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TRANSCRIÇÕES XIFOIDES LTDA

OTORRINOLARINGOLOGIA
23.05.18

Transcrito por: Fenty


Revisado por: Chester Bennington

AULA 15 – ANATOMIA, FISIOLOGIA E LESÕES BENIGNAS DA LARINGE

ANATOMIA DA LARINGE
 A imagem ao lado é de uma laringoscopia. Onde é
possível ver a cavidade epiglótica aberta, tendo a visão da
laringe. A fase respiratória é quando está aberta e a fase
fonatória quando está fechada. O normal é representado
ao lado, com a presença da comissura anterior e a
comissura posterior. A estrutura branco-amarelado é a
corda vocal verdadeira e acima delas estão as bandas
ventriculares ou falsas cordas vocais.
 Localização
o Linha mediana do pescoço
 C3→C6, no adulto.
 C2→C3, na criança.
o As crianças são diferentes.
o Constrição mais acentuada = cartilagem cricoide nas crianças.
 Essas diferenças são importantes devido a possível necessidade de uma traqueostomia ou
cricotireoidostomia. A cartilagem cricoide nas crianças é bem mais estreita, isso sugere que a criança que
tem as cartilagens amolecidas possuem o risco de colabar e progredir para insuficiência respiratória. Um
exemplo muito comum disso é a laringomalácia, que a criança já nasce com uma alteração na cartilagem
conferindo fraqueza e progredindo para colabamento. O tratamento é feito somente com suporte
ventilatório e esperar o crescimento da criança. Em casos de insuficiência aguda com cianose e estado geral
comprometido é necessário realizar a traqueostomia.
 Seguimentação
 A seguimentação da laringe é importante, pois cada
doença vai acometer determinada região. A parte
glótica é o espaço entre a corda vocal verdadeira e a
corda vocal falsa (banda ventricular) e ele que será mais
abordado. Porém, também existem os espaços
supraglótico e infraglótico.
 Supra-glote
 Na laringoscopia é possível observar a epiglote
levantada, localizar a comissura anterior e a comissura
posterior. As falsas cordas vocais e as cordas vocais
verdadeiras.
 Glote
 Ainda na laringoscopia é possível ver a corda vocal na
fase fonatória, com a epiglote aberta. Sempre se
deve verificar a comissura anterior e a comissura
posterior. Nesse caso, ver a interação das
aritenoides.
 Sub-glote
 Para observar essa área é preciso de um olho bem
treinado que consiga ver abaixo das cordas vocais.
Obs.: Não será cobrado embriologia.
 Embriologia da laringe
o Início do desenvolvimento 4º semana;
o As cartilagens da laringe originam-se do 4º e 6º aro braquial;
o O mm cricotireoideo é derivado do 4º arco, sendo inervado pelo NLS;
o Os demais mm intrínsecos se originam no 6º arco e são invervados pelo NLR.
 Anatomia da laringe
o Esqueleto ósseo e cartilaginoso;
o Estruturas músculo-ligamentares;
o Mucosa.
 É importante lembrar que existe um esqueleto ósseo e um esqueleto cartilaginoso , estruturas músculo-
ligamentares e a mucosa.
 Cartilagens laríngeas
o Cartilagem tireoide
o Cartilagem cricoide 3 ímpares
o Cartilagem epiglote

o Cartilagens aritenoides – vistas na laringoscopia.


o Cartilagens corniculadas (Santorini)
3 pares
o Cartilagens cuneiformes (Wrisberg)

o Cartilagem tritícia (nem sempre +)


