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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO – FOP

Breno Marlon Ferraz de Carvalho

Izaias Manoel Da Silva

Izabelle Glória Dos Santos

José Mateus Da Silva Alves

SEMIOTÉCNICA, PLANEJAMENTO CIRÚRGICO E PROTÉTICO,


BIOSSEGURANÇA E PRINCÍPIOS DAS TÉCNICAS CIRÚRGICAS
EM IMPLANTODONTIA

Recife - PE
2022
1
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO – FOP

BRENO MARLON FERRAZ DE CARVALHO

IZAIAS MANOEL DA SILVA

IZABELLE GLÓRIA DOS SANTOS

JOSÉ MATEUS DA SILVA ALVES

SEMIOTÉCNICA, PLANEJAMENTO CIRÚRGICO E PROTÉTICO,


BIOSSEGURANÇA E PRINCÍPIOS DAS TÉCNICAS CIRÚRGICAS EM
IMPLANTODONTIA

Trabalho apresentado apresentado a


disciplina de Implantodontia da
Faculdade de Odontologia de
Pernambuco, da Universidade de
Universidade de Pernambuco -
FOP/UPE, como parte dos requisitos
para obtenção de nota.

Orientadora: Marleny Elizabeth


Márquez de Martínez Gerbi.

RECIFE- PE

2022
2

RESUMO1
A perda de elementos dentários causa diversas alterações nos pacientes,
prejudicando a função, estética, além de contribuir com a reabsorção óssea. Nesse
contexto, o implante dentário surgiu como uma alternativa terapêutica para a
reabilitação estética e funcional de pacientes acometidos pelo edentulismo. O objetivo
dessa pesquisa é determinar por meio de uma revisão sistematizada a semiotécnica
em implantodontia e o planejamento cirúrgico e protético. Foram analisados os
estudos publicados originalmente na língua espanhola, inglesa ou portuguesa, entre
1909 a 2022, tendo como referência as bases de dados: Scientific Electronic Library
Online (SciELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e National Library of Medicine
(PubMed), utilizando os descritores: “Avaliação Clínica”, “Planejamento”, “Implante
Dentário”. Antes de instalar os implantes dentários é preciso fazer uma semiotécnica
detalhada, determinando o perfil do paciente, juntamente com um planejamento
cirúrgico e protético definindo parâmetros como o tipo do implante, o espaço do
rebordo, dimensão óssea, qual área a ser reabilitada. Leva-se em conta a condição
sistêmica e financeira do paciente. Para que haja sucesso na instalação de implantes
dentários uma semiotécnica criteriosa juntamente com a biossegurança adequada e
um planejamento cirúrgico e protético prévio são imprescindíveis.

Palavras-chave: Avaliação Clínica, Planejamento, Implante Dentário.

1
Elaborado de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), NBR
2020. Informação e Documentação – Resumo – Apresentação.
3

ABSTRACT

The loss of dental elements causes several alterations in patients, impairing function,
aesthetics, besides contributing to bone resorption, in this context the dental implant
emerged as a therapeutic alternative for the aesthetic and functional rehabilitation of
patients affected by edentulism. The objective of this research is to determine through
a systematized review the semiotechnique in implantodontia and surgical and
prosthetic planning. We analyzed the studies originally published in Spanish, English
or Portuguese, between 1909 and 2022, using as reference the databases: Scientific
Electronic Library Online (SciELO), Virtual Health Library (VHL) and National Library
of Medicine (PubMed), using the descriptors: "Clinical Evaluation", "Planning",
"Dental Implant". Before installing the dental implants it is necessary to make a
detailed semiotechnique that will determine the profile of the patient, together with a
surgical and prosthetic planning that will indicate the type of implant, the edge space,
bone dimension, which area to be rehabilitated, type of bone, also takes into account
the systemic and financial condition of the patient. For successful installation of dental
implants, a careful semiotechnique together with adequate biosafety and previous
surgical and prosthetic planning are essential.

Keywords: Clinical Evaluation, Planning, Dental Implant.


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SUMÁRIO 2

1.INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………………………05
2.REVISÃO DE LITERATURA……………………………………………………………………………06
2.1 Implante Dentários……………………………………………..…………………………………...…06
2.2 Semiotécnica em implantes dentários………………………………………………………………09
2.2.1 Hábitos funcionais e parafuncionais…………………………………………………….……..…09
2.2.2 Sistema endócrino: Diabetes Melito………………………………………………...……………10
2.2.3 Sistema Cardiovascular: Paciente com comprometimento cardíaco……………..………….10
2.2.4 Sistema Renal……………………………………………………………………………………….10
2.2.5 Sistema Hepático…………………………………………………………………………………...11
2.2.6 Sistema hematológico: Uso de anticoagulantes e afecções sanguíneas……………..…….11
2.2.7 Sistema nervoso: Condição psicológica do paciente e pacientes epiléticos - epilepsia
não controlada…………………………………………………………………………………………..13
2.2.8 Sistema respiratório………………………………………………………………………………..15
2.2.8.1 Tabagismo……………………………………………………………………………………..….15
2.2.9 Sistema esquelético e sua classificação da qualidade óssea…………………………………16
2.2.9.1 Bifosfonatos……………………………………………………………………………….……...17
2.2.10 Pacientes em quimioterapia ou radioterapia…………………………………………………..17
2.2.11 Paciente gestantes……………………………………………………………………………….17
2.2.12 Patologias de pele e mucosas………………………………………………………………….18
2.3 Exames laboratoriais e radiográficos………………………………………………..……………19
2.4 Documentos legais e aspectos éticos…………………………………………………………….20
2.5 Indicação e contra indicações para implantes …………………………………………………..21
2.6 Planejamento cirúrgico e protético………………………………………………………………..21
2.7 Avaliação pré - operatória………………………………………………………………………….23
2.8 Avaliação e fatores trans-cirúrgicos………………………………………………………………24
2.9 Avaliação Pós cirúrgico…………………………………………………………………………….25
2.10 Complicações em implantodontia ………………………………………………………………25
3. OBJETIVOS………………………………………………………………………………………….28
3.1 Objetivos Gerais……………………………………………………………………………………28
3.2 Objetivos Específicos………………………………………………………………………………28
4. METODOLOGIA……………………………………………………………………………………..29
5. RESULTADOS……………………………………………………………………………………….31
6. DISCUSSÃO………………………………………………………………………………….……..36
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………………………………………44
REFERÊNCIAS………………………………………………………………………………………45

Elaborado de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), NBR 2020. Informação e documentação – Sumário
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– Apresentação. NBR 2020. Informação e documentação – Numeração progressiva das seções de um documento escrito – Apresentação.

1. INTRODUÇÃO

Na década de 50 Per-Ingvar Branemak descobriu o fenômeno conhecido


hoje como “osseointegração” que veio a se tornar um princípio básico para
todos os estudos e procedimentos com implantes, revolucionando a história da
odontologia moderna do implante (BRITO et al., 2021). O implante dentário
surge como uma alternativa terapêutica para a reabilitação estética e funcional
de pacientes acometidos pelo edentulismo (WU et al., 2021).
Para o sucesso clínico do implante dentário é necessário a realização de
uma anamnese e exame físico minuciosos, além de exames complementares
com finalidade de identificação de condições locais e sistêmicas de relevância
clínica e de planejamento cirúrgico e protético (NORTON, 2020).
Dentre os exames complementares, destacam-se os exames por
imagem, em especial a tomografia computadorizada, a qual permite a análise
de estruturas ósseas e tecidos moles em três dimensões e com maior
sensibilidade que as radiografias convencionais. É considerado o exame de
eleição para o planejamento cirúrgico (JODA e GALLUCCI, 2014).
Para além disso, um bom comportamento funcional tanto de implantes
unitários quanto de próteses sobre implantes, é imprescindível para o sucesso
clínico, sendo a etapa de planejamento protético responsável por ajustar os
quesitos ocluso-funcionais do implante (BUSER et al., 2017).
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Implantes Dentários

O início da odontologia é confundido com o início da medicina em geral, pois


nos tempos antigos não havia separação entre estas áreas. O representante
significativo mais antigo foi Hipócrates. Nesta época os esforços eram concentrados
em práticas curativas, maneiras recomendáveis de preparo dos alimentos e outras
necessidades vitais, informações estas, transmitidas por sacerdotes. Entre os povos
antigos, os egípcios foram sem sombra de dúvidas os povos de maior
desenvolvimento, pois medicina e ciência se desenvolvem de acordo com as
civilizações, desde Menés, primeiro rei egípcio, os habitantes do vale do Nilo a 3427
a.C. apresentavam um alto nível de progresso (reorganizar a frase) (GUERINI,
1909). Estudos das civilizações antigas feitos por arqueólogos confirmaram a
importância dada à dentição, o uso de diferentes materiais de substituição de origem
animal, humana ou mineral foram evidenciados na tentativa de substituir dentes
perdidos. A evolução da implantodontia bucal pode ser observada em períodos
diferentes percorrendo desde o período Antigo ao Período Contemporâneo (COHEN
et al., 2003). No período antigo, entre as dinastias egípcias e as culturas pré-
colombianas foram encontradas supostas tentativas de implantes dentais utilizando
dentes esculpidos em marfim e dentes de animais, onde na cultura egípcia a
reposição de dentes era feita antes da mumificação (GUERINI, 1909).

Um pouco mais adiante, na Europa do período medieval, a implantodontia


esteve essencialmente limitada aos transplantes de dentes humanos, que eram
realizados entre pacientes por cabeleireiros-cirurgiões, esta prática foi alterada a
partir do início do século XVIII, quando riscos de contaminação bacteriana e de
infecção foram relatados, caindo em desuso (COHEN et al., 2003). Entre 1800 e
1910, na América, a implantodontia endo-óssea começou efetivamente,
consolidando o chamado período fundamental. Materiais comuns como ouro,
porcelana, madeira, diferentes metais (platina, prata, estanho) foram utilizados nas
tentativas de substituição dentária. Em torno de 1809, Maggilio utilizou um implante
em ouro em um sítio de extração, a prótese era realizada somente após a
cicatrização tecidual. Alguns princípios da biocompatibilidade e de estabilidade
começaram a ser elaborados por Berry, em 1888. O autor insistia quanto à
necessidade de estabilidade imediata do implante e quanto à utilização de materiais
“seguros”, que evitassem qualquer transmissão de doença (COHEN et al., 2003).

No período Pré-Moderno (1910 a 1930), Payne e Greenfield foram os


precursores da implantodontia do início do século XX. Na América, os materiais
escolhidos foram ouro e porcelana. Payne descreveu o implante de um cesto
cilíndrico de ouro, colocado após alargamento do diâmetro do alvéolo com ajuda de
uma broca. Uma coroa com núcleo foi fixada imediatamente na parte interna e oca
do implante. Uma técnica similar, foi descrita na Pensilvânia, mais ou menos na
mesma época, Greenfield em uma outra técnica sugeria uma colocação em função
de 6 a 8 semanas. Estabelecendo assim o primeiro protocolo científico, em 1910, e
este insistiu quanto à importância de um contato estreito osso-implante (COHEN et
al., 2003). A partir do Período Moderno (1930 a 1978), tanto na Europa quanto na
América, iniciou-se de fato os estudos dos diferentes biomateriais e as inovações
cirúrgicas e protéticas, com a inserção de diversos materiais como porcelana e
titânio. Assim foram desenvolvidos tipos diferentes de implantes como os endo-
ósseos e Implantes subperiósticos. Ainda na fase das tentativas destacam-se
também a de Adams, com um implante submerso em forma de parafuso. Já Alvin e
Strock em 1939, utilizaram um implante em forma de parafuso em vitalio. Strock, em
1940, surgiu com a transfixação endodôntica, alegando obter bons resultados em 17
anos (COHEN et al., 2003).

