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Marianna Costa Nogueira Lopes – Marianna

ATENDIMENTO
trauma  IOT (mais usada) e INT
(pouco usada)
INICIAL  Cricotireoidostomia
cirúrgica
Antes de aplicar o ABCDE (mostra o que  Traqueostomia
pode levar o paciente a óbito rapidamente), (geralmente eletivo)
é preciso avaliar o local do atendimento e, o Temporária: Não protege, ou
independentemente de ser intra ou extra- seja, não tem o balão insuflado
hospitalar, garantir a segurança da equipe  Cricotireoidostomia por
 Sinalização punção
 Equipamento de proteção  Máscara laríngea e
individual combitubo (dispositivos
supraglóticos)
A – Coluna cervical e via aérea
Intubação orotraqueal
 Estabilizar coluna cervical com
 Avaliação do tubo
colar, prancha e coxins (só o colar
o Visualização entre as cordas
não garante)
vocais
 Avaliar se via aérea está pérvia
o Exame físico com ausculta de
através da fonação (se emite som,
indica via livre com passagem de ar hemitórax e epigástrio
e bom débito cardíaco para estar o Capnografia e RX de tórax
consciente)
o A via aérea pérvia significa
Se não conseguir intubar
apenas que está livre, mas Dispositivos supraglóticos são uma VA
ainda pode estar sob risco temporária mais moderna e fácil, que ainda
assim requer treino
Via aérea artificial
 Máscara laríngea: Oclui esôfago e
Já se pensa em via aérea artificial toda vez orofaringe ao insuflar o balonete,
que a via aérea natural não está pérvia direcionando o ar à traqueia
 Indicações o Não protege a via aérea
o Apneia (sem drive o ar não vai o Não requer laringoscopia, mas
entrar) tem que abrir a boca do
o Proteção da VA (ex. paciente como polegar para
broncoaspiração) introduzir a máscara (não
o Incapacidade de manter indicado em traumas faciais)
 Combitubo: Intubação esofágica
oxigenação (ex. contusão
com balão distal insuflado no
pulmonar grave)
esôfago e balão proximal insuflado
o TCE grave (Glasgow ≤ 8)
na orofaringe
 Tipos
o Definitiva: Protege a via aérea
Se não conseguir intubar e não tiver ML
(existe um balonete insuflado
ou CT
na traqueia)
Marianna Costa Nogueira Lopes – Marianna

Quando não conseguir intubar e não quiser B - Respiração


lançar mão de dispositivos supraglóticos,
usa-se a VA definitiva que sempre vai Com a via aérea pérvia, já oferece O2 (>
proteger a via aérea (ex. múltiplas fraturas, 10L/min)
sangramento, RNC, vomitando)
 Exame do aparelho respiratório
 Cricotireoidostomia cirúrgica: o Buscar armadilhas que
Incisão na membrana precisam de conduta imediata
cricotireoidiana com cânula de (ex. pneumotórax hipertensivo,
traqueostomia aberto, hemotórax maciço)
o Definitiva (por punção é  Oximetria de pulso
temporária e, por isso, não
serve) C – Circulação e controle da
 Cricotireoidostomia por punção hemorragia Hi
(temporária): Feita no mesmo lugar
Até que se prove ao contrário, toda vítima (p
com um gelco/abocath em criança <
de trauma hipotensa tem choque re
12 anos ou no “sufoco” (ex. não
hemorrágico e hipovolêmico, pois a PIC
sabe fazer crico cirúrgica)
o Feita como ponte para outro hipotensão deve advir da perda de sangue
método (máximo de 30 a (tórax, abdome – mais comum, pelve, ossos
45min) longos e sangramento externo –
 Além de não proteger a compressível)
VA, risco de carbanose,  Acesso venoso: 2 acessos
pois a expiração não é periféricos grossos (o ATLS reduziu
efetiva cristaloide de 2L para 0,5L, mas
o Incisão no menor de 12 anos ainda são feitos 2 acessos pra
pode evoluir para dividir o volume ou para
traqueomalácia administrar outra coisa)
o Uso de O2 15L/min (40-50 PSI) o Se não conseguir acessos
o Dupla via com entrada de periféricos, pode fazer veia
oxigênio e do outro lado o central, dissecção de safena,
polegar faz a relação ins- intra-ósseo (2ª opção em
expiração criança)
 Inspiração: Ao tapar por 1s  Cristaloide (RL ou SF 0,9%)
com o polegar, o ar entra aquecido: Até 1L no adulto e
 Expiração: Ao soltar por 20ml/kg na criança
4s, o ar sai o Se não precisar de volume,
ainda assim colhe os acessos
Traqueostomia com SF caso instabilize
A PRINCÍPIO, é considerada um  Estimativa de perda volêmica
procedimento de emergência o Classe II pode fazer sangue (se
não melhorar, é classe III)
 Feita no 2º ou 3º anel traqueal, o Classe IV já se pensa em
onde pode ter tireoide, transfusão maciça
vascularização ou musculatura  Na prática, faz em
o Pode ter uma lesão mais paciente que não tem
facilmente que a reposta (hoje
cricotireoidostomia cirúrgica hemoderivados são mais
 Antigamente, uma indicação era a precoces, pois não
fratura de laringe, mas hoje ainda enxarca com a hipotensão
se tenta intubar ou fazer a permissiva)
cricotireoidostomia cirúrgica
Marianna Costa Nogueira Lopes – Marianna

