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LIVRO

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4 BIOLOGIA
CIÊNCIAS DA Índice
NATUREZA E SUAS Genética e Evolução
TECNOLOGIAS 1 – A Origem da Vida e a Evolução .................... 1

CLÉZIO MORANDINI e
LUIZ CARLOS BELLINELLO
Coordenadores e Professores
Biologia Vegetal
do Curso e Colégio Objetivo
1 – A Raiz das Angiospermas ............................. 32
CONSTANTINO CARNELOS
Professor do Curso e Colégio Objetivo 2 – O Caule das Angiospermas ........................... 39
3 – A Folha das Angiospermas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

Biologia Animal
1 – Os Equinodermos ....................................... 54
2 – Os Cordados Primitivos e Hemicordados ........... 61
3 – Cordados (Superclasse dos Peixes) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4 – Cordados (Classe dos Anfíbios) ...................... 77
5 – Cordados (Classe dos Répteis) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
6 – Cordados (Classe das Aves) .......................... 92
7 – Cordados (Classe dos Mamíferos) ................ 98
8 – Vírus ................................................. 105
9 – As Vitaminas ...................................... 114
10 – As Drogas ........................................ 120
11 – Tipos de Reprodução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Pica-pau, ave da ordem Piciformes,


família Picidae.
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II
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CAPÍTULO
Genética e Evolução

15 A ORIGEM DA VIDA E A EVOLUÇÃO

N a teoria da evolução, existem três teorias:


lamarckismo, darwinismo e neodarwinismo

Jean Baptiste Lamarck, biólogo Charles Darwin, biólogo


francês (1744-1829) inglês (1809-1882)

1. Como apareceu a vida? O pensamento aristotélico dominou todas as cabeças


pensantes durante muitos séculos, levando as pessoas a
O homem sempre esteve fascinado com o problema acreditar na geração espontânea de moscas a partir da
da origem da vida na Terra e durante séculos procura transformação do lixo, na geração de gansos e carneiros
solucioná-lo. Os cientistas, como solucionadores de a partir de frutos etc. Cientistas, em suas épocas, davam
problemas, aventaram várias hipóteses, mas as dúvidas “receitas” para obter geração espontânea, como foi o ca-
persistem. No presente capítulo, analisaremos hipóteses so do belga Van Helmont, que disse ter obtido, em 21
sobre a origem da vida, bem como alguns tópicos im- dias, camundongos a partir de uma camisa suja em con-
portantes relacionados ao polêmico tema. tato com germe de trigo (o princípio ativo seria o suor
humano da camisa).
2. A geração Em meados do século XVII, o florentino Redi fez
espontânea ou abiogênese experiências decisivas, provando que não havia geração
espontânea de moscas a partir da carne podre, como se
Foi proposta há mais de 2000 anos por Aristóteles.
pensava; ele provou que as moscas se originavam a partir
Dizia ele que a vida podia aparecer subitamente na maté-
de moscas preexistentes (a ideia de que a vida somente
ria não viva, desde que nela fosse insuflado o chamado
pode originar-se da vida preexistente chama-se biogê-
“princípio ativo” ou “alma imortal”, um princípio não
nese) (Fig. 1).
material dirigente de uma série de reações na matéria
morta, que culminaria com o aparecimento da vida.

Fig. 1 – As experiências de Redi.

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Como consequência das experiências de Redi, cres-


ceu o entusiasmo de muitos autores pela biogênese. No
entanto, algum tempo depois, o holandês Leeuwenhoek,
aperfeiçoando lentes de aumento, descobriu os micró-
bios. Naturalmente, não passou pela cabeça de alguém,
na época, que seres tão pequenos, invisíveis a olho nu,
pudessem originar-se uns dos outros por algum processo
reprodutivo; foi então admitido que pelo menos os mi-
cróbios surgiam por geração espontânea.
Em 1745, o inglês Needham colocou sucos nutriti-
vos em um tubo de ensaio, aqueceu-o, fechou-o para
impedir a entrada de ar e aqueceu-o novamente. Como
depois de alguns dias os líquidos estavam cheios de mi-
cróbios, concluiu que eles haviam aparecido por abio-
gênese, visto que os outros tinham sido destruídos pelo
calor. Tais experiências foram criticadas pelo italiano
Spallanzani, que as repetiu, mas com a diferença de que
em vez de aquecer os tubos ele ferveu os líquidos; mos-
trou, assim, que Needham não havia realmente matado
todos os micróbios (o aquecimento não fora suficiente) e
que os novos tinham resultado da reprodução dos que
Fig. 2 – Tubos em “pescoço de cisne” usados por Pasteur.
tinham sobrado. A este fato, Needham objetou que a fer-
vura havia destruído o “princípio ativo”, o que explicava
por que Spallanzani não conseguia obter a presença de
micróbios nos líquidos após fervê-los. 3. A hipótese extraterrena
A queda da teoria da geração espontânea só foi con- ou panspermia cósmica
seguida por volta de 1860, graças às experiências conclu- Foi desenvolvida por Arrhenius, Richter e outros.
sivas feitas pelo francês Pasteur. Em primeiro lugar, Admite que micróbios vindos em partículas de poeira ou
mostrou que o ar é uma fonte de micróbios, contaminan- em meteoritos de origem extraterrena foram a fonte da
do facilmente a matéria bruta. Em seguida, mostrou que vida da Terra. Tal hipótese, porém, apenas transfere o
em soluções nutritivas cuidadosamente esterilizadas ja- problema da Terra para outro astro; além disso, em via-
mais apareciam organismos vivos. Finalmente, utilizan- gem para a Terra, mesmo um esporo encontraria enormes
do os famosos tubos com “pescoço de cisne”, realizou variações de temperatura e radiações mortais insuportá-
experiências decisivas. Colocou líquidos nutritivos nes- veis. Materiais coletados na Lua ou no espaço por astro-
ses frascos e aqueceu-os intensamente durante alguns nautas não revelaram sinais de vida. Apesar disso, existe
minutos; verificou depois que tais líquidos permaneciam uma corrente de cientistas que admite a possibilidade de
estéreis durante muito tempo. Notemos que a objeção vida extraespacial.
apresentada por Needham deixa de ter valor, porque
como o gargalo permanece aberto, o “princípio ativo” do
ar, se é que ele existia, poderia entrar e sair à vontade no 4. As hipóteses
líquido. Por outro lado, Pasteur quebrava o gargalo (Fig. autotrófica e heterotrófica
2) e verificava que logo apareciam micróbios no líquido
nutritivo, o que mostrava que este ainda era capaz, mes- Como todo ser vivo necessita de alimento para so-
mo depois de fervido, de manter a vida de micróbios ne- breviver, parece lógico admitir que os primeiros seres
le colocados. Notemos ainda que as curvaturas do gar- vivos tenham sido capazes de produzi-lo, isto é, seriam
galo tinham por finalidade reter a poeira e os micróbios autótrofos. Como sabemos, os autótrofos sintetizam ali-
do ar, o que se poderia provar apenas inclinando o frasco mentos através de uma série extremamente complexa de
de modo que o fluido entrasse em contato com as curvas. reações químicas, os primeiros seres teriam aparecido
Graças às experiências de Pasteur, deu-se a vitória da num ambiente quimicamente simples e apresentariam
biogênese sobre a abiogênese, o que acarretou a existên- um complexo metabolismo. A hipótese heterotrófica
cia de novo problema: se a vida vem de seres preexisten- supõe que a forma mais primitiva de vida se desenvolveu
tes, então onde apareceu a “primeira vida”? Quando? A num ambiente quimicamente complexo e apresentaria
possível resposta a estas perguntas pode ser encarada um metabolismo simples, incapaz de fabricar seu
dentro de três hipóteses: a extraterrena, a autotrófica e alimento.
a heterotrófica.
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5. O experimento de Os aminoácidos e proteínas formados na era prebiótica


da Terra teriam chegado aos mares, produzindo o que
Harold Urey e Stanley Miller Haldane descreveu como “um caldo quente e diluído” ou
Os geólogos e outros cientistas verificam que há evi- “sopa primordial”. Segundo Oparin, as proteínas teriam
dência de que a atmosfera da Terra primitiva era cons- formado aglomerados conhecidos como coacervados.
tituída de hidrogênio, metano, amônia e vapor-d’água. Sabemos que os coacervados são aglomerados de proteínas
A elevada temperatura da crosta terrestre determina- que se mantêm unidos em pequenos grumos circundados
va o vapor-d’água que, condensando-se nas camadas por uma camada líquida, chamada camada de hidratação ou
altas e frias, provocava violentas tempestades acompa- solvatação (Fig. 4). Graças a sua energia cinética, os coa-
nhadas de descargas elétricas. Harold Urey e Stanley cervados poderiam movimentar-se e, portanto, difundir-se
Miller construíram um dispositivo (Fig. 3), no qual expu- no mar primitivo. Também exibiam um metabolismo sim-
seram uma mistura de vapor-d’água, metano, amônia e ples, absorvendo partículas do meio e catalisando reações.
hidrogênio a descargas elétricas, obtendo, após uma se-
mana, aminoácidos como a glicina e a alanina.
A experiência de Miller, realizada em 1953, indica
que um processo semelhante poderia ter acontecido na
atmosfera primitiva.

Fig. 4 – Formação de uma gotícula de coacervado.

7. A hipótese autotrófica
Existem cientistas que defendem a hipótese autotró-
fica, acreditando que os primeiros seres vivos fabricavam
suas próprias substâncias orgânicas a partir de substâncias
minerais, com a energia obtida a partir de reações químicas.
A hipótese foi fundamentada com a descoberta de
arquebactérias, seres que vivem em regiões conhecidas
como inóspitas como é o caso das chaminés hidrotermais,
dos vulcões existentes no fundo dos oceanos junto às
bordas de placas tectônicas. Conhecidas como seres qui-
miolitoautótrofos, tais bactérias realizam a quimiossíntese.

8. Fotossíntese: fonte
do oxigênio na atmosfera
A capacidade de dividir quimicamente a água pro-
duzindo oxigênio, aconteceu primeiramente em sulfo-
bactérias que evoluíram para cianobactérias, encontradas
fossilizadas em grandes quantidades, formando os cha-
mados estromatólitos. O oxigênio liberado permitiu o
Fig. 3 – A experiência de Miller. surgimento do metabolismo aeróbio, mais eficiente do
que o anaeróbio.
6. A formação de
macromoléculas e coacervados 9. Os RNAs catalíticos
A próxima etapa da biogênese seria a formação de A vida de uma célula e, consequentemente, de um
polímeros, macromoléculas edificadas pelo encadeamento organismo depende da interação de dois tipos de molé-
de pequenas moléculas, conhecidas como monômeros. culas: as proteínas e o DNA.
Assim, por exemplo, aminoácidos encadeados formariam As proteínas são responsáveis pela estrutura e pelas
reações vitais que caracterizam um organismo, ou seja,
proteínas. Sidney W. Fox aqueceu uma mistura seca de
determinam o seu fenótipo. Já o DNA representa o genóti-
aminoácidos e, após o resfriamento, verificou a união
po que atua na herança das características e na reprodução.
deles para formar moléculas maiores e mais complexas,
Na origem da vida na Terra, quem surgiu primeiro: o
semelhantes a proteínas, chamadas de proteinoides.
DNA ou a proteína?

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Não pode ter sido o DNA que, além de não catalisar Os antepassados das espécies atualmente existentes são
nenhuma reação química vital, só se duplica na presença considerados descendentes de predecessores diferentes de-
de uma proteína, a enzima DNA polimerase. Por outro les, e assim por diante, a partir de organismos precursores,
lado, não pode ter sido a proteína que só é sintetizada extremamente primitivos e desconhecidos. O evolucionis-
através de uma receita contida no DNA (o código mo prega o transformismo, explica a grande diversidade de
genético). Enfim, sabemos que em relação ao DNA e à formas de vida e rejeita o fixismo, segundo o qual o número
proteína, um não pode existir sem o outro. No estudo da de espécies é fixo e elas não sofrem modificações.
síntese de proteínas verificamos que entre o DNA e a Quais são as evidências do processo evolutivo? Tais
proteína existe uma correlação feita pelo RNA. evidências, que passaremos a analisar, podem ser resumi-
Há evidências que o RNA foi o primeiro a aparecer das em:
originando, posteriormente, o DNA e as proteínas. Essas • Anatomia comparada;
evidências resultaram das descobertas de importantes • Embriologia comparada;
propriedades do RNA feitas pelo bioquímico Thomas Cech • Bioquímica;
e pelo biólogo Sidney Altman. Estes pesquisadores
• Fósseis.
comprovaram que o RNA pode agir como um catalisador,
cortando e unindo moléculas, inclusive ele próprio. Ao
longo da cadeia do RNA, aparecem sequências chamadas 12. A anatomia comparada
de introns que atuam como enzimas, acelerando a O estudo comparado da anatomia de animais e vegetais
velocidade de algumas reações. Quando os introns são mostra a existência de um padrão fundamental similar na
colocados na presença de fragmentos de RNA verificamos estrutura dos sistemas de órgãos. Os sistemas esquelético,
que eles são capazes de retirar uma base de um deles e circulatório e excretor constituem um ótimo exemplo disto,
transferi-la para outro. pelas homologias. Dizemos que dois ou mais órgãos são
Para atuar como enzima, o intron foi chamado de homólogos quando têm a mesma origem embrionária e
ribozima. Sabe-se também que, em condições especiais, estrutura semelhante, podendo a função ser a mesma ou não.
o RNA pode estabelecer ligações peptídicas. Os traba- Apesar de superficialmente diferentes, uma nadadei-
lhos de Cech e Altman provocaram o aparecimento de ra de baleia, uma asa de ave, uma asa de morcego, uma
mais uma teoria da origem da vida, na qual apareceu pata de gato, uma pata anterior de cavalo e a mão e o bra-
primeiro um RNA que acabou se transformando no DNA ço humanos são órgãos homólogos. Em cada um deles,
e originou as proteínas. aparece quase o mesmo número de ossos, músculos,
nervos e vasos sanguíneos, ordenados segundo um mes-
10. O último mo padrão e com grande similaridade no desenvolvimen-
antepassado comum universal to embrionário (Fig. 5).
Segundo a maioria dos biólogos, todos os seres vivos
descendem de um único ancestral conhecido como
LUCA (Last Universal Common Ancestor). Citamos, a
seguir, uma série de caracteres existentes em todos os
seres vivos, evidenciando a existência de um LUCA:
• Todos os seres vivos são formados por células;
• Em todas as células, os principais elementos são: car-
bono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre;
• As principais macromoléculas são: proteínas,
carboidratos, lipídeos e ácidos nucleicos;
• As reações metabólicas acontecem no interior das
células e são catalisadas por enzimas;
• Todas as células são envolvidas por uma mem- Fig. 5 – Homologias.
brana lipoproteica;
• A informação genética está contida no DNA; A razão da homologia seria que os diferentes organis-
• Todas as proteínas são sintetizadas nos ribossomos. mos teriam uma origem evolutiva comum: quanto mais
recente o antepassado, maior a semelhança estrutural.
Sob a ação do ambiente, pode haver modificações, mas a
11. A teoria da evolução estrutura fundamental permanecerá. Órgãos análogos são
A teoria da evolução afirma que as espécies atuais aqueles que apresentam a mesma função, mas origem
descendem de outras espécies que sofreram modifica- embrionária e evolutiva diferentes, como é o caso de asas
ções através dos tempos. de aves e insetos e nadadeiras de tubarões e golfinhos.
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Outra evidência evolutiva, fornecida pela anatomia 13. A embriologia comparada


comparada, é a existência dos órgãos vestigiais. Existem
Animais de espécies diferentes, quando na fase embri-
vestígios ou rudimentos de órgãos que representam res-
onária, são muito semelhantes. Quanto maior a semelhança
tos inúteis de estruturas ou de órgãos que são grandes e
entre os adultos de espécies diferentes, mais prolongada é a
funcionais em alguns outros animais. No corpo humano, fase embrionária comum. Assim é que os embriões de um
existem vários órgãos vestigiais, entre os quais citaremos: peixe, anfíbio, réptil, ave, mamífero e do homem têm bolsas
o apêndice vermiforme, o cóccix e a prega semilunar. O branquiais e cauda; a explicação é que nós descendemos de
apêndice vermiforme é uma curta expansão, que se lo- animais em que tais órgãos eram funcionais (Fig. 9).
caliza na região em que o intestino grosso se liga ao del-
gado. Trata-se de um vestígio do volumoso ceco, existen-
te nos herbívoros. Os volumosos cecos dos mamíferos
herbívoros armazenam o alimento, enquanto sobre ele se
exerce a ação bacteriana, para a digestão da celulose (Fig. 6).

Fig. 6 – Ceco e apêndice vermiforme.

No homem, a coluna vertebral termina no cóccix, um


osso recurvado formado por vértebras fusionadas, que é
um vestígio de cauda, existente em numerosos mamífe-
ros (Fig. 7).
Fig. 9 – O estudo comparado do desenvolvimento embrionário em ver-
tebrados.

14. A bioquímica
As semelhanças e diferenças encontradas no DNA e
nas proteínas constituem uma evidência bioquímica da
evolução. Quanto mais longo for o período de diver-
gência das espécies, em relação a um ancestral comum,
maior número de substituições de nucleotídeos e de
Fig. 7 – A extremidade inferior da coluna vertebral do homem.
aminoácidos encontraremos, respectivamente, nos genes
e nas proteínas correspondentes em relação às espécies
A prega semilunar é uma dobra de carne existente
consideradas. Por outro lado, quanto maior for o
no ângulo interno do olho humano. Essa prega é um
parentesco, maiores serão as semelhanças.
vestígio da membrana nictitante, que em aves e répteis
constitui uma terceira pálpebra móvel, para limpeza e lu-
brificação do globo ocular (Fig. 8).
Chamamos de proteínas homólogas aquelas que
realizam a mesma função em espécies diferentes como é
o caso, por exemplo, das hemoglobinas. Estruturalmente
as proteínas homólogas apresentam cadeias de com-
primento semelhante, nas quais se destacam dois tipos de
segmentos: invariáveis e variáveis. Os primeiros apre-
sentam, em posições idênticas, os mesmos aminoácidos
sendo responsáveis pelas atividades biológicas da pro-
teína. Nos segmentos variáveis aparecem diferentes ami-
Fig. 8 – A membrana nictitante da coruja e a prega semilunar do homem. noácidos, resultantes das mutações ocorridas no DNA.
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Daí a conclusão de que as proteínas homólogas são Do sangue deste é obtido, por centrifugação, o soro anti-hu-
originadas de uma única proteína ancestral. Consequente- mano que é adicionado ao sangue de várias espécies. Os
mente, os animais portadores dessas proteínas tiveram um resultados obtidos aparecem na figura 11. Observe que,
ancestral comum, do qual evoluíram através das mutações, quanto maior for o grau de aglutinação, maior é afinidade
sendo que a maior ou menor coincidência entre os resíduos com a espécie humana.
variáveis é proporcional à filogênese das espécies.

O citocromo c é uma proteína homóloga que parti-


cipa da cadeia respiratória, uma etapa da respiração
celular. Na tabela abaixo os números correspondem a
quantidades de aminoácidos diferentes nos citocromos
de algumas espécies.

Fig. 11 – As reações do soro anti-humano com o sangue de outras espécies.

A origem comum
Veja, a seguir, uma série de evidências atestando a
origem, a partir de um ancestral comum, bem como o
Na figura 10 aparece uma árvore genealógica, baseada parentesco entre as diversas espécies:
nas alterações sofridas pelo citocromo c, determinadas • Em todos os organismos, os compostos orgânicos
por mutações ocorridas no DNA que o codifica. fundamentais são o DNA e as proteínas que são
estruturadas a partir de 20 tipos de aminoácidos;
• Existem vias metabólicas comuns, como é o caso
da síntese de proteínas e dos processos respiratórios;
• A universalidade do código genético na herança e
do ATP como fonte energética.

15. Os fósseis
Paleontologia é a ciência que estuda os fósseis, isto
é, restos ou vestígios de animais ou de vegetais que vive-
ram antes dos tempos históricos e que se conservaram
nas rochas. Assim, são fósseis não apenas partes de es-
queletos que foram preservadas, mas também pegadas de
animais conservadas em rochas.
Os fósseis documentam a evolução dos organismos
no decorrer do tempo geológico. Para determinar a idade
Fig. 10 – Árvore genealógica do citocromo c. relativa dos fósseis, os paleontólogos se baseiam na de-
composição de vários elementos radioativos, particular-
mente do carbono 14 e do urânio 238. Sabemos que os
elementos radioativos se desintegram a taxas de tempo
As reações sorológicas, baseadas nas reações espe-
regulares, constituindo assim “relógios radioativos”. Aqui
cíficas entre antígenos e anticorpos, evidenciam as rela-
estão alguns acontecimentos baseados no registro fóssil.
ções filogenéticas através da interpretação dos processos
de aglutinação. O plasma humano é injetado no coelho.

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ORIGEM DA TERRA 16. A evolução segundo Lamarck


4-5 BILHÕES DE ANOS Em 1809, o biólogo francês Jean Baptiste Lamarck
propôs uma teoria para explicar de que maneira os seres
OS MAIS ANTIGOS REGISTROS DE BACTÉRIAS
vivos evoluem.
3 BILHÕES Segundo Lamarck, uma grande alteração no meio am-
PRIMEIRAS ALGAS FILAMENTOSAS biente provocaria, em uma espécie, uma necessidade de se
2 BILHÕES modificar, levando à formação de novos hábitos. Essa
ideia, aliada à observação da natureza, levou Lamarck a
AS MAIS ANTIGAS CÉLULAS NUCLEADAS
formular as duas leis básicas de sua teoria evolutiva.
1 BILHÃO Lamarck baseou sua teoria em duas suposições: a lei do
INVERTEBRADOS MARINHOS uso e desuso e a lei da herança dos caracteres adquiridos.
600 MILHÕES
PEIXES E ALGUMAS PLANTAS TERRESTRES
400 MILHÕES Segundo tal lei, quanto mais uma parte ou órgão do
corpo é usado, mais se desenvolve; contrariamente, as
ANFÍBIOS DINOSSAUROS partes que não são usadas enfraquecem, atrofiam, che-
300 MILHÕES 200 MILHÕES gando até a desaparecer.
MAMÍFEROS PRIMATAS
150 MILHÕES 20 MILHÕES
O estudo da sequência dos fósseis existentes desde as Segundo Lamarck, qualquer animal poderia transmi-
camadas rochosas mais antigas até as mais recentes revela: tir aos seus descendentes aquelas características que se
• Modificação contínua das espécies através dos tem- atrofiaram pelo desuso ou se desenvolveram pelo uso.
pos, com a extinção de algumas e modificações em outras; Portanto, de acordo com Lamarck, as novas espécies
• Aumento em diversidade e também em complexi- aparecem, por evolução, devido à aquisição ou perda de
dade nas formas fósseis; caracteres.
• Existência de formas de transição entre dois grupos. Numerosos exemplos da natureza foram usados por
Uma das mais convincentes formas de transição foi a Lamarck para explicar as suas leis. Assim, citaremos:
descoberta do Archaeopteryx, uma forma intermediária • A girafa habita locais onde o solo é seco e com
entre répteis e aves. pouca vegetação. Obrigada a comer brotos de árvores, a
O Archaeopteryx (Fig. 12) era uma ave com dentes, girafa foi-se esticando para cima. Esse hábito provocou o
garras nas asas, cauda longa (características dos répteis) enorme pescoço e as pernas anteriores mais longas do
com penas e estrutura geral dos membros característica que as posteriores;
de aves. • As cobras evoluíram a partir de antepassados que
apresentavam pernas e corpos curtos. Obrigados, por mo-
dificação ambiental, a rastejar e passar por aberturas
estreitas, acabaram tornando-se ápodes e de corpo alongado;
• As membranas entre os dedos das aves aquáticas
resultaram do uso durante a natação;
• Aves pernaltas, como as garças, teriam desenvol-
vido as pernas esticando-as para manter o corpo fora da
água em regiões inundadas;
• Plantas de regiões desérticas teriam diminuído a
superfície das folhas para evitar a transpiração; tais fo-
lhas acabaram transformadas em espinhos. Para conser-
var água, os caules adquiriram a consistência suculenta.
A primeira suposição de Lamarck é válida: o uso ou
o desuso provocam alteração nos organismos. Assim,
sabemos que os atletas desenvolvem seus músculos pelo
uso, enquanto a paralisação das pernas, por exemplo,
determina atrofia. A falha está na segunda hipótese: ca-
racteres adquiridos por uso e desuso nunca são transmi-
Fig. 12 – O Archaeopteryx. tidos aos seus descendentes.
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O golpe definitivo no lamarckismo foi dado por lutivo. Segundo Lamarck, o ambiente é o principal fator
Weismann, nas suas famosas experiências. Ele cortou que provoca modificações nos organismos; para Darwin,
caudas de camundongos por sucessivas gerações e mos- o ambiente apenas seleciona as variações mais favorá-
trou que não havia atrofia desse apêndice. Weismann foi veis. Vamos comparar as teorias de Darwin e Lamarck
o autor da teoria da “continuidade do plasma germinati- para a explicação do longo pescoço da girafa.
vo”, pela qual o germe é imortal, sendo as alterações pro- Segundo Lamarck, obrigada a comer folhas e brotos
vocadas pelo meio ambiente no soma, e não transmissí- no alto das árvores, a girafa é forçada continuamente a se
veis aos descendentes. esticar para cima. Esse hábito, mantido por longos perío-
dos, por todos os indivíduos da raça, resultou no alonga-
17. O darwinismo mento do pescoço (Fig. 13).
No seu livro A Origem das Espécies, publicado em
1859, Charles Darwin explicou a evolução por meio da
seleção natural. O processo evolutivo proposto por
Darwin pode ser resumido nos seguintes itens:
• Todos os organismos apresentam uma elevada ca-
pacidade reprodutiva;
• Contudo, verifica-se que o número de indivíduos
de uma mesma espécie permanece constante, o que só
pode ser explicado pela grande mortalidade natural;
• A mortalidade decorre da falta de alimento, pois o
suprimento alimentar, para qualquer população, não é
ilimitado;
• A falta dos meios de subsistência gera uma com-
petição, ou seja, uma contínua luta pela vida entre os
organismos com as mesmas exigências alimentares;
• Em todas as espécies, os indivíduos nunca são
iguais, exibindo variações que podem ser herdadas; Fig. 13 – O lamarckismo. O hábito de comer folhas no alto das árvores provo-
cou o alongamento do pescoço.
• Em um determinado ambiente, os indivíduos do-
tados de variações favoráveis estarão mais capacitados a
sobreviver do que os que possuem variações desfavorá- Segundo Darwin, existiam girafas de comprimentos
veis. Assim, as variações favoráveis são transmitidas de pescoço diferentes. Na luta pela vida, determinada pe-
para os descendentes e, acumulando-se com o tempo, lo hábito alimentar, as espécies de pescoço longo foram
dão origem a grandes diferenças; conservadas e as demais eliminadas. A teoria de Darwin
• O processo de seleção natural, imposto pelo meio era coerente sobrepondo-se, portanto, à de Lamarck.
ambiente e prolongado por várias gerações, produz adap- (Fig. 14).
tações cada vez mais perfeitas e complexas, determinan-
do, dessa forma, um processo de evolução progressiva.
O ponto positivo do darwinismo é a existência da
seleção natural como fator orientador da evolução.
Por que a teoria de Darwin não é completa?
A falha do darwinismo é a não explicação da origem
das variações naturais, sobre as quais atua a seleção na-
tural. A natureza das variações só foi explicada pela Ge-
nética no início do século XX.
O trabalho de Darwin, analisando as provas da evo-
lução e especialmente a teoria da seleção natural, faz dele
um dos maiores cientistas de todos os tempos.

18. Comparação entre as


teorias de Lamarck e Darwin
Tanto para Lamarck como para Darwin, o meio am- Fig. 14 – O darwinismo. Existiam animais com pescoços longos e curtos.
Aqueles que apresentavam pescoços longos foram selecionados e sobreviveram.
biente exerce um papel preponderante no processo evo-

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19. A moderna teoria sintética O melanismo industrial


Antes da industrialização na Inglaterra, predomina-
da evolução ou neodarwinismo vam as mariposas claras; às vezes, apareciam mutantes
De acordo com a moderna teoria sintética, os proces- escuros e dominantes que, apesar de serem mais robus-
sos básicos da evolução são quatro: mutação, recombi- tos, eram eliminados pelos predadores por serem visí-
nação genética, seleção natural e isolamento reprodu- veis. Depois da industrialização no século XIX, os mu-
tivo. Os três primeiros constituem as fontes da variabili- tantes escuros passaram a ser mimetizados pela fuligem
dade genética, sem a qual não se pode ocorrer modi- e, como eram mais vigorosos, foram aumentando em fre-
ficação. A seleção natural e o isolamento reprodutivo quência e substituindo as mariposas claras, que agora
orientam as variações em canais adaptativos (Fig. 15). passaram a ser eliminadas pelos predadores por ficarem
mais visíveis. Tais predadores das mariposas, atuando
como agentes seletivos, são os pássaros.

Resistência de moscas ao DDT


Durante o primeiro ano em que o DDT foi usado
numa determinada localidade, quase todas as moscas fo-
ram mortas; algumas, porém, por causa da variação her-
dada, não foram afetadas. Puderam sobreviver e se repro-
duzir e, assim, logo ultrapassaram em número os tipos de
Fig. 15 – Os fatores evolutivos. moscas menos resistentes naquela área. O inseticida foi-se
tornando menos ativo. O DDT causou uma mudança no
ambiente e só as moscas que eram resistentes puderam
sobreviver e foram sendo selecionadas; não foi, portanto,
Com a designação de variabilidade enquadramos as
o inseticida que conferiu resistência às moscas.
diferenças existentes entre os indivíduos da mesma espé-
cie. Se observarmos qualquer população de organismos,
Resistência de bactérias aos antibióticos
verificaremos a existência de inúmeras diferenças
Têm sido publicados muitos trabalhos sobre o fato de
(variações) entre os organismos que a compõem. Assim,
algumas bactérias patogênicas terem adquirido resistên-
nunca existem dois indivíduos idênticos. Mesmo os cha-
cia a um determinado antibiótico. Assim, o tratamento
mados gêmeos idênticos, quando atentamente observa-
prolongado de uma infecção com um antibiótico acaba
dos, diferirão em alguns caracteres. A diversidade entre
perdendo toda a eficácia, havendo a necessidade de troca
os organismos da mesma espécie é determinada por dois
do medicamento. Se uma colônia de bactérias recebe uma
fatores: recombinação genética e mutação. Entende-se
pequena dose de um determinado antibiótico, ocorre a
por recombinação genética as novas combinações dos
morte da maioria delas, sobrevivendo aquelas portadoras
genes já existentes em uma dada população.
de variações que conferem resistência ao medicamento.
Nos estudos de Genética, já verificamos que as
Os descendentes das bactérias sobreviventes não mor-
novas combinações gênicas resultam dos processos de
rem com a mesma dose do antibiótico, evidenciando que
segregação independente e permutação. Quanto à muta-
as variações são hereditárias. Se a dose do antibiótico for
ção, constitui a matéria-prima da evolução, produzindo
aumentada, novamente algumas, as resistentes à nova
novos genótipos e fenótipos. É importante salientar que a
dose, sobreviverão. Enfim, prosseguindo com o aumento
mutação ocorre espontaneamente, ou seja, nunca aparece
progressivo das doses dos antibióticos, obtêm-se, no final,
como resposta do organismo a uma situação ambiental.
bactérias resistentes a altas dosagens do antibiótico. Sa-
liente-se que as variações são provocadas por mutações
espontâneas. É de vital importância considerar que não é
As variações são submetidas ao meio ambiente que, a presença do antibiótico que provoca o aparecimento das
pela seleção natural, conserva as favoráveis e elimina as mutações; na realidade, elas surgem espontaneamente e,
desfavoráveis. Assim, quando as condições ambientais se quando conferem resistência ao antibiótico, são úteis à
modificam, algumas variações serão vantajosas e permiti- bactéria na presença dele.
rão, aos indivíduos que as apresentam, sobreviver e pro-
duzir mais descendentes do que aqueles que não as têm. Siclemia ou anemia falciforme
Entre os principais exemplos de seleção natural, cita- Na anemia falciforme ou siclemia, as hemácias re-
remos: melanismo industrial, moscas e DDT, bactérias e cém-formadas têm forma normal, mas, sob condições de
antibióticos e siclemia.
baixa taxa de oxigênio, a maioria se deforma, adquirindo
o aspecto de uma foice (Fig. 16).
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Seleção estabilizadora
Acontece quando a relação organismo-ambiente
permanece estável por muito tempo, favorecendo os indiví-
duos médios ou normais da população. Como exemplo,
citamos a altura de uma espécie de árvore. Assim, as árvo-
res de pouca altura competem desfavoravelmente em rela-
ção à recepção da luminosidade solar. Por outro lado,
plantas muito altas são mais suscetíveis aos danos causados
pelos fortes ventos de uma tempestade. Assim, o número de
Fig. 16 – Hemácias falciformes. plantas de estatura média tende a aumentar, diminuindo o
de plantas altas e baixas.
Essas células anormais são destruídas no baço, o que
provoca anemia. As aglomerações de hemácias falcifor- Seleção direcional
mes provocam obstrução de vasos capilares e enfartes Ocorre quando o ambiente está se modificando em
dolorosos em vários tecidos e órgãos, tais como ossos, determinada direção, tornando-se favorável a uma deter-
baço e pulmões. minada característica. A seleção direcional é responsável
Os indivíduos com anemia falciforme são homozigo- por intensas alterações fenotípicas na população. O de-
tos (SS) e geralmente morrem na infância. Os heterozi- senvolvimento de bactérias resistentes a um determinado
gotos (Ss) apresentam uma forma atenuada de siclemia; antibiótico é um caso típico de seleção direcional.
o organismo só produz células falciformes quando o su-
primento de oxigênio é baixo (nas altitudes elevadas) ou Seleção disruptiva
quando, durante um exercício físico, necessitam de mais Acontece quando uma população adaptada a um
oxigênio. A forma atenuada de siclemia não é letal. Pelo ambiente homogêneo passa a sofrer pressões seletivas di-
fato de os homozigotos não atingirem a idade da repro- vergentes em determinadas regiões. Nesse caso, os tipos ex-
dução, a frequência do gene S nas populações é sempre tremos são favorecidos em detrimento do intermediário. Su-
baixa. Contudo, em determinadas regiões da África, on- ponha que uma espécie de planta com alturas baixa, média
de a malária é endêmica, a frequência de heterozigotos é e alta é polinizada por três diferentes tipos de insetos poli-
bastante alta, atingindo a faixa de 40%. Pois, os indiví- nizadores. Um inseto poliniza as baixas, outro, as altas e um
duos não portadores do gene para siclemia (ss) geral- terceiro, as médias. O desaparecimento dos polinizadores
mente morrem devido à malária, enquanto os heterozi- das plantas médias determina o aumento da altas e baixas.
gotos são resistentes a ela. Sabe-se que quando o plasmó-
dio (protozoário que provoca a malária) penetra na hemá-
A SELEÇÃO ARTIFICIAL
cia, ele consome oxigênio. Com a diminuição de oxigênio,
a hemácia siclêmica altera-se e é eliminada do organismo
antes que o protozoário se reproduza e, consequen- A seleção artificial é um processo feito pelo
temente, o indivíduo contraia a malária. Portanto, nas homem com a finalidade de obter espécies com
regiões com malária, o portador do gene para siclemia características vantajosas. Assim, temos a seleção
apresenta uma vantagem sobre os que não a apresentam. de raças de cães, gatos, gado e plantas. Entre os
processos usados, citamos o endocruzamento, a
hibridização e a transgênese.
No endocruzamento, o homem escolhe os
Considerando as relações existentes entre os orga- melhores e os cruza para obter características
nismos e o ambiente, reconhecemos três tipos de seleção desejadas. Na hibridização, cruza espécies dife-
natural: estabilizadora, direcional e e disruptiva (Fig. 17). rentes para obter híbridos com melhores
características de seus ancestrais.
A transgênese é aplicada a animais e vegetais
com a finalidade de determinar o desenvolvimen-
to de plantas e animais com maior produtividade.

Ocorre o isolamento reprodutivo quando duas popu-


lações de indivíduos não podem cruzar-se e, portanto,
trocar genes. Os mecanismos de isolamento constituem
barreiras ao intercâmbio de genes e podem ser pré-zigó-
Fig. 17. Tipos de seleção natural. ticos e pós-zigóticos.
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Os mecanismos pré-zigóticos são os que impedem o


contato sexual entre as espécies ou então impossibilitam
Também chamado de deriva genética, esse processo
a união dos gametas após o cruzamento. Assim, temos:
ocorre quando o patrimônio genético é alterado casu-
Isolamento habitacional almente, independentemente da seleção natural. Ocorre
O isolamento de habitat ocorre quando as popula- em pequenas populações e depende do acaso. Assim, se
ções vivem na mesma região, mas localizam-se em uma mutação ocorre em uma população de cem organis-
habitats diferentes. É muito comum em plantas, em mos, sua frequência, de início, é muito maior do que se
razão de sua natureza sedentária. acontecesse em uma população de 10 mil indivíduos.
Um caso típico de deriva genética ocorre no chama-
Isolamento sazonal ou estacional do efeito do fundador. Assim, por exemplo, um casal mi-
No isolamento estacional, duas populações de orga- gra para uma região onde a espécie ainda não existia e, se
nismos podem viver na mesma área, mas seus períodos o casal originar uma nova população, ela poderá ser
reprodutivos ocorrem em diferentes estações do ano. Em bastante diferente daquela da qual o casal se originou.
consequência, não ocorre reprodução, embora seja possí-
vel o contato físico. Comum em plantas, tal isolamento 20. A especiação
também pode ocorrer em insetos e moluscos.
A especiação é o processo de formação de novas es-
Isolamento etológico pécies e obedece aos seguintes estágios:
Em muitos animais, existem padrões de comporta- 1.º Estágio: Uma população A vive em um ambiente
mento relacionados ao acasalamento. No isolamento etoló- homogêneo.
gico, surgem diferenças de comportamento, impedindo os 2.º Estágio: Uma modificação ambiental provoca a
rituais de acasalamento e, consequentemente, a fecundação. migração da população para ambientes diferentes.
Assim, a população A divide-se em A1 e A2, que migram
Isolamento mecânico para ambientes diferentes.
Fala-se em isolamento mecânico quando a fecundação 3.º Estágio: Isoladas geograficamente e submetidas
é impedida devido a diferenças estruturais nos órgãos repro- a pressões seletivas diferentes, tais populações passam a
dutores, particularmente nas flores de plantas superiores. constituir raças geográficas ou subespécies.
Os mecanismos pós-zigóticos são os que impedem o 4.º Estágio: Com o passar do tempo, aumenta a dife-
desenvolvimento dos híbridos, reduzem a fertilidade renciação genética entre A1 e A2, provocando o isola-
deles ou a viabilidade de seus descendentes. mento reprodutivo.
5.º Estágio: As raças A1 e A2 voltam a se reunir na
Inviabilidade do híbrido mesma região, mas, devido ao isolamento reprodutivo,
O híbrido obtido não sobrevive à fase embrionária ou elas não se misturam. A1 e A2 são reconhecidas como es-
nasce com anomalias que provocam a morte. pécies distintas (Fig. 18).
Esterilidade do híbrido
O híbrido nasce, mas é estéril por anomalias nas gô-
nadas ou ausência de meiose.

Deterioração de F2
Os híbridos obtidos em F1 são normais e férteis, mas
seus descendentes (F2) são fracos ou estéreis.
Existem três processos complementares que também
contribuem para a evolução. São eles: migração, hibrida-
ção e oscilação genética.

A migração é responsável pelo fluxo gênico, que traz


à população novos genes, contribuindo para aumentar a
variabilidade genética.

A hibridação entre raças em espécies estreitamente


relacionadas é um processo que aumenta a variabilidade
genética. Fig. 18 – Os estágios da especiação.

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Existem dois tipos principais de especiação: alopátri-


ca e simpátrica. A especiação alopátrica ocorre quando
a população inicial sofre isolamento geográfico, diferen-
ciação genotípica e fenotípica, seguida do isolamento
reprodutivo e da formação de duas espécies diferentes. A
especiação simpátrica acontece quando há divergência
entre duas espécies dentro de uma mesma área geográ-
fica. Assim, um híbrido estéril duplica seus cromossomos
e passa a ser fértil produzindo gametas. Os indivíduos
resultantes da fusão desses gametas possuem patrimônio
genético diferente de seus antecessores, isolando-se
reprodutivamente e formando diferentes espécies.

21. Irradiação adaptativa e


Fig. 20 – Evolução convergente, apresentada por um peixe (tubarão), um
convergência evolutiva réptil extinto (ictiossauro) e um mamífero (golfinho), todos eles muito bem
Irradiação adaptativa ou evolução divergente é o pro- adaptados à vida aquática.

cesso de evolução de uma espécie ancestral em uma varie-


dade de formas que ocupam diferentes ambientes. Em vir- 22. Anagênese e cladogênese
tude da constante competição por espaço e alimento, cada A especiação pode ser realizada através de dois proces-
grupo de organismos tende a se expandir e ocupar diferen- sos anagênese e cladogênese. Na anagênese (ana = para
tes ambientes, por meio de novas características adquiridas cima + gênese = origem) uma população vai gradualmente
como resultado de mutações e recombinações genéticas. se modificando devido ao aparecimento de um novo caráter
O conceito de irradiação adaptativa, ou seja, evolu- ou alteração de caracteres já existentes. As modificações
ção em várias direções partindo de um ancestral comum,
acontecem devido à recombinação genética, resultante da
pode ser ilustrado pela estrutura dos membros dos mamí-
reprodução sexuada e às mutações gênicas. Os novos
feros (Fig. 19).
caracteres são submetidos à seleção natural, imposta pelo
meio ambiente. Como efeito surge uma população tão
diferente da original que passa a ser considerada uma nova
espécie. Na cladogênese (clado = ramo + gênese = origem)
novas espécies surgem por irradiação adaptativa, a partir de
uma população inicial através da sequência de três etapas:
isolamento geográfico, diversidade genética e isolamento
reprodutivo. Na figura, esquematizamos os dois processos.
Em I observamos a anagênese na qual, através de uma série
de modificações, a espécie A acabou se transformando na
espécie F. Em II temos a cladogênese em que a espécie A
originou 5 novas espécies (G, M, N, K, E).

Fig. 19 – Irradiação adaptativa.

Assim, partindo de um tipo primitivo, surgiram os


voadores, nadadores, trepadores etc.
A convergência evolutiva ou evolução convergente
consiste na semelhança entre organismos de origens dife-
rentes que, vivendo por muito tempo no mesmo ambien-
te, são submetidos às mesmas pressões seletivas e aca-
bam por se assemelharem. É o caso da semelhança cor-
pórea entre um réptil fóssil (ictiossauro), um peixe (o
tubarão) e um mamífero (o golfinho); no caso, trata-se de
uma adaptação à vida aquática (Fig. 20). Fig. 21 – Anagênese e cladogênese.

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23. Construção de um cladograma Convertendo a tabela em cladograma, teremos:


Cladogramas são diagramas que descrevem as relações
existentes entre diferentes grupos de táxons chamados de
clados. Pela descrição dessas relações, os cladogramas
mostram a evolução ou filogenia dos táxons. Os
cladogramas são construídos agrupando organismos com
base em seus caracteres em comum. Para exemplificar,
considere, na tabela abaixo, os táxons A, B, C e D e os
caracteres 1, 2, 3 e 4. O x indica a presença dos caracteres.

Táxons
Caracteres
A B C D
1 x x x x
A seguir, damos um exemplo concreto.
2 x x x
3 x x
4 x

Animais
Caracteres
Anfioxo Canguru Carpa Cobra Homem Rhesus Sapo
1. Notocorda x x x x x x x
2. Coluna vertebral x x x x x x
3. Pares de patas x x x x x
4. Âmnio x x x x
5. Glândulas mamárias x x x
6. Placenta x x
7. Foramen Magnum em posição
x
inferior

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HISTÓRIA GEOLÓGICA DA TERRA

Início
Eras Períodos (em milhões de anos Eventos
atrás)

As grandes glaciações
Pleistoceno 2
Aparecimento do Homo sapiens.

Plioceno 5 Aparecimento do Australopithecus.

Mioceno 24 Irradiação dos macacos antropoides.


Cenozoica

Oligoceno 37 Origem de modernas familías de mamíferos.

Eoceno 58 Primeiros cães, gatos, cavalos e elefantes.

Paleoceno 65 Origem da maioria das ordens modernas de mamíferos.

Aparecimento da fanerógamas e extinção dos


Cretáceo 144
dinossauros.

Mesozoica Aparecimento de coníferas e mamíferos. Evolução dos


Jurássico 208
dinossauros.

Triássico 245 Dominância dos répteis, primeiros mamíferos.

Permiano 286 Irradiação dos répteis e declínio dos anfíbios.

Dominância dos anfíbios e das primitivas florestas


Carbonífero 360
tropicais.

Florestas de pteridófitas; primeiros répteis e irradiação


Devoniano 408
dos insetos.
Paleozoica
Primeiros insetos e anfíbios e primeiras plantas
Siluriano 438
terrestres.

Diversificação dos peixes; plantas e animais colonizam a


Ordoviciano 505
terra.

Cambriano 570 Aparecimento da maioria dos filos dos vertebrados.

Pré-cambriano 4.600 Origem da vida no mar.

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24. Os grupos taxonômicos


Em função do relacionamento evolutivo, Willi Henning identificou três tipos de grupos taxonômicos: monofilético,
parafilético e polifilético.
Monofilético é o grupo formado por uma espécie ancestral e todas as suas espécies descendentes. O grupo
parafilético inclui um ancestral comum, mas não inclui todas as espécies descendentes. Como polifilético, designamos
o grupo constituído por espécies que apresentam dois ou mais espécies descendentes. (Fig. 22)

Fig. 22 – Grupos taxonômicos.

25. A evolução humana


A evolução humana, também conhecida como antropogênese, é objeto de estudos da antropologia, a ciência que
estuda o homem e os grupos humanos. No quadro abaixo, resumimos os principais antepassados do homem.

Hominídeos Época em que viveram Caraterísticas

O mais antigo ancestral humano. Volume craniano de 500 cm3.


4.000.000 a 1.000.000
Australopithecus Baixa estatura (1,40 m), bipedismo, fronte curta e maxilares
de anos
muito desenvolvidos.

Volume craniano de 800 cm3, altura de 1,27 cm com peso de


Homo habilis 2.000.000 de anos 45 kg. Vivia como nômade nas savanas africanas, comia carne
e frutos.

Volume craniano de 1.000 cm3 e postura ereta. Ampla


Homo erectus 1.000.000 de anos distribuição, com populações espalhadas por África, Ásia e
Europa. Dieta onívora e domínio do fogo.

Volume craniano 1.700 cm3 e muito semelhante ao homem


Homo
200.000 atual. Comia principalmente carne, fabricava ferramentas e
neanderthalensis
enterrava os mortos.

Volume craniano de 1.500 cm3, com desenvolvimento da região


Homo sapiens 100.000 da fala. Onívoro, conquistou todos os ambientes terrestres e
realizou manifestações artísticas.

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O assunto na aula de Biologia era a evolução do homem. Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que
Foi apresentada aos alunos uma árvore filogenética, igual a) todas as afirmativas estão corretas.
à mostrada na ilustração, que relacionava primatas atuais b) apenas as afirmativas I e III estão corretas.
e seus ancestrais. c) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
d) apenas a afirmativa II está correta.
e) apenas a afirmativa IV está correta.
Resolução
I e IV estão incorretas. Macacos antropoides e homem tem paren-
tesco genético, pois descendem de um ancestral comum.
Resposta: B

2. Foram feitas comparações entre DNA e proteínas


da espécie humana com DNA e proteínas de di-
versos primatas. Observando a árvore filogenética,
você espera que os dados bioquímicos tenham apontado, entre
os primatas atuais, como nosso parente mais próximo o
a) Australopithecus. b) Chimpanzé.
c) Ramapithecus. d) Gorila.
e) Orangotango.
Resolução
A árvore evolutiva mostra que as maiores semelhanças bioquí-
micas (DNA e proteínas) ocorrem entre o homem e o chimpanzé.
Resposta: B

3. Se fosse possível uma máquina do tempo percorrer a evolução


dos primatas em sentido contrário, aproximadamente quantos
1. Após observar o material fornecido pelo professor, os alunos milhões de anos precisaríamos retroceder, de acordo com a
emitiram várias opiniões, a saber: árvore filogenética apresentada, para encontrar o ancestral co-
I. Os macacos antropoides (orangotango, gorila, chimpanzé e mum do homem e dos macacos antropoides (gibão, orangotango,
gibão) surgiram na Terra mais ou menos contemporanea- gorila e chimpanzé)?
mente ao homem. a) 5 b) 10 c) 15 d) 30 e) 60
II. Alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos ma- Resolução
cacos antropoides. A árvore mostra que o homem e os macacos antropoides derivam
III. Na história evolutiva, os homens e os macacos antropoides de um ancestral comum datado de 15 milhões de anos atrás.
tiveram um ancestral comum. Resposta: C
IV. Não existe relação de parentesco genético entre macacos
antropoides e homens.