A partir dos anos 40, surgiram diferentes formas de implantes. O implante


helicoidal em espiral era em aço inoxidável ou em tântalo. Scialom foi o pioneiro na
utilização de um implante em tripé (implante agulhado). As três partes do tripé se
juntam para suportar a prótese (COHEN et al., 2003). O implante laminado foi
introduzido em 1967, por Linkow, foi utilizado com frequência até os anos 80.
Implantes em carbono vitrificado e em cerâmica foram utilizados no início dos anos
70 (COHEN et al., 2003). Esta implantodontia dos anos 50, 60 e 70 caracterizou-se
por experiências, erros e confusões no que diz respeito aos princípios biológicos. Em
1970, James introduziu o implante transmandibular. Por volta de 1975, Juillet
desenvolveu o implante tridimensional (COHEN et al., 2003).
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Todos esses implantes citados resultaram em fracassos terapêuticos a médio e


curto prazo. O Período Contemporâneo inicia em torno de 1952, quando um médico
pesquisador, o professor Per-Ingvar Bränemark, em uma pesquisa sobre micro
vascularização, inseriu micro câmeras de titânio em tíbias de coelhos e na fase de
remoção destes dispositivos percebeu que os mesmos se integraram ao tecido
ósseo vivo. Bränemark se deparou com a capacidade do metal permanecer em
contato com a superfície óssea e aderir a este sem provocar reações adversas. Este
fenômeno foi definido como osseointegração e consiste, segundo suas primeiras
observações, em uma conexão direta e estrutural entre osso vivo e a superfície do
material implantado (CAMPOS e ROCHA JÚNIOR, 2013). Neste período, o professor
estava interessado por pesquisa e protocolos de procedimentos cirúrgicos que
resolvessem deficiências físico-funcionais de seres humanos. Com base nesta
observação, desenvolveu cilindros personalizados para serem implantados em tíbia
de coelhos e cães. Tornando-se mais tarde uma base segura, modificada e
otimizada para receber próteses fixas de longa duração em maxila e mandíbula para
aplicação humana (COHEN et al., 2003; FORMIGHIERI, 2010).

A perda de elementos dentários causa diversas alterações nos pacientes,


trazendo danos à função e estética, além de favorecer a reabsorção óssea que
dificulta a adequação de alguns tipos de prótese. Contudo, os implantes dentários
aparecem como uma alternativa para o tratamento do edentulismo total ou parcial,
garantindo o restabelecimento funcional, estético e proporcionando maior conforto ao
paciente (CAMPOS et al., 2018). A reabilitação oral de maxilares total e parcialmente
edêntulos com implantes osseointegráveis é uma opção de tratamento que tem tido
êxito (LANDI et al., 2021).
A osseointegração descoberta por Branemark é descrita em sua pesquisas como
a posição íntima entre o tecido ósseo e a superfície do implante de titânio seria
resistente a transferências de cargas e a comprovação que a deposição de tecido
ósseo na superfície dos implantes depende das relações entre as células e a
superfície do implante, o que gerava interações previsíveis e capazes de suportar
próteses totais com sucesso à longo prazo (paragrafo confuso. reorganizar) (BRITO
et al., 2021). Durante o processo de osseointegração, há um fator de extrema
relevância, que é a irrigação durante a instalação dos implantes. A falta de irrigação
pode causar aquecimento ósseo e prejudicar a fixação dos implantes no tecido duro,
portanto o profissional deve
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sempre checar o sistema de irrigação antes da cirurgia (CAMPOS et al., 2018). Os


implantes dentários proporcionam função, conforto e estética, quando comparados a
resultados com próteses convencionais são superiores em todos esses requisitos
(DREOSSI et al., 2021). Para uma instalação de implantes dentários bem sucedida,
uma semiotécnica criteriosa deverá ser bem executada, juntamente com um
planejamento sempre deverá ser feito um planejamento rigoroso, verificando-se a
disposição biológica de cada caso, condição sistêmica do paciente ou localizada,
como também a situação econômica que deverão ser consideradas (CAMPOS et al.,
2018).
2.2 Semiotécnica em implantes dentários
O planejamento protético do paciente se dá pelas suas necessidades que são
investigadas através da anamnese, exames intra e extra-orais, juntamente com os
fatores de estética, função e fonética do paciente (DREOSSI et al., 2021). O objetivo
da anamnese é determinar o perfil do paciente, suas expectativas, avaliar sua
condição sistêmica e os medicamentos que estão sendo administrados, a primeira
consulta precisa ser criteriosa, incluindo todo histórico dental, médica e social,
hábitos funcionais e parafuncionais, pois qualquer alteração no estado de saúde do
paciente odontológico poderá afetar o resultado dos implantes dentários. No entanto,
é importante individualizar o plano de tratamento conforme a demanda do paciente
para alcançar o sucesso do implante (LANDI et al., 2021). Durante a anamnese o
cirurgião-dentista tem contato com a condição sistêmica do paciente e também deve
abordar perguntas em relação às situações e medicamentos que poderiam
influenciar na saúde sistêmica e bucal do paciente (CAMPOS et al., 2018).

2.2.1 Hábitos funcionais e parafuncionais


As cargas oclusais que os implantes dentários sofrem quando são instalados,
variam de acordo com o espaço de tempo, intensidade e direção, conforme os
hábitos funcionais e parafuncionais do indivíduo. A força de mordida máxima é
considerada em torno de 600 a 800 N em região posterior, sendo que quanto mais
perto da ATM estas forças forem aplicadas, mais potente elas serão. Fatores como
etnia e gênero também são capazes de influenciar na intensidade da força
mastigatória. Ao identificar hábitos parafuncionais e/ou o paciente com força
mastigatória excessiva deve ser sempre
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de modo a direcionar as forças no sentido axial. Contudo, uma força aplicada a um


implante não é direcionada apenas ao seu longo eixo, por isso, tem que reduzir ao
máximo as forças laterais e descartar as de cisalhamento, sendo a oclusão um
determinante primário para estabelecer o tipo e a direção das forças distribuída pelo
complexo prótese-implante (LANDI et al., 2021).

2.2.2 Sistema endócrino: Diabetes Melito


A hiperglicemia altera negativamente o metabolismo ósseo, com a diminuição da
diferenciação e proliferação dos osteoblastos, resultando em maior reabsorção,
também diminui a produção de colágeno e aumenta a apoptose em osteoblastos.
Por isso, o diabetes compromete a estabilidade de implantes dentários e sua
osseointegração. Sabe-se também, que o diabetes é um dos principais fatores de
risco de doença periodontal e a subsequente progressão da doença pode modificar a
carga funcional nas reabilitações implanto-suportadas ou pode exigir a colocação de
mais implantes (LANDI et al., 2021).

2.2.3 Sistema Cardiovascular: Paciente com comprometimento cardíaco


Pacientes com histórico de comprometimento cardíaco deve ser avaliado
cuidadosamente com uma anamnese com ênfase em história de angina do peito,
próteses cardíacas, endocardite infecciosa, cardiopatias valvares de alto risco,
insuficiência coronária não controlada ou infarto agudo do miocárdio recente e
arritmias. Mesmo que os pacientes estejam assintomáticos na anamnese, os
sintomas podem evoluir durante o tratamento com o Cirurgião-Dentista, tendo em
vista, situações de estresse, medo e tensão. Por isso, o contato com a equipe
médica assistente do paciente é crucial. Intervenção prévia como a antibioticoterapia
profilática em pacientes com presença de válvulas cardíacas, histórico de
endocardite infecciosa ou alterações cardíacas, muitas vezes se faz necessária
(CAMPOS et al., 2018).

2.2.4 Sistema Renal


Nos procedimentos cirúrgicos com finalidade para implantes, a monitoramento
da função renal de paciente portadores da doença renal crônica em tratamento
conservador a indicação de diálise deve ser realizada conforme os critérios habituais,
não sendo necessário o procedimento de rotina no pré-operatório. Nos
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pacientes em programa de hemodiálise, recomenda-se que sejam submetidos a uma


sessão na véspera da cirurgia, sem a utilização de anticoagulação, ficando o
paciente no seu peso seco (CAMPOS et al., 2018). Nos pacientes submetidos à
diálise peritoneal, deve-se realizar uma troca extra na véspera do procedimento. No
caso de paciente submetido a transplante de rins, deve-se ter em mente que se trata
de paciente imunossuprimido que constantemente evolui com complicações
infecciosas. É importante que a administração das drogas imunossupressoras seja
realizada no dia da cirurgia (se não for possível por via oral é possível administrar
por via injetável) (CAMPOS et al., 2018).

2.2.5 Sistema Hepático


Para uma correta preparação pré-operatória, deve-se levar em consideração
a natureza da doença hepática, sua gravidade e o tipo de cirurgia a ser realizada
(HANJE e PATEL, 2007). A presença de hepatite aguda aumenta a morbimortalidade
da cirurgia. As cirurgias eletivas como implantes devem ser suspensas, da mesma
forma que na presença de hepatite alcoólica aguda. Hepatite crônica em doentes
assintomáticos não é contraindicação cirúrgica, desde que não haja disfunção
hepática. Na presença de cirrose devem ser avaliadas a função hepática, presença
de hipertensão portal, ascite, disfunção renal e hipertensão porto-pulmonar (LAI et
al., 1992).

2.2.6 Sistema hematológico: Uso de anticoagulantes e afecções sanguíneas

O uso de antiagregantes plaquetários e anticoagulantes é uma prática comum


indicada na prevenção primária e secundária do tromboembolismo venoso (TEV). Os
candidatos a esse tipo de tratamento são, na maioria das vezes, pacientes
portadores de problemas cardiovasculares, com fibrilação atrial, doença cardíaca
isquêmica e doença vascular periférica, ou portadores de próteses valvares
cardíacas (ANDRADE et al., 2005).
Quando a agregação das plaquetas é inibida, o sangue que escapa de um corte
ou de uma ferida cirúrgica demora mais tempo para ser contido; por conseguinte, o
tempo de sangramento (TS) é prolongado. Entretanto, em pacientes sem fatores de
risco adicionais para uma coagulação alterada, o efeito disso na hemostasia primária
é mínimo. Em termos práticos, o sangramento pós-operatório deve ser considerado
anormal e significante se os seguintes critérios estiverem presentes:
12