É um antifibrinolítico usado pois, se não


tratar o paciente da forma correta, ele
começa a fazer fibrinólise, mas o trabalho
CRASH 2 é questionado
 Uso de Transamin: 1ª dose de 1g
em até 3h e reforço de 1g nas
primeiras 8h como um todo
o Paciente sangrando muito
(normalmente hipotenso e
Hipotensão permissiva taquicárdico)
A hipotensão reduz pressão no vaso, o Não adianta fazer depois de 3h
podendo facilitar a coagulação e ajudar no o O sangramento não pode ser
tamponamento e, por isso, se mantém uma compressível (nesse caso
PA mínima para garantir a perfusão comprime)
(contraindicado no TCE (princ. moderado e
grave) Avaliação da diurese

 Antigamente, o volume de 2L Para avaliar a perfusão, é preciso avaliar a


indicado fazia o paciente recuperar diurese, mas isso não é feito durante o
a pressão tão rápido a ponto de atendimento inicial
recomeçar o sangramento  Diurese: 0,5ml/kg/h
 Além disso, com mais volume se o Criança: 1ml/kg/h
dilui o sangue, diminuindo o
 Contraindicações de sondagem
transporte de O2
vesical (não se faz em sinais de
o O cristaloide não transporta
trauma de uretra antes de provar
O2, então é melhor usar com exame)
hemoderivado para não afetar o Sangue no meato uretral
a perfusão
o Retenção urinária
 A PAS mínima na literatura varia de
o Hematoma perineal
70, 80 e 90, mas se foca na perfusão
o Fratura de pelve
e por isso avalia a diurese
 Uretrocistografia ou uretrografia
Transfusão maciça retrógrada (avaliam integridade da
uretra)
Oferta de grande volume de sangue através o Mesmo se tiver sinais de
do protocolo de transfusão maciça, que contraindicação, se o exame
indica a mesma proporção de concentrado for normal, pode passar o
de hemácia, plasma e concentrado de cateter
plaquetas (1CH : 1P : 1CP)
Controle da hemorragia
 A transfusão maciça usa quantidade
para trocar a volemia do paciente Não adianta tratar a circulação sem fazer o
em 24h controle das hemorragias, comprimindo os
 De acordo com o ATLS, usa-se em sangramentos
paciente com classe IV de choque
 Compressão (1ª medida)
o Pode ser feito em classe IV,
 Torniquete (máximo 6h)
pois, se fizer volume e não
o Usada caso consiga fazer a
obtiver resposta, faz sangue (se
compressão
administrar sangue, faz
o Faz o controle às custas da
transfusão maciça hoje em dia)
isquemia
Ácido tranexâmico (Transamin)
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 Ligadura (caso tenha vaso visível o Turgência jugular (vaso