4. (UNICAMP) – A hipótese mais aceita para explicar a origem da 5. (UNESP)


vida sobre a Terra propõe que os primeiros seres vivos eram hete- a) De acordo com a hipótese heterotrófica da origem da vida, qual
rótrofos. seria a composição química da atmosfera da Terra primitiva?
a) Que condições teriam permitido que um heterótrofo sobre- b) Como os organismos fotossintetizantes modificaram a atmos-
vivesse na Terra primitiva? fera primitiva da Terra, permitindo o aparecimento de outras
b) Que condições ambientais teriam favorecido o aparecimento formas de vida?
posterior dos autótrofos?
c) Além das condições ambientais, qual o outro argumento para
não se aceitar que o primeiro ser vivo tenha sido autótrofo?

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6. (UNICAMP) – Em 1953, Miller e Urey realizaram experimentos si-


mulando as condições da Terra primitiva: supostamente altas tem-
peraturas e atmosfera composta pelos gases metano, amônia,
hidrogênio e vapor-d água, sujeita a descargas elétricas intensas.
A figura a seguir representa o aparato utilizado por Miller e Urey
em seus experimentos.

Através desse experimento, Miller testou a hipótese de que, na


atmosfera primitiva pela ação de raios,
a) compostos orgânicos puderam se formar a partir de moléculas
simples.
b) compostos inorgânicos puderam se formar a partir de
moléculas orgânicas.
a) Qual a hipótese testada por Miller e Urey neste experimento? c) compostos inorgânicos e orgânicos puderam originar os
b) Cite um produto obtido que confirmou a hipótese. primeiros seres vivos.
c) Como se explica que o O2 tenha surgido posteriormente na d) macromoléculas puderam se formar a partir de moléculas
atmosfera? orgânicas simples.
e) coacervados puderam se formar a partir de moléculas
inorgânicas.
7. (UFG) – Os cientistas sugerem que os primeiros seres vivos da
Terra eram os procariontes primitivos e que seres mais 10. (UNIRIO) – Em 1936, Alexander Oparin propõe uma nova explica-
complexos evoluíram a partir destes organismos. Duas hipóteses ção para a origem da vida. Sua hipótese se resume nos seguintes
são propostas para explicar essa evolução: (a) hipótese passos descritos no esquema que se segue.
heterotrófica e (b) hipótese autotrófica. Construa um argumento
que defenda a hipótese heterotrófica e outro que defenda a
hipótese autotrófica.

8. (UNESP) – Uma vez que não temos evidência por observação


direta de eventos relacionados à origem da vida, o estudo
científico desses fenômenos difere do estudo de muitos outros
eventos biológicos. Em relação a estudos sobre a origem da vida,
apresentam-se as afirmações seguintes.
I. Uma vez que esses processos ocorreram há bilhões de anos,
não há possibilidade de realização de experimentos, mesmo
em situações simuladas, que possam contribuir para o
entendimento desses processos.
II. Os trabalhos desenvolvidos por Oparin e Stanley Miller
ofereceram pistas para os cientistas na construção de
hipóteses plausíveis quanto à origem da vida.
III. As observações de Oparin sobre coacervados ofereceram
indícios sobre um processo que se constituiu, provavelmente, Pela teoria de Oparin, os primeiros seres surgidos na Terra teriam
em um dos primeiros passos para a origem da vida, qual seja sido
o isolamento de macromoléculas do meio circundante. a) heterótrofos e aeróbios.
b) heterótrofos e anaeróbios.
Em relação a essas afirmações, podemos indicar como correta(s) c) autótrofos e anaeróbios.
a) I, apenas. d) autótrofos e aeróbios.
b) II, apenas. e) autótrofos e heterótrofos.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas. 11. (FATEC) – Atente para os seguintes itens, relativos a processos
e) I, II e III. que ocorrem nos seres vivos.
I. Síntese de substâncias orgânicas.
9. (PUC-SP) – Na figura a seguir, temos representado um aparelho II. Liberação de oxigênio para a atmosfera.
projetado por Stanley Miller no início da década de 1950. Por esse III. Utilização de substâncias orgânicas presentes no meio am-
aparelho circulavam metano, amônia, vapor-d’água e hidrogênio, biente.
e, através de energia fornecida por descarga elétrica, produtos de IV. Não liberação de oxigênio para a atmosfera.
reações químicas como aminoácidos, carboidratos e ácidos V. Obtenção de energia por processo aeróbico.
graxos eram coletados no alçapão. VI. Obtenção de energia por processo anaeróbico.

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A hipótese heterotrófica da origem da vida admite que nos primei- 16. (MODELO ENEM) – Analise a tirinha a seguir:
ros seres vivos ocorria
a) I, II e V, apenas. b) III, IV e VI, apenas.
c) I, IV e VI, apenas. d) III, II e VI, apenas.
e) II, IV e V, apenas.

12. (PUCC) – As fontes termais submarinas constituem um ambiente


favorável para o estudo da origem da vida em nosso planeta.
I. Para alguns pesquisadores, essas condições se assemelham ao
ambiente inicial, que foi favorável à formação e integridade de
moléculas orgânicas, e que existiu nos primórdios da evolução
biológica. Levando-se em consideração as asas desses animais, as baratas
II. Para outros pesquisadores, a água rica em gás sulfeto de não são pássaros porque esta estrutura é uma evidência da
hidrogênio seria uma fonte de nutrientes e energia para que os evolução, pelo fato de representar uma
primeiros organismos produzissem seu alimento. a) analogia, ou seja, têm desenvolvimento embrionário reduzido
nas baratas.
As informações acima estão relacionadas com duas hispóteses
b) analogia, ou seja, têm diferente origem embrionária e mesma
distintas sobre a origem da vida. Sobre isso, assinale a alternativa
função.
correta.
c) analogia, ou seja, têm as mesmas origem embrionária e função.
a) I refere-se à hipótese autotrófica, segundo a qual organismos
d) homologia, ou seja, têm diferente origem embrionária e mes-
fotossintetizantes convertiam H2O e CO2 em compostos
ma função.
orgânicos mais complexos e ricos em energia química.
e) homologia, ou seja, têm as mesmas origem embrionária e
b) II refere-se à hipótese heterotrófica, segundo a qual os pri-
função.
meiros organismos se alimentavam de compostos orgânicos
formados de forma abiótica a partir de compostos simples.
17. (UFMT) – A figura mostra órgãos de diferentes grupos animais
c) I está relacionado à panspermia, hipótese segundo a qual a
com a mesma origem embrionária, mas adaptados a diferentes
vida teria surgido fora do planeta e semeada aqui por
funções.
meteoritos vindos do espaço sideral.
d) II relaciona-se à hipótese autotrófica, segundo a qual orga-
nismos quimiossintetizantes produzem alimento com energia
obtida por reações químicas inorgânicas.
e) I está associado à hipótese simbiótica, segundo a qual orga-
nismos eucarióticos primitivos incorporaram bactérias que
passaram a funcionar como mitocôndrias e cloroplastos.

13. (PUC) – Considere os seguintes dados relativos à origem da vida:


I. Aparecimento do processo de fermentação.
II. Formação de coacervados.
III. Aparecimento dos processos de fotossíntese e respiração
aeróbia.
Esse mecanismo trata de órgãos
IV. Estabelecimento do equilíbrio entre heterótrofos e autótrofos.
a) homólogos. b) análogos. c) vestigiais.
A ordem lógica em que esses eventos ocorrem é d) atrofiados. e) irradiados.
a) I → II → III → IV. b) I → II → IV → III.
c) II → I → III → IV. d) II → III → IV → I. 18. (MODELO ENEM) – O quadro a seguir mostra a comparação do
e) IV → III → II → I. número de aminoácidos diferentes, nas cadeias polipeptídicas da
hemoglobina de vários mamíferos. A análise bioquímica de poli-
14. (VUNESP) – Existem duas hipóteses que os cientistas têm para peptídeos e proteínas, além de outras evidências, permite aos
explicar os processos de obtenção de energia: a heterotrófica e a cientistas traçarem as linhas evolutivas dos diferentes grupos de
autotrófica. Elas sugerem que os primeiros organismos que seres vivos.
surgiram na Terra foram capazes de realizar, respectivamente, a
a) fermentação e a respiração. Número de
Espécies Comparadas
b) fotossíntese e a respiração. Aminoácidos Diferentes
c) quimiossíntese e a fotossíntese.
d) respiração e a fotossíntese. homem x chimpanzé 0
e) fermentação e a quimiossíntese.
homem x gorila 2
15. A evolução das espécies pode ser evidenciada por provas encon-
tradas em várias áreas científicas de estudo. Estando ciente dis- homem x macaco Rhesus 12
so, analise as afirmativas abaixo.
I. As semelhanças entre os embriões de diferentes espécies suge- macaco Rhesus x gorila 14
re que estas possuem um grau de parentesco, constituindo-se
numa prova embriológica da evolução.
II. O estudo dos fósseis permite avaliar o processo de evolução de homem x cavalo 43
um dado grupo, sendo, nesse caso, uma prova paleontológica.
III. Análises laboratoriais de determinadas substâncias mostram cavalo x gorila 45
que estas são produzidas pela maioria dos seres vivos e, por
isso, são consideradas provas bioquímicas da evolução. Com respeito ao quadro e às evidências da evolução dos seres
Assinale a alternativa correta. vivos, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
a) Apenas I e III estão corretas. I. Além do estudo das proteínas, o sequenciamento do DNA
b) Apenas I e II estão corretas. também permite estudos evolutivos.
c) Todas estão corretas. II. Quanto à hemoglobina, o quadro mostra que o gorila é uma
d) Apenas III está correta. espécie mais próxima do homem do que o chimpanzé.
e) Todas estão erradas.

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III. Com relação à hemoglobina, o cavalo apresenta maior simi- Assinale a alternativa que apresenta as duas espécies (I) mais
laridade com o gorila do que com o homem. aparentadas entre si; (II) geneticamente mais próximas do boi.
IV. O fato de não haver diferenças entre a hemoglobina do chim-
panzé e a do homem nos permite classificá-los como perten- Mais aparentadas Mais próximas do boi
centes ao mesmo gênero.
a) Hipopótamo e javali Carneiro e camelo
São corretas
a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. b) Carneiro e camelo Hipopótamo e javali
c) III e IV, apenas. d) I e III, apenas.
c) Hipopótamo e porco Carneiro e javali
e) I, II, III e IV.
d) Carneiro e porco Camelo e javali
19. Existem serpentes que apresentam ossos vestigiais de membros
posteriores. Trata-se de uma evidência evolutiva que indicaria que e) Hipopótamo e porco Carneiro e camelo
as serpentes
a) perderam as patas ao longo do processo evolutivo, pois não
precisaram utilizar esses órgãos. 22. (UERJ) – Segundo a perspectiva de alguns cientistas, as
b) descenderam de ancestrais que apresentavam pernas. mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global podem
c) com esses órgãos vestigiais são mutantes e não têm grau de estar provocando mudanças nos processos adaptativos de seres
parentesco com largatos. vivos.
d) poderão desenvolver patas mais eficientes que os lagartos. Justifique essa perspectiva com base nas seguintes propostas:
e) são mais próximas evolutivamente dos peixes do que dos • teoria evolutiva de Lamarck;
anfíbios. • neodarwinismo.

20. (VUNESP) – O estudo da homologia e da analogia de órgãos seme- 23. (UNICAMP) – A evolução biológica é tema amplamente debatido
lhantes dos seres vivos auxilia no entendimento do processo e as teorias evolucionistas mais conhecidas são as de Lamarck e
evolutivo de espécies viventes, ainda que genealogicamente dis- Darwin, a que remete a tira do Calvin abaixo.
tantes. A figura ilustra órgãos semelhantes de morcego, ave e inseto.

Ao comparar os morcegos, as aves e os insetos, pode-se afirmar


corretamente que as asas dos
a) morcegos são homólogas às dos insetos e as duas são
análogas às das aves.
b) insetos são homólogas às das aves e as duas são análogas às
dos morcegos.
c) morcegos são análogas às das aves e as duas são homólogas
às dos insetos.
d) morcegos são homólogas às das aves e as duas são análogas (<http://rocko.blogia.com/2005/050602-comic-06.05.05-calvin-hobbes-lamarck-y-
às dos insetos. laevolucion.php>. Acesso em: 8 dez. 2007.)
e) insetos são análogas às das aves e as duas são homólogas às
dos morcegos. Tradução:
Quadro 1: Uma das criaturas mais peculiares da natureza, a girafa,
21. Com a finalidade de estudar as relações de parentesco entre os está singularmente adaptada a seu ambiente.
vários mamíferos, realizou-se a experiência representada na figura Quadro 2: Sua tremenda altura lhe permite mastigar os suculentos
abaixo. Nessa experiência, foram adicionadas aglutininas antiboi petiscos mais difíceis de alcançar.
Quadro 3: Biscoitos.
ao sangue de várias espécies de ungulados.
a) Como a altura da girafa, lembrada pela tira do Calvin, foi
utilizada para explicar a teoria de Lamarck?
b) Como a teoria de Darwin poderia explicar a situação relacio-
nada com a altura da girafa?

24. (VUNESP) – Aquecimento já provoca mudança em gene animal.


Algumas espécies animais estão se modificando geneticamente
para se adaptar às rápidas mudanças climáticas no espaço de
apenas algumas gerações, afirmam cientistas.
(Folha de S. Paulo, 9 mai. 2006.)

O texto pressupõe uma interpretação darwinista ou lamarckista


do processo evolutivo? Justifique.

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25. (VUNESP) – Um aluno do ensino médio perguntou a seu professor ( ) Dentro das cavernas, os peixes cegos levam vantagem
de biologia sobre a presença dos esporões encontrados nas patas sobre os peixes não cegos.
de um galo. De acordo com o conceito darwinista, o esporão
a) se desenvolveu para defender o animal em disputas pelas Assinale a alternativa que apresenta, de cima para baixo, a
fêmeas, e essa característica foi transmitida aos descendentes. sequência correta.
b) foi crescendo com o tempo, devido à utilização frequente nas a) F, V, V e V. b) F, V, V e F. c) V, F, V e F.
brigas entre galos. d) V, F, F e V. e) V, V, F e F.
c) encontrado em alguns galos, no passado, permitiu sua sobre-
vivência, e os descendentes herdaram essa característica. 30. (UFCG) – A biodiversidade tem fascinado a humanidade ao longo
d) foi estimulado a crescer somente em galos de briga, para de sua história. Explicações míticas, religiosas e científicas têm
aumentar a defesa territorial. sido formuladas para a origem dos seres vivos e de sua diver-
e) surgiu devido às constantes brigas entre galos, e isso garantiu sidade. Em 2009, comemoraram-se os 150 anos de A Origem das
a sobrevivência daqueles que o possuíam. Espécies, o livro do naturalista Charles Darwin (1809-1882), que
revolucionou o pensamento acerca da existência da vida e esta-
26. (FUVEST) – Considere as seguintes afirmações: beleceu os fundamentos do evolucionismo. A teoria darwinista
1) O gafanhoto é verde porque vive na grama. defende as ideias expressas em:
2) O gafanhoto vive na grama porque é verde. I. A seleção natural favorece, ao longo das gerações sucessivas,
Na sua opinião, qual afirmação seria atribuída a Darwin e qual se- a permanência e o aprimoramento de características
ria atribuída a Lamarck? Justifique sua resposta. relacionadas à adaptação.
II. O ambiente natural impõe limites ao crescimento das popu-
27. (VUNESP) – Tanto para Lamarck como para Darwin, o ambiente lações, mantendo-as constantes ao longo do tempo, porém,
tinha um papel importante no processo evolutivo. morrendo a cada geração grande número de indivíduos,
a) Qual dos dois cientistas admitia que o ambiente seleciona a muitos deles sem deixar descendentes.
variação mais adaptativa? III. As características adquiridas pelo uso intenso ou pela falta de
b) Qual o pensamento do outro cientista sobre o papel do uso dos órgãos poderiam ser transmitidas à descendência,
ambiente no processo evolutivo? caracterizando-se como a “lei da transmissão de caracteres
adquiridos”.
28. (UNESP) IV. A seleção artificial não podia, segundo as observações de
Darwin, ser comparada à seleção que a natureza exerce sobre
as espécies selvagens.
V. A adaptação resulta do fato de os indivíduos portadores de
características adaptativas terem mais chance de sobreviver e
de deixar descendentes, aos quais transmitem suas caracte-
rísticas.
Assinale a alternativa correta:
a) II, III e IV. b) I, II e V. c) I, IV e V.
d) I, III e IV. e) III, IV e V.

31. (UFC) – O ambiente afeta a forma e a organização dos animais,


isto é, quando o ambiente se torna muito diferente, produz ao
longo do tempo modificações correspondentes na forma e
Se me mostrarem um único ser vivo que não tenha ancestral, organização dos animais… As cobras adotaram o hábito de se
minha teoria poderá ser enterrada. arrastar no solo e se esconder na grama; de tal maneira que seus
(Charles Darwin) corpos, como resultado de esforços repetidos de se alongar,
adquiriram comprimento considerável… .
Sobre essa frase, afirmou-se que:
I. Contrapõe-se ao criacionismo religioso. O trecho citado foi transcrito da obra Filosofia Zoológica, de um
II. Contrapõe-se ao essencialismo de Platão, segundo o qual famoso cientista evolucionista. Assinale a alternativa que contém,
todas as espécies têm uma essência fixa e eterna. respectivamente, a ideia transmitida pelo texto e o nome de seu
III. Sugere uma possibilidade que, se comprovada, poderia refutar autor.
a hipótese evolutiva darwiniana. a) Seleção natural – Charles Darwin.
IV. Propõe que as espécies atuais evoluíram a partir da modi- b) Herança dos caracteres adquiridos – Jean Lamarck.
ficação de espécies ancestrais, não aparentadas entre si. c) Lei do transformismo – Jean Lamarck.
V. Nega a existência de espécies extintas, que não deixaram d) Seleção artificial – Charles Darwin.
descendentes. e) Herança das características dominantes – Alfred Wallace.

É correto o que se afirma em 32. (VUNESP) – Um aluno perguntou a seu professor de Biologia por
a) IV, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. que algumas pessoas têm menos pelos no corpo. O professor
d) I, II e III, apenas. e) I, II, III, IV e V. devolveu a pergunta solicitando que o estudante encontrasse
uma possível justificativa. Então, o aprendiz respondeu que
29. (UEL) – A fauna de vertebrados do fundo de cavernas é provavelmente isso acontece porque as pessoas não precisam
representada por peixes, salamandras e morcegos; são animais dos pelos para se aquecer, pois existem as roupas que podem
geralmente despigmentados e, no caso dos peixes, cegos. cumprir esse papel. O professor, ao ouvir essa resposta, pôde
Sobre a condição de cegueira dos peixes da caverna, atribua utilizar para exemplificar a ideia evolucionista de
verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmativas a seguir, que a) Lamarck, sendo possível relacionar com a Lei do Uso e
explicam a razão pela qual encontramos maior incidência de Desuso.
peixes cegos dentro das cavernas do que fora delas, quando b) Lamarck, sendo possível relacionar com a Teoria da Seleção
comparada com a população de peixes não cegos. Artificial.
( ) Dentro das cavernas, os peixes não cegos são presas c) Darwin, o qual descreveu que o ambiente induz à alteração no
fáceis dos peixes cegos. organismo.
( ) Fora das cavernas, os peixes cegos são presas fáceis de d) Darwin, que explicou a evolução dos seres vivos por meio da
predadores. Lei do Uso e Desuso.
( ) Fora das cavernas, os peixes não cegos levam vantagem e) Mendel, que demonstrou por meio dos cálculos genéticos
sobre os peixes cegos. como as características aparecem.

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33. (UFSCar) – A descoberta de fósseis em uma pequena ilha do As hipóteses 1 e 2 para a origem dos longos bicos dos beija-flores
Pacífico revelou que, há milhares de anos, aquele era o habitat de podem ser tomadas, respectivamente, como exemplos
duas espécies muito semelhantes de pássaros. Nos dias atuais, a) de darwinismo e de lamarckismo.
somente uma dessas espécies sobrevive naquele ambiente. b) de criacionismo e de lamarckismo.
Levando-se em consideração as ideias de Darwin sobre a teoria c) de darwinismo e de fixismo.
da evolução, o que explica o fato é que d) de lamarckismo e de darwinismo.
a) a espécie extinta sofreu mutação. e) de criacionismo e de darwinismo.
b) a espécie sobrevivente descende da extinta.
c) as espécies sofreram seleção natural. 38. (UCCB) – O bipedismo, capacidade de andar ereto sobre duas
d) a espécie sobrevivente possui genes dominantes. pernas, foi essencial para a evolução do ser humano. Essa nova
e) a espécie extinta possuía genes recessivos. postura levou a espécie a um novo modo de vida. Com as mãos
livres e maior coordenação motora, o ser humano conseguiu realizar
34. (VUNESP) – Em outubro de 1838, isto é, 15 meses depois de tarefas como carregar, moldar e manipular objetos e alimentos.
ter iniciado minha investigação sistemática, aconteceu-me Uma hipótese para explicar evolutivamente o bipedismo, de acordo
estar lendo, por entretenimento, o ensaio de Malthus sobre a com a teoria de Darwin, seria a de que os indivíduos
população, e, a partir da observação longa e continuada dos a) forçaram o uso da musculatura e das articulações necessárias
hábitos dos animais e das plantas – para avaliar a luta pela ao andar ereto, que se modificaram pelo uso, e essas modi-
existência, que continua em toda parte –, repentinamente ficações foram transmitidas aos descendentes.
ocorreu-me que, sob essas circunstâncias, as variações b) bípedes conviviam com os quadrúpedes e, por competição, só
favoráveis tenderiam a ser preservadas, e as desfavoráveis, os bípedes conseguiram se perpetuar.
destruídas. O resultado disso seria a formação de novas c) sofreram mutações favoráveis em suas células somáticas e,
espécies. Aqui, então, tinha conseguido finalmente uma teoria por seleção natural, as trasmitiram a seus descendentes.
pela qual trabalhar. d) passaram a andar sobre dois pés para fugir mais facilmente
dos predadores, o que induziu mutações em suas células
(S.J. Gould. O polegar do Panda. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 53.) reprodutivas, transmitidas ao descendentes.
e) que conseguiram ficar eretos, por seleção natural, sobrevi-
O trecho foi extraído da autobiografia de um importante cientista. veram e tiveram maior sucesso reprodutivo.
Assinale a alternativa que registra o nome desse cientista e o
principal conceito expresso nesse parágrafo. 39. (VUNESP) – Durante sua viagem ao redor do mundo, a bordo do
a) Jean-Baptiste Lamarck; seleção natural. navio inglês H.M.S. Beagle, Charles Robert Darwin foi o
b) Lavoisier; comportamento animal. responsável pela coleta, anotação e catalogação das espécies
c) Charles Darwin; seleção natural. existentes nos mais diversos ecossistemas visitados.
d) Jean-Baptiste Lamarck; lei do uso e desuso. Essa viagem de Darwin contribuiu significativamente na for-
e) Charles Darwin; a origem das variações. mulação de sua teoria evolucionista, pois permitiu que
a) constatasse a diversidade biológica existente dentro de
35. (UNIFOR) – Para o estudo da evolução de um grupo de orga- populações de diversas espécies.
nismos, é importante conhecer b) refutasse o processo evolutivo pela Lei do Uso e Desuso
a) o registro fóssil, a geologia de seu ambiente e seus nichos proposta por Larmarck.
ecológicos. c) identificasse características genéticas dominantes selecio-
b) sua distribuição geográfica, o registro fóssil e sua anatomia nadas naturalmente pelo ambiente.
comparada. d) comprovasse a ocorrência de mutações genéticas nas
c) sua distribuição geográfica, as taxas metabólicas e seus populações isoladas em ilhas.
nichos ecológicos. e) testasse o processo de seleção natural em populações de
d) as preferências alimentares, seus hábitats e seus genomas. locais ainda desconhecidos.
e) as preferências alimentares, os tempos de gestação e o
registro fóssil. 40. A moderna teoria da evolução, conhecida como teoria sintética ou
neodarwinismo, reconhece cinco tipos básicos de processos:
36. Considere as seguintes frases: mutação gênica, variações na estrutura e no número de cromos-
I. Os gafanhotos são verdes para poderem viver entre folhas ver- somos, recombinação genética, seleção natural e isolamento
des. reprodutivo.
II. Folhas transformadas em espinhos permitem a economia de Explique de que maneira eles atuam na evolução.
água, já que têm menor superfície.
III. O urso polar pode sobreviver na neve porque tem pelo branco 41. (FUVEST) – O desenvolvimento da Genética, a partir da redesco-
e espesso. berta das leis de Mendel, em 1900, permitiu a reinterpretação da
IV. Como o apêndice vermiforme humano não é necessário, pois teoria da evolução de Darwin. Assim, na década de 1940, formu-
não tem função aparente, vai desaparecer. lou-se a teoria sintética da evolução. Interprete o diagrama a se-
São frases de caráter darwinista guir, de acordo com essa teoria.
a) I, II, III e IV. b) II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas. d) II e IV, apenas.
e) I e IV, apenas.

37. (UEAM) – Sobre o comprimento do bico dos beija-flores, foram


formuladas duas hipóteses:
1. O bico longo dos beija-flores variava entre os indivíduos
ancestrais, e os nascidos com bicos mais longos tiveram mais
facilidade de obter alimento e maior chance de sobreviver e
deixar descendentes com bicos cada vez mais longos através
das gerações;
2. O bico longo dos beija-flores surgiu pela necessidade que eles
tinham de alcançar as glândulas produtoras de néctar no
interior de flores tubulares, e essa característica foi transmitida
aos descendentes. a) Que fator evolutivo está representado pela letra A?
b) Que mecanismos produzem recombinação gênica?
c) Que fator evolutivo está representado pela letra B?

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42. (UNIFAL) – A Teoria Moderna da Evolução considera a mutação 46. (FMTM) – Na época em que Darwin propôs sua teoria sobre a
gênica, a recombinação gênica e a seleção natural como os princi- evolução, não eram conhecidas as causas da variabilidade
pais fatores evolutivos. Sobre estes fatores, responda: biológica, sobre a qual age a seleção natural.
a) Que fator ocorre exclusivamente em organismos sexuados? Hoje sabemos que, entre essas causas,
b) Que fator leva à substituição de uma base nitrogenada por a) estão as mutações dirigidas pelo meio.
outra na molécula de DNA? b) está a necessidade de adaptação ao meio.
c) Qual o principal fator atuante na eliminação dos indivíduos c) está a herança das características adquiridas pelo esforço
menos adaptados a um ambiente particular? durante a vida.
d) Qual é a fonte primária da variabilidade genética? d) estão as mutações que ocorrem ao acaso e a recombinação
e) O que é recombinação gênica? gênica.
e) está a recombinação proporcionada pela reprodução assexuada.
43. (PUC-SP) – Um pesquisador, procurando relacionar o uso de anti-
bióticos com o desenvolvimento de resistência em bactérias, fez 47. (UNESP) – No processo evolutivo das populações naturais,
a seguinte afirmação: a) as variações produzidas pelo meio ambiente são importantes
“As bactérias desenvolveram resistência aos antibióticos, devido desde que sofram ação da seleção natural.
ao uso frequente e indiscriminado no tratamento das infecções.” b) a recombinação genética e a mutação são dois fatores básicos
a) Qual a teoria evolucionista relacionada com a afirmação acima? que produzem variabilidade.
b) Como você explicaria o fenômeno em questão, utilizando os c) as fontes principais de variabilidade gênica são a mutação e a
princípios neodarwinistas? oscilação genética.
d) apenas as mutações que produzem efeitos abruptos e inten-
44. (UNESP) – No intervalo da aula de Biologia, um aluno contou a sos são válidas.
seguinte piada: e) a seleção natural atua como o fator que induz a ocorrência de
Dois cervos conversavam e passeavam pela mata quando um mutação nos indivíduos.
deles gritou:
– Uma onça!!! Vamos correr!!! 48. (FATEC) – A teoria sintética ou teoria moderna da evolução consi-
Ao que o outro respondeu: dera três fatores evolutivos principais, que são
– Não adianta correr, ela é mais veloz que qualquer um de nós. a) uso e desuso, transmissão das características adquiridas e se-
– Eu sei. Mas a mim basta ser mais veloz que você. leção natural.
b) uso e desuso, seleção natural e migração.
O diálogo entre os cervos exemplifica um caso de c) mutação gênica, uso e desuso e migração.
a) competição interespecífica. d) mutação gênica, uso e desuso e seleção natural.
b) competição intraespecífica. e) mutação gênica, recombinação gênica e seleção natural.
c) seleção natural.
d) irradiação adaptativa. 49. (UFSC)
e) mimetismo.

45. (PUC-SP) – Analise a tira de quadrinhos abaixo.

A charge faz referência à evolução do formato do bico das aves.


Assinale a alternativa que contém informações corretas sobre
esse processo.
a) Em diferentes populações, diferentes mutações são selecio-
nadas em função das características do ambiente, resultando
nos diferentes formatos de bico.
Embora hermafroditas, os caramujos normalmente têm fecun- b) Em diferentes populações, diferentes mutações são deter-
dação cruzada, mecanismo que leva a descendência a apresentar minadas pela necessidade de as aves se adaptarem às
a) aumento de variabilidade genética em relação à autofecunda- características do ambiente.
ção e maior chance de adaptação das espécies ao ambiente. c) Em diferentes populações, a seleção natural provoca a
b) diminuição da variabilidade genética em relação à autofecunda- ocorrência de mutações específicas para melhor adaptar as
ção e maior chance de adaptação das espécies ao ambiente. aves às características do ambiente.
c) variabilidade genética semelhante à da autofecundação e as d) Devido à grande diversidade de ambientes ocupados pelas
mesmas chances de adaptação das espécies ao ambiente. aves, cada local atuou isoladamente, modificando de forma
d) diminuição de variabilidade genética em relação à autofecun- sutil o formato do bico.
dação e menor chance de adaptação das espécies ao ambiente. e) Para adaptar-se às características do ambiente sem que
e) variabilidade genética semelhante à da autofecundação e ocorressem mutações no DNA, o formato do bico alterou-se
menor chance de adaptação das espécies ao ambiente. como resposta fisiológica.

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50. (UDSC) – Em meados de 2010, entrou em vigor uma resolução 52. Atualmente, observa-se um número cada vez maior de bactérias
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que restringe resistentes a antibióticos, causando quadros preocupantes de
a venda de antibióticos no Brasil. Essa resolução colocou critérios infecção hospitalar. A resistência se dá devido ao seguinte fato:
para a venda desse tipo de medicamento, visando impedir a a) As bactérias sofrem adaptações individuais para serem
venda e o uso sem conhecimento médico. Um dos motivos para transmitidas hereditariamente a novas colônias.
essa resolução ter sido feita diz respeito ao aparecimento de b) As bactérias mudam constantemente seu metabolismo
bactérias cada vez mais resistentes a esse grupo de medica- microbiano para se adaptarem aos antibióticos antigos.
mentos. A explicação evolutiva mais condizente com o apare- c) As bactérias sofrem seleção, devido à ampla utilização de
cimento dessas bactérias é: antibióticos em ambientes hospitalares.
a) O uso indiscriminado dos antibióticos faz com que, com o d) As bactérias sofrem mutações para se adaptarem aos
tempo, as bactérias desenvolvam resistência contra eles, antibióticos, embora sejam incapazes de transmitir essa
tornando-se imunes ao medicamento. mutação a seus descendentes.
b) O uso de antibióticos não mata todas as bactérias, já que e) As bactérias passam por mutações, em função dos novos
algumas naturalmente possuem alguma forma de resistência. antibióticos produzidos ano a ano, e, sobrevivendo, deixam
Contudo, a morte das demais faz com que a bactéria descendentes também resistentes.
naturalmente resistente se torne a população predominante,
podendo inclusive realizar formas de transferência desse gene 53. O quadro a seguir resume algumas das principais ideias presentes
de resistência. em três diferentes teorias evolutivas (I, II e III).
c) Quando uma bactéria entra em contato com um determinado
I II III
antibiótico, ela provavelmente sucumbirá, mas suas células
filhas provavelmente herdarão um mecanismo de resistência,
Diferentes espécies apresentam
dada a variabilidade genética no ato de reprodução bacteriana. Sim Não Sim
ancestrais comuns
d) Todo antibiótico faz com que a bactéria desenvolva alguma
forma de resistência independente de seu tempo de uso. Esse
O processo de especiação é
processo ocorre naturalmente e se denomina seleção natural.
importante para a geração de novas Sim Não Sim
e) O aparecimento de alguma bactéria resistente é inteiralmente
espécies
obra do acaso e decorrente de uma nova mutação, não
estando diretamente relacionado ao uso indiscriminado de
A seleção natural é o processo
antibióticos. Sim Não Sim
principal no processo evolutivo
51. (UEAM) – Apesar do surgimento e da disponibilização de vacinas
e antimicrobianos eficazes, os germes continuam ganhando a Processos como a recombinação
Não Não Sim
batalha nas doenças infecciosas, que ainda acarretam mortes e genética garantem a variabilidade.
expressiva morbidade, especialmente em países em desenvol-
vimento. Uma das causas de tal situação consiste no surgimento
e na disseminação de resistência microbiana, que tende a aumen- Pode-se afirmar que I, II e III são, respectivamente,
tar devido ao uso indiscriminado de antibióticos. Antibiotico- a) lamarckismo, darwinismo e neodarwinismo.
terapia apropriada significa não usar antimicrobianos na ausência b) neodarwinismo, darwinismo e lamarckismo.
de indicação, nem em esquema errado ou por tempo demasiado. c) neodarwinismo, lamarckismo e darwinismo.
O exame de antibiograma é usado para escolher o antibiótico d) darwinismo, neodarwinismo e lamarckismo.
correto para cada infecção. e) darwinismo, lamarckismo e neodarwinismo.

A figura mostra uma placa para cultura, semeada com uma única 54. (UEL) – POMBAS, como é duro desconviver com pombas!
e determinada espécie de bactéria em que os discos com letras Proliferaram tanto que chegaram a nos ilhar, cercando a casa de
representam os diferentes antibióticos e a zona azul, a área de cocô por todos os lados. Usei então o velho truque de estourar
crescimento das bactérias. bombas de noitinha, amarradas na ponta duma vara de pesca
para estourar lá entre os galhos das árvores, e deu certo. A
pombaiada diminuiu. Mas há alguns dias uma pomba fez ninho
num galho quase ao nosso alcance no terraço. Pensei em
derrubar o ninho. Aí vimos os filhotes a pegar comida do bico da
mãe, que se mantém firme no ninho mesmo quando chegamos
bem perto. Depois vimos um filhote cair, porque ninho de pomba
é um exemplo de coisa malfeita, sem bordas, os bichinhos
crescem e caem antes de saber voar. Mal caiu, um cachorro
abocanhou lá embaixo. Um a menos, mas sempre é triste ver
uma mãe perder o filho, mesmo que seja pomba. Pombas!

(D. Pellegrini Jornal de Londrina. 4 mai. 2009. Adaptado.)

Para que ninhos mais bem elaborados evoluíssem em uma deter-


minada espécie de pombo tradicionalmente construtora de ninhos
malfeitos, quais eventos deveriam ocorrer?
I. Mutações ao acaso produzissem indivíduos com diferentes
habilidades em desenvolver ninhos mais elaborados ou ninhos
menos elaborados.
(José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho. Fundamentos da Biologia
II. As diferentes habilidades em desenvolver os vários tipos de
Moderna, 2002. Adaptado.)
ninhos fossem geneticamente herdadas.
III. A cada geração, os indivíduos menos habilidosos na produção
Analisando essa placa, os antibióticos a serem receitados para de seus ninhos pudessem se transformar em indivíduos mais
debelar essa espécie de bactéria seriam apenas habilidosos.
a) B, C e E. b) C, D e E. c) B e C. IV. Indivíduos hábeis na construção de ninhos mais elaborados
d) A e D. e) A e B. passassem, em média, uma maior quantidade de seus genes
ao longo das gerações.

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Assinale a alternativa correta. III. O quadrinho indica que, em certas situações, de fato, a
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. seleção natural pode favorecer o mais forte.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas. IV. O quadrinho indica a transmissão de características às
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. gerações seguintes.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. Está(ão) correta(s)
a) II, III e IV. b) Apenas IV. c) II e IV.
55. (UEL) – A seleção natural é um dos principais fatores respon- d) Apenas II. e) Apenas I, II e IV.
sáveis pela evolução, juntamente com a mutação, a deriva
genética e a migração genética. Para que a seleção natural ocorra 58. O tuco-tuco (Ctenomys brasiliensis) é um animal curioso, que se
em um a população, é imprescindível que haja pode, em linhas gerais, descrever como roedor com hábitos de
a) alteração do meio ambiente, propiciando o favorecimento de toupeira. [...] São animais noturnos, e alimentam-se especial-
alguns indivíduos da população. mente de raízes de plantas, o que explica os túneis longos e
b) diversidade da composição genética dos indivíduos da superficiais que cavam. [...] O homem que mos trouxe afirmou
população. que muito comumente os tuco-tucos são encontrados cegos. O
c) informações genéticas anômalas que produzam doenças exemplar que eu conservava no álcool achava-se nesse estado.
quando em homozigose. [...] Lamarck rejubilar-se-ia com este fato, se acaso o tivesse
d) disputa entre os indivíduos, com a morte dos menos aptos. conhecido.
e) mutação em taxa compatível com as exigências ambientais.
(Charles Darwin. Diário das investigações sobre a História Natural e
56. (UEAM) – O boto cor-de-rosa, Inia geoffrensis, é um mamífero Geologia dos países visitados durante a viagem ao redor do
bastante conhecido da bacia Amazônica. Sua adaptação ao mundo pelo navio de Sua Majestade “Beagle”, sob o comando
ambiente aquático é percebida na anatomia do corpo, em que os do Capt. Fitz Roy. R. A., 1871.)
membros anteriores exercem a função de nadadeiras.
A figura mostra uma réplica dos ossos de uma nadadeira peitoral
de um boto.

(www.coroflot.com)
Tuco-tuco brasileiro (Ctenomys brasiliensis), Blainville, 1826.
A presença de cinco dedos, assim como de diversos ossos
semelhantes aos das mãos de um ser humano, sugere um (mamiferosdomundo.blogspot.com.br)
parentesco evolutivo com nossa espécie.
A transformação lenta e gradual das características de uma O texto foi escrito por Charles Darwin, em seu diário de bordo, em
espécie, ao longo de milhares de gerações a partir de um mesmo 26 de julho de 1832, à época com 23 anos de idade, quando de
ancestral, é explicada através do processo de sua passagem por Brasil e Uruguai.
a) utilização, ou não, dos órgãos animais existentes. Escrito antes que construísse sua Teoria da Evolução, o texto
b) mutações geradas pela mudança no ambiente. revela que Darwin conhecia a obra de Lamarck.
c) criação da alta biodiversidade nas florestas tropicais. Como Lamarck explicaria as observações de Darwin sobre o
d) seleção natural de organismos mais adaptados ao ambiente. tuco-tuco brasileiro, e qual é a explicação apresentada pela Teoria
e) fecundação cruzada e segregação independente de genes da Evolução na biologia moderna?
alelos.
59. A população brasileira tem o hábito de se automedicar, utilizando
57. antibióticos, muitas vezes, indiscriminadamente.
Segundo a ciência médica, o uso de antibióticos sem prescrição
de um especialista acarreta
a) o predomínio de cepas resistentes, tornando o tratamento
cada vez mais difícil, caro e, frequentemente, com importan-
tes efeitos colaterais.
b) o barateamento dos antibióticos devido ao uso constante e
intenso pela população de baixa renda.
c) a formação de uma superbactéria, ou seja, uma bactéria que
não prejudique ainda mais a população humana.
d) a imunidade do paciente àquela bactéria por um longo período
de tempo, como se fosse uma vacina contra a doença.
O criador de Níquel Náusea, Fernando Gonsales, diz que “Rato e) uma acentuada diminuição de consultas médicas em clínicas e
Ruter é um rato mutante que tem o peso de um gato gordo, a hospitais de todo o Brasil.
capacidade digestiva de um tanque de ácido sulfúrico e o
temperamento de uma motosserra desgovernada”. Leve isso em
conta e as afirmações abaixo: 60. O isolamento reprodutivo permite que as espécies simpátricas
I. A mutação de Rato Ruter é necessariamente benéfica, pois mantenham sua identidade e permaneçam distintas entre si. Cite
ele é mais forte, e a evolução é a sobrevivência do mais forte. quatro mecanismos pré-zigóticos, ou seja, mecanismos que
II. A mutação de Rato Ruter talvez seja deletéria, pois pode não impedem a formação do zigoto.
haver alimento suficiente.

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61. (UNIFESP) – Ao chegar ao arquipélago de Galápagos, no Pacífico, recapturados e o local de recaptura, anotado para cada um.
Darwin encontrou uma rica variedade de tartarugas e aves A figura apresenta o número de vezes que cada indivíduo
vivendo sob condições ambientais peculiares, como o isolamento marcado em um fragmento de mata foi recapturado em outro
geográfico e a dieta, que devem ter influenciado fortemente sua fragmento qualquer.
evolução ao longo de milhões de anos. As prováveis causas do
fato de haver tantos animais tão semelhantes entre si – as aves,
por exemplo, com o bico mais curto ou mais longo, dependendo
do que comiam – pareciam claras.

(Pesquisa Fapesp, jul. 2011. Adaptado.)

Responda:
a) Por que o isolamento geográfico favorece a especiação?
b) Na situação dada pelo texto, e no âmbito da teoria da evo-
lução, explique que relação existe entre a dieta e o com-
primento dos bicos das aves das diferentes ilhas do arquipé-
lago de Galápagos.
Em cada um dos fragmentos de mata, qual espécie, A ou B,
62. (UNICAMP) – As figuras abaixo mostram o isolamento, por um manteria, ao longo das gerações, um maior nível de variabilidade
longo período de tempo, de duas populações de uma mesma genética? Justifique sua resposta.
espécie de planta em consequência do aumento do nível do mar
por derretimento de uma geleira. 65. Considere que A, B, C e D são espécies pertencentes a um mes-
mo gênero e muito próximas. Na tabela anexa, indicamos a pre-
sença (+) ou ausência (–) de 3 proteínas (I, II e III) nessas espécies.
A B C D

I + + + –

II + – – –

III + + – +

Com esses dados, pode-se concluir que a filogenia mais provável


das espécies A, B, C e D é:
a) A → B → C → D
b) B → A → C → D
D

c) B → C

A
d) D → C → B → A
C

e) A → B

(W. K. Purves et al. Vida, a ciência da biologia.


Artmed, 2005, p. 416. Adaptado.) D

a) Qual é o tipo de especiação representado nas figuras? Explique. 66. (VUNESP) – Três populações de insetos, X, Y e Z, habitantes de
b) Se o nível do mar voltar a baixar e as duas populações uma mesma região e pertencentes a uma mesma espécie, foram
mostradas em B recolonizarem a área de sobreposição (Figura isoladas geograficamente. Após vários anos, com o desapareci-
C), como poderia ser evidenciado que realmente houve mento da barreira geográfica, verificou-se que o cruzamento dos
especiação? Explique. indivíduos da população X com os da população Y produzia híbri-
dos estéreis. O cruzamento dos indivíduos da população X com os
63. (FUVEST) – Em consequência do aparecimento de uma barreira da população Z produzia descendentes férteis, e o dos indivíduos
geográfica, duas populações de uma mesma espécie ficaram iso- da população Y com os da população Z não produzia descen-
ladas por milhares de anos, tornando-se morfologicamente distin- dentes.
tas uma da outra.
a) Como se explica o fato de as duas populações terem se tor- A análise desses resultados permite concluir que
nado morfologicamente distintas no decorrer do tempo? a) X, Y e Z continuaram pertencendo à mesma espécie.
b) Cite as duas situações que podem ocorrer, no caso de as po- b) X, Y e Z formaram três espécies diferentes.
pulações voltarem a entrar em contato pelo desaparecimento c) X e Z tornaram-se espécies diferentes e Y continuou a pertencer
da barreira geográfica. Em que situação se considera que hou- à mesma espécie.
ve especiação? d) X e Z continuaram a pertencer à mesma espécie e Y tornou-se
uma espécie diferente.
64. (UNESP) – Uma determinada área foi quase totalmente desma- e) X e Y continuaram a pertencer à mesma espécie e Z tornou-se
tada para a formação de pasto, restando três fragmentos de mata, uma espécie diferente.
isolados um do outro pela pastagem em torno. Posteriormente, foi
desenvolvido nessa área um estudo com duas espécies de 67. O artigo científico publicado na revista Science de maio de 2013,
roedores, a fim de avaliar a capacidade de deslocamento dessas liderado por um grupo de pesquisa brasileiro, mostrou que a
espécies de um fragmento de mata para outro, cruzando a pas- queda na população de aves frugívoras de grande porte, como
tagem. Para isso, cem indivíduos de cada espécie foram coletados, tucanos e arapongas, capazes de comer frutos com sementes
marcados individualmente e liberados no mesmo fragmento em grandes, pode estar associada à diminuição do tamanho das
que foram capturados. Por vários dias, esses indivíduos foram sementes de certas espécies de plantas da Mata Atlântica, e,

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consequentemente, a mudanças em seus padrões evolutivos. Os De acordo com a teoria neodarwinista, é correto afirmar que, ao
pesquisadores verificaram que em locais onde as aves de maior longo da vida de um organismo,
porte haviam sido extintas há mais de 50 anos, tanto pela caça a) apenas as modificações fenotípicas surgidas em situações de
predatória quanto pelo desmatamento, as populações das luta pela sobrevivência são incorporadas ao genótipo.
palmeiras produziam apenas frutos pequenos, enquanto em b) as modificações surgidas no fenótipo não causam uma
áreas de floresta mais conservada, e com quantidade de aves modificação correspondente no genótipo.
suficiente para desempenhar sua função ecológica de dispersão c) ocorre apenas a remoção do genótipo das informações rela-
de sementes, as palmeiras produziam frutos de tamanhos mais tivas às estruturas não utilizadas.
variados, com sementes pequenas e grandes. d) apenas as modificações benéficas no fenótipo são incorpo-
radas ao genótipo.
(R. O. Andrade, 2013. Escassez de ave pode afetar a evolução de plantas. e) todas as modificações ocorridas no fenótipo são incorporadas
Revista Pesquisa FAPESP. Edição on-line. 30 mai. 2013.) ao genótipo.

A figura abaixo mostra três modos de seleção. 71. (UNESP) – A condição inicial básica para ocorrer o processo de
especiação é
a) o isolamento geográfico.
b) o isolamento reprodutivo.
c) a mudança gênica.
d) a adaptação do organismo.
e) o aumento da variabilidade genética.

72. (UEL) – Uma nova espécie surge quando


a) uma sequência de mutações torna um indivíduo diferente dos
outros da população.
b) uma barreira geográfica isola um indivíduo dos outros mem-
De acordo com o texto acima, é correto afirmar que, nas áreas bros da população.
que estão sofrendo alterações por atividades humanas, os c) o clima da região em que vive a população altera-se drastica-
resultados encontrados pelos pesquisadores podem ser mente.
associados apenas ao(s) modo(s) de seleção(ões) d) um grupo de indivíduos da população vence os demais na
a) I. b) II. c) III. d) I e III. e) II e III. competição pelo alimento, levando-os à extinção.
e) indivíduos da população isolam-se e, depois de algum tempo,
68. (UNESP) – No filme Avatar, de James Cameron (20th Century não conseguem cruzar-se com os da população inicial.
Fox, 2009), os nativos de Pandora, chamados Na’Vi, são
indivíduos com 3 metros de altura, pele azulada, feições felinas e 73. (UFRJ) – O diagrama a seguir apresenta uma das hipóteses sobre
cauda que lhes facilita o deslocar por entre os galhos das árvores. as relações evolutivas entre os principais filos animais. Cada seta
Muito embora se trate de uma obra de ficção, na aula de biologia numerada indica uma aquisição evolutiva compartilhada apenas
os Na’Vi foram lembrados. Se esses indivíduos fossem uma pelos grupos representados nos ramos acima dessa seta. Por
espécie real, sem parentesco próximo com as espécies da Terra, exemplo, a seta 1 indica tecidos verdadeiros.
e considerando que teriam evoluído em um ambiente com
pressões seletivas semelhantes às da Terra, a cauda dos Na’Vi,
em relação à cauda dos macacos, seria um exemplo
representativo de estruturas
a) homólogas, resultantes de um processo de divergência
adaptativa.
b) homólogas, resultantes de um processo de convergência
adaptativa.
c) análogas, resultantes de um processo de divergência
adaptativa.
d) análogas, resultantes de um processo de convergência
adaptativa.
e) vestigiais, resultantes de terem sido herdadas de um ancestral
comum, a partir do qual a cauda se modificou.

