ullrassonografia vascular - - laudo, 223
- aneurisma da aorta abdominal, 159-162 - - limitações da ultrassonografia
- artérias, 195 V vascular, 221
- - mesentéricas, 163-174 Varicoceles, 341 - - protocolo de estudo pela
- - renais, 195 - critérios diagnósticos de, 342 ultrassonografia vascular, 219
- - vertebrais, 99-105 - ultrassonografia com Doppler em cores - - quadro clínico, 219
- arterite temporal, 93-97 nas, 341 - safena(s), 308
- com Doppler (V.L Doppler) Varizes, 225-230, 295-311, 325-331 - - fontes de refluxo não relacionadas
- - análise das fístulas arteriovenosas para - dos membros inferiores, avaliação das as, 308
hemodiálise, 129-135 295-311 - - magna e compartimento
- compressão do tronco celíaco, 175 - - critérios diagnósticos, 300 safênico, 305
- doença arterial obstrutiva - - indicações, 295 - seleção de, para utilização como
infrainguinal,231 - - laudo, 310 enxerto, 319
- escleroterapia com espuma em - - limitações da, no estudo, 310 - - critérios para seleção da, 320
varizes, 325-331 - - situações especiais, 305 - - indicações, 319
- escroto, 333-344 - - - fontes de refluxo não relacionadas as - - informações indispensáveis para o
- estenose da artéria renal, 181 veias safenas, 308 laudo, 320
- estudo dos transplantes, 197 - - - junção safenopoplítea, 308 - - introdução, 319
- - pancreático, 207 - - - refluxo em veias perfurantes, 308 - - protocolo do exame, 319
- - renal, 197 - - - varizes recidivadas, 308 - - situações especiais e controversas, 321
367