1. O sangramento persiste por mais de 12 h.


2. O paciente se comunica ou retorna ao consultório.
3. Há presença de hematoma ou equimoses dos tecidos moles.
4. Há necessidade de transfusão sanguínea.
Assim, os cirurgiões-dentistas esperam respostas para duas questões: A primeira –
até que ponto a terapia antiagregante plaquetária pode interferir negativamente no
curso de qualquer procedimento odontológico que produz sangramento? Evidências
mostram que os antiagregantes plaquetários podem dobrar o tempo de sangramento
basal, que pode ainda estar dentro ou fora da faixa de normalidade. Já foi relatado
que apenas 20-25% dos pacientes fazendo uso de AAS apresentam tempo de
sangramento anormal (POTOTSKI et al., 2007). (Qual a segunda questão?)
Num estudo clínico comparativo, foi avaliado o TS pré-operatório e o grau de
sangramento intraoperatório de pacientes que faziam uso diário de 100 mg de AAS,
submetidos a cirurgias bucais. Divididos ao acaso, um dos grupos teve a terapia com
o AAS interrompida (sete dias antes da intervenção), enquanto o outro grupo teve o
uso da medicação mantido, servindo como controle. Os resultados mostraram que,
em média, o TS foi de 1,8 ± 0,47 min para os pacientes que in terromperam a terapia
com AAS, e de 3,1 ± 0,65 min para os que mantiveram seu uso, ou seja, ambos os
grupos obtiveram valores situados dentro da faixa de normalidade para esse
parâmetro. Não foi observado qualquer episódio incontrolável de sangramento
intraoperatório ou pós-operatório. O sangramento intraoperatório foi controlado em
85% dos pacientes com compressas de gaze e sutura Concluiu-se que simples
medidas locais de hemostasia são suficientes para controlar o sangramento
transoperatório, sem a necessidade da interrupção da terapia com o AAS
(ARDEKIAN, et al., 2000).
Existem poucas publicações sobre o risco relativo de sangramento com
clopidogrel ou dipiridamol. Com base no mecanismo de ação sobre as plaquetas,
entende-se que os pacientes tratados com esses medicamentos parecem não correr
risco de sangramento excessivo, se comparados aos que tomam AAS (LITTLE et al.,
2002). A segunda pergunta a ser respondida – será que o risco de hemorragia é
maior do que o risco potencial de uma complicação cardiovascular provocada pela
retirada da medicação? A resposta direta: já foi demonstrado que, mesmo após
longos períodos da implantação de stents nas artérias coronárias, a interrupção do
13

uso do AAS ou do clopidogrel aumenta o risco de trombose do stent e, por


consequência, de infarto do miocárdio (KRÜTH et al., 2007).
Em resumo, com base numa ampla revisão das implicações da medicação
antiagregante plaquetária em odontologia, conclui-se que esses medicamentos não
devem ser descontinuados antes de procedimentos dentários que causam
sangramento. Da mesma forma, pacientes fazendo uso de clopidogrel não devem ter
a dosagem da medicação alterada (LITTLE et al., 2002). Ao contrário, se o paciente
fizer uso de AAS e clopidogrel, o cirurgião-dentista deverá entrar em contato com o
médico, para que possam avaliar os riscos e os benefícios do atendimento
ambulatorial ou hospitalar, aos cuidados de um cirurgião buco maxilofacial
(POTOTSKI et al., 2007).

2.2.7 Sistema nervoso: Condição psicológica do paciente e pacientes epiléticos


- epilepsia não controlada
Para controlar as expectativas do paciente para a execução do seu implante,
deve-se deixar claro todo o procedimento clínico, pois quando o paciente procura o
Implantodontista, muitas vezes apresenta-se muito ansioso, pois os implantes vão
permitir que ele possa mastigar novamente sem preocupação, falar e morder com
total segurança que somente os implantes dentários podem oferecer. Porém, o fato
de não conhecer o procedimento cirúrgico de instalação dos implantes pode gerar
medo e ansiedade no paciente, aumentando o nível de cortisol, o que pode
prejudicar o pós-operatório, também aumentando o risco de complicações trans
operatórias (CAMPOS et al., 2018).
Além disso, a ansiedade é um estado emocional que se apresenta tanto em
pacientes psiquiátricos ou portadores de doenças somáticas quanto em indivíduos
sem alterações clínicas aparentes - quando submetidos a procedimentos que geram
estresse. Um paciente com ansiedade demonstra ter desconforto físico e emocional
devido ao aumento da atividade do sistema nervoso. A ansiedade é detectada pela
manifestação de sudorese palmar, palidez, palpitações, contração da musculatura da
mímica, tremores, desordens gastrintestinais, tonturas, boca seca, tensão muscular
(postura defensiva), taquipnéia, dificuldade respiratória e fraqueza. A maioria destes
resultados é oriundo de uma hiperatividade do sistema nervoso autônomo simpático.
Em certos casos, o indivíduo experimenta a sensação de que
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algo ruim está para acontecer a qualquer momento, resultando assim num
comportamento de pânico (WANNMACHER & FERREIRA, 1995). Na perspectiva
anatômica, estudos demonstram que a ansiedade está vinculada ao aumento de
atividade neural em pontos específicos do encéfalo. Estudos tomográficos
apresentam que pacientes com desordens de ansiedade e pânico têm um aumento
no fluxo sangüíneo no hemisfério cerebral direito, mais precisamente no giro
hipocampal, que determina conexões nervosas com o sistema límbico. Acredita-se
que essas alterações são particularmente relevantes no que se diz às reações
emocionais. Em animais, expressou-se que a estimulação do hipocampo provoca
reação de alarme. A divisão cirúrgica das conexões entre o sistema límbico e o lobo
frontal demonstra que ocorre alívio das síndromes de ansiedade (MINDUS, 1987).
Além da verbalização, tem-se proposto outras estratégias de controle da
ansiedade: exercícios respiratórios, música ambiente, exibição de imagens, hipnose,
relaxamento, massagens, etc. Ademais, a administração de tranquilizantes
(ansiolíticos) tem sido um método popular para adquirir sedação consciente e alívio
de ansiedade no pré-operatório do paciente em cirurgias buco-dentais e maxilo-
faciais. Os ansiolíticos orais são comumente designados como agente-base na pré-
medicação para procedimentos odontológicos menores e como adjacente na
sedação em anestesia geral (LOEFFLER, 1992).
Para além disso, a anamnese é o momento para identificar questões
fundamentais quanto à epilepsia. A maioria dos pacientes têm conhecimento dos
fatores associados ao aumento do risco de crises, dentre os mais relatados estão: a
privação do sono, estresse, uso de álcool, uso irregular do medicamento antiepilético
e a época do ciclo menstrual nas mulheres (o que acontece com o ciclo?). Nos dias
que antecedem ao atendimento, os pacientes devem estar vigilantes quanto ao uso
dos medicamentos. Em especial, no dia da consulta odontológica, os pacientes
precisam sentir-se bem descansados e evitar a ingestão de bebidas que contenham
álcool (BARBÉRIO et al., 2013). Quando o paciente apresentar-se livre de crises e
sob controle das drogas antiepilépticas, tanto o epilético quanto o cirurgião-dentista
terão maior tranquilidade e segurança durante o atendimento. Entretanto, um fato
quase que impossível seria assegurar a ausência de crises durante os
procedimentos odontológicos para aqueles com episódios de difícil controle. Nestas
situações, é recomendada a administração de benzodiazepínicos 30-45 minutos
antes do
15

procedimento odontológico, sendo o Lorazepam 0,5 mg - 1,0 mg o mais indicado


(ALLDREDGE et al., 2001). Faz-se uma necessidade vital no tratamento
odontológico destes pacientes que se tenha segurança na realização dos
procedimentos. Tão importante quanto isso, é o reconhecimento das limitações de
cada paciente quando se observa a falta de condições físicas-clínicas. Uma
exigência mínima é o ambiente de consulta calmo, evitando estímulos capazes de
despolarizar os neurônios como, por exemplo, ruídos, a luz do refletor e a contenção
mecânica por meio do medo podem desencadear crises (VARELLIS MLZ. 2002;
FILHO AF. 2005).
2.2.8 Sistema respiratório
Nos pacientes que utilizam frequentemente descongestionantes nasais à base
de vasoconstritor, apresentam a membrana sinusal bastante atrófica devido a ação
do produto, tornando essa mucosa muito friável, aumentando a chance de
perfuração. A respiração bucal em pacientes com problemas respiratórios, também
leva a inúmeros prejuízos para a cavidade bucal, como a diminuição do fluxo salivar,
propensão às cáries e doenças periodontais, e com o uso de inaladores do tipo
corticosteróides geram efeitos adversos à saúde bucal a longo prazo, causando
danos a osseointegração (CAMPOS et al., 2018).

2.2.8.1 Tabagismo
O tabagismo afeta a resposta inflamatória do hospedeiro e as funções
imunológicas, o que pode alterar a cicatrização, além de diminui a atividade dos
osteoblastos, resultando em redução da densidade mineral óssea, retardando a
cicatrização óssea após a cirurgia, ainda com a condição periodontal agravada em
pacientes fumantes, com maior risco de periodontite progressiva, e também, a
supuração, profundidade de sondagem e sangramento são maiores em pacientes
fumantes. Os implantes na maxila tem quase 2 vezes o risco de falha em fumantes
do que em pacientes não fumantes, sendo constatado um aumento no risco de
complicações, como alternativa, a modificação desse hábito poderá trazer melhores
resultados no tratamento (LANDI et al., 2021).
16

2.2.9 Sistema esquelético e sua classificação da qualidade óssea

A osteoporose é mais prevalente em pacientes idosos, em sua maioria mulheres


após a menopausa, mas as pesquisas atuais não encontram associação entre idade
e gênero como um critério definitivo para o sucesso dos implantes dentais.
Entretanto, os efeitos da reposição hormonal na osteointegração sugerem pouco
sucesso de implantes instalados em maxila mulheres sob reposição hormonal ou
com uso de bisfosfonatos e aumento do risco de osteonecrose (CAMPOS et al.,
2018).
A análise óssea da área receptora do implante é um parâmetro de extrema
relevância e que irá influenciar a osseointegração e o sucesso do tratamento, embora
exista algumas classificações clássicas dos tipos ósseos, como a de Linkow (1970)
ou a de Lekholm e Zarb (1985), a classificação de Misch 1990 é a mais vista na
implantodontia e pode é encontrada na literatura como: Tipo I – osso cortical denso;
Tipo II – cortical denso e osso trabeculado grosso; Tipo III – cortical óssea fina e
trabecular fino; Tipo IV – osso trabecular fino. Sendo que cada tipo de osso é
encontrado em áreas específicas. Porém na implantodontia é preciso ter uma boa
estabilidade primária, com irrigação sanguínea adequada para não trazer prejuízo ao
metabolismo local além de facilitar a cicatrização e consequentemente a
osseointegração, os tipos ósseos I e IV desta classificação não são ideais para
colocação de implantes. O primeiro, possui uma cortical muito densa e isso dificulta a
irrigação sanguínea, mesmo sendo bom para a estabilidade primária. O segundo,
tem boa irrigação mas por ser totalmente de osso trabecular fino, não tem vantagem
quanto à estabilidade primária, sendo que às vezes é necessário fazer sub-fresagem
neste osso para alcançar estabilidade primária. O osso tipo III, apresenta melhor
estabilidade do que o osso tipo IV, porém às vezes também pode ter dificuldade na
estabilização do implante. Portanto, para garantir osseointegração, o ideal é a
colocação de implantes em osso tipo II, mas esse osso é encontrado apenas na
região anterior mandibular quando não muito reabsorvida (MARTINS et al., 2011).
17

2.2.9.1 Bisfosfonatos

Os bisfosfonatos têm tido eficácia no tratamento e prevenção de distúrbios ósseos,


por via intravenosa tem sido administrado em neoplasias malignas, como mama,
próstata, câncer de pulmão, mieloma múltiplo, leucemias e doença de Paget, por via
orais são utilizados em frequência para tratar osteoporose e osteopenia. Porém
apesar de seus grandes benefícios, a osteonecrose da mandíbula é uma
complicação recorrente em pacientes que recebem esse fármaco. A predominância
de osteonecrose nos maxilares é devido à alta concentração do fármaco nos
maxilares, pois estes ossos possui uma maior vascularização, maior atividade
celular, constantes remodelações ósseas por meio dos dentes, também é o único
tecido ósseo que sofre traumas constantes e é exposto ao meio. O tratamento com
bifosfonatos por via intravenosa tem maior risco de osteonecrose de mandíbula do
que tratados por via oral (LANDI et al., 2021).