sangrando) dobrado não acomoda o
o Não se faz às cegas retorno cerebral)
o Hipotensão (vaso dobrado com
D – Disfunção neurológica queda do débito sistólico)
 Não acomoda o retorno
 Escala de coma de Glasgow do MMII, bem como o
 Pupilas cerebral
 Extremidades (pressão, força,  Evolui potencialmente até
dormência) o choque obstrutivo
 Diagnóstico: Clínico
E – Exposição e controle do o O ATLS até cita o FAST de
ambiente prontidão para confirmar o
diagnóstico, mas é pouco
 Expor o paciente (avaliar dorso)
usado, pois a conduta deve ser
 Controle da temperatura imediata
o Hipotermia faz coagulopatia,
 Conduta imediata: Toracocentese
de alívio (5º EIC anterior a
O ATLS fala mais sobre as principais causas de linha média e, apenas para
morte no contexto intra-hospitalar, já o 9ª PHTLS criança, se mantém 2º EIC na
foca no extra-hospitalar e, nesse caso, o X-ABCDE linha hemiclavicular)
substitui o ABCDE em casos de trauma vascular o Feito no B para melhorar o
grave com exsanguinação (comprime logo, pois componente hemodinâmico
pode morrer 1º pelo choque e depois pela VA) (não espera chegar no C para
tratar a hipotensão – não é
que junto com acidose pode volume)
fazer a tríade mortal  Tratamento definitivo:
Toracostomia em selo d’água (5º
TRAUMA DE TÓRAX EIC anterior a linha média)
o Na prática, o comum é realizar
Pneumotórax hipertensivo
a conduta imediata e seguir o
Tipo de pneumotórax (bola de ar no espaço ABCDE
pleural por trauma contuso ou penetrante) o Se paciente for drenado e não
que cresce de maneira tão rápida que faz melhorar, afasta-se a
um balanço mediastinal, fazendo com que o possibilidade de erro técnico e
mediastino e vasos da base se dobrem depois cogita lesão de grande
via aérea (brônquio-fonte)
 Causa: Na prática, a principal é VM
com pressão positiva e não o Lesão de grande via aérea
trauma
 Clínica (ar ao invés de parênquima O escape aéreo da lesão é tão grande que
pulmonar): Componente não compensa com o dreno, sendo incapaz
hemodinâmico, que torna o quadro de esvaziar o tórax (o ar prefere entrar pelo
fatal, além do ventilatório lado lesionado)
o Murmúrio vesicular reduzido
 Clínica: Borbulhamento ou re-
ou abolido
escape aéreo intenso, não
o Hipertimpanismo
reexpansão, etc
o Desvio da traqueia (para o lado
o Se o ar está sendo direcionado
oposto)
todo para o lado lesionado,
pode gerar atelectasia do outro
lado com macicez
Marianna Costa Nogueira Lopes – Marianna

 Diagnóstico: Broncoscopia  Clínica: Dor ao respirar com


 Conduta imediata: Colocar um 2º
dreno, fazer IOT seletiva (impede o O que complica o caso do paciente com tórax
ar de ir para pulmão lesionado) ou instável é a presença de dor e a possibilidade de
acoplar “vácuo” no dreno contusão pulmonar
(aspiração contínua)
o Se o paciente estiver muito mal redução do drive respiratório e
até a broncoscopia, faz-se mais respiração paradoxal
o 2º dreno o Na inspiração, a caixa se
 Tratamento definitivo: Toracotomia expande, mas o pedaço de
osso retrai pela redução da
Pneumotórax aberto pressão intratorácica e se
choca com a pleura, enquanto
Lesão muito grande na caixa torácica, isto é, na inspiração a caixa se contrai,
acima de 2/3 do diâmetro da traqueia faz mas o pedaço se expande
com que o ar prefira entrar pela lesão em o A respiração paradoxal não
detrimento da via aérea complica o caso, mas a dor do
paciente faz diminuir o drive,
 Conduta imediata: Compressão com
podendo causar atelectasia
curativo em 3 pontas (colaba na
 No A, percebe que não
inspiração e entra ar pela VA e abre
pdoe manter o drive e
na expiração com saída de ar)
então se instala uma via
o Se fechar completamente,
aérea artificial
resolve o pneumotórax aberto,  Conduta imediata: Suporte de
mas como ainda tem lesão analgesia e O2
pleuro-pulmonar, pode fazer
um pneumotórax hipertensivo
Contusão pulmonar
 Tratamento definitivo:
Toracostomia em selo d’água com O paciente com tórax instável pode ter
fechamento insuficiência respiratória pela dor, mas
o Pneumotórax simples (não também pela lesão do parênquima
hipertensivo) e pequeno (20- pulmonar e, nesse caso, se trata de uma
30% do hemitórax), tem contusão pulmonar associada ao tórax
chance de reabsorver e não instável
precisa drenar
 Faz drenagem mesmo  Diagnóstico: RX com consolidações,
assim se tiver clínica ou se que indica debris inflamatório e
tiver chance de se evoluir geralmente aparecem 24h depois
para pneumotórax grande o Diagnóstico diferencial com
e potencialmente atelectasia, que tende a desviar
hipertensivo (ex. o mediastino para o lado dela e
transporte aéreo, VM) respeita a segmentação
pulmonar, enquanto a
Tórax instável contusão é livre
 Conduta: Suporte de analgesia e
Fratura em 2 ou mais arcos costais O2, oximetria e gasometria, além de
consecutivos em pelo menos 2 pontos em fisioterapia respiratória
cada arco, formando uma região o Acompanhamento com
circunscrita pelas fraturas que está instável, exames, pois via aérea pérvia
ou seja, não acompanha mais a caixa sem manter boa saturação
torácica (pelo menos 2 pedaços de ossos pode precisar de IOT e VM se
consecutivos soltos) hipoxemia
Marianna Costa Nogueira Lopes – Marianna