Obs.: ele não vê importância no detalhamento de cada seguimento das
cartilagens a seguir.
Cartilagens
 Tireoideas  Cricoide
o Incisura tireoidea superior; o Formato – anel de cinete;
o Incisura tireoidea inferior; o Anteriormente – arco;
o Cornos superiores e inferiores; o Posteriormente – lamina;
o Membrana tireohiodea; o + espessa / + resistente;
o Articulação cricotireoidea. o Ligamento cricotireoideo
 Epiglote mediano;
o Túnica mucosa; o Ligamento cricotraqueal.
o Posterior – raiz língua/hioide;
o Anterior – adito laringe; Ari tenoi de
o Fixa inferiormente;
o Ligamento tireoepiglótico;
o Ligamento hioepiglótico .
 Aritenoideas
o Formato de pirâmide;
o Articula-se com cartilagem
cricoide
 Desliza
 Inclina
 Gira
o Ápice;
o Processo vocal
 Inserção posterior do ligamento vocal.
o Processo muscular
 M. cricotitenoideos posterior e lateral.
 As aritenoides são importantes, pois estão relacionadas com a abertura e fechamento das cordas vocais.
 Cartilagens
o Corniculadas De Santorini
o Cuneiforme De Wrisberg
 Situadas na parte posterior das pregas ariepiglóticas;
 Fixada no ápice;
 Tubérculo corniculado;
 Não se fixa diretamente;
 Posterior à prega atiepiglóticas;
 Tubérculo cuneiforme;
 O tubérculo cuneiforme e o tubérculo corniculado durante a laringoscopia s ão referidos como região
aritenoidea. Eles servem de parâmetro para verificar se existe algum processo inflamatório presente ou não,
pois normalmente as cabeças da aritenoides são bem definidas cobertas somente com mucosa. Caso haja
alguma doença, como laringite por refluxo, essa região está toda inflamada e não se consegue ver essa
anatomia.
 Ligamento Vocal
o Revestimento: Epitélio Escamoso Estratificado.
Obs.: Ele deixou bem claro que irá cobrar as camadas a seguir.
 Estrutura das PPVV
o Cobertura
 Epitélio Escamoso Estratificado
 Lamina própria
 Camada superficial (Espaço Reinke)
 Camada intermediária
 Camada profunda Ligamento Vocal
o Corpo
 Musculatura
 Músculo vocal (TA)
 A cobertura da corda vocal é ‘mole’ para que possa haver o movimento no sentido de baixo pra cima. A
corda vocal precisa ter um aspecto maleável como se fosse uma bolha se mexendo. A estrutura da prega
vocal é composta pelo epitélio escamoso estratificado e a lâmina própria que tem as camadas superficial,
intermediária e profunda. Na camada superficial existe o espaço de Reinke que é um espaço virtual, esse
espaço não deve ser preenchido por nada. Quando é preenchido é chamado de edema de Reinke, muito
comum em mulheres fumantes, onde há um acúmulo de líquido e processo inflamatório. O ligamento vocal
que dá sustentação para corda vocal é formado pela camada intermediária e p rofunda. O corpo da corda
vocal é composto pelo músculo tireoaritenoideo (m. TA), também chamado de músculo vocal.
 Ultraestrutura da Prega Vocal
o Lâmina própria
o Camada profunda (↑colágeno)
 Arranjo em cesta de vime;
 Garante – resistência e elasticidade ao ligamento vocal.
 Prega Vocal Verdadeira
o Músculo Vocal + Ligamento vocal
 Prega Vocal Vestibular (Falsa)
o Fibras Musculares Tireoaritenoide + Mucosa
 Recesso entre pregas
o Ventículo de Morgani.
 É importante revisar que existem os espaços supra-glótico,
glótico e infra-glótico.
 Cone elástico
o Ligamento cricotireoideo lateral
o Ligamento cricotireoideo mediano
o Ligamento vocal
o Função
 Fechar a abertura traqueal
 Membrana quadrangular
 Músculos extrínsecos (Levantadores)
o Supra-hioideos
 Milo-hioideo
 Digástrico
 Estilo-hioideo
 Gênio-hioideo
o Estilofaríngeo
 Músculo extrínsecos (Abaixadores)
o Infra-hioideo
 Esterno-hioideo
 Omo-hioideo
 Tireo-hioideo
 Esternotireoideo
 A laringe não fica numa posição estática, fica sempre subindo e descendo, tanto para a fonação quanto para
conciliar com a parte digestiva. Existem os músculos levantadores e os a baixadores, que são os infra-
hioideos.
 Músculos intrínsecos
