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OTORRINOLARINGOLOGIA
23.05.18
ANATOMIA DA LARINGE
A imagem ao lado é de uma laringoscopia. Onde é
possível ver a cavidade epiglótica aberta, tendo a visão da
laringe. A fase respiratória é quando está aberta e a fase
fonatória quando está fechada. O normal é representado
ao lado, com a presença da comissura anterior e a
comissura posterior. A estrutura branco-amarelado é a
corda vocal verdadeira e acima delas estão as bandas
ventriculares ou falsas cordas vocais.
Localização
o Linha mediana do pescoço
C3→C6, no adulto.
C2→C3, na criança.
o As crianças são diferentes.
o Constrição mais acentuada = cartilagem cricoide nas crianças.
Essas diferenças são importantes devido a possível necessidade de uma traqueostomia ou
cricotireoidostomia. A cartilagem cricoide nas crianças é bem mais estreita, isso sugere que a criança que
tem as cartilagens amolecidas possuem o risco de colabar e progredir para insuficiência respiratória. Um
exemplo muito comum disso é a laringomalácia, que a criança já nasce com uma alteração na cartilagem
conferindo fraqueza e progredindo para colabamento. O tratamento é feito somente com suporte
ventilatório e esperar o crescimento da criança. Em casos de insuficiência aguda com cianose e estado geral
comprometido é necessário realizar a traqueostomia.
Seguimentação
A seguimentação da laringe é importante, pois cada
doença vai acometer determinada região. A parte
glótica é o espaço entre a corda vocal verdadeira e a
corda vocal falsa (banda ventricular) e ele que será mais
abordado. Porém, também existem os espaços
supraglótico e infraglótico.
Supra-glote
Na laringoscopia é possível observar a epiglote
levantada, localizar a comissura anterior e a comissura
posterior. As falsas cordas vocais e as cordas vocais
verdadeiras.
Glote
Ainda na laringoscopia é possível ver a corda vocal na
fase fonatória, com a epiglote aberta. Sempre se
deve verificar a comissura anterior e a comissura
posterior. Nesse caso, ver a interação das
aritenoides.
Sub-glote
Para observar essa área é preciso de um olho bem
treinado que consiga ver abaixo das cordas vocais.
Obs.: Não será cobrado embriologia.
Embriologia da laringe
o Início do desenvolvimento 4º semana;
o As cartilagens da laringe originam-se do 4º e 6º aro braquial;
o O mm cricotireoideo é derivado do 4º arco, sendo inervado pelo NLS;
o Os demais mm intrínsecos se originam no 6º arco e são invervados pelo NLR.
Anatomia da laringe
o Esqueleto ósseo e cartilaginoso;
o Estruturas músculo-ligamentares;
o Mucosa.
É importante lembrar que existe um esqueleto ósseo e um esqueleto cartilaginoso , estruturas músculo-
ligamentares e a mucosa.
Cartilagens laríngeas
o Cartilagem tireoide
o Cartilagem cricoide 3 ímpares
o Cartilagem epiglote
NÓDULOS VOCAIS
Protuberâncias simétricas;
Bordas livres/superfície inferior de PPVV;
1/3 médio de PPVV;
Edematosos/Fibrosos.
É a lesão mais comum, principalmente, em profissionais da voz, como em professores com v árias horas de
aula. É importante lembrar que sempre vem em par, mais no terço médio da corda vocal. Também chamado
de calo na corda vocal.
Fisiopatologia
Trauma vocal contínuo (abuso/uso incorreto);
1/3 médio mais acometido;
Alterações no espaço de Reinke;
Vasodilatação/Congestão/Edema;
Hialinização/Proliferação de fibroblastos/fibrose;
Histologia: quetose/hiperqueratose, espessamento da membrana basal, fribonectina abundante.
Trauma vocal contínuo, com uso da voz de forma irregular, como professores que trabalham muito, pessoas
que gritam muito, cantores de coral. Há um processo inflamatório no espaço de Reinke, mas não é tão
expressivo como no edema de Reinke.
O nódulo é um processo inflamatório que tem fibrose. Não é um nódulo que com 48 horas de repouso irá
melhorar. Diferente de uma pessoa que, por exemplo, foi para um show e gritou/cantou muito e fica rouco,
causando um trauma vocal, mas que pouco tempo depois esse processo inflamatório cede e a voz volta ao
normal. O processo inflamatório do nódulo não sai com facilidade, requerendo meses de terapia vocal.