 Sat O2 < 90% ou PaO2 < Tamponamento cardíaco


60mmHg
Acúmulo de líquido no saco pericárdio (150-
Hemotórax 200ml), que começa a expandir até
comprimir as câmaras cardíacas (não
Igualmente ao pneumotórax, o espaço acontece somente no trauma)
pleural se enche de sangue por
sangramento de baixa pressão, que pode  Clínica: Tríade de Beck (se tiver no
ser causado por lesão de vasos intercostais trauma, é sinônimo de
ou parênquima “auto-limitado” tamponamento)
o Turgência jugular (câmaras
 Clínica: Normalmente o paciente comprimidas relaxam menos e
chega com o sangramento o sangue não consegue voltar
interrompido (vaso de baixa para o coração)
pressão tende a parar sozinho), por o Hipotensão (não consegue
isso não é necessário abrir o tórax acomodar o retorno venoso de
o Murmúrio vesicular reduzido MMII e reduz DC)
o Macicez à percussão o Hipofonese de bulhas (volume
o Pode ter outros achados (ex. de sangue atrapalha ausculta)
jugular colabada)  Diagnóstico: Clínica e FAST
 Conduta: Toracostomia em selo o Se tiver hipotensão e turgência,
d’água para reexpandir o é preciso avaliar a ausculta
parênquima, diminui a dor e avaliar pulmonar (se pulmão tiver
o débito de sangramento
o Depois de um tempo, o Diferente do pneumotórax, é melhor fazer volume
sangue pode evoluir e seguir o tratamento definitivo, se tiver estrutura
com fibrose no local e
para, ao invés de conduta provisória com reparo
encarceramento
depois
pulmonar
o Se o débito de sangramento for comprometido é pneumotórax,
muito alto, pode se tratar da mas se não tiver é
vasculatura de alta pressão tamponamento)
(hemotórax maciço)  Conduta inicial: Volume para tentar
vencer a carapaça de sangue e abrir
Hemotórax maciço os ventrículos
o Independe de escolher o
Tipo de hemotórax com volume drenado >
tratamento temporário ou
1500mL ou débito constante > 200-300ml/h
definitivo
(ou sangra muito ou não para de sangrar)
 Tratamento definitivo: Toracotomia
 Diagnóstico de certeza: Drenagem e reparo da lesão
o Pode ser suspeitado antes da  Conduta provisória:
drenagem (ex. paciente Pericardiocentese
instável com único foco o Melhora com retirada de 15 a
suspeito é o tórax) 20ml (não retira todo o líquido)
 Conduta: Toracotomia o Risco com proximidade do
o Pode usar autotransfusor coração e necessidade de
(dreno com filtro que reenvia o monitorização
sangue ao paciente através de
uma bomba de soro) e pode Lesão de aorta
avaliar necessidade de
Laceração geralmente ao nível do ligamento
hemotransfusão
arterioso (ducto arterioso fibrosado) e
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prende a aorta, levando a “rasgos” em geralmente acomete o VD ao chocar no