o Cricotireoideos
 Tenciona
o Tireoaritenoideos – um dos mais importantes, pois relaxa a corda vocal.
 Relaxa
o Cricoaritenoide posterior – importante na hora da respiração.
 Abdução
o Cricoaritenoide lateral
 Abdução interligamentar
o Aritenoideo oblíquo/transverso
 Adução intercartilagínea
o Vocal
 Ajustamento da corda vocal
 Estão diretamente ligados com a abertura e fechamento das cordas vocais.
 Vascularização
o Artéria tireoidea superior
 Artéria laríngea superior → face interna da laringe;
 Ramo cricotireoideo → músculo cricotireoideo.
o Artéria tireoidea inferior
 Artéria laríngea anterior → mm. da parede interna e túnica mucosa.
o Veia laríngea superior → Veia tireoidea superior → Veia jugular interna.
o Veia laríngea inferior → Veia tireoide inferior → Veia braquiocefálica.
o Drenagem linfática
 Acima das pregas → Linfonodos cervicais profundos superiores.
 Abaixo das pregas → Linfonodos pré-traqueais → Linfonodos cervicais profundos
inferiores.
 As lesões de glote são mais comuns e de mais fácil tratamento, pois a drenagem linfática na glote é pobre,
dando menos metástase. As regiões supraglótica e infraglótica tem mais drenagem linfática.
 Inervação
o Nervo laríngeo superior
 Ramo interno
 Túnica mucosa acima das pregas
 Ramo externo
 M. cricotireoideo
o Nervo vago
 Nervo laríngeo recorrente
 Nervo laríngeo inferior
 Ramo anterior
o M. cricoaritenoide lateral
o M. tireoaritenoide
o M. vocal
o M. ariepliglótico
o M. tireoepiglótico
 Ramo posterior
o M. cricoaritenoideo posterior
o M. aritenoideos oblíquo/transverso
FISIOLOGIA DA LARINGE
 Função
o Proteção
o Respiração
o Fonação
 A laringe não tem só a função fonatória, ela também protege a via aérea inferior, pois durante a fonação e o
repouso a corda vocal estará fechada, assim como quando ocorre a parte digestiva a epiglote tem que estar
fechada; quando as cordas vocais estão em abdução é quando acontece a respiração; a fonação é quando a
corda vocal se projeta em movimentos ondulatórios.
o Condução de ar;
o Respiração;
o Deglutição;
o Proteção das vias aéreas inferiores;
o Fonação.
 Deglutição
o Proteção das vias aéreas inferiores
 Mecanismos reflexos – é a tosse.
 Elevação e fechamento da laringe.
o Fechamento velofaríngeo;
o Peristalse faríngea;
o Proteção da via aérea;
o Abertura do esfíncter superior do esôfago – se esse esfíncter está ‘doente’ ocorrem as laringites de
refluxo.
 Reflexo da tosse
o Fase compressiva
 Resistência da laringe ao fluxo de ar;
 Contração da musculatura;
 Elevação da pressão endotraqueal.
o Fase expulsiva
 Abre-se rapidamente;
 Permitindo o escape abrupto de ar.
 Produção da fala
o Exalação
 Pulmão
o Fonação
 Vibração das PPVV
 Pressão subglótica (força de
abertura);
 Elasticidade das PPVV;
 Efeito Bernoulli.
o Articulação/ressonância
 Um conjunto de órgãos precisam estar em perfeita harmonia para que haja a fonação. A respiração torácica
é importante, um exemplo é que na fonoterapia é trabalhada a boa respiração. A fonação através da
vibração das pregas vocais. A pressão subglótica relacionado com o efeito de Bernoulli. A elasticidade das
PPVV relacionado a ultraestrutura falada anteriormente quando ela abre e fecha como se fosse um lábio.
Alterações na articulação da fala, como boca, nariz e seios paranasais, ocasionam alterações na ressonância
da voz.
 Efeito Bernoulli (1700-1781)
o “A velocidade do fluxo de um gás ou fluido através
de um tubo é inversamente proporcional à sua
pressão nas paredes deste tubo, e que a velocidade
é máxima e a pressão é mínima no ponto de maior
constrição do tubo.”
 É a pressão que vem de baixo para cima, fazendo com que a
corda vocal vai se abrindo e fechando. Dependendo da
elasticidade da prega vocal.
 Fenômeno vibratório
o Onda mucosa
 Como resultado deste processo, o fluxo aéreo expelido é “cortado” repentinamente.