69. (FUVEST) – Os fatos abaixo estão relacionados ao processo de Considere as três seguintes características embrionárias:
formação de duas espécies a partir de uma ancestral. – cavidade corporal completamente revestida por mesoderma;
I. Acúmulo de diferenças genéticas entre as populações. – três folhetos germinativos;
II. Estabelecimento de isolamento reprodutivo. – blastóporo que dá origem ao ânus.
III. Aparecimento de barreira geográfica.
Indique a seta que correponde a cada uma dessas características.
a) Qual é a sequência em que os fatos acima acontecem na
formação das duas espécies?
b) Que mecanismos são responsáveis pelas diferenças gené- 74. Segundo a moderna teoria da evolução, a sequência que ocorre
ticas entre as populações? no processo de especiação é
c) Qual é a importância do isolamento reprodutivo no processo a) isolamento reprodutivo – formação de raças geográficas – iso-
de especiação? lamento geográfico.
b) isolamento geográfico – formação de raças geográficas – iso-
70. A partir do desenvolvimento do conhecimento acerca das lamento reprodutivo.
relações entre as características morfológicas de um organismo c) isolamento genético – surgimento de mutações diferenciadas
(fenótipo) e suas informações genéticas (genótipo), a teoria – formação de raças geográficas.
lamarquista de evolução por uso e desuso e transmissão das d) formação de raças geográficas – isolamento geográfico – iso-
características adquiridas passou a ser questionada. lamento reprodutivo.
Atualmente, a maior parte da comunidade científica aceita como e) formação de raças geográficas – isolamento reprodutivo – iso-
correta a teoria neodarwinista, a qual incorpora à proposta original lamento geográfico.
de Darwin os conhecimentos da genética moderna.

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75. Recém-nascidos com peso reduzido apresentam maior taxa de b) Que processo ocorre quando organismos que não são
mortalidade, o que também é observado naqueles com peso intimamente aparentados apresentam estruturas semelhantes
aumentado em relação à média de peso na espécie humana. Isso exercendo a mesma função, e fornecendo indícios da adapta-
indica que o peso ao nascer é uma característica sob seleção ção de estruturas a uma mesma variável ecológica?
natural c) Que processo se caracteriza pela diferenciação de organis-
a) direcional. mos, a partir de um ancestral comum, dando origem a vários
b) disruptiva. grupos diferentes adaptados a explorar ambientes diferentes?
c) purificadora.
d) estabilizadora. 80. (UFPI) – Desastres ecológicos, a exemplo do que aconteceu
e) somática. recentemente em municípios piauienses, com as inundações,
podem reduzir drasticamente o tamanho de uma população do
76. (PASUSP) – Pela Teoria da Evolução, proposta por Charles ponto de vista genético, em que, por acaso e não por adaptação ao
Darwin, as populações podem, ao longo do tempo, sofrer adapta- ambiente, alguns alelos podem ter suas frequências aumentadas
ções ao meio em que vivem. Essas adaptações podem gerar ou até mesmo desaparecerem. Esse fenômeno é denominado
barreiras reprodutivas, favorecendo o surgimento de novas espé- a) fluxo gênico. b) polimorfismo genético.
cies. De acordo com tal informação, imagine duas populações de c) deriva genética. d) efeito do fundador.
insetos da mesma espécie ancestral, que se mantiveram sepa- e) seleção disruptiva.
radas geograficamente durante milhares de anos. Considere que,
por uma alteração ambiental, as duas populações voltem a ter 81. A figura a seguir representa um exemplo de fenômeno denominado
contato. A ocorrência de especiação será confirmada na hipótese
de que os insetos das duas populações
a) consigam efetivamente cruzar e gerem descendentes férteis.
b) consigam efetivamente cruzar e gerem descendentes estéreis.
c) acumulem diferenças genéticas e gerem descendência fértil.
d) manifestem diferenças comportamentais, mas gerem descen-
dência fértil.
e) gerem descendentes férteis com características híbridas.

77. (FGV) – É sabido que a leitura dos trabalhos de Thomas Malthus


sobre o crescimento das populações humanas influenciou Charles
Darwin quando este propôs os mecanismos da evolução
biológica. Contudo, alguns historiadores admitem que também as
teorias econômicas de Adam Smith poderiam ter influenciado
Darwin em alguns aspectos da Teoria da Evolução. No livro A
Riqueza das Nações, de 1776, Smith propõe que os indivíduos,
seguindo seus interesses particulares, promoviam, no conjunto, a
a) evolução convergente. b) deriva genética.
ordem e o progresso da nação.
c) fluxo gênico. d) analogia estrutural.
Por analogia, pode-se dizer que o proposto por Adam Smith se
e) irradiação adaptativa.
assemelha em mecanismo e resultados
a) à seleção natural. 82. Leia as afirmações abaixo:
b) à convergência adaptativa. I. Em uma população natural, os indivíduos podem cruzar
c) à irradiação adaptativa. livremente.
d) à origem de novas espécies. II. Indivíduos de duas subespécies de uma mesma espécie
e) ao equilíbrio de Hardy-Weinberg. apresentam mecanismos de isolamento reprodutivo.
III. O isolamento geográfico é um dos mecanismos que podem
78. (FGV) – A RESPEITO DA TENDÊNCIA DAS ESPÉCIES EM levar à especiação.
FORMAR VARIEDADES E DA PERPETUAÇÃO DAS VARIE- IV. Organismos com reprodução assexuada apresentam maior
DADES E ESPÉCIES POR MEIOS NATURAIS DE SELEÇÃO. probabilidade de adaptação.
Assim começava a leitura dos trabalhos de Charles Darwin e Está correto o que se afirma apenas em
Alfred Russel Wallace, há 150 anos, na noite de 1.° de julho de a) I. b) I, II e III. c) I e III.
1858, em uma reunião da Sociedade Lineana, em Londres. d) II e IV. e) III e IV.
Desde então, muito se pesquisou sobre os mecanismos
evolutivos e estabeleceu-se que a sequência de eventos que 83. (MACK)
explica a mudança evolutiva da população é
a) alteração do fenótipo → mutação → alteração do genótipo →
seleção.
b) mutação →variabilidade de genótipos → variabilidade de
fenótipos → seleção.
c) seleção → alteração do fenótipo → produção de novos alelos
→ mutação.
d) variabilidade de fenótipos → variabilidade de genótipos →
mutação → seleção.
(Folha de S.Paulo)
e) variabilidade de fenótipos → produção de novos alelos →
seleção → mutação. A ilustração mostra uma situação conhecida como convergência
adaptativa, em que os indivíduos envolvidos possuem estruturas
análogas. Nesse caso, é correto afirmar que
79. (UNESP) – O estudo evolutivo em espécies com considerável
a) esses indivíduos possuem ancestrais comuns.
distanciamento genealógico tem como auxílio os parâmetros
b) o ambiente provoca mutações semelhantes, resultando
análogos e homólogos de órgãos semelhantes, confirmados pelo
nessas estruturas análogas.
estudo comparativo dos organismos, sejam fósseis ou atuais.
c) esses indivíduos são híbridos.
Com base na anatomia de alguns órgãos de animais, faça o que
d) a convergência adaptativa é um importante mecanismo de
se pede a seguir:
especiação.
a) Defina o que são órgãos análogos e homólogos e apresente
e) a convergência adaptativa reflete a ação de pressões seletivas
um exemplo comparativo.
semelhantes, levando ao surgimento de analogias.

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84. De forma não tão rara, a imprensa divulga a descoberta de uma nova matar. O principal obstáculo para seu controle é o aumento do
espécie. Mecanismos de isolamento geográfico e/ou reprodutivo número de linhagens de bactérias resistentes aos antibióticos
contribuem para o processo de especiação. Associe os exemplos usados para combatê-la. Esse aumento do número de linhagens
listados na coluna da esquerda com os respectivos mecanismos de resistentes se deve a
isolamento reprodutivo apresentados na coluna da direita. a) modificações no metabolismo das bactérias, para neutralizar o
1. Florescimento em ( ) Isolamento mecânico efeito dos antibióticos e incorporá-los a sua nutrição.
épocas diferentes b) mutações selecionadas pelos antibióticos, que eliminam as
2. Desenvolvimento ( ) Isolamento estacional bactérias sensíveis a eles, mas permitem que as resistentes
embrionário irregular se multipliquem.
3. Alterações nos rituais ( ) Mortalidade do zigoto c) mutações causadas pelos antibióticos, para que as bactérias se
de acasalamento adaptem e transmitam essa adaptação a seus descendentes.
4. Meiose anômala ( ) Esterilidade do híbrido d) modificações fisiológicas nas bactérias, para torná-las cada vez
5. Impedimento da cópula por ( ) Isolamento mais fortes e mais agressivas no desenvolvimento da doença.
incompatibilidade dos órgãos comportamental e) modificações na sensibilidade das bactérias, ocorridas depois
reprodutores de passarem um longo tempo sem contato com antibióticos.

Assinale a alternativa que apresenta a associação correta. 88. (UFRJ) – Um táxon é classificado como parafilético quando inclui
a) 1, 3, 4, 2 e 5. b) 4, 3, 2, 5 e 1. c) 4, 3, 5, 2 e 1. alguns, mas não todos, descendentes de um ancestral comum.
d) 5, 1, 4, 3 e 2. e) 5, 1, 2, 4 e 3. Um táxon polifilético contém membros com mais de um
ancestral, e um táxon monofilético inclui todos os descendentes
85. (UEL) – Várias são as teorias que procuram explicar as origens da de um único ancestral comum.
vida em nosso planeta. Segundo a Teoria da Abiogênese, houve Observe o diagrama a seguir.
condições adequadas na superfície da Terra para que as primeiras
moléculas orgânicas fossem formadas a partir de moléculas
inorgânicas. Acerca disso, considere as seguintes condições:
1. Altas temperaturas na superfície do planeta.
2. Descargas elétricas, provenientes de tempestades, atingindo
a superfície terrestre.
3. Alta atração magnética entre as moléculas.
4. Presença de espessas nuvens na atmosfera, impedindo a
incidência de luz solar na superfície do planeta.

São condições a serem necessariamente satisfeitas para a


formação das primeiras moléculas orgânicas, segundo a Teoria da
Abiogênese,
a) 1 e 2 somente. b) 1 e 4 somente. No diagrama, o conjunto DEF é exemplo de uma dessas três
c) 2, 3 e 4 somente. d) 3 somente. classificações; BCD, de outra; e AB representa um exemplo de
e) 1 e 3 somente. um terceiro tipo. Identifique-as.

86. A análise comparativa entre genomas tornou-se uma ferramenta 89. (UEL) – Analise o cladograma a seguir, constituído por onça
muito útil nos estudos evolutivos. Considerando a figura abaixo, (Panthera onca), jaguatirica (Leopardus pardalis), puma (Puma
construída com base na análise dos diferentes genomas, concolor), gato mourisco (Puma yagouaroundi) e gato doméstico
podemos concluir que os organismos que apresentam sequên- (Felis catus).
cias de DNA com maior grau de similaridade são

(S. J. O,brien; W. E. Johson. A evolução dos gatos. Scientific American Brasil, São Paulo,
n.° 63, p. 56-63, ago. 2007.)

Com base no cladograma e nos conhecimentos sobre sistemática


filogenética, assinale a alternativa correta.
a) Por estar na base, a onça é o ancestral dos felinos apre-
a) protozoário e coral. b) peixe e estrela-do-mar. sentados no cladograma.
c) baleia e pássaro. d) coral e ostra. b) O ancestral imediato do puma e do gato mourisco é o mesmo
e) peixe e baleia. do gato doméstico.
c) Entre os felinos do cladograma, o gato doméstico é o mais
87. (ENEM) – O que têm em comum Noel Rosa, Castro Alves, Franz evoluído.
Kafka, Álvares de Azevedo, José de Alencar e Frédéric Chopin? d) O puma e o gato mourisco são mais próximos geneticamente
Todos eles morreram de tuberculose, doença que ao longo dos do que a onça e a jaguatirica.
séculos fez mais de 100 milhões de vítimas. Aparentemente e) O gato-mourisco é o que mais se aproxima filogeneticamente
controlada durante algumas décadas, a tuberculose voltou a do gato doméstico.

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4) a) Existência de matéria orgânica. 15) A embriologia comparada, os fósseis e a bioquímica


b) Diminuição de alimento. fornecem provas da evolução.
c) Evolução, dado que o autótrofo é mais complexo do que Resposta: C
o heterótrofo.
16) Os órgãos análogos realizam a mesma função, mas têm
5) a) Vapor de H2O, CH4, NH3 e H2. diferente origem embrionária.
b) Produzindo oxigênio e permitindo o aparecimento de Resposta: B
seres aeróbicos.
17) Órgãos homólogos têm a mesma origem embrionária,
6) a) Composição química provável da atmosfera primitiva e a podendo ter ou não a mesma função.
hipótese heterotrófica da origem da vida na Terra. Resposta: A
b) Formação de aminoácidos.
c) O oxigênio foi produzido pelos organismos autótrofos,
18) II – incorreta. A espécie mais próxima do homem é o chimpanzé.
que apareceram depois dos primitivos heterótrofos.
IV – incorreta. O homem e o chimpanzé pertencem à mesma
ordem, primatas.
7) Argumento favorável à hipótese heterotrófica: levando-se em
consideração que o mais lógico é o simples, avançar para o Resposta: D
complexo, a célula primitiva teria sido heterótrofa (incapaz
de produzir matéria orgânica a partir de matéria inorgânica), 19) As serpentes descenderam de ancestrais com patas.
devido a sua extrema simplicidade metabólica. Resposta: B
Argumento favorável à hipótese autotrófica: levando-se em
consideração que não havia quantidade suficiente de alimento 20) As asas de morcegos e de aves são homólogas, sendo ambas
(matéria orgânica) disponível nos oceanos primitivos para
análogas às dos insetos.
suprir as necessidades energéticas da célula primitiva, ela teria
sido autótrofa, como resultado da pressão seletiva do Resposta: D
ambiente pobre em alimento. Em ecossistemas independentes
(ex.: profundezas oceânicas) há registros de micro-organismos 21) Mais aparentadas: hipopótamo (8%) e javali (10%).
quimiolitoautotróficos como base da cadeia alimentar. Mais próximos do boi (100%): carneiro (48%) e camelo (28%).
Resposta: A
8) A afirmação I é falsa, porque as experiências de Stanley
Miller, por exemplo, forneceram resultados importantes 22) Lamarck – Os seres vivos estariam se adaptando ao ambiente
sobre a origem de moléculas orgânicas, por exemplo, os
de acordo com a lei do uso e desuso, segundo a qual o que é
aminoácidos, a partir das condições que provavelmente
ocorreram antes da origem dos primeiros seres vivos. usado se desenvolve e o que não é se atrofia.
Resposta: D Neodarwinismo – Mutações ao acaso ocorridas nos genes,
permitindo melhor adaptação às mudanças ambientais, seriam
9) O experimento de Miller testou a hipótese de formação de naturalmente selecionadas e transmitidas aos descendentes.
compostos orgânicos a partir de moléculas simples, como
CH4, NH3, H2O e H2. 23) a) Segundo Lamarck, a altura da girafa é o resultado da
utilização contínua do pescoço durante a busca pelo
Resposta: A
alimento, bem como a capacidade hereditária de trans-
mitir aos descendentes essa característica adquirida.
10) De acordo com Oparin, os primeiros seres vivos seriam b) A altura da girafa, de acordo com a teoria darwinista, é o
heterótrofos e anaeróbios. resultado da seleção natural, processo que preserva as
Resposta: B características favoráveis em determinado ambiente.

11) De acordo com a hipótese heterotrófica, nos primeiros seres 24) A interpretação é lamarckista, pois pressupõe que os animais
estão modificando-se para se adaptar às mudanças climáticas.
vivos ocorriam os processos III, IV e VI.
Se a interpretação fosse darwinista, levaria em consideração
Resposta: B que animais mais adaptados seriam selecionados pelo
ambiente em modificação (seleção natural).
12) I corresponde à hipótese heterototrófica; II, à hipótese
autotrófica. 25) Encontrados em alguns galos, os esporões, por serem varia-
Resposta: D ções favoráveis, foram conservados e transmitidos à descen-
dência.
13) A ordem lógica dos eventos é II – I – III – IV. Resposta: C
Resposta: C
26) A afirmação 1 é lamarckiana, porque envolve modificação pa-
14) ra adaptação ao ambiente.
Hipótese Processo
A afirmação 2 é darwiniana, por ser o verde uma variação fa-
Heterotrófica Fermentação vorável, funcionando como camuflagem em relação aos pre-
Autotrófica Respiração dadores.

Resposta: A

29
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27) a) Darwin. 44) O animal menos veloz deverá ser predado pela onça, enquan-
b) O ambiente, sofrendo variações, provoca nos seres adap- to o mais veloz deverá sobreviver. Trata-se, portanto, de um
tações para a sobrevivência. bom exemplo de seleção natural.
Resposta: C
28) A frase expressa por Charles Darwin propõe que as espécies
atuais evoluíram a partir de espécies ancestrais aparentadas 45) A fecundação cruzada aumenta a variabilidade genética e,
entre si e não nega a possibilidade de as espécies extintas consequentemente, a adaptação ao ambiente.
terem deixado descendentes. Resposta: A
Resposta: D
46) Produzem variabilidade genética: mutações aleatórias e
29) São corretas apenas a segunda e a terceira afirmações. recombinação gênica.
Resposta: B Resposta: D

30) III – Incorreta. Corresponde à teoria lamarckista. 47) A mutação e a recombinação gênica são as principais fontes
IV – Incorreta. As seleções natural e artificial podem ser da variabilidade genética.
Resposta: B
comparadas.
Resposta: B 48) Segundo a teoria sintética, os três fatores evolutivos principais
são: mutação gênica, recombinação gênica e seleção natural.
31) Trata-se do transformismo lamarckista. Resposta: E
Resposta: C
49) A seleção natural selecionou as mutações favoráveis.
32) A resposta exemplifica a Lei do Uso e Desuso proposta por Resposta: A
Lamarck.
Resposta: A 50) O antibiótico seleciona as formas resistentes que passam a
constituir a população predominante.
33) A seleção natural eliminou uma das espécies. Resposta: B
Resposta: C
51) A e D são os antibióticos mais eficientes, porque onde foram
34) Darwin e seleção natural. aplicados não ocorreu colonização bacteriana significativa.
Resposta: C Resposta: D

35) São importantes: distribuição geográfica, registro fóssil e 52) Os antibióticos selecionam as bactérias, eliminando as não
anatomia comparada. resistentes e conservando as resistentes.
Resposta: B Resposta: C

36) Frases darwinistas são II e III. I e IV são lamarckistas. 53) I – darwinismo, II – lamarckismo e 3 – neodarwinismo.
Resposta: B Resposta: E

37) 1 – darwinismo e 2 – lamarckismo. 54) III – Incorreta. Essa transformação não acontece.
Resposta: A Resposta: E

38) A seleção natural favoreceu os bípedes, que tiveram maior 55) A seleção natural atua sobre as variações determinadas pela
sucesso reprodutivo. diversidade genética.
Resposta: E Resposta: B

39) Permitiu a constatação da diversidade biológica. 56) A transformação das espécies é explicada pela atuação da sele-
Resposta: A ção natural sobre as variações, com a finalidade de adaptações.
Resposta: D
40) Os três primeiros fornecem a variabilidade genética, produzin-
do modificações nos seres vivos, sem as quais não haveria
evolução. A seleção natural e o isolamento reprodutivo orien- 57) Evolução é a sobrevivência do mais adaptado ao ambiente,
tam os indivíduos de uma população em canais adaptativos. que pode não ser o mais forte.
Resposta: A
41) a) Mutação.
58) Segundo Lamarck, o hábito noturno provocou o desuso e,
b) Segregação independente, fecundação e crossing-over.
consequentemente, a atrofia da visão. De acordo com a teoria
c) Seleção natural.
moderna, mutações produziram a cegueira que constituiu uma
42) a) Recombinação gênica. variação favorável no ambiente noturno.
b) Mutação durante a replicação do DNA
c) Seleção natural. 59) O uso indiscriminado de antibióticos de cepas resistentes
d) Mutação. dificulta o tratamento.
e) Produção de novas combinações gênicas, resultantes de se- Resposta: A
gregação independente, crossing-over (permutação) e
fecundação. 60) 1. Habitacional – quando as espécies ocupam hábitats dife-
rentes.
43) a) Lamarckismo. 2. Sazonal – maturidade sexual em diferentes épocas.
b) Mutações ao acaso produzem bactérias resistentes que 3. Etológico – comportamentos incompatíveis com o acasala-
são selecionadas pelos antibióticos. mento.
4. Mecânico – diferenças estruturais nos órgãos reprodutores.

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61) a) O isolamento geográfico favorece a especiação porque 75) O fato exemplifica seleção natural estabilizadora.
impede a troca de genes entre essas populações. Resposta: D
As mutações que ocorrem nas populações isoladas geogra-
ficamente podem ser diferentes, ocasionando um isola- 76) A especiação será confirmada se houver cruzamentos ge-
mento reprodutivo. Esse isolamento origina novas espécies. rando descendentes estéreis.
b) O comprimento dos bicos das aves atuou como fator Resposta: B
seletivo na evolução desses animais, de acordo com o tipo
de alimento disponível nas Ilhas Galápagos. 77) Seguindo seus interesses particulares, os indivíduos pro-
O animal que apresentava um determinado tipo de bico moviam, no conjunto, a ordem e o progresso da nação, ou seja,
era selecionado pela natureza, na ilha, cujo tipo de uma convergência adaptativa.
alimento presente determinava uma facilidade nutricional. Resposta: B

62) a) Especiação alopátrica, porque as populações evoluíram 78) A sequência é: mutação → variabilidade genotípica →
em ambientes isolados geograficamente. variabilidade fenotípica → seleção natural.
b) Ocorrendo isolamento reprodutivo entre duas populações, Resposta: B
teremos duas novas espécies. Em caso contrário, têm-se
variedades de uma mesma espécie. 79) a) Homólogos são órgãos de mesma origem embrionária e
evolutiva, semelhança anatômica, com funções iguais ou
63) a) As diferenças morfológicas foram determinadas pela sele-
diferentes. Exemplos: membros anteriores das aves e do
ção natural diferencial. homem, nadadeiras peitorais de baleias e asas dos
b) Caso as diferenças não determinem o isolamento repro- morcegos e asas de aves e de morcegos. Análogos são
dutivo, as populacões constituirão raças geográficas de uma órgãos com a mesma função, mas origem embrionária e
mesma espécie. Ao contrário, se elas determinarem o iso- evolutiva diferentes. Exemplos: nadadeiras dos tubarões e
lamento reprodutivo, ocorrerá o processo de especiação. dos golfinhos, patas posteriores de sapos e gafanhotos e
asas de insetos e aves.
64) A espécie A, porque, pela maior capacidade migratória, aumen- b) Evolução convergente ou convergência evolutiva.
ta o fluxo gênico e, consequentemente, a variabilidade genética. c) Irradiação adaptativa ou divergência evolutiva.

65) O ancestral A, produtor das proteínas I, II e III, originou B, pro- 80) O fato citado exemplifica um processo de deriva genética.
dutor de I e III que originou C, produtor de I e D, produtor de II. Resposta: C
Resposta: E
81) A figura exemplifica a irradiação adaptativa.
66) Os resultados dos cruzamentos (fertilidade ou esterilidade) Resposta: E
indicam que X e Z pertencem à mesma espécie e Y a uma
espécie diferente. 82) II – incorreta, subspécies não apresentam isolamento
Resposta: D reprodutivo.
IV – incorreta, a reprodução assexuada não aumenta a
67) A atividade humana provocou uma seleção direcional (II). variabilidade e, consequentemente, a adaptação ambiental.
Resposta: B Resposta: C

68) A cauda dos organismos citados é análoga à dos macacos e mos- 83) A convergência adaptativa resulta em órgãos análogos.
tra o fenômeno da convergência adaptativa, isto é, evolução com Resposta: E
pressões seletivas semelhantes em ambientes diferentes.
Resposta: D 84) 1 Isolamento estacional
69) a) III – I – II 2 Mortalidade do zigoto
b) 1. Mutação; 3 Isolamento comportamental
2. Recombinação genética;
4 Esterilidade do híbrido
3. Seleção natural;
4. Isolamento reprodutivo. 5 Isolamento mecânico
1 e 2 produzem as variações. Resposta: E
c) Impedir o fluxo gênico.
85) De acordo com a teoria da abiogênese, seriam necessárias
70) As modificações fenotípicas não alteram o genótipo, sendo, somente as condições 1 e 2.
normalmente, causadas pelo meio ambiente. Resposta: A
Resposta: B
86) O cladograma mostra maior similaridade entre baleia e pássaro.
71) A especiação alopátrica começa com o isolamento geográfico. Resposta: C
Reposta: A
87) As bactérias sofrem mutações que são selecionadas pelos
72) O processo de especiação termina com o isolamento repro- antibióticos. As sensíveis são eliminadas, mas as resistentes
dutivo. permanecem e se multiplicam.
Resposta: B
Resposta: E
88) DEF – monofilético
73) Seta 2 = presença de três folhetos germinativos.
BCD – polifilético
Seta 3 = presença de cavidade corporal completamente
AB – parafilético
revestida por mesoderma.
Seta 4 = blastóporo origina o ânus.
89) O puma e o gato-mourisco são os animais mais genetica-
mente próximos.
74) Estágios da especiação: isolamento geográfico – formação de
Resposta: D
raças – isolamento reprodutivo.
Resposta: B

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CAPÍTULO Biologia Vegetal

15 A RAIZ DAS ANGIOSPERMAS

Morfologia das Angiospermas

A s raízes das plantas fixam e absorvem os nutrientes minerais do solo,


permitindo o crescimento do caule e acarretando a formação de flores, frutos e sementes.

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As angiospermas são as plantas mais evoluídas e Região pilífera ou região de absorção


complexas que vivem atualmente na Terra. Estes vege- Aqui as células epidérmicas da raiz produzem os
tais produzem raízes, caules e folhas, órgãos da vida ve- pelos absorventes com a finalidade de aumentar a
getativa. Na época da reprodução, produzem flores, fru- superfície de absorção da raiz.
tos e sementes. Neste capítulo, estudaremos os órgãos
vegetativos dessas plantas. Região de ramificação
1 – Raiz É a zona da raiz onde se formam as raízes secun-
2 – Caule dárias. Estas, além de aumentarem a fixação do vegetal,
3 – Folha aumentam-lhe a área de exploração no solo, permitindo
maior absorção de água e nutrientes minerais.
1. Raiz
Colo
Região de transição entre a raiz e o caule.
A raiz é capaz de promover:
• a fixação do vegetal ao substrato;
• a absorção de água e sais minerais;
• a condução do material absorvido;
• o acúmulo de diversos tipos de substâncias de A raiz pode ser dividida em três regiões: epiderme,
reserva. casca ou córtex e cilindro central ou cilindro vascular.

Raiz de monocotiledônea
Epiderme: constituída por uma única camada de cé-
A raiz originada diretamente da radícula embrionária lulas vivas, a epiderme forma os pelos absorventes, com
chama-se normal. a função de aumentar a superfície de absorção.
A raiz que se origina a partir de células parenqui- Casca ou córtex: é constituída fundamentalmente
máticas do caule ou da folha é denominada adventícia. por um tecido parenquimático, com células vivas que
têm a função de acumular substâncias de reserva. A úl-
tima camada de células da casca é chamada endoderma.
Quando se observa externamente uma raiz, podemos As células dessa camada apresentam paredes celulares
verificar: coifa, região lisa, região pilífera, região de reforçadas com lignina e suberina, lembrando este re-
ramificação e colo. forço um U normal. Entre as células reforçadas em U,
existem aquelas desprovidas de reforço, chamadas célu-
las de passagem.
Cilindro central: as primeiras camadas de células
constituem o periciclo. Essas células podem-se desdife-
renciar e formar um meristema que cresce, destruindo as
células da casca e epiderme, até emergir externamente
uma ramificação da raiz. O restante do cilindro central é
ocupado por um tecido parenquimático, no interior do
qual encontramos os feixes condutores do xilema,
alternados com os feixes condutores do floema.
Fig. 1 – Morfologia da raiz.

Coifa
É um tecido que recobre e protege a ponta da raiz.
A coifa protege as células do ponto vegetativo contra
o atrito, ataque de micro-organismos e outros seres vivos.
Nas raízes aquáticas, a coifa é muito desenvolvida e
frequentemente é dupla.

Região lisa ou região de crescimento


É a região desprovida de pelos e de ramificações
laterais, responsável pelo crescimento em comprimento Fig. 2 – Organização geral da raiz de monocotiledônea em corte transversal.
da raiz.
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Fig. 3 – Detalhe da estrutura de uma raiz de monocotiledônea.

Fig. 5 – (A) Organização geral da raiz


de dicotiledônea em corte transversal; (B) Detalhe da estrutura.

2. Tipos de raiz

Raiz axial ou pivotante


Essa raiz apresenta um eixo principal que penetra
perpendicularmente no solo e emite raízes laterais secun-
dárias em direção oblíqua. É encontrada entre as dicoti-
ledôneas (feijão) e gimnospermas (pinheiros) (Fig. 6-A).

Raiz fasciculada
Nessa raiz não há eixo principal; todas as raízes cres-
cem igualmente. Algumas ficam na superfície, aprovei-
tando a água das chuvas passageiras. É característica das
monocotiledôneas (milho, capim) (Figs. 6-B e 6-C).
Fig. 4 – Sistema radicular de angiosperma. (a) Corte longitudinal da raiz;
(b) Corte transversal da raiz; (c) Detalhe do cilindro central da raiz. Raiz tuberosa
É uma raiz muito espessada, devido ao acúmulo de
Raiz de dicotiledônea substâncias de reserva. A raiz tuberosa é axial, quando a re-
Epiderme: aqui também constituída por uma única serva é acumulada somente no eixo principal (cenoura, na-
camada de células vivas, forma os pelos absorventes. bo, rabanete), e fasciculada, quando a reserva também fi-
ca acumulada nas raízes secundárias (mandioca, dália etc.).
Casca ou córtex: constituída por parênquima cor-
tical e endoderma. O endoderma apresenta um reforço
especial constituído por suberina, chamado estria de
Caspary. Essa estria de Caspary é uma faixa de reforço
em torno da célula.

Cilindro central: as primeiras camadas de células


formam o periciclo, responsável pela formação das raízes
secundárias. O restante da raiz é ocupado pelo parênquima
interfascicular, no interior do qual encontramos os feixes
condutores do xilema, alternando-se com os feixes condu-
Fig. 6 – (A) Raiz axial ou pivotante; (B e C) Raiz fasciculada ou cabeleira.
tores do floema. Relacionando ainda com os feixes con-
dutores, encontramos o câmbio intrafascicular ou sim-
plesmente câmbio fascicular. O câmbio fascicular ocupa
posição externa em relação ao feixe lenhoso e posição Raízes suporte
interna em relação ao feixe liberiano. Na mesma linha do São raízes que partem do caule e atingem o solo. Sua
câmbio fascicular, irá se desdiferenciar o câmbio inter- principal função é aumentar a fixação do vegetal. Aparecem
fascicular. no milho, em plantas de mangue, em figueiras etc. (Fig. 7).
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Aparecem em plantas que habitam lugares pantano-


sos, onde o oxigênio é consumido pela grande atividade
microbiana, como ocorre no mangue. Na Avicennia to-
mentosa (planta de mangue), essas raízes apresentam
geotropismo negativo, crescendo para fora do solo. Os
pneumatóforos apresentam poros denominados pneuma-
tódios, que permitem a troca gasosa entre a planta e o
meio ambiente.

Raízes grampiformes
São as raízes curtas que se aderem intimamente ao
substrato. Ex.: hera.

Fig. 7 – Raiz suporte de planta de mangue – Rhizophora mangle.

Raízes cintura
Encontradas em plantas epífitas (orquídeas), crescem
enroladas em um suporte, geralmente caules de árvores.
Apresentam velame, que é uma epiderme pluriestratifica-
da, com células mortas que funcionam como uma verda-
deira esponja, absorvendo a água que escorre pelos caules.

Raízes estrangulantes
São raízes resistentes, densamente ramificadas, que
se enrolam em troncos de árvores, os quais lhes servem Fig. 9 – Raízes grampiformes da hera.

de suporte. Essas raízes crescem em espessura e acabam


determinando a morte da planta de apoio por estrangula- Raízes sugadoras ou haustórios
mento (impedem o crescimento e a circulação da seiva São raízes modificadas de plantas parasitas. Essas raí-
elaborada). Ex.: cipós mata-paus. zes penetram no caule de uma outra planta e podem esta-
belecer um contato com o xilema (lenho), de onde sugam
Raízes tabulares a seiva bruta. Neste caso, a planta é chamada semiparasi-
São raízes achatadas, geralmente encontradas em ár- ta. Ex.: erva-de-passarinho. Em outros casos, o haustório
vores de florestas densas. Desenvolvem-se horizontalmen- atinge o floema e passa a retirar a seiva elaborada. A plan-
te à superfície do solo e são bastante achatadas. Além de ta, então, é chamada holoparasita. Ex.: cipó-chumbo.
ajudarem fixação, essas raízes também são respiratórias.
Ex.: figueiras.

Raízes respiratórias ou pneumatóforos

Fig. 10 – Raiz sugadora de cipó-chumbo.


Fig. 8 – Raízes respiratórias
(pneumatóforos) de Avicennia tomentosa, no mangue.

35
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1. A figura abaixo representa a secção transversal de um órgão ve- c) IV – transporte de seiva elaborada (orgânica).
getal em estrutura primária. V – transporte de seiva bruta (inorgânica).

2. (MODELO ENEM) – Na estrutura primária da raiz, representada


no esquema, os números 1, 2, 3, 4, 5 e 6 indicam, nesta ordem,

Baseando-se na figura a acima, responda:


a) Que órgão é este?
a) epiderme, córtex, endoderma, xilema, floema e câmbio.
b) Qual o nome das estruturas numeradas de I a V?
b) epiderme, córtex, endoderma, xilema, floema e periciclo.
c) Qual a função de IV e V?
c) periderme, câmbio, raio parenquimático, xilema, floema e pe-
Resolução
riciclo.
a) Raiz em corte transversal.
d) periderme, córtex, endoderma, xilema, floema e câmbio.
b) I. Pelo absorvente: e) córtex, epiderme, periderme, floema, xilema e periciclo.
II. Epiderme Resolução
III. Endoderma Resposta: B
IV. Floema (Líber)
V. Xilema (Lenho)

3. A figura a seguir mostra um detalhe do cilindro central de uma raiz 4. São exemplos de raízes respiratórias:
primária de angiosperma. a) pneumatóforo e tabular.
b) pneumatóforo e haustório.
c) tabular e haustório.
d) haustório e cintura.
e) estrangulante e suporte.

5. O esquema abaixo representa duas plantas do Cerrado brasileiro.

Com base na ilustração, assinale a alternativa correta.


a) Trata-se de uma dicotiledônea evidenciada pela disposição em
forma de cruz do xilema e presença de câmbio.
b) Trata-se de uma dicotiledônea, uma vez que não há câmbio
entre o xilema e o floema.
c) Não é possível diferenciar entre as duas classes de angios-
permas apenas com base na figura. Considerando-se as características dos dois sistemas radiculares,
d) Trata-se de uma monocotiledônea, já que há formação de conclui-se que I é planta
xilema e floema dispersos no cilindro central. a) perene e tolera períodos de seca prolongados; II é anual e não
e) Trata-se de uma monocotiledônea, uma vez que há câmbio tolera períodos de seca prolongados.
entre o xilema e o floema. b) decídua e não tolera períodos de seca prolongados; II é perene
e tolera períodos de seca prolongados.

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c) anual e não tolera períodos de seca prolongados; II é xerófita Responda:


e tolera períodos de seca prolongados. a) São corretas as afirmações I e II.
d) xerófita e II é perene; ambas toleram períodos de seca b) São corretas as afirmações I e III.
prolongados. c) São corretas as afirmações II e III.
e) arbustiva e II é herbácea; ambas não toleram períodos de seca d) Todas as afirmações são corretas.
prolongados. e) Todas as afirmações são erradas.

6. Ao preparar uma salada, utilizaram os seguintes vegetais: 12. A figura abaixo representa uma plântula germinando.
I. cenoura
II. batatinha
III. cebola
IV. beterraba
V. rabanete
VI. tomate

Nessa salada, as raízes são aquelas apontadas pelos algarismos


a) I, II e IV, apenas. b) I, II, IV e V, apenas.
c) I, II, III, IV e V, apenas. d) I, IV e V, apenas.
e) I, IV, V e VI, apenas.

7. Plantas parasitas desenvolvem raízes que penetram no caule do


hospedeiro para dele extrair a seiva mineral (erva-de-passarinho)
ou a seiva orgânica (cipó-chumbo). Tais raízes são conhecidas
pelos nomes: As regiões de multiplicação celular e distensão celular estão re-
a) Pneumatóforos ou respiratórias. presentadas, respectivamente, em
b) Estrangulantes ou sugadoras. a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas.
c) Haustórios ou sugadoras. d) III e IV, apenas. e) II e IV, apenas.
d) Cinturas ou escoras.
e) Invasoras ou haustórios.
13. Qual das alternativas completa o período abaixo corretamente?
8. Observe o desenho:
Com relação à anatomia vegetal, podemos afirmar que a função
do periciclo é __________________________________, enquanto a
do câmbio _______________________________________________.

a) formar raízes secundárias – formar vasos liberianos para fora e


lenhosos para dentro do vegetal.
b) formar a epiderme da casca – permitir o crescimento secundá-
rio do caule e da raiz.
c) formar a endoderme na raiz – formar o feloderma do caule e
da raiz.
d) formar a casca do caule – permitir o crescimento secundário
do caule.
As setas 1, 2, 3 e 4 indicam, respectivamente,
e) proteger o interior do caule – formar vasos lenhosos para fora
a) floema, xilema, epiderme e endoderme.
e vasos liberianos para dentro do vegetal.
b) xilema, floema, periciclo e córtex.
c) xilema, floema, endoderme e epiderme.
d) floema, parênquima, periciclo e córtex. 14. Haustório significa
e) xilema, parênquima, epiderme e endoderme. a) o mesmo que plasmodesmos.
b) raízes respiratórias encontradas em plantas de mangue.
9. Nos manguezais, existem plantas dotadas de raízes que crescem c) caules trepadores.
para fora do solo e alcançam alturas superiores às marés altas. d) raízes sugadoras de plantas parasitas.
e) elementos através dos quais ocorre a transpiração.
Tais raízes apresentam ___________________________, são deno-
minadas ________________________________ e apresentam fun-
ção ________________________________. 15. Quais são os tipos radiculares encontrados, com frequência, nas
angiospermas dicotiledôneas e angiospermas monocotiledôneas?
a) geotropismo positivo / respiratórias / fixadora.
b) fototropismo positivo / tabulares / respiratória.
c) geotropismo negativo / pneumatóforos / respiratória. 16. (UEM) – Assinale o que for correto sobre a estrutura das plantas.
d) fototropismo negativo / respiratórias / de reserva. I. O crescimento secundário das raízes é resultante da atividade
e) geotropismo negativo / suporte / fixadora. do meristema apical e do câmbio vascular.
II. O córtex, nos caules e nas raízes, apresenta o parênquima
10. A zona de crescimento da raiz fica situada paliçádico com células clorofiladas.
a) entre a zona pilífera e a zona de ramificação. III. Os tubos crivados que constituem o xilema transportam
b) entre a coifa e a zona pilífera. matéria orgânica e água das folhas para as raízes.
c) entre a coifa e a zona de ramificação. IV. As traqueídes que constituem o floema são destruídas durante
d) entre a zona de ramificação e a zona pilífera. o crescimento secundário das raízes.
e) distribuída ao longo de toda a extensão do órgão. V. O interior das folhas é constituído por um tecido parenqui-
mático e por tecidos condutores.
11. Nas raízes, é comum observar:
Está correta
I. Floema e xilema formando feixes separados e alternados.
a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III.
II. Endoderma para transporte seiva mineral. d) apenas IV. e) apenas V.
III. Epiderme produzindo pelos absorventes.

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17. A função do tecido denominado câmbio, encontrado em raízes e 18. Um aluno foi a uma lanchonete e pediu um suco de cenoura, uma
caules, é primordialmente porção de mandioca frita, um prato de alcachofra e dois pêssegos.
a) preencher o córtex dos órgãos. A cenoura, mandioca, alcachofra e o pêssego são, respectiva-
b) promover o crescimento secundário (em espessura). mente
c) formar raízes laterais e pelos absorventes. a) raiz, raiz, inflorescência e fruto.
d) conduzir seiva bruta. b) raiz, caule, inflorescência e fruto.
e) conduzir seiva elaborada. c) caule, raiz, folha e inflorescência.
d) caule, raiz, folha e fruto.
e) raiz, raiz, folha e fruto.

3) Uma das características das raízes primárias de dicotile- 12) Observa-se em I (zona menistemática) a multiplicação celular,
dôneas é a disposição, em forma de cruz, dos vasos do enquanto que a distensão dessas células ocorre em II (zona
xilema. de elongação).
Resposta: A Resposta: A

4) São raízes que têm função respiratória: pneumatóforo e 13) O preenchimento correto e respectivo das lacunas encontra-
tabular. se na alternativa a.
Resposta: A Resposta: A

5) A 14) Haustórios são raízes sugadoras de plantas parasitas.


Resposta: D

6) I, IV e V são raizes, II é caule, III é folha e VI é um fruto.


Resposta: D 15) Monocotiledôneas: raízes fasciculadas (cabeleiras).
Dicotiledôneas: raízes axiais (pivotantes).

7) Haustórios ou raízes sugadoras são estruturas características 16) I – O meristema apical é responsável pelo crescimento
de plantas parasitas. primário.
Resposta: C II – Parênquima paliçádico com células clorofiladas é um
tecido encontrado nas folhas.
III – Tubos crivados são comuns ao floema.
8) Temos: 1 – xilema, 2 – floema, 3 – endoderme, 4 – epiderme. IV – Traqueídes são comuns ao xilema.
Resposta: C Resposta: E

9) Os pneumatóforos são raízes respiratórias que apresentam 17) O câmbio é um tecido meristemático que tem como função
geotropismo negativo e estão presentes em algumas promover o crescimento secundário (em espessura).
espécies de plantas de manguezais. Resposta: B
Resposta: C

18) Cenoura e mandioca são raízes, alcachofra é uma inflo-


10) A região responsável pelo crescimento da raiz (meristema) rescência e pêssego é um fruto.
fica entre a coifa e a zona pilífera. Resposta: A
Resposta: B

11) Nas monocotiledôneas, são observadas, na endoderme,


células com reforço em “u” ao invés de estrias de Caspary
(característica de dicotiledôneas).
Resposta: B

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CAPÍTULO Biologia Vegetal

25 O CAULE DAS
ANGIOSPERMAS

Ocacaueiro é uma planta que apresenta um fenômeno


denominado Caulifloria, isto é, as flores nascem a partir das gemas
do caule e os frutos desenvolvem-se presos ao longo desse órgão.
Esse fenômeno se observa também na jaqueira e na jabuticabeira.

1. Função c) Quanto à evolução: vegetativas (produzem ramos)


e reprodutoras (produzem flores).
Caule é o eixo ascendente da planta e está relaciona-
do com a produção e sustentação de folhas, flores e fru-
tos. Serve para a condução de seiva e para acumular
substâncias de reserva. É a região mais espessada do caule, de onde parte
uma folha, uma gema ou um ramo.
2. Origem
O caule origina-se da gêmula e do caulículo do em- É o espaço compreendido entre dois nós.
brião.
4. Anatomia do caule
3. Morfologia externa
Estrutura primária do caule
No caule, podem-se reconhecer gemas, nós e entrenós. Caule de dicotiledônea
Basicamente, encontramos epiderme, casca e cilin-
dro central (Figs. 2 e 3).
Epiderme: geralmente é provida de uma única cama-
da de células, derivadas do dermatogênio, apresentando
cutícula, estômatos, pelos etc. A epiderme funciona, pri-
mariamente, como um tecido de proteção.
Casca: ocupada, principalmente, por um tecido pa-
renquimático. Na parte mais periférica, esse parênquima
Fig. 1 – Morfologia do caule.
está transformado em colênquima – tecido de sustentação
com células vivas clorofiladas. Essa região tem função
na reserva, mas serve também como uma região de trans-
porte lateral de nutrientes orgânicos, inorgânicos e água.
São estruturas constituídas por tecidos meristemáti- Cilindro central: ocupado por um tecido parenqui-
cos, responsáveis pela multiplicação celular, que, conse- mático, dentro do qual encontramos os feixes líbero-le-
quentemente, garantem o crescimento do caule. As ge- nhosos. No meio do xilema e do floema existem as célu-
mas são recobertas por folhas modificadas chamadas es- las meristemáticas do câmbio intrafascicular. No espaço
camas ou catafilos. deixado pelos feixes líbero-lenhosos, seguindo a mesma
As gemas axilares podem ser assim classificadas: linha do câmbio fascicular, irá se desdiferenciar o câm-
a) Quanto à posição: terminais e laterais (axilares). bio interfascicular.
b) Quanto à atividade: ativas e dormentes.
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A estrutura secundária é observada quando a planta


começa a produzir novos elementos no sentido lateral.
Tal fato ocorre na região do caule, onde já cessou o
crescimento longitudinal. Como consequência, a planta
cresce em espessura. Duas estruturas são responsáveis
por esse crescimento: o câmbio e o felogênio.
Seja o câmbio fascicular ou interfascicular, ambos
produzem, para o lado mais externo, novos elementos do
floema (líber) e células dos raios medulares. Para o lado
interno, produzem novos elementos do lenho e também
células dos raios medulares. Esses elementos do lenho e
do líber, produzidos por atividade do câmbio, recebem,
respectivamente, o nome de deuteroxilema e deuterofloe-
Fig. 2 – Aspecto geral da estrutura primária do caule de dicotiledônea.
ma (lenho e líber secundários).
Os raios medulares são constituídos por células pa-
renquimáticas, que apresentam seu maior comprimento
disposto radialmente. Os raios medulares são utilizados
no transporte rápido de substâncias da casca para o cilin-
dro central e vice-versa.
Como vimos, da atividade do câmbio resulta a for-
mação do deuterofloema, para o lado mais externo, e do
deuteroxilema, para o lado mais interno. Com isso, temos
a formação da estrutura secundária, na qual há uma faixa
Fig. 3 – Detalhe do corte transversal do caule de dicotiledônea. contínua de floema, externamente, e uma faixa contínua
de xilema, internamente.
Nas plantas de climas onde existem nitidamente uma
Epiderme: reveste e protege externamente o caule. estação favorável e outra desfavorável, podemos obser-
Parênquima cortical: ocupa todo o interior do caule. var a formação dos anéis anuais de crescimento. Tais
Feixes liberolenhosos: estão mergulhados dentro do anéis permitem o reconhecimento da idade das plantas.
tecido parenquimático. Os anéis anuais são reconhecidos no lenho ou xile-
ma. No período favorável, o câmbio produz vasos lenho-
sos com grande diâmetro, relacionados com a condução
de água. É o lenho primaveril.
No início do período desfavorável, antes de o câmbio
entrar em repouso, são produzidos vasos lenhosos com
pequeno diâmetro e paredes celulares espessadas. Esses
vasos parecem estar mais relacionados com a sustentação
do que com a condução da água. É o lenho estival.
Com o passar dos anos e com a produção de novos ele-
mentos pelo câmbio, a planta vai crescendo em espessura.
A parte do xilema secundário que fica perto do câmbio, a
parte nova, e que possui ainda elementos parenquimáticos
vivos, chama-se alburno. A parte central do tronco da ár-
vore, em que os elementos parenquimáticos já estão mor-
tos e os vasos lenhosos, fora de função, constitui o cerne. O
cerne forma a madeira, aproveitada industrialmente.
Fig. 4 – Corte transversal do caule de monocotiledônea.

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Fig. 7 – Estolho.

Volúvel
Fig. 5 – Caule de dicotiledônea com estrutura secundária.
Caule que, através de um movimento chamado cir-
Na casca, diferencia-se outro meristema chamado fe- cunutação, cresce enrolando-se num suporte. Pode ser:
logênio. O felogênio produz súber, para o lado mais ex- Dextrorso: quando a ponta volta-se para a direita
terno, e células parenquimáticas (feloderma), para o lado (feijão).
mais interno. Sinistrorso: quando a ponta volta-se para a esquerda
(lúpulo).

Fig. 6 – Caule de dicotiledônea com estrutura secundária.


Fig. 8 – Caule volúvel.
5. Tipos de caule
Escandescente ou sarmentoso
Caule que se fixa a um suporte através de gavinha
(uva) ou raízes grampiformes (hera).
Tronco
É um caule desenvolvido, de estrutura lenhosa, apre-
sentando sempre ramificações; caracteriza árvores e ar-
bustos.

