Você está na página 1de 65

TERAPÊUTICA APLICADA – INTRODUÇÃO À TERAPÊUTICA APLICADA

GENERALIDADES
- Busca amenizar ou acabar com os efeitos de uma doença.
- Implica no planejamento de cuidados e atividades odontológicas.
- Lembrar que a dor é relativa para cada paciente.

TIPOS DE TRATAMENTO
- Tratamento é definido como o conjunto de meios (terapias) empregados visando a debelar uma doença ou
proporcionar ao doente cuidados paliativos.
- Fornecer elementos essenciais ao organismo (vitaminas, minerais e hormônios).
- Prevenir uma doença ou infecção (soros e vacinas).
- Tratamento e cura de infecção (agentes quimioterápicos).
- Bloqueio temporário de uma função normal (anestésicos).
- Tratamento de situações de desconforto (dor, inflamação, prurido, etc).
A) TRATAMENTO ETIOLÓGICO: tratar a causa da doença (fármacos antifúngicos).
B) TRATAMENTO SINTOMÁTICO: tratar/aliviar os sintomas (sintomatologia de extração dentária).
C) TRATAMENTO FISIOLÓGICO: tratar órgão ou tecido que não está 100% (hipossalivação).
D) TRATAMENTO CLÍNICO/CIRÚRGICO: envolve observara o paciente como um todo.
E) TRATAMENTO EMPÍRICO: fazer o tratamento sem evidências concretas.

AÇÃO BIOLÓGICA DOS FÁRMACOS


A) FASE FARMACOCINÉTICA:
- Pode-se dizer que é o caminho do medicamento.
- Absorção do medicamento (geralmente é no intestino).
- Distribuição pelo organismo humano.
- Metabolismo ou biotransformação.
- Excreção do fármaco e metabólitos (fígado = metabolismo + eliminação).
B) FASE FARMACODINÂMICA:
- Período de ligação do fármaco ou seus metabólitos nos sítios.
- Uso de receptores específicos e ativar o sistema enzimático do organismo.
- Emitir mensagem do sistema mensageiro e o efeito desejado do fármaco
C) FASE FARMACÊUTICA:
- Relacionada a produção do fármaco, podendo ter 3 variáveis que podem diferenciar o resultado.
- BIODISPONIBILIDADE:
- Indica a velocidade e a extensão da absorção.
- Administração intravenosa com disponibilidade absoluta e a via oral é relativa.
- Depende da concentração da dose e/ou forma farmacêutica.
- BIOEQUIVALÊNCIA:
- Diz respeito aos produtos terapêuticos com a mesma equivalência farmacêutica.
- Fármacos podem ser de REFERÊNCIA, GENÉRICO OU SIMILAR.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


- FORMA FARMACÊUTICA:
- Estado no qual a substância ativa se apresenta depois de formulada.
- A farmacotécnica que manipula a fabricação desse medicamento.
- Amoxicilina pode ser xarope, cápsula ou então comprimidos.

REFERÊNCIA, GENÉRICO OU SIMILAR


A) REFERÊNCIA: possui nome comercial na embalagem, eficácia/segurança comprovadas ANVISA.
B) GENÉRICO: igual ao de referência, porém a embalagem apenas com substância ativa, comprovação.
C) SIMILAR: igual ao de referência, porém difere em prazo de validade, forma de produto, rotulagem.

FORMAS FARMACÊUTICAS
a) Comprimidos: normal, é branco devido ao pó comprimido na forma com amido.
b) Cápsulas: geralmente possui um gel envolvendo o fármaco para proteger e deslizar o fármaco.
c) Drágeas: são mais soláteis a luz, revestimento com açúcar devido a solatilidade e ao gosto ruim.
d) Soluções: dissolução de substâncias em água.
e) Suspensão: pó dissolvido em água.
PRINCÍPIO ATIVO – IBUPROFENO
f) Cremes, pomadas e pastas.
A) VIA ORAL COMPRIMIDO → 400mg proporciona pico plasmático 35mg/ml.
g) Supositórios. B) VIA ORAL CÁPSULA → 400mg proporciona pico plasmático 58mg/ml.
h) Grânulos. DIFERENÇA É NO INÍCIO DE AÇÃO MAIS RÁPIDA [MAIOR PICO PLASM.].

i) Pós.

DETERMINAÇÃO DA DOSE TERAPÊUTICA


A) DOSE CRIANÇAS: necessita de esquemas posológicos em função da idade, peso e área de superfície
corporal (sempre formas líquidas).
B) DOSE ADULTO: estabelecida por estudos, presente na bula do fármaco.
C) DOSE IDOSO: usar a menor concentração do fármaco.

POSOLOGIA DO FÁRMACO
- É a forma que o medicamento será usado.
- Consegue abranger número de vezes e a quantidade de medicamento.
- Está relacionada com o tempo de ação e a dose terapêutica.
- DETERMINAÇÃO POSOLOGIA:
- Cinética e dinâmica → posologia → efeito terapêutico.

- Fase 1 (voluntários saudáveis) → fase 2 (pequeno nº de pacientes) e fase 3 (multicêntrico).

REAÇÃO ADVERSA: qualquer resposta prejudicial ou indesejável e não intencional que ocorre com
medicamentos em doses normais.
EFEITO COLATERAL: qualquer efeito diferente daquele considerado como principal, sendo os mais
frequentes coceira, ardor, vermelhidão, inchaço e falta de ar, pode alterar resultados de exames.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


FREQUÊNCIAS DE REAÇÕES ADVERSAS E EFEITOS COLATERAIS
- Muito comuns (>10%). - Raras (0,0001% a 0,001%).
- Comuns (1% a 10%). - Muito raras (<0,0001).
- Incomuns (0,001% a 0,99%).

DIAGNÓSTICO DOS EFEITOS COLATERAIS


A) INTOLERÂNCIA IMEDIATA B) INTOLERÂNCIA TARDIA (ALGUNS DIAS)
- Mal-estar. - Dor estomacal.
- Náuseas. - Insuficiência renal.
- Vômito e diarreia. - Insuficiência hepática.
- Reação alérgica IgE. - Reação alérgica tardia.

EFEITOS SECUNDÁRIOS
- Dependem do mecanismo de ação do fármaco em questão.
- Casos de superinfecção: desequilíbrio da microbiota, exemplo com antibióticos.

RISCOS TERAPÊUTICOS PODEM OCORRER EM DOSES TERAPÊUTICAS


- Toxicidade do fármaco.
A) IRRITAÇÃO GASTROINTESTINAL → AINES
- Estado orgânico do paciente.
B) HIPOSSALIVAÇÃO (XEROSTOMIA) → antidepressivos,
- Personalidade do paciente.
anti-hipertensivos, ansiolíticos e diuréticos.

INEFICÁCIA DO TRATAMENTO
A) PACIENTE
- Automedicação.
- Idade e peso.
- Personalidade.
B) FÁRMACO
- Interações medicamentosas.
- Efeitos adversos.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


TERAPÊUTICA APLICADA – PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA

Prescrição nada mais é od que uma ordem escrita dirigida ao farmacêutico definindo como o fármaco deve
ser fornecido ao paciente e dirigida ao paciente determinando as condições em que o medicamento deve
ser usado.

GENERALIDADES
- Documento com peso legal, cirurgião dentista é prescritor e farmacêutico é quem dispensa.
- Lei 5.991/1973: controle sanitário do comércio de medicamentos.
- Lei 9.787/1999: medicamento genérico, vigilância sanitária.
- Resolução nº 357/2001: aprova regulamento técnico de boas práticas.

LEI FEDERAL 5.991/1973


- Artigo 35a: escrita a tinta, em vernáculo, por extenso e de modo legível, observados a nomenclatura e o
sistema de pesos e medidas oficiais.
- Artigo 35b: nome e endereço residencial do paciente, modo de usar.
- Artigo 35c: data, assinatura, endereo do profissional, CRO.
- Não se deve fazer abreviações.
- Deve-se usar receituários especiais para alguns medicamentos.

PARTES DA PRESCRIÇÃO
- Cabeçalho (1)
- Superinscrição (2)
- Inscrição (3).
- Subinscrição (4).
- Adscrição (5).
- Data e assinatura (6).

CABEÇALHO DA PRESCRIÇÃO (1)


1) Nome e endereço profissional.
2) Registro profissional e possível especialidade.

SUPERINSCRIÇÃO DA PRESCRIÇÃO (2)


1) Nome e endereço do paciente.
2) Idade do paciente quando pertinente e menor de 18 anos.
3) Símbolo RX significa receba.
4) Uso interno (via oral) e uso externo (extracorpóreo).

INSCRIÇÃO DA PRESCRIÇÃO (3)


1) Nome do fármaco.
2) Forma farmacêutica.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


3) Concentração a ser administrada.
- Exemplo: ácido acetil salínico comprimidos 500mg.

SUBINSCRIÇÃO DA PRESCRIÇÃO (4)


- Quantidade de comprimidos/medicamento.
- Calcular pela quantidade de comprimidos ao dia.
- Exemplo: “9 comprimidos”.

ADSCRIÇÃO DA PRESCRIÇÃO (5)


- Orientação ao paciente de como tomar.
- Começar com verbos, colocar parênteses no número, via, horas/dias.
- Exemplo: “tomar 01 (um) comprimido, por via oral, a cada 8 horas por 3 dias”

DATA E ASSINATURA (6)


- Colocar a data e assinatura.
- Possível riscar para não escrever mais na mesma receita.

Dentistas não conseguem prescrever a receita A [AMARELA], apenas a


receita B [AZUL], essa última contém ansiolíticos como Zolpidem,
Clonazepam e Diazepam nesta.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE: Guilherme Gomes Pereira Lopes, UFPR.
DATA/ASSINATURA: 27/01/2022 – Guilherme Lopes.
MEDICAMENTO OU SUBSTÂNCIA: Midalozam.
QUANTIDADE E FORMA FARMACÊUTICA: 1 caixa/comprimidos.
DOSE POR UNIDADE POSOLÓGICA: comprimidos 7,5mg.
POSOLOGIA: 1 comprimido, 30min.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


TERAPÊUTICA APLICADA – USO PROFILÁTICO DOS ANTIBIÓTICOS

PROFILAXIA x TERAPIA
- Profilaxia é apenas para prevenir possíveis problemáticas.
- Terapia já envolve o tratamento de possíveis condições/doenças.

PREVENÇÃO DE INFECÇÕES:
- Possíveis problemáticas são raras, mas podem ser mortais.
- Uso profilático de antibióticos parece ser consenso entre pacientes necessitados.
A) PROFILAXIA DE FENDA CIRÚRGICA: usado para prevenir pós cirurgia.
B) PREVENÇÃO DE INFECÇÕES A DISTÂNCIA EM PACIENTES SUSCETÍVEIS: profilaxia de
endocardite bacteriana, transplante de órgãos.

PROFILAXIA DE FENDA CIRÚRGICA:


- Região que pode infeccionar após cirurgias realizadas.
- Hoje em dia se observa que não é mais tão necessário assim.
- Medica o paciente antes mesmo de realizar a cirurgia.
- QUANDO REALIZAR A PROFILAXIA CIRÚRGICA:
- Prevenção da contaminação em área estéril.
- Taxa de infecção é remota, mas alta morbidade.
- Procedimentos cirúrgicos com altas taxas de infecção.
- Material protético será instalado no paciente (exemplo: implante).
- CIRURGIAS RECOMENDADAS:
- Cirurgia das regiões periapicais.
- Terceiros molares e dentes inclusos.
- Material protético.

PREVENÇÃO DE INFECÇÕES À DISTÂNCIA EM PACIENTES SUSCETÍVEIS


- É de uso consensual em pacientes com certas debilidades.
- Intervenções odontológicas podem causar bacterimia transitória em pacientes especiais.
- PACIENTES SUSCETÍVEIS:
1) PACIENTES SUSCETÍVEIS A ENDOCARDITE INFECCIOSA.
2) PORTADORES DE PRÓTESES ORTOPÉDICAS.
3) PACIENTES DIABÉTICOS.
4) PACIENTES RENAIS CRÔNICOS.
5) PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DAS RECOMENDAÇÕES


- Endocardite infecciosa é incomum, mas pode levar a óbito.
- Algumas patologias cardíacas subjacentes presdispõem a endocardite.
- Bacterimias transitórias podem ocorrer: trato genital, gastrointestinal e odontológico.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


RAZÕES PARA A REVISÃO DE PROTOCOLO
- 2007 ocorreu uma revisão das prescrições por parte dos órgãos dos EUA.
- Endocardite tende a acontecer em regiões já expostas a bacterimias aleatórias.
- Os efetiso adversos podem superar os benefícios da profilaxia.
- Higiene bucal e saúde bucal devem reduzir os casos de EC.

GENERALIDADES SOBRE ENCARDITE INFECCIOSA

A) 1ª ETAPA - FORMAÇÃO DO TROMBO


- NBTE → endocardite trombótica não bacteriana.
- Fluxo turbulento → trauma do endotélio → deposição de plaquetas e fibrina.
- Necessidade de alguma condição cardiovascular.
B) 2ª ETAPA - BACTEREMIA TRANSITÓRIA:
- Essa bacteremia pode ser causada pelo desequilíbrio de microrganismos.
- População de microrganismos das mucosas → trauma → liberação temporária de
microrganismos na corrente → bacteremia transitória.
- Fatores associados: trauma, microbiota, inflamação, infecção.
C) 3ª ETAPA - ADESÃO BACTERIANA:
- Habilidade de um microrganismo de aderir a um local específico, adesão ao trombo feito.
- Bactérias GRAM +: estreptococos, estafilococos e enterococos.
- Estreptococos GRAM + são as bactérias mais presentes na boca.
- Penicilinas são altamente eficazes contra GRAM + cocos.
- Proliferação das bactérias nesse trombo recém feito.

CRITÉRIOS PARA PROFILAXIA ANTIBIÓTICA


1) Saúde do paciente.
2) Procedimento odontológico (alto ou baixo risco).

INDICAÇÕES PARA PROFILAXIA ANTIBIÓTICA EM PACIENTES CARDÍACOS


- Válvula cardíaca protética.
- Material protético para reparo da válvula.
- Endocardite infecciosa prévia.
- Doença cardíaca congênita (sialotico não reparado, defeitos cardíacos).
- Receptores de transplante cardíaco com valvulopatia.

- Sopro cardíaco não entra.


- Cardiomiopatia hipertrófica não entra.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


PACIENTES PORTADORES DE PRÓTESES ORTOPÉDICAS ARTICULARES TOTAIS
- Imunocomprometidos.
- Diabetes tipo 1. Paciente deve ter um dos sintomas listados
- Hemofilia. além de possuir alguma prótese articular.
- Infecção prévia por prótese articular.

PACIENTES RENAIS CRÔNICOS


A) TRATAMENTO CONSERVADOR: não há indicação.
B) TRATAMENTO HEMODIALISE: não há falta de evidência conveniente sobre profilaxia, discutível.
C) TRANSPLANTADOS: considerar profilaxia.

PACIENTE DIABÉTICO
- Diminuição da capacidade imunológica.
- Apenas para PACIENTES DESCOMPENSADOS É INDICADO (em emergências odontológicas).
- Profilaxia não é indicada para rotinas.

PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS
- Leucócitos granulócitos < 1.000/mm3.
- PACIENTES HIV +: SEM INDICAÇÃO, POIS PODE GERAR SUPERINFECÇÃO.
- Pacientes que realizaram quimioterapia.
- Pacientes que realizaram transplante de medula.

PACIENTES NÃO ALÉRGICOS/PADRÃO


- Via oral, uso da AMOXILINA.
- 1 hora antes, adultos 2g e crianças 50mg/kg.
- Cada cápsula possui 500mg de amoxilina.

PACIENTES QUE NÃO TOMAM ORAL


- Via intranosa ou intramuscular, uso da AMPICILINA ou CEFAZOLINA.
- 30 minutos antes do procedimento, adultos 2g e crianças 50mg/kg.

PACIENTES ALÉRGICOS A PENICILINA


- Via oral, uso da DOXICICLINA.
- 1 hora antes do procedimento, adultos 100mg e crianças 2,2mg/kg.

PACIENTES ALÉRGICOS E QUE NÃO TOMAM ORAL


- Via intravenosa ou muscular, uso da CLINDAMICINA.
- 30 minutos antes do procedimento, adultos 600mg e crianças 20mg/kg.
- Cada ampola possui 300mg normalmente.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


TERAPÊUTICA APLICADA – CONTROLE DA DOR EM ODONTOLOGIA

GENERALIDADES SOBRE DOR


- Experiência sensorial e emocional desadrável associada a injúria tecidual.
- Possui um caráter defensivo para algo de errado.
- 5 sinais cardinais da inflamação: dor, calor, tumor, rubor e perda de função.
- Ciclo do ácido aracdônico é começado sempre com rompimento da membrana celular, sendo possível
evitar esse ciclo para evitar a dor.
- Maioria dos medicamentos para dor bloqueiam a ação da COX e da fosfolipases.

