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Artérias da cabeça e pescoço

1. Coração e Aorta:
1.1. No sistema circulatório, o coração atua como uma bomba contrátil, que
recebe o sangue das veias e impulsiona para o interior das artérias. Está
localizado no tórax, no mediastino inferior, tem a forma de uma pirâmide
invertida de base superior e ápice inferior.
1.2. O coração humano apresenta quatro câmaras: dois átrios e dois
ventrículos. O átrio direito recebe o sangue venoso do corpo através das
veias cavas superior e inferior e passa ao ventrículo direito, que envia o
sangue venoso aos pulmões para que ocorra a troca gasosa (hematose).
1.3. Dos pulmões as veias pulmonares retornam ao átrio esquerdo e deste
para o ventrículo esquerdo, que então distribui o sangue oxigenado para o
corpo através da Aorta. A aorta é a grande artéria distribuidora do corpo.
Saindo do coração, divide-se em parte ascendente, arco da aorta e parte
descendente. A parte descendente divide-se em porções torácica e
abdominal e origina ramos parietais e viscerais para essas regiões do corpo.
A parte ascendente da aorta dirige-se para cima e para a direita. Desta
parte originam-se as artérias coronárias direita e esquerda que irrigam o
miocárdio.
1.4. O arco da aorta continua na parte ascendente, porém curva- se para a
esquerda, para trás e para baixo. Do arco aórtico originam-se: o tronco
braquiocefálico à direita, a artéria carótida comum esquerda e a artéria
subclávia esquerda. Os ramos do arco aórtico se destinam a irrigar a cabeça
e o pescoço e os membros superiores.