2.2.10 Pacientes em quimioterapia ou radioterapia


Em pacientes com tratamento quimioterápico ativo ou radioterápico na região de
cabeça e pescoço, as taxas de sobrevida dos implantes são baixas, pois o osso
alveolar foi anteriormente irradiado. Os tecidos irradiados tendem a ter alteração
circulatória que prejudica a osseointegração, esse processo fica no osso irradiado
por muito tempo após o tratamento (LANDI et al., 2021). Pacientes que se
submeteram a tratamento de radioterapia para tumores do complexo buco-maxilo-
facial apresentam restrições no uso de implantes na área irradiada, por algumas
alterações que poderam acontecer na cavidade bucal, como por exemplo, a
diminuição do aporte sangüíneo e danos da radiação à células mesenquimais não-
diferenciadas presentes na medula óssea que podem causar insucesso de implantes
nessas regiões, além do risco de osteorradionecrose ligada ao procedimento
cirúrgico na região (CAMPOS et al., 2018).
2.2.11 Paciente gestantes e lactantes

O melhor período para o atendimento odontológico de pacientes gestantes e


lactante, é o segundo trimestre, pois no primeiro trimestre a grávida apresenta
indisposição, enjôos matutinos e náuseas à menor provocação, enquanto no terceiro
18

a gestante apresenta uma frequência urinária aumentada, hipotensão ortostática,


desconforto na posição supina devido a compressão causada pela criança e inchaço
nas pernas (ANDRADE, 2014).
Além disso, é importante atenção no que se refere ao horário da consulta,
duração da consulta e posicionamento do paciente. O horário mais adequado é a
segunda metade da manhã, com a finalidade de evitar os enjôos matutinos, e nos
casos de lactantes agendar a consulta para um horário diferente de outras crianças
que frequentam o consultório para evitar o contágio com viroses da infância. Antes
da paciente sair da consulta é importante posicioná-la sentada ou deitada do lado
esquerdo preferencialmente por alguns minutos e nas últimas semanas não se deve
colocar a paciente na posição supina, mas sim na posição semi deitada (ANDRADE,
2014).
Em relação a seleção anestésica, deve-se considerar que todos os
anestésicos conseguem ultrapassar a placenta por serem lipossolúveis. Logo, os
fatores que limitam a utilização de alguns anestésicos são, o grau de ligação a
proteínas plasmáticas, tamanho da molécula e metabolização da droga. Nesses
casos a utilização da lidocaína com vasoconstritor é a droga de escolha, por
apresentar uma metabolização relativamente rápida, a mepivacaína apresenta a
maior taxa de ligação protéica porém apresenta uma duração de efeito muito longa e
metabolização duas a três vezes maior que a lidocaína. A prilocaína é contra
indicada por sua capacidade de indução de um quadro de saúde chamado de
metemoglobinemia (ANDRADE, 2014).

2.2.12 Patologias de pele e mucosas

A displasia ectodérmica (DE), uma mutação genética que surge no período de


desenvolvimento embrionário, resulta na perda de função da proteína ectodisplasina,
ocasionando comprometimento da formação de componentes e estruturas oriundas
do ectoderma. Esse tecido tem por objetivo a formação do sistema nervoso e
epitelial, manifestando repercussões clínicas em dentes, pelos, unhas e sudorese. Já
as mucosas podem apresentar hipoplasia com ausência de glândulas mucosas na
membrana oral e nasal. As modificações nas estruturas dentárias compõem a
hipodontia ou anodontia, obtendo-se em crista alveolar deficiente, e os dentes
anteriores podem ter propensão a uma forma cônica, dente conóide. As alterações
19

craniofaciais apresentadas são: fronte e cristas supraorbitais proeminentes, ponte


nasal baixa, nariz pequeno com asas hipoplásicas, fronte e cristas supraorbitais
proeminentes (CALLEAA M, et al. 2015).
Atualmente, ainda não há um tratamento voltado especificamente para as DEs,
entretanto existem condutas para melhorar a qualidade de vida do paciente com a
síndrome. Mas, o tratamento proposto pelo cirurgião corresponde em reabilitação
protética por meio de próteses totais superior e inferior, na intenção de promover uma
melhora na sua função mastigatória, estética e psicológica (JONES MD. 1970).

2.3 Exames laboratoriais e radiográficos

Os exames laboratoriais asseguram a condição pré operatória satisfatória


quando há uma suspeita durante a avaliação clínica e baseado nos resultados, pode-
se descobrir patologias, que frequentemente são assintomáticas que podem não ter
interferência no tratamento odontológico. O exame complementar que analisa
quantitativamente e qualitativamente, os elementos do sangue, contribuindo com o
diagnóstico de anemias, quantidade de plaquetas, alterações neoplásicas, processos
infecciosos entre outras alterações, é o hemograma, enquanto o coagulograma são
exames também importante no pré-operatório de cirurgias, pois verificam os
mecanismos de hemostasia e investiga sangramentos espontâneos e petéquias
(CAMPOS et al., 2018).
A tecnologia cada vez mais tem complementando os exames radiográficos
quanto ao maior desafio dos procedimentos na implantodontia, que é a posição em
que os implantes serão instalados, chamada de posição 3D (Posição tridimensional).
Os primeiros implantes foram instalados somente com as referências radiografias e
modelos de gesso, requerendo tomada de decisões do profissional durante o
transcirúrgico para a instalação dos implantes, o que dependia do conhecimento
anatômico e experiência. Além do que, as radiografias são exames bidimensionais,
onde há somente a visão da altura do osso e não da espessura, então os
procedimentos se tornaram mais sujeitos à insucesso (BRITO et al., 2021).
Para a verificação de todo o tratamento e até mesmo para a conclusão do
diagnóstico, os exames de imagem, são essenciais sendo, a etapa mais importante
deste planejamento, possibilitando antecipar informações, esclarecendo aos
pacientes o tratamento e as modificações que poderá surgir durante sua execução,
20

possibilitando a visualização e, posteriormente, ser usado para a confecção do guia


cirúrgico (DREOSSI et al., 2021). A Tomografia Computadorizada de Feixe de
Cônico (CBCT) é um exame de imagem que possibilita o planejamento tridimensional
(3D) de cirurgias de implantes, garantindo informações autênticas das estruturas
anatômicas do paciente, com aspectos mais minuciosos de estruturas nobres, como
por exemplo, nervos e vasos que devem ser protegidos, além melhorar o
planejamento em relação à posição, paralelismo e inclinação do implante (BRITO et
al., 2021).

2.4 Documentos legais e aspectos éticos


O especialista em implantes dentários têm de possuir registro no Conselho
Federal e inscrição no Conselho Regional na jurisdição a que esteja vinculado,
atendendo às normas do CFO, entretanto não é obrigatório esse título, o cirurgião-
dentista que não o possui pode fazer o tratamento de implantes em pacientes. Porém
o mesmo precisa ter competência e domínio da legislação, do código de ética,
publicidade e do código de defesa. Por isso a importância do conhecimento legal
(Códigos e leis) pelos cirurgiões-dentistas, informando a seus pacientes de forma
clara e objetiva (documentada) os propósitos da terapêutica odontológica e os
acontecimentos que eventualmente possam acontecer durante o tratamento do
consumidor, pois ao executar o trabalho a qual não esteja preparado, poderá
caracterizar crime culposo, responder por negligência, imprudência ou imperícia
(SANTOS et al., 2011).
No prontuário odontológico completo é essencial que o implantodontista vincule
a documentação odontológica contendo os possíveis problemas jurídicos, escrita em
linguagem simples, com as seguintes informações: anamnese minuciosa, os riscos e
benefícios do tratamento, histórico médico e odontológico pregresso, plano de
tratamento com mais de uma alternativa de tratamento dentro do limite técnico-
biológico, atestados e receitas carbonadas, além dos cuidados no pós-tratamento
que comumente são negligenciados, mas o termo de consentimento e o contrato de
custo do tratamento e toda essa documentação devem ser assinados pelo paciente,
implantodontista e por duas testemunhas, a fim de evitar processos judiciais,
deixando esclarecido as obrigações e deveres do profissional (SANTOS et al., 2011).
21

Na anamnese também deve ter as expectativas do paciente com o término do


tratamento. Neste documento deve-se conter a data do atendimento, o procedimento
odontológico realizado detalhadamente e/ou ocorrência, inclusive faltas, consultas
remarcadas ou desmarcadas e o paciente tem que rubricá-lo após a consulta para a
validação. No prontuário do paciente também sempre tem que ter todas as segundas
vias de atestados e receitas assinadas pelo paciente, além das radiografias que são
um componente importante do tratamento do paciente, com impacto direto na
qualidade do diagnóstico, que sendo pobre podem ter consequências graves
(SANTOS et al., 2011).

2.5 Indicação e contraindicações para implantes

No tratamento protético reabilitador sobre implantes osseointegrados muitos são


os benefício, como por exemplo, melhora na qualidade de vida e satisfação dos
pacientes garantida, nos que atinge resultado funcional e estético, também tem a
melhor aceitação biológica pelos tecidos, trazendo sobretudo benefício funcional,
preservação das estruturas de suporte e longevidade do tratamento. Com o
planejamento prévio, diminui-se as complicações, deixando o procedimento mais
seguro para o paciente e para os profissionais envolvidos (DREOSSI et al., 2021).
As contraindicações indicam que os possíveis riscos do procedimento
superam os possíveis benefícios, existem algumas condições médicas que
contraindicam a instalação do implante dentário. as contraindicações mais comuns
são ASA igual ou superior a IV, lesões malignas na orofaringe, acidentes vascular
cerebral recentes e infarto do miocárdio, epilepsia não controlada, diabetes mellitus
ou doença psiquiátrica, risco de osteorradionecrose, sangramento distúrbios,
imunossupressão profunda, abuso de drogas e álcool, câncer ativo, quimioterapia e
receber medicação anti reabsortiva intravenosa (KULLAR e MILLER, 2019).

2.6 Planejamento cirúrgico e protético

A fase de planejamento pré-cirúrgico é primordial para se obter o resultado


esperado com excelência, as instalações dos implantes são proteticamente
planejadas e executadas da melhor maneira, visando o sucesso da reabilitação oral,
agregando benefícios funcionais, preservação das estruturas de suporte,
22
longevidade do tratamento e estética satisfatória para o paciente (DREOSSI et al.,
2021). A escolha do tipo de implante varia conforme alguns fatores, como: espaço do
rebordo, dimensão óssea, qual área a ser reabilitada, tipo de osso, também leva-se
em conta a condição sistêmica e financeira do paciente (CAMPOS et al., 2018).
Ao decorrer do avanço da implantodontia ocorreram também novas exigências
do paciente, fazendo surgir diferentes tipos de conexões, como, hexágono externo
(HE), hexágono interno (HI), cone Morse (CM) e conexão friccional ou locking taper,
em implantes e materiais diversos tanto de implantes como de intermediários, com o
objetivo de otimizar a reabilitação com implante (DREOSSI et al., 2021). A
implantodontia tem tido uma evolução constante e crescente, na utilização de novos
materiais e no desenvolvimento de aparelhos digitais que possibilitam ao Cirurgião-
Dentista o desenvolvimento de técnicas mais eficientes, proporcionando soluções de
problemas (MENDES et al., 2019).
O planejamento pode ser visto como um conjunto de procedimentos que são
executados para garantir êxito no processo reabilitador, tanto nas fases cirúrgica
quanto na protética. O planejamento cirúrgico inteiro sujeita-se ao prévio
planejamento protético, que indicará a posição, quantidade, tipos e como devem ser
instalados os implantes no leito ósseo, tornando o processo reabilitador mais
adequado, todo esse processo é conhecido como planejamento reverso. O sucesso
do tratamento com implantes e a satisfação do paciente também depende do
trabalho realizado em conjunto do cirurgião e do protesista, relacionando áreas
fundamentais para planejar o tipo de prótese, assim como as condições geométricas
do implante (DREOSSI et al., 2021).
A confecção do guia cirúrgico é uma etapa crucial para a obtenção do sucesso
da reabilitação com implantes. As guias cirúrgicas concedem que durante a cirurgia
as brocas cirúrgicas sejam usadas sem desvio na angulação do implante (CAMPOS
et al., 2018). Os guias cirúrgicos são ferramentas que indicam o posicionamento
ideal dos implantes durante a cirurgia. A guia é confeccionada a partir da conclusão
do diagnóstico e sua comparação com os exames de imagem, auxiliando na
instalação dos implantes e facilitando a reabilitação protética (DREOSSI et al., 2021).
As reabilitações implantossuportadas tem tido inúmeros benefícios com a
utilização da tecnologia digital, como por exemplo, o escaneamento intraoral para
23

planejamento cirúrgico e posterior reabilitação protética, através do sistema


CAD/CAM, que tem possibilitado apresentar tratamentos/planejamentos com o
menor tempo clínico, inserindo-se dentro do planejamento cirúrgico em conjunto com
a Tomografia Computadorizada Cone Beam (MENDES et al., 2019).