TIPOS/FORMAS DA DOR EM ODONTOLOGIA FÁRMACOS QUE CONTROLAM A DOR


A) DOR AGUDA: dentina exposta, inflamação. - Benzodiazepínicos.
B) DOR CRÔNICA: neuralgia pós herpética, DTM. - Anestésicos locais.
- Intensidade pode ser leve, moderada ou intensa. - Analgésicos.
- Anti-inflamatórios.
GENERALIDADES SOBRE A DOR
- Nocicepção é a sensação dolorosa propriamente dita. Fosfolipídeos
- A dor começa pelo estímulo de fibras nervosas especiais.
COX 1, COX 2
- Nociceptores são fibras específicas para dor.
- Componentes/substâncias/ativadores ao lado estimulam nocireceptores. Ácido aracdônico
ATIVADORES DIRETOS DOS NOCIRECEPTORES Fosfolipase A2

a) Potássio/ATP. c) Bradicina.
b) Histamina. d) Serotonina
Prostaglandinas

METABOLISMO DE FOSFOLIPÍDEOS
- Fosfolipídeos vão sofrer ação da enzima fosfolipase A2, originando o ácido aracdônico.
- A COX-1 e COX-2 reagem com este ácido, formando as prostaglandinas.
- Essa prostaglandina pode ser responsável pela dor pois estimula os nocireceptores.
- Analgésios podem atuar inibindo as COX, não gerando as prostaglandinas.
- Corticoides vão inibir as fosfolipases.

ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA DOR


- PREVENÇÃO: analgesia pré emptiva, analgésicos não opioides em pré operatório são bastante utilizados
e fármacos que podem prevenir hiperalgesia.
- TRATAMENTO: tratamento primário ou etiológico (sintomático).
A) PREVENÇÃO → ANALGESIA PRÉEMPTIVA:
- Antes do procedimento nocivo, prevenem hiperalgesia e uso anterior cirúrgico.
- Analgésicos não opioides são bastante usados, chamados de periféricos.

ANALGÉSICOS CENTRAIS → OPIOIDES

ANALGÉSCOS PERIFÉRICOS → NÃO OPIOIDES

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


B) PREVENÇÃO → ANALGESIA PREVENTINA:
- Imediamente após a lesão tecidual e antes da dor.
- Paciente ainda sob efeito da anestesia, tomando analgésico.

DOR LEVE → DIPIRONA 500MG → 6h


PRINCÍPIOS GERAIS NO TRATAMENTO DA DOR
DOR MÉDIA → DIPIRONA 1G → 8h
- Identificar a origem da dor.
- Eliminar a dor com tratamento específico da condição indutora.
- Se tratamento for sintomático, iniciar com analgésicos menos potentes.
- Não postergar o uso de analgésicos potentes.
- Se ocorrer falhas terapêuticas, usar as doses máximas do agente escolhido.

CLASSIFICAÇÃO DOS ANALGÉSICOS DE AÇÃO PERIFÉRICA (NÃO OPIOIDES)


1) Benzodiazepínicos. 3) Anestésicos locais. 5) Anti-inflamatórios.
2) Anti-histamínicos. 4) Analgésicos.

ANTAGONISTAS DOS MEDIADORES QUÍMICOS QUE ATIVAM OS NOCIRECEPTORES


- Uso de anti-histamínicos.
- Uso para possíveis alergias, bloqueando o receptor H1.
- Corticoides também pode ser usados.
- Exemplos: prometazina, dextroclorfeninamina, terfenadina e ioratadina.

FÁRMACOS QUE PREVINEM A SENSIBILIZAÇÃO DOS NOCIRECEPTORES POR INIBIR COX


A) ÁCIDO ACETILSALÍCICLICO (AAS):
- Ação antiagregante plaquetária (40-100mg).
- Atividade analgésica (500-600mg). DOSE MÁXIMA → 4g
- Ação anti-inflamatória (4-5g) → não é muito usada.
- Indicado para controlar a febre e a dor, além de uso para agregação plaquetária.
- Não é indicado para casos de anti inflamação ou para pacientes com distúrbios hematológicos.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


- POSOLOGIA: NÃO DAR: gastrite, sangue, pressão baixa.
- 1 ou 2 comprimidos a cada 4 a 8 horas.
- Não se deve exceder a dose máxima de 4g de AS.
- Cautela com pacientes com pressão acima de 100mmHg.
- Ele é irritante a mucosa gástrica.
B) DIPIRONA:
- Dose para adultos de 500-100mg, crianças será de 12mg/kg.
DOSE MÁXIMA → 4g
- Intervalos de 6h a 8h por dia.
- Para crianças se deve usar a versão em xarope.
- É tóxico para pacientes grávidas.
NÃO DAR: pressão baixa, alérgicos iodo, grávidas.
- Uso como analgésico e antipirético.
- Administração com cautela em pacientes com condições cardíacas <100mmHg.
- Possível diminuir a pressão sistólica, causando hipotensão.
C) PARACETAMOL:
DOSE MÁXIMA → 4g
- Uso em adultos para redução de febre e alívio de dores.
- Uso seguro para grávidas.
NÃO DAR: fígado, álcool.
- POSOLOGIA:
- 500-700mg em intervalos de 4 a 6 horas.
- Efeito inflamatório é fraco, porém pode ser classificado como inibidor de COX.
- Não se deve exceder a dose máxima de 4g de paracetamol.
- Ele é hepatóxico, causa hepatoxicidade no fígado.
D) ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES):
1) INIBIDORES NÃO SELETIVOS (COX-1 e COX-2).
- Indometacina.
- Piroxicam. Podem ser chamados de
- Ibuprofeno. ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
- Cetorolaco.
- Diclofenaco.
2) INIBIDORES SELETIVOS (+COX-2, mas também pega COX-1):
- Nimesulida.
- Meloxicam.
3) INIBIDORES ESPECÍFICOS (EXCLUSIVAMENTE COX-2):
- Celecoxib.
- Etoricoxib.
- Luminacoxibe.
- IBUPROFENO:
- Anti-inflamatório, analgésico, antirreumático, antigotoso, antiexaqueca, antidismenorreico.
- Exemplos: Alivium, Buxofren, Motrim, Advil e Aligiflex.
- Formas farmacêuticas: cápsula gelatinosa (400mg), comprimidos 200 a 600mg, drágea
600mg e gotas 200mg/ml.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


A) DOR LEVE A MODERADA: 200mg a 400mg a cada 4 ou 6 horas.
B) DOSE MÁXIMA DIÁRIA ADULTA: 3200mg.
C) DOSE MÁXIMA CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS: 50mg/kg.
- Reações adversas mais comuns são dor estomacal, náusea e erupções.
- Tomar medicamento com leite para diminuir desconforto.
- Pode anular a ação antiplaquetária do AS.
- Pode aumentar a ação de antidiabéticos orais (metformina).
- SPIDUFEN (NOME COMERCIAL):
- Associação de ibuprofeno + arginina para melhorar absorção.
- Indicação de uso: cefaleia, neuralgias, dores dentárias.
- Diluir o envolve juntamente com água.
- POSOLOGIA:
- 1 envelope 400mg 8h.
- 1 envelope 600mg 12h.

FÁRMACOS QUE PREVINEM A SENSIBILIZAÇÃO DOS NOCIRECEPTORES POR INIBIR FOSF. A2


A) CORTICOSTEROIDES:
Podem ser chamados de
- Prevenção da hiperalgesia.
ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS
- Controle do edema.
- Efeito dos corticosteroides demoram para ocorrer.
- CONTRA-INDICAÇÕES: herpes, psicoses, doenças fúngicas.
- USO COM PRECAUÇÃO: gestantes, lactantes, diabéticos, cardiopatas, úlceras pépticas.

ANALGÉSICOS DE AÇÃO CENTRAL/OPIODES


- São fármacos que mimetizam ação de substâncias produzidas naturalmente.
- Elas mimetizam os peptídeos opióides endógenos (endorfina, encefalinas, dinorfinas).
- Essas proteínas citadas acima se ligam a proteína G.
- Reduzem transmissão pela medula de impulsos periféricos.
- PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS:
- Analgesia pelo SNC.
- Possível redução do reflexo de tosse do paciente.
- Pode gerar dependência pelo uso.
- INDICAÇÕES DE USO:
- Tratamento de dores agudas, moderadas ou intensas.
- Situações que não respondem a tratamento prévios.
- Possível integrar com AS ou com ação periférica.
- Tratamento de dores crônicas, MORFINA pode ser um exemplo clássico.
- EXEMPLOS DE FÁRMACOS POSSÍVEIS:
- Propoxifeno. - Tramadol (+forte). - Fentanila.
- Codeína. - Metodena. - Levorfanol.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 4


- ASSOCIAÇÕES POSSÍVEIS:
a) Fosfato de codeína + paracetamol (Tylex) → 30mg+500mg → 4h.
b) Fosfato de codeína + diclofenaco sódico (Codaten) → 50mg + 50mg → 8h.

c) Napsilato de dextropropoxifeno + AS → 50mg + 325mg → 4h.


d) Cloridato de tramadol + paracetamol → 37,5mg + 325mg → 4-6h.

INDICAÇÕES DE ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES OU ASSOCIADOS:


A) EXODONTIA, BIOPSIAS OU OUTROS PROCEDIMENTOS SIMPLES:
- Medidas gerais odontológicas, rotina clínica.
- Ácido acetilsalicílico, dipirona ou paracetamol.
B) CIRURGIA ÓSSEA OU PERIODONTAL, ABORDAGENS ENDODÔNTICAS:
- Codeína + paracetamol (Tylex).
- AS + propoxifeno (Doloxene).
- Ibuprofeno (doses planas).
- Cetarolaco/trometamol.
C) REMOÇÃO CIRÚRGICA DE 3º MOLARES E PROCEDIMENTOS INVASIVOS:
- Codeína + paracetamol (Tylex).
- Ibuprofeno (doses plenas) (600mg) (Spidufen).
- Cetorolaco/trometamol.
- Corticoides (Dexametasona).

DURAÇÃO DO TRATAMENTO
- Dor pós-operatória dura em média 48 horas.
- Edema: atinge o seu ápice após 36 horas do procedimento.
- Inibidores da COX devem ser usados no máximo por 48 horas ou 72 horas.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 5


TERAPÊUTICA APLICADA – CONTROLE DA INFLAMAÇÃO

GENERALIDADES SOBRE INFLAMAÇÃO


- Reação dos tecidos vascularizados a um agente agressor para reparo tecidual. Fosfolipídeos
- Caracterizada pela saída de líquidos e células do sangue para o interstício. Fosfolipase A2
- Causas: injúria, trauma, infecção.
Ácido aracdônico
- A resposta inflamatória está ligada a processos de reparo tecidual.
- 5 sinais da inflamação: dor, rubor, tumor, calor e perda de função. COX 1, COX 2

Prostaglandinas
TIPOS DE RESPOSTAS INFLAMATÓRIAS
A) AGUDA: vasodilatação local, aumento da permeabilidade vascular e saída de líquido para interstício.
B) SUBAGUDA: migração de leucócitos e fagócitos (resposta celular).
C) CRÔNICA: sinais de regeneração e reconstrução de matriz conjunta.

PRINCIPAIS EFEITOS DA INFLAMAÇÃO


- Vasodilatação. - Aumento de permeabilidade vascular.
- Acúmulo de plasmo no tecido. - Aumento do fluxo sanguíneo.
- Migração de leucócitos. - Ruptura da membrana celular (desnat. prot.).

MEDIADORES INFLAMATÓRIOS
- Histamina. - Leucotrienos.
- Bradicina. - Fatores quimiostáticos.
- Serotonina. - Citocinas (interleucinas e TNF).
- Prostaglandinas.

CONTROLE DA INFLAMAÇÃO
- A enzima COX sintetiza prostaglandina a partir do ácido araquidônico.
- Fosfolipase A2 é uma enzina que faz fosfolipídios → ácido araquidônico.
- Ácido araquidônico quando quebrado, vira leucotrienos.
A) COX 1 e COX 2 são inibidas pelos ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS.
B) Fosfolipase A2 é inibida por ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS/CORTICOIDES.

Leucotrienos aumentam a permeabilidade


CICLO-OXIGENASES vascular e atraem leucócitos.
- COX-1 [RIM, PLAQUETAS]:
- Enzima essencial constitutiva do organismo. Prostaglandinas são vasodilatadores e

- Encontrada na maioria das células e tecidos. sensibilizam nocireceptores.

- Produção de prostaglandinas para manutenção de funções biológicas.


- Mucosa gástrica, endotélio vascular, parênquima renal e plaquetas.
- Manutenção de vasos e mucosa gástrica, além de plaquetas.
- COX-1 faz manutenção do parênquima renal.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


- COX-2 [RIM, CORAÇÃO]:
- Formação induzida por processo inflamatório.
- Prostaglandinas que medeiam inflamação, dor e febre.
- Pode ser constitutiva nos rins para modular fluxo sanguíneo glomerular e balanço hidroelétrico.
- Cuidado com pacientes renais.
- COX-3:
- Expressa em alto níveis no SNC, coração e na aorta.
- Enzima que pode ser inibida por drogas analgésicas e antipiréticas.
- Paracetamol, dipirona e AINES podem inibir essa COX.

COX1 – rim, plaquetas, estômago


MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIINFLAMATÓRIOS:
COX2 – coração e rim
- Inibição da atividade da enzima COX.
- Ocorre subsequente diminuição da biossíntese e mediadores de inflamação.
- AINES inibem a síntese de PG mediante a inativação de COX.
- A inibição de prostaglandinas é responsável pelos efeitos colaterais dos AINES: gastrite, disfunção
plaquetária, comprometimento renal e broncoespasmos.

AINES: PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO


- Podem ser chamados de antiinflamatórios não esteroidais.
- Possuem ação: antipirético, analgésico, antiinflamatório, antiplaquetário.
- AÇÃO ANALGÉSICA:
- Salicilatos.
- Derivados da pirazolona (dipirona).
- Derivados do paraminofenol (paracetamol).

CLASSIFICAÇÃO DOS AINES


1) INIBIDORES NÃO SELETIVOS (COX 1 E COX 2):
- ASPIRINA, PIROXICAM, DICLOFENACO, IBUPROFENO, CETOPROFENO, CETOROLATO.
- Nimesulida e meloxicam foram os primeiros.
- Eles podem ser considerados transição entre 2 COX para apenas COX-2.
2) INIBIDORES SELETIVOS COX-2:
- CELECOXIBE E ETORICOXIBE, LUMINACOXIBE E PARACOXIBE.
- Em geral os coxibes são inibidores seletivos COX-2.
- Não pode dar seletivo COX-2 para pacientes cardíacos e renais.

QUANDO EMPREGAR OS AINES


- INDICAÇÕES DE USO:
- Dor aguda (moderada ou severa).
- Imediatamente após a lesão tecidual, antes do início da dor.
- Dores leves podem ser tratadas com analgésicos.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


- POTÊNCIA ANTINFLAMATÓRIA:
- Meia vida plasmática (tempo para chegar a 50% da concentração).
- Dose empregada e tempo de administração podem ser variáveis.
- DURAÇÃO DO TRATAMENTO:
- Dor dura até 48 horas instalada.
- Tratamento deve ser feito de 48 a 72 dias para dores instaladas.
- Edema pode demorar cerca de 36 horas.
- Uso crônico: tratamento por mais 5 dias.

ÁCIDOS HETEROARILACÉTICOS
- DICLOFENACO SÓDICO E DICLOFENACO DE POTÁSSIO.
- Uso para dor instalada (deprime atividade de nocireceptores).
- Antigamente era muito usado, porém hoje em dia se parou devido as GASTRITES.
- Possui potência anti-inflamatória moderada, uso para dores instaladas.
- POSOLOGIA:
- 50 mg/8 horas. Apresentações em gel tópico, supositório e injetável.
- 75 mg/12 horas.
- 100 mg/24 horas. Nomes comerciais: Tandrilex, Cataflan, Biofenac, Olfen e Arten.

ÁCIDOS ARILPROPIÔNICOS
- IBUPROFENO, NAPROXENO, CETOPROFENO, FENOPRENO.
- Ibuprofeno possui baixa ação antiinflamatória.
- Cetoprofeno pode ser usado para dores severas.
- CONTRA INDICAÇÕES: hipersensibilidade cruzada, insuficiência renal e hepática.
- APRESENTAÇÕES COMERCIAIS:
A) IBUPROFENO:
- 200 mg, 300 mg, 400 mg, 600 mg (comprimidos).
- Nomes comerciais: Advil, Alivium, Spidufen, Ibuprofan.
- Único AINE aprovado para crianças.
- Dose máxima de 3,2g por dia para adultos.
B) NAPROXENO:
- 250 mg e 500 mg (comprimidos).
- Nomes comerciais: Flanopox, Flanax, Napromax e Naprox.
- Uso para inflamação leve a moderada.
C) CETOPROFENO:
- 50 mg/6 horas, 100 mg/12 horas e 200 mg/24 horas.
- Uso de 100 mg para âmpolas IM.
- Nomes comerciais: Ceprofen, Artrinid, Artrosil e Flamador.
- Possui absorção entérica.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


ÁCIDOS ENÓLICOS
- Compostos pelos PIROXICAM, TENOXICAM e MELOXICAM.
- Podem ter compostos orais ou intravenosos/intramusculares.
- APRESENTAÇÕES COMERCIAIS:
A) TENOXICAM:
- Pode ser oral, intramuscular ou intravenoso.
- Uso com posologia de 20 mg.
- Nome comercial: Tilatil e Tenoxicam.
B) PIROXICAM:
- Uso com 10 mg/12 horas e 20 mg/14 horas.
- Muito usado para cólicas, possível usar sublingual.
- Nome comercial: Teldene, Inflamene.
C) MELOXICAM:
Tornou-se evidente que a ativação da COX-1
- Uso oral desse medicamento.
também tem participação no início da
- Pode ser encontrado em 7,5 mg e 15 mg.
resposta inflamatória e, por outro lado, a
- 1ª tentativa para tentar para COX-2.
ativação da COX-2 nem sempre está
- Nome comercial: Meloxil e Movatec.
associada somente a processos patológicos.