Haste
Caule pouco desenvolvido, de consistência herbácea;
caracteriza ervas e subarbustos.

Estipe
Caule cilíndrico, não ramificado, típico das palmeiras.

Colmo
Caule nitidamente dividido em nó e entrenó; é típico Fig. 9 – Caule sarmentoso de uva.
das gramíneas. O colmo pode ser maciço (cana) ou oco,
fistuloso (bambu).
Estolão ou estolho
Caule aéreo rastejante, articulado em nó e entrenó. Suculento
Dos nós partem raízes e ramos aéreos. Ex.: morangueiro, Caule aéreo espessado, em virtude do acúmulo de
grama. água. É comum em cactáceas. Ex.: barriguda.
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Cladódio e filocládio
Caules aéreos achatados, com aspecto de folhas. Di-
ferem das folhas verdadeiras porque têm gemas que
Rizoma
podem produzir flores, o que não acontece com as folhas.
Caule rastejante subterrâneo que produz ramos aé
O termo cladódio designa ramos longos, achatados e
reos e raízes adventícias. Ex.: bananeira, samambaia.
verdes, com crescimento indefinido (opuntia). O termo
filocládio designa ramos laterais, afilados, de cresci- Tubérculo
mento definido. Ex.: aspargo. Caule espesso que acumula reservas nutri ti vas. Ex.:
batata-inglesa.

Fig. 12 – Planta de batata mos-


trando os tubérculos. O tubér-
culo preto é o que foi semeado.
Os tubérculos diferem das raízes tuberosas, porque
apresentam gemas e escamas, formações nunca encon-
tradas nas raízes.

Fig. 10 – Cladódio de cacto. As folhas transformam-se em espinhos.

Espinho
Xilopódio
Ramo caulinar atrofiado, curto e pontiagudo. Ex.: la-
Órgão subterrâneo, espessado e resistente, que acu-
ranjeira e limoeiro.
mula água. No xilopódio entram também partes da raiz,
Gavinhas ou seja, não há distinção nítida entre raiz e caule. Carac-
Estruturas filamentosas que se enrolam em suportes teriza as malváceas. Encontrado em plantas de cerrado.
e sustentam caules escandescentes. Ex.: maracujá. Bulbo
Órgão subterrâneo de estrutura complexa no qual o
Pseudobulbo caule, propriamente dito, é representado por uma porção
Bulbo aéreo que aparece, por exemplo, nas orquídeas. basal chamada prato. Na parte inferior, o prato emite raí-
zes adventícias. Na parte superior, existe uma gema pro-
tegida por folhas chamadas catafilos. O bulbo pode ser:
• Tunicado: o prato é revestido totalmente por esca-
mas desenvolvidas, formando túnicas superpostas (cebola).
• Escamoso: o prato é revestido por escamas imbri-
cadas, pouco desenvolvidas (lírio).
• Sólido: o prato é bastante desenvolvido, acumulan-
do reservas (tulipa, gengibre) e com escamas reduzidas.

Fig. 11 – Planta de orquídea.

Alado
Resultante da expansão lateral do caule, em forma de
lâmina. Ex.: carqueja.
Fig. 13 – (A) Bulbo escamoso de lírio; (B) Bulbo tunicado de cebola.

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1. Considere o texto e a figura para responder à questão. a) Identifique e indique qual tecido é penetrado pela tromba do
inseto e em qual ocorrem células meristemáticas?
b) Dê duas funções desempenhadas pelo tecido indicado pela
letra C.
Resolução
a) A (floema); B (câmbio).
b) C (xilema): transporte de seiva mineral e sustentação me-
cânica.

2. (MODELO ENEM) – Um casal de namorados, numa prática con-


denável, gravou seus nomes a um metro do solo, em uma árvore
de dois metros de altura. Anos depois, voltando ao local, verifica-
ram que a mesma árvore media agora quatro metros de altura. É
válido procurar a antiga inscrição
a) a 1 metro do solo.
Existe uma relação entre formigas e afídeos, mais conhecidos b) a 2 metros do solo.
como pulgões. Eles liberam um líquido adocicado e que c) a 3 metros do solo.
normalmente é desperdiçado, mas as formigas recolhem-no e, ao d) a qualquer altura, pois nada se pode prever.
mesmo tempo, protegem os afídeos de predadores. Para e) acima de 1 metro do solo.
alimentarem-se, os afídeos colocam sua tromba perfurante nos Resolução
caules tenros, de onde retiram seu alimento. Resposta: A

3. (FUVEST) – A ramificação de caule origina-se de gemas axilares, 5. (UEG) – A bocaiuva é uma palmeira de ampla distribuição no Bra-
cuja natureza histológica é sil e frequente no Pantanal sul-mato-grossense, sendo utilizada na
a) parênquima. alimentação, na construção e também no artesanato regional.
b) xilema. Sobre as palmeiras, é correto afirmar:
c) colênquima. (001) São angiospermas, monocotiledonares.
d) meristema. (002) São angiospermas, dicotiledonares.
e) esclerênquima. (004) Apresentam caule tipo estipe, feixes vasculares dispostos
em anel e raiz pivotante.
4. (VUNESP) – A figura abaixo representa o corte transversal no caule (008) Apresentam caule tipo estipe, feixes vasculares difusos e
de uma dicotiledônea. raiz fasciculada.
(016) Apresentam caule tipo colmo, feixes vasculares difusos e
raiz pivotante.
(032) Apresentam caule tipo colmo, feixes vasculares dispostos
em anel e raiz fasciculada.
6. (UFSCar) – Nos vegetais pertencentes às angiospermas,
a) a endoderme é responsável pela formação das raízes secundárias.
b) a presença do periciclo e da endoderme caracteriza o cres-
cimento secundário da raiz.
c) os anéis de crescimento percebidos em um tronco são origi-
nários da atividade diferencial do meristema cambial, em
função de mudanças no ambiente.
d) as células-companheiras dispõem-se paralelamente ao longo de
um elemento de vaso, auxiliando-o no transporte da seiva bruta.
e) a deposição de celulose na parede das células parenquimá-
As setas I, II e III indicam, respectivamente,
ticas de um tronco provoca a morte das mesmas por imper-
meabilizá-las.
I II III
7. A figura a seguir é uma fotomicrografia de um corte transversal do
a) Floema Xilema Câmbio caule de angiosperma.

b) Líber Floema Felogênio

c) Líber Lenho Felogênio

d) Floema Líber Câmbio

e) Súber Feloderma Felogênio

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Assinale a alternativa correta. 13. A figura a seguir mostra, de uma bananeira, partes subterrâneas
a) Trata-se de uma monocotiledônea, visto que há câmbio e uma parte aérea cortada logitudinalmente.
interfascicular.
b) Trata-se de uma dicotiledônea, visto que os feixes vasculares
estão organizados num cilindro central.
c) Trata-se de uma dicotiledônea, visto que não há câmbio inter-
fascicular.
d) Trata-se de uma monocotiledônea, já que existe a presença de
tecidos vasculares.
e) Trata-se de uma monocotiledônea, visto que os feixes liberole-
nhosos estão dispersos no parênquima.

8. (PUC-SP) – O cerne de uma árvore é constituído por


a) floema mais recente. b) tecido suberoso.
c) tecido parenquimatoso. d) meristemas.
e) xilema mais antigo.

9. (FATEC) – Ao se cortar uma árvore, contaram-se 15 anéis de


crescimento. Estes são A estruturas I, II e III são, respectivamente,
a) peridermes superpostas, originadas pela atividade periódica a) caule, rizoides e bulbo.
do felogênio. b) caule, raízes adventícias e bulbo.
b) constituídos de lenho, originados pela atividade periódica do c) colmo, raízes sugadoras e tubérculo.
câmbio. d) pseudocaule, raízes ad-ventícias e rizoma.
c) constituídos de lenho, originados pela atividade periódica do e) pseudocaule, rizoides e rizoma.
felogênio.
d) formados somente de cerne. 14. Analise as frases abaixo proferidas por um feirante.
e) formados somente de câmbio. I. A alcachofra é a inflorescência mais apreciada pelos consu-
midores.
10. (UFBA) – Relacione as plantas da coluna I com os respectivos ti- II. Cenoura, batata e tomate são os legumes mais vendidos.
pos de caule da coluna II: III. Abobrinha, berinjela e jiló são frutos pouco vendidos.

COLUNA I COLUNA II Está(ão) correta(s):


1. batata-inglesa ( ) estolho a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III.
2. bananeira ( ) bulbo d) apenas I e III. e) apenas II e III.
3. cana-de-açúcar ( ) estipe
4. babaçu ( ) tubérculo 15. Analise as estruturas derivadas de vegetais abaixo relacionadas:
5. cebola ( ) rizoma I. Abobrinha
6. moranguinho ( ) colmo II. Batatinha
7. cactos ( ) cladódio III. Cebola
IV. Gengibre
A sequência correta dos números na coluna II, de cima para bai- V. Vagem
xo, é:
São caules as estruturas relacionadas em
a) 6 5-4-1-2-3-7 b) 6-4-5-1-2-3-7 c) 4-5-6-1-2-3-7
a) I, II e III, apenas. b) II, III e IV, apenas.
d) 4-5-7-6-2-3-1 e) 6-5-4-7-1-2-3
c) III, IV e V, apenas. d) II, IV e V, apenas.
e) I, III e IV, apenas.
11. (UFSE) – O abacateiro, o bambu e o feijão apresentam, respecti-
vamente, os seguintes tipos de caule: 16. Uma salada mista composta apenas por estruturas caulinares
a) Estipe, tubérculo, tronco. deve conter
b) Tronco, colmo, haste. a) cebola, batatinha, palmito e aspargo.
c) Tronco, estipe, haste. b) batatinha, alho, palmito e brócolis.
d) Sarmentoso, colmo, haste. c) cenoura, beterraba, rabanete e cebola.
e) Colmo, tronco, tubérculo. d) palmito, aspargo, cenoura e couve-flor.
e) alcachofra, aspargo, cenoura e rabanete.
12. As figuras abaixo representam partes de vegetais superiores.
17. São considerados caules subterrâneos
a) amendoim, cebola e cenoura.
b) batata inglesa, gengibre e cebola.
c) batata-doce, aspargo e amendoim.
d) cenoura, beterraba e rabanete.
e) berinjela, jiló e chuchu.

18. (VUNESP) – A palavra “cerne”, na linguagem popular, designa “a


parte mais interna, o âmargo, o centro”. Na linguagem técnica,
essa palavra se refere ao(à)
a) região central do caule de plantas lenhosas, onde se encontra
o xilema não-funcional.
b) região central do caule de monocotiledôneas, ocupada por
feixes vasculares (xilema e floema).
Raiz e caule com função armazenadora estão mostrados, respec- c) conjunto de vasos do xilema encontrados nos caules em geral.
tivamente, em d) região mais interna da raiz, preenchida por tecido vivo e muito
a) I e II, apenas. b) III e II, apenas. c) II e IV, apenas. resistente (parênquima).
d) III e IV, apenas. e) IV e II, apenas. e) região mais central da raiz, ocupada por floema não-funcional,
por isso de grande resistência mecânica.

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19. A figura abaixo esquematiza a parte subterrânea de um pé de A legenda correta para essa figura é a seguinte:
batatas.
I II III

a) Tubérculo (caule) Gemas laterais Raiz

b) Tubérculo (caule) Gemas laterais Caule

c) Tubérculo (caule) Lenticelas Raiz

d) Tubérculo (raiz) Lenticelas Caule

e) Tubérculo (raiz) Gemas laterais Raiz

20. Em uma quitanda, cada banca apresentava uma placa de


classificação de produtos que estavam à venda. Na banca de
frutos havia abobrinha, banana, berinjela, beterraba, cenoura,
laranja, pepino, tomate e chuchu; na banca de raízes e tubérculos
havia batata, cebola e mandioca. Considerando critérios
botânicos, reorganize os produtos à venda na quitanda, utilizando
quatro bancas.

3) As gemas do caule são formadas por tecido meristemático 12) A raiz da cenoura (II) tem função armazenadora enquanto o
primário. caule do tipo tubérculo da batata-inglesa (IV) apresenta
Resposta: D também função de reserva.
Resposta: C
4) I – Floema
II – Xilema 13) I – Pseudocaule,
III – Câmbio Vascular II – Raízes adventícias,
A figura representa o caule de dicotiledônea antes do III – Rizoma.
crescimento diametral. Resposta: D
Resposta: A
14) Legume é um tipo de fruto presente nas leguminosas. A
5) 001 e 008 estão corretos. cenoura é uma raiz, a batata é um caule e o tomate é um
002 Falso: A bocaiuva é uma monocotiledônea. fruto do tipo baga.
004 Falso: Apresentam caule tipo estipe, feixes vasculares Resposta: D
difusos e raiz fasciculada.
016 Falso: Apresentam caule tipo estipe e raiz fasciculada. 15) Abobrinha e vagem são frutos.
032 Falso: Apresentam caule tipo estipe e feixes vasculares Resposta: B
difusos.
16) Cebola, batatinha, palmito e aspargo são estruturas advindas
6) A atividade diferencial do câmbio, coordenada pelas do caule.
condições climáticas, forma os anéis de crescimento (lenho Resposta: A
primaveril e estival).
Resposta: C 17) Batata-inglesa, gengibre e cebola possuem caule
subterrâneo.
7) Uma das características das monocotiledôneas é possuir os Resposta: B
feixes liberolenhosos dispersos no parênquima do caule.
Resposta: E 18) Cerne ou Madeira representa o lenho não funcionante
produzido por atividade do câmbio.
8) O cerne é formado por xilema mais antigo. Resposta: A
Resposta: E
19) A batatinha é um caule subterrâneo com função de reserva (I)
9) Os anéis de crescimento são vasos lenhosos originados a e possui gemas laterais que se desenvolvem para a formação
partir do câmbio vascular. de ramos caulinares (II) e raízes (III).
Resposta: B Resposta: A
10) A sequência correta na coluna II, de cima para baixo é: 6 – 5 –
4 – 1 – 2 – 3 – 7. 20) 1) Frutos – abobrinha, banana, berinjela, laranja, pepino,
Resposta: A tomate e chuchu.
2) Raízes tuberosas – beterraba, cenoura e mandioca.
11) Abacateiro (tronco), bambu (colmo), feijão (haste). 3) Caule do tipo tubérculo – batata.
Resposta: B 4) Caule do tipo bulbo – cebola.

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CAPÍTULO Biologia Vegetal

35 A FOLHA DAS
ANGIOSPERMAS

A s flores das angiospermas são resultantes da transformação de


folhas. Assim, sépalas, pétalas, estames e carpelos
são folhas modificadas que formam a flor.

1. Função
A folha é um órgão vegetal especializado para a fo- São pequenas expansões formadas na axila de uma
tossíntese, transpiração e respiração. folha. Quando desenvolvidas, realizam as funções princi-
pais: protegem a gema existente na axila da folha e, na
2. Origem ausência de limbo, atingem grande desenvolvimento, tor-
nando-se assimiladoras. É o que ocorre, por exemplo, na
As folhas originam-se a partir de saliências laterais
ervilha.
chamadas primórdios foliares, produzidos pela ativida-
de das gemas caulinares.
É o eixo que serve para sustentar e inserir a folha no
3. Morfologia
caule. Ramificando-se, produz as nervuras que percor-
Uma folha completa apresenta cinco porções: limbo, rem o limbo.
pecíolo, bainha, estípulas e nervuras. (Fig. 1)

É a parte principal da folha. Quando falta, é geral-


mente substituído pelo desenvolvimento das estípulas ou
achatamento do pecíolo.
Uma folha que não tem qualquer desses elementos é
chamada incompleta, podendo ser:
Peciolada (Fig. 2): quando o pecíolo é desenvolvido
e falta a bainha (dicotiledônea).

Fig. 1 – Folha completa.

É uma porção basal dilatada que prende a folha no


caule ou ramo. É reduzida ou ausente nas dicotiledôneas
e apresenta grande desenvolvimento nas monocotiledô-
Fig. 2 – Folha peciolada.
neas.
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Invaginante (Fig. 3): quando o pecíolo está ausente


e a bainha é desenvolvida (monocotiledônea).

Fig. 3 – Folha invaginante.

Séssil (Fig. 4): sem bainha e sem pecíolo.


Fig. 7 – Corte transversal de folha.

As células epidérmicas são vivas e geralmente des-


providas de cloroplastos. Podem acumular substâncias de
reserva e também taninos, óleos e cristais.
Geralmente, a epiderme constitui uma única camada
de células justapostas, sem deixar espaços entre si, de
Fig. 4 – Folha séssil. modo a evitar a perda excessiva de água por transpiração.
A presença dos estômatos e da cutícula é uma das
principais características da epiderme foliar.
As nervuras constituem o conjunto de feixes libero- Os estômatos podem ocorrer em ambos os lados da
lenhosos e que facilmente são visíveis na parte inferior epiderme, mas o lugar mais frequente é o lado dorsal (in-
da folha, formando saliências. ferior). Nas folhas alongadas e estreitas das monocotile-
dôneas e coníferas, os estômatos ocorrem em fileiras pa-
ralelas ao eixo da folha.
Os estômatos podem estar no mesmo nível das outras
células epidérmicas, estar acima da superfície da epider-
me ou alojados em covinhas. Muitas vezes, podem apa-
recer numa depressão chamada cripta estomatífera.
As células epidérmicas apresentam, na parede em
Fig. 5 – A – Folha com nervura ramificada (reticulada) de dicotiledônea; contato com o ar atmosférico, uma incrustação de cutina
B – Folha com nervura paralela de monocotiledônea. (uma gordura), formando uma nítida camada, a cutícula.
A estrutura da cutícula é de interesse particular para os
4. Anatomia da folha pesquisadores. Ela está relacionada a problemas de pene-
A folha constitui um órgão dorsiventral e, por isso, trabilidade na superfície da folha de nutrientes minerais,
apresenta epiderme superior (ventral), uma parte me- fungicidas e herbicidas.
diana chamada mesofilo, ocupada pelo tecido assimila- Embora a cutícula pareça ser impenetrável, existem
dor ou clorofiliano, e uma epiderme inferior (dorsal). algumas áreas de fragilidade que, durante a expansão das
células epidérmicas, permitem a entrada de substâncias
químicas.
Em muitas plantas, a cutícula é recoberta por uma ca-
mada de cera numa variedade de padrões. Tais depósitos
parecem não exercer um papel importante na redução da
transpiração, mas eles reduzem muito a possibilidade de
a folha reter água em sua superfície.
A espessura da cutícula pode variar com o meio am-
biente. Ela não ocorre somente na superfície das células
epidérmicas, mas muitas vezes projeta bordos na parede la-
Fig. 6 – Corte transversal de folha. teral.

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A parte cutinizada da parede celular, abaixo da cutí- lha. Os feixes vasculares das folhas são comumente nervu-
cula, tem uma complicada estrutura. Ela contém celulo- ras e o padrão formado pelas nervuras chama-se venação.
se, formando uma espécie de moldura, bem como com- Observada a olho nu, a venação aparece em dois pa-
postos pécticos, cutina, ceras e outros compostos, como drões principais: o ramificado, ou reticulado, e o parale-
substâncias incrustantes. lo. O primeiro, é mais encontrado entre as dicotiledôneas
A fonte e a maneira de migração da cutina e ceras nas e o segundo, nas monocotiledôneas.
células epidérmicas são problemas não resolvidos. A pre- Os feixes liberolenhosos que ocorrem nas folhas são
sença de plasmodesmos na parede externa das células colaterais ou bicolaterais.
pode explicar, entretanto, que essas substâncias migra- No caso de serem colaterais, o lenho sempre ocupa a
riam através deles para o exterior. posição superior (ventral) das folhas e o floema, a infe-
De um modo geral, as dicotiledôneas, possuindo fo- rior (dorsal).
lhas de posição horizontal, apresentam cutícula mais es- Nas dicotiledôneas, as nervuras maiores apresentam-se
pessada na epiderme superior e pouco na inferior. Nas formando saliências no lado inferior da folha e, nestas,
monocotiledôneas, que têm folhas inclinadas, a cutícula encontra-se, frequentemente, logo abaixo da epiderme,
acha-se igualmente espessada em ambos os lados. um tecido colenquimatoso.
Frequentemente a essas nervuras maiores estão asso-
Às vezes, podemos encontrar apêndices altamente
ciados tecidos de sustentação, representados pelo escle-
variáveis na epiderme, incluindo: pelos glandulares ou de
rênquima.
secreção e pelos de proteção. Esses apêndices são deno-
minados tricomas.
5. Estrutura da folha
e o meio ambiente
A maior parte do tecido fundamental do limbo foliar A adaptação das plantas a diferentes habitats, espe-
está diferenciada como mesofilo, caracterizado pela cialmente quanto à disponibilidade de água, pode estar
abundância de cloroplastos e por um grande sistema de associada a fatores estruturais. Assim, as plantas podem
espaços intercelulares. ser classificadas, quanto ao fator água, em:
O mesofilo pode ser homogêneo ou estar diferencia- Xerófitas: adaptadas às regiões secas.
do em parênquima paliçádico e parênquima lacunoso. Mesófitas: requerem uma quantidade abundante de
O parênquima paliçádico contém células alongadas, água disponível no solo e certa umidade na atmosfera.
com o maior comprimento da célula perpendicular à su- Hidrófitas ou higrófitas: requerem uma grande quan-
perfície do limbo. Embora o parênquima paliçádico pareça tidade de umidade, vivendo parcial ou totalmente submer-
mais compacto do que o tecido lacunoso, uma parte consi- sas (hidrófitas) ou em ambientes muito úmidos (higrófitas).
derável das paredes das células fica exposta ao ar intercelular. As características estruturais apresentadas por plan-
As folhas podem ter uma ou mais camadas de parên- tas que vivem nesses habitats são chamadas de xeromór-
quima paliçádico. Nas plantas que vivem em solos ficas, mesomórficas e higromórficas.
relativamente ricos em água (habitat mesofítico), o pa-
rênquima paliçádico está geralmente colocado na super-
fície superior do limbo (ventral), já o parênquima lacuno-
Uma das características mais importantes é a dimi-
so localiza-se na região inferior (dorsal). A folha, neste
nuição da superfície foliar, isto é, as folhas tornam-se pe-
caso, é chamada bifacial ou dorsiventral. quenas e compactas. Esse caráter se associa também com
Se o parênquima paliçádico ocorre em ambos os la- as estruturas internas. Tanto assim, que o parênquima pa-
dos da folha, como ocorre em plantas de habitat xerofíti- liçádico torna-se muito mais espesso que o parênquima
co, a folha é bilateral ou isolateral. lacunoso (ou é o único presente, faltando o lacunoso) e o
O parênquima lacunoso é constituído de células de volume dos espaços intercelulares torna-se reduzido.
várias formas, frequentemente irregulares e com ramifi- Possuem, geralmente, hipoderme, sem, ou com pou-
cações que se estendem de uma célula a outra. A caracte- cos, cloroplastos. O esclerênquima é presente, provavel-
rística principal desse tecido é a presença de grandes es- mente para reduzir os efeitos da seca.
paços intercelulares, chamados lacunas. Os tricomas são abundantes em muitas xerófitas,
provavelmente agindo contra o aquecimento excessivo
da superfície foliar.
Possuem cutículas espessas e células epidérmicas
A principal característica do sistema da lâmina foliar
com paredes fortemente espessadas.
é a íntima relação entre o mesofilo e os tecidos vasculares.
Os estômatos alojam-se em cavidades, criptas ou co-
Os feixes vasculares formam um sistema interconecta-
vinhas protegidas por pelos.
do no plano mediano do limbo, paralelo à superfície da fo-
Muitas são plantas suculentas, acumulando água.
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Os caracteres xeromórficos apresentam-se com vários


graus de intensidade, podendo estar bem fixados genetica-
mente em algumas espécies. Por outro lado, fatores ambien-
tais podem induzir um maior grau de xeromorfismo em fo-
lhas mesomórficas ou intensificar os caracteres xeromórfi-
cos nas xerófitas. Falta de água é apenas um de tais fatores.
De fato, a deficiência de nutrientes e o frio podem in-
duzir maior intensidade no xeromorfismo foliar do que a
deficiência de água. A suculência, por exemplo, pode-se
desenvolver na falta de nitrogênio ou quando as plantas
estão sujeitas a borrifos de água do mar. Outro fator é a luz.
Folhas que se desenvolvem em altas intensidades lumino-
sas apresentam mais xeromorfismo do que as que vivem
protegidas contra uma luz intensa. Essa reação do desen-
volvimento é a base para distinguir folhas de sombras e fo-
lhas de sol. Tem sido observado frequentemente que as fo-
lhas que se desenvolvem à luz direta do sol são menores e Fig. 8 – Plantas carnívoras: A e B – Dionaea (papa-mosca).
C e D – Drosera (orvalhinha).
mais espessas e têm um parênquima paliçádico mais dife-
renciado do que as folhas que se desenvolvem na sombra.
No gênero Dionaea, encontramos um pecíolo alado;
o limbo é simétrico e em suas laterais existem pelos lon-
gos. Numa de suas faces, existem numerosas glândulas
São as folhas com grande superfície no limbo, cutí-
produtoras de enzimas proteolíticas.
cula fina ou, às vezes, até ausente. O parênquima paliçá-
Quando um inseto toca o limbo, imediatamente este
dico é ausente completamente na maioria dos casos, exis-
tindo apenas o parênquima lacunoso. se dobra em torno da nervura mediana; os pelos opostos
intercruzam-se, formando uma espécie de urna na qual o
animal fica preso, sendo então digerido por enzimas fa-
bricadas pela face interna da urna.
Apresentam características intermediárias entre as
No gênero Nepenthes, a parte inicial da folha é dila-
xeromórficas e higromórficas.
tada e realiza fotossíntese; segue-se uma região estreita-
da e na extremidade existe uma urna alongada superior,
6. Folhas transformadas recoberta por pelos voltados para baixo, ficando no inte-
Uma folha executa normalmente a fotossíntese, res- rior outros pelos e glândulas produtoras de enzimas pro-
piração e transpiração, mas, às vezes, sofre modificação, teolíticas; sobre a abertura existe uma espécie de tampa,
passando a exercer outras funções, tais como nutrição, ou opérculo, de posição oblíqua. Quando um inseto cai
proteção, fixação e reprodução. na urna, não pode sair, porque os pelos não deixam, e vai,
então, sendo digerido aos poucos. A posição oblíqua do
opérculo impede a saída do inseto e a entrada de chuva
Cotilédones na urna, que diluiria os sucos digestórios.
São as primeiras folhas produzidas pelo embrião; ge- No gênero Utricularia – planta aquática –, o limbo
ralmente são finas, arredondadas, podendo existir uma dobra-se de tal modo que constitui uma urna, em cuja pa-
(monocotiledôneas), duas (dicotiledôneas) ou muitas rede interna encontramos numerosas glândulas produto-
(gimnospermas). Armazenam reservas que são gastas du- ras de enzimas proteolíticas.
rante a germinação da semente. Na urna, fica apenas uma abertura, em torno da qual
Insetívoras existem numerosos pelos. A abertura é fechada por uma
São as folhas das plantas carnívoras, isto é, plantas válvula. Quando um microcrustáceo, por exemplo, a Da-
que se alimentam de insetos. O aspecto das folhas varia phinia, encosta nos pelos, ela se abre e uma corrente lí-
de acordo com o gênero. Assim, por exemplo, no gênero quida arrasta o animal para o interior da urna. A pressão
Drosera, o limbo é globoso; nele, existem pelos em cuja da água que penetra na urna fecha a válvula, impedindo
extremidade há pequenas dilatações, ricas em glândulas a fuga da presa, que vai sendo digerida lentamente. A
que eliminam enzimas proteolíticas. Quando um inseto água é eliminada pelas glândulas ou, então, é gasta na di-
toca um desses limbos, os pelos imediatamente se cur- gestão; com isso, diminui a pressão dentro da urna, e a
vam, aprisionando-o. O inseto, então, vai sendo digerido planta está pronta para ingerir outra presa.
lentamente pelas enzimas das glândulas.
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Escamas ou catafilos Folhas com multiplicação vegetativa


São folhas largas que protegem as gemas terminais e Certas folhas contêm restos meristemáticos que, em
axilares. determinadas condições, podem entrar em atividade, origi-
nando um vegetal completo da mesma espécie. É o que
Brácteas
acontece, por exemplo, na folha-da-fortuna (Bryophyllum
calycinum). Como não há intervenção de gametas, trata-se
de multiplicação vegetativa. Na fortuna e na begônia, a
atividade meristemática ocorre somente depois que a fo-
lha se destacou. No entanto, na folha de Kalanchoe, ocor-
re a multiplicação mesmo com a folha presa ao caule.

Esporofilos
São folhas produtoras de esporos. Examinemos, por
exemplo, uma pteridófita na qual encontramos dois tipos
diferentes de folhas: umas são largas, verdes e geralmen-
te perpendiculares aos raios solares, chamadas trofofilas;
Fig. 9 – Brácteas vermelhas do bico-de-papagaio.
outras são finas, leves, incolores, carregadas de esporos,
São folhas que protegem as flores, possuindo uma sendo chamadas esporofilos. Os esporofilos têm geral-
constituição geralmente diferente da constituição da flor. mente posição vertical, o que facilita a disseminação de
Assim, por exemplo, são conhecidos os casos das três-ma- esporos pelo vento.
rias, cujas brácteas são violáceas, e da flor-de-papagaio, Nas samambaias, as folhas chamadas frondes são ao
cujas brácteas têm um vermelho vivo. Algumas brácteas mesmo tempo trofofilas e esporofilos. Os esporos ficam
têm nomes especiais. Nas gramíneas, por exemplo, en-
no interior de urnas (esporângios), que se reúnem na fa-
contramos brácteas pequenas com consistência de couro,
ce inferior da folha, formando grânulos de cor marrom,
as glumas; quando pequenas se chamam glumelas e
quando muito pequenas se chamam glumérulas. Prote- os soros.
gendo uma inflorescência do tipo espádice, existe uma
bráctea chamada espata; no copo-de-leite, tem a forma de Antofilos
cartucho; nas palmeiras, tem forma de estojo etc. São folhas transformadas em flores. O processo de
transformação chama-se metamorfose progressiva ou
Espinhos ascendente. Embora rara, é possível a transformação de
São folhas transformadas em estruturas finas, alon- flores em folhas; é o que se chama metamorfose regres-
gadas, rígidas, que protegem a planta contra agressões siva ou descendente.
mecânicas e, principalmente, contra a transpiração ex-
cessiva pela diminuição da superfície de evaporação. Os
espinhos podem-se originar de qualquer parte da folha. É 7. Heterofilia
o caso, por exemplo, da coroa-de-cristo (Euphorbia), que É a presença, numa mesma planta, de folhas com for-
apresenta estípulas transformadas em espinhos. mas diferentes. Ex.: feijão, sagitária etc.
Filódio
Quando uma folha não apresenta limbo, o pecíolo po-
de ser achatado e transformado em limbo, passando a ser
chamado de filódio. Aparece, por exemplo, nas acácias.

Gavinhas
São estruturas que provêm de caule ou folhas. A di-
ferenciação entre os dois tipos é feita com o auxílio do
exame microscópico de um corte da gavinha. As gavi-
nhas são estruturas finas, longas e flexíveis, que se enro-
lam em um suporte qualquer, com o qual entram em con- Fig. 10 – Heterofilia Fig. 10 – A sagitária tem folhas
em planta de feijão. submersas flutuantes e aéreas,
tato (tigmotropismo). Aparecem, por exemplo, no chu- com formas diferentes (heterofilia).
chu e na videira.
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8. Filotaxia
Estudo da disposição das folhas no caule. Várias folhas inserem-se no mesmo nó, formando
um verticilo foliar.

As folhas inserem-se isoladamente em níveis dife-


rentes.

As folhas inserem-se no mesmo nó, ficando quase


sempre na mesma direção e em sentidos opostos. Fig. 11 – Filotaxia: (A) verticilada; (B) alternada; (C) oposta.

1. (MODELO ENEM) – A figura abaixo representa o segmento, em III. Parênquima clorofiliano lacunoso.
corte transversal, de folha de angiosperma. As setas de I a V IV. Estômato.
indicam, respectivamente: V. Feixe liberolenhoso onde o xilema está voltando para cima e o
floema, para baixo.

2. (MODELO ENEM) – O galho de uma glicínia (planta dicotiledônea)


foi cortado e imerso em tinta vermelha. Após 3 horas, tanto as
folhas quanto o caule se tornaram vermelhos.

I. ______________________________________________________
II. ______________________________________________________
III. ______________________________________________________ Assinale a alternativa que contém as primeiras partes a se
IV. ______________________________________________________ tornarem vermelhas nas seções transversais I (caule) e II (folha):
V. ______________________________________________________ a) a, d b) a, e c) b, e d) c, d
Resolução Resolução
I. Epiderme recoberta pela cutícula. Resposta: C
II. Parênquima clorofiliano paliçádico.

3. (UFGO) – A figura a seguir representa, de modo semiesquemáti- 4. Quando uma semente germina, as primeiras folhas que se abrem
co, um corte transversal de uma folha. As estruturas que permi- são as(os)
tem uma eficiente troca gasosa (CO2 e O2), entre a planta e o a) brácteas. b) hipsofilos. c) cotilédones.
meio ambiente, são d) glumas. e) espatas.

5. Numa cebola (Alium cepa), as estruturas ressecadas que a envol-


vem e protegem correspondem
a) à epiderme. b) à periderme. c) ao súber.
d) aos catafilos. e) ao ritidoma.

6. Das estruturas abaixo, quatro estão relacionadas com a obtenção


de O2 pela planta. Assinale a que não se relaciona com o fenôme-
no mencionado:
a) Estômato. b) Pneumatódio. c) Haustório.
d) Lenticela. e) Ostíolo.
a) I, H, J, F. b) A, B, C, F, G. c) I, H, J, D, E.
d) I, A, B, G, H. e) A, D, E, I.

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7. Plantas que apresentam folhas delicadas, ricas em aerênquimas, Nessa folha, as funções de:
tecido mecânico pouco desenvolvido, desprovido de epiderme, A. Transporte de água, nutrientes inorgânicos e orgânicos.
provavelmente vivem B. Transpiração e absorção de CO2.
a) nos desertos. b) nas matas pluviais. c) nos cerrados. C. Transformação de água e CO2 em substâncias orgânicas.
d) submersas. e) na caatinga. D. Proteção e defesa.

8. Das estruturas abaixo citadas, quais não aparecem nas folhas? Assinale a alternativa correta que associa as duas colunas:
a) Estômatos. b) Pelos. c) Acúleos. a) I – B, II – A, III – C, IV – D. b) I – B, II – C, III – D, IV – A.
d) Cutículas. e) Lenticelas. c) I – D, II – C, III – B, IV – A. d) I – D, II – C, III – A, IV – B.
e) I – C, II – D, III – B, IV – A.
9. No milho (Zea mays), encontramos
a) caule herbáceo, raiz em cabeleira, folha invaginante e nerva- 13. Podemos dizer que um vegetal é xeromorfo quando está adapta-
ção paralelinérvea. do à economia de água. Analisando as estruturas especiais que
b) caule sarmentoso, raiz axial, folha invaginante e nervação digi- lhe conferiram adaptação ao ambiente seco, que afirmações
tinérvea. abaixo relacionadas podem justificar tal resistência?
c) caule tipo colmo, raiz fasciculada, folha invaginante e nervação I. O vegetal xeromorfo possui folhas modificadas em espinhos,
paralelinérvea. passando o caule a órgão fotossintetizante.
d) caule tipo estipe, raiz perpendicular e folha séssil com nerva- II. Os tecidos mecânicos (esclerênquimas) são bem desenvol-
ção paralelinérvea. vidos, inclusive nas folhas.
e) caule herbáceo, raiz axial, folha peciolada com nervação para- III. Altos valores osmóticos nas células das raízes possibilitam
lela. fácil absorção de água.

10. (UFSE) Está(ão) correta(s):


CONJUNTO DE CÉLULAS a) I, II e III. b) apenas I e II. c) apenas I e III.
I. traqueia d) apenas II e III. e) nenhuma delas.
II. cortiça
III. parênquima 14. Plantas que crescem em solos bem drenados e temperatura mo-
IV. fibra derada apresentam o mesófilo foliar comumente diferenciado em
V. câmbio vascular a) parênquima paliçádico e lacunoso.
b) epiderme e parênquima paliçádico.
PRINCIPAIS FUNÇÕES c) esclerênquima e epiderme.
( ) fotossíntese, armazenamento, diferenciação. d) periderme e parênquima lacunoso.
( ) sustentação, morta quando amadurecida. e) colênquima e esclerênquima.
( ) produção do xilema e do floema secundário.
( ) condução de água e solutos. 15. Considere as três plantas abaixo:
( ) restrição de trocas gasosas e de perda de água. I. Cipó-chumbo, formada por fios amarelos com estruturas para
fixação em plantas hospedeiras e absorção de seu material.
A sequência correta é: II. Erva-de-passarinho, formada por folhas verdes e com estru-
a) III, V, IV, II, I. turas para fixação em plantas hospedeiras e absorção de seu
b) IV, I, III, V, II. material nutritivo.
c) III, IV, V, I, II. III. Dioneia, formada por folhas verdes que se fecham como duas
d) IV, III, V, I, II. metades de uma concha, aprisionando insetos que lhe
e) Nenhuma das anteriores. servem de alimento.

11. As figuras a seguir (A e B) representam formações epidérmicas A fotossíntese ocorre em


das folhas de angiospermas. Enquanto A elimina vapor de água, a) I, somente. b) III, somente. c) I e II, somente.
B perde água no estado líquido. d) II e III, somente. e) I, II e III.

16. (UNIFESP) – A figura refere-se a um cacto típico da região semiárida


nordestina, o quipá (Opuntia sp). Trata-se de uma planta xerófita, que
apresenta respostas morfológicas adaptativas a seu ambiente.

Assim sendo, A e B representam, respectivamente,


a) epiderme e parênquima. b) epiderme e lenticela.
c) estômato e lenticela. d) parênquima e estômato.
e) estômato e hidatódio.

12. Numa folha, encontram-se:


I. Epiderme. Tendo como referência a figura, responda:
II. Parênquimas assimiladores. a) Que adaptações morfológicas você pode identificar nas estru-
III. Estômatos. turas indicadas pelas setas um e dois?
IV. Nervuras. b) Cite duas formas pelas quais a estrutura indicada por 2 con-
tribui para a sobrevivência dos cactos nas regiões semiáridas.

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17. (UFPB) – Todas as alternativas abaixo apresentam características a) no inverno, pois os dias mais curtos induzem a abertura
de plantas xerófitas, exceto: estomática para que haja maior captação de luz.
a) Sistema radicular extenso para facilitar a absorção. b) no inverno, pois as altas temperaturas do verão induzem o
b) Folhas pequenas ou reduzidas e espinhos. fechamento dos estômatos, evitando a perda d’água.
c) Aumento do número de estômatos com processo de c) no inverno, pois a menor quantidade de água disponível no
fechamento lento. solo induz a abertura dos estômatos para captação da umidade
d) Produção de ceras para reduzir a transpiração. atmosférica.
e) Tecidos e órgãos adaptados para armazenamento de água. d) no verão, pois temperaturas mais altas e maior quantidade de
água disponível aumentam a eficiência fotossintética.
18. (UNIFESP) – Um pesquisador pretende comparar o número de e) no verão, pois a planta absorve água em excesso e todo o
estômatos abertos nas folhas de plantas do Cerrado em excedente deve ser perdido, para evitar acúmulo de água no
diferentes épocas do ano. Nessa região, o inverno corresponde ao parênquima.
período de menor pluviosidade e menor temperatura. Pode-se
afirmar corretamente que ele encontrará maior número de plantas
com estômatos abertos

3) I (câmara estomática), H – J – D – E (parênquima lacunoso). 12) A associação correta é: I – D, II – C, III – B, IV – A.


Resposta: D Resposta: C

4) Os cotilédones são as primeiras folhas a se abrirem no 13) Todas as afirmações estão corretas e relacionadas ao
momento da germinação. enunciado.
Resposta: C Resposta: A

5) As estruturas ressecadas que envolvem e protegem a cebola 14) Plantas que crescem em solos bem drenados e em tempera-
são os catáfilos. tura moderada apresentam mesofilo foliar comumente
Resposta: D diferenciado em parênquima paliçádico e lacunoso.
Resposta: A

6) Haustórios são raízes sugadoras de plantas parasitas.


Resposta: C 15) Nas situações II e III, nota-se a presença de “folhas verdes”
evidenciando-se assim, a presença de clorofila e, consequen-
temente, a ocorrência de fotossíntese, fato não observado na
7) As folhas de plantas submersas são desprovidas de situação I.
epiderme, possuem tecido mecânico pouco desenvolvido e Resposta: D
são ricas em aerênquima, parênquima que armazena ar e
auxilia na flutuação do vegetal.
Resposta: D 16) a) 1 – transformação da folha em espinho;
2 – caule achatado, arredondado, com pequena superfície
e armazenamento de água (suculência).
8) Lenticelas são estruturas características de caules relaciona- b) – cutícula espessa e impermeável;
das principalmente com a obtenção de gases. – presença de estômatos na epiderme do caule;
Resposta: E – caule clorofilado;
– armazenamento de água.

9) No milho (monocotiledônea), encontramos caule do tipo


colmo, raiz fasciculada, folha invaginante e nervação paraleli- 17) Plantas xerófitas geralmente apresentam estômatos pe-
nérvea. quenos, rápidos no mecanismo de abertura e fechamento e
Resposta: C com abertura noturna.
Resposta: C

10) A sequência correta na coluna “principais funções” é: III, IV, V, 18) Os movimentos estomáticos dependem, entre outros, do
I, II. estado de turgescência das células-guarda. Assim o aumento
Resposta: C de água promove a abertura dos ostólos, ganho de CO2 e
aumento na taxa de fotossíntese.
11) A figura “A” indica o estômato, estrutura relacionada com a Resposta: D
eliminação de água no estado de vapor. A figura “B” mostra
um hidatódio (estômato aquífero), estrutura capaz de
eliminar água no estado líquido.
Resposta: E

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CAPÍTULO Biologia Animal

15 OS EQUINODERMOS

O s equinodermos são invertebrados que apresentam


espinhos na pele. Possuem um aparelho hidrostático
locomotor exclusivo, denominado sistema ambulacrário
e um aparelho bucal mastigador, a lanterna-de-aristóteles.

Estrela-do-mar.

1. Características gerais
Os equinodermos são animais exclusivamente mari-
nhos, apresentando um endoesqueleto calcáreo, ao qual
se associam espinhos fixos ou móveis. O nome do filo re-
fere-se a esta característica (echino = espinho; derma = pele).
Os equinodermos são triblásticos, enterocelomados,
deuterostômios, com simetria radial (pentarradial) e pos-
suem um exclusivo sistema locomotor, o sistema ambu- Parede corpórea.
lacrário.
3. Sistema digestório
O sistema digestório é completo e relativamente sim-
ples. No ouriço-do-mar, há um aparelho bucal com cinco
dentes acionados por fortes músculos. É a lanterna-de-aris-
tóteles.

Equinodermos, animais deuterostômios.

2. Parede corpórea
O epitélio é simples e recobre o esqueleto.
O endoesqueleto é mesodérmico, formado por placas
calcáreas, fixas ou móveis, onde podemos encontrar:

Lanterna-de-aristóteles do ouriço-do-mar.
Nos equinoides, são longos, móveis, se articulam nas
placas e podem ser movidos por músculos. Nas estrelas-do-mar, há cinco pares de cecos gás-
tricos que partem do estômago para os braços. Nos
ofiúros, não há ânus. Nos crinoides, o tubo digestório
Que faz a limpeza da superfície do corpo. Cada pedi- curva-se em U, de maneira que a boca e o ânus se encon-
celária é uma espécie de pequena pinça com dois ou três tram no polo superior lado a lado (prosopígia).
artículos móveis; possui também a função de defesa.

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Sistema digestório.

Anatomia interna de uma estrela-do-mar,


4. Sistema respiratório animal do filo dos equinodermos e da classe dos asteroides.

A função respiratória é realizada pelo sistema ambu-


lacrário. Nos asteroides e equinoides, há brânquias rami- 6. Sistema circulatório
ficadas. Nos holoturoides, encontramos, na parte final do Não possuem um verdadeiro sistema circulatório, es-
intestino, dois órgãos especiais, túbulo-ramificados, rela- tando providos de um sistema pseudo-hemal, formado
cionados à cloaca, que acumulam água para as trocas ga- por lacunas de origem celomática. Não possuem coração.
sosas e excretoras. As lacunas são preenchidas por líquido, contendo
amebócitos, que se deslocam por movimento oscilatório.
5. Sistema ambulacrário
É uma exclusividade dos equinodermos. É represen-
7. Sistema excretor
tado, em todas as espécies, por um conjunto de canais, A excreção se faz por difusão direta, em qualquer su-
ampolas e pés, pelo interior dos quais circula a própria perfície exposta à água, incluindo os pés ambulacrários.
água do mar. As variações de pressão da água no sistema
determinam expansões e retrações dos pés, que apre- 8. Sistema nervoso e sensorial
sentam, no lado superior, uma ampola. Contraindo-se es-
O sistema nervoso dos equinodermos é considerado
ta, a água contida é imprimida ao pé, que se estende, alar-
primitivo, pois não possui um órgão central. Compõe-se
gando a extremidade em forma de ventosas, com as quais de rede de células nervosas, em volta do intestino ante-
ele se fixa ao substrato. O animal se locomove fixando e rior, formando o anel peribucal, de onde partem 5 cor-
desprendendo os pés alternadamente. A sequência de es- dões nervosos radiais para os braços.
truturas do sistema ambulacrário é: placa madrepórica, Há células táteis e olfativas em toda a superfície do
canal pétreo, canal circular, canais radiais, ampola e corpo. As estrelas têm células fotorreceptoras na extre-
pés ambulacrários. midade dos braços.

9. Reprodução
Os equinodermos são animais geralmente de sexos
separados, sem dimorfismo sexual, de fecundação exter-
na. O desenvolvimento ocorre sempre com metamorfose.
As larvas diferem entre si, conforme a classe, mas apre-
sentam todas uma simetria bilateral típica.

Sistema ambulacrário. Larvas de equinodermos.

Cada pé ambulacrário pode atuar independentemente A regeneração é relativamente fácil. As estrelas,


ou coordenado com outros; auxiliam na fixação da quando têm um braço destacado, por exemplo, podem
estrela-do-mar no substrato, na locomoção e na captura dar origem a um novo animal completo. São as formas de
do alimento. cometa.
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10. Sistemática O tubo digestório descreve uma espiral simples ou


dupla; a boca na face inferior apresenta cinco dentes mó-
O filo Echinodermata é constituído aproximadamen-
veis, constituindo a lanterna-de-aristóteles, um órgão
te de 6.000 espécies viventes que são agrupadas em cinco
mastigador; o ânus está na face superior ou lateral.
classes: Crinoidea, Echinoidea, Asteroidea, Ophiuroidea
e Holothuroidea.
CUIDADO COM O ESPINHO DO
OURIÇO-DO-MAR

Os crinoides, vulgarmente conhecidos por lírios-do-mar, Ao mergulhar, ao surfar, ou mesmo andando


são equinodermos tipicamente fixos. O corpo é cons- sobre as rochas de uma praia, o indivíduo pode,
tituído por um disco central, caliciforme, com cinco acidentalmente, sofrer uma lesão causada pelo
braços ramificados e um pedúnculo segmentado. Cirros espinho do equinodermo.
dispostos em círculos circundam, às vezes, o pedúnculo. Retire os espinhos, o mais rápido possível,
Boca e ânus aparecem na fase oral, superior. com as mãos ou, de preferência com uma pinça.
Além dos espinhos, podem haver apêndices,
A superfície oral de cada braço possui um sulco
denominados pedicelárias.
ambulacral aberto, revestido por cílios, e contendo pés O ouriço libera veneno pelo espinho e pela
ambulacrários que lembram tentáculos. Alimentam-se de pedicelária.
plâncton microscópico e de detritos que foram captura- Para a lesão no local do corpo atingido pelo
dos pelos tentáculos e levados pelos cílios até a boca. espinho, é frequente o uso tópico de um pano,
que não solte fios, embebido em vinagre.
Ocorrendo erupções superfíciais necrose,
quadro infeccioso, alergia, o auxílio medicinal é
indispensável.

Possuem duas ordens:


Ordem Echinoida
Com o corpo geralmente esférico.
Ex.: ouriço-do-mar.

Lírio-do-mar.

Apresentam o corpo com a forma esférica, sem bra-


ços e recoberto por espinhos. Ex.: ouriço-do-mar.

Corte longitudinal esquemático do ouriço (anatomia interna).

Ordem Clypeasteroida
Constituída de organismos com o corpo achatado e,
em geral, ovoide; possuem uma forma simétrica irregular.
Ex.: Encope sp (bolacha-da-praia).