2. Artéria subclávia:
2.1. A artéria subclávia direita origina-se do tronco braquiocefálico,
enquanto a subclávia esquerda origina-se diretamente da aorta.
2.2. Esta artéria irriga em grande parte o membro superior, mas emite ramos
para o pescoço e o encéfalo.
2.3. Os ramos principais, citados a seguir, são emitidos antes de a a.
subclávia se tornar a. axilar, que se distribui ao membro superior:
2.3.1. Artéria Vertebral: ascende pelo pescoço através dos forames
transversos das vértebras cervicais, e entra no crânio pelo forame
magno, onde se une com a artéria do lado oposto, formando a a.
basilar que contribui para a irrigação de parte do encéfalo.
2.3.2. Artéria Torácica Interna: dirige-se para a superfície interna do
tórax.
2.3.3. Tronco Tireocervical: irriga parte da glândula tireoide, cintura
escapular e a porção inferior superficial do pescoço. Emerge ramos:
- Artéria tireóidea inferior: estende-se junto à margem medial do
escaleno anterior, em situação posterior à bainha carótica e anterior à
artéria vertebral, até a glândula tireoide, acompanhada pelo nervo
laríngeo recorrente; dá origem à artéria laríngea inferior para a
laringe e à cervical ascendente, que ajuda a irrigar os músculos da
região e emite ramos que se anastomosam com a artéria vertebral.
- Artéria supraescapular: estende-se no sentido inferior e lateral
através do músculo escaleno anterior e do nervo frênico,
profundamente ao músculo esternocleidomastoideo, e segue pelo
trígono cervical lateral até a escápula, onde passa superiormente ao
ligamento transverso superior da escápula
- Artéria cervical transversa: estende-se pelo trígono cervical
lateral até a margem anterior do músculo trapézio.
2.3.4. Tronco Costocervical: irriga a parte superior do tórax e a porção
inferior profunda do pescoço. Divide-se em 2 ramos:
- A. cervical profunda: estende-se em sentido superior pela região
cervical posterior sobretudo para ajudar a irrigar os músculos
- A. intercostal suprema: estende-se para irrigar o 1° e 2° espaços
intercostais.
2.3.5. Artéria Escapular Descendente: dirige-se para a irrigação de parte
dos músculos do dorso.
3. Artéria carótida comum:
3.1. A artéria carótida comum direita origina-se do tronco braquiocefálico, e
a artéria carótida comum esquerda é um ramo direto da aorta. Cada uma das
carótidas ascende no pescoço no interior da bainha carotídea, juntamente
com a veia jugular interna e o nervo vago (X par). Ao nível da borda
superior da cartilagem tireoide, no trígono carotídeo, termina ao dividir-se
nas artérias carótidas interna (ACI) e externa (ACE).
3.2. Viscerorreceptores:
3.2.1. No ponto onde a artéria termina dividindo-se em ACE e ACI,
existem dois importantes viscerorreceptores: o seio e o corpo
carotídeo.
3.2.2. Seio Carotídeo: o seio carotídeo é uma leve dilatação da parte
proximal da a. carótida interna, ou da a. carótida comum, próximo à
divisão. É uma área reguladora da pressão arterial (contém
pressorreceptores sensíveis às alterações da PA), cujas informações
são levadas ao SNC através do nervo glossofaríngeo (IX par).
3.2.3. Corpo Carotídeo: o corpo carotídeo (glomo carotídeo) é uma massa
ovoide pequena, de coloração castanho-escuro, localizada na luz da
bifurcação da a. carótida comum. É um quimiorreceptor que reage às
alterações do teor de dióxido de carbono e de oxigênio. Uma queda
dos níveis de 0 2 ou um aumento de C02 no sangue desencadeiam
um reflexo que aumenta a frequência cardíaca e o ritmo respiratório.
Essas informações chegam ao SNC também através do nervo
glossofaríngeo (IX par).
3.3. Artéria carótida interna:
3.3.1. A partir da sua origem na artéria carótida comum a artéria carótida
interna segue superiormente, para entrar no canal carotídeo do osso
temporal. Ainda no pescoço, no seu trajeto ascendente no interior da
bainha carotídea, coloca-se lateralmente à a. carótida externa,
enquanto a v. jugular interna e o n. vago ficam lateralmente. É
cruzada pelo n. hipoglosso e pela a. occipital, e passa profundamente
aos músculos estilo-hioideo e ventre posterior do digástrico. Não
emite ramos no pescoço, sendo exclusiva para a irrigação do
encéfalo e parte da órbita. Após emergir do canal carotídeo, termina
emitindo os ramos:
● Artéria oftálmica: origina-se na fossa média do crânio,
dirige-se anteriormente, alcança a órbita através do canal
óptico e irriga grande parte do conteúdo da órbita. A face é
irrigada em grande parte pela artéria carótida externa, porém,
a artéria oftálmica através de seus ramos terminais contribui
para a irrigação da face.
- Artéria supra-orbital: irriga a pálpebra superior e a pele da
fronte e couro cabeludo.
- Artéria supratroclear: irriga a parte medial da fronte e
couro cabeludo.
- Artérias etmoidais anterior e posterior: irrigam a parede
medial da órbita, o seio etmoidal e o teto da cavidade nasal.
Terminam formando a artéria dorsal do nariz, que deixa a
órbita acima do ligamento palpebral medial. Irriga a raiz do
nariz e o saco lacrimal e anastomosa-se com os ramos da a.
facial (anastomose entre ACE e ACI).
- Artéria lacrimal: um dos maiores ramos da artéria