SULFONANILIDA/NIMESULIDA
- EFEITOS FARMACOLÓGICOS: inibidor PGs e mecanismo central analgésico noradrenérgico.
- Possui MAIOR AFINIDADE PELA COX-2, pode-se dizer que é um inibidor seletivo COX-2.
- Melhor que ibuprofeno na antiinflamação, porém é HEPATÓXICO.
- NÃO PODE USAR EM GRÁVIDA.
- Via oral usando 100 mg/12 horas.
- Nome comercial: Scaflan, Antiflagil, Neosulida e Nisulid.

INIBIDORES SELETIVOS COX-2


- CELECOXIB, VALDECOXIB E PRECOXIB.
- Visam amenizar as complicações gastrointestinais, porém podem alterar variáveis cardíacas.
- COX-2 tem papel na excreção renal (pacientes renais), pressão arterial e agregação plaquetária.
- Inibem a síntese de prostaciclina → reduzem defesas do endotélio vascular.
- EFEITOS E FUNÇÕES DESSES FÁRMACOS:
- Exercem efeitos analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios.
- Menos efeitos colaterais gastrointestinais.
- Sem efeito sob agregação plaquetária (mediada por COX-1).
- COX-2 é constitutiva nos rins, não recomenda esse fármaco para pacientes renais.
- MALEFÍCIOS DOS FÁRMACOS:
- Alterações cardiovasculares e possíveis AVCs.
- Expressão elevada de COX-2 em artérias.
- Inibidores específicos COX-2 suprimem a PGI2 endotelial.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 4


- PGI2 endotelial faz vasodlatação → risco de infarto e parto pré-maturo.

ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS (AIES):


- São glicortides, corticosteroides e corticoides.
- Eles inibem a ação da fosfolipase A2, evitando a formação de ácido araquidônico.
- Evitando ácido aracdônico → não forma leucotrienos, prostanglandinas, tromboxanos.
- FUNÇÕES FISIOFARMACOLÓGICAS:
- Metaboslimo de carboidratos (hiperglicemiante).
- Metabolismo proteico (balanço negativo → quebrar + proteínas).
- Metabosimo lipídico (redistribuição de gorduras).
- Atividade imunosupressora.

GLICOCORTICOIDES SINTÉTICOS
- Meia vida biológica caracterizada como curta, intermediária e longa.
- Podem ser usados com gestantes, lactantes, hipertensos, diabéticos, nefropatas e hepatopatas.
- Efeitos são baseados na duração da supressão ACTH (hipófise-hipotálamo).
- EXEMPLOS DE FÁRMACOS:
- Cortisona → duração curta. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
- Hidrocortisona → duração curta. EM ODONTOLOGIA:
- Prednisona → duração intermediária 5mg. - Inflamação aguda.
- Metilprednisolona → duração intermediária. - Pré ou pós exodontia traumática.
- Dexametasona → duração prolongada. - Endodontia.

- Betametasona → duração prolongada. - Artrite da ATM.


- EFEITOS COLATERAIS DOS CORTICÓIDES: - Pênfigo oral.
- Líquen plano.
- Hiperglicemia e glicosúria.
- Reações alérgicas.
- Acúmulo de gorduras.
- Osteoporose.
- Redução da massa muscular.
- Retenção de líquidos.
- Retardo na cicatrização
- VANTAGENS DOS CORTICÓIDES:
- Não produzem efeitos adversos imediatos.
- Não interferem na hemostasia.
- Reduzem síntese de leucotrienos.
- PRESCRIÇÃO DE CORTICOIDES:
- Uso agudo de 0 a 72 horas (inflamação severa ou moderada).
- Tratamentos prolongados quando pacientes sistêmicos.
- Pré ou pós procedimentos odontológicos (4mg adulto e 0,5mg criança).
- CORTICOIDES PRÉ-OPERATÓRIOS:
- Analgesia preemptiva (antes da lesão ocorrer).
- Uso de beta/dexametasona 1 hora antes do procedimento (4-8mg).

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 5


- Para adultos → 4-8 mg e para crianças → 0,5 mg/ml a 1 gota/kg.
- Expectativa de geração de anti-inflamatórios em procedimentos grandes.
- CORTICÓIDES SISTÊMICOS:
- Comprimido. - Injetável. - Elixir.
- Solução oral. - Suspensão. - Xarope.
- PRESCRIÇÃO E TERAPÊUTICA
- EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO → 5 MG PREDNISONA.
- Efeito imunossupressor → altas doses 1 a 2 mg/kg/dia.
- Dosagem oral geralmente é ajustada até ter resposta

MANEJO DO PACIENTE DE FAZ USO DE CORTICÓIDE


- Supressão do eixo hipófise-hipotálamo-adrenal.
- Situações de estresse/ansiedade podem gerar insuficiência adrenal aguda.
- Necessidade de suplementar antes do procedimento com Hidrocortisona IM ou controlar ansiedade.
- Deve-se monitorar as variáveis sistêmicas desse paciente.

CASO CLÍNICO 1
Exodontia do pré-molar (25).
Inflamação leve/moderada.
Analgésico (dipirona 1g, 2 dias).

CASO CLÍNICO 2
Terceiro molar incluso.
Inflamação moderada.
Dexametasona 8mg pré.
Analgésico + anti-inflamatório (5 dias).

CASO CLÍNICO 3
Exodontia simples.
Inflamação leve.
Analgésico + anti-inflamatório.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 6


TERAPÊUTICA APLICADA – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS ULCERAÇÕES BUCAIS

GENERALIDADES
- Úlcera é derivada do latim e do grego, sendo indicativo de ferida.
- Margens avermelhadas podem ser indicativos de inflamação.
- ÚLCERA: nome genérico dado a qualquer lesão superficial em tecido cutâneo ou mucoso, “ferida”.
- Úlceras agudas não possuem margem elevada, pois o organismo não teve tempo de ação.

ÚLCERA
- Áreas branco amareladas com halo vermelho em volta.
- Podem ter aspecto irregular ou regular, depende da perda do tecido epitelial.
- ETIOLOGIA DA ÚLCERA:
- Úlcera traumática - Úlcera infecciosa - Úlcera do pé do diabético
- Úlcera por pressão - Úlcera péptica - Úlcera mista
- Úlcera isquêmica - Úlcera por vasculite
- ÚLCERAS CRÔNICAS: profunda, bordas elevadas e evolução clínica presente.
- ÚLCERAS AGUDAS: plana, bordas avermelhadas e não tão elevadas e de curta evolução.

Úlcera eosinofílica Úlcera aguda Úlcera crônica Úlcera crônica

- São consideradas raras as úlceras eosinofílicas.


- Caso tenha atingindo o tecido conjuntivo, considera-se úlcera.
- Considera-se que, em média, dura-se 10 dias para fechar possíveis úlceras.

DIAGNÓSTICO CORRETO DAS ÚLCERAS


- Exame clínico (anamnese + exame físico).
- ÚLCERA BUCAL:
a) Trauma bucal → diagnóstico e limpeza/controle.

b) Associada à distúrbios imunológicos → diagnóstico e tratamento


c) Infecção → diagnóstico e tratamento da infecção.

d) Induzida por drogas → diagnóstico e eliminação da causa.

e) Neoplasias malignas → diagnóstico e encaminhamento para tratamento.

ÚLCERA TRAUMÁTICA
- Dano tecidual de natureza aguda ou crônica.
- Fatores de dano mecânico, térmica ou queimadura,
injúria química, radiação ou auto-induzidas/factícias.

Guilherme Lopes – Odontologia UFPR 1


- TRATAMENTO:
1) Correlacionar lesão com qualquer possível fonte de trauma (aprofundar anamnese).
2) Eliminar agente agressor da mucosa, causador da úlcera.
3) Possível prescrever analgésico em caso de dor.
- OPÇÕES TERAPÊUTICAS/INFECÇÕES:
- Gluconato de clorexidina a 0,12% (PerioGuard), uso de 15ml da solução a cada 12 horas/7 dias.
- Flogoral (cloridrato de benzidamina).
- Hexomedine (isetionato de hexamidina + cloridrato de tetracaína), bastante usado em medicina.
- Albocresil (policresuleno) é usado para cauterizar as lesões em consultório.

ÚLCERAS POR AGENTE QUÍMICO


- Causadas por agentes químicos em contato com mucosa.
- Geralmente são causadas de forma acidental.

ÚLCERA ASSOCIADA AO TRATAMENTO CONTRA O CÂNCER BUCAL


- Apenas dará pra ver em pacientes com câncer e sendo tratados.
- A mucosite é uma inflamação da mucosa de revestimento.
- Pode ser causado pelos agentes quimioterápicos ou pela radioterapia.

ULCERAÇÃO AFTOSA RECORRENTE – UAR


- São as famosas aftas, associada a uma REAÇÃO DE DEFESA DO CORPO.
- Etiologia: inflamação mediada por células/linfócitos T e a produção de TNT-a (fator de necrose tumoral).
- Fatores predisponentes: deficiência de ferro e B12, trauma, estresse, alteração hormonal.
- Pessoas tabagistas possuem uma certa proteção contra as aftas.
- Podem ser úlceras agudas ou úlceras crônicas.
- Elas não aparecem em gengivas e terço anterior de palato duro.
- Não há tratamento definido e usado de forma científica.
- TRATAMENTO TÓPICO:
- Possível usar na forma de ora-base, exclusivo para regiões da boca.
- Anestésico tópico local para alívio da dor.
- Sucralfato (cria barreira protedora sobre a ferida).
- Corticosteróides (acetonida de triancinolona, fluocinonida 0,005%, propionato de clobetasol, dexa).
- Dexametasona 0,5mg (bochecho).

Guilherme Lopes – Odontologia UFPR 2


- TRATAMENTO SISTÊMICO:
- Imunomodulares (Talidomida → pode causar má formação do feto, apenas médicos podem).
- Corticosteróides (Prednisona 0,5-1mg/kg, Injeção intralesional de triamcinolona).
- Prednisona 0,5 a 1,0 mg/kg.

ÚLCERA CRÔNICA INESPECÍFICA


- Ocorre em pacientes e parece não possuir qualquer relação com hábitos deste.
- É possível observar em qualquer região da mucosa.

PACIENTE COM ÚLCERA E IMPOSSIBILITADO DE COMER/BEBER:


- CLORIDRATO DE LIDOCAÍNA GELEIA 2% (1 BISNAGA):
- Bochechar por via oral o equivalente a uma (01) colher de chá antes das refeições.
- Não se deve engolir o medicamento, possibilidade de toxicidade.
- Promove anestesia profunda imediata e durante 20 minutos.
- Em crianças com menos de 12 anos, a dose não deve exceder 6 mg/kg.
- SUCRALFATO:
- Adere as células epiteliais e muito fortemente a base da cratera das úlceras.
- Forma uma barreira protetora nas úlceras, ajudando no processo de cicatrização e dor.
- Surafilm (1g) embalagem com 30 ou 40 comprimidos
- Sucrafilm (2g) (200 mg/ml) com 20 flaconetes com 10ml.
- Uso antes de cada refeição e pode ser usado até 4 a 8 semanas, odonto → 5 dias.
- ACETONIDA DE TRIANCINOLONA:
- Corticosteroide sintético que possui ação anti-inflamatória atuando no alívio temporário.
- O mais indicado e usados dentro da odontologia.
- Apresentação comercial com o nome Omcilon-A/Mud-Oral em orabase.
- Produto derivado da cortisona para uso odontológico.
- Apenas colocado sob a área lesionada, sem friccionar.
- DEXAMETASONA ELIXIR/LÍQUIDO:
- Bom para usar em crianças, facilidade para utilizar.
- Apresentação comercial: Decadron.
- Quanto mais tempo deixar na boca, melhor será o efeito terapêutico.

TRATAMENTO PARA INFECÇÕES COM ÚLCERA


- Uso de antibióticos como enxagues ou gel para a úlcera.
- Pode ser chamado de limpeza de úlcera também.
- Prescrição de Doxiciclina 50 mg (xarope) ou a solução de Clorexidina 0,12%.

Guilherme Lopes – Odontologia UFPR 3


TERAPÊUTICA APLICADA – ANESTÉSICOS LOCAIS EM ODONTOLOGIA

ANESTESIA LOCAL: definida como uma perda de sensibilidade transitória e completamente reversível,
sem perda de consciência, causada pela depressão da excitação nas terminações nervosas ou uma inibição
do processo de condução nos nervos periféricos.

GENERALIDADES SOBRE ANESTÉSICOS LOCAIS


- Anestésicos impedem a geração e a condução de um impulso nervoso.
- Estabelecem um bloqueio químico do caminho entre fonte do impulso e o cérebro.
- MECANISMO DE GERAÇÃO E CONDUÇÃO NERVOSA:
- O potencial de repouso da fibra nervosa é de -60 a -90mv.
- A membrana em repouso é impermeável ao Na+2 (extra) e totalmente permeável ao K+ (intra).
- TEORIA DO RECEPTOR ESPECÍFICO:
- Canal de Na+2 pode ser aberto, fechado ou inativado.
- Anestésico vai até o canal Na+2 e deixa o canal fechado.
- Não permite assim, as trocas elétricas do canal com o restante.

FORMAS ATIVAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS: - SOBREDOSAGEM


- Geralmente são bases fracas. ABSOLUTA: muito anestésico.
- Porém, a indústria farmacêutica pode tornar como um sal/cloridrato. - SOBREDOSAGEM
- Deve ser estável e hidrossolúvel. RELATIVA: anestésico no vaso.
- SEM VASOCONSTRITOR: PH ÁCIDO A NEUTRO (5,5 A 7).
- COM VASOCONSTRITOR: PH ÁCIDO (3,3 A 5,5).

PROPRIEDADES DOS ANESTÉSICOS LOCAIS:


- Soluções (lidocaína, exemplo). anestésicas são básicas e sais anestésicos (epinefrina) são ácidos.
- pH 4,5 a 6 de toda a solução anestésica.
- Tecidos bucais pH 7,4 → tamponamento ácido devido ao anestésico → libera base não ionizada.

IMPORTÂNCIA DO PH DOS TECIDOS:


- Suplementação excessiva pode saturar o meio bucal pelo pH, não ocorrendo o tamponamento.
- Caso isso acontença, deve-se fazer anestesia a distância do lugar.
- Para que ocorra a quebra do sal, o pH deve ser próximo a 7.
- Tecido inflamado possui pH 5 a 5,5:
Os dois únicos anestésicos com
- Não permite a dissociação do sal.
concentrações diferentes são a
- Não libera base da solução anestésica.
ARTICAÍNA (4%) e MEPIVACAÍNA (3%).
- Não tem analgesia completa do paciente.

TEMPO DE DURAÇÃO DA ANESTESIA → RELACIONADO COM A BASE USADA

CONCENTRAÇÃO DA ANESTESIA → RELACIONADO COM A FIBRA E SEU CALIBRE

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS
- Tempo de indução: período entre deposição da solução até o bloqueio completo da condução nervosa.
- POSSÍVEIS VARIÁVEIS:
- Concentração da droga. - Constante de difusão.
- pH da solução. - Barreiras anatômicas.

CONCENTRAÇÃO DO ANESTÉSICO
- Está ligada ao diâmetro da fibra nervosa.
- Soluções anestésicas mais concetradas são necessárias para anestesiar fibras nervosas calibrosas.
- Fibras da dor → fibras de menor diâmetro.
- 0,5%, 2%, 3% ou 4% são concentrações presentes, porém faz pouca diferença no cotidiano clínico.
- TEMPOS DE AÇÃO:
- Ação curta: 45 a 47 minutos. ANEL AROMÁTICO → LIPÍDEOS
- Ação média: 90 a 150 minutos. AMINA TERCIÁRIA → ÁGUA

- Ação longa: 180 minutos.

ESTRUTURA GERAL DOS ANESTÉSICOS


- Possui uma cadeia intermediária com éster ou amida, sendo que hoje em dia é só amida pra injetável.
- Possui um anel aromâtico, que possui afinidade por lípideos (lipofílico).
- Possui uma amina terciária, responsável pela afinidade por água (hidrolífico).
- Os anéstesicos do tipo éster sofrem hidróise e os tipo amida são excretados inalterados pela urina.

GRUPOS ÉSTERES DOS ANESTÉSICOS GRUPOS AMIDAS DOS ANESTÉSICOS


- Benzocaína (somente tópica). - Lidocaína.
- Procaína. - Mepivacaína.
- Cloroprocaína. - Prilocaína.
- Tetracaína. - Articaína.
- Bupivacaína.