O ouriço-do-mar, animal do filo dos equinodermos.


Encope sp.

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É uma classe formada por organismos com corpo Os holoturoides, vulgarmente conhecidos por pepi-
achatado, composto por um disco central e cinco ou mais nos-do-mar, são animais de forma cilíndrica com sime-
braços não ramificados, às vezes, curtos. tria bilateral, alongado na direção do eixo principal.
Boca na face inferior e ânus na face superior. Boca anterior e ânus posterior.
São animais geralmente predadores de ostras; nesta É característico o fenômeno do inquilinismo, que se
classe, destaca-se o gênero Asterias (estrelas-do-mar). estabelece entre os Holothuria e o peixe Fierasfer acus,
que se refugia na cloaca do primeiro.

São animais de corpo com a forma semelhante à dos


asteroides, composto por um disco central e cinco braços
delgados, articulados e flexíveis.
Boca na face inferior, sem ânus.
Ex.: Ophiura sp (serpente-do-mar).

Fierasfer penetrando no corpo de Holoturia tubulosa.

Ophiopholis aculeata, serpente-do-mar.

1. (MACKENZIE – MODELO ENEM) – Existe um filo de invertebra- 2. (VUNESP – MODELO ENEM) – Existem nos filos animais estru-
dos que está mais próximo, evolutivamente, dos mamíferos do turas que os caracterizam e os identificam. Coanócitos, cnidoblas-
que os demais invertebrados, devido a três características tos, células-flama ou solenócitos, sistema ambulacrário e rádula
básicas. O filo e as características são, respectivamente: são algumas estruturas encontradas, respectivamente, em
a) platelmintos, celenterados, poríferos, equinodermos e molus-
Filo Características cos.
b) poríferos, celenterados, equinodermos, platelmintos e molus-
deuterostomia, enteroceloma e cos.
a) Equinodermata c) poríferos, celenterados, platelmintos, equinodermos e molus-
endoesqueleto
cos.
deuterostomia, enteroceloma e d) poríferos, celenterados, platelmintos, moluscos e equinoder-
b) Artrópoda
exoesqueleto mos.
deuterostomia, enteroceloma e e) equinodermos, moluscos, poríferos, celenterados e platelmin-
c) Molusca
endoesqueleto tos.
Resolução
protostomia, enteroceloma e
d) Anelida As esponjas possuem coanócitos, células que realizam a digestão
endoesqueleto
intracelular.
protostomia, pseudoceloma e
e) Equinodermata Os celenterados possuem células urticantes, denominadas cnido-
exoesqueleto
blastos.
Células-flama ou solenócitos são estruturas excretoras encontra-
Resolução
O filo dos invertebrados que está mais próximo evolutivamente das, por exemplo, nos platelmintos.
dos mamíferos é o dos equinodermos. O sistema ambulacrário é o aparelho hidrostático locomotor dos
Resposta: A equinodermos.
A rádula ocorre nos moluscos e serve para ralar os alimentos.
Resposta: C

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3. (UNICID-MED) – Durante um mergulho livre em uma praia 7. (PUC) – Um animal é triblástico, apresenta simetria radial, trato
bastante calma do litoral, Marília aproximou-se do costão para digestório completo, mas não têm órgãos excretores nem
observação de animais. Notou que as estrelas-do-mar e os segmentação.
ouriços podiam se deslocar “deslizando” sobre as rochas, como
resultado da movimentação de centenas de pequeninos pés Trata-se de um
capazes de grudarem no substrato. Trata-se de uma locomoção a) equinodermo. b) celenterado. c) porífero.
realizada por um sistema ____________________________, cuja d) molusco. e) artrópode.
movimentação depende ___________________________________.
8. (UNICAMP) – Levantamentos faunísticos da serapilheira (material
Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as recém-caído no solo, constituído principalmente de folhas,
lacunas do texto. cascas, galhos, flores, frutos e sementes) de florestas tropicais
a) hidrovascular – do fluxo de água contínuo dentro do tubo revelam a presença de uma grande variedade de espécies nessa
digestório. camada superficial do solo. Considerando-se os diferentes filos
b) muscular – da produção de ATP, a partir da respiração animais, espera-se encontrar na serapilheira representantes de
mitocondrial. a) Chordata, Arthropoda, Cnidaria.
c) hidrovascular – da passagem de água pelas brânquias. b) Echinodermata, Anellida, Mollusca.
d) muscular – da contração das fibras de actina e miosina. c) Chordata, Arthropoda, Mollusca.
e) hidrovascular – do bombeamento de água em canais internos. d) Echinodermata, Anellida, Cnidaria.

4. (VUNESP) – Analise os grupos de invertebrados a seguir, e as


características descritas. 9. (UFJF) – Cladística ou análise filogenética é o método utilizado
atualmente para classificar os organismos. Nesse método, são
Grupos de invertebrados Características construídos cladogramas, que representam as relações
1. Corpo formado basicamente por filogenéticas entre os seres vivos. Considerando o esquema
I. Anelídeos abaixo, responda às questões:
cabeça, pé e massa visceral.
II. Moluscos 2. Ausência de celoma.
3. Presença de exoesqueleto de
III. Artrópodes
quitina.
IV. Equinodermos 4. Endoesqueleto calcário.
V. Platielmintos 5. Sistema circulatório fechado.

A alternativa que associa corretamente os grupos às caracte-


rísticas é:
I II III IV V
a) 1 2 3 4 5
b) 5 1 3 4 2
c) 5 1 3 2 4
d) 1 5 3 2 4
e) 5 1 4 3 2

5. (UNICAMP) – Os animais podem ou não apresentar simetria. Con-


sidere os seguintes animais: planária, esponja, medusa (água-viva),
minhoca, coral e besouro.
a) Quais deles apresentam simetria radial? E quais apresentam Indique uma característica que não esteja representada no
simetria bilateral? cladograma acima e que mostre o parentesco entre Equino-
b) Caracterize esses dois tipos de simetria. dermas e Cordados.
c) Por que a simetria radial da estrela-do-mar é considerada se-
cundária? 10. (UNESP – MODELO ENEM) – Sejam as características: (A) cé-
lulas em duas camadas, penetradas por numerosos canais; peque-
6. (UNISA) – Dos grupos de animais apresentados na tabela a se- na especialização para alimentação e reprodução; (B) células em
guir, o que tem suas características embrionárias assinaladas cor- três camadas; vários sistemas orgânicos; muitos representantes
retamente com o sinal + é o grupo dos são parasitas; corpo achatado e não segmentado; (C) órgãos
Diplo- Protos- Deute- radialmente simétricos; pelo espinhoso; grande complexidade;
Triblás- Celo- Acelo- nervos verdadeiros.
blásti- tômi- rostô-
ticos mados mados
cos cos mios
Trata-se, respectivamente, dos seguintes filos:
a) platielmintos + + +
a) Celenterados; platelmintos; equinodermos.
b) moluscos + + + b) Poríferos; platelmintos; equinodermos.
c) Poríferos; nematelmintos; rotíferos.
c) artrópodes + + +
d) Platelmintos; anelídeos; rotíferos.
d) cordados + + + e) Nematelmintos; platelmintos; equinodermos.
e) equinodermos + + +

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11. (UFG) – Observe a tira abaixo. Questões 15 e 16.

(VUNESP) – Um aluno montou uma tabela comparativa entre


dois filos de animais invertebrados e pediu para que seu colega de
classe completasse com informações, de forma que ficasse
correta.
Presença de clitelo
Destino do
Filos Metameria (importante para a
Blastóporo
reprodução)

1 Presença Protostomado Apresenta

O invertebrado, observado por Mafalda, pertence ao filo que, evo- 2 Ausência Deuterostomado Não apresenta
lutivamente, é o mais próximo dos cordados, por apresentarem
a) hábitat marinho.
b) mesoderme.
15. A quais filos correspondem os números 1 e 2, respectivamente?
c) deuterostomia.
d) fecundação externa.
e) simetria radial.
16. Que filo indicado na tabela é considerado o parente mais próximo
dos Cordados? Que critério da tabela foi utilizado para se deter-
12. (PUC) minar esse grau de parentesco?
1. Um ouriço-do-mar apresenta o corpo dividido radialmente em
cinco zonas ambulacrais, alternadas por cinco zonas interam-
bulacrais. 17. (FUVEST) – Os equinodermos são animais deuterostômios
2. A madrepórita (placa madrepérola) da estrela-do-mar, parte marinhos que apresentam simetria radial na fase adulta e bilateral
integrante do sistema ambulacral, está situada dorsalmente. na fase de larva.
3. Os equinodermas apresentam exclusivamente larvas do tipo a) A palavra deuterostômio deriva do grego: deuteros = segundo,
trocófora. secundário; stoma = boca. Que característica justifica de-
4. Os carrapatos e as sanguessugas podem ser considerados nominar os equinodermos como deuterostômios? Cite outro
ectoparasitas hematófagos. filo animal com o qual essa característica é compartilhada.
5. Nem todos os invertebrados possuem esqueleto quitinoso. b) No desenvolvimento dos equinodermos, verifica-se a tran-
sição de simetria bilateral para simetria radial. Essa sequência
Na relação, estão corretas reflete o que ocorreu com a simetria ao longo da evolução dos
a) apenas as afirmações 1, 2, 3 e 4. metazoários invertebrados? Justifique sua resposta.
b) apenas as afirmações 1, 2, 3 e 5.
c) apenas as afirmações 1, 2, 4 e 5.
d) apenas as afirmações 2, 3, 4 e 5. 18. (UEL) – Para responder à questão, considere as figuras a seguir
e) todas as afirmações. que apresentam, de forma esquemática, algumas características
da estrela-do-mar.

13. (FUND. CARLOS CHAGAS – MODELO ENEM) – Analise os itens


propostos relacionados com os equinodermos. Escolha, entre as
opções, a correta:
I. Este filo é formado por animais marinhos, como conchas, es-
trelas-do-mar e ouriços-do-mar.
II. É o único grupo do reino animal que possui um sistema aquí-
fero responsável pelas funções de circulação, locomoção, res-
piração, excreção e percepção.
III. A reprodução básica desses animais é sexuada.
IV. A fecundação é externa.

a) Apenas os itens III e IV são corretos.


b) Apenas os itens I, II e III são corretos.
c) Os itens II, III e IV são corretos, enquanto o item I está errado,
porque as conchas não pertencem ao filo dos equinodermos.
d) Os itens II e IV estão corretos. No item I, o exemplo conchas Fig. I e II
é o único certo.
e) Os itens I, II e III estão certos, enquanto o item IV está incom- (José Mariano Amabis & Gilberto Rodrigues Martho. Biologia dos Organismos.
pleto, porque a fecundação também pode ser interna. São Paulo: Moderna, 1995. pp. 159 e 168.)

Fig. III
14. A estrela-do-mar é um animal bentônico, porque
(Sônia Lopes. Bio 2. São Paulo: Saraiva, 1992. p. 256.)
a) é fixa no fundo do mar.
b) desloca-se pouco no fundo do mar.
Os esquemas mostram que a estrela-do-mar apresenta simetria
c) nada ativamente quando necessário.
a) bilateral e exoesqueleto.
d) é arrastada passivamente pelas correntes.
b) bilateral e endoesqueleto.
e) vive nas camadas superficiais do mar.
c) radial e exoesqueleto.
d) radial e endoesqueleto.
e) radial e espinhos córneos.

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3) Trata-se do sistema hidrovascular (ambulacrário) cuja 10) As esponjas possuem duas camadas celulares separadas por
movimentação depende do bombeamento de água em um mesênquima gelatinoso. A tênia não é segmentada e pos-
canais internos, características dos equinodermos. sui o corpo achatado dorsoventralmente. A estrela-do-mar
Resposta: E possui simetria radiada.
Resposta: B
4) Endoesqueleto calcário ocorre nos equinodermos; nos
anelídeos, a circulação é fechada; o molusco, exemplo, o cara- 11) Os equinodermos são deuterostômios. O blastóporo origina
col possui cabeça, pé e massa visceral; o exoesqueleto dos o ânus e a boca forma-se posteriormente.
artrópodes tem quitina; os platielmintes são acelomados. Resposta: C
Resposta: B 12) A larva trocófora ocorre nos anelídeos e moluscos. São larvas
dos equinodermos: diplêurula, plúteus, auriculária, doliolária
5) a) Apresentam, geralmente, simetria radial, a esponja, a me- e bipinária.
dusa e o coral. Resposta: C
Obs.: a esponja e o coral também podem ser assimétricos.
Apresentam simetria bilateral, a planária, a minhoca e o
13) As conchas são exoesqueletos de moluscos.
besouro.
Resposta: C
b) Na bilateral, há uma única maneira de cortar o animal em
duas metades simétricas (plano mediano anteroposterior).
14) Animais bentônicos vivem no fundo do mar. Podem ser fixos
Na radial, há diferentes planos que cortam o animal em
(sésseis) ou errantes (móveis). A estrela-do-mar é errante.
duas metades simétricas.
Resposta: B
c) Porque a larva do equinodermo apresenta simetria bila-
teral, enquanto no indivíduo adulto, a simetria é radial.
15) Anelídeos e equinodermos.

6) Os equinodermos são triblásticos, celomados e deuterostô- 16) Somente os equinodermos e os cordados são deuteros-
mios. tomados, ou seja, o blastóporo origina o ânus e a boca abre-
Resposta: E se posteriormente.

7) São equinodermos: a estrela-do-mar, o ouriço-do-mar e a bo- 17) a) Os equinodermos são deuterostômios porque formam,
lacha-da-praia. Não são segmentados. embrionariamente, primeiro o ânus e, posteriormente, a
boca. Também são deuterostômios os animais perten-
Resposta: A
centes ao filo cordados.
b) Não. A simetria radial dos equinodermos adultos é secun-
8) Cnidários e equinodermos são animais aquáticos. Não são, dária, porque suas larvas são bilateralmente simétricas.
geralmente, encontrados no solo de florestas.
Resposta: C 18) A simetria é radial e o esqueleto interno.
Resposta: D
9) Nos dois filos, equinodermos e cordados, o celoma origina-se
a partir do intestino. Ambos são enterocelomados e possuem
endoesqueleto.

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CAPÍTULO Biologia Animal

25 OS CORDADOS
PRIMITIVOS E HEMICORDADOS

U ma interpretação da relação entre os


diversos filos animais no processo evolutivo.

1. Características gerais Origina-se da lâmina cordo-mesoblástica e percorre


longitudinalmente o corpo, situando-se entre o tubo neu-
Os cordados constituem o último grande filo do rei-
ral e o tubo digestório.
no animal. São os animais superiores, filo ao qual perten-
A notocorda é a primeira estrutura de sustentação do
ce o homem.
animal cordado. Trata-se de um endoesqueleto.
Possuem três características que os distinguem dos
demais animais:
Evolução
1) Notocorda;
Nos protocordados, a notocorda persiste na fase
2) Tubo neural dorsal;
adulta, exceto nos tunicados. Nos vertebrados ela é subs-
3) Fendas branquiais na faringe.
tituída pela coluna vertebral.
São triblásticos, enterocelomados, deuterostomados;
possuem tubo digestório completo e celoma bem desen-
volvido.
Tem a posição dorsal e é constituído inicialmente pe-
lo tubo neural, de origem ectodérmica, estendendo-se
longitudinalmente logo acima da notocorda. O sistema
Estrutura e posição
nervoso, sob a forma de tubo dorsal, é uma importante
É uma haste cilíndrica, elástica e consistente, for-
característica para diferenciar os cordados dos não cor-
mada por células vacuolizadas e envolvidas por duas bai-
dados, que o possuem sob a forma ganglionar e ventral.
nhas – uma interna, fibrosa, e outra externa, elástica.

Notocorda e bainhas. Diagrama dos principais caracteres dos Chordata.

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2. Subfilo Urochordata
Localizam-se nas paredes da faringe, pelo menos na Os urocordados ou tunicados são animais marinhos
fase embrionária. Nos cordados aquáticos, elas persistem que vivem, em parte, fixos, enquanto outros flutuam e
na fase adulta com a função respiratória. Nos cordados nadam livremente. Devem seu nome à presença de um
terrestres, as fendas desaparecem e em seu lugar sai da manto ou túnica, formado essencialmente por uma subs-
faringe um tubo, a traqueia, que leva ar aos pulmões. tância denominada tunicina, isômero da celulose.
As verdadeiras características de cordados são en-
contradas na fase larval. Exemplo: ascídia.
Os cordados podem ser divididos em dois grandes
grupos: protocordados e vertebrados.
1.º Grupo
Protocordados ou acrânia
Não apresentam crânio, encéfalo ou vértebras, e,
considerando o desenvolvimento da notocorda, dividire-
mos o grupo em dois subfilos:

Subfilo 1 – Urochordata
Notocorda presente apenas na fase larvária.

Subfilo 2 – Cephalochordata
Tunicado adulto, destacando-se os dois sifões, o inalante e o exalante.
Notocorda bem desenvolvida, estendendo-se desde a
cabeça até a cauda.

2.º Grupo – Craniata O tegumento é formado por um epitélio simples,


Com crânio, encéfalo e vértebras. uma camada mesodermal, onde se dispõem feixes longi-
tudinais e circulares de musculatura. O epitélio é secretor
Subfilo 3 – Vertebrata da túnica ou manto.
Classe 1: Ciclostomados
Classe 2: Condrictes
Classe 3: Osteíctes
É a notocorda caudal, sempre presente nas larvas e
Classe 4: Anfíbios
desaparecendo no adulto.
Classe 5: Répteis
Classe 6: Aves
Classe 7: Mamíferos
O tubo digestório é amplo, com fendas branquiais.
Observação Na faringe, há uma espécie de canaleta ou goteira cilia-
Osteíctes e condrictes formam a superclasse dos da, com glândulas mucosas, o endóstilo. Este
Pisces (Peixes); anfíbios, répteis, aves e mamíferos desempenha um importante papel na captação das partí-
formam a superclasse dos Tetrapoda. culas alimentares trazidas pela água.

Existem várias hipóteses relacionadas com a origem


dos cordados, porém, todas elas são bastante controver-
tidas.
A hipótese mais provável é a que admite a evolução dos
cordados a partir dos equinodermos: esta hipótese surgiu
após um estudo comparativo entre invertebrados e proto-
cordados. Ela mostrou que as formas larvais dos equinoder-
mos (invertebrados) e dos protocordados são extremamente
parecidas. Tanto os equinodermos como os cordados são
deuterostomados. Os equinodermos e os cordados são
enterocelomados. Apesar desses fatos, não existem dados
mais concretos que confirmem esta hipótese. O tunicado adulto, internamente.

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A água que chega à faringe, passa pelas fendas bran-


quiais, onde ocorre a hematose; em seguida, a água passa O anfioxo é um pequeno animal de 5 a 8 cm de com-
para uma grande câmara que a envolve, o átrio, e vai
primento, transparente e pisciforme. Na extremidade an-
para o exterior, através de um sifão exalante, situado
terior há o rostro, abaixo do qual se encontra a abertura
praticamente ao lado do sifão inalante, onde está a boca.
bucal, rodeada de cirros. Há três aberturas no animal:
boca, atrióporo e ânus, deslocado para a esquerda.
Através da sua transparência, observam-se os mús-
É do tipo lacunar. Há um coração tubiforme, algu- culos, em forma de V, nos flancos do corpo. Também as
mas vezes, dobrado em forma de V. Os tunicados são os gônadas são facilmente distinguíveis: estão localizadas
únicos animais cujo coração alterna o sentido da corrente na região ventral do corpo.
sanguínea. O sangue apresenta um pigmento respiratório
com átomos de vanádio na molécula (vanadina).

Não há órgãos excretores. Há células que retiram os


catabólitos, conservando-os como concreções sólidas e,
posteriormente, eliminando-os.

Na fase larval, há um tubo neural, e, na fase adulta,


Anfioxos.
há um simples gânglio, colocado entre os dois sifões.

São animais hermafroditas, com fecundação externa


e com metamorfose. Além da reprodução sexuada, pos-
suem também a reprodução assexuada por brotamento.

O anfioxo, animal cefalocordado.

A pele é formada por uma simples camada de células


epidérmicas e uma delicada derme.

Larva de tunicado. A musculatura é dividida em somática e visceral. A


primeira, localizada logo abaixo da derme, em forma de
V, apresenta miômeros. Entre os músculos viscerais, des-
As ascídias são todas sésseis, fixadas a rochas ou a tacamos os transversais, que comprimem a cavidade
outros objetos submersos. As formas isoladas são as atrial, eliminando água para o exterior.
maiores, atingindo 10 a 20 centímetros; as colônias são
sempre menores.
A principal estrutura esquelética é a notocorda, que
3. Subfilo Cephalochordata se dispõe desde a cabeça até a cauda, paralelamente ao
(cefalocordados) tubo neural.
Os cefalocordados ou leptocárdios (coração frágil)
são animais pequenos, pisciformes, de vida livre, mari-
nhos, com notocordas bem desenvolvidas e persistentes É completo, com boca filtradora e uma grande farin-
durante toda a vida do animal. Ex.: Branchiostoma ge com muitas fendas branquiais. O ânus é ventral e pos-
lanceolatus (anfioxo). terior.

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OS CORDADOS PRIMITIVOS
As trocas gasosas se dão principalmente através da
pele, por difusão direta, em todo o corpo do animal.
Você que adora mergulhar, já viu uma ascídea,
um anfioxo?
São animais cordados, ou seja, pertencem ao
Apresenta vasos que circundam a faringe, com pe- mesmo filo que os seres humanos.
quenas dilatações e capacidade contrátil, que impul- Tanto a ascídea como o anfioxo são
marinhos e cordados primitivos, ou seja, pro-
sionam o sangue de baixo para cima. O sentido da cor-
tocordados.
rente sanguínea é posteroanterior, na região ventral, e an-
Será que os cordados se originaram no mar?
teroposterior, na região dorsal. A circulação é lenta e a Todos os protocordados atuais são marinhos.
pressão do sangue muito baixa. O sangue é incolor (sem A ascídea é um tunicado, pois, possui um
pigmento respiratório). revestimento de tunicina, isômero da celulose.
Na idade adulta, ela é fixa, séssil, podendo ser
isolada ou colonial.
O anfioxo é um cefalocordado. Fica enter-
A excreção é feita por 100 pares de protonefrídeos ou rado parcialmente na areia, em praias costeiras.
solenócitos, situados na região dorsal da faringe. Os ca- É de hábito noturno.
tabólitos são eliminados no átrio, através de poros, atin- São muito poucos os mergulhadores que já
gindo finalmente o meio externo, através do atrióporo. viram um anfioxo vivo. O desafio está lançado.

Boa sorte.

É basicamente um longo tubo nervoso com uma pe-


quena dilatação anterior, a vesícula cerebral. O pequeno
desenvolvimento do encéfalo está relacionado com a po- 4. Filo Hemichordata
breza de órgãos sensoriais, pois não há órgãos sensitivos
especializados. Mas os cirros e toda a região bucal têm Os hemicordados são animais vermiformes, de corpo
células sensoriais. Há também uma fosseta olfativa. mole, alongado, tendo na extremidade anterior uma trom-
ba ou probóscide e um colar. Possuem uma estrutura
denominada estomocorda, que é anterior e rudimentar,
mas não é uma notocorda verdadeira, como se acreditava
Os sexos são separados (dioicos). As paredes das no passado. São animais marinhos e vivem enterrados na
gônadas, quando ocorre a maturação dos óvulos, racham, areia do mar. Ex.: Balanoglossus sp.
liberando os óvulos que caem no átrio, saindo pelo
atrióporo. O mesmo acontece com os espermatozoides. A
fecundação é externa e o desenvolvimento é direto.

Os anfioxos são animais marinhos. Durante o dia,


permanecem enterrados na areia. À noite, nadam à pro-
cura de alimentos, ingerindo algas e animais planctô-
nicos. Ao serem perseguidos, nadam rapidamente e se
enterram.

Balanoglossus sp, animal hemicordado.


O anfioxo tem especial interesse zoológico porque
mostra as características fundamentais do filo Chordata
de forma bem simplificada. De um modo geral, o plano
de organização do corpo é o mesmo de um animal verte-
brado. O anfioxo não é um animal muito conhecido, mas O corpo vermiforme é dividido em três regiões:
apresenta grande valor biológico no estudo da Embrio- probóscide, colar e tronco. O tronco é a parte mais longa
logia Comparada dos Vertebrados, e também como um do corpo, mais ou menos cilíndrica e apresenta fendas
animal de transição entre os protocordados e os verte- branquiais na parte inicial.
brados mais simples, os ciclóstomos.
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A epiderme é um epitélio simples, ciliado, com glân- No interior da probóscide encontramos o glomérulo.
dulas mucosas. O sangue sai do vaso contrátil e passa pelo glomérulo,
que recolhe os catabólitos, lançando-os posteriormente
É representado pela estomocorda, bastante reduzida na cavidade da tromba, que os elimina através do poro
e situada na parte posterior da probóscide. dorsal.

É completo. A boca permanece aberta, de maneira É representado por um anel periesofágico, do qual
que por ela penetra uma mistura de água e areia, que con- saem um cordão nervoso dorsal e um cordão nervoso
tém restos orgânicos. A faringe e o esôfago constituem dois ventral. Há células sensoriais espalhadas pela epiderme.
tubos paralelos, superpostos, sendo a faringe dorsal e
com fendas branquiais em forma de U. O ânus é terminal.

São animais de sexos separados (dioicos), de fecun-


dação externa, com desenvolvimento indireto, passando
As fendas branquiais, existentes na faringe, comuni- pela fase larval, denominada tornária.
cam-se com as bolsas branquiais, que se abrem externa-
mente. Nas paredes das bolsas, são realizadas as trocas
gasosas entre a água e o sangue.
Os hemicordados têm capacidade de regeneração.
São marinhos, vivem solitários em águas litorâneas, no
interior de galerias que escavam. Para a nutrição, apro-
Apresentam basicamente um vaso dorsal e um ven- veitam substâncias orgânicas existentes na areia.
tral. Não há um coração típico.

1. (FUVEST – MODELO ENEM) – Um animal de corpo cilíndrico e 2. (FUVEST – MODELO ENEM) – No desenvolvimento dos corda-
alongado, dotado de cavidade celômica, apresenta fendas branquiais dos, três caracteres gerais salientam-se, distinguindo-se de outros
na faringe durante sua fase embrionária. Esse animal pode ser animais.
a) uma cobra. Assinale a alternativa que inclui estes três caracteres.
b) um poliqueto. a) Notocorda, três folhetos germinativos, tubo nervoso dorsal.
c) uma lombriga. b) Corpo segmentado, tubo digestório completo, tubo nervoso
d) uma minhoca. dorsal.
e) uma tênia. c) Simetria bilateral, corpo segmentado, notocorda.
d) Simetria bilateral, três folhetos germinativos, notocorda.
Resolução e) Tubo nervoso dorsal, notocorda, fendas branquiais na faringe.
Fendas branquiais na faringe ocorrem nos cordados.
Todos os vertebrados, como por exemplo, a cobra, são cordados. Resolução
Resposta: A Estas características ocorrem em todos os cordados, em algum
período de suas vidas.
Resposta: E

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3. (UNICAMP) – A figura a seguir representa uma árvore filogené- 7. (PUC-PR) – Com relação ao anfioxo, precioso elo para o estudo
tica do Filo Chordata. Cada retângulo entre os ramos representa o evolutivo das espécies, pode-se afirmar:
surgimento de novidades evolutivas compartilhadas por todos os I. Pertence ao filo Chordata.
grupos dos ramos acima dele. II. É encontrado apenas em ambientes marinhos.
III. É mais evoluído do que os ciclóstomos.
IV. Possui notocorda apenas durante uma fase de sua vida.
V. Tem respiração cutânea.

Estão corretas as afirmações


a) III, IV e V.
b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) II, III e V.
e) I, II e V.

8. Caracterize o animal desenhado a seguir, indicando


a) nome.
b) habitat.
c) classificação.
d) o período da vida no qual a notocorda está presente.
e) o tipo de ovo.
f) o tipo de clivagem.

a) O retângulo I indica, portanto, que todos os cordados apresen-


tam caracteres em comum. Cite dois destes caracteres.
b) Cite uma novidade evolutiva que ocorreu no retângulo II e uma
que ocorreu no retângulo III. Explique por que cada uma delas
foi importante para a irradiação dos cordados.

4. O desenho a seguir representa um animal cordado e algumas de


suas estruturas. Quais delas podem ser utilizadas para diferenciar 9. O filo dos cordados compreende três subfilos: urocordados, cefa-
os cordados dos demais filos animais? locordados e vertebrados. Os dois primeiros são, costumeira-
mente, agrupados sob designação de protocordados.
A notocorda existe
a) somente na fase embrionária dos vertebrados e durante toda
a vida dos protocordados.
b) na fase adulta dos vertebrados e na vida embrionária dos pro-
tocordados.
c) nos embriões de todos os cordados e no estágio adulto de
apenas alguns protocordados.
d) durante toda a vida dos cordados.
e) somente na fase embrionária dos cordados.

10. (UNIRIO – MODELO ENEM) – Considere as características dos


5. (UFPB) – Segundo alguns sistemas de classificação, o filo Cordata
seguintes animais:
está subdividido em três subfilos: Urochordata, Cephalochordata
I. Gafanhoto: protostômio, celomado, com metameria e simetria
e Craniata.
bilateral.
Acerca do filo Cordata e de seus subfilos, estão corretas as
II. Pepino-do-mar: deuterostômio, celomado, sem metameria e
afirmativas:
simetria radial.
( ) Urochordatas possuem tubo nervoso dorsal e notocorda
III. Homem: deuterostômio, celomado, com metameria e simetria
apenas em estado larval.
bilateral.
( ) Craniatas possuem representantes protostômios e
deuterostômios.
A árvore filogenética que melhor representa as proximidades
( ) Craniatas são todos triblásticos e dotados de uma coluna
evolutivas entre esses animais está caracterizada na opção:
vertebral.
( ) Cordatas apresentam, durante o desenvolvimento embrio-
nário, tubo nervoso dorsal e fendas branquiais.
( ) Cephalochordatas são deuterostômios e, quando adultos,
possuem notocorda.

6. (FUVEST) – Apresenta simetria bilateral, metameria e sistema


nervoso dorsal:
a) gafanhoto. b) planária. c) estrela-do-mar.
d) medusa. e) anfioxo.

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11. (FUVEST – MODELO ENEM) – O esquema a seguir representa 13. Analise a frase incorreta a respeito das ascídias.
uma árvore filogenética de alguns filos animais. Cada número, I, II a) Pertencem ao grupo dos urocordados.
e III, corresponde à aquisição de uma característica ausente nos b) Possuem coração capaz de bombear sangue, invertendo o
ramos anteriores a ele e presente nos posteriores. sentido da corrente.
c) Possuem sifão bucal inalante.
d) Podem ser chamados de “tunicados”.
e) São animais de sexos separados.

14. (MED-ABC) – Fendas branquiais são encontradas nos embriões de:


Peixes Anfíbios Répteis Aves Mamíferos
No quadro a seguir, as características correspondentes a cada
número estão corretamente indicadas em: a) sim não não não não

I II III b) sim sim não não não


Sistema digestório Tubo nervoso
a) Células nervosas c) sim sim sim não não
completo dorsal
Tubo nervoso Sistema digestório d) sim sim sim sim não
b) Células nervosas
dorsal completo
Tubo nervoso Sistema digestório e) sim sim sim sim sim
c) Células nervosas
dorsal completo
Tubo nervoso Sistema digestório
d) Células nervosas 15. Caracterize o animal desenhado abaixo, indicando
dorsal completo
a) nome.
Sistema digestório Tubo nervoso b) habitat.
e) Células nervosas
completo dorsal c) classificação.
d) o que é tunicina.
e) o período de sua vida, no qual a notocorda está presente.
12. (MACKENZIE – MODELO ENEM) – Alguns filos animais foram f) o número de folhetos germinativos.
agrupados da seguinte forma: g) a evolução do blastóporo.
• grupo 1: equinodermos e cnidários
• grupo 2: moluscos, nematodos e platelmintos
• grupo 3: cordados, artrópodes e anelídeos

Os indivíduos dos grupos 1, 2 e 3 apresentam, respectivamente:


Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
simetria radial no presença de
a) protostomia
adulto metameria
simetria bilateral três tecidos
b) deuterostomia
no adulto embrionários
dois tecidos presença de
c) protostomia
embrionários metameria
ausência de três tecidos
d) deuterostomia
metameria embrionários
simetria radial no ausência de presença de
e)
adulto metameria metameria

3) a) Cordados apresentam um tubo neural dorsal, notocorda e 4) Todo cordado possui:


fendas branquiais na faringe, em algum estágio de seu Tubo neural dorsal (I)
ciclo vital. Notocorda (III)
b) O retângulo II indica o desenvolvimento de patas, o que Fendas branquiais na faringe (VI)
representou um avanço evolucionário fundamental para a
conquista do meio terrestre. O retângulo III representa o 5) V; F; V; V; V
aparecimento do ovo com casca, além de novos anexos Todos os representantes do filo Chordata são deuterostômios,
embrionários: âmnio, alantoide e cório. Estas estruturas isto é, a boca surge após o aparecimento do ânus. Todos os
permitiram a conquista definitiva do meio terrestre. vertebrados craniados apresentam coluna vertebral.

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6) O sistema nervoso é dorsal nos animais do filo dos cordados. 12) A associação correta entre os grupos animais e suas carac-
Ex.: Anfioxo terísticas é:
Resposta: E Grupo 1: equinodermos e cnidários: adulto com simetria radial.
Grupo 2: moluscos, nematodos e platelmintos: ausência de
7) Os ciclostomados são mais evoluídos do que os segmentação corpórea (metameria).
protocordados. No anfioxo, a notocorda é perene, Grupo 3: cordados, artrópodes e anelídeos: presença de
permanecendo na vida adulta. metameria.
Resposta: E Resposta: E

8) a) anfioxo;
b) marinho;
13) As ascídias são monoicas (hermafroditas).
c) cefalocordado (subfilo); cordado (filo);
Resposta: E
d) toda a vida;
e) oligolécito;
f) holoblástica igual.
14) Todos os embriões de cordados possuem fendas branquiais
na faringe.
9) A notocorda ocorre nos embriões de todos os cordados e no Resposta: E
estágio adulto de alguns protocordados; exemplo: anfioxo.
Resposta: C
20) a) Phallusia mamillata (ascídia).
10) Os equinodermas e os cordados são deuterostômios, pos- b) Marinho.
suem endoesqueleto mesodérmico e, provavelmente, “pa- c) Filo dos cordados; subfilo dos tunicados ou urocordados.
rentes” mais próximos entre si, do que em relação aos artró- d) Isômero da celulose presente em sua túnica.
podes, animais protostômios e com exoesqueleto ectodér- e) Somente na larva, desaparecendo na metamorfose.
mico. f) Triblástico (3 folhetos germinativos).
Resposta: D g) É deuterostômio, o blastóporo origina o ânus. A boca sur-
ge posteriormente.

11) As células nervosas surgiram a partir dos Cnidários; os mo-


luscos possuem sistema digestório completo; os cordados
possuem tubo nervoso dorsal.
Resposta: A

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CAPÍTULO Biologia Animal

35 CORDADOS (SUPERCLASSE DOS PEIXES)

R aia, peixe cartilaginoso. Apresenta um estilete na cauda.


Não possui bexiga natatória. Sua boca é ventral.
Excreta, predominantemente a ureia. Não possui opérculo.

1. Conceito Os peixes verdadeiros surgiram no Siluriano; porém, o


ápice dos peixes ocorreu no Devoniano, chamado a “ida-
A superclasse Pisces é formada de animais aquáti-
de dos peixes”.
cos, com nadadeiras pares, ímpares, maxilas e dentes
verdadeiros.
O corpo fusiforme desses animais, em geral, é reves-
tido de pele com escamas; a notocorda é reduzida e a co-
luna vertebral bem desenvolvida; são animais gnatosto-
mados, anamniotas, analantoidianos e apresentam como
único anexo embrionário o saco vitelínico.
Há duas classes: Condrichthyes (peixes cartilagino-
sos) e Osteichthyes (peixes ósseos).

Evolução das classes dos vertebrados. As datas dos períodos abordados estão
mostradas à esquerda. A espessura de cada banda representa a quantidade
relativa de fósseis de cada grupo.

3. Morfologia externa
Possuem a boca na extremidade anterior. Os olhos
Latimeria chalumnae (fóssil-vivo), peixe primitivo da ordem Coelacanthini não possuem pálpebras, porém, são protegidos por uma
(celacanto).
dobra de pele transparente.
Um exemplar foi capturado em 1938.
Apresenta esqueleto cartilaginoso. Esse exemplar apresentava cerca de 1,5 m Entre a boca e os olhos possuem narinas, que man-
de comprimento. Foi capturado vivo na África do Sul. Outros dez exemplares têm comunicação entre si e têm função olfativa. Nos pei-
foram capturados nas profundidades de 150 a 400 m nas ilhas Comores, onde xes ósseos, atrás dos olhos, há uma lâmina denominada
é conhecido pelos nativos.
opérculo, que tem por função proteger a cavidade bran-
quial. Tanto nos peixes ósseos como nos cartilaginosos
2. Origem os órgãos locomotores são as nadadeiras, que também
Há cerca de 400 milhões de anos, surgiram os gran- podem desempenhar funções de proteção (ferrão, no caso
des grupos de peixes cartilaginosos. Ocorreu, após o apa- das raias), de impulso no ar (peixe voador), de copulação
recimento dos agnatas, que são do período Ordoviciano. (tubarão) e de implantação.
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Compreendem: 5. Sistema esquelético


dorsal
nadadeiras ímpares
{ caudal
anal
Pode ser formado de tecido ósseo ou cartilaginoso.
No esqueleto da cabeça, o primeiro arco forma a
mandíbula, o segundo é representado pelo hioide e o hio-

{
peitorais
(extremidades anteriores) mandibular.
nadadeiras pares
ventrais As vértebras são anficélicas.
(extremidades posteriores) Nos peixes, as extremidades estão representadas pe-
las nadadeiras pares. Em relação à nadadeira caudal po-
Lateralmente, observa-se desde o opérculo até a cau- demos diferenciar 3 tipos:
da uma “linha lateral” com função sensorial.

A extremidade da coluna vertebral se dirige para ci-


ma, provocando uma assimetria tanto interna como ex-
terna. É encontrada nos tubarões.

Aspecto geral externo de um peixe ósseo. A coluna vertebral é reta até a extremidade do corpo.
As vértebras diminuem de tamanho e as nadadeiras se
4. Sistema tegumentário dispõem simetricamente acima e abaixo. É encontrada
nos peixes dipnoicos.
A epiderme dos peixes é pluriestratificada, não cor-
neificada, com glândulas unicelulares mucíparas, que se-
cretam um muco, tornando a pele escorregadia, o que di-
minui o atrito com a água. A derme dos peixes abissais Nadadeira típica dos peixes ósseos. Simétrica exter-
apresenta fotóforos (bioluminescência). namente e assimétrica internamente.
A pele dos condrictes apresenta escamas placoides,
de origem dermoepidérmica, portanto, semelhantes aos
dentes dos demais vertebrados (com polpa, dentina e es-
malte).

Tipos de nadadeiras caudais.

6. Sistema digestório
A boca pode ser inferior (peixes cartilaginosos) ou
anterior (peixes ósseos). Possui dentes iguais (homodon-
tia). Na faringe, abrem-se as fendas branquiais. Os sucos
digestórios são potentes. O intestino pode terminar em
cloaca (cartilaginosos) ou em ânus (ósseos).
Escama placoide de tubarão.

Nos peixes osteícteis, as escamas são achatadas, dér-


micas, dos tipos cicloide, ctenoide e ganoide. Nesses ani-
mais, as escamas não ficam em contato direto com a
água, pois são recobertas pela epiderme.

Estrutura interna do peixe.

Os peixes cartilaginosos possuem uma estrutura no


intestino que permite maior superfície de absorção, deno-
Tipos de escamas dérmicas.
minada válvula espiral ou tiflosolis.

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Coração de peixe.

Intestino em corte, mostrando a tiflosolis, que O coração dos dipnoicos tem: 2 átrios e 1 ventrículo.
ocorre nos ciclostomados, condrictes e dipnoicos.

7. Sistema respiratório
Em geral, nos peixes, a respiração é branquial. As
brânquias têm por função retirar o oxigênio dissolvido na
água. Nos peixes cartilaginosos, as brânquias são visíveis
externamente, sem opérculo ou placa protetora. Coração de dipnoico (peixe pulmonado).
Possuem cinco pares de fendas branquiais; antes da
primeira fenda branquial existe, em cada lado, um espi- 9. Sistema excretor
ráculo, orifício que se comunica com a faringe.
Embriologicamente o rim dos peixes, como de todos
os vertebrados, é do tipo prônefro. No adulto é do tipo
mesônefro. Os peixes ósseos excretam amônia e os pei-
xes cartilaginosos, a ureia.

10. Sistema nervoso


O sistema nervoso central dos peixes compreende o
Brânquias de condrictes. encéfalo e a medula. No encéfalo, são bem desenvol-
vidos o telencéfalo (olfato) e o metencéfalo (movimento
No processo respiratório, a água entra pela boca e sai e equilíbrio). Há dez pares de nervos cranianos.
pela abertura branquial, banhando as brânquias.
Os peixes ósseos possuem quatro pares de brânquias
protegidas por uma placa denominada opérculo. Não
possuem espiráculo ou fendas branquiais externas. Os
peixes dipnoicos realizam respiração pulmonar, utilizan-
do a bexiga natatória como pulmão.

Sistema nervoso de peixe.

11. Sistema sensorial


Os olhos são desenvolvidos e a lente é esférica. Há
apenas ouvido interno. A linha lateral que indica o
sentido da correnteza e a pressão hidrostática ocorre
Brânquias de osteícteis. tanto em peixes cartilaginosos como em peixes ósseos,
também encontrada em girinos.
8. Sistema circulatório
A circulação é fechada, simples. O coração é total-
mente venoso, exceto nos dipnoicos, cuja circulação é
dupla e incompleta.
As hemácias são ovais grandes, nucleadas, com he-
moglobina. O coração dos peixes possui: 1 átrio e 1 ven-
trículo. Secção longitudinal da parede do corpo.

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12. Reprodução 13. Sistemática


São dioicos, com pouco dimorfismo sexual na maio-
ria. Os peixes ósseos têm fecundação externa. São na
Condrichthyes
maioria ovíparos, havendo alguns peixes cartilaginosos
Peixes cartilaginosos com escamas placoides, fendas
vivíparos. Ex.: tubarão.
branquiais, tiflosolis e cloaca.
Certos peixes têm muito cuidado com sua prole, co-
mo é o caso dos acarás, do tucunaré da Amazônia, e dos Há duas subclasses:
salmões. Os machos do cavalo-marinho possuem uma
bolsa copuladora formada à custa de dobras da pele. Os Subclasse 1
óvulos são depositados pela fêmea no interior dessa bol- Seláquios
sa, onde ocorre a fecundação e o desenvolvimento. Os Com fendas branquiais abertas pelo exterior. Atrás
jovens são alevinos. dos olhos há 2 aberturas, os espiráculos.
São os tubarões, os cações e as raias.

Cação, peixe elasmobrânquio.

Desenvolvimento embrionário
de um tubarão. Observar a grande quantidade de vitelo.

A PISCICULTURA

A criação de peixes pode ser utilizada, por


exemplo, na nutrição humana.
É uma atividade praticada há muito tempo.
A tilápia-do-nilo, Sarotherodon niloticus, já era Raia, peixe elasmobrânquio.
criada pelos egípcios, há cerca de quatro mil
anos. Subclasse 2
Muitos são os criadores de alevinos, filhotes Holocéfala
de peixes, que, atingindo um tamanho e peso São peixes cartilaginosos com características de pei-
ideais, já podem ser comercializados para outros xes ósseos. Não possuem espiráculo, tiflosolis e cloaca.
piscicultores.
Apresentam opérculos. Ex.: quimera.
A quantidade de energia despendida pelos
peixes, na flutuação, natação e no metabolismo
geral do corpo, é baixa; portanto, uma alta
porcentagem dessa energia obtida é usada na
formação da carne de peixe. É possível uma
elevada produtividade em curto intervalo de
tempo.
A cultura de tilápias e carpas, é muito
adequada para açudes de propriedades rurais. Quimera, peixe elasmobrânquio.
É necessário, entretanto, que o controle da
cultura seja preciso, diminuindo o risco da fuga
desses peixes para os rios da região, o que
poderia até ocasionar um desequilíbrio
ecológico. Osteichthyes
Peixes de esqueleto ósseo e boca anterior.
Apresentam opérculo, bexiga natatória e intestino
terminando em ânus.
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Subclasse 1 São peixes com esqueleto quase totalmente ossifi-


Ganoides cado.
É uma subclasse que reúne peixes primitivos. Poucos Abrangem quase 30 ordens dos peixes mais comuns:
são os exemplos atuais e, entre eles, há o esturjão, que moreia, piranha, pescada, sardinha, salmão, carpa, pacu,
chega a medir de 5 a 9 m. O esturjão da Sibéria é famoso dourado, baiacu, pintado, bacalhau, acará, peixe-elétrico,
por produzir ovas em grande quantidade, conhecidos por cavalo-marinho, lambari, pirarucu (da Amazônia) etc.
caviar. Possui escamas ganoides. Os peixes ósseos são coloridos, graças à presença de
cromatóforos, existentes na derme, abaixo das escamas.
Subclasse 2 Há pigmentos negros, amarelos, alaranjados e verme-
Coanites
lhos. Cristais de guanina fazem a pele do peixe ficar
Possuem uma grande bexiga natatória que armazena
prateada e brilhante.
ar. Ordem dos lepidosireniformes (dipnoicos ou peixes
pulmonados): nestes peixes, a bexiga natatória funciona
como pulmão. Vivem em brejos, e na estação seca,
escondem-se em escavações verticais na lama, revestida
de muco.
Nesta ordem, destaca-se o gênero Lepidosiren
paradoxus (piramboia).

Subclasse 3
Teleósteos

A lampreia é um vertebrado da classe dos ciclostomados.


Possui a boca circular. Ela não é um peixe.
Não apresenta mandíbula. É agnata.

Esquemas de organismos da classe osteícteis:


piramboia (Lepidosiren), bagre (Ictalurus), cavalo-marinho (Hippocampus)

Texto para a questão 1. 2. (MODELO ENEM) – Qual dos grupos que seguem apresenta
somente peixes cartilaginosos?
Cientistas ingleses disseram ter descoberto os restos de um dos a) Tubarão, sardinha, salmão e truta.
primeiros tubarões. Os fósseis encontrados datam de 25 milhões b) Raia, piramboia, bacalhau, linguado.
de anos antes do que se acreditava. A impressão, a partir dos c) Cação, tubarão, raia e piranha.
achados, é que os tubarões desta época não tinham mandíbulas. d) Quimera, cação, piramboia e lampreia.
e) Tubarão, cação, quimera e raia.
(O Estado de S. Paulo, 17 fev. 1998, pág. A-12.) Resolução
Todos os peixes desta alternativa são condrictes ou elas-
1. (UNESP) mobrânquios.
a) Qual é o grupo de vertebrados que não possuía mandíbulas e Resposta: E
que, provavelmente, antecedeu aos peixes? Cite um exemplo
de um animal desse grupo.
b) Qual a grande vantagem da aquisição de mandíbula pelos
peixes?
Resolução
a) Ciclostomados (Agnatas).
Exemplos: lampreias e feiticeiras (ou peixes-bruxa).
b) Facilitou a vida livre, já que os agnatas são parasitas. Os pei-
xes com mandíbula (gnatostomados) podem abocanhar suas
presas e, como predadores, apresentam maiores chances de
sobrevivência no ambiente aquático.

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3. (UNICAMP) – O gráfico a seguir representa a eliminação de CO2 Escolha a alternativa que apresenta exemplos de animais com as
pela respiração de dois animais vertebrados, A e B, com relação à características das afirmativas I, II e III, respectivamente:
temperatura ambiente: a) Tubarão, bagre e lampreia.
b) Sardinha, raia e lampreia.
c) Atum, lambari e raia.
d) Raia, lampreia e lambari.
e) Bacalhau, lampreia e tubarão.

8. (MED. ITAJUBÁ-MG) – Qual das seguintes alternativas indica


corretamente o fluxo de água nas brânquias de um peixe ósseo?

a) Como se denominam os animais A e B com relação à regula-


ção de temperatura corporal?
b) Dê um exemplo de animal A e um de animal B.