2.7 Avaliação pré - operatória

Um bom planejamento pré-operatório é imprescindível para a reabilitação com


implantes dentários, facilitando assim a etapa da instalação de uma prótese com
contatos oclusais em posição e inclinação ideais e que proporcionam a biomecânica
dos movimentos oclusais (CAMPOS et al., 2018).

Quadro 1 a seguir é demonstrado os fatores clínicos necessários na avaliação pré-


cirúrgica do paciente a ser submetido a reabilitação com implantes osseointegrados.

Apresentação clínicos Ponderações no plano de tratamento

Espaço edêntulo A reabilitação será em um ou mais


elemento dentário?
O que levou a “perda” do dente?
Tipo da prótese, será do tipo protocolo?
Overdenture?
Quais são as expectativas do paciente?
Condição financeira do paciente?

Estado da fibromucosa Qual o biótipo periodontal?


Possui mucosa ceratinizada suficiente?
Precisa de intervenção cirúrgica para
ganho de tecido mole, se precisa quando
acontecerá antes ou depois da
instalação do implante?
Estado dos dentes remanescentes Usar substituto tecidual ?

Indicação de extração?
Condição periodontal?
Como é a instrução de higiene bucal?

Disfunções orofaciais Alteração na dimensão vertical de


oclusão? Apertamento e/ou bruxismo?
Há desvio da linha média?
Assimetria facial?

Situação óssea remanescente Estado do remanescente ósseo?


Precisa de intervenção cirúrgica prévia
para ganho de tecido duro?

24
Aspectos biomecânicos Presença de espaço interoclusal?
Distância com os outros dentes?
A oclusão do paciente?
Desoclusão?
Aspectos estéticos Qual a região?
Linha do sorriso?
Corredor bucal?
Se possui a linha do sorriso alta?
Necessidade de colocação de
gengiva artificial?
Há suporte labial suficiente?
Tamanho, cor e posição da prótese com
os dentes adjacentes?

Fonte: CAMPOS et al., 2018.

Em vista da biossegurança, a realização da cirurgia de implantes dentários, no


preparo inicial se deve remover todo e qualquer foco de infecção, para que haja
homeostasia dos tecidos dentários, diminuindo a possibilidade da invasão
bacteriana, porém a literatura tem assegurado que o uso profilático de antibióticos
não reduz os índices de infecção após a colocação de implantes dentários, mas sim
erros durante o ato cirúrgico, sendo a cadeia asséptica imprescindível (contaminação
do parafuso do implante, do alvéolo cirúrgico, instrumentais, operador,
equipamentos, via saliva e região perioral) podem afetar diretamente na ocorrência
de infecções, a infecção instalada acaba sendo uma das maiores causas de perdas
dos implantes (CAMPOS et al., 2018).

2.8 Avaliação e fatores trans-cirúrgicos

Durante todo o processo de instalação do implante dentário o uso de profilaxia


antibiótica no implante e os princípios básicos indicados na biossegurança devem ser
precisamente cumpridos e todo este protocolo é essencial para a obtenção da
osseointegração apropriada, além de minimizar os riscos de contaminação
bacteriana no sítio cirúrgico e infecções cruzadas, onde a infecção bacteriana é um
dos principais fatores de falhas no processo de osseointegração de implantes
dentários, principalmente em pacientes com histórico de doenças periodontais uma
vez que haja o manejo correto da farmacocinética da medicação e dosagem
adequada para profilaxia e não apenas seu uso terapêutico após instalação de
processos infecciosos (AMORIM et al., 2019).
25

2.9 Avaliação Pós cirúrgico


Na fase pós cirúrgica deve-se sempre avaliar a cicatrização, além da
possibilidade de desenvolver processos infecciosos e inflamatórios inerentes a
todo e qualquer procedimento cirúrgico, também é crucial analisar a interface
obtida entre o biomaterial e o osso, pois a referida interface deve permitir
efetiva e homeostática transmissão de forças oclusais (GONÇALVES et al.,
2008).

2.10 Complicações em implantodontia

Um erro na fase da instalação, ou como uma junção de várias falhas; como


também um equívoco na seleção do material, erros no planejamento, na produção e
na instalação do implante, falhas de reparação do osso ou todos fatores juntos,
tornam a etiologia das falhas multifatorial (LANDI et al., 2021). As complicações
podem ser de fatores protéticos como a sobrecarga oclusal, carga axial prejudicial,
implantes posicionados fora do lugar onde não era a posição protética ideal.
Contudo, se não houve uma análise dos exames e correto planejamento, podem
acontecer, danos causados às estruturas vitais, como danos ao canal do nervo
mandibular, forame mentual, seios maxilares, assoalhos da fossas nasais e canal
incisivo, assim como afetar também outras estruturas anatômicas (DREOSSI et al.,
2021).
Peri-implantite é uma complicações relacionadas à longevidade do implante,
acontece quando os implantes orais formam biofilme nas suas superfícies,
provocando uma resposta do hospedeiro, tornando-se uma inflamação na mucosa
peri-implantar, conhecida como mucosite, geralmente reversível quando tratada,
caso não tratada, a inflamação pode progredir para apical, causando reabsorções
ósseas verticais e horizontais, evidenciando a peri-implantite, que pode até mesmo
levar à perda do implante. Sendo a peri-implantite é um processo inflamatório
multifatorial que tem como fatores etiológicos básicos a sobrecarga oclusal e a placa
bacteriana. A peri-implantite caracteriza-se clinicamente com: sangramento à
sondagem, índice gengival modificado, perda de inserção, formação de pus e
26

quando tem mobilidade a perda da estabilidade clínica do implante, resultando na


completa perda da sua osseointegração (LANDI et al., 2021).
O afrouxamento e fratura do parafuso da prótese e do parafuso do pilar
intermediário, fratura do acrílico e da estrutura metálica, são as falhas mecânicas
mais comuns nas próteses sobre implantes. A fratura do parafuso acontece pelo
afrouxamento não localizado, agravado pelas forças não axiais (forças laterais,
oblíquas e/ ou de cisalhamento) que causam danos ao sistema implante-pilar-
prótese, sendo o equilíbrio oclusal, é necessário para o êxito da reabilitação protética
sobre implantes (DREOSSI et al., 2021).
A fratura dos implantes osseointegrados é uma ocorrência relativamente
incomum. Geralmente o motivo é a sobrecarga oclusal, ficando evidente que o
bruxismo e hábitos parafuncionais são condições que, dependendo de sua potência,
constância, tempo de duração e sentido podem levar à fratura dos implantes. Porém,
a maior parte dos implantes fraturados não se baseia somente à força oclusal, mas
também à fadiga do metal, peri- implantite, secção transversal do implante e à
concentração de estresse. O acrílico pode ter fraturas devido à concentração de
estresse por causa dos mecanismos de retenção inseridos nas próteses, ou também
pela inadequada espessura da resina para resistir às forças mastigatórias sobre as
próteses. A fratura da estrutura metálica nas sobredentaduras fixadas por implantes
e das próteses parciais fixas acontece pela densidade indevida do metal, estrutura
porosa ou uma mal soldagem das conexões (LANDI et al., 2021).
Algumas complicações fonéticas também podem acontecer após a instalação
de próteses novas, o paciente demora por volta de 6 a 8 meses para se adaptar
sendo que há algumas alterações como o posicionamento dos dentes anteriores,
anatomia do palato e tamanho da língua que dificultam a adaptação do paciente. As
dificuldades fonéticas têm sido mais relatadas em região maxilar anterior com muita
reabsorção, podendo ser preciso a instalação dos implantes mais para lingual, o que
torna mais difícil a adaptação do paciente para a fonação. Passado de mais de
1,2mm na espessura da prótese causa grandes alterações no som. Com isso, é
importante estabelecer parâmetros durante o planejamento referente aos resultados
protéticos que é a fonética (LANDI et al., 2021).
Quando as complicações estéticas, o profissional durante sua avaliação deve
ficar atento aos fatores intrabucais e/ou locais como o biótipo gengival, forma da
coroa do dente, nível do osso e dentes adjacentes, condições de restauração dos
27

dentes adjacentes, largura dos espaços edêntulos e anatomia do tecido mole e da


crista óssea, visando minimizar os riscos estéticos (DREOSSI et al., 2021). As
principais complicações estão durante a fase operatória, complicações protéticas e
inflamatórias, podem ocorrer por problemas sistêmicos que comprometem a
cicatrização do paciente afetando a osseointegração do implante, além de algumas
medicações utilizadas que também afetam a cicatrização, como o uso de
bifosfonatos (LANDI et al., 2021).
Dentre as complicações relacionadas à fase cirúrgica temos a migração intra-
sinusal do implante que ocorre na porção posterior da maxila que é uma região
vulnerável para a instalação de implantes devido à baixa densidade e ausência
óssea, consequente da reabsorção da crista alveolar e a pneumatização do seio
maxilar, isso pode acontecer tanto na fase cirúrgica quanto tardia, na fase cirúrgica
acontece por causa do planejamento cirúrgico incorreto e o osso não oferecer
estabilidade primária ao implante enquanto na tardia acontece pela reabsorção
óssea ao redor do implante causado por função ou infecção oral. Os sintomas
relacionados à migração do implante para o seio maxilar é a sensação de pressão na
face, cefaléia difusa e radiograficamente nota-se um aumento da radiopacidade do
seio maxilar, quando não removido pode causar sinusite aguda ou crônica, fístulas
oroantral como consequências e até complicações mais graves como câncer. Outra
complicação que pode acontecer é uma perfuração da membrana Schneideriana,
onde pode surgir excessiva hemorragia, lesão do feixe neurovascular infraorbitário,
migração do implante, edema, sensibilidade dos dentes adjacentes, infecção do
enxerto, sinusite, deiscência da mucosa e até perda do enxerto. A hemorragia é
outra complicação que pode ser causada no trans cirúrgico quando durante a
fresagem ou instalação de implantes, caso aconteça um acidentes que podem
provocar traumas causadores de hemorragia, tendo como principais sinais clínicos o
aumento de volume na região submandibular e assoalho bucal, causando elevação
da língua. Sendo assim, deve-se sempre verificar se o paciente faz uso de
medicamentos anticoagulantes, como por exemplo cumarina, heparina e aspirina.
Para evitar este tipo de complicação, a interrupção da terapia anticoagulante,
entretanto, pode aumentar o risco de tromboembolismo potencialmente fatal (LANDI
et al., 2021).
28

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivos Gerais

Investigar a semiotécnica em implantodontia e o planejamento cirúrgico e protético.