casos de trauma, que formam um gradil costal por ser a câmara mais anterior
hematoma se o paciente não morrer
imediatamente (fatal em 80% dos casos –  Clínica: Insuficiência de VD,
20% podem tamponar o sangramento) arritmias (extrassístoles, FA, BRD,
taquicardia não explicada)
 Clínica pobre: Pulso normal em  Diagnóstico: Anatomopatológico
MMSS normal e reduzido em MMII o Feito na prática de maneira
(tronco braquiocefálico e porção de indireta (sinais de ICVD e
MMSS continua bem, diferente do ecocardiograma)
MMII)  Arritmias
o Como a história é pobre, é  Hipotensão com alta
preciso investigar, mas no inexplicada de PVC
politrauma isso é difícil  Alterações de motilidade
 Como a aorta é fixada no ao ECO
ventrículo, diafragma e  Tratamento: Suporte e
ligamento arterioso, para acompanhamento 24h
acontecer uma lesão que o Antiarrítmicos +/- inotrópicos
abale coração e diafragma  As arritmias tendem a se
tem que ser uma resolver em 24h, mas O
desaceleração muito pode evoluir po
brusca FA
 Principais achados no RX
o Alargamento mediastinal (>
TRAUMA DE ABDOME
8cm) Conceitos iniciais
o Perda do contorno aórtico
Lesões mais comuns
o Desvio para direita pelo
aumento do arco aórtico com o  Trauma penetrante
hematoma, (traqueia, tubo o Arma de fogo (PAF): Acomete
orotraqueal) delgado, cólon e fígado
 Diagnóstico: Aortografia (padrão-
o Arma branca: Acomete fígado,
ouro), mas angio-TC é mais usada
delgado e diafragma
 Tratamento: Como geralmente é
politrauma, primeiro trata as outras  Contuso: Acomete baço e fígado
lesões enquanto estabiliza o  Sinal do cinto de segurança:
paciente Acomete delgado e mesentério
o FC (< 80) e PAM (60-70mmHg) o Equimose traumática associada
 Uso de betabloqueador ao mal uso dos cintos
(exceto TCE)
Exames utilizados
Apesar de ser dramático, o hematoma tampona a  TC (princ. contrastada):
aorta de forma eficaz durante 24h Melhor exame para avaliar
trauma contuso
o Toracotomia ou reparo
o Paciente precisa estar estável
endovascular
o Classifica lesões e avalia o
Contusão miocárdica retroperitônio
o Não avalia bem delgado,
Atenção para a cinemática (trauma de alta vísceras ocas e diafragma
velocidade e desaceleração súbita) e se  Vê-se na TC,
houver fratura de esterno ou arcos costais
extravasamento, edema,
superiores, levando à suspeita que
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espessamento, mas não a o Penetrante: Choque, peritonite


lesão em si e/ou evisceração
 Lesão na transição o Contuso: Peritonite,
tóracoabdominal requer retroperitônio e/ou
outros exames pneumoperitônio
o TC de corpo inteiro (TCI)  Toque retal com sangue
 Lavado peritoneal: Pouco usado no dedo de luva indica
hoje em dia (substituído pelo FAST) também
 FAST: Usado no trauma contuso e
paciente instável Trauma penetrante não cirúrgico
o Na prática, pode ser usado em
 Arma de fogo: Tiro em na face
qualquer situação, mas anterior do abdome “sempre” tem
principalmente quando não se lesão que precisa de laparotomia
pode fazer TC o Se em flanco e dorso
o Procura líquido livre, que
(retroperitônio e músculos
provavelmente é sangue no protegem), em paciente
trauma (não identifica lesão) estável, faz avaliação com TC
 Subxifóide: Saco
 Arma branca: Depende do tamanho
peritoneal
da faca, de quem é o agressor, do
(tamponamento)
panículo adiposo do paciente e, por
 Espaço hepatorrenal (de
isso, precisa fazer uma exploração
Morrison)
digital
 Espaço esplenorrenal
o Negativa: Se não violar
 Pelve e fundo de saco: Só
peritônio, dá alta (sutura e
cavidades suprapúbicas
profilaxia para tétano)
(FAST não identifica
o Positiva ou duvidosa:
sangramento de fratura
Observação por 24h com
pélvica, pois fica
exame físico e hemograma a
retroperitoneal)
cada 8h (nem sempre tem
 Videolaparoscopia: Usada em
lesão intra-abdominal se violar
lesões na transição
a cavidade peritoneal)
toracoabdominal de paciente
 Sem alteração: Dieta e alta
estável (na prática, prefere-se
 Se tiver alteração (sinal de
laparotomia)
abdome cirúrgico):
o Dúvidas diagnósticas (ex. não
Laparotomia
sabe se precisa operar)
 Se leucocitose ou queda
de Hb > 3g/dl: Pode fazer
Indicação de laparotomia lavado, VLP ou TC antes da
Inicialmente deve saber quando indicar a laparotomia
laparotomia, que é quando se trata de um o Arma branca no dorso
abdome cirúrgico, isto é, aquele que a única  Laparotomia se for
conduta a ser tomada é indicar a cirúrgico
laparotomia (não requer mais exames –  TC de triplo contraste se
lesão óbvia) não for (exploração digital
sempre duvidosa)
 Conceito de lesão óbvia (precisa de
1 desses)
Marianna Costa Nogueira Lopes – Marianna