Criando ondas regulares e bem definidas de compressão e rarefação do ar, que se traduzem
em ondas sonoras.
o Força de abertura
o Forças de fechamento:
 Elasticidade (controle
neuromuscular MIL)
 PPVV aduzidas;
 Tônus.
 Efeito Bernoulli;
 Produção sonora.
o Mucosa maleável sobre o
“corpo” rígido + efeito de
Bernoulli: ondas mucosas
(ressonância do som).
 Produção da Fala
o Articulação/Ressonância:
 O som produzido na glote, é transformado em voz, através do efeito de ressonância e
articulação do trato vocal.
 Órgão de articulação: lábio, língua, palato mole, mandíbula.
 Órgãos de ressonância: cavidade oral, nasal, SSPP, faringe.
 Pacientes com rinossinusites, hipertrofia de corneto etc. terão uma voz anasalada, pois o aparelho
ressonador está alterado. No caso de cavidade oral, por exemplo, hipertrofia das tonsilas palatinas, aquelas
visualizadas no exame físico que são graduadas de 1 a 4; quando o paciente tem grau de 3 ou 4, percebe-se
que ele tem uma voz anasalada, como se falasse para dentro, falando com “ovo na boca”.
 CARACTERÍSTICAS DA VOZ
o É o que distingue as vozes;
o Fatores principais:
 Formato;
 Movimento do trato vocal;
 Movimento de abertura e fechamento glótico;
 Qualidade do timbre: avaliação perceptiva auditiva. – é o que distingue as vozes.
 Intensidade da Voz  RASATI
o É a maior ou menor amplitude da onda sonora; o Rouquidão
o Medida em dB; o Aspereza
o Fatores reguladores o Soprosidade
 Potência glótica (principal); o Astenia
 Eficiência glótica; o Tensão
 Função de transferência do trato vocal. o Intensidade
 Frequência fundamental → número de ciclos/s
o No homem varia de 100 a 150 Hz
o Na mulher varia de 180 a 250 Hz
o “pitch”
 É a sensação auditiva da altura da voz, medida em frequência. Pode ser grave [baixa], média
e aguda [alta].
 Grave geralmente dos homens. E aguda da mulher e
da criança.
 Controle da frequência fundamental
 A anatomia da laringe é importante porque vai
interferir na qualidade da voz.
 Na laringe adulta feminina, a parte fonatória é
menor, sendo quase igual a parte respiratória. No
homem, a parte fonatória é bem maior que a
respiratória. Isso tudo influencia formando uma voz
mais aguda na mulher e uma voz mais grave no homem. A da criança se assemelha com a da mulher.
FONAÇÃO NORMAL
 Escala de parâmetros relacionados:
o Fechamento glótico (área glótica 0);
o Pressão subglótica;
o Características reológicas das PPVV;
o Coaptação entre a parte superior e inferior das bordas PPVV .
 Requisitos para fonação normal:
o PPVV aduzidas – elas devem se encontrar de forma simétrica na região central;
o Mucosa maleável
o Pressão subglótica – é quem produz o efeito Bernoulli, como será produzido o som.
 As pregas vocais aduzidas são importantes, pois em casos de paralisia de pregas vocais, a prega vocal
normal vai centralizar e a prega vocal paralisada ficará em posição mediana ou paramediana.
 A mucosa maleável é aquele espaço de Reinke, que quando está cheio de líquido, deixa a corda vocal
edemaciada e menos maleável. Fazendo com que a voz da mulher fique como voz masculina, que é a
principal queixa das pacientes fumantes de longa data.
O QUE É IMPORTANTE:
 Diferença da laringe da criança para o adulto.
 Divisão de supra-glote, glote e infra-glote e seus sintomas.
 Descrever as estruturas de uma laringoscopia.
 Cordas vocais verdadeiras e falsas.
 Camadas da prega vocal, espaço de Reinke, camadas que formam o ligamento vocal, qual o músculo que dá
o formato e sustentação da corda vocal.
 Vascularização e inervação, saber quais os ramos principais. Drenagem linfática relacionando com as partes
da glote.
 Funções da laringe. Como é feita a fonação, quais os órgãos articuladores do som. Efeito Bernoulli.
 Diferença da laringe da mulher/criança para o homem, voz aguda e voz grave, parte fonatória e respiratória.
 Requisitos para uma fonação normal.