GENERALIDADES SOBRE OS ÉSTERES GENERALIDADES SOBRE AS AMIDAS


- Decomposto pela esterease presente no plasma, - Decomposto em sua maior quantidade no rim
fígado e rim (menor proporção). e muito pouco no plasma e fígado.
- Menor potência. - Menor toxicidade.
- Maior toxicidade. - Efeito satisfatório

.COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO DE ANESTÉSICO LOCAL


- Bissulfito de sódio só existe nas soluções anestésicas com vasoconstrição.
- Uso de substância antibacteriana para evitar possíveis infecções.
- Uso de grandes tubetes em ambientes hospitalares.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


ANESTÉSICOS DO TIPO AMIDA
1) LIDOCAÍNA
- Inicão da ação: rápido (2 a 4 minutos).
- Concentração odontológica eficaz: 2%.
Não se deve usar com
- Meia-vida plasmática: 1,6 horas.
pacientes alérgicos à sulfitos.
- Ação anestésica tópica: sim.
- Uso com grávidas, bebês e pacientes de risco.
- Duração da anestesia de 40 a 60 minutos com vaso constritor.
- Não se deve usar com pacientes alérgicos à sulfitos.
- Considerado um anestésico “padrão”.
- Ação vasodilatadora → rápida eliminação do local devido a vasodilatação.
- Sobredose: estimulação inicial do SNC, seguida de depressão, convulção e coma do paciente.
- Contra indicada, quando usado com adrenalina/epinefrina, para ALÉRGICOS A SULFITOS.
2) MEPIVACAÍNA
- Início da ação: rápido (1 a 2 minutos).
Uso da mepivacaína
- Concentração odontológica: 2% VC e 3% s/ VC.
sem VC = duração 20
- Apenas a 3% que é sem VC.
a 40 minutos.
- Meia vida plasmática: 1,9 horas.
- Ação anestésica tópica: não.
- Ação vasodilatadora discreta.
3) PRILOCAÍNA [400MG]
- Início da ação: intermediária (2 a 4 minutos).
- Concentração odontológica eficaz: 3%.
PACIENTES ALÉRGICOS À SULFITOS →
- Meia vida plasmática: 1,6 horas.
MEPIVACAÍNA E PRILOCAÍNA
- Citanest e Prilanest são bem conhecidos.
- Dose máxima recomendada é 7,0mg/kg.
- Baixa ação vasodilatora.
- Menor toxicidade do que a Mido e Mepi.
- Só apresenta formulação com octapressina, bom para paciente cardíacos.
- NÃO INDICADA PARA PACIENTES GRÁVIDAS.
- Sobredosagem: pessoas com problemas respiratórios ou então com anemia, pode causar o
aumento dos níveis de meteomoglobina, que não consegue transportar oxigênio.
- Mais rapidamente metabolizada que a lidocaína.
4) ARTICAÍNA [500MG]
- Início da ação: rápida (1 a 2 minutos).
- Concentração odontológica eficaz: 4% com adrenalina 1:100.000.
- Meia vida plasmática: 40 minutos (vantagem).
- Contra-indicada para PACIENTES ALÉRGICOS A SULFITOS.
- Potência 1,5 vezes maior que a lidocaína.
- Baixa lipossolubilidade e alta taxa de ligação proteica.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


- Biotransformação feita no fígado e no plasma, ponto bom para pacientes com distúrbios hepáticos.
- Anestésico de escolha: adultos, idosos, pacientes com disfunções hepáticas (meia vida curta).
- Anestesia pode persistir por 3 a 4 horas, sendo um de média duração.
- Não se deve recomendar para pacientes alérgicos à sulfitos.
5) BUPIVACAÍNA [90MG]
- Início da ação: 6 a 10 minutos.
- Concentração odontológica eficaz: 0,5% VC.
- Meia-vida plasmática: 2,7h.
- Potência: 4x a da lidocaína, mepivacaína e prilocaína.
- Ação vasodilatadora maior que a Lido, Mepi e Prilocaína.
- Longa duração de ação: anestesia pulpar de 4 horas e tecidos moles 12 horas.
- Cardiotoxicidade 4x maior do que outras, além de não ser indicado em odontopediatria.

ANESTÉSICOS DISPONÍVEIS NO BRASIL

ANESTÉSICOS SEM VASOCONSTRITOR ANESTÉSICOS COM VASOCONTRITOR


- Aumenta a velocidade de absorção. - Absorção se torna mais lenta.
- Maiores níveis plasmáticos do anestésico local. - Reduzem o fluxo sanguíneo.
- Redução da duração e eficácia do anestésico. - Maior concentração dos anestésicos locais.
- Aumento do sangramento. - Reduzem o sangramento.

CLASSIFICAÇÃO DOS VASOCONSTRITORES


- Divididos em aminas simpatomiméticas (adrenalina, noreprinefrina) e felipressina.
- CLASSIFICAÇÃO DAS AMINAS SIMPATOMIMÉTICAS:
A) CATECOLAMINAS:
- Possuem um grupo catecol na sua estrutura.
- Epinefrina/adrenalina.
- Norepinefrina/noradrenalina.
- Cordadrina/levonordefrina.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 4


B) NÃO-CATECOLAMINAS:
- Não possuem um grupo catecol na sua estrutura.
- Anfetamina. - Hidroxianfetamina.
- Metanfetamina. - Metaraminol.
- Efedrina. - Metoxamina.
- Mefentermina. - Fenilefrina.

SÍTIO DE AÇÃO DOS VASOCONSTRITORES


- Diferentes vasoconstritores, possuem diferentes sítios de ação.
- SÃO DOIS TIPOS DE RECEPTORES ADRENÉRGICOS → ALFA E BETA.
- ALFA: contração do músculo liso dos vasos sanguíneos.
- BETA: relaxamento do músculo liso (vasodilatação e broncodilatação), estimulação cardíaca.

CLASSIFICAÇÃO DOS VC – ESTRUTURA QUÍMICA POTÊNCIA A>B>C>D


a) Epinefrina, norepinefrina. c) Fenilefrina.
b) Corbadrina. d) Octapressin (fenilpressina).

EPINEFRINA/ADRENALINA
- Vasoconstritor mais utilizado no mundo.
- Indicada para adultos, crianças, gestantes e idosos.
- Estimula receptores alfa1, além de interagir nos receptores beta1 do coração.
- Efeitos colaterais: estimulação do SNC e arritmias cardíacas.
- Cuidado com o uso em cardiopatias isquêmicos.
- Concentrações: 1:50.000, 1:100.000 ou 1:200.000.
- Presente na maioria das soluções anestésicas locais de uso na Odontologia.
- EFEITOS DA EPINEFRINA:
- Pressão arterial (PA): depende da dose e do local de aplicação.
- Via subcutânea: pequena ou nenhuma alteração da PA.
- Acidentalmente no interior dos vasos: elevação brusca da PA devido a uma contração periférica.
- Os anestésicos locais com epinefrina não são uma contraindicação absoluta.
- CONTRA-INDICAÇÕES:
- Hipertensão: >160mmHg / > 100mmHg.
- Infarto agudo do miocárdio.
- AVC recente.
- Cirurgia cardíaca recente (stents ou ponte de artéria coronária).
- Insuficiência cardíaca congestiva não tratada ou não controlada.
- Hipertireoidismo não controlado.
- Feocromocitoma (superprodução de catecolaminas).
- Pacientes sob o uso contínuo de anfetaminas.
- Usuários de drogas ilícitas (cocaína, crack, óxi, ecstasy).

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 5


NOREPINEFRINA/NORADRENALINA
- Disponível na forma sintética e natural.
- Ação quase que exclusiva nos receptores alfa.
- 25% da potência vasoconstritora.
- Técnicas infiltrativas no palato com noradrenalina/norepinefrina não são indicadas.
- Efeitos adversos frequentes.
- Efeitos colaterais: estimulação do SNC, aumento da pressão arterial, necrose.

CORBADRINA/LEVONORDEFRINA
- Estimulação direta nos receptores alfa, pouca atividade nos receptores beta.
- 15% da ação vasopressora da Epinefrina, sem vantagem sobre esta.

FENILEFRINA
- Ação exclusiva sobre os receptores alfa.
- 5% da ação vasopressora da Epinefrina.
- Efeitos adversos são mais duradouros: aumento da pressão arterial e cefaléia occipital.
- Não há vantagem sobre a epinefrina.

FELIPRESSINA [SEM RELAÇÕES ARTERIAIS]


- Análogo sintético do hormônio antidiurético vasopressina.
- Não possui relações sobre a pressão arterial.
- Atua direto no músculo liso vascular, mais acentuada na MICROCIRCULAÇÃO VENOSA.
- Não são indicadas para pacientes grávidas.
- Possui ampla margem de segurança, mas sem ação vasoconstrictora adequada.
- Associação com Prilocaína.

PACIENTES ESPECIAIS
- GESTANTES:
- Não usar prilocaína com fenilpressina (parto pré-maturo).
- Lidocaína com epinefrina → uso padrão.
- Articaína e Mepivacaína pode ser usada também.
- PACIENTES CARDÍACOS (ARRITMIA):
- Noradrenalina não deve ser usada como vasoconstrictor.
- Uso de vasoconstrictores não adrenérgicos como felipressina junto com prilocaína.
- PACIENTES COM DIABETES:
- Paciente descompesado, não deve usar vasoconstritor.
- Uso da prilocaína com felipressina para procedimentos em pacientes descompensados.
- Caso paciente esteja com 100 ou até 126 de glicemia, pode usar vasoconstritor.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 6


CONTRA-INDICAÇÃO ABSOLUTA DA EPINEFRINA
1) Mepivacaína 3% → procedimentos rápidos.

2) Prilocaína 3% com felipressina 3% → procedimentos mais demorados.


- Ambas não dão hemostasia para o procedimento, uma vez que a vasoconstrição não é adequada.
- Pacientes alérgicos à sulfitos, deve-se usar prilocaína com felipressina ou mepivacaína.

FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA DO ANESTÉSICO LOCAL


1) Tempo necessário de controle da dor.
2) Necessidade potencial de controle da dor após tratamento.
3) Possibilidade de automutilação no período pós-operatório.
4) Necessidade de hemostasia.
5) Presença de qualquer contra indicação da solução anestésica.

EFEITOS ADVERSOS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS


- Toxicidade sistêmica: depressão do SNC pela introdução na barreia hematoencefálica.
- Sobredosagem absoluta → volume excessivo.

- Sobredosagem relativa → injeção intravascular.


- Aspiração negativa e injeção lenta.

CÁLCULO DE DOSES
1) CONCENTRAÇÃO DO ANESTÉSICO LOCAL.
2) DOSES MÁXIMAS RECOMENDADAS.
3) PESO CORPORAL DO PACIENTE.
- Como fazer o cálculo:
- 2% → 2 em cada 100, ou seja, 20 mg por 1ml
- Tubete padrão tem 1,8ml.
- Cada anestésico 2%, vou ter 36 mg por tubete (1,8 x 20).
- Dose máxima de Mepivacaína → 4,4 mg/kg
- 40 kg x 4,4 = 176 mg / 36 mg por tubete = 4,8 tubetes.

ARMAZENAMENTO E DESINFECÇÃO DO TUBETE


- Ao abrigo da luz, temperatura entre 5 e 20 graus.
- Não aquecer o anestésico e limpar com solução antiséptica.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 7


TERAPÊUTICA APLICADA – MANEJO DO PACIENTE ONCOLÓGICO

GENERALIDADES
- NEOPLASIA: proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, na qual as celulas reduzem ou
perdem a capacidade de se diferenciar em consequência de alterações nos genes que regulam o
crescimento e a diferençiação celulares.
- Organismo começa a produzir novas células para produção de novos tecidos.
- Agentes carcinogênicos fazem a modificação do DNA/sequência genética (demora para ocorrer).

- Tumor ou câncer da região de cabeça e pescoço: representa os tumores malignos que se desenvolvem
em todas as partes da cabeça e do pescoço, exceto aqueles que profelieram na pele ou no SNC.
- TRATAMENTO: cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
A) CIRURGIA E RADIOTERAPIA B) QUIMIOTERAPIA
- Carcinoma. - Linfomas.
- Sarcoma.

RADIOTERAPIA DE TUMORES
- Radioterapia consiste no uso de várias formas de radiação para, de forma segura e efetiva, tratar câncer e
algumas doenças benignas do paciente.
- Indicações:
a) Invasação óssea.
b) Margens positivas (tumor nas margens da cirurgia feita).
c) Invação perineural.
d) Invação do espaço vascular.
e) Multicentricidade.
f) Extensão do tumor no interior de tecidos moles (incapacidade de cirurgia).
- Indicações de radioterapia para região cervical:
a) Múltiplos linfonodos positivos → irradiação maior nessa região.
b) Extensão tumoral extracapsular → descobrimento no momento da cirurgia.

PRINCÍPIO DE UTILIZAÇÃO
- Componente químico em maior quantidade no corpo humano é a água.
- Radiação ionizante, que faz com que o elétron saia da molécula de água.
- Quando uma célula é exposta à radiação ionizante, há um dano oxidativo imediato e generalizado.
- Esse excesso de radicais livres, elétrons livres, irá destruir células tumorais e células saudáveis.
- Os efeitos da radiação ionizante são localizados, não possui correlação com a boca (boca ≠ pulmão).

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


PRENDER CABEÇA DO PACIENTE: máscara de acetato moldada específica para definição de alvo.

TIPOS DE RADIOTERAPIA
a) BRAQUITERAPIA: geração de raios X próximos da lesão, gera radiação de forma persistente e de
forma interna (agulhas de rádio, sementes de Radônio, Tantálio 182, Césio 137, Ouro 198).
b) TELETERAPIA: quando a fonte de raios X está fora do paciente, aplicação por segundos no paciente
(Cobalto 60, aceleradores lineares, irradiação de ortovoltagem).

PROTOCOLO DA RADIOTERAPIA
- Dose curativa deve ser em torno de 50 a 70 Gy sendo que 1 Gy = 1J/kg.
- Essa dose recomendada deve ser fraccionada em doses diárias.
- Fracionamento: 5 a 7 semanas, uma vez ao dia, dose diária de 2 Gy em geral.
- EFEITOS DA RADIOTERAPIA:
A) ENDARTERITE OBLITERANTE (ALTERAÇÕES VASCULARES):
- Radiação atravessa o vaso sanguíneo, células do endotélio são irritadas.
- Ocorre um processo inflamatório dentro do vaso sanguíneo.
- Assim, forma-se um excesso de tecido conjuntivo dentro do vaso sanguíneo.
- Esse procedimento ocorre devido ao excesso de radicais livres provenientes da água.
- Prejuízo para os órgãos, pois ocorre redução de nutrientes e oxigenação.
B) MORTE CELULAR – EXCESSO DE RADICAIS LIVRES:
- Excesso de radiciais livres proveninentes das moléculas de água.
- Essa saída de radicais livres são oriundos dos raios X.

REGIÕES/COMPLICAÇÕES QUE PODEM SER AFETADAS PELA RADIOTERAPIA


- Mucosa bucal → mucosite. - Periodonto → doença periodontal.

- Glândulas salivares → hipossalivação. - Musculatura e ATM → trismo.

- Botões gustativos → hipogeusia. - Osso → osteoradionecrose.


- Dentes → cárie de radiação.

EFEITOS NA GLÂNDULA SALIVAR


- Efeito direto da radiação sobre as células secretoras e ductais (excesso de radicais lv.).
- Injúrias das estruturas vasculares (endarterite obliterante).
- Alterações inflamatórias: edema intersticial, perm. capilar + e infiltrado inflamatório.
- Pode ocorrer a destruição definitiva das glândulas salivares por essas inflamações.
- Perda de 90% da quantidade de saliva produzida pelo paciente.
- EFEITOS DA DOSE:
a) < 10 Gy: redução transitória do fluxo salivar.
b) 10 a 15 Gy: hipossalivação clinicamente demonstrável.
c) 15 a 40 Gy: redução completa do fluxo salivar, porém reversível.
d) 40 Gy: dano irreversível ao parênquima glandular, seguido de atrofia e fibrose.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


- CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: DOSE DIÁRIA É DE 2 Gy
- Saliva viscosa e com coloração branca, amarelada ou marrom.
- Redução no pH e na capacidade tampão (risco de desenvolvimento de cárie).
- Alterações nos níveis de eletrólitos.
- Sistemas antibacterianos imunológicos e não imunológicos alterados.
- CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS:
- Secura bucal e sede excessiva. - Desconforto bucal noturno.
- Dificuldade de executar as funções bucais. - Sensação de queimação bucal.
- Acúmulo de mucina/muco.
- PROTOCOLO PARA ESSES PACIENTES:
- Radioproteção. - Estimulação do tecido glandular residual.
- Higiene bucal adequada. - Alívio sintomático da queixa de secura.

MUCOSITE
- Processo inflamatório na membrana mucosa da orofaringe durante a irradiação terapêutica.
- Também pode ser considerada uma lesão transitória, até uma semana depois no máximo.
- Toda área de mucosite irá ficar bastante avermelhada.
- Possível ela acontecer devido aos quimioterápicos.
- SINAIS CLÍNICOS DA MUCOSITE:
a) Coloração branca da mucosa (hiperceratose).
b) Eritema/áreas vermelhas (dilatação ou obstrução).
c) Ulceração (ruptura epitelial devido dilatação).
- CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
- Dor/radiodermite. - Infecções secundárias.
- Sensação de queimação. - Dificuldade para falar, mastigar, deglutir.
- PROTOCOLO PARA MUCOSITE:
- Remoção dos fatores irritantes locais da mucosa (próteses, fraturas coronárias, rest. defeituosas).
- Limpeza da mucosa bucal (bochechos com solução salina ou água com bicarbonato, 4x a 6x).
- Lubrificação dos lábios e da mucosa bucal.
- Alívio da dor e da inflamação.
- Prevenção e tratamento de infecção secundária.
- Laserterapia.