oftálmica. Acompanha o nervo lacrimal ao longo da margem
superior do músculo reto lateral do olho para chegar à
glândula lacrimal e irrigá-la, dá origem a uma série de ramos
terminais que se estendem às pálpebras e à túnica conjuntiva,
além de dar origem a um ramo zigomático que se divide nas
artérias zigomaticotemporal e zigomaticofacial, para irrigar
estas regiões.
- Artéria central da retina: irriga a retina.
● Artérias cerebrais média e anterior: são os ramos terminais
da a. carótida interna, originadas na fossa média do crânio.
Elas irrigam respectivamente as faces dorso-lateral e medial
do encéfalo.
● Artérias comunicantes anterior e posterior: responsáveis
pela comunicação entre os vasos oriundos da a. carótida
interna e as da a. vertebral.
3.3.2. Segmentos da carótida interna:
3.3.2.1. A artéria carótida interna pode ser dividida em diversos
segmentos ao longo de sua extensão. Existem duas mais famosas:
3.3.2.2. Terminologia Anatômica: segmento cervical, o
segmento petroso, o segmento cavernoso e o segmento cerebral.
3.3.2.3. Segmentos de Bouthilier:
- Segmento cervical (C1): não emite ramos ao longo de sua
passagem no pescoço.
- Segmento petroso (C2): emite os ramos das artérias
caroticotimpânicas e a artéria vidiana e é a parte que
transpassa a parte petrosa do osso temporal.
- Segmento lacerum (C3): não emite ramos.
- Segmento cavernoso (C4): emite ramos que emergem do tronco
meningo-hipofisário, que incluem o tronco meningo-hipofisário
(ramo tentorial basal, ramo tentorial marginal, ramo meníngeo,
ramos clivais, artéria hipofisária inferior), ramos capsulares,
ramos do tronco inferolateral.
- Segmento clinoideo (C5): não emite ramos.
- Segmento oftálmico (C6): emite a a. oftálmica e a. hipofisária
superior.
- Segmento comunicante (C7): emite a artéria comunicante
posterior, artéria coroidea anterior e artérias cerebrais anterior e
média.
3.4. Artéria carótida externa:
3.4.1. Dá origem à maioria dos ramos do pescoço e está localizada
externamente à bainha carótica, estende-se em sentido
anterossuperior no pescoço em posição posterior à mandíbula e
profunda aos músculos digástrico (ventre posterior) e estilo-hioideo
para entrar na glândula parótida.
3.4.2. No trígono carotídeo, a artéria carótida externa é coberta pelo
músculo esternocleidomastoideo e cruzada lateralmente pelo n.
hipoglosso e pelas veias lingual e facial. Superiormente, passa
profundamente ao ventre posterior do m. digástrico e ao m. estilo-
hioideo. Finalmente penetra na glândula parótida, onde é cruzada
superficialmente pelo nervo facial (VII par) e seus ramos.
3.4.3. Ramos anteriores:
3.4.3.1. Artéria tiroide superior: primeiro ramo da artéria
carótida externa; surge no trígono carótico e estende-se em
sentido inferior junto ao músculo constritor inferior da faringe em
direção à glândula tireoide. A artéria laríngea superior origina-
se da artéria tireóidea superior e atravessa a membrana tireo-
hioidea para irrigar a laringe. Também emite ramo para o
esternocleidomastoideo e um ramo cricotireóideo.
3.4.3.2. Artéria lingual:
3.4.3.2.1. Origina-se no interior do trígono carótico; Estende-se
supero medialmente em direção corno maior do osso
hioide de uma maneira oblíqua e forma uma alça seguindo
um trajeto anteroinferior enquanto segue superficialmente
ao músculo constritor médio da faringe. Quando forma a
alça, a artéria é cruzada superficialmente pelo nervo
hipoglosso. A artéria lingual está situada profundamente
aos músculos digástrico (ventre posterior) e estilo-
hioideo, em seu trajeto anterior. Nesta região, ela origina
os ramos:
3.4.3.2.2. Ramo supra-hioideo: que se estende junto à margem
superior do osso hioide para irrigar os músculos da região
anterior entre este e o genio-glosso, para irrigar a língua.
3.4.3.2.3. A. sublingual: irriga o soalho da cavidade oral e a
glândula sublingual.
3.4.3.2.4. Ramos dorsais da língua: irrigam os músculos e a
mucosa do dorso da língua.
3.4.3.2.5. A. profunda da língua (a. ranina): irriga a musculatura
intrínseca da língua.
3.4.3.3. Artéria facial:
3.4.3.3.1. Estende-se superiormente, em posição profunda aos
músculos digástrico (ventre posterior) e estilo-hioideo.
Passa adjacente à glândula submandibular e emite a
artéria submentual que ajuda a irrigar a glândula.
Estende-se em sentido superior sobre o corpo da
mandíbula e adjacente ao músculo masseter em um
padrão tortuoso para irrigar a face.
3.4.3.3.2. Parte cervical da a. facial: ascende no trígono carotídeo,
passando profundamente à glândula submandibular. É
coberta, na sua origem, pelo m. platisma e pela lâmina de
revestimento da fáscia cervical. Sobe profundamente ao
m. digástrico e ao m. estilo-hioideo para alcançar o dorso
da glândula submandibular, passando profundamente a
esta. Então se volta em direção inferior, entre a glândula e
o m. pterigoideo medial. Contorna a borda inferior da
mandíbula anteriormente ao músculo masseter. A parte
cervical da a. facial apresenta os seguintes ramos: Artéria
palatina ascendente (irriga o palato mole e parte da
faringe), ramo tonsilar (irriga a tonsila palatina), ramos