4. A principal estrutura responsável pela propulsão dos peixes é


a) a bexiga natatória. 9. (FUVEST) – Dê quatro características que distinguem os peixes
b) a nadadeira peitoral. cartilaginosos dos ósseos.
c) a nadadeira dorsal.
10. (UMC) – Todos os animais citados pertencem à fauna ictiológica
d) a nadadeira ventral.
brasileira, exceto
e) a nadadeira caudal.
a) o peixe-espada. b) o cavalo-marinho. c) a piramboia.
d) o pirarucu. e) o peixe-boi.
5. (UNICAMP) – Muitas espécies são introduzidas em um ambiente
sem que haja uma avaliação dos riscos associados a essa prática.
11. Uma expedição de paleontólogos descobre em um
Isso tem acontecido em larga escala com peixes pelo mundo
determinado estrato geológico marinho uma nova
todo. A truta arco-íris, já introduzida em 82 países, uma espécie
espécie de animal fossilizado. No mesmo estrato,
de tilápia, em 66 países, e a carpa comum, em 59 países.
foram encontrados artrópodes xifosuras e trilobitas,
(Ciência Hoje, 21, (124): 36-44, 1996). braquiópodos e peixes ostracodermos e placodermos.
O esquema abaixo representa os períodos geológicos em que
a) Cite duas possíveis consequências da introdução de peixes esses grupos viveram.
exóticos em rios e lagoas.
b) Caracterize os peixes quanto à anatomia do coração, quanto
ao tipo de sistema respiratório e quanto ao tipo de sistema cir-
culatório.

6. (UNICAMP) – Uma dona de casa, querendo preparar uma caldei-


rada de frutos do mar, obteve uma receita que, além de vegetais
e temperos, pedia a inclusão de cação, camarão, lagosta, mexi-
lhão e lula. Ela nunca havia preparado a receita e não conhecia os
animais. O filho explicou que esses animais eram: um peixe
cartilaginoso (cação), crustáceos (camarão e lagosta) e moluscos
(mexilhão e lula).
a) Indique duas características exclusivas dos moluscos que
poderão permitir sua identificação pela dona de casa.
b) Ao comprar o peixe, a dona de casa não encontrou cação e
comprou abadejo, que é um peixe ósseo. Além da diferença
quanto ao tipo de esqueleto, indique outras duas diferenças
que os peixes ósseos podem apresentar em comparação com
os peixes cartilaginosos.

7. (UFJF-Modificado) – Os vertebrados aquáticos podem ser


divididos em três grupos que apresentam particularidades
biológicas. As informações a seguir referem-se a características
de cada um desses grupos:
I. Esqueleto ósseo; brânquias protegidas por opérculos; fecun-
dação geralmente externa.
II. Corpo alongado, cilíndrico, desprovido de escamas; pele reco-
berta por muco; boca que funciona como uma ventosa.
III. Esqueleto cartilaginoso; presença de espiráculos; fecundação
interna e desenvolvimento sem fase larvar.

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Observando esse esquema, os paleontólogos concluíram que o 17. A foto a seguir representa um animal: Triblástico, celomado e
período geológico em que haviam encontrado essa nova espécie deuterostômio:
era o Devoniano, tendo ela uma idade estimada entre 405 milhões
e 345 milhões de anos.
Desses cinco grupos de animais que estavam associados à nova
espécie, aquele que foi determinante para a definição do período
geológico em que ela foi encontrada é
a) xifosura, grupo muito antigo, associado a outros animais.
b) trilobita, grupo típico da Era Paleozoica.
c) braquiópodo, grupo de maior distribuição geológica.
d) ostracodermo, grupo de peixes que só aparece até o
Devoniano.
e) placodermo, grupo que só existiu no Devoniano.

12. (FMTM – MODELO ENEM) – Peixe-boi, cavalo-marinho, golfinho,


tubarão e pinguim são animais vertebrados e, muitas vezes, são
confundidos por alguns alunos quanto aos grupos a que perten-
cem. Com os conhecimentos de Fisiologia e Zoologia, sabe-se
que esses animais apresentam características morfofisiológicas
bem definidas. Assim, pode-se afirmar corretamente que o Pergunta-se:
a) tubarão e o cavalo-marinho apresentam respiração branquial, a) Qual é o seu filo? Por quê?
apresentam linhas laterais, nadadeiras e coração com duas b) Como respira?
cavidades. c) Qual é a sua classe?
b) pinguim apresenta pelos, fecundação interna, produz ovos d) Que excreta nitrogenado elimina?
com casca calcária e diversos anexos embrionários como
âmnio e alantoide.
c) golfinho e o tubarão pertencem à mesma classe de vertebra- 18. (FUVEST) – A figura representa uma hipótese das relações
dos, apresentando nadadeiras caudais, respiração branquial e evolutivas entre alguns grupos animais.
fecundação interna.
d) golfinho e o peixe-boi apresentam pelos, diafragma, hemácias
anucleadas, placenta, realizam a fecundação externa na água
e são endotérmicos.
e) peixe-boi, cavalo-marinho e o golfinho apresentam respiração
pulmonar, apresentam fecundação interna e são endotér-
micos.

13. (PUC) – No coração dos peixes teleósteos adultos


a) circulam, separadamente, sangue arterial e venoso.
b) circula só sangue venoso.
c) circula só sangue arterial.
d) misturam-se sangue venoso e arterial.
e) no átrio passa sangue venoso e no ventrículo sangue arterial.

14. (FATEC) – Nos peixes cartilaginosos encontramos a tiflosolis, do-


bra intestinal também encontrada em
a) poríferos.
b) platielmintes.
c) asquielmintes.
d) anelídeos.
e) moluscos.

15. Alguns peixes marinhos não têm glomérulos nos túbulos renais.
Em consequência,
a) há, obrigatoriamente, grande perda de água na excreção.
b) a amônia passa diretamente das células para o sangue.
c) não há filtração do sangue ao nível das cápsulas de Bowman. (Baseado em Tree of Life Web Project 2002.)
d) não há reabsorção de materiais no sistema excretor.
e) os rins não são utilizados para a excreção de ureia. De acordo com essa hipótese, a classificação dos animais em
Vertebrados e Invertebrados
a) está justificada, pois há um ancestral comum para todos os
16. Das alternativas abaixo, referentes ao aparelho circulatório, assi- vertebrados e outro diferente para todos os invertebrados.
nale a única que não é válida para todos os vertebrados. b) não está justificada, pois separa um grupo que reúne vários
a) Circulação fechada. filos de outro que é apenas parte de um filo.
b) Hemoglobina em glóbulos sanguíneos. c) está justificada, pois a denominação de Vertebrado pode ser
c) Dupla circulação (geral e respiratória). considerada como sinônima de Cordado.
d) Propulsão por um motor central (coração) e não por vasos com d) não está justificada, pois, evolutivamente, os vertebrados estão
pulsações peristálticas. igualmente distantes de todos os invertebrados.
e) Pressão arterial maior que a pressão venosa. e) está justificada, pois separa um grupo que possui muitos filos
com poucos representantes de outro com poucos filos e
muitos representantes.

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3) a) A é endotérmico e B é ectotérmico. 9)
Peixes cartilaginosos Peixes ósseos
b) Respectivamente, pomba e sapo.
esqueleto cartilaginoso cartilaginoso e ósseo
4) A principal estrutura propulsora da natação dos peixes é a
bexiga
nadadeira caudal. geralmente ausente geralmente presente
natatória
Resposta: E
cicloides, ctenoides ou
escamas placoides geralmente
ganoides
5) a) A introdução de peixes exóticos nos ecossistemas aquá-
ticos pode levar à: tiflosolis presente geralmente ausente
– competição com espécies nativas pelo mesmo nicho
ecológico; 10) O peixe-boi é um mamífero.
– proliferação excessiva, levando à superpopulação dessas Resposta: E
espécies, uma vez que seus predadores naturais inexis-
tem em tais ecossistemas; 11) O grupo que foi determinante para a definição do período
– alteração do equilíbrio das teias alimentares. geológico é o dos placodermos, pois esses animais só
b) O coração da maioria dos peixes apresenta um átrio e um existiram no Devoniano.
Resposta: E
ventrículo. Eles possuem respiração branquial e circulação
fechada simples. Pelo coração desses animais somente
12) O tubarão e o cavalo-marinho são peixes. Apresentam brân-
passa o sangue venoso.
quias, linha lateral, nadadeiras e coração contendo um átrio
e um ventrículo.
6) a) Os moluscos são invertebrados que possuem corpo mole,
não segmentado e ausência de patas e apêndices Resposta: A
articulados.
b) Quadro comparativo entre peixes cartilaginosos 13) No coração da grande maioria dos peixes ósseos somente
(Chondrichthyes) e peixes ósseos (Osteichthyes). circula o sangue venoso. Resposta: B

14) A minhoca também possui tiflosolis. Resposta: D


Peixes
Peixes Ósseos
Cartilaginosos 15) Eles excretam por brânquias.
Resposta: C
Posição da
geralmente ventral geralmente anterior
boca
16) Os peixes apresentam circulação fechada simples.
Excreção Resposta: C
ureia amônia
predominante
17) a) O tubarão pertence ao filo dos cordados. Apresenta noto-
Opérculo ausente presente corda, tubo neural dorsal e fendas branquiais na faringe. Sua
notocorda embrionária é substituída pela coluna vertebral.
b) Possui cinco pares de brânquias, estruturas respiratórias.
c) É condricte, ou seja, peixe cartilaginoso.
7) Trata-se, respectivamente, de um peixe ósseo um ciclosto- d) Ureia.
mado e um peixe cartilaginoso.
Resposta: E 18) Os animais vertebrados são apenas uma parte do filo dos
cordados. Os animais invertebrados incluem vários filos de
8) A água penetra pela boca e sai pelas fendas branquiais. animais (poríferos, cnidários, moluscos, anelídeos, nematel-
Resposta: C mintes, artrópodes e equinodermas).
Resposta: B

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CAPÍTULO Biologia Animal

45 CORDADOS (CLASSE DOS ANFÍBIOS)

A xolotle é uma larva de certo porte, semelhante a um tritão,


embora conserve as brânquias externas. O axolotle tor na-se
sexualmente maduro mesmo sem ter completado seu desenvolvimento
(neotenia). Quando sofre a metamorfose, transforma-se em uma
salamandra.

1. Conceito
Anfíbio é uma classe intermediária entre os vertebra-
dos aquáticos e os terrestres. Estes animais são tetrápodas,
anamniotas e analantoidianos que vivem em ambiente
úmido, não apresentando formas marinhas.
São ectotérmicos, cuja fecundação ainda necessita da
água do meio ambiente.

2. Origem
Há indícios de que os anfíbios surgiram há cerca de
300 milhões de anos (Devoniano), a partir de certos pei-
xes ósseos, nos quais se desenvolveram pulmões, cujas Aspectos gerais do sapo comum.
nadadeiras se transformaram em membros de locomoção
terrestre.
• pele rugosa e úmida;
A transição de um ambiente aquático para um am-
biente terrestre traz uma série de problemas de adapta- • presença de pálpebra e membrana nictitante;
ção: na sustentação, na respiração e nos órgãos dos sen-
tidos. • glândulas paratoides, contendo veneno;

• membrana timpânica;

• membros anteriores com 4 dedos curtos;

• membros posteriores, adaptados para o salto e que


Labyrinthodonti. Possuía uma forma semelhante à de uma salamandra. possuem 5 dedos;
Dentes potentes e grandes. Apresentava, externamente, uma carapaça
contendo placas dérmicas. Os primeiros fósseis de anfíbios apresentam
muitas semelhanças com os peixes pulmonados (Texto com base em P. Grassé). • cloaca;

• cavidade bucal bem desenvolvida;


3. Características gerais
Considerando o sapo, podemos observar externa- • narinas externas.
mente:

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Sistema digestório.

7. Sistema respiratório
Esses animais possuem respiração branquial, pulmo-
Rana palustris, anfíbio anuro dos Estados Unidos. nar, cutânea e bucofaríngea. Os pulmões são saculifor-
mes, com paredes internas lisas ou com alvéolos rudi-
4. Sistema tegumentário
mentares.
A pele é úmida, intensamente vascularizada e com Os movimentos respiratórios consistem numa sim-
glândulas pluricelulares mucosas. ples deglutição do ar (movimentos gulares).
É pouco queratinizada e apresenta permeabilidade
aos gases e líquidos, tendo grande função respiratória.
Derme com cromatóforos e ausência de escamas (exceto
as dérmicas de alguns ginofiones).

5. Sistema esquelético
Entre o crânio e a coluna vertebral existe uma articu-
lação verdadeira por meio de dois côndilos occipitais.
Possui cinturas escapular e pélvica, para inserção de Língua protrátil.
extremidades locomotoras. A coluna vertebral é formada
de vértebras anficélicas, procélicas e opistocélicas;
8. Sistema circulatório
apenas 1 vértebra é cervical (atlas), e as vértebras caudais
formam o uróstilo. Nas cobras-cegas, a coluna vertebral A circulação é fechada, dupla e incompleta, pois há
apresenta-se bem desenvolvida, com 275 vértebras. mistura de sangue venoso e arterial no único ventrículo.
Coração com 2 átrios e 1 ventrículo.

Coluna vertebral do sapo.

6. Sistema digestório
A boca é ampla (sem dentes, no sapo); a língua Coração de anfíbio.
carnosa é protrátil, fixada anteriormente, podendo ser
projetada para a frente. 9. Sistema excretor
Possui tubo digestório com faringe e esôfago curtos,
estômago dilatado, intestino delgado e grosso, termi- Os rins são do tipo mesonefros, e os dois ureteres
nando em cloaca. Como órgãos anexos, aparecem glân- desembocam na cloaca, onde há uma bexiga urinária. O
dulas salivares (ausentes nas formas aquáticas), fígado e produto final da excreção é a ureia no adulto. O girino
pâncreas. excreta, principalmente, a amônia.

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12. Reprodução
São animais de sexos separados e de fecundação ex-
terna, embora haja cópula. Os ovos são do tipo teloléci-
to incompleto e o desenvolvimento é indireto, com a for-
mação de larva girino (nos anuros); com cauda, brân-
quias e saco vitelínico. Tais larvas sofrem metamorfose.
Na salamandra do gênero Ambystoma, a larva (axolotle)
não completa a metamorfose e já tem capacidade de re-
Sistema urogenital.
produção sexuada (fenômeno conhecido como neotenia).
Os machos dos sapos apresentam o órgão de Bidder,
10. Sistema nervoso um ovário rudimentar e não funcionante.
Encéfalo pequeno; cerebelo reduzido; com dez pares
de nervos cranianos. 13. Sistemática dos anfíbios
Em relação aos demais vertebrados, o cerebelo dos
anfíbios é muito pequeno, e, consequentemente, a coor-
denação motora desse animal é limitada. Também conhecida como gimnofiona.
Ex.: cobra-cega (Siphonops).

Sistema nervoso.

11. Sistema sensorial


Os olhos são desenvolvidos, adaptados à visão de
objetos em movimento. Possuem ouvido interno e mé-
dio. Há epitélio olfativo nas fossas nasais. Cecília, anfíbio sem membros.

CRIANDO RÃS Anfíbios com cauda e tetrápodos.


Ex.: salamandra, tritão.
A ranicultura é a criação de rãs, cordados da
classe dos anfíbios,
Taiwan, Indonésia e Brasil, entre outros, são
grandes produtores desses animais. Anfíbios sem cauda. Alguns não possuem língua,
A produção da rã-touro-americana (Rana sendo denominados aglossas (pipas).
catesbeiana) é uma das preferidas pelos Ex.: sapo, rã e perereca.
ranicultores. A introdução desse anfíbio em
novos habitats deve ser cautelosa. Ela cresce e se
reproduz muito rapidamente.
A criação das rãs envolve três fases:
reprodução, girinagem e engorda.
Os machos e as fêmeas são separados por
baias com pequenas poças para o acasalamento.
A fecundação é externa.
Há tanques usados na criação dos girinos e
outros na engorda, até que a rã jovem adquira o
peso comercial, de 180 a 250 gramas.
A criação e o comércio desses anfíbios,
devem seguir, basicamente, as mesmas normas,
envolvendo restrições e formas de conservação
de produtos válidas na psicultura. A biodiversidade da classe dos anfíbios.

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1. (MODELO ENEM) – Nos anfíbios, a respiração cutânea compensa a b) tem fundamento, uma vez que os sapos conseguem injetar o
a) falta de hemoglobina no sangue. veneno quando mordem a pessoa.
b) falta de irrigação sanguínea na pele. c) não tem fundamento, pois é preciso que a pele do sapo entre
c) falta de respiração pulmonar. em contato com a mucosa da pessoa para que o veneno seja
transferido.
d) pequena superfície dos pulmões.
d) tem fundamento, pois, quando ameaçados, os sapos podem
e) mistura de sangue arterial e venoso nos átrios. utilizar seus esporões para injetar veneno em quem os tocar.
Resolução e) não tem fundamento, pois apenas espécies de sapos com
Os pulmões saculiformes do sapo possuem uma pequena super- cores muito vivas produzem veneno.
fície respiratória, onde ocorre a hematose. A pele vascularizada Resolução
desse animal permite uma intensa respiração cutânea. As glândulas paratóides dos sapos, quando comprimidas, liberam
Resposta: D o veneno que, entrando em contato com as mucosas de uma
pessoa, provoca o envenenamento.
2. (UNESP) – Segundo crenças populares, é “muito perigoso se Resposta: C
aproximar ou tocar em sapos comuns, devido ao veneno que
produzem”.
Esse medo
a) não tem fundamento, porque o veneno precisa ser lançado
diretamente nos olhos da pessoa para fazer efeito.

3. Analise esta figura, em que está representada a provável filogenia d) dois pares de membros; o crânio tem dois côndilos occipitais;
dos vertebrados: o coração tem duas câmaras; endotermia; o esterno é
continuado por cartilagem
e) dois pares de membros, ausentes em casos raros; o crânio
tem dois côndilos occipitais; o coração tem três câmaras;
ectotermia.

6. (UNIFESP) – Considere os grandes biomas do Brasil: cerrados,


florestas, pampas e caatingas.
a) Em qual deles espera-se encontrar maior abundância de anfíbios?
b) Justifique sua resposta, relacionando as características do am-
biente com as desse grupo de vertebrados.

7. (UNIP) – Um animal apresenta as seguintes características:


– pele com camada córnea delgada e numerosas glândulas mucosas;
– pulmões com poucas divisões internas;
– coração onde ocorre mistura de sangue arterial e venoso;
– fecundação externa.
A partir dessa análise, é correto afirmar que o ancestral desses
quatro grupos, provavelmente apresentava: Esse animal pode ser
a) membros locomotores e pulmões. a) um peixe. b) um sapo. c) um lagarto.
b) coração com quatro cavidades e brânquias. d) uma cobra. e) um golfinho.
c) pelos no corpo e glândulas mamárias.
d) endotermia e placenta. 8. (ECMAL – MODELO ENEM) – “Oculto entre as folhas caídas no
chão da Mata Atlântica, em poucos locais do Estado do Rio de
4. (UNICAMP) – As cecílias, também chamadas de cobras-cegas, Janeiro, o sapo-pulga era desconhecido até 1971. Agora, estudos
são facilmente confundidas com serpentes por observadores realizados na Ilha Grande revelam mais detalhes sobre a vida
menos atentos, por também apresentarem corpo cilíndrico e dessa espécie, de tamanho e peso mínimos. Também confirmam
desprovido de patas. Entretanto, uma análise mais cuidadosa que o anfíbio brasileiro é o menor vertebrado com pulmões,
pode diferenciar facilmente esses animais, pois as cecílias são conhecido no mundo: os maiores medem apenas 10 mm e só
anfíbios ápodos. Duas características apresentadas, exclusi- pesam cerca de 100 mg (…). O sapo-pulga ajuda a regular as
vamente pelas cecílias, que as diferenciam das serpentes, são populações de minúsculos invertebrados, como certas formigas,
a) corpo revestido por pele úmida e ovos com casca calcária. aranhas e besouros, ácaros e pseudoescorpiões, além de larvas.”
b) corpo revestido por escamas e respiração exclusivamente cutânea. (Ciência Hoje, p. 68.)
c) pele rica em glândulas secretoras de muco e respiração cutânea.
A análise do texto permite concluir que o sapo-pulga, em seu
d) pele úmida e corpo revestido por escamas queratinizadas.
ecossistema, é
5. (MODELO ENEM) – Os anfíbios caracterizam-se por 01. canibal, quando mata e come outros invertebrados.
a) pele nua e úmida; coração com três cavidades; endotermia. 02. parasita, podendo se hospedar em outros organismos, devido
b) pele nua ou escamosa; úmida; o coração constituído por às suas dimensões.
quatro câmaras; ectotermia. 03. predador, que se alimenta de uma variedade de presas.
c) quatro patas, as duas posteriores, com musculatura mais de- 04. competidor de insetos e aracnídeos, pois tem o mesmo nicho
senvolvida para o salto; em alguns casos, são serpentiformes; ecológico.
o coração tem duas cavidades e a temperatura varia de acordo 05. simbionte, vivendo em equilibrado mutualismo com os artró-
com o ambiente. podes.

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9. (UNICAMP) – Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a responsáveis pelo aumento desse risco. A respeito da relação
habitar o meio terrestre. Provavelmente surgiram de peixes entre a fisiologia dos anfíbios e o risco de extinção, considere as
crossopterígeos que, eventualmente, saíam da água à procura de afirmativas abaixo.
insetos. Antes de ganharem o meio terrestre, esses ancestrais I. Por apresentarem fecundação externa, a poluição da água
dos anfíbios passaram por modificações em sua estrutura e em afeta diretamente a sobrevivência dos ovos.
sua fisiologia. II. A pele úmida e permeável favorece a absorção de poluentes
a) Mencione duas modificações importantes nessa transição. existentes na água.
b) Os anfíbios são classificados em três ordens: Gymnophiona III. A ausência de casca calcárea nos ovos permite que maior in-
ou Apoda (cobras cegas), Urodela (salamandras) e Anura (sa- tensidade de radiação ultravioleta atinja os embriões, podendo
pos, rãs e pererecas). Mencione uma característica exclusiva causar mutações.
de cada uma delas. IV. Por terem circulação simples, esses animais são ectotérmicos
e estão mais sujeitos a variações de temperatura.
10. (MODELO ENEM) – Sapo-cururu
Na beira do rio, Estão corretas
Quando o sapo canta, oh maninha! a) I e II apenas. b) II e IV apenas. c) I, II e III apenas.
É porque tem frio. d) I, II, III e IV. e) I e III apenas

Você já deve ter cantado várias vezes esta música, e agora vai per- 15. (FUVEST) – Qual das alternativas relaciona corretamente cada
ceber que ela contém uma falha segundo os conceitos da Biologia. um dos animais designados pelas letras de A a D com as
características indicadas pelos números de I a IV?
A alternativa que apresenta a relação correta entre a classificação
do animal e a consequência desta característica é: A. Água-viva (celenterado) I. Presença de pseudoceloma
a) Ectotérmico – só sente frio.
b) Endotérmico – não sente frio. B. Lombriga (nematelminto) II. Sistema circulatório fechado
c) Endotérmico – só sente calor.
d) Ectotérmico – só sente calor. C. Mosquito (inseto) III. Sistema respiratório traqueal
e) Ectotérmico – não sente calor, nem frio.
D. Sapo (anfíbio) IV. Sistema digestório incompleto
11. (FUVEST – MODELO ENEM) – O gráfico apresenta medidas da
excreção de substâncias nitrogenadas durante a metamorfose de
certa espécie de sapos. a) A-I B-IV C-II D-III
b) A-I B-II C-III D-IV
c) A-II B-I C-III D-IV
d) A-IV B-III C-I D-II
e) A-IV B-I C-III D-II

16. (FUVEST) – Assinale a alternativa que contém um vertebrado em


cujo ciclo de vida ocorre um estágio larval:
a) Tubarão. b) Sapo. c) Tartartuga.
d) Galinha. e) Cachorro.

17. (UnB)
Organismos Troca Gasosas
Os dados mostram que a excreção de
a) amônia só ocorre nos primeiros dias de vida. ( ) anfíbio 1) através da pele
b) ureia começa a ocorrer por volta do centésimo dia. ( ) molusco 2) brânquias
c) amônia predomina sobre a de ureia em todo o período consi- ( ) crustáceo 3) brânquias
derado. ( ) inseto 4) traqueia
d) ureia aumenta significativamente por volta do 80° dia. ( ) verme 5) respiração cutânea e pulmão
e) amônia e de ureia faz-se em grande quantidade na fase larvária.
A correspondência entre as duas colunas é a seguinte, respecti-
12. (PUCC) – Se tomarmos um sapo como protótipo dos vertebrados, vamente:
podemos afirmar que a) 1, 4, 2, 3, 5. b) 1, 2, 3, 4, 5. c) 5, 2, 3, 4, 1.
a) eles apresentam, na fase embrionária, sistema nervoso dorsal, d) 3, 1, 2, 4, 5. e) 3, 5, 4, 2, 1.
porém, ganglionar.
b) eles apresentam o ânus formado a partir do blastóporo.
18. (PUC – MODELO ENEM) – Parte de um jogo de basquetebol foi
c) eles não apresentam, em nenhuma fase de sua vida, a noto-
corda. assim narrada, no qual os jogadores foram identificados pelas suas
d) eles não apresentam fendas branquiais. características:
“Dado o início da partida, o juiz, representante intermediário entre
13. No coração dos anfíbios adultos, invertebrados e vertebrados, determina bola em jogo de tapinha;
a) circula apenas sangue venoso. aquele que se apresenta com duas brânquias e oito tentáculos, cujo
b) circula apenas sangue arterial. apelido é pés na cabeça, alcançando a pelota, entrega-a para seu
c) circulam, separadamente, sangue venoso e arterial. colega que possui esqueleto ósseo e bexiga natatória. Nesse mo-
d) misturam-se no ventrículo sangue arterial e venoso. mento, esse jogador distraído, não atento ao jogo, e sim, a outros
e) misturam-se no átrio sangue arterial e venoso. locais, acaba perdendo a oportunidade de marcar pontos. Vira o jogo
a favor do adversário, que tem certo grau de parentesco com o
14. (MACKENZIE) – Um estudo publicado, recentemente, demons- anterior, o qual, sendo tipicamente marinho, parece ser mamífero,
trou o aumento no risco da extinção de anfíbios, cujas carac- mas é outro tipo de vertebrado. Este devolve para seu companheiro,
terísticas fisiológicas os tornam mais vulneráveis a mudanças que é de uma classe diferente, apresenta metamorfose, é vertebrado
ambientais. A poluição das águas com pesticidas e com resíduos e ectotérmico – mas entra aquele que, apesar de ter armadura e ser
orgânicos e o aumento da radiação ultravioleta são os maiores vertebrado, não é militar, convertendo pontos a favor da equipe.”

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Assinale a alternativa que apresenta, na sequência correta, os ani-


mais mencionados:
a) Lampreia; lula; piramboia; peixe-boi; sapo; tartaruga.
b) Amphioxus; Octopus vulgaris; piramboia; cavalo-marinho;
sapo; tartaruga.
c) Ascídia; loligo; tubarão; peixe-boi; mosca; chiton.
d) Ouriço-do-mar; argonautas; tubarão; cavalo-marinho; grilo; jacaré.

19. (VUNESP) – Vertebrados anamniotas, tetrápodos, ectotérmicos,


de respiração branquial durante a vida larvária e pulmonar na fase
adulta são
a) répteis.
b) mamíferos.
c) anfíbios.
d) aves. Com base nas informações dessas figuras e em outros conheci-
e) peixes. mentos sobre o assunto, é incorreto afirmar que
a) a apoptose, no caso II, ocorre devido a um processo
inflamatório.
20. (COPEVE-UFMG – MODELO ENEM) – O desenvolvimento de b) a apoptose que ocorre no caso I resulta da ação de enzimas
seres multicelulares depende da morte programada de certas digestórias presentes nos lisossomos.
células. Esse fenômeno biológico, regulado por genes, é conhe- c) a ausência de apoptose, no caso ilustrado em II, pode dificultar
cido como apoptose e está ilustrado nestas figuras. uma melhor exploração do ambiente.
d) a ocorrência de alterações nos genes responsáveis pela apop-
tose, nos casos I e II, pode ser transmitida aos descendentes.

3) A presença de quatro membros locomotores e, respiração 10) Os anfíbios são ectotérmicos. Não sentem frio, nem calor.
pulmonar, são características que poderiam estar presentes, Resposta: E
no ancestral dos vertebrados tetrápodos.
Resposta: A 11) A excreção de ureia, por volta do 80.° dia, aumenta significa-
tivamente, ao mesmo tempo que a excreção de amônia dimi-
4) As cobra-cegas ou cecílias, são anfíbios que, atualmente, não nui. Resposta: D
possuem patas (ápodes). Possuem pele fina, permeável,
úmida com muitas glândulas mucosas, e adaptadas à 12) Os anfíbios são deuterostômios.
respiração cutânea. Nos répteis, a pele, geralmente, é seca, Resposta: B
queratinizada e com poucas ou sem glândulas.
Resposta: C 13) Apresentam circulação fechada, dupla e incompleta.
Resposta: D
5) Os anfíbios são ectotérmicos e possuem coração com três
câmaras e dois côndilos occipitais. 14) A única falsa é a afirmativa IV porque os anfíbios apresentam
Resposta: E circulação dupla e incompleta.
Resposta: C
6) a) Florestas.
b) Anfíbios são vertebrados adaptados a ambientes úmidos, 15) Os celenterados possuem sistema digestório incompleto; os
típicos de biomas florestais. nematoides são pseudocelomados; os insetos possuem respira-
ção traqueal e o anfíbio, ex.: sapo, apresenta circulação fechada.
7) As características são dos anfíbios. Ex.: sapo. Resposta: E
Resposta: B
16) Os anfíbios apresentam desenvolvimento indireto. No sapo, a
8) O sapo-pulga é um predador que se alimenta de vários tipos larva é denominada girino. Na salamandra, a larva é deno-
de presas. minada axolotle.
Resposta: 03 Resposta: B
17) Nos insetos, a respiração é traqueal. Sua hemolinfa não trans-
9) a) Na passagem de peixe para anfíbios ocorreram muitas
porta gases respiratórios.
modificações, como a excreção de amônia, que predo-
Resposta: C
minava no peixe ósseo, no anfíbio adulto, passa a predo-
minar a excreção de uréia. 18) O Amphioxus é um protocordado. O Octopus vulgaris é um
Os peixes respiram por brânquias e nos dipnóicos, a polvo. A piramboia é um peixe pulmonado. O cavalo-marinho
bexiga natatória também é usada na respiração. Nos é um peixe ósseo. O sapo é um anfíbio. A tartaruga é um réptil.
anfíbios adultos, há uma respiração pulmonar e cutânea. Resposta: B
Nos peixes, a circulação é simples, sendo dupla e incom-
pleta nos dipnóicos. Nos anfíbios adultos, é dupla, incom- 19) Os anfíbios não possuem âmnio, ou seja, a “bolsa-das-águas”.
pleta e a mistura de sangue venoso com arterial é menor Resposta: C
do que nos peixes.
b) Ápodos não possuem patas. 20) O suicídio programado (apoptose) é um fenômeno genético
Urodelos possuem cauda desenvolvida. natural e não um processo inflamatório.
Anuros não possuem caudas. Resposta: A

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CAPÍTULO Biologia Animal

55 CORDADOS (CLASSE DOS RÉPTEIS)

U ma interpretação da evolução
dos vertebrados tetrápodos.

1. Evolução evolutivos também apareceram nos demais sistemas, de


tal forma que os répteis dominaram o meio terrestre por
São os primeiros vertebrados na escala evolutiva que mais de 100 milhões de anos.
conseguiram conquistar definitivamente a Terra. Vários fa- Os primeiros répteis surgiram no Permiano (julho),
tores colaboraram para isso, entre eles um de grande im- sofrendo grandes modificações durante o Triássico, Ju-
portância: um sistema reprodutor que permitiu a fecun- rássico e Cretáceo (agosto, setembro e outubro), dando
dação interna, pois a fecundação externa natural é im- grande diversificação à classe. Muitos deles atingiram
praticável no meio terrestre. Outra característica importante tamanhos enormes, sendo que certos dinossauros chega-
desta classe é um tipo de ovo que pode desenvolver-se fora ram a medir mais de 20 metros, pesando, aproximada-
da água. O desenvolvimento do ovo depende da água por mente, 50 toneladas. Muitos répteis evoluíram originan-
várias razões: suporte, nutrição, excreção e respiração. Os do formas bem diferentes das suas, resultando assim, no
répteis conseguiram suplantar todos esses problemas. A aparecimento das aves e dos mamíferos.
casca calcária deu proteção e suporte. A gema possui grande
quantidade de proteínas, o mesmo acontecendo com a clara
(albumina), que tem também muita água. Devemos
recordar que, apesar de o desenvolvimento ser terrestre, o
embrião fica na cavidade amniótica como se estivesse num
aquário, que lhe dá proteção e impede a dessecação. Os
problemas da respiração e da excreção foram resolvidos
com o aparecimento do alantoide.
Outros fatores evolutivos apareceram: um pulmão
com uma maior área de trocas gasosas, membros de lo-
comoção mais fortes, escamas de origem epidérmica, O esquema acima representa a reconstituição do
queratinizadas, tornando-as impermeáveis. Os processos “Titanossaurus”, réptil que viveu na América do Sul, no Cretáceo,
cujos representantes brasileiros atingiram 12 metros de comprimento.

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2. Características gerais
A classe Reptilia (do latim reptilis = que rasteja) é
formada de organismos que, agrupados com as aves e os
mamíferos, recebem a designação comum de amniotas.
Em sua grande variedade de espécies, o grupo que tem
apresentado maior interesse para o homem é o dos ofí- Cinetismo e estreptostilia – o cinetismo craniano
dios, em razão da ocorrência de espécies venenosas. São representa os movimentos independentes que realizam
animais triblásticos, enterocelomados, deuterostômios, os maxilares superiores, os palatinos e os pterigoides.
A estreptostilia é a dupla articulação do quadrado,
cordados, gnatóstomos e ectotérmicos. dando-lhe grande mobilidade e permitindo às cobras abrir muito a boca.

As tartarugas apresentam um exoesqueleto bastante


A pele é seca, epiderme com espessa camada córnea, desenvolvido, formado pela carapaça dorsal e pelo plas-
podendo formar escamas e placas ósseas. trão ventral.
Derme com cromatóforos e ossos dérmicos (nos que- São estruturas formadas por ossos dérmicos.
lônios). As únicas glândulas que aparecem são os poros
femurais dos lagartos e as glândulas de cheiro na cloaca das
cobras.

Exoesqueleto de tartaruga.

Pele de réptil.

É muito comum nos répteis o fenômeno da muda da Boca com dentes, língua protrátil e glândulas vene-
pele. O animal, formando nova pele, tem de expulsar a pe- nosas, desembocando em dentes inoculadores das co-
le velha, completamente morta, a qual se separa do corpo. bras, cuja classificação em função da localização e estru-
tura é a seguinte:

Áglifas
Dentes inoculadores ausentes; é o caso das cobras
não venenosas (boipeva e cobra-cipó).

Opistóglifas
Dentes inoculadores sulcados e situados na parte
posterior da boca. Não conseguem injetar o veneno (mu-
çurana, falsas-corais).

Cobra, animal do filo dos cordados, da


Proteróglifas
classe dos répteis, da ordem dos esquamatas. Possuem dentes inoculadores sulcados e situados na
parte anterior da boca (corais venenosas).

O crânio tem apenas 1 côndilo occipital. O esque-


leto é quase completamente de natureza óssea. A coluna
vertebral apresenta vértebras cervicais, dorsais, sacras
(apenas duas) e caudais.
As cobras possuem a maior coluna vertebral que se
tem notícia, com mais de 500 vértebras.
O osso característico é o transverso, que, nas cobras
peçonhentas, tem função importante na articulação do
dente de veneno. Quando a cobra abre a boca, o trans-
verso empurra o dente para fora. Classificação das cobras.

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Solenóglifas creção é o ácido úrico, lembrando que entre os quelônios


Os dentes inoculadores apresentam um canal que se aquáticos a excreção é uma mistura de ureia e ácido úrico.
abre nas extremidades (agulha de injeção). Estão localiza-
dos na porção anterior (jararaca, cascavel, surucucu etc.).
Com relação ao restante do aparelho digestório, apa-
recem esôfago bem dilatado, estômago (com moela nos
crocodilianos), intestino delgado e grosso, terminando
em cloaca. Presença de glândulas salivares, fígado e pân-
creas. De um modo geral, os répteis alimentam-se poucas
vezes, mas, quando o fazem, ingerem grande quantidade
de alimento. Possuem digestão lenta e seu suco digestó-
rio é forte, digerindo até os ossos de suas presas. Rim metanéfrico.

O telencéfalo é bem desenvolvido nos répteis, que


possuem 12 pares de nervos cranianos. As formas aquá-
ticas possuem o cerebelo mais desenvolvido. Há um iní-
cio da flexão do encéfalo.
A orientação é feita pelo olfato, embora o camaleão
se utilize muito da visão. Nas cobras e lagartos, há dois
Esquema de um corte longitudinal de um réptil.
divertículos que se abrem no fundo da cavidade bucal, os
órgãos de Jacobson, com função olfativa.

A respiração é exclusivamente pulmonar. Os pul-


mões são parenquimatosos, mais complexos e eficientes
nas trocas gasosas do que o dos anfíbios.
Nas cobras, o pulmão direito é atrofiado. Podem
ocorrer sacos aéreos em conexão com os pulmões, fun-
cionando como reserva de ar, durante a deglutição, evi-
tando uma interrupção na respiração.
Nos répteis em geral, a respiração consiste numa ver- Sistema nervoso de réptil.
dadeira inspiração e expiração, em consequência da dila-
tação do tórax por movimentos das costelas. Nas tartaru-
gas, nas quais não existe a possibilidade de expansão do
São animais de sexos separados. Possuem fecunda-
corpo, a inspiração ocorre pelos movimentos do pescoço.
ção interna e desenvolvimento direto. A grande maioria
Nos quelônios aquáticos, há uma respiração auxiliar,
dos répteis é ovípara, mas há também espécies vivíparas
feita por meio de sacos cloacais, daí a razão de a tartaru-
(sucuri) e ovovivíparas (coral). Não há fase larvária.
ga poder permanecer bastante tempo debaixo da água.

A circulação é dupla e incompleta. Nos crocodilianos


já existem dois ventrículos.
O coração da maioria dos répteis apresenta 2 átrios e
2 ventrículos parcialmente separados, enquanto nos
crocodilianos há uma separação ventricular completa e
forâmen de Panizza entre os arcos aórticos direito e es-
querdo.
Possuem hemácias elípticas e nucleadas.

Os rins funcionais são do tipo metanefros. Não há Sistema urogenital de réptil.


bexiga nos ofídios e crocodilianos. O produto final da ex-
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O genital masculino apresenta um par de testículos,


epidídimo, canais deferentes e órgão copulador: pênis em É constituída de organismos com o corpo alargado e
tartaruga e crocodilo; hemipênis em cobras e lagartos. carcaça dorsal. Não possuem dentes, que, em geral, são
O genital feminino apresenta um par de ovários e substituídos por bainhas córneas. São ovíparos, colocam
ovidutos, formando o útero. ovos no substrato, cavado e coberto pela fêmea. São
aquáticos: tartarugas e cágados; terrestres: o jabuti e as
A JARARACA-ILHOA tartarugas gigantes das ilhas Galápagos.

O estudo dos répteis, animais do filo dos


cordados, é denominado Herpetologia.
A Jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) é uma
cobra venenosa que vive na ilha da Queimada
Grande, em São Paulo. Esta ilha localiza-se a 30
Km da costa sul de São Paulo, nas vizinhanças de
Itanhaém e Peruíbe.
No continente, a espécie mais aparentada à
Jararaca-ilhoa é a Jararaca comum, Bothrops
jararaca.
O padrão de coloração é bem distinto nas
duas espécies.
A diferenciação entre os dois tipos de
cobras, pode ter ocorrido por especiação alopá- Pseudemys sp (a tartaruga).
trica.
No período quaternário, o nível do mar so-
freu muitas oscilações, criando, em deter-
minados momentos, regiões secas entre a ilha e É constituída de organismos, com a pele coberta de
o continente. escamas, e divide-se em duas subordens: Lacertilia ou
Havia, inicialmente, uma única espécie, a Sauria e Ophidia ou serpente.
ancestral da jararaca. Com a elevação do nível
do mar, a população que ficou na ilha, devido a Lacertilia
mutações, teria originado a Jararaca-ilhoa ou o Formada de animais com extremidades, em geral,
tipo ilhoa. Mutações diferentes na população bem desenvolvidas (quatro pernas típicas), corpo geral-
continental, teriam originado a comum.
mente delgado, pálpebras móveis. A maioria é ovípara e
alguns vivíparos. Vivem em regiões temperadas e tropi-
cais. São lagartos, lagartixas, iguanas (papa-vento),
3. Sistemática cobras-de-vidro, cobras-de-duas-cabeças e camaleões.
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Reptilia

Atualmente, existe uma só espécie: Sphenodon


punctatum, o “tuatara”, da Nova Zelândia. Esta mantém
muitas características primitivas.

Réptil lacertileo.

Sphenodon sp (o tuatara).

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Ophidia (ofídios) ou serpentes


Formada de animais com extremidades quase sempre
reduzidas. Não possuem cintura escapular e esterno. Os
olhos são imóveis e encobertos com escamas transpa-
rentes; sem pálpebras, língua bífida e protrátil. São as co-
bras: jiboia (Boa constrictor); cascavel (Crotalus Olhos e fosseta lacrimal.
terrificus); urutu (Botrops alternatus); jararaca (Botrops
neuwiedi); coral (Elapidae sp); sucuri (Eunectes sp).
Nas P, são alongadas, pontudas, imbricadas, com ca-
rena ou quilha mediana, dando ao tato impressão de as-
pereza. Nas NP, as escamas são achatadas, sem carena,
dando ao tato uma impressão de liso, escorregadio.

Vipera sp (a cobra).

Organismos de corpo alongado e cauda fortemente Escamas do corpo.


desenvolvida; a cabeça é longa e grande, são ovíparos; os
ovos são colocados em ninhos feitos com vegetais em
decomposição. Nesta ordem, destacamos: crocodilo
americano (Crocodylus); aligator (Alligator) ou gavial Nas P, existem escamas pequenas, semelhantes às do
(Gavialis); jacaré (Caiman niger). corpo. Nas NP, aparecem placas grandes ao invés de
escamas pequenas.

Crocodylus sp (o crocodilo).

4. Diferenças entre cobras Teto da cabeça.

peçonhentas e não
peçonhentas
Nas P, a cauda é curta e afina bruscamente. Nas NP,
é longa e afina gradativamente.
Nas P (peçonhentas), a cabeça é chata, triangular,
bem destacada. Nas NP (não peçonhentas), é estreita,
alongada, mal destacada.

Cauda.

As P, quando perseguidas, mostram reação de ata-


que, enrolando-se. As NP, quando perseguidas, fogem.
Cabeça da cobra.

As P são noturnas e as NP, diurnas.


Nas P, os olhos são pequenos, com pupila em fenda
vertical; fosseta lacrimal entre os olhos e narinas. Nas
NP, os olhos são grandes, com pupila circular e fosseta
lacrimal ausente. As P são vagarosas e as NP, rápidas.
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As P são ovovivíparas e as NP, ovíparas. Em pequenas doses, coagulam o fibrinogênio, o que


É muito importante lembrar que existem numerosas impede a coagulação do sangue; em grandes doses, pro-
exceções para todos esses casos, de modo que o diagnós- vocam coagulação intensa e fatal.
tico deve ser baseado num conjunto de características e não
em uma apenas. Assim, por exemplo, a presença de fosseta 6. Soros antiofídicos
lacrimal indica, certamente, que se trata de cobra peçonhen-
ta da família dos crotalídeos, mas as corais venenosas não Agem como anticorpos específicos:
a apresentam. Temos então de procurar outra peculiaridade
que, no caso da coral peçonhenta, seria o tipo de cauda.
Aplicado em acidentes com cascavéis.
5. Mecanismo de ação
dos venenos das cobras
Os venenos variam em função dos seus “princípios Aplicado em acidentes com corais.
ativos”, determinando uma sintomatologia variável, segun-
do a espécie, quantidade de veneno e localização da picada.
Aplicado em acidentes com urutu e jararaca.

Atuam sobre o sistema nervoso, provocando dor-


mência e insensibilidade no local da picada, paralisias Aplicado em acidentes causados pela surucucu.
musculares, perda da visão e prostração geral.
Ex.: cascavel e coral.
É aplicado quando a cobra não é identificada.
A identificação da serpente causadora do acidente
Causam a hemólise e escurecem a urina. poderá ser feita diretamente ou pela sintomatologia apre-
Ex.: cascavel. sentada em virtude da ação específica de cada veneno.
O veneno de algumas cobras é utilizado (misturado
com vitamina B1) nos distúrbios nervosos da hanseníase;
Causam intensa dor no local da picada. Os tecidos de modo semelhante, o veneno pode ser utilizado no
combate à dor da angina do peito e hemorragias (princi-
sofrem necrose e podem gangrenar.
palmente do globo ocular).
Ex.: urutu e jararaca.

1. (UNESP) – Um menino colocou a mão em um buraco onde havia 2. (FUVEST – MODELO ENEM) – Qual das estruturas abaixo é a
uma cobra e, apesar de não tê-la tocado, foi picado por ela. Seu melhor explicação para a expansão e domínio dos répteis durante
pai, um biólogo, mesmo sem ver a cobra, deduziu que ela era a Era Mesozoica, incluindo o aparecimento dos dinossauros e sua
peçonhenta e socorreu o filho, tratando-o com soro antiofídico. ampla distribuição em diversos nichos do ambiente terrestre?
a) Que característica desse réptil levou o pai a deduzir que se a) Prolongado cuidado com a prole, garantindo proteção contra
tratava de cobra peçonhenta? Cite outra característica os predadores naturais.
morfológica facilmente identificada na maioria dessas cobras. b) Aparecimento de ovo com casca, capaz de evitar o desseca-
b) Qual é a substância imunológica presente no soro antiofídico mento.
responsável pela inativação do veneno? Como esse soro é c) Vantagens sobre os anfíbios na competição pelo alimento.
produzido? d) Extinção dos predadores naturais e consequente explosão po-
Resolução pulacional.
a) Serpentes peçonhentas possuem dentes inoculadores de e) Abundância de alimento nos ambientes aquáticos abandona-
veneno que deixam marcas características no local da picada. Há dos pelos anfíbios.
diferentes sintomas no indivíduo atingido, dependendo da cobra Resolução
venenosa que picou. Algumas cobras venenosas têm fosseta O aparecimento da casca calcária dos ovos, protegendo o em-
loreal que detecta animais endotérmicos. As cobras venenosas brião contra a excessiva perda de água, facilitou a grande
apresentam, geralmente, cabeça triangular, escamas ásperas, expansão dos répteis no ambiente terrestre.
pupilas verticais e cauda que termina abruptamente. Resposta: B
b) O soro contém anticorpos específicos para neutralizar o
veneno da cobra. Em institutos especializados, cavalos, bois
ou cabras recebem pequenas doses do veneno e passam a
produzir ativamente os anticorpos que constituirão o soro
antiofídico.

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3. (MACKENZIE) – A expansão de áreas povoadas, com a eliminação arenito. O espaço entre duas marcas consecutivas mostra uma
de ambientes naturais, tem provocado um contato mais frequente pernada de 2,5 metros. O rastro difere do de um dinossauro não
do ser humano com inúmeras espécies de animais que se nadador: “são as unhas que penetram no barro – e não a pisada –
dispersam do ambiente natural à procura de alimento e novos locais o que demonstra que o animal estava nadando sobre a água: só to-
de abrigo. Tal fato, tem aumentado a ocorrência de acidentes cava o solo com as unhas, não pisava”, afirmam os paleontólogos.
traumáticos, vulnerantes, envenenamentos, irritações cutâneas, (Internet: <www.noticias.uol.com.br> (com adaptações.)
alergias e intoxicações alimentares causados por esses animais.
Qual dos seguintes fragmentos do texto, considerado isoladamen-
Com base nestas informações e nas relações de saúde pública e te, é variável relevante para se estimar o tamanho do dinossauro
ecologia, pode-se deduzir o seguinte fenômeno: nadador mencionado?
a) algumas espécies de escorpião injetam veneno no ser a) “O rastro completo tem 15 metros de comprimento”.
humano por intermédio do ferrão caudal e dos palpos com b) “O espaço entre duas marcas consecutivas mostra uma
pinças, liberando neurotoxinas que provocam bloqueio pernada de 2,5 metros”.
sináptico. c) “O rastro difere do de um dinossauro não nadador”.
b) anfíbios venenosos, como o sapo comum, injetam veneno no d) “são as unhas que penetram no barro e não a pisada”.
ser humano por meio de glândulas localizadas na pele, e) “o animal estava nadando sobre a água: só tocava o solo com
liberando toxinas que provocam lesões cutâneas e prurido. as unhas”.
c) as abelhas inoculam veneno no ser humano por meio do
aparelho modificado em pedipalpos, liberando hepatoxinas 9. Mistura de sangue arterial e venoso ocorre, como regra geral, na
que provocam reações alérgicas e irritação cutânea. circulação de
d) as serpentes peçonhentas inoculam veneno no ser humano a) peixes e anfíbios. b) anfíbios e répteis.
por meio de dentes especializados, liberando toxinas que c) répteis e aves. d) aves e mamíferos.
provocam efeitos locais e necrose de tecidos. e) mamíferos e peixes.