ALTERAÇÃO NO PALADAR
- Botões gustativos podem não funcionar de maneira adequada.
- Pode ocorrer uma perda parcial ou completa da acuidade do paladar.
- A percepção do sabor diminui exponencialmente em doses acumulativas de 30 Gy.
- Efeito transitório, porém a falta de saliva na boca pode contribuir para essa falta de gosto.
- CONSEQUÊNCIAS:

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


- Efeito no estado nutricional.
- Apetite reduzido.
- Padrões alterados nos alimentos.
- Ingestão de açúcar.
- PROTOCOLO
- Receitar vitaminas, principalmente o zinco para pacientes (caixa com 30 comprimidos).
- Receitar uma dose diária, logo após o café da manhã.

DENTE E SUAS COMPLICAÇÕES


- Altos níveis de exposição a radiação podem afetar o desenvolvimento dentário.
- Tecidos duros geralmente não são afetados, porém tecidos moles (como polpa) são afetados.
- Dentes em formação podem ter complicações em seus botões/células odontogênicas.
- Cárie de radiação: forma de cárie dentária altamente destrutiva que possui um início e progresão rápida,
atingindo áreas de superfície lisa.
- PROTOCOLO:
- Higiene bucal rigorosa.
- Auto-aplicação tópica de flúor diária.
- Limitação da dieta cariogênica.
- Saliva artificial.

DOENÇA PERIODONTAL
- EFEITOS DA RADIAÇÃO:
- Vascularização diminuída.
- Aceluridade.
- Ruptura, afilamento e desorientação das fibras de Sharpey.
- Alargamento do ligamento periodontal.

TRISMO
- Dor e não consegue abrir a boca numa amplitude considerada normal.
- Evento adverso que ocorre depois de determinado período após a radioterapia.
- Pode acontecer: invasação do tumor na ATM ou se radioterapia foi aplicada sob ATM.
- Geralmente se instala após o tratamento radioterápico, 3 a 6 meses após radioterapia.
- PROTOCOLO:
- Prevenção – medição da abertura bucal máxima.
- Exercícios da abertura bucal (abrir e fechar a boca cerca de 15x ao dia).
- Fisioterapia com calor úmido com toalhas.

OSTEORRADIONECROSE
- Alteração tardia que pode ocorrer no paciente, igualmente ao trismo dentário.
- Tecido ósseo absorve a mesma quantidade de radiação por unidade de massa do que os tecidos moles.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 4


- Entretanto, osso é 1,8x mais denso que o tecido mole → absorve proporção ainda maior de radiação.
- Endoartrtite vascular faz com que o osso seja pobremente nutrido.
- EFEITOS DA RADIAÇÃO:
- Injúria no sistema remodelador (osteócitos, osteoblastos e osteoclastos).
- Hiperemia → endarterite → trombose → oclusão progressiva e obliteração de vasos.
- FATORES PREDISPONENTES:
- Exodontia e outros procedimentos cirúrgicos.
- Higiene bucal precária.
- Infecção periapical ou periodontal.
- Traumatismo por próteses.
- INDICAÇÃO DE EXODONTIA PRÉ-RADIO:
- Lesões de cárie avançadas com envolvimento pulpar confirmado ou questionável.
- Doença periodontal moderada ou perda óssea severa.
- Falta de dentes antagonistas e perda consequente de função.
- Dentes localizados próximos da áerea de tumor.
- Impactação parcial ou dentes com erupção incompleta.
- PROTOCOLO
- Higiene bucal.
- Eliminação de irritantes locais (álcool, tabaco, próteses).
- Terapia combinada: antibióticos e corticosteroides, terapia com oxigenoterapia hiperbárica,
debridamento ósseo e ressecção cirúrgica seguida por reconstrução.
- Pentoxifilina e tocoferol (Pento).

GENERALIDADES SOBRE O MANEJO DA RADIOTERAPIA

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 5


QUIMIOTERAPIA
- Tratamento de doenças sistêmicas com substâncias químicas que afetam o funcionamento celular.
- Fármacos procuram áreas de proliferação celular.
- Pacientes jovens podem sofrer ainda mais com esse procedimento, áreas de desenvolvimento.
- EFEITOS INDESEJÁVEIS:
- Mucosite em áreas que podem ir da boca ao ânus, podendo ser mais agressiva que rádio.
- Náuseas, vômito, mal-estar generalizado.
- Diminuição do número de células sanguíneas (linfopenia, trombocitopenia, anemia).
- Alopecia (folículo piloso).

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 6


TERAPÊUTICA APLICADA – TRATAMENTO DAS INFECÇÕES BACTERIANAS, FÚNGICAS E VIRAIS

TIPOS DE INFECÇÕES EXISTENTES EFEITO DO ANTIBACTERIANO


- Viral (antivirais). - Desconhecimento técnico.
- Fúngica (antifúngicos). - Drogas mal utilizadas.
- Bacteriana (antibacterianos). - Cultura e antibiograma.

SINAIS CLÍNICOS DA INFECÇÃO


1) Dor. 4) Rubor.
2) Edema. 5) Elevação de temperatura (febre).
3) Secreção purulenta (fístula ou não).

ANTIMICROBIANOS
A) PROFILAXIA: uso contínuo em doenças sistêmicas e com possíveis complicações em proc. invasivos.
B) TERAPIA: uso para auxiliar as defesas do corpo a livrar os tecidos de patógenos microbianos, atingindo
níveis do antibiótico, na área infectada, iguais ou superiores a concentração inibitória mínima.
- INDICAÇÕES TERAPIA:
1) Infecção aguda.
2) Intervenção importante com potencial de gerar infecção aguda.
3) Imunodeficiência grave.
- CONTRA INDICAÇÕES:
1) Prevenção de infecção pós-operatória com pouca probabilidade de ocorrer.
2) Substituição por falha na profilaxia antibiótica.
3) Como analgésico ou anti-inflamatório.
4) Periodontite crônica. CARACTERÍSTICAS ANTIBIÓTICO IDEAL:

5) Substituição de drenagem cirúrgica. 1) Amplo espectro.

6) Alergia aos medicamentos. 2) Alta absorção.


3) Com menor potencial alergênico.

ANTIBIÓTICOS 4) Com menores efeitos colaterais.

A) AÇÃO BIOLÓGICA: 5) Letal às bactérias comuns (cocos GRAM +).

- BACTERICIDA: causam a morte das bactérias.


- BACTERIOSTÁTICOS: inibem o crescimento bacteriano, inibe da parede celular.
- A mesma droga pode ter ação bactericida e bacteriostáticas, depende da dosagem e do tipo da bact.
- Bacteriostáticos devem ter cuidado, pois após retirada é possível que o microrganismo volte.
B) ESPECTRO DE AÇÃO:
- ANTIBIÓTICOS DE AMPLO ESPECTRO: mais sujeitos a resistência bacteriana e são de primeira
eleição, devido à falta de culturas para pacientes rotineiros.
- ANTIBIÓTICOS DE ESPECTRO RESTRITO: usados quando existe o conhecimento do agente
etiológico, sendo conhecido por antibiograma feito de forma prévia.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


C) MECANISMO DE AÇÃO DOS INIBIDORES DE SÍNTESE DE PAREDE CELULAR:
A) PENICILINAS:
- São antibióticos de primeira escolha devido ao espectro de ação para cocos G+.
- Sofrem influência na presença de alimentos, não comer antes/após de tomar.
- Via de administração: via oral (menos reações alérgicas)
- Dosagem: 2.000.000 UI para penicilinas biossintética e 1.500 mg/dia para penicilinas.
1) PENICILINA G (NATURAL): Benzetacil (inativada pelo suco gástrico), efeito por 21 dias.
2) PENICILINA V (BIOSSINTÉTICA): Pen V, não apresenta vantagem hoje, suco g não desativa.
3) AMPICILINA: quase não se usa hoje em dia, baixa absorção.
4) AMOXICILINAS:
- Alta absorção quando administrada por via oral, 2x maior que a ampicilina.
- Possui o mesmo espectro de ação das ampicilinas.
- É melhor absorvida pelo trato gastrointestinal.
- Primeira escolha na profilaxia de endocardite bacteriana.
- 500-875mg a cada 8-12 horas durante 7 a 10 dias.
- Amoxicilina – Clavulanato de Potássio, 875mg a cada 12 horas.
- Cuidado com o Clavulanato devido aos efeitos adversos/indesejados.
B) INATIVADORES DAS BETALACTAMASES:
- Aumentam efeitos adversos, aumentam custos, não aumentam espectro de ação.
- Bactérias produtoras de betalactamase destroem o anel betalactâmico de algumas
penicilinas e cefalosporinas, inativando esses fármacos.
- Esses fármacos conseguem inibir as proteínas que iam destruir esse anel.
- Sulbactam + Ampicilina, Clavulanato de potássio + Amoxicilina, Tazobactam.
- Indicação: seios maxilares (bactérias que são produtoras betalactamases).
C) CEFALOSPORINAS:
- CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO:
- Cefalexinas (Keflex): 500mg a cada 6 horas.
- Cefalotina (Keflin): injetável.
- Devem ser evitados para pacientes alérgicos a penicilina, atuam contra G+/G-
- Profilaxia cirúrgica e profilaxia endocardite.
- Infecções por estafilococos e estreptococos.
- CEFALOSPORINAS DE 2ª GERAÇÃO:
- Anaeróbicos GRAM negativos, aumento do espectro de ação frente a 1ª geração.
- São usados em ambientes hospitalares.
- CEFALOSPORINAS DE 3ª GERAÇÃO:
- Ceftriaxona.
- Infecções graves cocos e bacilos GRAM negativos.
- Usados em ambientes hospitalares.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


D) MACROLÍDEOS:
- AZITROMICINA:
- Mais eficaz contra estafilococos e estreptococos, dosagem confortável (500mg/1x).
- Menor propensão a interações medicamentosas.
- Está em desuso dentro da odontologia.
- Uso oral e EV.
- ERITROMICINA:
- Uso prolongado pode levar a quadros de superinfecção com bacilos entéricos.
- Faz interação medicamentosa com anti-inflamatórios/AINES.
DOENÇA PERIODONTAL → ANAERÓBIOS E GRAM NEGATIVOS

- Dor epigástrica e ototoxicidade como interações medicamentosas.


- Uso oral e EV, usados em pacientes alérgicos a penicilina.
- Pantomicina, Illosone, Zitromax, Klaricid (500mg a 750 mg a cada 6 horas).
- CLINDAMICINA:
- Boa absorção oral (90%) e em casos de refração com outros medicamentos.
- Substituída pela doxiciclina na profilaxia, mas na terapia não.
ABSCESSO AGUDO → STREPTOCOCOS

- Biodisponibilidade NÃO É REDUZIDA na presença de alimentos.


- Indicada em infecções ósseas (refratárias), penetra em osso, e abscessos.
- Dalacin C (cápsulas 300mg a cada 6 horas ou injetável de 300/600mg).
- METRONIDAZOL:
- Flagyl 400 (250 a 400mg), 1 comprimido a cada 8 horas por 7 a 10 dias.
- Agente bactericida com ação contra bactérias anaeróbicas (GRAM -).
- Pode ser usado para alguns protozoários como giárdia e ameba.
- Usado em infecções por anaeróbios envolvendo o coração, SNC, ossos.
- Doença periodontal: não se deve usar nessa área.
- Uso para casos de abcessos envolvendo a pele.
- Não deve ser medicamento de escolha, infecções mais graves apenas.
- Usado para pacientes em septicemia em ambiente hospitalar.
E) QUINOLONAS:
- CIPROFLOXACINA:
- Cipro (250 a 500mg).
- Usado em UTI, infecções genito-urinárias, pouco usadas na odontologia.
- Ferimentos com arma de fogo e fraturas.
- Possui efeito bactericida alterando a síntese de DNA.
- Quando m.o. resistentes a penicilina, cefalosporina e aminoglicosídeos.

PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO
1) DURAÇÃO DA INFECÇÃO: 2-7 DIAS. 3) USO DE ANTISSÉPTICOS.
2) DESCONTAMINAÇÃO LOCAL. 4) TERAPÊUTICA CLÍNICA.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


- QUANDO PRESCREVER?
a) Infecção instalada (edema, trismo, febre, linfadenite).
b) Prevenção das infecções (após procedimentos odontológicos).
- DOSAGEM E INTERVALO:
- Concentração inibitória mínima (CIM): deve ser mantida no sangue para controlar a infecção.
- A concentração plasmática deve exceder a concentração inibitória mínima em 2 a 8 vezes.
- TEMPO DE TRATAMENTO:
- Infecções agudas: 3-5 dias/7-10 dias.
- Infecções crônicas: 7-8 dias (metro) e 14-21 dias amoxicilina.
- PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES: ESCOLHAS DE PRIORIDADES
- Cirurgias de 3º molares. PARA ALÉRGICOS A PENICILINA
- Cirurgias periodontais, periradiculares. 1) Clindamicina.
- Cirurgias na implantodontia. 2) Azitromicina.
- Prevenir contaminação de área estéril.
- Quando a infecção é remota, mas há alta taxa de mortalidade.

CARACTERÍSTICAS DESEJADAS
- Amplo espectro. - Com menores efeitos colaterais.
- Alta absorção. - Letal às bactérias da boca (cocos G+).
- Com menor potencial alergênico.

MEDICAMENTOS DE 1ª ELEIÇÃO EM ODONTOLOGIA


1) Amoxicilina. 3) Macrolídeos (Azitro). 5) Metronidazol.
2) Cefalosporina. 4) Clindamicina.

ANTISSÉPTICOS
- Procedimento simples e prático que reduz o número de microorganismos na boca 75-99%.
- INDICAÇÕES:
- Pré-operatório.
- Pós-operatório.
- TIPOS DE ANTISSÉPTICOS:
- Triclosan. - Malva.
- Cloreto de cetilpiridíneo. - Clorexidina.
- Solução de Iodopovidona 10% em solução aquosa (PVPI)
- PVPI tópico.
- PVPI degermante.
- Digluconato de clorexidina (PerioGuard):
- PH fisiológico, possui ação até 12 horas.
- Ação bactericida gram + e gram -, sendo aeróbias e anaeróbias, fungos e leveduras.
- Reduz 22-44% dos microrganismos viáveis após 1 hora.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 4


- Bochechos 0,12-0,2% (uso clínico, pós-operatório SEM ALCOOL).
- Gel/aplicação local 0,2-2%.

DOENÇAS FÚNGICAS
- SUPERFICIAIS: pele e mucosa.
- SISTÊMICAS: órgãos e sistemas acometidos.

FUNGOS
- São mais complexos do que as bactérias, gostam de ambientes ácidos.
- Parede celular dos fungos é constituída por um polímero sólido resistente aos antibióticos.
- Espécie Cândida Albicans é presente em cerca de 80% da população, habita comumente.
- Cândida causa manifestação clínica quando houver alguma alteração sistêmica ou local.

CANDIDÍASE OU CANDIDOSE
- Ambos os termos são usados para demonstrar reações pela Cândida Albicans.
- Candidíase quando ela é localizada e Candidose quando ela é sistêmica.
1) CANDIDÍASE PSEUDOMEMBRANOSA:
- Forma mais comum é a pseudomembranosa.
- Placa branca semelhante a leite.
- Lesão deve ser raspável com um fundo avermelhado após.
- Geralmente assintomática, pode deixar com paladar ácido ou alterado.
2) CANDIDÍASE ERITEMATOSA:
- Caracterizada por manchas ou máculas avermelhadas.
- Distribuídas por toda a área chapeada da prótese parcial ou total.
- Associada a próteses parciais ou totais.
- Pode ser chamada de estomatite por prótese.
3) GLOSSITE ROMBOIDE MEDIANA:
- Área centralizada na região de dorso da língua.
- Ocorre uma despapilação da região central.
4) QUEILITE ANGULAR:
- Ocorre fissuras na região de comissura labial.
- Ocorre um ressecamento e rompimento do tecido epitelial.
- Uso de Omcilon creme para comissuras labiais.
- Comum em usos de prótese, perda de DVO.
- LESÕES/ALTERAÇÕES CLÍNICAS POR CÂNDIDA:
a) Assintomáticas: sem dores ou sintomas.
b) Dolorosas: quelite angular pode ser exemplo.
c) Sensação de queimação.
d) Alteração de paladar.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 5


ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES FÚNGICAS:
CANDÍDIASE → LOCALIZADO
- LOCAIS:
CANDIDOSE → SISTÊMICO
- Uso de prótese (parcial móvel, total, próteses antigas).
- Redução do fluxo salivar (uso de medicamentos, idade).
- Uso de corticoides inalatórios (bombinhas de asma, por exemplo).
- SISTÊMICOS:
- Tratamento com antibióticos de largo esp. FATORES PREDISPONENTES
1) Diabetes mellito
- Idade.
2) Uso sistêmico ou local de corticosteroides
- Doenças metabólicas.
3) Adm. de antibióticos de amplo espectro
- Imunossupressão. 4) Radio ou quimioterapia
- Deficiência nutricional. 5) Imunidade celular comprometida (HIV)

AUMENTO DA INCIDÊNCIA INFECÇÃO FÚNGICA SISTÊMICA SECUNDÁRIA:


1) Uso indiscriminado de antibióticos.
2) Disseminação da AIDS. AÇÃO DOS ANTIVIRAIS: reduzir a
3) Uso de imunossupressores e quimioterápicos. duração da excreção viral e abreviar
o tempo necessário para que as
PRÓTESE TOTAL OU PARCIAL lesões adquirirem a forma de crosta.
- 65% dos portadores de prótese apresentam candidíase.
- Prótese consegue aderir e entrar na região do acrílico poroso.
- Tratamento facilitado em mucosa e difícil na prótese.
- Indicação de substituição da prótese.