o Cirurgia ou angioembolização
(“blush arterial” –
extravasamento de contraste
na fase arterial)

Lesões específicas
 Trauma esplênico: Lesão mais
comum na contusão,
principalmente se tiver fratura de
arcos costais esquerdos e sinal de
Trauma contuso não cirúrgico Kerh (dor em ombro esquerdo –
Inicialmente, avalia-se a estabilidade indica hemoperitôneo, irritando
hemodinâmica para encaminhar para TC diafragma)
avaliar o grau das lesões, podendo fazer o Tratamento conservador:
FAST antes da TC por precaução (30% dos Critérios
pacientes estáveis podem instabilizar) o Tratamento cirúrgico
 Grau IV (desvascularização
 Paciente instável (até que se prove > 25%): Se estável e com
contrário, é choque hemorrágico blush, faz
hipovolêmico) angioembolização)
o Não politrauma: Laparotomia  Grau V: Pulverizado
o Politrauma: FAST (se +, (esplenectomia total)
laparotomia)
Ainda tem tecido linfoide e algumas funções e,
 Choque pode ser causado
por isso, precisa vacinar (pneumococo,
por tórax, abdome, pelve
meningococo e haemophilus), idealmente no pré-
ou ossos longos
operatório (14 dias antes ou depois)

 Trauma hepático: Independente do


grau de lesão, se tiver estável, ou
seja, se tiver critérios, prefere-se o
tratamento conservador
o Tratamento cirúrgico
 Grau V: Se estável com
Critérios de indicação de tratamento blush, tenta
conservador angioembolização
Não quer dizer que não terá conduta e o Manobra de Pringle: Ao operar,
requer mais tempo, trabalho e recursos clampeia o ligamento
hepatoduodenal (colédoco,
 Exame físico confiável (ex. álcool, artéria hepática e veia porta)
drogas)  Reduz sangramento, mas
 Abdome não é cirúrgico se não parar pode ser
 Estabilidade hemodinâmica (não sangue de VCI (retro
pode nem fazer TC para classificar a hepática) ou veias
lesão) hepáticas e, nesse caso,
 Condições de observação (CTI, faz empacotamento e
cirurgiões, etc) controle de danos ou
 Intervenção imediata tenta shunt atriocaval
Marianna Costa Nogueira Lopes – Marianna