10. (FUVEST – MODELO ENEM) – Pesquisadores descobriram na


4. (MED-TAUBATÉ) – Por apresentar um sulco anterior nos dentes Etiópia fósseis que parecem ser do mais antigo ancestral da
inoculadores de veneno, que se localizam na região anterior da humanidade. Como a idade desses fósseis foi estimada entre 5,2
boca, a coral verdadeira classifica-se como e 5,8 milhões de anos, pode-se dizer que esses nossos ancestrais
a) proteroglifodonte. b) solenoglifodonte. viveram
c) opistoglifodonte. d) aglifodonte. a) em época anterior ao aparecimento dos anfíbios e dos dinos-
sauros.
5. (PUCC) – Quatro indivíduos foram picados por 4 cobras peçonhen- b) na mesma época que os dinossauros e antes do aparecimento
tas distintas. O primeiro por uma cobra venenosa, não identificada, dos anfíbios.
mas que não era coral; o segundo por uma cobra coral verdadeira; c) na mesma época que os dinossauros e após o aparecimento
o terceiro por uma cascavel; e o quarto por uma jararaca. O soro dos anfíbios.
que deve ser aplicado em cada caso, respectivamente, é: d) em época posterior ao desaparecimento dos dinossauros, mas
a) Antiofídico – antibotrópico – anticrotálico – antielapídico. antes do surgimento dos anfíbios.
b) Antibotrópico – antielapídico – anticrotálico – antiofídico. e) em época posterior ao surgimento dos anfíbios e ao desa-
c) Antiofídico – antielapídico – anticrotálico – antibotrópico. parecimento dos dinossauros.
d) Antielapídico – antiofídico – anticrotálico – antibotrópico.
e) Antibotrópico – anticrotálico – antielapídico – antiofídico. 11. (UMESP – MODELO ENEM - modificado)

6. (FATEC) – Se você fosse picado por uma serpente peçonhenta,


procuraria recursos através de
a) soro, porque contém antígenos específicos.
b) vacina, pois adiciona ao organismo substâncias de defesa.
c) soro, porque contém anticorpos.
d) vacina, para eliminar o veneno.
e) soro, porque provoca a formação de anticorpos.

7. (UNIFESP) – A presença de ovos com envoltório rígido é men-


cionada como uma das principais características que propiciaram
a conquista do ambiente terrestre aos vertebrados. Contudo, essa
característica só resultou em sucesso adaptativo porque veio
acompanhada de outra novidade evolutiva para o grupo no qual
surgiu. Tal novidade foi
a) a total impermeabilidade da casca.
b) o cuidado à prole.
c) a fecundação interna.
d) o controle interno da temperatura.
e) a eliminação de excretas pela casca

8. Uma equipe de paleontólogos descobriu um rastro


No quadrinho anterior, o uso da expressão “Mantenha o sangue-
de dinossauro carnívoro e nadador, no norte da Es-
frio!” deve-se ao fato de esses animais serem
panha. O rastro completo tem comprimento igual a
a) endotérmicos. b) ectotérmicos.
15 metros e consiste de vários pares simétricos de
c) termorreceptores. d) amometábolos.
duas marcas de três arranhões cada uma, conservadas em
e) ciclostomados.

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12. Faça a associação correta. 15. (FUVEST) – Os vertebrados conquistaram o ambiente terrestre
através da formação de um tipo de ovo capaz de se desenvolver
fora da água. Esta conquista aparece pela primeira vez em
a) mamíferos. b) aves. c) répteis.
d) anfíbios. e) peixes.

16. Em que alternativa as características apresentadas identificam


muitos répteis?
Temperatura Respiração Reprodução
a) variável branquial ovípara
b) constante branquial, depois pulmonar ovípara
c) variável pulmonar ovípara
d) constante pulmonar ovípara
e) constante pulmonar vivípara
A – Boipeva e cobra-cipó
B – Muçurana e falsa-coral
C – Coral verdadeira
D – Jararaca, cascavel e surucucu 17. (UNESP) – Considere os seguintes exemplos de orientação em
diferentes grupos de animais.
a) I – A; II – B; III – C; IV – D. I. Os machos de vagalumes, ativos durante a noite, são capazes
b) I – A; II – C; III – D; IV – B. de localizar suas fêmeas pousadas na vegetação por meio de
c) I – C; II – D; III – A; IV – B. flashes de luz emitidos por elas.
d) I – C; II – B; III – D; IV – A. II. Machos da mariposa do bicho-da-seda podem perceber a
e) I – D; II – A; III – B; IV – C. presença de uma fêmea que esteja emitindo feromônios a
alguns quilômetros de distância e se orientar até ela.
13. (MED-ITAJUBÁ) – O esquema ao lado indica a arcada dentária de III. Peixes são capazes de perceber a aproximação de um outro
uma cobra organismo pelas vibrações que estes provocam no meio.
IV. Cascavéis, também ativas durante a noite, possuem órgãos
sensoriais altamente sensíveis ao calor emitido por um
organismo endotérmico.
V. Cascavéis projetam constantemente sua língua para fora e
para dentro da boca. A língua entra em contato com um órgão
situado no teto da boca e o animal obtém então informações
sobre o ambiente.
a) áglifa. b) opistóglifa. c) proteróglifa.
d) solenóglifa. e) não peçonhenta. a) Identifique em cada exemplo se o estímulo percebido pelos
diferentes animais, para sua orientação e comunicação, é de
14. (VUNESP) – Em ambiente escuro foram colocadas serpentes natureza física ou química.
opistoglifodontes e solenoglifodontes, na presença de anuros e b) Que órgãos são responsáveis pela percepção do estímulo nos
pequenos roedores. exemplos II, III e IV, respectivamente? Identifique pelo menos
a) Qual a correlação presa-predador mais viável? dois casos entre os cinco exemplos citados em que a
b) Justifique sua resposta, baseando-se na morfofisiologia dos percepção do estímulo pode estar relacionada com a captura
animais. de presas.

3) As cobras peçonhentas possuem dentes especializados para 6) O soro tem ação imediata. Ele já apresenta os anticorpos for-
inocular o veneno nos indivíduos. As toxinas presentes no mados. É curativo. Trata-se de imunização passiva.
veneno provocam efeitos que podem ser nervosos, hemolí- Resposta: C
ticos, coagulantes e até necrolíticos, destruindo tecidos.
Resposta: D 7) Os répteis são vertebrados que realizam a fecundação inter-
na e possuem ovos com casca calcária. Estas características
4) O dente inoculador de veneno localiza-se na região anterior contribuíram para a conquista do meio terrestre.
da boca. A coral é proteróglifa. Resposta: C
Resposta: A
8) Pode-se avaliar o tamanho do dinossauro fossilizado, exami-
5) O soro antiofídico polivalente é usado, quando a cobra não
nando-se o espaço entre duas marcas consecutivas das
poder ser identificada. Os demais soros são específicos para
cada tipo de cobra. pernadas.
Resposta: C Resposta: B

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9) Anfíbios e répteis possuem circulação fechada, dupla e in- 14) a) Roedor – solenoglifodonte.
completa. b) As cobras solenoglifodontes conseguem detectar a tem-
Resposta: B peratura do corpo do endotérmico que, neste caso, é a do
roedor.
10) Os ancestrais dos seres humanos viveram após o surgimento
dos anfíbios e ao desaparecimento dos dinossauros. 15) O ovo com casca calcária surgiu, pela primeira vez, na evolu-
Resposta: E ção biológica, na classe dos répteis.
11) Os répteis são ectotérmicos. Resposta: C
Resposta: B
16) São ectotérmicos, pulmonados e ovíparos.
12) Esta alternativa contém a associação correta entre as cobras Resposta: C
e seus dentes.
Resposta: A 17) a) I. Física II. Química III. Física IV. Física V. Química.
b) II. Antenas III. Linha lateral IV. Fosseta loreal
13) Trata-se de uma serpente proteróglifa, exemplo: coral Relacionados com a captura de presas estão os itens III, IV e V.
verdadeira.
Resposta: C

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CAPÍTULO Biologia Animal

65 CORDADOS
(CLASSE DAS AVES)

A s aves são animais endotérmicos. Possuem muitas adaptações ao voo:


forma aerodinâmica, asas, sacos aéreos, ossos pneumáticos,
ausência de bexiga urinária e excreção do ácido úrico.
Pica-pau.

1. Evolução 3. Morfologia externa


As aves apresentam muitas características de répteis, Apresentam o corpo aerodinâmico e coberto de pe-
como, por exemplo, o tipo de ovo, a presença de escamas nas epidérmicas.
recobrindo as pernas e apenas um ossículo no ouvido; no Há dois pares de extremidades: o anterior, transfor-
entanto, no campo evolutivo, elas apresentam caracterís- mado em asas, adaptado ao voo, e o posterior, adaptado
ticas mais especializadas. para empoleirar-se, andar ou nadar. Possuem bico cór-
A característica mais evoluída que as aves apresentam neo, com adaptações aos diferentes tipos de nutrição. O
em relação aos outros vertebrados já estudados é a capa- estudo das aves chama-se Ornitologia.
cidade de manter a temperatura constante: endotermia, o Algumas são importantes na polinização de muitas
que lhes vai acarretar um metabolismo bem maior. plantas (ornitofilia).
A endotermia permite a sobrevivência das aves
inclusive nas regiões polares, o que não acontece com 4. Sistema tegumentário
um anfíbio e um réptil.
Apresentam pele delgada, seca e sem glândulas, ex-
O aparecimento das aves deve ter ocorrido no Perío-
ceto a uropigiana na cauda de certas aves, produtora de
do Jurássico (setembro), do qual datam os primeiros fós-
uma secreção oleosa que impermeabiliza as penas. Há
seis. O Período Cretáceo (outubro) já é bem mais rico,
escamas córneas nas pernas (semelhante às escamas dos
chegando a mostrar fósseis de aves com certa semelhan-
répteis). Como anexo típico, há as penas:
ça às aves modernas.
a) Tetrizes b) Remiges c) Retrizes
Cobrem o corpo Revestem as asas Penas da cauda

As penas caracterizam o dimorfismo sexual.

Ovos de aves no ninho.

2. Características gerais
As aves são animais excepcionalmente preparados
para o voo, pela existência de penas, asas, tipo de pulmão,
sacos aéreos e ossos pneumáticos no esqueleto. São ani-
mais cordados, vertebrados, amnióticos enterocelomados,
alantoidianos e endotermos. Esquema de pena tetriz, com detalhe ampliado.

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5. Sistema esquelético A respiração é pulmonar. Os pulmões estão em con-


tato com a parede dorsal, de onde partem 5 pares de sa-
O esqueleto das aves é muito delicado quando com- cos aéreos que estão também em contato com os ossos
parado com o dos répteis e dos mamíferos. pneumáticos. A função dos sacos aéreos, em conjunto
É totalmente ossificado; os ossos são denominados com os ossos pneumáticos, é de aumentar a capacidade
pneumáticos por conterem, em grande parte, em lugar respiratória e diminuir o peso específico do corpo do ani-
da medula óssea, cavidades pneumáticas, que podem se mal, facilitando o voo. A parte inferior da traqueia forma
comunicar com sacos aéreos dos pulmões. a siringe, estrutura “canora” das aves, ou seja, do canto.
O osso esterno é bem desenvolvido em aves voado-
ras, pois apresenta uma quilha ou carena, onde se inse- 7. Sistema digestório
rem os músculos peitorais que acionam as asas (as aves Possuem bico córneo e boca sem dentes. O esôfago tem
de esterno achatado, não voadoras, são as ratitas). Pos- um papo para armazenar e amolecer o alimento; é bem
suem um côndilo no occipital e apresentam vértebras desenvolvido nas aves granívoras. Não possuem glândulas
fundidas (anquilose). salivares.
A cintura peitoral apresenta a escápula (osso em for- O estômago é dividido em proventrículo (digestão
ma de espada), o coracoide. Ele está localizado entre a química) e moela (digestão mecânica). O intestino termi-
escápula (o esterno) e a clavícula. na na cloaca.
A cintura pélvica relaciona-se ao íleo, ao ísquio e ao Possuem fígado bem desenvolvido, com ou sem ve-
púbis. Cada pata possui o fêmur, o tíbio-tarso e o tar- sícula, e o pâncreas é envolvido por uma alça intestinal.
so-metatarso. Possui 4 dedos, 3 voltados para a frente e A cloaca é dilatada e é ponto de saída dos resíduos da
1 voltado para trás. digestão, bem como do ácido úrico (excreta nitrogenada)
e do ovo, como estrutura reprodutiva.

Galo doméstico, estrutura interna. Os dois cecos foram cortados.

8. Sistema circulatório
Esqueleto do galo doméstico (Adaptado de Ellenberger e Baum.).
6. Sistema respiratório A circulação é dupla e completa. O coração tem dois
átrios e dois ventrículos. Do ventrículo esquerdo sai uma
única crossa aórtica, voltada para a direita. As hemácias
são ovais e nucleadas.

Sacos aéreos. Coração de ave.

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9. Sistema excretor 12. Sistemática


Os rins são evoluídos, metanefros, e os dois ureteres As aves atuais estão divididas em dois grupos: as ratitas
terminam na cloaca. Não possuem bexiga urinária e, por (esterno sem quilha) e as carinatas (esterno com quilha).
isso a excreção é pastosa, rica em ácido úrico, e é As ratitas são aves corredoras, têm asas reduzidas ou
eliminada juntamente com as fezes. ausentes e são um grupo representado por três ordens:

10. Sistema nervoso Ordem 1 – Apterigiformes


Não têm asas; possuem ovos grandes.
Ex.: Apteryx ou Kiwi, da Nova Zelândia.

Ordem 2 – Reiformes
São as maiores aves sul-americanas.
Ex.: emas.

Ordem 3 – Estrucioniformes
Membrana nictitante.
Nesta ordem, está a maior ave vivente (2,10 m de al-
tura e 136 kg): a avestruz da África.
Possuem o telencéfalo e o cerebelo bem desenvolvi-
dos, além de 12 pares de nervos cranianos. As aves têm As carinatas são aves voadoras:
grande acuidade visual, com olhos relativamente gran-
des, capazes de ver cores. Possuem orelhas internas, Ordem 4 – Tinamiformes – codorna, perdiz, inambu.
média e externa (conduto auditivo). Sob as pálpebras, há Ordem 5 – Esfeniciformes – pinguim.
uma fina e quase transparente membrana nictitante, que
protege os olhos durante o voo. Ordem 6 – Pelicaniformes – pelicano, biguá.

11. Reprodução Ordem 7 – Psitaciformes – papagaio, arara, periquito.

São animais de sexos separados, sendo todos de Ordem 8 – Galiformes – galinha, jacu, mutum.
fecundação interna, e ovíparos, sem larvas. O genital
Ordem 9 – Anseriformes – ganso, pato, cisne.
masculino possui um par de testículos e, algumas
espécies, como ganso, pato e avestruz, possuem pênis. Ordem 10 – Columbiformes – pombas, rolinhas.
Nas fêmeas, só aparece o ovário esquerdo.
O ovo é rico em vitelo (telolécito completo), com Ordem 11 – Piciformes – tucano, pica-pau.
uma casca calcária protetora.

Sistema urogenital.

ESTE OVO DE GALINHA É FRESCO?

Para determinar se um ovo de galinha é real- Pica-pau, ave piciforme.


mente fresco, basta colocá-lo em um recipiente
com água fria e salgada (100 g NaCl/l). Caso o ovo Ordem 12 – Falconiformes – falcão, condor, águia
afunde, está fresco; caso o ovo boie, já tem cerca e carcará.
de duas semanas após a postura; caso o ovo passe
a flutuar, deve ser descartado, porque fresco ele
Ordem 13 – Ciconiformes – garça, socó e flamingo.
não é!

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1. (UERJ) – As aves atuais possuem algumas particularidades 2. (VUNESP – MODELO ENEM) – Considere as estruturas nume-
anatômicas que as caracterizam. Apresentam um bico desprovido radas de I a IV.
de dentes, logo, estes animais não mastigam os alimentos. I. Sacos aéreos.
Entretanto, algumas aves possuem uma estrutura especializada II. Diafragma.
no trato digestório, com a função de triturar os alimentos, III. Coração com quatro câmaras.
principalmente os duros. Na traqueia, apresentam uma estrutura IV. Ossos pneumáticos.
responsável pela emissão de sons; seu sistema respiratório
apresenta adaptações ao voo. A alternativa que representa o conjunto de números que corres-
Entre essas adaptações, encontram-se bolsas de ar. ponde às estruturas presentes nas aves é:
Em relação ao contexto, denomine a) I, II e IV apenas.
a) a estrutura especializada do trato digestório das aves, cuja b) I, III e IV apenas.
função é triturar os alimentos. c) II, III e IV apenas.
b) a estrutura responsável pela emissão de sons das aves. d) I, II e III apenas.
c) as bolsas de ar do sistema respiratório das aves. e) I, II, III e IV apenas.
Resolução Resolução
a) O órgão do sistema digestório responsável por triturar os O diafragma somente ocorre nos mamíferos.
alimentos é a moela. Resposta: B
b) Siringe é o nome do órgão presente nas aves que produz e
emite sons.
c) As bolsas do sistema respiratório são denominadas sacos
aéreos, que são expansões membranosas do pulmão das
aves.

3. (UNICAMP) 5. Faça a associação correta.


a) Cite duas características que permitiram às aves aprimorar sua I. Siringe A – Estômago mecânico das aves.
capacidade de voo. II. Moela B – Proteína nutritiva da clara do ovo.
b) Além do voo, dê outra função das penas. III. Proventrículo C – Estrutura canora das aves.
c) Que estrutura dos mamíferos é homóloga às penas? Explique. IV. Uropígia D – Estômago químico das aves.
V. Albumina E – Glândula tegumentar das aves
aquáticas.
4. (VUNESP) – O esquema a seguir representa um ovo de ave em
pleno desenvolvimento embriológico. a) I – A; II – B; III – C; IV – D; V – E.
b) I – B; II – A; III – D; IV – C; V – E.
c) I – D; II – E; III – A; IV – C; V – B.
d) I – E; II – A; III – D; IV – B; V – C.
e) I – C; II – A; III – D; IV – E; V – B.

6. (FATEC) – Afirma-se que são características comuns aos anfíbios


répteis e aves:
I. Respiração pulmonar.
II. Fecundação interna com cópula.
III. Presença de coluna vertebral.
IV. Temperatura corporal variável em função da temperatura do
meio.

Estão corretas somente as afirmações


A estrutura indicada pelo algarismo I representa
a) I e II. b) I e III. c) I e IV.
a) o alantoide, que armazena as substâncias nutritivas para o em-
d) II e III. e) III e IV.
brião.
b) o âmnio, que acumula o líquido amniótico, no qual fica mergu-
7. (UEL – MODELO ENEM) – A casca do ovo da galinha é permeá-
lhado o embrião.
vel para gases, mas impermeável para a água no estado líquido.
c) o saco vitelínico, que é uma estrutura que impede a desidra-
Um ovo que pesa 60 gramas começa a ser incubado. Durante os
tação do embrião.
21 dias de incubação, o embrião retira 8,6 g de oxigênio do am-
d) o âmnio, que é responsável pela nutrição das células embrio-
biente e devolve à atmosfera 8,8 g de dióxido de carbono e 8,8 g
nárias.
de vapor de água.
e) o alantoide, no qual são armazenados os produtos da excreção
Antes da eclosão, esse ovo deve pesar, em gramas,
nitrogenada.
a) 33,8. b) 42,6. c) 51,0. d) 60,0. e) 68,6.

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8. Assinale a alternativa que não é correta em relação às aves. c) trituração dos alimentos.
a) O órgão do canto é denominado siringe. d) digestão das proteínas.
b) A glândula uropigiana é a única presente na pele, produzindo e) absorção de açúcares simples.
secreção oleosa.
c) O esterno pode ou não ter uma quilha, cuja função é auxiliar 14. (UFGO) – O sistema respiratório da figura é adaptado para realizar
no voo. a rápida oxidação dos alimentos e o desprendimento de energia.
d) Sob as duas pálpebras há uma fina e quase transparente mem-
brana denominada nictitante, que protege os olhos durante o voo.
e) As hemácias são anucleadas.

9. (FUVEST – MODELO ENEM) – No Egito, muitos artefatos de pe-


dra vendidos como provenientes dos tempos dos faraós são falsi-
ficados. O processo de falsificação consiste em esculpir peque-
nas pedras e misturá-las com a comida oferecida às galinhas. As
pedras atravessam todo o tubo digestório da galinha, tendo de-
pois, o aspecto de objetos antigos e desgastados pelo uso.

Este processo de “envelhecimento mecânico” deve-se à ação


a) do bico. b) do papo. c) do estômago químico.
d) da moela. e) do intestino.

10. Em que alternativa as características apresentadas identificam as


aves?
Temperatura Respiração Reprodução Tal sistema é de um(a):
a) réptil. b) ave. c) peixe.
a) variável branquial ovípara
d) crustáceo. e) anfíbio.
b) variável branquial, depois pulmonar ovípara 15. (FUVEST) – A figura abaixo mostra o esquema de um ovo de
galinha, contendo um embrião, após 13 dias de incubação.
c) variável pulmonar ovípara

d) constante pulmonar ovípara

e) constante pulmonar vivípara

11. (UNESP – MODELO ENEM) – UM OVO = UMA DOSE DE VACINA


CONTRA A GRIPE.
O ovo de galinha é a principal matéria-prima da nova fábrica de
vacinas contra gripe do Instituto Butantan, inaugurada na quinta
(26) na Avenida Brasil. ... O vírus da doença é injetado no ovo ... . a) Explique a importância da casca do ovo e da bolsa amniótica
Depois de uma semana, o micro-organismo está formado ... . O ví- para o sucesso do desenvolvimento da ave.
rus passa por outros processos industriais e vira vacina mais tarde. b) Na semente das angiospermas, existe um tecido cuja função
(Veja São Paulo, 02 mai. 2007.) é equivalente à do conteúdo do saco vitelínico. Identifique
esse tecido vegetal e explique sua função.
Considerando-se as condições necessárias à replicação dos vírus,
pode-se dizer que o Instituto Butantan utiliza ovos 16. As aves migratórias voam muitas vezes a grandes altitudes e por
a) não fertilizados, nos quais não há um embrião que possa longas distâncias sem parar. Para isso, elas apresentam adapta-
apresentar reação imunológica à presença do vírus, impedindo ções estruturais e também fisiológicas, como a maior afinidade da
sua replicação. hemoglobina pelo oxigênio.
b) não fertilizados, os quais mantêm um ambiente interno estéril a) Explique a importância da maior afinidade da hemoglobina
propício à replicação viral e protegido pela casca do ovo, que pelo oxigênio nas aves migratórias.
impede eventual contaminação bacteriana. b) Indique duas adaptações estruturais que as aves em geral
c) fertilizados, que contêm um embrião, de cujas células os vírus apresentam para o voo e qual a importância dessas adapta-
podem se utilizar para sua replicação. ções.
d) fertilizados ou não fertilizados, nos quais os vírus se utilizam
do vitelo da gema e das proteínas da clara para obterem os 17. A substância produzida pelas glândulas uropigianas, encontradas
nutrientes necessários à sua replicação. nas aves, tem a função de:
e) fertilizados ou não fertilizados pois, nas duas situações, haverá a) regular o metabolismo.
a presença de um núcleo celular, no qual os vírus realizam sua b) auxiliar na digestão química dos alimentos.
replicação. c) atrair um parceiro durante a época de reprodução.
d) impedir a absorção de água pelas penas.
12. (UBERABA) – Qual das alternativas abaixo apresenta característi- e) eliminar o calor corporal, auxiliando na manutenção da
ca que não é própria das aves? temperatura.
a) Após a eclosão, os pais continuam a cuidar da prole.
b) Movimentos e reflexos rápidos. 18. (UEMT) – De todos os grupos de vertebrados, as aves possuem
c) Possuem coração formado por quatro câmaras separadas. o maior número de adaptações para que possam realizar o voo.
d) Desenvolvimento da visão. Cite as adaptações que são encontradas nos sistemas:
e) Fecundação interna e desenvolvimento interno. a) dérmico;
b) esquelético;
13. (FEI) – A moela encontrada nas aves está relacionada à/ao c) respiratório;
a) armazenamento de alimento. d) urinário.
b) armazenamento de excretas.

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3) a) Entre as várias características que permitiram aprimorar a 11) Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. No exem-
capacidade de voo, temos a presença de sacos aéreos, plo dado, eles utilizam as células dos ovos embrionados para
ossos pneumáticos, ausência de bexiga urinária e esterno a replicação.
com quilha ou carena. Resposta: C
b) As penas têm também a função de contribuir para a
endotermia, funcionando como isolante térmico.
c) As penas são homólogas aos pelos dos mamíferos, pois as 12) As aves são ovíparas. Possuem desenvolvimento externo, ou
duas estruturas têm a mesma origem embrionária, ou seja, os embriões se desenvolvem fora do corpo materno.
seja, são formadas a partir da ectoderme do embrião. Resposta: E

4) A estrutura indicada pelo algarismo I é o alantoide, anexo em- 13) A moela é o estômago mecânico da ave, ou seja, tritura os
brionário que está relacionado com a excreção e a respiração. alimentos.
Resposta: E Resposta: C

5) A última alternativa contém a associação correta. 14) Siringe é a estrutura canora (do canto) das aves. Os sacos
Resposta: E aéreos diminuem o peso específico da ave, além de facilitar
sua refrigeração durante o voo.
Resposta: B
6) Nos anfíbios, a fecundação é externa. As aves são endotér-
micas.
Resposta: B 15) a) Casca: proteção contra choques mecânicos e desidrata-
ção. Âmnio (bolsa amniótica): proteção contra desi-
dratação, contra choques e contra aderências ou adesões.
7) 60 g + 8,6 g = 68,6 g b) Endosperma secundário ou albúmen, com função de reser-
8,8 g + 8,8 g = 17,6 g va nutritiva.
68,6 g – 17,6 g = 51 g
Resposta: C
16) a) Aves migratórias voam grandes distâncias, necessitando
de grande quantidade de oxigênio em sua musculatura.
8) Somente os vertebrados da classe dos mamíferos possuem Além disso, nas grandes altitudes, o ar é rarefeito.
hemácias anucleadas. b) Os ossos pneumáticos, os sacos aéreos e a ausência de
Resposta: E bexiga urinária tornam o corpo mais leve. O osso esterno
em quilha permite a inserção dos poderosos músculos
responsáveis pela movimentação das asas e assegura
9) A moela tritura os alimentos da galinha. Trata-se do estôma- forma aerodinâmica.
go mecânico. Ela é a responsável pelo “envelhecimento me-
cânico” dessas pequenas pedras.
Resposta: D 17) Evitar o encharcamento.
Resposta: D

10) As aves são endotérmicas, apresentam respiração pulmonar


e são ovíparas. 18) a) Penas.
Resposta: D b) Ossos pneumáticos.
c) Sacos aéreos.
d) Ausência de bexiga urinária.

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CAPÍTULO Biologia Animal

75 CORDADOS (CLASSE DOS MAMÍFEROS)

O s mamíferos são animais endotérmicos que possuem pelos,


glândulas mamárias, hemácias anucleadas, diafragma e placenta.

Elefante africano.

Tachyglossus aculeatus, mamífero ovíparo.

Corpo geralmente coberto por pelos (poucos em al-


guns); quatro membros (cetáceos e sirênios não possuem
membros posteriores); cada pé com 5 artelhos (ou
Evolução dos mamíferos.
menos), adaptados para andar, correr, trepar, cavar, nadar
ou voar. Artelhos com garras, unhas ou cascos córneos e,
1. Características frequentemente, almofadas carnosas.
gerais dos mamíferos
São os animais vertebrados que estão dominando a
Terra no momento. São os mais evoluídos e originaram-
se dos répteis. Ao contrário do que aconteceu com as
aves, que deixaram poucos fósseis, os mamíferos pos-
suem um grande número deles, o que permite um melhor
estudo evolutivo.
Os répteis que deram origem aos mamíferos datam
do período Permiano (julho). Estes foram sofrendo
gradativas modificações, como o desenvolvimento das
patas, que passaram de uma posição lateral para uma
posição abaixo do corpo, o que, consequentemente, vem
aprimorar a locomoção. O aparecimento da diversi-
Zebras, mamíferos na savana africana.
ficação dos dentes torna-se bem evidente.

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– Diafragma muscular completo, separando os pul-


mões e o coração da cavidade abdominal.
– Epiderme corneificada.
– Pulmões parenquimatosos em cavidade pleural.
– Pele com muitas glândulas (sebáceas, sudoríparas,
odoríferas e mamárias).
– Derme espessa; panículo adiposo formando a hi-
poderme (tela subcutânea). – Coração completamente dividido em 4 câmaras.
– Como anexos, apresentam pelos e corneificações – Glóbulos vermelhos anucleados.
epidérmicas. – Forâmen interatrial (de Botal) no embrião de
mamífero.

– Crânio com dois côndilos occipitais, geralmente 7


vértebras cervicais. – Rins metanefros, com ureteres desembocando di-
– Orelha média com 3 ossículos; martelo (homólo- retamente na bexiga urinária.
go ao articular), bigorna (homólogo ao quadrado) e estri- – Genital masculino com dois testículos, epidídimo,
bo (originado do hioide). canais deferentes, glândulas acessórias (vesícula semi-
Plantígrados – apoiam-se sobre toda a planta do pé nal, próstata, glândulas de Cowper) e pênis.
(homem). – Genital feminino com dois ovários, tubas, útero,
Digitígrados – apoiam-se sobre os dedos (gato). vagina e vulva.
Ungulígrados – apoiam-se sobre cascos (cavalo, boi). – Fecundação interna, desenvolvimento direto, fêmeas
vivíparas (exceto os monotremados, que são ovíparos).

– Córtex cerebral com um desenvolvimento máximo.


– Cérebro mais evoluído que o das aves.
– 12 pares de nervos cranianos.

– Como as aves, os mamíferos são endotérmicos:


Auxiliando essa característica, encontramos pelos, glân-
dulas sudoríparas, uma circulação intensa e uma respi-
ração também intensa, com a participação do músculo
diafragma e a presença da hipoderme (tela subcutânea).
Esqueleto do gato doméstico. É ósseo na sua maior parte.
Apresenta tecido cartilaginoso nas articulações, em parte
das costelas etc. Os ossos do crânio estão unidos por suturas
irregulares. A coluna vertebral forma um eixo de sustentação, flexível
e protetor na medula raquidiana. Presença de sete vértebras cervicais.

– Boca com dentes (raramente ausentes) em alvéo-


los, nas mandíbulas e maxilas.
– Língua usualmente móvel.
– Esôfago longo, atravessando o diafragma.
– Estômago simples ou dividido em câmaras, como
nos ruminantes (rumen ou pança, reticulum ou barrete,
omasum ou folhoso e abomasum ou coagulador).
– Intestino delgado e grosso, podendo ter cécum, e
terminando em ânus; cloaca nos marsupiais e monotre-
mados.

– A respiração se dá apenas por pulmões. Laringe Ornitorrinco e seus


filhotes.
com pregas vocais.

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BICO DE PATO, MAS NÃO É PATO

O ornitorrinco é um animal da classe dos


mamíferos, filo dos cordados.
Seu bico é semelhante ao de uma ave. É um
mamífero semiaquático, natural da Austrália.
O ornitorrinco e a equidna formam um grupo
denominado monotremátodos, mamíferos ovípa-
ros e portadores de cloaca.
As patas do ornitorrinco possuem membranas
interdigitais, que facilitam a natação, e são
semelhantes as do pato, mas esse não é pato.
A fêmea do ornitorrinco não possui mamas.
Uma secreção leitosa é diretamente lambida pelos
filhotes através de poros e sulcos abdominais.
O macho do ornitorrinco tem esporões vene-
Monotremata – ordem de mamíferos pertencentes à nosos nas patas, utilizados contra predadores, e
subclasse prototéria. Apresentam características de aves. também na defesa de território.
São ovíparos, não possuem dentes e apresentam um bico córneo.
Exemplo: Ornitorrinco, que significa bico de ave. A denominação
Esse mamífero da Austrália, já foi usado como
Monotremata vem do fato de apresentar um único orifício excretor, mascote em competições e tem fama interna-
a cloaca, característica primitiva que os demais mamíferos não apresentam. cional.

Anatomia interna do gato.

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2. Sistemática

sem placenta

placenta primitiva

placenta verdadeira

1. (FUVEST – MODELO ENEM) – O ornitorrinco e a equidna são Resolução


mamíferos primitivos que botam ovos, no interior dos quais O ornitorrinco é um mamífero ovíparo, portanto não apresenta
ocorre o desenvolvimento embrionário. placenta. O anexo embrionário responsável pelas trocas gasosas
Sobre esses animais, é correto afirmar que diretamente com o ar é o alantoide.
a) diferentemente dos mamíferos placentários, eles apresentam Resposta: C
autofecundação.
b) diferentemente dos mamíferos placentários, eles não produ- 2. (FEI – MODELO ENEM) – O animal mais próximo do homem, do
zem leite para a alimentação dos filhotes. ponto de vista evolutivo, é
c) diferentemente dos mamíferos placentários, seus embriões a) a cobra. b) a salamandra. c) o pombo.
realizam trocas gasosas diretamente com o ar. d) a capivara. e) o cavalo-marinho.
d) à semelhança dos mamíferos placentários, seus embriões ali- Resolução
mentam-se exclusivamente de vitelo acumulado no ovo. O cavalo-marinho é um peixe ósseo. A salamandra é um anfíbio.
e) à semelhança dos mamíferos placentários, seus embriões li- A cobra é um réptil. O pombo é uma ave. A capivara e o homem
vram-se das excretas nitrogenadas através da placenta. são mamíferos.
Resposta: D

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3. (VUNESP) – De um modo geral, o período normal de gestação de 8. (UNILUS – MODELO ENEM) –


um mamífero está diretamente relacionado ao tamanho do corpo. HOMEM PRIMATA
O período de gestação do elefante, por exemplo, é de 22 meses, (Vinheta) Titãs
Desde os primórdios
o do rato doméstico apenas 19 dias. O gambá, entretanto, que
Até hoje em dia
tem tamanho corporal maior que o do rato doméstico, tem um pe- O homem ainda faz
ríodo de gestação de apenas 13 dias e seus filhotes nascem mui- O que o macaco fazia
to pequenos, se comparados com os filhotes do rato. O homem criava e também destruía
Considerando estas informações, responda: Homem primata
a) Por que o gambá, de maior porte que o rato, tem período de Capitalismo selvagem
gestação menor? Justifique.
b) Qual é o anexo embrionário presente no rato e no elefante, O homem e o macaco são classificados juntos na ordem dos pri-
mas ausente, ou muito pouco desenvolvido, nos gambás? Cite matas por qual das características abaixo?
uma função atribuída a este anexo embrionário. a) Presença de pelos e unhas.
b) Presença de glândulas mamárias e útero.
c) Olhos dispostos em região frontal e polegar opositor.
4. (UNIFESP) – Nos vertebrados, a presença de ovos com casca
d) Posição ereta e por serem endotermos.
representou um grande avanço em termos de adaptação evolutiva.
e) Hábitos diurnos e placenta.
a) Esse caráter está presente em quais grupos de vertebrados?
b) Que novidade evolutiva substituiu a função desempenhada pe-
9. (FUVEST) – Cite três características dos mamíferos não locali-
los ovos com casca? Comente sobre uma provável
zadas no esqueleto.
consequência do surgimento desse caráter.
10. (UNICAMP) – Há hoje uma grande preocupação em definir estra-
5. (VUNESP) – A figura representa a evolução dos grandes grupos
tégias para a preservação de mamíferos silvestres, por várias ge-
de vertebrados atuais dotados de mandíbula, enumerados de I a
rações, visando a uma futura recolonização de áreas recuperadas.
V. A largura das áreas sombreadas indica o número relativo de
O que é mais adequado: manter os animais em um zoológico ou
espécies de cada grupo durante as diferentes eras e períodos.
em uma reserva de caça? Justifique, utilizando dois argumentos.

11. (UNICAMP) – Leia com atenção a tira abaixo:

a) Qual a classe representada pelo número V? Cite o anexo em-


brionário exclusivo dessa classe.
b) Indique uma característica evolutiva relativa à respiração, que
está presente no grupo II e ausente no grupo I; indique uma aqui-
sição evolutiva, referente à reprodução, presente no grupo III
e ausente na maioria dos animais representantes do grupo II. * morcegos = insetos (O Estado de S. Paulo)

6. (UECE) – Indique a alternativa que apresenta exemplos da classe a) Calvin não entende por que precisa estudar os morcegos. Esses
Mammalia, de ordem cetácea e carnívora, respectivamente: animais, porém, têm funções biológicas importantes nos ecossis-
a) Peixe-boi e hipopótamo. b) Baleia e hiena. temas. Cite duas dessas funções.
c) Cachalote e camelo. d) Tatu e morcego. b) Calvin acredita que os morcegos são insetos porque, além de
considerá-los nojentos, eles voam. No entanto, o que ele não
7. (FATEC – MODELO ENEM) – O esquema representa quatro sabe é que asas de insetos e de morcegos não são estruturas
categorias de classificação inclusivas. homólogas, mas análogas. Qual a diferença entre estruturas
análogas e homólogas?
c) Dê duas características exclusivas da classe a que pertencem os
morcegos.

12. (FGV – MODELO ENEM)


O girino é o peixinho do sapo.
O silêncio é o começo do papo.
O bigode é a antena do gato.
O cavalo é o pasto do carrapato.
(Arnaldo Antunes. In: As coisas)

Em relação à estrofe, um estudante de biologia fez as seguintes


Se os triângulos representarem uma determinada espécie, o cír-
afirmações:
culo será I. Cita animais de pelo menos 4 classes e dois filos.
a) um filo. b) um reino. c) uma ordem. II. Faz referência aos anfíbios, peixes e insetos, em cujas classes
d) uma família. e) um gênero. há espécies que sofrem metamorfose completa.
III. Faz referência a uma interação ecológica do tipo parasitismo.

102
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IV. Apresenta um caso de analogia entre dois diferentes órgãos 20. Estima-se que haja, no Acre, 209 espécies de ma-
sensoriais de mamíferos. míferos, distribuídas conforme a tabela a seguir.
V. Cita, talvez involuntariamente, o principal órgão digestório das
aves, o qual funciona como um estômago mecânico, trituran- Grupos taxionômicos Números de espécies
do os alimentos.
Artiodáctilos 4
Estão corretas as afirmações: Carnívoros 18
a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. Cetáceos 2
d) III, IV e V, apenas. e) I, II, III, IV e V. Quirópteros 103
Lagomorfos 1
13. (FATEC) – As características numeradas abaixo estão presentes
Marsupiais 16
nos animais vertebrados:
Perissodáctilos 1
I. Glóbulos vermelhos anucleados.
II. Reprodução por fecundação externa. Primatas 20
III. Ovos sempre protegidos por casca rígida. Roedores 33
IV. Produção de suor. Sirênios 1
V. Presença de placenta. Edentados 10
VI. Coração com um só ventrículo. Total 209
Nos mamíferos, ocorrem apenas (T&C Amazônia, ano 1, n.° 3 dez. 2003.)
a) I – II – IV. b) I – II – VI. c) I – IV – VI.
d) I – IV – V. e) II – IV – V. Deseja-se realizar um estudo comparativo entre três dessas es-
pécies de mamíferos – uma do grupo Cetáceos, outra do grupo
14. (MAUÁ) – Entre os seguintes mamíferos: foca, tatu, gambá, mor- Primatas, e a terceira do grupo Roedores. O número de conjuntos
cego e elefante, cite um em cuja reprodução não haja formação distintos que podem ser formados com essas espécies para esse
de placenta. estudo é igual a
a) 1 320. b) 2 090. c) 5 845. d) 6 600. e) 7 245.
15. (FUVEST) – As estruturas abaixo enumeradas ocorrem em certos
vertebrados: 21. (UNISA) – De grande importância para répteis, aves e mamíferos
I. Diafragma. libertarem-se do ambiente aquático, na sua reprodução, é
II. Pelos. a) a ectotermia e a endoterma.
III. Coração com quatro cavidades. b) o aparecimento de âmnio e alantoide.
IV. Glândulas mamárias. c) a ocorrência de uma casca protetora no ovo.
d) o fato de eles serem amniotas.
Qual das alternativas representa o conjunto de números que corres- e) a existência de quatro extremidades.
ponde às estruturas que ocorrem exclusivamente em mamíferos?
a) I, II, III, apenas. b) I, II, IV, apenas. c) I, III, IV, apenas. 22. (UNICAMP) – Várias evidências científicas comprovam que as
d) II, III, IV, apenas. e) I, II, III, IV. aves são descendentes diretas de espécies de dinossauros que
sobreviveram ao evento de extinção em massa que assolou o
16. (UNISA) – Pança, barrete, folhoso e coagulador fazem parte do planeta 65 milhões de anos atrás. O achado mais recente, um di-
sistema digestório nossauro emplumado chamado Epidexipteryx hui, foi apresen-
a) de todos os herbívoros. tado na revista Nature. Alguns dinossauros menores adquiriram a
b) dos mamíferos em geral. capacidade de voar, e foram eles, provavelmente, que sobrevi-
c) dos animais carnívoros. veram ao cataclismo e deram origem às aves modernas.
d) do estômago triturador dos roedores. (Adaptado de Herton Escobar, Curiosidades
e) dos ruminantes. e maravilhas científicas do mundo em que vivemos.
http://www.estadao.com.br/vidae/imagineso_265208,0.htm.
17. (MED. CATANDUVA) – Associe:
Acessado em 27/10/2008.)
( ) preguiça a) xenartro
( ) elefante-marinho b) roedor a) Conforme o texto, as aves provavelmente seriam descenden-
( ) paca c) sirênio tes de um grupo de dinossauros, relação cada vez mais evi-
( ) peixe-boi d) marsupial denciada pelo estudo dos fósseis. Contudo, as aves modernas
diferem dos répteis quanto ao sistema respiratório, diferença
( ) gambá e) carnívoro
essa que pode ser considerada uma adaptação ao voo. Que
a) b, c, d, e, a. b) d, b, c, e, a. c) a, e, b, c, d. diferença é essa e como ela está relacionada ao voo?
d) c, e, b, a, d. e) d, e, c, b, a. b) A capacidade de voar ocorre não só em aves mas também em
mamíferos, como os morcegos, e em insetos. Os pesquisadores
18. (MED-ABC) – A seguinte afirmação: “O aumento da superfície explicam que as asas podem ser órgãos homólogos, em alguns
respiratória dos pulmões acompanhou a evolução dos vertebra- casos, e órgãos análogos, em outros. Indique em quais dos
dos com respiração aérea” está animais citados as asas são orgãos homólogos e em quais são
a) correta, pois os anfíbios apresentam os pulmões mais comple- órgãos análogos. Em que diferem esses dois tipos de órgãos?
xos dentre os vertebrados.
b) errada, pois os répteis menos evoluídos que os mamíferos 23. (UNIFESP) – Nos vertebrados, a presença de ovos com casca re-
possuem pulmões mais desenvolvidos. presentou um grande avanço em termos de adaptação evolutiva.
c) correta, pois os vertebrados mais evoluídos, como as aves e a) Esse caráter está presente em quais grupos de vertebrados?
os mamíferos, apresentam pulmões mais desenvolvidos. b) Que novidade evolutiva substitui a função desempenhada pe-
d) errada, pois os anfíbios respiram tão bem quanto os mamíferos. los ovos com casca? Comente sobre uma provável conse-
e) correta, pois os répteis são os vertebrados mais evoluídos. quência do surgimento desse caráter.

19. Tegumento com glândulas sudoríparas e sebáceas pode ser 24. (FUVEST) – O pescoço da girafa é muito mais longo que o do hi-
encontrado popótamo, o qual, ao contrário da girafa, passa grande parte do
a) em todos os vertebrados. tempo dentro d’água. No entanto, esses animais assemelham-se
b) em todos os vertebrados terrestres. em muitos aspectos.
c) somente nos mamíferos e nas aves. Dê quatro semelhanças entre eles, quanto à distribuição geográfi-
d) somente nas aves. ca, ao hábito alimentar, às características anatômicas das patas e
e) somente nos mamíferos. às do pescoço.

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3) a) Os gambás são marsupiais, apresentam uma gestação 14) O gambá é marsupial.


curta, uma vez que a placenta é muito primitiva. Os filho-
tes nascem prematuramente e completam o desenvolvi- 15) Répteis crocodilianos e aves também possuem coração com
mento dentro da bolsa marsupial, onde se alimentam do quatro cavidades.
leite segregado pelas glândulas mamárias. Resposta: B
b) O anexo embrionário presente em ratos e elefantes é a
placenta. 16) O estômago dos ruminantes é poligástrico.
A placenta realiza várias funções, entre elas, nutrição, ex- Resposta: E
creção, respiração e produção de hormônios.
17) As categorias taxionômicas mencionadas são ordens da clas-
4) a) Nas classes dos répteis e das aves. Ocorre também em al- se dos mamíferos.
guns mamíferos, como ornitorrinco e equidna. Resposta: C
b) A novidade evolutiva foi a placenta. Ela realiza várias fun-
ções, como nutrição, respiração, excreção, secreção hor- 18) Os pulmões das aves são parenquimatosos e os dos mamí-
monal e imunização, substituindo várias funções que feros, alveolares.
eram exercidas por outros anexos embrionários (córion, Resposta: C
alantoide), e permitindo o desenvolvimento completo do
embrião no interior do organismo materno. 19) Alguns mamíferos terrestres possuem tegumento com glân-
dulas sudoríparas e sebáceas. Ex.: homem.
5) a) O número V representa a classe dos mamíferos, cujo ane- Resposta: E
xo embrionário exclusivo é a placenta.
b) Respiração pulmonar. O grupo III corresponde aos répteis, 20) Existem 2 formas de escolher um elemento do grupo dos Ce-
que apresentam ovos com casca e anexos embrionários táceos, 20 formas de escolher de um Primata e 33 formas de
como âmnio, cório e alantoide. escolher um Roedor. Sendo assim, existem 2 . 20 . 33 = 1320
6) A baleia é um cetáceo. A hiena é um mamífero da ordem dos formas de escolher um de cada uma dessas três espécies de
carnívoros. mamíferos.
Resposta: B Resposta: A

7) Se o triângulo representar uma espécie, o retângulo representa- 21) Córion, âmnio e alantoide são anexos embrionários que fa-
rá um gênero; o círculo, uma família; o hexágono, uma ordem. cilitaram a conquista do ambiente terrestre na evolução.
Resposta: D Resposta: B

8) Ambos possuem o polegar opositor e olhos frontais. 22) a) As aves modernas possuem sacos aéreos e ossos pneu-
Resposta: C máticos, diminuindo o peso específico do animal.
b) Órgãos homólogos são aqueles que apresentam a mesma
9) Glândulas sudoríparas, placenta e pelos. origem embrionária; é o caso das asas das aves e dos mor-
cegos. Órgãos análogos apresentam a mesma função,
10) Reserva de caça porque como ocorre entre as asas dos insetos e as das aves e
– são mantidos em condições naturais, facilitando o equilíbrio morcegos.
ecológico.
– a reprodução de alguns mamíferos em cativeiro é muito di- 23) a) Nas classes dos répteis e das aves. Ocorre também em al-
fícil. guns mamíferos, como ornitorrinco e equidna.
b) A novidade evolutiva foi a placenta. Ela realiza várias fun-
11) a) Os morcegos, que se alimentam de néctar de flores con- ções, como nutrição, respiração, excreção, secreção hor-
tribuem para a polinização. As espécies que se alimentam monal e imunização, substituindo funções que eram exer-
de frutos (frugívoras) dispersam sementes. Os insetívoros cidas por outros anexos embrionários (córion, alantoide),
controlam as populações de insetos dos quais se e permitindo o desenvolvimento completo do embrião no
alimentam. interior do organismo materno.
b) Homólogos são órgãos que possuem a mesma origem
embrionária, independentemente de sua função. 24)
Exemplos: asas dos morcegos e asas das aves. Distribuição geográfica África equatorial
Análogos são órgãos que possuem a mesma função, inde-
pendentemente de sua origem embrionária.
Exemplos: asas dos morcegos e asas dos insetos. Hábito alimentar Herbívoros
c) Os morcegos pertencem à classe dos mamíferos. Possuem
glândulas mamárias e hemácias anucleadas. Características anatômicas Número par de dedos
das patas (artiodáctilos)
12) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. As classes men-
cionadas foram: anfíbios (sapo), peixes, mamíferos (gato, Características anatômicas
cavalo) e quelicerados ou aracnídeos (carrapato). 7 vértebras cervicais
do pescoço
O carrapato é um parasita do cavalo.
Resposta: B

13) As hemácias ou eritrócitos dos mamíferos não possuem nú-


cleo. Mamíferos terrestres geralmente apresentam glândulas
sudoríparas. Muitos mamíferos possuem placenta.
Resposta: D

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CAPÍTULO Biologia Animal

85 VÍRUS

O s vírus são pequenos organismos acelulares,


com morfologia variada e podem causar doenças
em outros organismos (animais, vegetais, bactérias etc.)