3.2 Objetivos Específicos


3.2.1 Elencar condições médicas sistêmicas e locais que influenciam na instalação e
longevidade do implante dentário.

3.2.2 Realizar pesquisa bibliográfica acerca das técnicas cirúrgicas para a realização
de um correto planejamento cirúrgico.

3.2.3 Identificar novas tecnologias empregadas atualmente no planejamento


protético

4. METODOLOGIA

Esta revisão foi realizada de acordo com as orientações do guideline Prisma


Statement Website (2020). Este estudo foi considerado elegível para a inclusão de
relatos de casos, séries de casos, ensaios clínicos randomizados (ECR) e estudos
de ensaios clínicos. As fontes de busca foram os bancos de dados LILACS –
Literatura Literatura Latino Americana, e do Caribe em Ciências da Saúde, Scielo –
Scientific Electronic Library Online); CAPEs – Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior; PubMed – Biblioteca Nacional de Medicina. Foram
utilizadas nas bases de dados Foram utilizados um conjunto de descritores e seus
similares, em inglês, português e espanhol, que pudessem ser incluídos no maior
número de pesquisas referentes ao tema do estudo. Os termos de busca na base de
dados LILACS foram: Planejamento Cirúrgico e Protético em implantodontia;
Implantes Dentários. Os termos de busca na base de dados Scielo foram:
Semiotécnica; Implantodontia; Planejamento Protético. Os termos de busca na base
de dados CAPEs foram: Planejamento Protético para Implantes; Planejamento
Cirúrgico para Implantes; Semiotécnica. Os meshes usados na base de dados
PubMed foram: Planejamento Protético; Implantodontia; Cirurgia para Implantes
Dentários. Os termos de busca no DECs - Descritores em Ciências da Saúde foram:
29

Implantodontia; Planejamento de Prótese Dentária; Cirurgia Bucal. Os artigos foram


selecionados com base na leitura dos resumos identificados com o tema
Semiotécnica, Planejamento Cirúrgico e Protético, Biossegurança e Princípios das
Técnicas Cirúrgicas em Implantodontia, os objetivos do estudo publicados em um
período de tempo de 1909 a 2021.
Quadro 2- Fluxograma do trabalho
Fonte: Baseado no Guideline Prisma (PRISMA, 2020).
30

6. RESULTADOS

A busca na literatura com termos MeSH em termos resultou em 112 artigos, os


estudos duplicados foram removidos, deixando títulos para leitura complementar. 34
artigos foram excluídos após leitura de seu título por causa de seu assunto de
estudo. Em seguida, 78 resumos foram lidos, dos quais tiveram suas versões
completas pesquisadas.6 artigos foram retirados do processo de extração de dados:
um pois continham dados confusos e comunicação com os autores não resultou em
esclarecimento. Finalmente, 72 artigos foram incluídos na extração e análise dos
dados. Dos 72 artigos lidos: 19 Relatos de casos foram utilizados; 11 revisão
Sistemática, 25 Revisão de Literatura e 17 Livros, de acordo com o tópico do nosso
trabalho.

O quadro 3 mostra, em ordem cronológica decrescente, os estudos que


apresentaram todos os critérios de seleção após a avaliação do título, dos resumos
e, quando necessário, do texto completo. Foram encontrados:
ARTIGOS

AUTORES TIPO DO ARTIGO TÍTULOS ANO

Brito et al. Relato de caso Planejamento digital para cirurgia 2021


guiada com
implantes dentários: relato de
caso.

Dreossi et al. Revisão de literatura Planejamento Reverso em 2021


Implantodontia.

Landi et al. Revisão de literatura Complicações em 2021


Implantodontia.

Wu et al. Revisão sistemática Failure Risk of Short Dental 2021


Implants Under
Immediate
Loading: A Meta‐Analysis.
Norton, Michael R. 2020
Revisão de literatura When dental implants go
wrong

Xue et al. Revisão sistemática Dental implants and diabetes 2020


mellitus: a systematic
review.

Amorim et al. Revisão de literatura Implantodontia: Histórico, 2019


Evolução e
Atualidades.

Salomão et al. Relato de caso The importance of prosthetic 2019


planning for
implant-supported dentures in

31
esthetic zones – A case
report.

Kullar e Miller Revisão de Literatura Are There Contraindications for 2019


Placing Dental Implants?

Mendes et al. Revisão de literatura Workflow digital na 2019


implantodontia, do
planejamento cirúrgico à
reabilitação protética:
Revisão de Literatura.

Prado et al. Revisão Sistemática Conduta de cirurgiões-dentistas 2019


no
atendimento à paciente
gestante.

Campos et al. Revisão de literatura Cuidados pré-operatórios em 2018


implantodontia: revisão
analítica da literatura
pautadas no paciente.
Cho, et al. Revisão sistemática Atlas de Diabetes da IDF: 2018
Estimativas globais de
prevalência de diabetes para
2017 e projeções para 2045.

Taborda et al. Relato de caso Reabilitação oral com prótese total 2018
em pacientes infantis
com displasia ectodérmica –
relato de caso clínico.

Buser et al. Revisão Sistemática Modern implant dentistry based 2017


on osseointegration:
50 years of progress, current
trends and open questions.

Pontanegra et al. Revisão Sistemática Análise do conhecimento de 2017


Graduandos em
Odontologia
sobre o uso de anestésico
local em pacientes com
necessidades especiais.

Raikar et al. Relato de caso Fatores que afetam a taxa de 2017


sobrevivência de implantes
dentários: um estudo
retrospectivo.

King et al. Revisão de Literatura The effect of hyperglycemia on 2016


osseointegration:a review
of animal models of diabetes
mellitus and titanium implant
placement.

Calleaa et al. Relato de caso Estudio clínico y molecular en un 2015


escolar con displasia
ectodérmica hipohidrótica
ligada al X.

32
Andrade Livro Terapêutica medicamentosa 2014
em odontologia

Joda e Gallucci Livro The virtual patient in dental medicine. 2014

Bastos et al. Revisão de literatura Desmistificando O Atendimento 2014


Odontológico à
Gestante: Revisão De
Literatura.

Barbério et al. Revisão de literatura Epilepsia: Condutas na prática 2013


odontológica epilepsy:
Behavior in dental practice.

Campos et al. Revisão de literatura Osseointegração, ontem e hoje: 2013


perspectivas futuras.
Chambrone et al. Revisão de literatura Periodontitis and chronic kidney 2013
disease: a systematic
review of the association of
diseases and the effect of
periodontal treatment on
estimated glomerular filtration
rate.

Martins et al. Revisão Sistemática Assistência odontológica à 2013


gestante: percepção do
cirurgião-dentista.

Kawakami et al. Relato de caso Protocolo de Carga Imediata em 2012


Paciente Submetido à
Ressecção Parcial da
Mandíbula após
Quimioterapia e Radioterapia

Santos et al. Revisão de Literatura Aspectos legais e éticos na 2011


implantodontia.

Tuma et al. Relato de caso Avaliação da idade óssea em 2011


crianças de 9 a 12 anos de
idade na cidade de Manaus.

Martins et al. Revisão de Literatura Osseointegração: Análise de 2011


fatores clínicos de sucesso
e
insucesso osseointegration:
Analysis of clinical success
and failure factors.

Brockmann et al. Relato de Caso Chronic kidney disease: 2010


pharmacological
considerations for the dentist.

Formighieri et al. Relato de Caso Implantodontia: Saúde e qualidade 2010


de vida na terceira
idade.

Venza et al. Relato de Caso Proinflammatory gene expression at 2010


chronic

33
periodontitis and
peri-implantitis sites in
patients with or without type 2
diabetes.

Gonçalves et al. Relato de Caso Avaliação do sucesso de implantes 2008


osseointegráveis
em enxerto de seio maxilar.

Navarro et al. Relato de Caso Prescrição de medicamentos e 2008


anestesia local para
gestantes: conduta de
cirurgiões-dentistas de
Londrina, PR, Brasil.
Oliveira Revisão Sistemática Estudo da influência de 2008
corticóides no processo
inicial de osseointegração de
implantes de titânio
instalados em maxilas de
ratos.

Daza et al. Relato de caso Porfirias: considerações 2007


anestésicas.

Krüth et al. Relato de caso Acute myocardial infarction after 2007


discontinuing aspirin two
years after implantation of a
drug-eluting coronary stent.

Hanje e Patel Revisão de Literatura Avaliação pré-operatória de 2007


pacientes com doença
hepática.

Mcgovern et al. Relato de caso The dental management of five 2007


pediatric patients with a
history of acute intermittent
porphyria.

Pototski et al. Revisão de Literatura Dental management of 2007


patients receiving
anticoagulation or antiplatelet
treatment.

Wilson et al. Revisão de Literatura Prevention of infective 2007


endocarditis: guidelines
from
the American Heart
Association: a guideline from
the American Heart
Association Rheumatic Fever,
Endocarditis and Kawasaki
Disease Committee, Council
on Cardiovascular Disease in
the Young, and the Council
on Clinical Cardiology,
Council on Cardiovascular
Surgery and Anesthesia, and
the Quality of Care and
Outcomes Research

34
Interdisciplinary Working
Group. J Am Dent Assoc.

Carvalho et al. Revisão de Literatura Planejamento em 2006


implantodontia: uma
visão
contemporânea.

Andrade et al. Livro Terapêutica medicamentosa: mitos e 2005


realidades.
Vree et al. Livro Clinical pharmacology and the use of 2005
articaine for local
and regional anaesthesia.

Varellis MLZ. Revisão de Literatura Epilepsia. In: O Paciente com 2005


Necessidades Especiais na
Odontologia - Manual Prático.

Cohen et al. Livro Manual de Implantodontia Clínica. 2003

Revisão de Literatura General medicine and surgery for


Greenwood et al. dental 2003
practitioners. Part 7: renal
disorders.

Revisão de Literatura Dental management of the


Rhodus et al. patient with cardiac 2003
arrhythmias: an update.

Brown et al. Relato de caso The management of porphyria in 2002


dental practice.

Filho AF. Livro Pacientes Especiais e a 2002


Odontologia.

Misch, C. E. Livro The Effect of Bruxism Treatment Planning 2002


for
Dental Implants.

Gudapati et al. Livro Dental management of patients with renal 2002


failure.

Silvestre et al. Revisão de Literatura Dental management of the 2002


patient with ischemic heart
disease: an update.

Misch, C. E. Livro The Effect of Bruxism Treatment Planning 2002


for
Dental Implants.

Little et al. Livro Antithrombotic agents: implications in 2002


dentistry.

Quintana-Gomes et al. Livro Avaliação de um protocolo 2002


farmacológico para

35
prevenção da infecção e
controle da ansiedade e da
dor em implantodontia.

Visch Livro A clinical evaluation of implants in 2002


irradiated oral
cancer patients.
Alldredge et al. Estudo Randomizado Uma comparação de lorazepam, 2001
diazepam e
placebo para o tratamento do
estado de mal epiléptico fora
do hospital.

Mesquita et al. Revisão de Literatura Considerações odontológicas no 2000


atendimento ambulatorial
de pacientes com
insuficiência renal crônica.

Yagiela et al. Livro Farmacologia e terapêutica para 2000


dentistas.

Ardekian et al. Estudo Randomizado Does low-dose aspirin therapy 2000


complicate oral
surgical procedures?

Mathew et al. Relato de caso Effect of dental treatment on the lung 1998
function of children
with asthma.

Marx et al. Relato de caso The use of implants in the 1998


reconstruction of oral
cancer
patients.

Wannmacher e Livro Farmacologia Clínica para Dentistas. 1995


Ferreira

Lai et al. Livro Cirurgia para icterícia 1992


obstrutiva maligna: análise da
mortalidade.