glandulares (irrigam a glândula submandibular), artéria
submentual (corre em direção anterior abaixo do
músculo milo-hióideo e irriga os músculos adjacentes e as
glândulas submandibular e sublingual).
3.4.3.3.3. Parte facial da a. facial: sua parte facial tem origem
quando a artéria contorna a mandíbula logo à frente do
masseter. A veia facial situa-se posteriormente à artéria e
tem percurso menos tortuoso. Neste seu trajeto, a artéria
facial irriga os músculos da expressão facial e segue,
superiormente, margeando o nariz até o ângulo medial do
olho, onde termina como artéria angular. A artéria angular
se comunica com os ramos da a. oftálmica (ACI),
constituindo uma anastomose entre a ACI e a ACE. A
parte facial da artéria facial apresenta os seguintes ramos:
Artéria labial inferior (penetra no m. orbicular da boca,
irriga o lábio inferior (músculos, pele e mucosa) e
anastomosa-se com a contralateral.), artéria labial
superior (é maior do que a inferior, distribui-se ao lábio
superior (músculos, pele e mucosa) e emite os ramos alar
e septal para o nariz), ramo nasal lateral (irriga a pele do
dorso e asa do nariz) e artéria angular (é o ramo terminal
da a. facial, irriga os músculos e estruturas próximas ao
ângulo medial do olho).
3.4.4. Ramo medial:
3.4.4.1. Artéria faríngea ascendente: ramo posterior da artéria
carótida externa, próximo à bifurcação da artéria carótida comum.
O menor ramo da carótida externa. Ascende entre a parede lateral
da faringe e a artéria carótida interna. Possui uma série de ramos:
3 a 4 ramos faríngeos suprem os músculos constritores superior
e médio da faringe. O ramo mais superior atravessa uma
abertura acima do músculo constritor superior da faringe. Dá
origem à artéria timpânica inferior, que irriga a cavidade
timpânica. Dá origem à artéria meníngea posterior, que irriga
os ossos da fossa posterior do crânio e a dura-máter
3.4.5. Ramos posteriores:
3.4.5.1. Artéria occiptal: emite ramos junto à margem inferior
dos músculos digástrico (ventre posterior) e estilo-hióideo. O
nervo hipoglosso forma uma alça sob a artéria occipital desde a
parte posterior do vaso, continuando anteriormente. Estende-se
em sentido posterior junto ao processo mastoide, criando um
sulco no osso. Perfura a fáscia que conecta a inserção do trapézio
com o músculo esternocleidomastóideo. Ascende na camada de
tecido conectivo do couro cabeludo, dando origem a vários
ramos. Anastomosa-se com as artérias auricular posterior e
temporal superficial. A parte terminal da artéria é acompanhada
pelo nervo occipital maior.
3.4.5.2. Artéria auricular posterior: Também se origina do
contorno posterior da ACE, acima do VP do m. digástrico, e
segue em direção poster8ior. Irriga os músculos adjacentes, parte
da glândula parótida, a orelha média e a membrana do tímpano.
3.4.6. Ramos terminais:
3.4.6.1. Artéria temporal superficial: é o menor dos ramos
terminais da ACE e origina-se no interior da glândula parótida,
atrás do colo da mandíbula. Tem trajeto ascendente, cruzando
superficialmente o arco zigomático, distribuindo-se para o couro
cabeludo da região temporal. Irriga o couro cabeludo na região
temporal, o dueto parotídeo e parte da glândula parótida. A artéria
temporal superficial apresenta os seguintes ramos: artéria
transversa da face (origina-se no parênquima parotídeo, atrás do
ramo da mandíbula. Dirige-se para frente, superficialmente ao m.
masseter, aproximadamente a 1,5 cm abaixo do arco zigomático,
em companhia de um ou mais ramos do n. facial. A artéria
transversa da face contribui para a irrigação da glândula parótida
e seu dueto, parte do m. masseter e a pele da região), ramo
frontal (ramo terminal que irriga a região frontal do couro
cabeludo, pele e músculos, podendo anastomosar-se com os
ramos supra-orbitais da ACI) e ramo parietal (ramo terminal que
irriga a região parietal cdo couro cabeludo, pele e os músculos
auriculares).
3.5. Artéria maxilar:
3.5.1. É um ramo terminal da artéria carótida externa.
3.5.2. A artéria maxilar é o ramo terminal mais calibroso e importante da
artéria carótida externa, apresentando seu trajeto nas fossas
infratemporal e pterigopalatina. Seus numerosos ramos se destinam à
dura-máter craniana, às estruturas profundas da face, ao palato, parte
da cavidade nasal, à mandíbula, às maxilas, aos dentes, aos músculos
da mastigação e à ATM.
3.5.3. A artéria maxilar inicia-se logo abaixo do colo da mandíbula, no
interior da glândula parótida. Passa profundamente ao ramo da
mandíbula e penetra na fossa infratemporal, tendo um trajeto para
frente e ligeiramente para cima em direção à fossa pterigopalatina.
Na fossa infratemporal apresenta relação variável com o músculo
pterigóideo lateral, ora superficial, ora profundamente a este. Na
porção ântero-superior da fossa infratemporal, a artéria passa para a
fossa pterigopalatina onde emite seus ramos terminais.
3.5.4. Costuma-se dividir o trajeto da artéria maxilar em três partes, de
acordo com suas relações: partes mandibular, pterigóidea e
pterigopalatina.
1. Parte mandibular (zigomática):