Crianças e mulheres: mais acometidas;
Proporção glótica (PG): relação entre a porção fonatória (anterior) e porção respiratória (posterior) ;
o PG homens: 1,3;
o PG mulheres: 1,0;
o Crianças: 0,8;
PGs baixas: fenda triangular médio-posterior;
Devido à proporção glótica o nódulo vocal é bem mais
comum em mulheres e crianças. Quanto menor a
proporção glótica maior a chance de ter nódulo vocal.
Explicando a figura ao lado: comissura anterior, comissura
posterior, bandas ventriculares (falsas cordas vocais),
branco-amarelado (corda vocal). Observam-se os nódulos,
nunca sozinho, sempre em par, devido a reação
inflamatória bilateral.
Quadro clínico
Disfonia intermitente ou persistente;
Abuso ou uso incorreto da voz;
Fadiga vocal/dor local;
IVAS/atopia/DRGE associados.
Disfonia intermitente, por exemplo, em professoras que trabalham alguns dias na semana, descasam e a voz
volta ao normal. No abuso e uso incorreto da voz é quando o indivíduo grita muito ou sussurra muito. Dor
local porque começa a trabalha toda musculatura cervical para fazer o esforço sonoro, dando dor cervical.
Tratamento
Fonoterapia (mínimo 6 meses) e fatores associados;
Cirúrgico;
A grande maioria possui tratamento clínico, através da fonoterapia. Não adianta fazer a fonoterapia e o
indivíduo continuar na atividade que prejudica as cordas vocais. Na fonoterapia, trabalha-se a respiração, a
parte fonatória com exercício em consultório e em casa, buscando uma reeducação vocal. Pois se não houver
reeducação vocal pode haver recidiva do nódulo.
O paciente responde muito bem à fonoterapia, com ideal de 2 vezes/semana, mas no mínimo 1 vez/semana.
O sucesso terapêutico é mais alcançado por mulheres, devido a melhor adesão ao tratamento, incluindo os
exercícios em casa e as restrições de não consumir líquidos/alimentos quentes ou frios, entre outros. A maior
dificuldade de reposta é em crianças.
Existem situações em que não há resposta com fonoterapia, continuando com rouquidão e disfonia. A
ressecção cirúrgica é feita com microcirurgia de laringe, com uma intubação especial para passagem da
anestesia e das pinças que são bem alongadas. O pós-operatório é de repouso vocal absoluto de 15 dias,
após isso é indicado o início da fonoterapia, para não causar fibrose do local de ressecção e comprometer a
qualidade vocal.
O tratamento cirúrgico quase nunca é necessário (cerca de 2% dos casos).
PÓLIPOS
Lesões exofíticas;
Uni ou bilaterais;
Bordas livres das PPVV;
Séssil ou pedunculada;
Mucosos/Angiomatosos.
São lesões que podem estar dentro da corda vocal ou soltas, mudando de posição entre infra-glótico, glótico
e supra-glótico; o paciente relata sentir algo subindo e descendo na garganta e há disfonia.
Na laringoscopia ao lado: a lesão está em terço médio, mas para diferenciar do nódulo, durante o exame, na
fase aberta, é possível observar a lesão
unilateral.
Antes se ressecava muito e tinha muita
fibrose, com comprometimento da
qualidade vocal. Hoje se preza muito pela
maior preservação de mucosa vocal, sem
necessidade de margem de segurança. A
cicatrização é feita por segunda intenção,
ou ainda, cola biológica para deixar a
corda vocal mais retilínea possível.
Fisiopatologia
Trauma vocal (agudo/crônico);
Lesão vascular (espaço de Reinke);
Extravasamento de líquidos;
Proliferação tecidual local;
Formação do pólipo;
Histologia: membrana base normal, aumento da vascularização, pouca reposição de colágeno.
Epidemiologia
Raramente em crianças;
Sexo masculino, 30-50 anos.
Os pólipos são mais comuns nos homens, diferente dos nódulos que são mais comuns em mulheres e
crianças.
Quadro clínico
QC depende da lesão (tamanho, mobilidade, localização);
Disfonia persistente (voz soprosa e rouca); afonia intermitente;
Sensação de CE.