TERAPIA CLÍNICA
- Uso da prótese quando estritamente necessário, mínimo possível para evitar repopulação.
1) TROCAR AS PRÓTESES quando indicado.
2) Realizar a higiene DA BOCA (pH do meio bucal), associar com bochecho de bicarbonato de cálcio.
3) Realizar a higiene DA PRÓTESE: 1 colher de água sanitária em água (1 copo).

TERAPIA MEDICAMENTOSA
- Antifúngicos: fármacos que tratam infecções provocadas por fungos, podendo ser tópico ou sistêmico.
- Fármacos tópicos seguem funcionam muito bem.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 6


NISTATINA (MICOSTATIN®)
- Uso tópico, PRIMEIRA ESCOLHA para situações fúngicas orais.
- A nistatina é utilizada em infecções da mucosa, pele, trato intestinal e vaginal causadas por Cândida.
- AÇÃO FUNGISTÁTICA: impede o desenvolvimento dos fungos.
- AÇÃO FUNGICIDA: destrói ou inibe a ação dos fundos.
- Biodisponibilidade por via oral é baixa, por isso deve ser usado de maneira tópica.
- Medicamento pode ser deglutido para que haja na orofaringe caso necessário.
- Indicações: candidíase da boca e do trato digestivo superior (esofagite por cândida).
- POSOLOGIA:
a) Crianças prematuras: 1 ml quatro vezes ao dia.
b) Lactantes: 1 ou 2 ml quatro vezes ao dia.
c) Crianças e adultos: 15 ml quatro vezes ao dia (sem necessidade de acordar), por 15 dias.
- A solução deve ser bochechada e mantida na boca antes de engolir ou não.

- Irá tratar muito bem as formas presentes dentro da


região da boca.
- Caso paciente deva engolir o medicamento, o uso
será INTERNO.
- Caso paciente NÃO PRECISE ENGOLIR o
medicamento, o uso será EXTERNO.

- Omcilon AM creme é muito utilizado para casos de QUEILITE ANGULAR, uso tópico dessa forma.
- Composto por 4 princípios ativos, que
vão dar uma proteção antimicrobiana e
antifúngica.

MICONAZOL (DAKTARIN®)
- Uso para tratar CANDIDÍASE
CUTÂNEA e CANDIDÍASE ORAL (gel
tópico de miconazol).
- Possível utilizar para casos de
vulvovaginite, sendo usado a sua versão tópica.
- Este fármaco não é recomendado para crianças.
- Possível aplicar NA PRÓTESE OU NO PALATO, facilitando o uso para esse paciente.
- Esse fármaco não possui no serviço público de saúde.

Versão em creme só existe para a região vaginal, caso queira prescrever para a região intraoral,
deve-se prescrever MICONAZOL GEL ORAL, uma vez que Daktarin é uma marca comercial.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 7


FLUCONAZOL [PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS] [4 SEMANAS/1 CÁPSULA SEMANA]
- Primeiro fármaco de escolha PARA PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS.
- É usado COMO PROFILAXIA antifúngica em pacientes suscetíveis (oncológicos, transplantados, etc).
- Possui sua excreção na saliva, podendo ajudar em situações orais.
- Pode ser usado em TODAS as formas de candidíase bucal.
- INDICAÇÃO:
a) Uso quando o paciente possui diversas formas da candidíase.
b) Pacientes imunocomprometidos.
Antifúngicos que terminam com AZOL
tem interação com o álcool
ingerido/AINES e podem potencilizar
o efeito dos ansiolíticos.

CETOCONAZOL
- Primeiro antifúngico oral a ser aprovado para o tratamento das micoses sistêmicas profundas.
- Apresentação comercial em creme, POUCO USADO em REGIÕES INTRAORAIS por ser em creme.
- INDICAÇÃO:
- Tratamento das infecções na pele, cabelo e mucosa.
- Infecção persistente na vagina.
- Infecções na boca, garganta e estômago.
- Outros órgãos internos ou vários órgãos ao mesmo tempo.
- CONTRA-INDICAÇÃO (TÓPICO E SISTÊMICO):
- Doença no fígado.
- Interações com o álcool.
- PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS SISTÊMICAS: enjoo, náuseas, vômito, dor abdominal e diarreia.

ANTIFÚNGICOS E SUAS INTERAÇÕES


- Azólicos: potencializar os efeitos dos benzodiazepínicos/ansiolíticos (MIDAZOLAM E ALPRAZOLAM).
- Doença hepática: antifúngicos tópicos devem ser prescritos com cautela.
- Os AF de uso sistêmico são contraindicados nestes casos de doenças hepáticas.
- Evitar o uso de PARACETAMOL e ÁLCOOL com AF azólicos (fígado).
- Evitar o uso de ANSIOLÍTICOS com AF azólicos (potencializar).

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 8


TRATAMENTO DAS INFECÇÕES VIRAIS
- Grande maioria das vezes estamos falando de herpes.
- Existem outras infecções virais como Citomegalovírus, Esptein Bahr,, porém são muito raras.
- Outros vídeos da família do Herpes, como citados acima, acometem pacientes imunodeprimidos.

APRESENTAÇÕES CLÍNICAS PRINCIPAIS DO HERPES


1) GENGIVO ESTOMATITE HERPÉTICA AGUDA/PRIMÁRIA: úlceras acometendo gengiva e as mucosas.
2) HERPES RECORRENTE: vesículas acometendo principalmente a região labial.
- Ambos causados pelos vírus HSV tipo 1 (simples).

FASES DESTAS APRESENTAÇÕES CLÍNICAS


1) FASE PRODRÔMICA:
- Pode antever o aparecimento das úlceras no caso de 1.
- Em casos de 1, mal-estar, inapetência, hipersalivação.
- Antecede o aparecimento das vesículas em caso de 2.
- Paciente pode relatar vermelhidão, coceira.
2) FASE DE VESÍCULAS/ÚLCERAS
3) FASE CICATRICIAL CROSTAS
- Fase prodrômica → vesícula → úlcera → crosta → cicatrização → latência.

INFECÇÃO HERPÉTICA PRIMÁRIA OU GENGIVO ESTOMATITE HERPÉTICA


- É bem comum acontecer em crianças menores, mais novas, porém possível acontecer em adultos.
- Sinais mais agudos/fortes do que a herpes recorrente.
- SINAIS PRODRÔMICOS: mal-estar, irritação, hipersalivação, inapetência.
- ETIOLOGIA: vírus herpes simples (HSV) tipo 1.
- TRANSMISSÃO: contato direto.
- CONDUTA CLÍNICA:
- Uso de antiviral não compensa.
- Analgésico.
- Dieta líquida e pastosa.
- Repouso.

HERPES SIMPLES RECORRENTE


- SINAIS PRODRÔMICOS: rubor, prurido.
- ETIOLOGIA: vírus herpes simples (HSV) tipo 1.
- Vesículas se rompem e formam úlceras que serão cicatrizadas em crostas.
- Líquido que preenche vesículas são altamente contaminadas, podem contaminar.
- CONDUTA CLÍNICA:
- Quanto antes começar, melhor para o paciente (antiviral → previne replicação).
- Para crianças não compensa utilizar antivirais, melhor usar apenas analgésicos.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 9


- A) TRATAMENTO TÓPICO: A duração da infecção é de 5 a 10 dias,
- Aciclovir 5% - baixa absorção sistêmica. porém o uso do medicamento pode ser
- Colocar em cima das vesículas. cessado quando estiver na fase de
B) TRATAMENTO SISTÊMICO: cicatrização.
- Aciclovir 200mg – 5x/dia durante 5 dias.
- Fanciclovir 1 ou 2x/dia para imunossuprimidos.

HERPES SIMPLES EM IMUNOCOMPROMETIDOS


- CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: atípicas.
- CONDUTA CLÍNICA:
- Aciclovir, Fanciclovir ou Valaciclovir sistêmico.
- Laserterapia.

ACICLOVIR
- INDICAÇÃO: tratamento de infecções cutâneas pelo vírus herpes simples, herpes genital e labial.
- Apresentação via oral, ampola (EV) e tópico.
- Ele não trata a doença em si, apenas os sintomas. AÇÃO DOS ANTIVIRAIS: reduzir a
- 200mg-400mg para comprimidos. duração da excreção viral e abreviar o
- 250mg para solução injetável. tempo necessário para que as lesões
- Creme 50mg/g. adquirirem a forma de crosta.
- Pode chegar a 7 DIAS DE TRATAMENTO NO MÁXIMO.
- Tratamento tópico pode ser feito juntamente com o sistêmico.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR


10
TERAPÊUTICA APLICADA – MANEJO DA ANSIEDADE

GENERALIDADES SOBRE ANSIEDADE


- Reação cognitiva, emocional e física de uma situação de perigo ou em antecipação de uma ameaça.
- Constituem uma resposta emocional a perigo potencial ou real.
- A ansiedade e fobias dent. comprometem a saúde bucal ou mesmo agravar doenças odont. já existentes.

SINAIS E SINTOMAS DA CRISE DE ANSIEDADE:


- Taquipneia e taquicardia. - Palidez.
- Elevação da pressão arterial. - Sudorese na palma das mãos.
- Palpitação. - Tremores.

FONTES DE ANSIEDADE NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO


- Experiência negativa do paciente em consultas prévias.
- Intercorrências negativas relatadas por parentes ou amigos.
- Visão do profissional paramentado com EPIs.
- Ato da anestesia ou visão de sangue.
- Vibrações e sons.
- Comportamentos ríspidos ou movimentos bruscos do profissional.
- Sensação inesperada de dor.

MANEJO PREVENTINO DA ANSIEDADE


- Informações sobre as doenças odontológicas.
- Informações sobre o tratamento proposto.
- Medos – abordagem psicológica.
- Visita da criança ao consultório.
- Anestesia local eficaz.

MANEJO DE CONTROLE DA ANSIEDADE Fármacos como DIAZEPAM, FENOBARBITAL,


- Benzodiazepínicos/ansiolíticos. MIDALOZAM e TRIAZOLAM são controlados por
- Hidrato de cloral. receita especial (tipo B).
- Anti-histamínico.
- Cetamina. MIDAZOLAM 7,5mg é usado para pacientes cardiopatas e
- Analgésicos opioides. para pacientes diabéticos.
- Óxido nitroso.

GENERALIDADES SOBRE OS PSICOTRÓPICOS


- Os agentes ansiolíticos são empregados no período pré-operatório de procedimentos bucomaxilofaciais.
- Dentistas prescrevem medicamentos como benzodiazepínicos/psicotrópicos para controlar a ansiedade.
- Deve-se usar a receita B para esse tipo de medicamento.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


SEDAÇÃO
- Estado que há redução de ansiedade, atividade motora e vigília.
1) SEDAÇÃO MÍNIMA:
- Estado induzido por fármaco.
- Pacientes respondem aos comandos de voz.
2) SEDAÇÃO MODERADA:
- Estado medicamente controlado de depressão de consciência.
a) Manutenção dos reflexos de proteção.
b) Habilidade de manter as vias aéreas independente e continuamente.
c) Respostas adequadas à estimulação física ou comandos verbais (ainda tenta se proteger).
3) SEDAÇÃO PROFUNDA:
- Estado de maior depressão paciente não é facilmente despertado por comandos verbais.
- A pessoa responde, mas após forte pronunciação das palavras.
- Paciente pode responder quando os estímulos são feitos de forma repetida ou dolorosa.
4) ANESTESIA GERAL:
- Caracteriza-se pela perda da consciência induzida por fármacos.
- Paciente não desperta mesmo com estimulação dolorosa.

BENZODIAZEPÍNICOS (BZD)
- UTILIZAÇÃO: sedação mínima, moderada ou profunda, pré-medicação, indução/manunt anestesia.
- CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
1) Ansiolítico (ansiedade).
2) Hipnótico (sono).
3) Sedativo (calmante).
4) Amnesia anterógrada (sem lembrança).
5) Anticonvulsivante.
6) Relaxante muscular.
- FÁRMACOS PRINCIPAIS:
- Midalozam.
- Triazolam.
- Diazepam.
- Alprazolam.
- Lorazepam.
- PRECAUÇÕES CLÍNICAS:
- Pacientes em tratamento com outros fármacos depresssores do SNC (antitussígenos,
anti-histamínicos, barbitúricos, anticonvulsivantes).
- Insuficiência respiratória de grau leve.
- Doença renal ou hepática grave.
- Insuficiência cardíaca congestiva.
- 2º trimestre da gravidez.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


- Lactação, pois pode passar pelo leite para a criança.
- CONTRA-INDICAÇÃO (REALMENTE NÃO PODEM SER USADOS):
1) Pacientes com GLAUCOMA de ângulo estreito.
2) INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA grave. PROTOCOLO PARA ANSIEDADE
3) MIASTENIA (doença que envolve musculatura) grave. 1. Medidas não terapêuticas
4) Criança com comprometimento físico ou mental severo. 2. Benzodiazepínicos
5) APNEIA do sono.
6) Etilistas (pessoas alcoolátras).
7) Crianças com menos de 16 anos de idade.

PROTOCOLO PARA CONTROLE DA ANSIEDADE 1) Hidrato de cloral


- PACIENTES COM ANSIEDADE SEVERA: 2) Anti-histamínicos
- 1 comprimido antes de deitar para dormir. 3) Cetamina
- 1 comprimido uma hora antes do procedimento 4) Analgésicos opióides
- PACIENTES COM ANSIEDADE MODERADA: 5) Óxido nitroso
- 1 comprimido uma hora antes do procedimento. 6) Benzodiazepínicos

HIDRATO DE CLORAL
- Hipno-sedativo, provoca sono e entra em processo de sedação.
- UTILIZAÇÃO: odontopediatria para pré-medicação e sedação em pequenos procedimentos odonto.
- Na rotina, a maioria dos odontopediatrias usam a sedação com óxido nitroso no seu lugar.

ANTI-HISTAMÍNICOS
- Prometazina (Fenergan) ou hidroxizina (Hixizine, Prurizin, Marax).
- UTILIZAÇÃO: sedação leve com predomínio de sono, úteis em pacientes não responsivos aos BDZ.
- Pacientes com reação paradoxal com os benzodiazepínicos (agitado), usar anti-histamínico.

CETAMINA
- Hipnótico que produz analgesia importante.
- Bastante utilizado em situações hospitalares, sedação em procedimentos dolorosos.
- Exemplo: abscesso grande e inflamado no qual anestésicos normais podem não pegar.

ANALGÉSICOS OPIÓIDES
- Prescritos na pré-medicação quando há presença de dor prévia ao procedimento cirúrgico.
- Podem ser usados antes do procedimento cirúrgico.

ÓXIDO NITROSO (PROTÓXIDO DE AZOTO ou N2O)


- Sedação inalatória gasosa, paciente fica calmo.
- Associação do nitrogênio com o oxigênio em concentrações diferentes.
- CARACTERÍSTICAS DA SEDAÇÃO POR ÓXIDO NITROSO:

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


- Tempo curto (5 minutos) para atingir os níveis adequados de sedação e para recuperação.
- Dispensa a necessidade de acompanhante, o efeito passa após retirar a máscara.
- Os gases podem ser administrados pela técnica incremental (quantidade de gases diferenciada).
- A duração e a intensidade da sedação são controladas pelo profissional.
- Administração constante de uma QUANTIDADE MÍNIMA DE 30% DE O2.
- CONTRA-INDICAÇÕES RELATIVAS:
- Obstrução da vias aéreas superiores (infecção respiratória, aumento dos linfonodos ou adenoides).
- Pacientes de medicação psicotrópica.
- Pacientes com problemas comportamentais severos, que inviabilizam o uso da máscara nasal.
- Doenças pulmonares crônicas.
- Recomendações médicas específicas.

ESTÁGIO IDEAL DE ANALGESIA


- Dormência nos pés e nas mãos inicialmente. - Sensação de relaxamento.
- Sensação de formigamento na boca. - Redução da ansiedade ou medo.
- Ampliação da audição. - Espasmos palpebrais.
- Voz anasalada e cadenciada.