Cirurgia para controle de danos  PIA normal: 5-7mmHg


 HIA: PIA > 12mmHg sustentada
Estratégia cada vez mais usada na cirurgia (medida indiretamente pela
para evitar a tríade letal (hipotermia, sondagem vesical)
coagulopatia e acidose), cuja hipotermia o Grau I: 12-15mmHg
piora a coagulopatia e, com menos sangue, o Grau II: 16-20mmHg
reduz a perfusão tecidual e instaura o o Grau III: 21-25mmHg
metabolismo anaeróbico com acidose e o Grau IV: > 25 mmHg
lactato alto
 SCA: PIA > 21mmHg associada à
 Cirurgia inicial breve: Controle de clínica (disfunção orgânica)
hemorragia e lesões grosseiras com o A síndrome compartimental
peritoneostomia (basicamente geralmente começa a partir do
salvar a vida) grau III de HIA, mas pode
o Reduzir exposição do paciente acontecer com PIA > 12
(tempo de “barriga aberta”) o Não é classificada em grau (só
o A cirurgia para controle de a HIA)
danos deve ser definida no  Tratamento
início da cirurgia o Medidas gerais: Posição supina,
reposição volêmica cautelosa,
drenagem de coleções se
Obesidade cursa com aumento da PIA sem ter
secreção, sondagem, analgesia
SCA, pois não necessariamente tem disfunção
e sedação
orgânica associada o Sem melhora: Descompressão
 Reanimação em UTI: Controle de  Sempre faz
descompressão se PIA >
25mmHg, além das
Quando não é feito o controle de danos, eleva-se medidas gerais
o risco de síndrome compartimental, pois, quanto
mais manipula, maior será o edema do paciente, Disfunções orgânicas
que se soma aos volumes administrados e ao
Surgem pois, com a elevação da PIA e
fechamento da cavidade, aumentando a pressão
compressão da cavidade, diminui a
intra-abdominal
perfusão nos órgãos, como o rim
hipotermia, distúrbios (oligúria e IR), diminui retorno venoso
hidroeletrolíticos e hemorrágicos (hipotensão e agravar HIC), compressão da
o Melhorar o estado do paciente cavidade e do diafragma (IResp)
por 24 a 72h para ser operado
novamente (voltar ao CC
melhor para tolerar cirurgia
maior)
 Cirurgia definitiva: Reparo definitivo

Síndrome compartimental
abdominal
A SCA começa quando há disfunção
orgânica associada a hipertensão intra-
abdominal, sendo mais comumente
associada ao grau III e IV de HIA, e é muito FRATURA DE PELVE
associada ao trauma, mas pode aparecer
em outros cenários (ex. ascite, obesidade) Há 3 tipos de fraturas na pelve e, dentre
elas, a compressão lateral e a vertical não
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têm tanto risco de choque hemorrágico  Além disso, é preciso


hipovolêmico por não “abrir” a pelve, mas checar abdome (foco mais
comum de instabilizar)
Sempre que possível é preciso afastar líquido
 Packing pré-peritoneal:
dentro da cavidade abdominal, pois se tem uma
Tamponamento da pelve com
pelve aberta, que estiver amarrada, com muito
abertura do pré-peritônio
líquido no abdome, indica que esse líquido não é
para colocar mais compressas
abdominal e então indica laparotomia com o
o Se não melhorar, já indica
paciente amarrado
sangramento arterial
tem risco aumentado de lesão visceral (ex.  Angioembolização: Feito para
espículas ósseas e compressão lesam sangramento arterial da pelve
bexiga), enquanto a compressão
anteroposterior promove instabilidade TRAUMA
hemodinâmica
CRANIOENCEFÁLICO
 Compressão lateral (60-70%): Escala de coma de Glasgow
Compressão que reduz a luz pélvica
 Compressão vertical (5-15%): O Glasgow sofreu atualizações, sendo que
Instabilidade vertical dor mudou para pressão, flexão normal
 Compressão AP (15-20%): Disjunção significa retirar o membro e foi incluso o
do anel pélvico, que se > 2,5, é não testável e a reatividade pupilar
chamada de fratura em livro aberto (também chamado de Glasgow-P, que vai
o 85%: Sangramento venoso de 1 a 15)
(plexo venoso posterior)
 Usada para avaliar o TCE
o Raro: Ramos de arterial ilíaco
o Leve: 13-15
interno
o Moderado: 9-12
o Grave: ≤ 8
Conduta  Sinônimo de proteger a via
Sabendo que a maioria dos sangramentos aérea
são venosos a primeira conduta é melhorar  Glasgow-P: Adição da reatividade
a hipotensão pupilar à luz
o Ambas as pupilas reagem: 0
 Amarração: Amarrar pelve a nível o Uma pupila reage: -1
do trocanter maior do fêmur, o Nenhuma reação: -2
fazendo a compressão pelo
 Resposta motora (ex. pressão em
fechamento da pelve
trapézio)
o Fixação externa da pelve:
o Localiza a dor: Leva a mão até o
Opção em locais treinados se o
trapézio
paciente não estiver muito
o Retira o membro: Flexão
instável
normal do cotovelo, mas não
 Na prática, é uma conduta
chega no trapézio
definitiva, pois faz a
o Flexão anormal: Flexão
amarração e encaminha
espasmódica a nível do
ao ortopedista para fazer
cotovelo
a fixação
o Se a amarração não parar de
sangrar, ela pode ter sido feita
errada, mas já se suspeita de
sangramento arterial
Marianna Costa Nogueira Lopes – Marianna

porque está faltando a


bomba cardíaca (faz
inotrópico)