A afonia intermitente ocorre devido a pólipos pedunculados ficarem se movimentando, assim como a
sensação de corpo estranho.
Tratamento
Cirurgia + Fonoterapia;
Ressecar apenas a lesão;
Regularizar as bordas;
Preservar mucosa sadia;
Repouso vocal;
Fonoterapia pós-operatória;
Tratamento RGE.
O tratamento de pólipo é cirúrgico, após 15 dias de pós-operatório que faz a fonoterapia. Deve-se ter todo o
cuidado para que não haja fibrose no local da ressecção. Mesmo que o paciente não tenha sinais de refluxo é
mandatório fazer IBP no pós-operatório imediato.
EDEMA DE REINKE
A corda vocal perde o aspecto retilíneo, apresentando edema e
podendo observar o líquido preso no espaço virtual das cordas
vocais.
Na foto ao lado o edema está mais intenso do lado direito.
Bolsas de aspecto gelatinoso em PPVV;
Acúmulo de líquido ou material gelatinoso no espaço de Reinke.
o Camada superficial da lâmina própria;
o Espaço virtual, pouco celular;
o Coxim protetor.
Fisiopatologia
Exposição crônica: tabagismo + abuso vocal;
Estase vascular, congestão e acúmulo de líquidos;
Drenagem linfática pobre;
Acúmulo e organização;
Histologia: espessamento de membrana basal, acúmulo de mucopolissacárides, hemácias extracapilares.
Ocorre principalmente em pacientes fumantes que associam o uso do álcool. A drenagem linfática pobre
dificulta a resolução do processo inflamatório.
Epidemiologia
Mulheres;
~50 anos;
Tabagismo + abuso vocal (característicos).
Quadro clínico
Disfonia progressiva e constante;
Voz grave – quanto maior o edema, mais rouca e grave será a voz da paciente.
Tratamento
Parada do fumo + fatores agressores;
Fonoterapia;
Cirurgia: aspiração do conteúdo gelatinoso e ressecção do excesso de mucosa.
A abordagem multidisciplinar com a pneumologista para ajudar a cessar o fumo é importante. Retirar os
fatores agressores, como álcool e abuso da voz. Associar a fonoterapia, que é efetiva em casos de edema
grau 1. Porém, quando não há sucesso com a fonoterapia, deve ser feita a microcirurgia de laringe.
o É colocado uma solução de adrenalina em algodão para sangrar o menos possível no intra-
operatório.
Obs.: Ele deixou bem claro que as lesões a seguir são só a título de informação. Não será cobrado.
GRANULOMA
Lesões localização na região posterior da glote;
Uni ou bilaterais;
Processo vocal/corpo da cartilagem Aritenoide.
Fisiopatologia
IOT, DRGE, abuso vocal, trauma laríngeo;
Exposição do pericôndrio da Aritenoide;
Lesão abrasiva, ulceração;
Granuloma.
Relacionado com IOT prolongada, por mais de 10 dias. É uma lesão em comissura posterior. Tratamento:
cirurgia.
PAPILOMATOSE LARÍNGEA
Lesões escamosas múltiplas e recorrentes que não invadem o estroma;
Mucosa trato respiratório;
Crianças (juvenil) e adultos;
HPV 6 e 11;
Comportamento imprevisível;
Malignização (pulmão/laringe).
Tratamento
Cirúrgico;
Interferon alfa;
Cidoflovir.
São lesões em crianças ou adultos, relacionados com HPV. Formação em cachos de uva, com altos índices de
recorrência, mesmo com uso de cidoflovir intralesional.
FENDAS GLÓTICAS
Causas: inadaptações anatômicas ou lesões associadas.
São aberturas entre as pregas vocais com várias conformações que causam escape de ar e disfonia.
Triangulares
Fusiformes
Paralelas
o Pequeno impacto vocal.
Duplas
o Fendas triangulares médio-posteriores + lesões mucosas promovendo abertura anterior;
o Fonoterapia (bons resultados).
Ampulheta
o Semelhante as duplas com aproximação dos processos vocais (duplo fuso);
o AEM com lesão de massa secundária.
Irregulares
o Prebifonia, RGE, pós-cirurgia ou RDT, alergia, laringites, papiloma, CA.
O QUE É IMPORTANTE:
Nódulo, pólipo e edema de Reinke.
O resto é só pra saber que existe