SEDAÇÃO COM FITOTERÁPICOS


- VALERIANA OFFICNALIS:
- Uso como sedativo moderado, como agente promotor do sono e ansiedade.
- Ingerir por via oral 1 a 2 comprimidos revestidos contendo 0,4mg do extrato padronizado a 0,8% 3x.
- Possível usar como chá.
- PASSIFLORA INCARNATA:
- Flor do maracujá.
- Indicada para tratar estados de irritabilidade, agitação nervosa, tratamento de ansiedade.
- Ingerir 2 cápsulas contendo 6,4mg do extrato padronizado 2 a 3 vezes ao dia.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 4


TERAPÊUTICA APLICADA – MANEJO DO PACIENTE DIABÉTICO

GENERALIDADES
- Diabetes é um distúrbio no metabolismo de lipídeos, proteínas, sais minerais e glicose.
- Possível deficiência parcial ou total de insulina, hormônio necessário para transporte de glicose.
- Falta de glicose e energia nas células, pois ocorre acúmulo de glicose no sangue (HIPERGLICEMIA).
- CONSEQUÊNCIAS SISTÊMICAS:
- Retinopatia (cegueira). - Doenças cardiovasculares.
- Nefropatia. - Distúrbios na cicatrização.
- Neuropatia (parestesia). - Doença periodontal.
- TIPOS DE DIABETES:
- Tipo I (insulino dependente, autoimune). CETOACIDOSE ocorre quando as
concentrações de insulina são
- Tipo II (doença inflamatória).
insuficientes para suprir as
- Gestacional.
necessidades básicas metabólicas
- Outros tipos específicos (corticoides, fibrose cística, etc).
do organismo, mais manifestada
- SINTOMAS RELEVANTES:
em DM1.
- Polidipsia: sede extrema.
- Poliúria: vontade de urinar constante. Ocorre hiperglicemia,
- Polifagia: fome excessiva. hipercetonemia e acidose
- Perda de peso pode ser constatada. metabólica, pois o corpo
metaboliza triglicerídeos e

DIABETES TIPO I aminoácidos para ATP.

- Acomete pacientes jovens, pâncreas/células beta param de produzir insulina parcial ou totalmente.
- Possui um curso clínico mais agressivo.
- Ausência na produção de insulina, 15% dos diabéticos.
- Forma de tratamento provavelmente será com insulina exógena.
- Risco de fazer cetoacidose.

DIABETES TIPO II
- Cerca de 85% dos diabéticos, acomete geralmente pacientes adultos e idosos.
- Ocorre uma produção decrescente de insulina, cerca de 25%.
- Complicações sistêmicas menos severas.
- Cetoacidose é rara, complicação aguda + grave associada.
- POSSÍVEIS CAUSAS:
1) SECREÇÃO insuficiente pelas células beta de insulina.
2) ALTERAÇÕES moleculares dos receptores de insulina para transporte.
- FATORES DE RISCO:
- Obesidade.
Glicemia casual pode estar entre 140 mg/dl até 200
- Dieta hipercalórica.
mg/dl quando mensurada depois do paciente comer.
- Hábitos sedentários.
- Hereditariedade.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


DIABETES GESTACIONAL
- 2% das gestantes acaba sendo afetada por essa condição.
- 24ª a 26ª semana, a gestante deve fazer o teste oral de tolerância a glicose.

COMPLICAÇÕES BUCAIS DOS PACIENTES DIABÉTICOS


1) Hipossalivação (característica da doença em si).
2) Hipocalcificação dentária.
3) Candidose (sai na raspagem).
4) Estomatite protética/candidose eritematosa.
5) Queilite angular.
6) Lesões periapicais.
7) Síndrome da ardência bucal (sem etiologia).
8) Cáries dentárias.
9) Doença periodontal.

DOENÇA PERIODONTAL
- É considerado fator de risco na PREVALÊNCIA e SEVERIDADE da doença periodontal.
- INDICATIVOS DA DOENÇA PERIODONTAL: Tratamento periodontal pode ser
- Maior profudindidade de sondagem. um auxiliar importante no controle
- Perda de inserção clínica. da glicemia do paciente.
- Reabsorção óssea importante.
- Hiperglicemia → mediadores inflamatórios → metabolismo tecidual alterado → periodontite.
- Periodontite → inflam. local → mediadores inflamatórios → resistência insulínica → DM → hiperglicemia.
- TRATAMENTO PERIODONTAL EFICIENTE:
- Pode reduzir a hemoglobina glicada (HbA1c) de, em média, 0,4%.
- Ocorre principalmente em diabéticos tipo 2.
- Redução de possíveis problemas cardiovasculares. Cada porcentagem reduzida na
- Alguns autores falam sobre uma confiabilidade limitada. Hb1Ac em diabéticos, diminui
- TRATAMENTO PERIODONTAL INEFICIENTE: em 35% o risco de
- Em D1 ou D2 pode acontecer. complicações macrovasculares.
- Redução ma HbA1c apenas a curto prazo.
- O controle periodontal não é capaz de alterar marcadores inflamatórios.

DIAGNÓSTICO DO DIABETES
- Glicemia em jejum → diagnóstico, parâmetro de cerca de 12/24 horas.
- Hemoglobina glicada (HbA1c) → acompanhamento, média de glicemia em cerca de 90/120 dias.
- Glicemia em jejum (70 a 100 mg/dl) está controlado.
Caso chegue em menor que 40 mg/dl
- Glicemia em jejum (100 a 126 mg/dl) está pré diabético.
pode ter sequelas para o SNC.
- Glicemia em jejum (acima de 126 mg/dl) está diabético.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


FARMACOLOGIA PACIENTES DIABÉTICOS
- Anamnese dirigida.
- Xerostomia (hipossalivação é um dos principais sintomas da DM).
- Polidipsia (sede excessiva), poliúria (urina excessiva) e polifagia (fome excessiva).
- Hipoglicemiantes orais (metformina, glicazida, sulfoniluréias, tiazolidinedionas).
- Pode hipoglicemiante com insulina ou então dois hipoglicemiantes orais (pacientes obesos/idosos).
- Sulfoniluréias são os fármacos também chamados de hipoglicemiantes.
- Ação do fármaco: hipoglicemia estimulará a produção de insulina pelas células beta do pâncreas.
- Insulina (prescrição médica).
- Pode fazer uma hipoglicemia aguda caso prescrita de forma abusiva.
- Níveis de estresse/ansiedade podem modificar possíveis parâmetros.
- Possível ser prescrita em D1 ou então D2.

PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS E DEMORADOS ANSIEDADE & MEDO → HIPERGLICEMIANTE


- Sedação mínima pode ser indicada para pacientes diabéticos.
- Alimentação antes e após a consulta
- ANSIEDADE AGUDA E MEDO → LIBERA CATECOLAMINAS (ADRENALINA) → HIPERGLICEMIANTE.
- Sedação com benzodiazepínicos (PA):
- Diazepam, midazolam, lorazepam (1h antes ou noite antes).
- 5 a 10mg de diazepam, 7,5 a 14mg de midalozam.
- 0,2 a 0,5mg/kg para crianças no diazepam.
- São controlados por receita azul.
- Podem fazer redução de tosse e redução da respiração.

ANESTESIA LOCAL
- EPINEFRINA/ADRENALINA assim cortisol, tireoxina e hormônio do crescimento são hiperglicemiantes.
- Esse efeito só acontecerá caso seja intravascular ou o paciente estar descompensado.
- Deve-se usar EPINEFRINA 1:100.000 para pacientes diabéticos apenas controlados.
- O sal anestésico não terá influência, porém o vasoconstritor sim.
- URGÊNCIAS/ELIMINAR INFECÇÃO/SEM SABER → PRILOCAÍNA 3% C/ FELIPRESSINA.

ANALGÉSICOS
- NÃO HÁ CONTRA INDICAÇÃO DE analgésicos (dipirona, paracetamol) para esses pacientes.
- Usar com posologia padrão, uso de 24 a 48 horas.

ANTI-INFLAMATÓRIOS [AINES POTENCIALIZAM A AÇÃO DOS HIPOGLICEMIANTES]


- Deve-se usar, em preferência, os ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS com esses pacientes.
- Antihiperglicemiantes orais fazem complicações/interações com medicamentos antiinflamatórios.
- Sulfoniluréias (antiglicemit.) tem sua AÇÃO HIPOGLICEMIANTE POTENCIALIZADA pelos AINES.
- Esse efeito maior hipoglicemiante pode acontecer com a insulina também.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


- BETAMETASONA ou DEXAMETASONA: 1 ou 2 doses, 4 a 8mg, curto período de uso.
- Às vezes é aconselhável fazer o ajuste dos hipoglicemiantes para usar AINES por longo tempo (ortog, ex).

Cetoacidose sanguínea ou cetonúria é a presença de corpos cetônicos no sangue ou na urina, estes são produzidos por
metabolismo de ácidos graxos e carboidratos no fígado. Concent. de insulina são insuficientes para o metabolismo fisiológico.

PROFILAXIA ANTIBIÓTICA DO PACIENTE DIABÉTICO


- Não é sempre que é necessário a profilaxia antibiótica, pacientes controlados não precisa fazer.
- AMOXICILINA 2g (azitromicina 500mg, clindamicina 600mg), uma hora antes do procedimento.
- INDICAÇÕES:
1) Pacientes imunossuprimidos.
2) Cetoacidose sanguínea ou cetonúria → função leucocitária diminuída relacionada.
3) Bactercimia transitória importante.
- SEQUÊNCIA:
1) Pacientes diabéticos tem diminuição da capacidade imunológica.
2) Aumenta risco de infecção.
3) Alterar a quimiotaxia de leucócitos pela atividade fagocitária e bactericida.
- Deve-se considerar o uso da profilaxia antibiótica, geralmente 4 comprimidos de 500mg amox.

TERAPIA ANTIOBIÓTICA DO PACIENTE DIABÉTICO


- ENDODONTIA E PERIODONTIA → tratar de forma agressiva, não esperar tanto tempo para tratar.
- TRATAMENTOS PROLONGADOS → monitorar possíveis fungos, paciente susceptível.
- Doses, posologia e duração do tratamento são padrão para outros procedimentos/tratamentos.

COMPLICAÇÕES AGUDAS EM PACIENTES DIABÉTICOS


- Caso chegue em menor que 40 mg/dl → pode ter sequelas para o SNC.
- Hipoglicemia é diferente de cetoacidose (hiperglicemia (muita glicose)).
- CHOQUE INSULÍNICO [FALTA
- Hipoglicemia aguda (abaixo de 70 mg/dl).
- Fraqueza, tonturas.
- Taquicardia.
- Palidez, pele úmida.
- Frequência respiratória normal ou diminuída.
- Dor de cabeça.
- Alteração do nível de consciência.
- INGESTÃO DE ÁLCOOL:
- Causa hipoglicemia pois inibe a liberação hepática de glicose.
- Possível que o álcool cause hiperglicemia após a hipoglicemia, alto teor de calorias.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 4


- CHOQUE CETÔNICO [FALTA DE INSULINA]:
- Ocorre quando as concentrações de insulina são insuficientes para suprir as necessidades básicas
metabólicas do organismo, mais manifestada em DM1.
- Hiperglicemia, hipercetonemia e acid. metabólica, o corpo metaboliza triglicerídeos e aminoác.
- Boca seca, hálito de cetona, dor no abdômen.

GENERALIDADES
- Não se faz profilaxia antibiótica em apenas diabéticos, necessita ter outras comorbidades.
- Cetoacidose e choque insulínico são coisas contrárias entre si.
- Se misturar AINES com hipoglicemiante, pode ter AÇÃO HIPOGLICEMIANTE POTENCIALIZADA.
- PACIENTE DESCOMPENSADO: comeu demais, não tomou remédio ou não comeu.

HIperglicemia

Mediadores
Hiperglicemia
inflamatórios

Metabolismo
Diabetes
tecidual
melito
alterado

Resistência
Periodontite
insulínica

Mediadores Inflamação
inflamatórios local

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 5


TERAPÊUTICA APLICADA – MANEJO DO PACIENTE CARDIOPATA & HIPERTENSO

GENERALIDADES
- Paciente com arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca e doença cardíaca isquêmica (ateroesclerose).
- São condições clínicas bem comuns no dia a dia, possível usar Midalozam 7,5mg 30min antes.
- Doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 29,4% das mortes no país.
- Não há necessidade de fazer profilaxia antibiótica em casos puros de cardíacos.

CLASSIFICAÇÃO DAS ANESTESIAS DA ASSOCIAÇÃO AMERICANA DOS ANESTESIOLOGISTAS


- ASA I: paciente saudável, pouca ou nenhuma ansiedade e com risco mínimo de complicações.
- ASA II (PACIENTE COM DOENÇA SISTÊMICA MODERADA):
- Ansioso com histórico de mal estar.
- Obesidade moderada.
- Primeiros 2 trimestres de gestação.
- Hipertensão controlada com medicação.
- Diabetes tipo II, controlado com dieta ou medicação.
- Portador de distúrbios convulsivos controlados.
- Asmático.
- Tabagista sem doença pulmonar.
- Paciente com histórico de infarto do miocárdio ocorrido há mais de 6 meses.
- ASA III (PACIENTE COM DOENÇA SISTÊMICA SEVERA):
- Imprescindível troca de informações com o médico.
- Obesidade mórbida.
- Último trimestre de gestação.
- Hipertensos na faixa entre 160-194 a 95-99 mmHg.
- Paciente sob quimioterapia.
- História de infarto do miocárdio ocorrido há mais de 6 meses, mas ainda com sintomas.
- ASA IV (DOENÇA SISTÊMICA SEVERA, CONSTANTE RISCO DE MORTE):
- Paciente com dor no peito ou falta de ar sem atividade.
- Incapazes de andar ou subir escadas.
- Histórico de infarto ou acidente vascular encefálico nos últimos 6 meses com PA > 200/100.
- Pacientes que necessitam administração suplementar de oxigênio de forma contínua.
- ASA V (PACIENTE EM FASE TERMINAL COM EXPECTATIVA DE VIDA INFERIOR À 24 HORAS):
- Procedimentos odontológicos contra indicados.
- Indicação apenas de alívio da dor.
- Pacientes com doeça renal, hepática ou infecciosa em estágio final.
- Paciente com câncer terminal.
- ASA VI (PACIENTE COM MORTE CEREBRAL DECLARADA)
- Não há indicação de qualquer tipo de tratamento odontológico.
- Órgãos provavelmente serão removidos com propósito de doação.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES
- Pacientes ASA II, III e IV são os pacientes que podemos intervir.
- Informar o médico quais procedimentos serão realizados e em quais circunstâncias será o atendimento.
- Cardiopatia é DIFERENTE de hipertensão arterial sistólica, hipertensão pode tornar o pac. cardio.

EPINEFRINA
- Ela não está presente apenas na prilocaína.
- Seus efeitos devem ser considerados na FC, volume sistólico (volume de sangue ejetado), débito
cardíaco, demanda de oxigênio pelo miocárdio e na resistência vascular periférica.
- Eles não são considerados uma contra-indicação absoluta nesses pacientes.
- Aumento do trabalho cardíaco pode exacerbar a insuficiência cardíaca congestiva que nem o aumento
dos níveis de epinefrina e norepinefrina podem levar ao aumento da PA e predispondo um AVC.
- EFEITOS DA EPINEFRINA:
- Pode alterar os níveis da pressão arterial (PA) dependendo da dose e do local de aplicação.
- Via subcutânea: pequena ou nenhuma alteração da PA.
- Acidentalmente no interior dos vasos: elevação brusca da PA devido a contração perif.
- FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC): promove aumento da FC e da força de contração ventricular.
- PACIENTE C/ DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA: arriscado, efeito vasodilatador da epinefrina.
- MARCO-PASSO: a epinefrina pode irritar as células do marco-passo cardíaco e causar disritmias.

Situações de estresse liberam a secreção endógena de


catecolaminas (epinefrina e norepinefrina) pelas glândulas
adrenais, 40 vezes mais que os níveis basais do indivíduo em
repouso. Essa liberação provocada pelo estresse atinge níveis
sanguíneos maiores que a aplicação de um tubete anestésico
contendo epinefrina concentrada de 1:50.000.

PACIENTES COM DOENÇA CARDIOVASCULAR


- Maior objetivo é reduzir a liberação endógena de catecolaminas.
- A quantidade de catecolaminas liberadas por estresse é absurdamente maior do que com o anestésico.
- Um plano de tratamento deverá utilizar uma sedação mínima farmacológica para acalmar o paciente.
- Uso de epinefrina para doenças cardiovasculares controladas.
- Não se deve utilizar fios retratores impregnados com epinefrina, concentração ativa de 4% → RISCO ALTO.
- VOLUME MÁXIMO DAS SOLUÇÕES ANESTÉSICAS:
- Epinefrina 1:50.000 → 1 tubete por sessão.
- Epinefrina 1:100.000 → 2 tubetes por sessão.

- Epinefrina 1:200.000 → 4 tubetes por sessão.


- Atendimento deve ser o mais breve possível, preferencialmente PELA MANHÃ em função de fármacos.
- Seleção de anestésico e domínio da técnica, deve-se pensar em sedação consciente.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


CONTRA INDICAÇÃO DE EPINEFRINA [ARRITMIAS CARDÍACAS] Atendimentos odontológicos
- Pacientes com certas arritmias cardíacas. (TUDO) só podem ser feitos
- Deve-se usar PRILOCAINA 3% COM FELIPRESSINA. com PA abaixo de 160/100
- Uso de no máximo de 3 tubetes. mmHg.