Choque medular
Não é um choque causado por pressão, e
sim por pancada na medula (“curto-circuito
da medula”), que faz um quadro
neurológico
Fratura de base de crânio  Clínica: Flacidez e arreflexia
 Achados característicos
o Rinorreia, otorreia e Lesões cerebrais difusas
hemotímpano (fístula liquórica)
o Sinal de Battle (mancha Concussão cerebral (“nocaute”)
equimótica retroauricular) Desaceleração súbita, fazendo o córtex
o Sinal do guaxinim (equimose
chacoalhar ao se chocar com o crânio
bilateral)
 Contraindica passagem  Clínica: Perda súbita da consciência
pelo nariz, pois pode ter < 6h (no geral, volta rápido, em
fratura de lâmina crivosa, questão de segundos)
criando comunicação com o Pode se manifestar com
Pode estar associada a trauma de face, mas, nesse “apagão”, confusão (não saber
caso, não é prioridade, então apesar de assustar o que aconteceu) ou até
não pode deixar de fazer o ABCDE e, nesse caso, convulsão
lembrar de proteger a VA contra broncoaspiração  Diagnóstico: Feito através de
e tentar IOT antes da cricotireoidostomia cirúrgica protocolos (nenhum exame faz
o cérebro diagnóstico)
 Tratamento: Suporte e observação
Choque neurogênico (em certas situações não é preciso
pedir nem exames)
Tipo de choque hemodinâmico por o Pode fazer TC para investigar
hipotensão, que cursa com vasodilatação
algo mais grave
(quente) e queda da FC, e é considerado um
choque raquimedular No
Lesão axional difusa (LAD) te
 Clínica: Hipotensão, vasodilatação qu
Lesão por cisalhamento de prolongamentos
(quente) e queda da FC
o Vasodilatação: Causada pelo de axônio, geralmente causada pela
predomínio do SNAP devido à desaceleração súbita associada a um
perda da inervação simpática movimento rotacional, fazendo com que o
o Hipotensão: Causada pela córtex acelere mais que o tronco (comum
vasodilatação em cinemáticas de trauma mais grave – ex.
o Queda da FC: Ao contrário do capotamento)
esperado, ela não consegue
 Clínica: Perda súbita da consciência
compensar a pressão, pois
perdeu a inervação simpática > 6h
do coração o TC inocente (sangramento ao
 Não é resolvido com nível de prolongamento de
somente com volume,
Marianna Costa Nogueira Lopes – Marianna

axônio, que não é visto em TC, Tem o objetivo de evitar lesão secundária,
pois é ultramicroscópico) que surge por isquemia ou hipóxia e, por
 Tratamento: Suporte e observação isso, deve permitir que o sangue chegue
o Até pouco tempo atrás, a LAD (PPC = PAM – PIC)
era irreversível, mas pode
 Se aumentar demais a PIC, diminui
acontecer (ex. acordar do coma
a PPC e faz desvio da linha média
depois de 13 anos)
o Se o desvio for maior do que
5mm, tende a fazer drenagem
Lesões cerebrais focais
Hematoma extra ou epidural (raro)
 Local: Espaço epidural
 Vaso lesado: Artéria meníngea
 Fator de risco: Pancada no osso
temporal (mais superficial a nível
desse osso)
o Pancada deve ser muito forte
e, com isso, faz concussão
(apaga, acorda, mas apaga
novamente por aumento da
PIC pelo sangramento arterial)
 Clínica: Intervalo lúcido entre
“apagões”
 Imagem: Lesão biconvexa
o Sangramento empurra a dura-
máter, pois ela é presa em
alguns pontos pela calota
craniana, que limita e
arredonda sangue

Hematoma subdural (mais comum)


 Local: Espaço subdural
 Vaso lesado: Veias ponte
 Fator risco: Atrofia cortical (estica a
veia, facilitando o rompimento)
o Presente em idosos, alcoólatra
(tem tendência a queda)
 Clínica: Progressiva
 Imagem: Lesão crescente
o Sangramento corre pelo
subdural, pois não tem
nenhum ponto de fixação entre
a dura-máter e a aracnoide

Conduta resumida no TCE

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