Brown et al. Relato de Caso Thema- nagement of a dental 1992


abscess in a patient with
acute intermittent porphyria.
A case report.

Loeffler et al. Revisão de Literatura Oral Benzodiazepines and 1992


Conscious Sedation:A
Review.

Mindus, P. Revisão de Literatura Anxíety, pain and sedation: some 1987


psychiatric aspects.

Jones et al. Livro Padrões reconhecíveis de malformações 1970


congênitas.

Guerini, V. Livro A history of dentistry from the most 1909


ancient times until the
end of the eighteenth century.

36

Quadro 3- Estudos que preencheram os critérios de seleção e foram avaliados


Fonte: Próprios Autores.
O quadro 3 mostra, em ordem cronológica decrescente, os estudos que
apresentaram todos os critérios de seleção após a avaliação do título, dos resumos
e, quando necessário, do texto completo.

6. DISCUSSÃO
De acordo com a literatura vigente existem algumas condições de saúde
sistêmica e locais que podem comprometer a instalação e longevidade do implante
dentário (CHRCANOVIC et al., 2014). Disfunções motoras centralmente
generalizadas, como o bruxismo por exemplo, é considerado um fator de risco para a
longevidade do implante dentário, pois forças exageradas são as principais causas
de complicações tardias como a fratura. Frente a isto, uma vez que o clínico tenha
identificado a magnitude, duração, direção e o tipo de força adicional no sistema de
implante, um plano de tratamento que tenha como objetivo a distribuição das forças
deve ser elaborado com a finalidade de evitar as consequências negativas para o
osso, implante e restauração final. Para contornar tal obstáculo o cirurgião dentista
pode lançar mão de alguns recursos, como a colocação extra de implantes dentários
para reduzir o estresse em apenas um implante e o aumento da largura de implantes
em região de dentes molares (MISCH, 2002).
Para além deste ponto, distúrbios endócrinos, como o diabetes mellitus, levam
a uma maior atividade osteoclástica, e menor atividade osteoblástica,com uma
redução significativa na produção de colágeno (KING et al., 2016). Como
consequência afeta negativamente a produção da matriz óssea e a cicatrização dos
tecidos (VENZA et al., 2010). Segundo Cho et al., (2018) A International Diabetes
Federation estima que o número de pessoas na faixa etária entre 20 e 70 anos com
diabetes mellitus aumentou para 424.9 milhões em 2017, e que a expectativa para o
ano de 2045 seja de aproximadamente 629 milhões (CHO et al., 2018). Desta forma
o diabetes mellitus apresenta-se como uma condição de saúde cada vez mais
comum em paciente que anseiam pela instalação de implantes dentários, sendo
necessária uma conduta adequada do cirurgião dentista frente a esses casos, pois
estudos atuais mostram que pacientes com diabetes mellitus em comparação com
pacientes saudáveis tiveram maiores perdas de osso marginal e maiores
37

profundidades de sondagens com maior grau sangramento ao redor dos implantes


(X. JIANG et al., 2020). Outro fator relevante trazido pelo literatura atual são as
condições que acometem o sistema cardiovascular, dentre elas os pacientes com
histórico de angina de peito, portadores de próteses cardíacas, infarto do miocárdio,
insuficiência cardíaca e arritmias (RHODUS, 2003; SILVESTRE et al., 2002). Mesmo
quando o paciente encontra-se assintomático, existe a possibilidade da evolução
desses sintomas no momento da consulta odontológica em virtude do estresse,
medo e tensão que geralmente são gerados durante a consulta odontológica
(RHODUS et al., 2003). De acordo com Wilson et al., (2007) alguns desses pacientes
realizam a administração de alguns anticoagulantes, sendo essencial a solicitação de
exames complementares para a verificação da coagulação sanguínea (WILSON et
al., 2007). Segundo Chambrone et al., (2013) existe uma maior suscetibilidade ao
desenvolvimento de endocardite bacteriana em portadores de válvulas cardíacas,
pacientes com histórico de endocardite infecciosa e alterações cardíacas, gera no
cirurgião dentista a responsabilidade da realização da profilaxia antibiótica a fim de
evitar a disseminação de microrganismo através da corrente sanguínea. São
algumas das principais recomendações para a instalação de implantes dentários
nesses tipos de pacientes (CHAMBRONE et al., 2013).
No estudo feito por Mesquita et al., (2000) avaliaram pacientes acometidos
pela doença renal crônica, apresentam grau variável de hipertensão arterial, a
pressão arterial sanguínea e a frequência cardíaca devem ser avaliadas antes e
durante a intervenção. Indivíduos apresentando níveis pressóricos muito elevados,
quadros graves de anemia ou distúrbios da coagulação sanguínea devem ser
atendidos somente nas urgências odontológicas, em ambiente hospitalar
(MESQUITA et al., 2000). De acordo com Vree (2005) o Cirurgião Dentista deve
evitar fármacos com potencial nefrotóxicos, dando prioridade a anestésicos locais
como a articaína cuja metabolização e realizada, rapidamente, principalmente no
plasma saguíneo e o restante no fígado onde é transformada em ácido articaínico,
biologicamente inativo. Da dose administrada, aproximadamente 2-5% são
excretados pelos rins de forma inalterada e o restante na forma de seus metabólitos
(VREE, 2005). A profilaxia antibiótica é controversa nesses casos, pois quando
ocorre infecção, geralmente são causadas por bactérias oriundas da pele que
utilizam a fístula arteriovenosa para se disseminar na corrente sanguínea
(GUDAPATI, et al., 2002; BROCKMANN; BADR et al., 2010). Todo paciente
38

submetido à hemodiálise recebe heparina, anticoagulante que permite o sangue


passar pelo equipamento de diálise sem coagular. Como a heparina possui meia-
vida plasmática curta de cerca de 2-4 horas, é recomendado que os procedimentos
odontológicos que causam sangramento sejam agendados no dia seguinte às
sessões de diálise, para evitar o risco de hemorragia (GREENWOOD et al., 2003;
BROCKMANN et al., 2010).
Pacientes portadores de porfirias hepáticas, exigem outros tipos de cuidados,
As porfirias são um grupo de doenças genéticas, além de formas adquiridas, de rara
ocorrência, mas de potencial impacto para a clínica odontológica. São deficiências de
determinadas enzimas na via de biossíntese do radical heme da hemoglobina,
causando o acúmulo de porfirinas, compostos intermediários que se tornam tóxicos
quando detectados em altas concentrações nos tecidos. Alguns autores argumentam
que a utilização de soluções anestésicas cujo vasoconstritor é a epinefrina podem
desencadear um ataque agudo de porfiria (GREENWOOD et al., 2010; (BROWN.,
2002). Porém o “drug database for porphyria” traz uma nova classificação da
epinefrina como possível droga não porfirogênita, considerando-a como droga segura
para a administração em pacientes portadores de porfirias hepáticas (BERGEN et al.,
2007). Segundo DAZA et al., (2007) os anestésicos são potencialmente
porfirogênicos, pela alta lipossolubilidade pelo fato de seu metabolismo estar
relacionado com o sistema de citocromos hepáticos (DAZA et al., 2007). Na prática, a
maioria dos pacientes com porfiria podem ser anestesiados com relativa segurança,
se forem tomadas as precauções necessárias. Existem alguns relatos de casos de
pacientes que se submeteram a procedimentos odontológicos, inclusive cirúrgicos
que tiveram uma ótima recuperação (MCGOVERN et al., 2007; BROWN et al., 1992).
Em caso de realização de profilaxia antibiótica, o grupo de antibióticos mais indicado
são as penicilinas, por outro lado a eritromicina apresenta uma contraindicação
absoluta (BERGEN et al, 2007).
Segundo POTOTSKI et al., (2007) Para se evitar implicações em pacientes
que fazem uso da medicação antiagregante plaquetária, o implantodontista deverá
entrar em contato com o médico, para que juntos possam avaliar os riscos e os
benefícios para o paciente, tendo em vista que muito desses pacientes são
portadores de problemas cardiovasculares, com fibrilação atrial, doença cardíaca
isquêmica e doença vascular periférica, ou portadores de próteses val-vares
cardíacas (POTOTSKI et al., 2007; ANDRADE et al., 2005).
39

O Implantodontista deve estar atento aos pacientes com problemas


relacionados ao sistema respiratório como sinusite e asma, uma vez que o uso
frequente de descongestionantes nasais à base de vasoconstritor e inaladores do
tipo corticosteróides podem causar vários danos à saúde. Pacientes com sinusite
podem apresentar a membrana sinusal bastante atrofiada decorrente da ação do
produto. Com o uso contínuo, essa mucosa fica muito friável e a probabilidade de
perfuração é muito alta (MATHEW et al., 1998). Já a respiração bucal, que é comum
em pacientes asmáticos, apresenta inúmeros prejuízos para a cavidade bucal,
diminuindo o fluxo salivar e deixando dessa forma a pessoa mais suscetível ao
desenvolvimento de cáries e aos problemas periodontais (OLIVEIRA, 2008).
De acordo com Klokkevold et al., (2007) em seu estudo demonstraram a taxa
de sobrevida mundial de implantes dentários em fumantes foi de 89,7% em
comparação com 93,3% em não fumantes, ou seja, a taxa de insucesso foi de 10,3%
em fumantes, contra 6,7% em não fumantes. Já para Landi et al. (2021), apresenta a
informação que em pacientes fumantes, a taxa de insucesso é relatada como sendo
de 2 a 2,5 maior quando comparado com não fumantes (LANDI et al., 2021).
Para estender esse contexto, conforme Ruggiero et al., (2004) em seu estudo
avaliam as consequências em 63 casos de osteonecrose dos maxilares relacionados
ao uso de bisfosfonatos em pacientes com diagnóstico de osteomielite e com
histórico de terapia crônica com bifosfonatos. Onde em 38% dos pacientes a maxila
foi envolvida, com 19 casos com envolvimento unilateral e 5 bilateral. A mandíbula foi
acometida em 63% dos casos, sendo 37 casos com envolvimento unilateral e 3
bilateral (LANDI et al., 2021).
Segundo Gomes Júnior, 2002, tem-se validado a convicção de que a
ansiedade do paciente não pode ser negligenciada, comitantemente a isso, para
Alldredge et al, 2001 os pacientes portadores de epilepsia se faz necessário um
plano de tratamento odontológico mais cuidadoso. O cirurgião-dentistas deve
analisá-lo e conduzi-lo em todas as sessões de atendimento, dando enfoque quando
se realizam procedimentos invasivos. Em implantodontia, condições psicológicas
como essas de ansiedade ou um episódio de epilepsia podem ser devido à
expectativa geradas em torno dos resultados do tratamento, mas é desencadeada
principalmente pela apreensão criada pela iniciação de um procedimento anestésico
e cirúrgico. deste modo, surge a ideia-força de que a implantodontia deve abranger
40

esforços, ou seja, valer–se da conduta multiprofissional e interdisciplinar. Nessa