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA [NÃO É CORAÇÃO]


- Não é considerada uma doença do coração, popularmente chamada de pressão alta.
- Pressão arterial máxima deve ultrapassar igual ou maior que 140 por 90 mmHg.
- Principal responsável pela alteração dos níveis de pressão são os vasos sanguíneos.
- Possível classificar em ESTÁGIO I e ESTÁGIO II dentro da hipertensão.
- CONDIÇÕES CLÍNICAS:
- Elevação persistente da PA.
- Valores maiores que 140/90 mmHg.
- Responsável pela maioria dos casos de AVC e infarto agudo do miocárdio.
- Possível somente sistólica (hipertensão isolada/sistólica) → aumento da idade.
- Sistólica (máxima) e diastólica (mínima) combinadas também é possível.
- COMPLICAÇÕES CLÍNICAS:
- Cérebro:
- Acidente cerebrovascular (AVC).
- Encefalopatia hipertensiva (cefaleia, convulsão e confusão).
- Sangue:
- Hiperglicemia. Atendimentos odontológicos

- Retina: (EMERGÊNCIA) só podem ser feitos com

- Retinopatia hipertensiva. PA entre 160/100 mmHg e 180/100 mmHg.

- Coração:
- Infarto do miocárdio (ataque cardíaco).
- Cardiomiopatia hipertensiva: insuficiência cardíaca (coração grande).
- Rins:
- Nefropatia hipertensiva: insuficiência renal crônica.

HIPERTENSÃO PRIMÁRIA OU ESSENCIAL [SEM ETIOLOGIA]


- Sem causa aparecente (90-95% dos casos), sem etiologia presente.
- Tratamento: mudança de hábitos alimentares, exercícios físicos e perda de peso.
- Restrição ao tabagismo e a ingestão de álcool.
- Medicamentos anti-hipertensivos: beta-bloqueadores, diuréticos, bloqueadores de canais de sódio,
bloqueadores alfa-adrenérgicos, etc.

HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA [OUTRAS DOENÇAS]


- 5-10% dos casos, é decorrrente de outras doenças.
- Hipertireoidismo, feocromocitoma (tumor suprarenal, estimulante), problemas renais.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3


- Tratamento: direcionado para a doença base que causou a hipertensão.

PACIENTES ASA II – HIPERTENSÃO ESTÁGIO I


- PA controlada ou dentro dos limites 160/100 mmHg no dia da consulta.
- Procedimentos odontológicos ELETIVOS ou de URGÊNCIA.
- Avaliação de outras doenças sistêmicas (cardiopatias, diabetes, insuficiência renal...).
- Sessões no segundo período da manhã (monitoramento da PA durante o atendimento).
- SEDAÇÃO CONSCIENTE:
- Midalozam 7,5 mg. NÃO SE DEVE UTILIZAR AINES NESTES PACIENTES
- Óxido nitroso.
- ANESTÉSICOS DE ESCOLHA:
- Prilocaína 3% com felipressina, máximo 3 tubetes.
- Lidocaína 2% com epinefrina 1:200.000, máximo 4 tubetes.
- Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000, máximo 2 tubetes.
- CONTROLE DA DOR:
- Dipirona (mais indicado, pois reduz pressão) ou paracetamol, evitar o uso de AINES.
- NÃO SE DEVE USAR ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS:
a) Eles bloqueiam a síntese das prostaglandinas que possuem efeito vasodilatador.
b) Diminuem a vasodilatação e diminuem a excreção de sódio.

PACIENTE ASA II – HIPERTENSÃO ESTÁGIO II


- PA > 160/100 mmHg mas sem ultrapassar 180/110 mmHg.
- Atendimentos só podem ser feitos abaixo de 179 mmHg/109 mmHg.
- PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS ELETIVOS SÃO CONTRAINDICADOS.
- Encaminhar o paciente para avaliação cardiológica e controle da PA.
- URGÊNCIA: alívio da dor, PRILOCAÍNA 3% COM FELIPRESSINA, máximo 3 tubetes.
- Sessão odontológica deve ser curta de máximo 30 minutos.
- Sedação consciente: Midalozam 7,5mg (30min antes) ou uso com óxido nitroso.

ATENDIMENTO HOSPITALAR
- Insuficiência cardíaca congestiva. - AVC.
- Arritmias cardíacas. - Diabetes.
- História prévia de Infarto Agudo do Miocárdio.

PACIENTE ASA III – HIPERTENSÃO SEVERA ASSINTOMÁTICA


- PA > 180/110 mmHg, mas sem apresentar sintomas.
- TODOS OS PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS SÃO CONTRAINDICADOS.
- Urgência: apenas em ambiente hospitalar, após avaliação médica e redução da PA para níveis seguros.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 4


PACIENTE ASA III – HIPERTENSÃO SEVERA SINTOMÁTICA
- PA > 180/110mg com presença de sintomas.
- Serviço móvel de urgência deve ser chamado para avalição médica.
- Sangramento nasal ou gengival espontâneo, dor de cabeça, alterações visuais.

DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA/ATEROSCLEROSE


- É uma condição decorrente da obstrução gradual das artérias coronárias por ateromas.
- Acarreta numa diminuição do fluxo sanguíneo para o miocárdio.
- É possível que o paciente fale sobre uma possível dor no peito/pescoço.
- INDÍCIOS DA DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA:
- Dor no peito.
- Sudorese intensa. Dislipidemia é colesterol alto, possível que o
- Falta de ar (dispinese). paciente tenha doença cardíaca isquêmica.
- Palpitação.
- Fadiga.
- ISQUEMIA TRANSITÓRIA: angina (dor forte/queimando) no peito, que pode irradiar para o epigástrico,
mandíbula, base do pescoço e para o braço esquerdo.
- A angina/dor pode ser aumentada em situações de estresse forte, diminui quando paciente em repouso.
- Uso do medicamento dinitrato de issorbida (ISORDIL) OU propatilnitrato (SUSTRATE) p/ profilaxia.
- A doença aterosclerótica inicia silenciosamente na infância, progride durante a adolescência e pode
manifestar na vida adulta/idosa (baixo peso corporal ao nascer e prematuridade são fatores import.).
- OUTROS FATORES QUE CONTRIBUIEM:
- Sedentarismo.
Dinitrato de issorbida (ISORDIL) ou
- Tabagismo.
propatilnitrato (SUSTRATE) são
- Alcoolismo.
vasodilatadores.
- Dieta rica em gorduras.

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO PARA ATEROSCLEROSE [QUALQUER ANESTÉSICO]


- Investigue a frequência das crises de angina no peito ou no tempo decorrido.
- Anote todos os medicamentos e os horários que o paciente faz uso.
- Contate o cardiologista sobre as condições atuais.
- Em caso de uso do vasodilatador coronariano, oriente para tomar uma dose profilática de dinitrato de
isossorbida 2,5-5 mg por via sublingual, 1 a 2 minutos antes do procedimento.
- Se necessário controle da ansiedade, uso do midazolam 7,5mg, alprazolam 0,5mg ou lorazepam 1mg.
- QUALQUER ANESTÉSICO local pode ser usado, lembrar da regra 1, 2 e 4.
- Controle da dor: corticosteroides e analgésicos como dipirona ou paracetamol em doses habituais.
- Não se deve usar AINES, deve-se usar CORTICÓIDES (Prednisona, Betametasona, Dexametasona).

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 5


INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
- É uma condição na qual há diminuição na contratilidade do músculo cardíaco.
- Coração não possui força suficiente para manter um volume de ejeção normal do sangue.
- CAUSAS:
- Hipertensão arterial severa.
- Doenças valvares.
- Doença cardíaca isquêmica.
- Distúrbios na tireoide.
- SINAIS E SINTOMAS:
A insuficiência cardíaca deve ser
- Dispneia.
considerada em pessoas com queixa
- Edema dos quadris.
de fadiga e dispneia, além de sinais de
- Distensão das grandes veias do pescoço.
congestão. Sons crepitantes finos na
- Tosse não produtiva (sem secreção).
ausculta pulmonar pode ser um indício.
- TRATAMENTO:
- Inibidores da ECA (enzima conversa da angiotensina).
- Betabloqueadores.

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO PARA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA


- Possível usar sedação mínima com midalozam 7,5mg ou lorazepam 1mg.
- Cadeira deve estar na posição semi-inclinada.
- Qualquer solução anestésica deve funcionar e pode ser indicada.
- Monitoramento da PA e do FC (monitor digital de pulso).
- Se houver um aumento significativo da PA e/ou FC durante o atendimento, deve-se fazer um período de
repouso e esperar que esses valores retornem ao normal. Se isso não ocorrer, deve-se encerrar.

ARRITMIAS CARDÍACAS [CONTRA INDICADO O USO DA EPINEFRINA]


- Arritmias cardíacas são alterações elétricas que provocam modificações no ritmo das batidas do coração.
- POSSÍVEIS CAUSAS:
- Estresse. - Uso de certas drogas.
- Fumo. - Uso de medicamentos.
- Grande ingestão de álcool. - Cafeína em excesso.
- Exercício físico forte.
- Um ataque cardíaco ou outras condições cardíacas podem danificar o sistema elétrico do coração.
- Hipotireoidismo ou hipertireoidismo podem acarretar na mudança do coração também.
- SINTOMAS E SINAIS DA ARRITMIA:
- Falta de ar. - Sentir coração acelerado.
- Dores no peito. - Sentir coração acelerado ou lento.
- Excesso de suor. - Palidez.
- Síncope (desmaio). - Ansiedade.
- Palpitações. - Tontura.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 6


PROTOCOLO DE ATENDIMENTO PACIENTES COM ARRITMIA CARDÍACA
- Contato com o cardiologista para descobrir o tipo e a severidade da arritmia.
- Sessões curtas e no período da manhã.
- Controle da ansiedade: óxido nitroso ou dos benzodiazepínicos (midalozam 7,5mg).
- Pacientes com marca-passo: determinar o tipo e a necessidade de evitar certos equipamentos interferir.
- Localizadores apicais e aparelhos ultrassônicos são contraindicados em marca-passo.
- Arritmia estável e controlada, pode-se usar epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000.
- Na expectativa de sangramento, opte pelas soluções contendo felipressina (prilocaína 3% c/ feli).
- Monitoramento da PA e da FC.
- EVITAR O USO DA EPINEFRINA:
- Arritmias severas (tratamento inadiável).
- Arritmias sintomáticas.
- Arritmias supraventriculares.
- Deve-se utilizar PRILOCAÍNA 3% COM FELIPRESSINA.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 7


TERAPÊUTICA APLICADA – MANEJO DE PACIENTES GRÁVIDAS

GENERALIDADES
- Gravidez é o tempo de nove meses de gestação nos seres humanos a partir da fecundação e implantação.
- Pode ser dividida em 3 trimestres para o desenvolvimento do bebê.
- Manifestações são observadas principalmente a nível de periodonto devido a hormônios.
- Possível que desenvol. granulomas piogênicos, lesão causada por um irritante na superfície dos dentes.

GRANULOMA PIOGÊNICO
- Causado por um irritante na superfície dos dentes por falta de higienização e alterações no periodonto.
- É uma lesão proliferativa/reacional, causa proliferação de tecido conjuntivo fibroso.
- Pode ser chamado de granuloma gravídico, lesão comum.
- Sangramento fácil a partir da lesão, tratamento pela remoção.

GENGIVITE/CÁRIE
- Higienização e mudanças no periodonto facilitam a condição.
- Tratamento pela limpeza e orientações à grávida.
- Possível desenvolver para a periodontite.

LESÕES ASSOCIADAS A PERDA DA ESTRUTURA PINEAL/ESMALTE


- Dentes podem ser destruídos por erosão dentária por vômitos de grávidas, por exemplo.
- No 1º trimestre que acontece mais essa questão do enjoo/vômitos.

SÍNDROME HIPERTENSIVA GESTACIONAL:


- Principal causa de mortes maternas no Brasil, responsável por 35% dos óbitos.
- Hipertensão arterial sistólica durante a gestação.

DIABETES GESTACIONAL
- Prevalência no Brasil pode chegar a 14%.
- FATORES DE RISCO:
- Idade materna acima dos 35 anos. - História familiar de diabetes em 1º grau.
- Sobrepeso ou obesidade. - Hipertensão arterial sistêmica na gestação.
- História prévia de bebês grandes (acima 4kg). - Gestação múltipla.
- Síndrome dos ovários policísticos.
.
NORMAS GERAIS DE CONDUTA DE ATENDIMENTO
- Deve ser feito o contato com o médico responsável pelo acompanhamento da gestante.
- A troca de informações sobre a condição de saúde e medicamentos é fundamental.
- TIPO DE PROCEDIMENTO ODONTOLÓGICO QUE PODE SER REALIZADO:
- Procedimento considerado essencial pode ser feito (cárie, DP, exodontias simples, etc).
- As reabilitações oclusais extensas e cirurgias invasivas devem ser reprogramadas, não fazer.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1


- ÉPOCA DO ATENDIMENTO:
- 1º TRIMESTRE: não é um período adequado para o tratamento odontológico (mitoses diversas).
- 2º TRIMESTRE: melhor época para tratamento odontológico.
- 3º TRIMESTRE: não é um bom período para tratamento odontológico, principalmente últimas sem.

EXAME RADIOGRÁFICO
1) Avaliar a real necessidade do exame radiográfico, é permitido fazer sim.
2) Proteger com o avental de chumbo a barriga da paciente.
3) Empregar os filmes ultrarrápidos.
4) Evitar erros técnicos (posicionadores de filme).

TRATAMENTO DA ANSIEDADE
- Verbalização ou tranquilização verbal.
- Uso de benzodiapínicos é questionável, falar com médico.
- Uso de óxido nitroso e oxigênio para sedação parece ser seguro (2º trimestre).

ANESTESIA LOCAL
- Procedimentos eletivos devem ser programados para o 2º trimestre.
- Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 é o ideal (menos hepatotóxico/nefrotóxico).
- Prilocaína com felipressina não é recomendada, apenas para pacientes problemáticos.
- Caso ela tenha hipertensão ou anemia, mantém a recomendação da lidocaína 2%.
- Mepivacaína sem vaso para grávidas com hipertensão não controlada (2 tubetes, máx.).

USO DA PRILOCAÍNA COM GRÁVIDAS


- Esse anestésico não deve ser usado com grávidas, especialmente no último trimestre.n
- Esse anestésico pode causar CIANOSE POR METEMOGLOBINEMIA no recém-nascido.
- Ocorre maior formação de metemoglobinemia no sangue, essa não consegue carregar gases (oxigênio).
- Hemoglobina é uma proteína que carrega gases essenciais para respiração.
- Bebê com extremidades sem oxigenação, coloração roxa.
- EFEITOS DA PRILOCAÍNA DURANTE A GESTAÇÃO:
- DIRETO: altas concentrações de metemoglobina na circulação, falta oxigenação.
- INDIRETO: alteração do tônus do útero, depressão respiratória e cardíaca.

ANALGÉSICOS
- Quando houver a necessidade, prescrever o PARACETAMOL para qualquer período gestacional.
- 500 a 750mg a cada 8 horas, no máximo 3 doses ao dia, por tempo restrito (2 a 3 dias).
- Dipirona é contraindicada durante o 1º trimestre, risco de malformação e aborto espontâneo.
- Aspirina e outros AINES deverão ser evitados nos últimos meses de gestação.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2


ANTIINFLAMATÓRIOS
- Betametasona ou dexametasona numa única dose de 2 a 4 mg.
- É contraindicado durante o 1º trimestre, risco de malformação e aborto espontâneo como dipirona.

ANTIBIÓTICOS
- Penicilinas (amoxicilina ou penicilina V) nas dosagens habituais são tranquilas para utilização.
- Para mulheres alérgicas, deve-se usar estearato de eritromicina.
- INFECÇÕES GRAVES: associar metronidazol com penicilina ou então claritromicina ou azitromicina.

PACIENTES LACTANTES
- Período importante para o bebê (imunidade, nutrição e afeto com a mãe).
- Medicamentos podem ser repassados pelo leite (med → sangue → difusão e transp. → leite).
- PRINCÍPIOS PARA TERAPIA MEDICAMENTOSA:
- Avaliar a necessidade real do uso do fármaco.
- Optar por fármacos já estudados e seguros para crianças.
- Evitar as associações de fármacos.
- Evitar fármacos de ação prolongada.
- Programar o uso do fármaco pra não coincidir com amamentação.
- Observar qualquer alteração comportamental.
- ANESTÉSICO LOCAL: se usar em dosagens corretas, são excretados em pouca quantidade no leite.
- ANSIOLÍTICOS: diazepam pode causar letargia/perda de peso no lactente em uso contínuo, midalozam é
o benzodiapínico para uso prolongado caso necessário.
- ANALGÉSICOS: dipirona e paracetamol são tranquilos para usar, aspirina não é recomendado devido
a agregação plaquetária e síndrome de Reye (doença grave, progressão rápida, cérebro/fígado cria.).
- ANTIINFLAMATÓRIOS: usar ibuprofeno, diclofenaco, cetorolaco, dexametasona, beta são tranquilos.
- ANTIBIÓTICOS: penicilinas, eritromicinas (alérgico), clindamicina (graves), metronidazol é evitável.

EFEITOS ADVERSOS
- Modificação na microbiota bucal e intestinal por antibióticos.
- Efeitos diretos na criança por alergia e sensibilização.
- Interferência na interpretação do resultado de culturas.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3

Você também pode gostar