LESÕES BENIGNAS DA LARINGE


 Tudo está relacionado com a ultraestrutura da corda vocal, epitélio, camadas da corda vocal. As lesões da
mucosa (lesões de superfície) serão as mais estudadas, que vão cursar com sintomas clínicos e queixas da voz
mais frequentes.
 Mucosas;
 Fendas glóticas; -- fechamento irregular das cordas vocais, ficando um espaço entre as cordas vocais, com
escape de ar.
 Alterações estruturais mínimas. – para diagnóstico é necessário o estroboscópio.
 Estroboscopia
o Periodicidade;
o Simetria de vibração em relação às fases e amplitude;
o Onda mucosa;
o Fechamento glótico;
o Rigidez.
 É usado quando há dúvida na laringoscopia convencional, vai verificar os movimentos lentos com os critérios
acima.

NÓDULOS VOCAIS
 Protuberâncias simétricas;
 Bordas livres/superfície inferior de PPVV;
 1/3 médio de PPVV;
 Edematosos/Fibrosos.
 É a lesão mais comum, principalmente, em profissionais da voz, como em professores com v árias horas de
aula. É importante lembrar que sempre vem em par, mais no terço médio da corda vocal. Também chamado
de calo na corda vocal.
Fisiopatologia
 Trauma vocal contínuo (abuso/uso incorreto);
 1/3 médio mais acometido;
 Alterações no espaço de Reinke;
 Vasodilatação/Congestão/Edema;
 Hialinização/Proliferação de fibroblastos/fibrose;
 Histologia: quetose/hiperqueratose, espessamento da membrana basal, fribonectina abundante.
 Trauma vocal contínuo, com uso da voz de forma irregular, como professores que trabalham muito, pessoas
que gritam muito, cantores de coral. Há um processo inflamatório no espaço de Reinke, mas não é tão
expressivo como no edema de Reinke.
 O nódulo é um processo inflamatório que tem fibrose. Não é um nódulo que com 48 horas de repouso irá
melhorar. Diferente de uma pessoa que, por exemplo, foi para um show e gritou/cantou muito e fica rouco,
causando um trauma vocal, mas que pouco tempo depois esse processo inflamatório cede e a voz volta ao
normal. O processo inflamatório do nódulo não sai com facilidade, requerendo meses de terapia vocal.
 Crianças e mulheres: mais acometidas;
 Proporção glótica (PG): relação entre a porção fonatória (anterior) e porção respiratória (posterior) ;
o PG homens: 1,3;
o PG mulheres: 1,0;
o Crianças: 0,8;
 PGs baixas: fenda triangular médio-posterior;
 Devido à proporção glótica o nódulo vocal é bem mais
comum em mulheres e crianças. Quanto menor a
proporção glótica maior a chance de ter nódulo vocal.
 Explicando a figura ao lado: comissura anterior, comissura
posterior, bandas ventriculares (falsas cordas vocais),
branco-amarelado (corda vocal). Observam-se os nódulos,
nunca sozinho, sempre em par, devido a reação
inflamatória bilateral.
Quadro clínico
 Disfonia intermitente ou persistente;
 Abuso ou uso incorreto da voz;
 Fadiga vocal/dor local;
 IVAS/atopia/DRGE associados.
 Disfonia intermitente, por exemplo, em professoras que trabalham alguns dias na semana, descasam e a voz
volta ao normal. No abuso e uso incorreto da voz é quando o indivíduo grita muito ou sussurra muito. Dor
local porque começa a trabalha toda musculatura cervical para fazer o esforço sonoro, dando dor cervical.
Tratamento
 Fonoterapia (mínimo 6 meses) e fatores associados;
 Cirúrgico;
 A grande maioria possui tratamento clínico, através da fonoterapia. Não adianta fazer a fonoterapia e o
indivíduo continuar na atividade que prejudica as cordas vocais. Na fonoterapia, trabalha-se a respiração, a
parte fonatória com exercício em consultório e em casa, buscando uma reeducação vocal. Pois se não houver
reeducação vocal pode haver recidiva do nódulo.
 O paciente responde muito bem à fonoterapia, com ideal de 2 vezes/semana, mas no mínimo 1 vez/semana.
O sucesso terapêutico é mais alcançado por mulheres, devido a melhor adesão ao tratamento, incluindo os
exercícios em casa e as restrições de não consumir líquidos/alimentos quentes ou frios, entre outros. A maior
dificuldade de reposta é em crianças.
 Existem situações em que não há resposta com fonoterapia, continuando com rouquidão e disfonia. A
ressecção cirúrgica é feita com microcirurgia de laringe, com uma intubação especial para passagem da
anestesia e das pinças que são bem alongadas. O pós-operatório é de repouso vocal absoluto de 15 dias,
após isso é indicado o início da fonoterapia, para não causar fibrose do local de ressecção e comprometer a
qualidade vocal.
 O tratamento cirúrgico quase nunca é necessário (cerca de 2% dos casos).