■ Artéria Auricular Profunda e Artéria Timpânica Anterior: são dois pequenos ramos que se dirigem superiormente para irrigar
parte da ATM e a membrana do tímpano.

■ Artéria Meníngea Média: tem trajeto ascendente entre o ligamento esfenomandibular e o m. pterigoideo lateral, repousando sobre
o m. tensor do véu palatino. Passa entre as duas raízes do nervo auriculotemporal e atrás do nervo mandibular. Penetra no crânio pelo
forame espinhoso para irrigar grande parte da dura-máter. Apesar de ser um ramo da ACE, ela irriga a dura-máter, que é uma estrutura
intracraniana, sendo assim uma exceção à regra pela qual os ramos da ACE irrigam estruturas extracranianas. Traumas na região do
ptério são perigosos, pois podem causar fraturas que rompem a dura-máter e a artéria meníngea média, provocando um hematoma
extradural. Este, se não identificado, irá comprimir gradualmente o encéfalo inferiormente para o forame magno, levando à
compressão do bulbo, com consequente parada cardiorrespiratória. Em traumas nesta região torna-se necessário deixar o paciente em
observação neurológica por pelo menos 24 horas.

■ Artéria Alveolar Inferior: dirige-se para baixo e lateralmente no espaço pterigomandibular, e é acompanhada pelo nervo
correspondente, à sua frente, e ambos penetram no forame mandibular. Antes de penetrar no forame mandibular, a artéria alveolar
inferior emite:

Ramo milo-hióideo: segue no sulco milo-hióideo para irrigar o músculo de mesmo nome.
Penetrando no forame mandibular, a artéria alveolar inferior percorre todo o canal mandibular, emitindo os seguintes
ramos:
Ramos pulpares: para cada raiz dos dentes molares e pré-molares.
Ramos ósseos: para os alvéolos, esponjosa mandibular e periodonto.
Ramos gengivais: perfuram a tábua óssea mandibular e irrigam a gengiva.
Ao nível do forame mentual, a artéria alveolar inferior se divide em a. mentual e a. incisiva.
Artéria mentual -emerge pelo canal e forame de mesmo nome e irriga a pele e a mucosa do lábio inferior, onde
anastomosa-se com os ramos da artéria facial (a. labial inferior).
Artéria incisiva -considerada como continuidade da artéria alveolar inferior, destina-se a irrigar os dentes caninos e
incisivos, tecido ósseo e mucosa gengival adjacente. Anastomosa-se com a contralateral na linha mediana.
2. Parte pterigoidea:
■ É a porção que se continua para frente sob o músculo temporal. Apresenta relação variável com o m.
pterigoideo lateral. Localiza-se ora superficial, ora profundamente ao feixe inferior do músculo. Se
superficialmente, fica entre os músculos temporal e pterigoideo lateral; se profundamente, entre o músculo
pterigoideo lateral e os ramos do nervo mandibular. Esta parte da artéria maxilar irriga os músculos da
mastigação e a bochecha.
■ Apresenta os seguintes ramos:
Artérias Temporais Profundas Anterior e Posterior: Alcançam o músculo temporal pela sua face
profunda.
Artérias Pterigoideas: irrigam os músculos pterigoideos lateral e medial, podendo haver mais de
um ramo para cada músculo.
Artéria Massetérica: tem trajeto para a lateral, atravessa a incisura da mandíbula, alcançando a face
profunda do músculo masseter, o qual irriga.
Artéria Bucal: dirige-se anteriormente para baixo e lateral, inicialmente sobre a superfície lateral do
m. pterigoideo lateral. Alcança então a face lateral do músculo bucinador, o qual irriga. Anastomosa-se
com os ramos da artéria facial.