perspectiva, a Farmacologia pode ser direcionada para eleger protocolos
compatíveis aos propósitos e necessidades da técnica implantodôntica, sem prejuízo
de visão aos riscos inerentes ao conforto e tratamento do paciente (GOMES
JÚNIOR, 2002).
Além disso, síndromes oriundas do ectoderma podem se apresentar de
diversas formas e prejudicar várias estruturas. Os elementos dentários podem
demonstrar modificações na dentina (dentinogênese) e esmalte (amelogênese), há
retenção dos dentes decíduos e deformação dentária, que abrange desde a
hipodontia até a anodontia. Os dentes, quando presentes, geralmente expressam
deformações em seu formato, frequentemente cônica, erupção lenta e grande
distanciamento entre si (TABORDA et al., 2018). A agenesia dentária é menos
recorrente e se apresenta em casos mais graves. A hipodontia acomete 80% dos
casos, e os dentes com essa característica clínica geralmente estão nos caninos,
incisivos e por último os molares, podendo ocorrer taurodontismo. As condutas
reabilitadoras realizadas pelo cirurgião–dentista para são diversas e consistem na
produção de facetas estéticas, reconstrução estética com compósitos, movimentação
ortodôntica, implantes osseointegrados e próteses parciais ou totais (CARVALHO et
al., 2006). Na primeira infância, as crianças com displasia ectodérmica apresentam
restrições para os implantes dentários, visto que estes não acompanham as
proporções durante o crescimento craniofacial e se apresentam como um dente
anquilosado, encontrando-se em infraoclusão. Pode existir ainda luxação, exposição
do implante e restrição de crescimento dos ossos basais, comprometendo a função e
a estética (TUMA et al., 2017). Para Tuma, et al., (2017) nem sempre a fase
cronológica ocorre com o desenvolvimento esquelético. Eles observaram, por meio
de radiografias de punho, a maturação do esqueleto e indicaram a colocação de
implante dentário no período dos 15 ou 16 anos para meninas e 18 para meninos,
visto que nesse tempo o crescimento já estava completo para o procedimento
cirúrgico. Porém, segundo Ferreira et al. 2012, sugerem colocar implantes a partir
dos 3 anos completos, para que até o término da puberdade seja realizada
conclusão do tratamento e proporcionar dignidade, autoestima e melhora na
convivência social do indivíduo. Todavia, destacam-se as dificuldades encontradas
nessa fase, acarretando em certas limitações do crescimento craniofacial (TUMA, et
al., 2017; FERREIRA et al., 2012).
41

O esquema realizado para o planejamento protético do paciente ocorre pelas


necessidades apresentadas durante o procedimento de anamnese, exames intra e
extraorais, e comitantemente com os fatores de função, fonética e estética, do
paciente (DREOSSI et al., 2021). Dessa forma, anamnese determina o estado do
paciente, suas perspectivas, avalia o perfil, a situação sistêmica e a terapia
medicamentosa administrada, integrando todo o período odontológico, médico e
social, hábitos funcionais e parafuncionais, visto que alterações na condição de
saúde do paciente odontológico interfere no sucesso dos implantes dentários (LANDI
et al., 2021). Ademais, no período de realização do procedimento de
osseointegração, há um ponto relevante a ser feito, que é a irrigação durante a
colocação dos implantes. A ausência desse procedimento promove aquecimento
ósseo, necrose tecidual e prejuízo na fixação dos implantes no osso, logo o
cirurgião-dentista deve estar atento com o sistema de irrigação antes da realização
cirúrgica (CAMPOS et al., 2018).
Portanto, os implantes dentários concedem e promovem função, conforto e
estética, quando igualados a resultados com próteses convencionais, sendo assim
são superiores em todos esses pontos (DREOSSI et al., 2021). Assim, para uma
instalação de implantes dentários bem sucedida, uma semiotécnica deverá ser bem
executada, junto com um planejamento rigoroso, observando-se os fatores biológicos
de cada caso, condição local ou sistêmica do paciente, como também o perfil
econômico que deverá ser levado em consideração (CAMPOS et al., 2018).
Nos pacientes irradiados, deve-se escolher por próteses implantossuportadas,
retidas por parafusos, para que possam ser removidas periodicamente, permitindo
dessa forma a observação dos tecidos orais para avaliação da higiene bucal do
paciente, bem como a identificação de recidivas de câncer (Marx e Morales, 1998).
Um período de intervalo entre a radioterapia e a colocação dos implantes é
recomendado, pois possibilita a recuperação da capacidade da cicatrização óssea. A
maior parte dos problemas e danos causados ao osso pode surgir até o sexto mês
após a irradiação. A recuperação parcial da microvascularização ocorre entre o
terceiro e sexto mês, e a recuperação da capacidade da cicatrização óssea num
período de doze meses após a irradiação. É indicado esperar de um tempo de 12 a
18 meses após a radioterapia para fazer a colocação dos implantes ( Visch et al.,
2002, Arcuri et al.11, 1997). O protocolo cirúrgico inclui cauteloso manuseio dos
tecidos. Incisão no centro da crista, menor descolamento do periósteo, fresagem
42

óssea atraumática com menos produção de calor, aplicação de implantes de maior


diâmetro e mais longos, boa adaptação das margens da ferida, cobertura antibiótica,
evitar lesão tecidual por próteses orais e higiene oral minuciosa (Marx e Morales,
1998).
De acordo com YAGIELA, 2000., os pacientes em período gestacional
necessitam de cuidados especiais durante os procedimentos cirúrgicos
odontológicos, tanto sob anestesia geral quanto local. Estudos retrospectivos com
mulheres grávidas que receberam anestesia local para procedimentos de
emergência durante o primeiro trimestre demonstraram que tal prática pode ser feita
de forma segura. Porém, alguns efeitos adversos podem surgir durante o uso em
gestantes, tais como: meia vida prolongada por ligar-se a proteínas plasmáticas;
possibilidade de toxicidade do anestésico, que é muito lipossolúvel, podendo
adentrar as membranas maternas e a placenta (que pode desenvolver danos no feto,
em ressalva no primeiro trimestre da gestação). Nesse ponto, há efeitos provocados
pelo sal anestésico e pela presença de vasoconstritores na solução que podem
causar danos deletérios, principalmente, no primeiro e último trimestre de gestação,
incluindo ao desenvolvimento de complicações neurológicas, cardiovasculares, além
de poder induzir um parto prematuro ou aborto decrorrente das alterações no tônus
muscular e pressão sangue materno. Nos estudos levantados e conduzidos por
Navarro et al.; Martins et al. 2008, o anestésico mais recomendado foi a Lidocaína
(59,6% e 45%, respectivamente) e, segundo Pontanegra, a Mepivacaína se sobrepôs
à Lidocaína, todavia a Lidocaína também foi mostrada com grande frequência.
Durante o estudo, apenas 2,2% dos cirurgiões-dentistas usam a Mepivacaína como
sal anestésico, que deve ser evitada durante a gestação e também lactação, devido
ao recém-nascido não conseguir metabolizar bem este anestésico no fígado. Na
escolha de medicamentos analgésicos para gestantes, grande parte não possui
conhecimento dos riscos que a dipirona sódica tende a oferecer para a mulher
grávida (pode causar agranulocitose e causar neutropenia, predispondo a infecções)
e a maior parte dos profissionais considera este analgésico o de melhor escolha
(57%), logo depois do paracetamol (33%). No estudo de Navarro et al, 2008 e
Martins et al, 2013, o uso do paracetamol foi o mais relatado, entretanto ainda
apontam o uso de dipirona, porém com uma frequência menor de indicação, devendo
haver dessa forma um rigoroso critério quanto ao uso, levando em questão
principalmente ao tempo. Em relação aos
43

ansiolíticos utilizados para pacientes grávidas, a expectativa gerada antes de alguns


procedimentos odontológicos pode desencadear um quadro clínico de ansiedade no
paciente, sendo a prescrição de ansiolíticos uma prática rotineira no pré-operatório,
no entanto, tal prática aplicada no atendimento a gestantes pode causar sérios
efeitos deletérios, uma vez que praticamente todos os medicamentos desta classe
terapêutica são classificados como de riscos teratogênicos (fortes evidências de
induzir danos ao feto), além de outras comprovações sinalizaram que a utilização de
ansiolíticos no período de amamentação também deve ser evitado, logo, é contra-
indicado o uso de benzodiazepínicos na gestação e lactação (BASTOS et al, 2014).
Keenan e Veitz-Keenan et., (2015) analisaram o uso da profilaxia antibiótica
em implantes dentários e chegaram à conclusão que não há dados suficientes na
literatura que apontem ou não o uso de profilaxia antibiótica ou seu uso contínuo pós
cirurgia. Morris et al., (2004) avaliou 1.500 implantes com intervalo de três a cinco
anos com ligação ou não a terapia antibiótica pré e/ou pós cirúrgica e constataram
que o uso de antibióticos não alterou a taxa de sucesso dos implantes,
recomendando que não existe vantagem ou quase nenhuma em aplicá-los com este
propósito (CAMPOS et al., 2018).
Kan et al., (2005) estudaram as alegações mais comuns referentes às queixas
de negligência decorrentes do tratamento com implantes e constataram as
seguintes: a inadequada avaliação do caso clínico, termo de consentimento (28%);
estética insatisfatória ou função (27%); falha do implante (22%) por causas
biológicas ou desenho geométrico e, danos às estruturas circunvizinhas (por
exemplo, nervo alveolar inferior, nervo mentoniano, nervo lingual, ou complicações
envolvendo o seio maxilar) (14%) foram as mais prevalentes. Segundo, Lourenço et
al., (2007) as complicações cirúrgicas mais acometidas foram o edema e a equimose
e as exposição das roscas. Já as complicações protéticas mais frequentes, foram
problemas com a fala e a fratura dos parafusos da prótese e de transmucosos
(SANTOS et al., 2011).
Segundo Landi et al., (2021) a complicação mais comum no levantamento do
seio maxilar (10% a 34%) relacionadas à fase cirúrgica intra operatória é a
perfuração da membrana Schneideriana, onde um estudo realizado por Guimarães
et al., (2012) comprovaram que em um total de 107 cirurgias de elevação do seio
maxilar, foram relatadas 25 intercorrências, onde a perfuração da membrana de
44

Schneider foi a mais prevalente, ocorrendo em 12 (48%) das intercorrências. Alves


et al., (2017) demonstraram que a colocação do implante no seio maxilar acontece
mais em áreas onde o osso alveolar se apresentam menor que 5mm de altura,
porém a taxa de sucesso de implantes em locais onde não ocorreram perfurações
sinusais são maiores (100%)e (69,9%) em comparação com regiões onde isso
acontece (LANDI et al., 2021).
Em estudo realizado por Souza et al., (2013) averiguaram pacientes que possam
perder seus implantes osseointegrados pela peri-implantite, bem como perderia seus
dentes com o envolvimento dos tecidos periodontais de suporte, pois no tecido
comprometido indicam uma interdependência entre as características da microbiota
peri-implantar com a periodontite (LANDI et al., 2021).
Estudos realizados por Eckert et al., (2000) apontam que mesmo não sendo tão
comum, a fratura dos implantes é uma das complicações mais graves, inviabilizando
o uso da prótese. Com 4.937 implantes mostraram 0,6% de fraturas, com baixa
incidência em mandíbula e maxila edêntula (0,2%) e com ocorrências maiores em
mandíbula e (1,5%) maxila parcialmente edêntulas (LANDI et al., 2021).

7.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final do nosso trabalho concluímos que para uma instalação de implantes
dentários seja bem sucedida o Cirurgião Dentista deverá fazer uma semiotécnica
criteriosa juntamente com um planejamento cirúrgico e protético prévio. Portanto,
com base na literatura consultada, pode-se afirmar que uma avaliação integral do
paciente é fundamental para a obtenção do sucesso clínico dos implantes dentários.
O Implantodontista possui diversas ferramentas de diagnóstico que auxiliam na
confecção de um adequado plano de tratamento e consequentemente favorecem a
reabilitação oral e qualidade de vida desses pacientes. As mesmas devem estar
pautadas em uma adequada anamnese, podendo ser auxiliado por exames
complementares, a fim de favorecer um adequado diagnóstico e opção terapêutica
individualizada.
45

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