PÓLIPOS
 Lesões exofíticas;
 Uni ou bilaterais;
 Bordas livres das PPVV;
 Séssil ou pedunculada;
 Mucosos/Angiomatosos.
 São lesões que podem estar dentro da corda vocal ou soltas, mudando de posição entre infra-glótico, glótico
e supra-glótico; o paciente relata sentir algo subindo e descendo na garganta e há disfonia.
 Na laringoscopia ao lado: a lesão está em terço médio, mas para diferenciar do nódulo, durante o exame, na
fase aberta, é possível observar a lesão
unilateral.
 Antes se ressecava muito e tinha muita
fibrose, com comprometimento da
qualidade vocal. Hoje se preza muito pela
maior preservação de mucosa vocal, sem
necessidade de margem de segurança. A
cicatrização é feita por segunda intenção,
ou ainda, cola biológica para deixar a
corda vocal mais retilínea possível.
Fisiopatologia
 Trauma vocal (agudo/crônico);
 Lesão vascular (espaço de Reinke);
 Extravasamento de líquidos;
 Proliferação tecidual local;
 Formação do pólipo;
 Histologia: membrana base normal, aumento da vascularização, pouca reposição de colágeno.
Epidemiologia
 Raramente em crianças;
 Sexo masculino, 30-50 anos.
 Os pólipos são mais comuns nos homens, diferente dos nódulos que são mais comuns em mulheres e
crianças.
Quadro clínico
 QC depende da lesão (tamanho, mobilidade, localização);
 Disfonia persistente (voz soprosa e rouca); afonia intermitente;
 Sensação de CE.
 A afonia intermitente ocorre devido a pólipos pedunculados ficarem se movimentando, assim como a
sensação de corpo estranho.
Tratamento
 Cirurgia + Fonoterapia;
 Ressecar apenas a lesão;
 Regularizar as bordas;
 Preservar mucosa sadia;
 Repouso vocal;
 Fonoterapia pós-operatória;
 Tratamento RGE.
 O tratamento de pólipo é cirúrgico, após 15 dias de pós-operatório que faz a fonoterapia. Deve-se ter todo o
cuidado para que não haja fibrose no local da ressecção. Mesmo que o paciente não tenha sinais de refluxo é
mandatório fazer IBP no pós-operatório imediato.

EDEMA DE REINKE
 A corda vocal perde o aspecto retilíneo, apresentando edema e
podendo observar o líquido preso no espaço virtual das cordas
vocais.
 Na foto ao lado o edema está mais intenso do lado direito.
 Bolsas de aspecto gelatinoso em PPVV;
 Acúmulo de líquido ou material gelatinoso no espaço de Reinke.
o Camada superficial da lâmina própria;
o Espaço virtual, pouco celular;
o Coxim protetor.
Fisiopatologia
 Exposição crônica: tabagismo + abuso vocal;
 Estase vascular, congestão e acúmulo de líquidos;
 Drenagem linfática pobre;
 Acúmulo e organização;
 Histologia: espessamento de membrana basal, acúmulo de mucopolissacárides, hemácias extracapilares.
 Ocorre principalmente em pacientes fumantes que associam o uso do álcool. A drenagem linfática pobre
dificulta a resolução do processo inflamatório.
Epidemiologia
 Mulheres;
 ~50 anos;
 Tabagismo + abuso vocal (característicos).
Quadro clínico
 Disfonia progressiva e constante;
 Voz grave – quanto maior o edema, mais rouca e grave será a voz da paciente.
Tratamento
 Parada do fumo + fatores agressores;
 Fonoterapia;
 Cirurgia: aspiração do conteúdo gelatinoso e ressecção do excesso de mucosa.
 A abordagem multidisciplinar com a pneumologista para ajudar a cessar o fumo é importante. Retirar os
fatores agressores, como álcool e abuso da voz. Associar a fonoterapia, que é efetiva em casos de edema
grau 1. Porém, quando não há sucesso com a fonoterapia, deve ser feita a microcirurgia de laringe.
o É colocado uma solução de adrenalina em algodão para sangrar o menos possível no intra-
operatório.
Obs.: Ele deixou bem claro que as lesões a seguir são só a título de informação. Não será cobrado.
GRANULOMA
 Lesões localização na região posterior da glote;
 Uni ou bilaterais;
 Processo vocal/corpo da cartilagem Aritenoide.
Fisiopatologia
 IOT, DRGE, abuso vocal, trauma laríngeo;
 Exposição do pericôndrio da Aritenoide;
 Lesão abrasiva, ulceração;
 Granuloma.
 Relacionado com IOT prolongada, por mais de 10 dias. É uma lesão em comissura posterior. Tratamento:
cirurgia.