3. Parte pterigopalatina:

■ Esta é a última parte da artéria maxilar, e destina-se à irrigação dos dentes superiores, do palato, de parte da órbita, cavidade nasal, seios
paranasais e nasofaringe.

■ Esta parte da artéria maxilar apresenta os ramos abaixo descritos.

Artéria Alveolar Superior Posterior: dirige-se para baixo sobre a tuberosidade da maxila, onde penetra através das foraminas
alveolares, e emite os seguintes ramos: Ramos pulpares -penetram no forame apical das raízes dos dentes molares e pré-molares
superiores. Ramos ósseos -para os alvéolos, tecido ósseo da maxila e periodonto. Ramos gengivais -para o processo alveolar e a
gengiva vestibular. Ramos para o seio maxilar.
Artéria Infra-orbital: origina-se na fossa pterigopalatina e, através da fissura orbital inferior, penetra na órbita. Corre ao longo
do sulco e canal infra-orbital, acompanhando o nervo de mesmo nome. Emerge na face pelo forame infra-orbital, onde termina. Seus
ramos destinam-se à irrigação da órbita, dentes anteriores, tecido ósseo da maxila, tecido mole e gengiva vestibular adjacentes,
pálpebra inferior, asa do nariz e lábio superior. Seus principais ramos são: Ramo orbital (destina-se à irrigação da glândula lacrimal,
músculos inferiores do olho, pálpebra inferior e periósteo da órbita), Ramos alveolares superiores anteriores e médios (percorrem
canalículos ósseos de mesmo nome e destinam-se a irrigar as raízes (ramos pulpares), alvéolo e periodonto (ramos ósseos) e gengiva
vestibular (ramos gengivais) da região dos caninos e incisivos superiores). Existem ainda ramos para a porção anterior e soalho
do seio maxilar. Ramos terminais (palpebral inferior, nasais laterais, labiais superiores).
Artéria Palatina Descendente: tem trajeto descendente pelo canal palatino maior, onde dá origem às artérias palatina maior e
menor.
Artéria Palatina Maior: surge na cavidade oral pelo forame de mesmo nome e dirige-se anteriormente, entre o palato e o
processo alveolar, sob a mucosa palatina. Irriga a mucosa, gengiva, glândulas e tecido ósseo do palato. Anteriormente, anastomosa-
se com a artéria nasopalatina.
Artéria Palatina Menor: surge na cavidade oral através do forame de mesmo nome e dirige-se posteriormente ao palato mole.
Irriga a mucosa do palato mole (véu palatino) e as tonsilas palatinas (amígdalas).
Artéria do Canal Pterigoideo: é um pequeno ramo que pode originar-se de uma das palatinas. Dirige-se posteriormente pelo
canal pterigoideo para irrigar parte da nasofaringe e da tuba auditiva.
Ramo Faríngeo: dirige-se para trás através do canal palatovaginal e distribui-se à mucosa da parte súpero-posterior da cavidade
nasal (coanas) e da nasofaringe.
Artéria Esfenopalatina: é considerada o ramo terminal da artéria maxilar, pois esta apenas muda de nome ao atravessar o
forame esfenopalatino e penetrar na cavidade nasal. A artéria maxilar denomina-se então esfenopalatina, e se divide imediatamente
em: Artérias nasais posteriores laterais (destinam-se à irrigação da parede lateral da cavidade nasal, mucosa dos seios frontal, das
células etmoidais e também do seio maxilar). Artéria septal posterior ou artéria nasopalatina (irriga o septo nasal, sobretudo sua
parte póstero-inferior. Em companhia do nervo nasopalatino, penetra no canal incisivo, atingindo o setor anterior do palato, irrigando
parte da mucosa deste, e se anastomosa com os ramos da artéria palatina maior .)

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