PAPILOMATOSE LARÍNGEA
 Lesões escamosas múltiplas e recorrentes que não invadem o estroma;
 Mucosa trato respiratório;
 Crianças (juvenil) e adultos;
 HPV 6 e 11;
 Comportamento imprevisível;
 Malignização (pulmão/laringe).
Tratamento
 Cirúrgico;
 Interferon alfa;
 Cidoflovir.
 São lesões em crianças ou adultos, relacionados com HPV. Formação em cachos de uva, com altos índices de
recorrência, mesmo com uso de cidoflovir intralesional.

FENDAS GLÓTICAS
 Causas: inadaptações anatômicas ou lesões associadas.
 São aberturas entre as pregas vocais com várias conformações que causam escape de ar e disfonia.
 Triangulares
 Fusiformes
 Paralelas
o Pequeno impacto vocal.
 Duplas
o Fendas triangulares médio-posteriores + lesões mucosas promovendo abertura anterior;
o Fonoterapia (bons resultados).
 Ampulheta
o Semelhante as duplas com aproximação dos processos vocais (duplo fuso);
o AEM com lesão de massa secundária.
 Irregulares
o Prebifonia, RGE, pós-cirurgia ou RDT, alergia, laringites, papiloma, CA.

ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS MÍNIMAS


 Alterações do arcabouço laríngeo que podem ou não alterar a fonação.
 Classificação
o Assimetria;
o Fusão posterior incompleta;
o Desproporção glótica;
o Alterações de cobertura de pregas vocais;
 Sulco Vocal – brecha na corda vocal que não afeta pessoas que não são profissionais da voz.
 Cisto Epidermoide
o Lesão esférica, amarela esbranquiçadas em plano submucoso e visualizada por transparência por
transparência do epitélio mucoso.
o Espessamento inflamatório da prega vocal, acompanhado de hiperemia e de mucosas adjacentes e
ectasia vascular.
 É diagnóstico diferencial do nódulo.
 Ponte Mucosa
o Eixo de tecido conjuntivo frouxo, revestido por tecido estratificado.
o Mais comum no terço médio da prega vocal.
o Encontrado sobre a abertura de um sulco ou sulco-bolsa.
o Concomitante com microdiafragmas, cisto, suco, pólipos, nódulos, edema de Reinke, leucoplasias,
etc.
 Falha na corda vocal.
 Vasculodisgenesia
o Pequenos vasos dilatados encontrados sobre a superfície superior das pregas vocais.
o Desvios em sua trajetória, dispondo-se forma perpendicular a ela ou ter conformações tortuosas.
o Concomitante a lesões císticas e sulcos, mas outras anormalidades da mucosa, como pólipos,
nódulos, edema de Reinke, cistos de retenção, fibroses, etc.
o Redução da vibração ondulatória da mucosa, exigindo maior controle muscular para estabilização
das propriedades mecânicas das pregas vocais.
o Tratamento: fonoterapia, remoção cirúrgica (microcauterização, laser de CO2) .
 Extravasamento de sangue nos espaços virtuais da corda vocal, deixando-a com aspecto avermelhado.
 Microdiafragma
o Membrana que une a região anterior das pregas vocais.
o Não causam alterações/frequência fundamental aguda.
o Reduz a extensão da porção vibrante da prega vocal.
o Desenvolvimento de lesões secundárias nódulos vocais.
o Quando necessário o tratamento é cirúrgico.
 Comunicação na parte anterior.

O QUE É IMPORTANTE:
 Nódulo, pólipo e edema de Reinke.
 O resto é só pra saber que existe 

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