Formas virais.

1. A estrutura dos vírus


Os vírus são micro-organismos constituídos por um Os vírus só podem replicar-se no interior das células
ácido nucleico circundado por uma cápsula proteica. de um organismo hospedeiro, por um processo dividido
O ácido nucleico pode ser o DNA ou o RNA. em quatro etapas: adsorção, penetração, eclipse e libera-
ção. Acompanharemos o processo no bacteriófago, vírus
que parasita e desintegra bactérias.

A estrutura de um vírus.

A cápsula proteica é chamada de capsídeo. Em vírus


mais complexos, a cápsula apresenta outros compostos,
como lipídios e hidratos de carbono.
Cada partícula de vírus, quando completa, é chama-
da de vírion.

Os vírus são micro-organismos muito menores do


que as bactérias e pouco maiores do que as macromolé-
culas proteicas. Seu tamanho varia de 15 a 350 nm. São A replicação de um bacteriófago.
filtráveis, isto é, passam através dos filtros de porcelana,
que possuem diminutos poros e retêm bactérias.
Consiste na fixação do vírus na superfície da célula
hospedeira.
Os menores vírus são geralmente esféricos ou octaé-
dricos, sendo os maiores habitualmente icosaédricos (20
faces triangulares). Existem vírus, como os bacteriófagos
É a fase em que o ácido nucleico do vírus (DNA)
(vírus bacterianos), com morfologia mais complexa, do-
penetra no interior da célula hospedeira, ficando a cápsu-
tados de cabeça e cauda.
la no exterior.
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A FEBRE HEMORRÁGICA DO EBOLA


É a fase em que, no interior da célula hospedeira,
acontece a replicação do DNA e a montagem da cápsula. É uma doença cujo agente etiológico é o vírus
Na replicação sucessiva, são formadas novas moléculas Ebola.
de DNA. Nesse processo, são utilizados os nucleotídeos Os sintomas dessa enfermidade têm início de
resultantes da hidrólise do DNA da célula hospedeira. duas a três semanas após o contágio. Há febre,
Usando ribossomos, enzimas e aminoácidos da célula dores musculares (mialgias), dor na cabeça
(cefaléia), náuseas, vômitos, diarreia, e até insu-
parasitada, os vírus produzem as proteínas da cápsula.
ficiência do fígado (hepática) e dos rins (renais).
Após a síntese dos diversos componentes, começa a mon- A transmissão da febre hemorrágica do Ebola
tagem dos novos vírus, processo automático que inde- pode ocorrer através do contato com o sangue ou
pende da ação enzimática e do gasto de energia. fluidos corporais dos animais infectados, (homem,
macacos, morcegos-da-fruta, porcos etc) e até, na
manipulação de cadáveres, vítimas desse vírus.
A confirmação da doença pode ser obtida na
Com a destruição enzimática da célula hospedeira, constatação de anti-corpos, do material genético
ocorre a liberação dos vírus, potencialmente capazes de viral ou até do próprio vírus.
nova infecção. A taxa da letalidade pode atingir valores
elevados.
2. Particularidades Desde a primeira ocorrência, em 1976, vários
surtos dessa doença têm acontecido.
da replicação Em 2014, ocorreu um aumento do número de
Principalmente nas células animais, ocorre a pene- afetados na Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria.
tração do vírus completo, desintegrando-se a cápsula no Os profissionais da Saúde Pública, tendo
interior das mesmas. O DNA liberado sofre replicação e contato direto com os afetados, constituem um
grupo de elevado risco.
transcrição, formando um RNA mensageiro que, utili-
A obtenção de uma vacina e o uso de novas
zando os ribossomos da célula, produz as proteínas para terapias, passaram a ser pesquisadas, com maior
a montagem da cápsula. intensidade, visando a redução do número de ví-
Nos chamados retrovírus, o material genético é o timas e a melhora do seu estado clínico. Uma
RNA, como é o caso do HIV. Nesses vírus, a trans- nova terapia, ainda não comprovada, usa o mé-
criptase reversa, uma enzima viral, catalisa a produção todo 2 Mapp, mistura de anticorpos monoclonais,
de DNA de fita dupla, a partir do RNA. Após a produzidos por engenharia genética em células
replicação, o DNA volta a produzir o RNA viral. de tabaco.

3. AIDS ou SIDA
A sigla SIDA significa “Síndrome da Imunodefi-
ciência Adquirida”. Na língua inglesa é AIDS (Acquired
Immunodeficiency Syndrome).
A palavra síndrome significa que o aidético apresen-
ta vários sintomas (problemas). O termo imunodeficiên-
cia deve-se ao fato de o aidético tornar-se incapaz na de-
fesa contra os agentes patogênicos (causadores de doenças).
O agente causador da AIDS é um vírus, denominado
HIV (vírus da imunodeficiência humana).

A replicação de um vírus A replicação de um retrovírus.


parasita de célula animal.
Estrutura interna do HIV, segundo Robert Gallo.

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O vírus HIV, causador da AIDS, apresenta como ma-


terial genético o RNA.
As células verdadeiras apresentam os dois ácidos nu-
cleicos, DNA e RNA. Geralmente, nestas células, o DNA
comanda a produção de RNA.
O HIV é denominado retrovírus, porque apresenta
RNA, que pode comandar a síntese de DNA, quando está
parasitando uma célula. Esse apresenta uma enzima
especial denominada transcriptase reversa. Esta
enzima permite a produção do DNA a partir do RNA. O código “pirata” é então incorporado ao
DNA do linfócito, graças à enzima integrase.

O HIV é denominado retrovírus, porque possui um


RNA capaz de comandar a síntese de
DNA ao parasitar uma célula verdadeira.

O HIV tem afinidade por um tipo de glóbulo branco


O linfócito, sob o comando pirata, transforma-se numa fábrica de vírus.
do homem, que é considerado o “general-de-divisão” do
exército de defesa imunológica: o linfócito CD4 (linfóci-
to T4). O material genético “pirata” do vírus é incorpora-
do ao glóbulo branco.
O COQUETEL TRÍPLICE
Quando esse tipo de glóbulo do sangue se divide pa-
ra organizar a defesa contra agentes agressores, o código
O virologista chinês, naturalizado ameri-
“pirata” do vírus é decifrado e milhares de novas partícu-
cano, David Ho, anunciou na XI Conferência
las virais são produzidas, espalham-se pelo sangue e vão Internacional da AIDS, resultados animadores na
se concentrar nas secreções do corpo – das quais o esper- terapia da Síndrome da Imunodeficiência
ma e os líquidos vaginais são as mais importantes – e no Adquirida.
sistema nervoso central, pois o HIV possui especial afi- Esse tratamento permite uma diminuição da
nidade pelas células nervosas. carga viral do aidético. Os doentes medicados obti-
veram uma diminuição em 98,9% da quantidade
de HIV no organismo.
Esse coquetel apresenta uma droga de 1.a ge-
ração, o AZT, que é um inibidor da enzima
transcriptase reversa. Apresenta também uma
droga de 2.a geração que pode ser, por exemplo,
o 3 TC, outro inibidor da transcriptase. O terceiro
componente é uma droga de nova geração (3.a),
conhecida como inibidora da protease (indinavir,
ritonavir, saquinavir etc.)
O vírus se liga à proteína CD4 do linfócito e é puxado para dentro da célula.
Os inibidores da protease dificultam o ama-
durecimento do vírus.
O emprego dessas drogas melhora o quadro
clínico dos pacientes tratados, ocasionando em
muitos, o desaparecimento das moléstias opor-
tunistas.
Atualmente, novas drogas foram adiciona-
das ao coquetel, pois o HIV já é resistente a
vários antivirais.

Ao entrar no linfócito, o HIV se livra da cápsula e, à custa de uma enzima,


a transcriptase reversa, produz DNA, usando como molde, o RNA.

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4. Doenças causadas por vírus


Vírus são estruturas acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios. São agentes etiológicos relacionados às seguin-
tes doenças:
DOENÇA TRANSMISSÃO

Catapora (varicela) Contato da pele com as bolhas e pelo ar, que contêm o vírus Varicela zoster.

Caxumba (parotidite infecciosa) Por gotículas de saliva que contêm o Paramyxovirus sp, expelidas pelo doente.

Chikungunya Picada da fêmea do mosquito Aedes aegyti ou Aedes albopictus contendo o vírus.
Vertical (placentária), amamentação materna, sexual, de pessoa para pessoa e transfusão
Citomegalia
sanguínea.
Dengue Picada da fêmea de mosquitos Aedes aegypti ou Aedes albopictus (tigre asiático).

Picada da fêmea de mosquitos: Aedes aegypti ou Aedes albopictus (tigre asiático). Ocorre
Dengue hemorrágica quando um indivíduo, que teve um tipo de vírus da dengue, recebe outro vírus diferente,
também da dengue.

Febre aftosa Via respiratória, inalando o Aphthovirus sp.

Febre amarela silvestre Picada da fêmea do mosquito Haemagogus sp.ou Sabethes sp, contendo o Flavivirus sp.
Febre amarela urbana Picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus, contendo o Flavivirus sp.

Febre hemorrágica do ebola Através de secreções corpóreas e sangue contaminado pelo Filovirus sp.

Gripe Contato com o ar contaminado pelo Myxovirus influenzae.

Contato com secreções das vias respiratórias ou objetos (ex.: copos e talheres) infectados
Gripe suína
pelo vírus Influenza A (H1N1).

Hantavirose Via respiratória, água e alimentos, contendo o Hantavirus sp.

Hepatite Contato pessoa a pessoa; oral, fecal, transfusão sanguínea.

Contato íntimo com indivíduo transmissor, a partir de superfície mucosa ou de lesão


Herpes
infectante, contendo, por exemplo, o Herpes simplex.

Contato íntimo de secreções orais (saliva), contendo o vírus Epstein-Barr, da família


Mononucleose
Herpesviridae.

Papiloma (Condiloma) Vertical (placentária); ato sexual; o agente etiológico é o HPV.

Poliomielite (paralisia infantil) Contato direto com secreções faríngeas de doentes.

Raiva (hidrofobia) Através da saliva de animais doentes.

Contato com o ar contaminado pelo vírus sincicial respiratório, ou pelo vírus parainfluenza
Resfriado
ou pelo rinovírus.
Rubéola Através de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do nariz.
Sarampo Através de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do nariz.
SARS (Síndrome respiratória aguda
Contato com gotículas de saliva e pelo ar contaminado.
severa – pneumonia atípica)
Síndrome da Imunodeficiência
Ato sexual, seringas contaminadas, transfusões sanguíneas, via vertical (placentária).
Adquirida (AIDS = SIDA)
Contato com as secreções das vias respiratórias, com as lesões da pele, das mucosas e com
Varíola
os objetos de uso do doente.

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1. (MODELO ENEM) – Em relação ao vírus, é incorreto afirmar: 2. (FUVEST – MODELO ENEM) – Os bacteriófagos são constituídos
a) O material genético pode ser DNA ou RNA ou ambos. por uma molécula de DNA envolta em uma cápsula de proteína.
b) São agentes causadores de várias doenças em seres huma- Existem diversas espécies, que diferem entre si quanto ao DNA e
nos. às proteínas constituintes da cápsula. Os cientistas conseguem
c) Possuem ribossomos e mitocôndrias essenciais e típicas de construir partículas virais ativas com DNA de uma espécie e
seu metabolismo e reprodução. cápsula de outra. Em um experimento, foi produzido um vírus
d) Proteínas compõem suas cápsulas externas. contendo DNA do bacteriófago T2 e cápsula do bacteriófago T4.
e) Reproduzem-se apenas no interior de células vivas. Pode-se prever que a descendência desse vírus terá
Resolução a) cápsula de T4 e DNA de T2.
Os vírus não possuem ribossomos nem mitocôndrias. São para- b) cápsula de T2 e DNA de T4.
sitas celulares obrigatórios. c) cápsula e DNA, ambos de T2.
Resposta: C d) cápsula e DNA, ambos de T4.
e) mistura de cápsulas e DNA de T2 e de T4.
Resolução
O material genético é o DNA e, portanto, os novos vírus terão
cápsula e DNA do bacteriófago T2.
Resposta: C

3. (FUVEST) – Analise o gráfico abaixo: 4. (Anhembi Morumbi MED)

(Ministério da Saúde, Departamento de DST, AIDS


e Hepatites virais.
http://sistemas.aids.gov.br. Acessado em 12/08/2013. Adaptado.)

Com base nos dados do gráfico, pode-se afirmar, corretamente


que, (http://portal.saude.gov.br. Adaptado.)
a) no período de 1986 a 2001, o número de pessoas com
diagnóstico de AIDS diminuiu. O mapa mostra a ocorrência em território nacional de uma doença
b) no período de 1986 a 2001, o número de homens com tropical, a saber,
diagnóstico de AIDS diminuiu. a) a esquistossomose: trata-se de doença pandêmica, ocorrendo
c) entre pessoas com diagnóstico de AIDS, homens e mulheres em todos os estados do país devido à sua pequena diver-
ocorrem com frequências iguais. sidade paisagística.
d) entre pessoas com diagnóstico de AIDS, o número de homens b) a dengue: trata-se de doença endêmica da Amazônia e do
e mulheres permaneceu praticamente inalterado a partir de Pantanal Mato-grossense, ocorrendo mais em áreas rurais do
2002. que em áreas urbanizadas.
e) entre pessoas com diagnóstico de AIDS, o quociente do c) a febre amarela silvestre: a área em verde caracteriza-se pela
número de homens pelo de mulheres tendeu à estabilidade, a constante circulação do vírus e abrange estados das regiões
partir de 2002. Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
d) a doença de Chagas: o mosquito chamado “barbeiro” é o
responsável pela transmissão do vírus ao longo do litoral e das
áreas fronteiriças.
e) a hanseníase: trata-se de patologia com maior incidência nas
áreas em azul, em razão dos aspectos socioeconômicos
deficitários e da predominância do clima subtropical.

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5. (UERJ) – Quando Oswaldo Cruz assumiu a direção do 10. (PUC-SP – MODELO ENEM) – Os vírus são minúsculos “piratas”
Departamento Nacional de Saúde Pública, o Brasil era um país biológicos porque invadem as células, saqueiam seus nutrientes
doente. Uma das regiões que mais sofria era o Rio de Janeiro. No e utilizam as reações químicas das mesmas para se reproduzir.
final do século XIX, dizia-se que essa cidade poderia vir a ser o Logo em seguida, os descendentes dos invasores transmitem-se
maior centro de comércio da América do Sul se não fosse uma a outras células, provocando danos devastadores. A estes danos,
fábrica de moléstias, duas em especial: a febre amarela e a varíola. dá-se o nome de virose, como a raiva, a dengue hemorrágica, o
(Adaptado de aprendebrasil.com.br.) sarampo, a gripe etc.
(Texto modificado do livro Piratas da Célula, de Andrew Scott.)
Atualmente, a varíola está erradicada no Brasil, mas a febre
amarela, apenas em algumas partes do país. No Rio de Janeiro, De acordo com o texto, é correto afirmar:
ainda existe a preocupação com o retorno desta doença. a) Os vírus utilizam o seu próprio metabolismo para destruir
Cite o agente etiológico da febre amarela e indique como ela é células, causando viroses.
transmitida ao homem. Explique, também por que, na cidade do b) As viroses são transcrições genéticas induzidas pelos vírus
Rio de Janeiro, há possibilidade de retorno da febre amarela. que degeneram a cromatina na célula hospedeira.
c) Os vírus não têm metabolismo próprio.
6. (Unicid MED) – Uma vacina contra a dengue, desenvolvida pelo d) Os vírus utilizam o DNA da célula hospedeira para produzir
Instituto Butantã, será testada em 300 voluntários durante os outros vírus.
próximos cinco anos, para análise de sua eficácia e segurança. e) As viroses resultam sempre das modificações genéticas da
De acordo com os especialistas responsáveis pela pesquisa, a célula hospedeira.
probabilidade de eficácia da vacina é bastante eIevada.
A profilaxia da dengue por meio da vacinação, caso seja aprovada 11. (VUNESP) – A Aids, ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida,
pelos testes, ocorrerá em função
é uma doença causada pelo vírus HIV ou Vírus da Imunodeficiên-
a) da produção de anticorpos específicos pelo organismo vacinado.
b) da erradicação dos insetos transmissores da doença. cia Humana.
c) da produção de antígenos antivirais específicos pelo orga- Pergunta-se:
nismo vacinado. a) O que significa cada uma das palavras: Síndrome, Imunodefi-
d) do combate ao vírus nos mosquitos transmissores. ciência e Adquirida?
e) da inoculação de anticorpos antivirais no processo de vacinação. b) Cite duas maneiras pelas quais se pode adquirir Aids.

7. (FUVEST) – Os vírus 12. (UEG) – O esquema abaixo representa o vírus da imunodeficiên-


a) possuem genes para os três tipos de RNA (ribossômico, men- cia humana (HIV), um retrovírus. Esse vírus apresenta uma enzi-
sageiro e transportador), pois utilizam apenas aminoácidos e ma denominada transcriptase reversa.
energia das células hospedeiras.
b) possuem genes apenas para RNA ribossômico e para RNA
mensageiro, pois utilizam RNA transportador da célula hos-
pedeira.
c) possuem genes apenas para RNA mensageiro e para RNA
transportador, pois utilizam ribossomos da célula hospedeira.
d) possuem genes apenas para RNA mensageiro, pois utilizam
ribossomos e RNA transportador da célula hospedeira.
e) não possuem genes para qualquer um dos três tipos de RNA,
pois utilizam toda a maquinaria de síntese de proteínas da
célula hospedeira.

8. (PUC-SP – MODELO ENEM) – Três pessoas apresentam doen-


ças causadas por
I. parasita intracelular formado por uma cápsula proteica circun-
dando ácido nucleico.
II. endoparasita unicelular, com membrana lipoproteica, A função dessa enzima é
revestida por parede rica em polissacarídeos envolvendo o a) sintetizar proteínas celulares.
citoplasma, no qual está o material genético, constituído por b) sintetizar RNA a partir do DNA celular.
uma molécula circular de DNA. c) sintetizar DNA a partir do RNA viral.
III. endoparasita unicelular com membrana lipoproteica envolvendo d) sintetizar proteínas a partir do DNA celular.
o citoplasma; o material genético encontra-se em uma estru- e) sintetizar outras enzimas.
tura circundada por membrana.
13. (MAUÁ) – “NOVO MEDICAMENTO NÃO PERMITE QUE VÍRUS
Os organismos I, II e III são, respectivamente, ENTRE EM CÉLULA – Laboratórios anunciaram um novo medica-
a) procarionte, eucarionte e vírus. mento anti-Aids descrito como ‘inibidor de fusão’. Esse será o pri-
b) eucarionte, procarionte e vírus. meiro medicamento que impede o vírus da Aids de penetrar nas
c) vírus, eucarionte e procarionte.
células. Os medicamentos hoje disponíveis combatem o vírus
d) vírus, procarionte e eucarionte.
e) procarionte, vírus e eucarionte.
quando ele já está presente nas células do sistema imunológico.”

(Adaptado do jornal Folha de S. Paulo, 09. jul. 2002.)


9. Sobre os vírus, fizeram-se as afirmações abaixo.
I. Reproduzem-se exclusivamente no interior de células hospe-
deiras. a) Cite três modos de transmissão do vírus da Aids.
II. São parasitas intracelulares obrigatórios. b) Que tipo de célula do sistema imunológico humano é alvo do
III. Seu material genético pode ser DNA ou RNA, ou ambos. vírus HIV?
IV. O material genético é circundado por uma cápsula proteica.
14. (UNICAMP) – AIDS é uma doença que, sem dúvida, ameaça a
São corretas as afirmações: humanidade. As tentativas para o desenvolvimento de uma vaci-
a) I e II apenas. b) I, II e III apenas. na têm sido infrutíferas. Explique, do ponto de vista genético, qual
c) I, III e IV apenas. d) II, III e IV apenas. a causa desse insucesso.
e) I, II, III e IV.

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15. David Ho anunciou na XI Conferência Internacional da AIDS resul- a) Qual o nome do mosquito transmissor da febre amarela nos
tados animadores na terapia da Síndrome da Imunodeficiência Ad- centros urbanos? Que outra doença é transmitida por esse
quirida, utilizando o coquetel tríplice. mesmo vetor?
a) Quais são as drogas desse coquetel? b) De que forma a febre amarela contraída nas matas pode ser
b) Como atuam? disseminada na população que vive nos centros urbanos? O
uso generalizado de antibióticos no combate a essa doença
16. (FUVEST) – Uma dificuldade enfrentada pelos pesquisadores que resolveria o problema? Justifique sua resposta.
buscam uma vacina contra o vírus da AIDS deve-se ao fato de ele
a) não possuir a enzima transcriptase reversa. 22. Manolo, indivíduo residente na Baixada Fluminense, apresentou o
b) alternar seu material genético entre DNA e RNA. seguinte quadro:
c) ser um vírus de RNAr, para os quais é impossível fazer vacinas. Sintomatologia
d) ter seu material genético sofrendo constantes mutações.
e) possuir uma cápsula lipídica que impede a ação da vacina. Mal-estar Febre entre 39 e 40,5°C

Dores reumáticas Cefaleia


17. (VUNESP) – Uma equipe de futebol iria disputar uma partida em
uma cidade atingida por epidemia de dengue. A diretoria do clube, Erupções rubeoliformes Incubação de 5 a 18 dias
após uma breve visita às dependências do hotel da cidade, tomou
algumas providências para preservar a saúde dos membros da de- (I) , doença cujo agente etiológico é um(a) .........
Trata-se da .......... (II) e
legação, que iria se instalar dois dias antes do jogo naquela cidade. (III) .
o vetor ...........
I, II e III são, respectivamente,
As instruções previamente transmitidas à gerência do hotel foram:
a) dengue, vírus, Aedes aegypti.
1. Instalação de telas em todas as janelas.
2. Desinfecção de todos os vasos sanitários. b) dengue, bactéria, Aedes aegypti.
3. Instalação de ventiladores nos quartos, para dispersar os agen- c) febre amarela, bactéria, Anopheles.
tes patogênicos da dengue. d) febre amarela, vírus, Anopheles.
4. Remoção dos vasos de bromélias da área verde e dos corredo- e) encefalite, protozoário, Culex.
res do hotel.
5. Colocação de flúor nos reservatórios de água. 23. (UNIFESP – MODELO ENEM) – Uma mulher com idade entre 25
e 35 anos foi contaminada pelo vírus HIV depois de receber
a) Quais foram as instruções corretas para a prevenção da den-
transfusão de sangue (...). A contaminação da mulher pode ter
gue? Justifique.
b) Que outras doenças, além da dengue, poderiam ser evitadas ocorrido em razão da chamada “janela imunológica”.
com as medidas indicadas na resposta a? (Folha de S.Paulo, 06. ago. 2005.)
Janela imunológica é o nome dado ao período compreendido entre
18. (UNIFESP) – Devido ao fato de serem muito simples em termos a infecção do organismo e o início da formação de anticorpos contra
de organização, podemos afirmar que os vírus, provavelmente, o agente infeccioso.
tiveram sua origem antes do surgimento das primeiras células Considerando tais informações e o que se conhece sobre a infec-
procarióticas. ção por HIV, podemos afirmar corretamente que
a) A afirmação apresentada pode ou não ser considerada válida? a) essa fatalidade poderia ter sido evitada se o sangue do doador
b) Justifique sua resposta. tivesse passado, antes, por testes sorológicos para a
detecção de HIV.
19. (VUNESP) – Os vírus são organismos obrigatoriamente parasitas, b) a ação do HIV no organismo é justamente destruir o sistema
uma vez que só se reproduzem quando no interior de seus hos- imune. Por isso, são feitos testes para detecção do vírus e não
pedeiros. de anticorpos.
Sobre os vírus, é correto afirmar que c) a mulher já estava com o sistema imune fragilizado, o que faci-
a) apresentam características fundamentais dos seres vivos: es- litou ainda mais a entrada e a instalação de agentes infeccio-
trutura celular, reprodução e mutação.
sos, aqui, no caso, do HIV.
b) são seres maiores que as bactérias, pois não atravessam fil-
tros que permitem a passagem de bactérias. d) o doador era portador do HIV e os testes não detectaram a in-
c) são formados por uma carapaça proteica envolvendo o retí- fecção. Ter feito o teste recentemente não garante total segu-
culo rugoso, com ribossomos utilizados na síntese de sua rança, devendo-se, portanto, evitar a exposição a situações de
carapaça. risco.
d) são todos parasitas animais, pois não atacam células vegetais. e) transfusões de sangue, hoje, são um dos principais meios de
e) podem desempenhar funções semelhantes aos antibióticos, transmissão do HIV. Isso demonstra a necessidade de cam-
ocasionando “a lise bacteriana”, e impedir a reprodução das panhas para alertar doadores e receptores de sangue sobre os
bactérias.
cuidados a serem tomados.
20. (FURG) – Uma doença viral aguda que afeta os animais de casco
24. (U. AMAZONAS) – Um extrato aquoso, obtido pelo processo de
fendido (bionculados), caracterizada por febre e aparecimento de
vesículas na boca e patas, prejudicou a produção pecuária do Rio arraste com vapor da planta alecrim-pimenta, foi desenvolvido
Grande do Sul recentemente. Essa doença é a pelo departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará
a) febre aftosa. b) raiva bovina. c) hidatidose. (UFC). Mesmo em grandes diluições, esse extrato é capaz de
d) leptospirose. e) febre amarela. eliminar completamente as larvas do mosquito Aedes aegypti,
mantendo o seu efeito residual por longos períodos.
21. (VUNESP) – “O crescimento do Ecoturismo é um dos principais (Minimanual compacto de Biologia – Editora Rideel)
responsáveis pelos surtos de febre amarela nos últimos anos. Na
busca do contato com a natureza, o homem também se aproxima A pesquisa realizada na UFC é útil ao controle dos casos de
do mosquito Haemagogus sp, que transmite a forma silvestre
a) Malária e filariose.
(selvagem) da doença, a partir de macacos infectados.”
b) Dengue e febre amarela.
(Jornal O Estado de S. Paulo, 03. mar. 2001, p. A2.) c) Esquistossomose e malária.
d) Doença de Chagas e filariose.

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25. (UFRJ) – O gráfico a seguir mostra o número de casos de raiva 26. (ENEM-2011) – O vírus do papiloma humano (HPV, na sigla em
relatados em um país, entre 1960 e 1995. A raiva é uma doença inglês) causa o aparecimento de verrugas e infecção persistente,
viral, potencialmente letal. Ela mata milhares de pessoas anual- sendo o principal fator ambiental do câncer de colo de útero nas
mente, principalmente nos países em desenvolvimento. Tanto os mulheres. O vírus pode entrar pela pele ou por mucosas do corpo,
animais selvagens, quanto os domésticos, são reservatórios de o qual desenvolve anticorpos contra a ameaça, embora em alguns
transmissão da raiva. casos a defesa natural do organismo não seja suficiente. Foi
desenvolvida uma vacina contra o HPV, que reduz em até 90% as
verrugas e 85,6% dos casos de infecção persistente em
comparação com pessoas não vacinadas.

(Disponível em: http://www.g1.globo.com. Acesso em: 12 jun. 2011.)

O benefício da utilização dessa vacina é que pessoas vacinadas,


em comparação com as não vacinadas, apresentam diferentes
respostas ao vírus HPV em decorrência da(o)
a) alta concentração de macrófagos.
b) elevada taxa de anticorpos específicos anti-HPV circulantes.
c) aumento na produção de hemácias após a infecção por vírus
HPV.
d) rapidez na produção de altas concentrações de linfócitos
Por que há diferença entre o número de casos de raiva relatados matadores.
em animais selvagens e domésticos? e) presença de células de memória que atuam na resposta
secundária.

3) O gráfico mostra que entre as pessoas com diagnóstico de 11) a) Síndrome: conjunto de sinais e sintomas.
AIDS, o quociente do número de homens pelo de mulheres Imunodeficiência: falência do sistema imunológico.
tendeu à estabilidade a partir de 2002. Adquirida: recebimento de um agente etiológico que, neste
Resposta: E caso, é o HIV.
b) Ato sexual, transfusão sanguínea e uso de seringas conta-
minadas.
4) O vírus causador da febre amarela silvestre, é muito
frequente nos estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste do Brasil.
Resposta: C 12) A transcriptase reversa catalisa a síntese de DNA a partir do
RNA. Resposta: C

5) O agente etiológico da febre amarela é um vírus. A trans-


13) a) Ato sexual, transfusão sanguínea e uso de seringas conta-
missão da febre amarela ocorre pela picada do mosquito
minadas.
Aedes aegypti, contaminado com esse vírus. Esse mesmo
b) Linfócito CD4.(T4).
mosquito, quando contaminado, também pode ser o vetor da
dengue. Com a elevada incidência desse inseto no Rio de
Janeiro, existe a possibilidade do retorno da febre amarela. 14) Os retrovírus são altamente mutagênicos, dificultando a
Obs: O Aedes aegypti também pode transmitir o vírus da
obtenção de uma vacina eficaz contra as diversas linhagens
Chikungunya.
do vírus. O sistema imunológico do indivíduo deve estar bem
funcional para que uma vacina surta efeito. No caso da AIDS,
6) A vacinação é uma imunização ativa. Ela estimula a produção o HIV debilita o sistema imunológico, atacando os linfócitos
de anticorpos, no organismo do vacinado. CD4, células importantes na defesa do organismo e no suces-
Resposta: A so da vacina.

15) a) I. Droga de primeira geração (AZT).


7) O vírus possui RNA mensageiro e utiliza o ribossomo, o RNA
II. Droga de segunda geração (3TC).
transportador, os aminoácidos e o ATP da célula parasitada.
III.Droga de terceira geração (inibidor de protease, como o
Resposta: D
indinavir).
b) O AZT e o 3TC são inibidores da transcriptase reversa, en-
8) O vírus é acelular, a bactéria é procarionte e possui DNA cir- zima que catalisa a produção de DNA a partir do RNA viral.
cular, e o eucarionte possui núcleo organizado com carioteca. Os inibidores de protease dificultam o amadurecimento
Resposta: D dos novos vírus.

9) Todas as afirmativas estão corretas. Resposta: E 16) Os retrovírus são altamente mutagênicos.
Resposta: D

10) De acordo com o texto, os vírus utilizam as reações químicas


das células invadidas. Eles não apresentam metabolismo 17) a) Instruções 1 e 4, porque dificultam a dispersão e prolifera-
próprio. ção dos mosquitos vetores.
Resposta: C b) Febre amarela, malária, úlcera-de-Bauru e elefantíase.

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18) a) Segundo a maioria dos biólogos, a afirmação não é válida. 23) O doador sanguíneo era portador do HIV, que não foi detec-
b) Os vírus são parasitas celulares obrigatórios. Provavel- tado, devido à janela imunológica, ou seja, ele se contaminou
mente se originaram a partir de bactérias por um processo recentemente, e ainda não havia produzido os anticorpos
denominado evolução retrógrada. anti-HIV.
Resposta: D

19) O bacteriófago é um vírus que parasita e desintegra bactérias.


Resposta: E 24) É o Aedes aegypti que transmite os vírus da dengue e da
febre amarela.
Resposta: B
20) Trata-se da febre aftosa.
Resposta: A
25) Em razão da vacinação, medida profilática que diminui a
incidência da hidrofobia, em regiões urbanas.
21) a) Aedes aegypti. Ele também é o vetor do vírus da dengue e
da chikungunya.
26) A vacina anti-HPV (vírus do papiloma humano) é aplicada em
b) O homem foi picado pelo inseto na mata e adquiriu a doen-
várias doses.
ça. Posteriormente, esse homem dirigiu-se à região urba-
No reforço, a resposta secundária é mais rápida e intensa,
na. O vetor urbano pica o homem doente e adquire o vírus.
devido ao desenvolvimento das células da memória.
Este vírus é transmitido a outro indivíduo através da pica- Resposta: E
da desse mesmo inseto. O antibiótico é inócuo na terapia
de viroses.

22) O Aedes aegypti coloca o seu ovo em reservatórios de água


limpa. Resposta: A

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CAPÍTULO Biologia Animal

95 AS VITAMINAS

A s melhores vitaminas são compradas


na feira, no mercado e não na farmácia.

1. Conceito Carência
A hipovitaminose provoca nictalopia (cegueira
Vitaminas são compostos orgânicos que atuam como noturna), hemeralopia (ofuscamento), xeroftalmia (ulce-
coenzimas, ou seja, ativando as enzimas responsáveis ração da córnea) e baixa resistência às infecções.
pelo metabolismo celular.
Agem em pequenas quantidades, sendo obtidas por
meio dos alimentos. Fontes
As principais fontes de vitamina A são alimentos de
2. Avitaminoses origem animal, como leite, manteiga, queijos, gema de
ovo, fígado e óleo de fígado de peixes. Os melhores for-
Chamamos de avitaminoses ou doenças de carência necedores de caroteno são os vegetais verdes e amarelos,
as enfermidades causadas pela falta de certas vitaminas. como cenoura, milho, agrião, couve, alface e espinafre.
Assim, por exemplo, são avitaminoses: nictalopia, raqui-
tismo e escorbuto.

3. Classificação
Funções
As vitaminas são classificadas em dois grupos: Trata-se do calciferol ou vitamina antirraquítica,
• lipossolúveis (A, D, E e K), que se dissolvem ape- cuja função é a perfeita calcificação dos ossos e dentes.
nas em óleos e gorduras; Estas vitaminas somente são É ingerida na forma de provitamina D, que se transforma
absorvidas (assimiladas) na presença de gorduras (lípides). em D na pele, pela ação dos raios UV.
• hidrossolúveis (C e complexo B), que se dissol-
vem em água.
Carência
A hipovitaminose provoca o raquitismo na infância,
4. Vitaminas lipossolúveis a osteomalácia (amolecimento geral do esqueleto) no
adulto e a osteoporose (ossos quebradiços) no idoso.
Funções
Ocorre de duas maneiras: retinol, encontrado nos Fontes
alimentos de origem animal e provitamina A ou β-caro- As fontes alimentares são os óleos de fígado de peixes
teno, produzido pelos vegetais. É uma vitamina indis- (bacalhau, atum e cação), leite, fígado, manteiga e ovo.
pensável para a visão, bem como para a regeneração dos
epitélios (pele e mucosas).

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A MEDICINA ORTOMOLECULAR
Funções
É uma medicina alternativa que acredita É a vitamina anti-hemorrágica, que atua na coagula-
serem as doenças o resultado de desequilíbrios ção sanguínea, favorecendo a síntese de protrombina.
químicos no organismo.
A formação de radicais livres, resultantes do Carência
metabolismo oxidativo celular, associada à
A carência provoca o retardamento da coagulação do
carência de vitaminas, de minerais e de outros
nutrientes essenciais, está, segundo os defen- sangue e consequente hemorragia.
sores da medicina ortomolecular, diretamente
relacionada a esses desequilíbrios. Fontes
O cientista Linus Pauling defendia o uso de Couve, espinafre, cenoura, ervilha, tomates, fígado,
megadoses do ácido ascórbico (vitaminaC) para a ovos e leite.
profilaxia (prevenção) e para terapia (tra-
tamento) do câncer.
Uma associação da vitamina C (ácido 5. Vitaminas hidrossolúveis
ascórbico), vitamina E (tocoferol) e do β-caroteno São as vitaminas C e o complexo B, que agrupa uma
(provitamina A) seriam fundamentais na manu- série de vitaminas, não porque sejam similares na com-
tenção do equilíbrio químico do corpo. Esses posição química ou nos efeitos, mas porque tendem a
elementos contribuiriam para o aumento da
longevidade (duração da vida) e na manutenção
ocorrer juntas.
da qualidade da vida humana. (Viver mais tempo
e com muita saúde).
Linus Pauling faleceu em 19/08/1994, de
Funções
câncer de próstata! E, então? Como é que fica?
Acontece que, ao falecer, tinha 93 anos de É a tiamina ou aneurina, que atua como coenzima
idade! Teria sobrevivido, até essa idade, sem o no metabolismo dos açúcares, permitindo a liberação de
uso dessas vitaminas? energia necessária às atividades vitais. É conhecida como
Os indivíduos que não acreditam na eficácia “vitamina da disposição”, devido aos efeitos benéficos
do tratamento ortomolecular, afirmam ser limita- sobre a disposição mental.
da, a absorção da vitamina C pelo corpo. O uso de
doses elevadas dessa vitamina, somente leva à
eliminação de secreções ricas em ácido ascórbico,
Carência
como por exemplo, a urina. Os defensores da A hipovitaminose produz o beribéri, uma polineurite
ortomolecular acreditam que a breve passagem da generalizada.
vitamina C pelo organismo, já carreia (transporta)
os radicais livres. Fontes
Quem está com a razão? Você decide!! A fonte mais rica é o levedo de cerveja. Também
aparece na carne, fígado, ovos, cereais (arroz e trigo) e
frutas (maçã, pera, ameixa, pêssego e banana).

Funções
Também chamada de tocoferol ou vitamina anties-
téril, porque provoca, na sua ausência, esterilidade em Funções
ratos. No homem, tem ação antioxidante, evitando a É conhecida como riboflavina, uma constituinte das
flavoproteínas (FAD), coenzimas que atuam como trans-
oxidação de compostos celulares.
portadoras de elétrons no processo respiratório.
Carência
Carência
A carência acarreta degeneração muscular.
A carência acarreta a glossite (inflamação da língua)
e a queilose (fissuras nos cantos dos lábios).
Fontes
Os alimentos mais ricos em vitamina E são os óleos Fontes
vegetais, as hortaliças verdes, ovos, carnes e peixes. Levedo, leite, fígado, rim, queijo, verduras e peixes.

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Funções Funções
É a niacina ou nicotinamida ou ácido nicotínico, É a cianocobalamina, uma vitamina que contém co-
constituinte do NAD e do NADP, substâncias funda- balto e atua na formação de hemácias, prevenindo a anemia.
mentais na bioenergética celular.
Carência
Carência Na hipovitaminose da B12, ocorre a anemia per-
A hipovitaminose produz a pelagra (pele áspera), en- niciosa.
fermidade que se caracteriza por dermatite, diarreia e de-
mência, daí também ser conhecida como doença dos três Fontes
D(s). Fígado, carne bovina e suína, leite, queijo e ovo.

Fontes
As melhores fontes são levedo, fígado, carne (boi,
vitela e porco), aves e peixes. Funções
Quimicamente é a biotina, sintetizada pelas bactérias
e necessária para a manutenção da pele e das mucosas.
Funções
É o ácido pantotênico, constituinte da coenzima A, Carência
atuante no metabolismo dos carboidratos, lípides e A carência provoca dermatite.
proteínas e na transferência de energia. Contribui para a
formação de células, mantendo o crescimento normal, e Fontes
para o desenvolvimento do SNC. Levedo, legumes, leite, carne e peixes do mar.

Carência
A deficiência causa hipoglicemia, dermatite, pertur-
bações gástricas e alopecia (queda de pelos e cabelos).
Funções
É conhecida como ácido ascórbico. Atua nos proces-
Fontes
sos imunológicos, estimulando a produção de anticorpos,
Levedo, cereais, legumes, músculos e ovo.
e na prevenção de resfriados.

Carência
Funções A hipovitaminose determina o escorbuto, moléstia
Trata-se da piridoxina, que entra na constituição que se manifesta por fraqueza, dores musculares e san-
química das transaminases, enzimas atuantes na forma- gramento das gengivas.
ção de aminoácidos.
Fontes
Carência As melhores fontes são as frutas (laranja, limão, ca-
A hipovitaminose produz a acrodínia, doença que se ju, goiaba e abacaxi) e verduras (agrião e repolho) cruas.
caracteriza pelas inflamações das extremidades do corpo
(mãos e pés); convulsões; hiperirritabilidade.

Fontes
Levedo, trigo, fígado, rim, coração, leite, ovo, carne
e legumes.

116
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1. (FUVEST – MODELO ENEM) – No interior do Maranhão, uma 2. A obesidade, que nos países desenvolvidos já é tra-
doença que vitimou muitas pessoas começava com dormência e tada como epidemia, começa a preocupar especia-
inchaço nas pernas, evoluindo para paralisia, insuficiência listas no Brasil. Os últimos dados da Pesquida de
respiratória e cardíaca. Esses sintomas são iguais aos do beribéri, Orçamentos Familiares, realizada entre 2002 e 2003 pelo IBGE,
moléstia conhecida há mais de 2.000 anos. mostram que 40,6% da população brasileira estão acima do peso,
Nas primeiras décadas do século XX, o beribéri foi relacionado à ou seja, 38,8 milhões de adultos. Desse total, 10,5 milhões são
carência da vitamina B1, usualmente encontrada em cereais considerados obesos. Várias são as dietas e os remédios que
integrais, legumes, ovos e leite. O quadro carencial, comum em prometem um emagrecimento rápido e sem riscos. Há alguns
lugares pobres, onde a alimentação é inadequada, pode ser anos foi lançado no mercado brasileiro um remédio de ação
agravado pela ingestão de bebidas alcoólicas e pelo contato com diferente dos demais, pois inibe a ação das lipases, enzimas que
agrotóxicos. Como no passado, também hoje, as vítimas do aceleram a reação de quebra de gorduras. Sem serem quebradas
beribéri, no interior do Maranhão, são subnutridas, sendo sua elas não são absorvidas pelo intestino, e parte das gorduras
alimentação baseada quase que exclusivamente em arroz branco. ingeridas é eliminada pelas fezes. Como os lipídios são altamente
Em uma das comunidades afetadas, foram feitas algumas energéticos, a pessoa tende a emagrecer. No entanto, esse re-
propostas, visando combater a doença: médio apresenta algumas contraindicações, pois a gordura não
I. Incentivar o cultivo de hortas domésticas e a criação de absorvida lubrifica o intestino, causando desagradáveis diarreias.
pequenos animais para consumo. Além do mais, podem ocorrer casos de baixa absorção de
II. Isolar as pessoas afetadas e prevenir a doença com uma vitaminas lipossolúveis, como A,D, E e K, pois
campanha de vacinação. a) essas vitaminas, por serem mais energéticas que as demais,
III. Orientar os trabalhadores da região sobre o uso de equi- precisam de lipídios para sua absorção.
pamentos de proteção individual, quando da manipulação de b) a ausência dos lipídios torna a absorção dessas vitaminas
agrotóxicos. desnecessária.
c) essas vitaminas reagem com o remédio, transformando-se
Entre as três propostas, podem contribuir para o combate à em outras vitaminas.
doença, apenas d) as lipases também desdobram as vitaminas para que essas
a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III. sejam absorvidas.
Resolução e) essas vitaminas se dissolvem nos lipídios e só são absorvidas
junto com eles.
A proposta I pode contribuir no combate à doença porque melhora
a qualidade nutricional dos indivíduos, enriquecendo-os com a Resolução
tiamina (vitamina B1). As vitaminas A, D, E e K são lipossolúveis, sendo absorvidas junto
A proposta II é falsa porque não há vacina relacionada à moléstia com os lípides, no intestino humano.
em questão. Resposta: E
A proposta III também pode auxiliar no combate à doença porque
fortalece os indivíduos, diminuindo o risco do agravamento dos
sintomas decorrentes do emprego dos agrotóxicos.
Resposta: D

3. (ENEM) A condição física apresentada pelo personagem da tirinha é um


fator de risco que pode desencadear doenças como
a) anemia. b) beribéri. c) diabetes.
d) escorbuto. e) fenilcetonúria.

4. Dificuldade na coagulação do sangue, escorbuto, cegueira notur-


na e beribéri são doenças de carência, que podem ser associadas,
respectivamente, à deficiência das vitaminas
a) K, D, A, B2. b) B2, C, D, B1. c) B6, A, C, D.
d) C, K, D, B12. e) K, C, A, B1.

5. (UFF) – O raquitismo, doença óssea bem conhecida e descrita há


muito tempo, pode ser evitado desde que, além da ingestão de
cálcio na dieta, esteja presente no nosso organismo um
determinado nutriente.

Indique a opção que corresponde a esse nutriente.


a) Vitamina A b) Vitamina B1 c) Vitamina C
d) Vitamina D e) Vitamina K

(J. Davis. Garfield está de dieta. Porto Alegre: L&PM, 2006.)

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6. (MACKENZIE – MODELO ENEM) – Uma nova pesquisa realizada 11. O atleta que pratica halterofilismo possui uma dieta rica em
na Universidade Estadual de Pernambuco acaba de revelar que há vitaminas. No exame médico de rotina de um atleta, entretanto,
uma relação entre os níveis de homocisteína (aminoácido relacio- foi constatada falta de vitaminas lipossolúveis. Esse atleta possui
nado à formação de placas ateroscleróticas) no sangue e a doença deficiência de
de Alzheimer. Segundo a pesquisa, os níveis desse aminoácido a) quimiotripsina no pâncreas.
podem ser diminuídos com a ingestão do ácido fólico ou folato (vi- b) quimiotripsina no íleo.
tamina hidrossolúvel pertencente ao complexo B encontrada em c) lipase pancreática no intestino delgado.
alimentos como verduras de folha verde-escuro, laranja, feijão). d) lipase pancreática no estômago.
e) pepsina no estômago.
O texto permite concluir que
a) o ácido fólico ou folato é uma vitamina do complexo B que tem
o poder de curar a doença de Alzheimer. 12. Tomando uma grande dose de vitamina A, uma pessoa pode
b) a doença de Alzheimer tem, geralmente, origem genética. suprir suas necessidades por vários dias; porém, se fizer o
c) altos níveis de homocisteína no organismo são o principal mesmo em relação à vitamina C, não terá o mesmo efeito,
responsável pela doença de Alzheimer. necessitando de reposições diárias dessa vitamina.
d) altas taxas de homocisteína no organismo são um fator de Essa diferença na forma de administração se deve ao fato de a
risco para a doença de Alzheimer. vitamina:
e) a falta do ácido fólico ou folato no organismo é responsável por a) A ser necessária em menor quantidade.
doenças como aterosclerose e Alzheimer. b) A ser sintetizada no próprio organismo.
c) A ser lipossolúvel e ficar armazenada no fígado.
d) C ser mais importante para o organismo.
7. (FEI) – A carência de vitaminas representadas por 1, 2 e 3 produz
e) C fornecer energia para as reações metabólicas.
avitaminoses, cujos sintomas são, respectivamente, escorbuto,
raquitismo e cegueira noturna. Que alternativa apresenta as vita-
13. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda e, em
minas correspondentes aos números 1, 2 e 3?
seguida, assinale a alternativa que contém a sequência correta, de
a) 1: vitamina C; 2: vitamina D; 3: vitamina E.
cima para baixo.
b) 1: vitamina E; 2: vitamina B; 3: vitamina A.
(1) Hemeralopia ( ) falta de apetite
c) 1: vitamina C; 2: vitamina D; 3: vitamina A.
(2) Polineurite ( ) Irritação na mucosa bucal
d) 1: vitamina A; 2: vitamina B; 3: vitamina E.
(3) Anorexia ( ) Cegueira noturna
e) 1: vitamina C; 2: vitamina B; 3: vitamina A.
(4) Estomatite ( ) Inflamação da língua
(5) Glossite ( ) Inflamação dos nervos periféricos
8. A carência de uma ou mais vitaminas no organismo é chamada de
avitaminose. a) 3 – 4 – 1 – 5 – 2 b) 3 – 4 – 5 – 2 – 1
Assinale a alternativa que estabelece de modo correto a relação c) 4 – 3 – 5 – 1 – 2 d) 3 – 2 – 4 – 5 – 1
entre a carência de vitamina e a deficiência provocada no organis- e) 4 – 5 – 1 – 3 – 2
mo humano.
a) Carência de Vitamina A – causa o beribéri. 14. (UNIFENAS) – Na época das grandes navegações, as tripulações
b) Carência de Vitamina B – causa esterilidade. tinham uma dieta alimentar muito pobre fazendo com que os
c) Carência de Vitamina C – causa xeroftalmia. marinheiros apresentassem fraqueza, fortes hemorragias nasais e
d) Carência de Vitamina D – causa o raquitismo. gengivas inflamadas.
e) Carência de Vitamina E – causa a pelagra. Esses sintomas estão relacionados com
a) carência de vitamina C, e a doença é a chamada escorbuto.
9. (URCA) – Vitaminas são substâncias orgânicas necessárias em b) carência de vitamina B1, e a doença é chamada beribéri.
pequenas quantidades e que precisam estar presentes nos ali- c) carência de vitamina K, que provoca deficiência na produção
mentos que ingerimos. No quadro a seguir, são enumeradas algu- de proteínas anticoagulantes pelo fígado.
mas vitaminas e alguns sintomas de suas deficiências. Assinale a d) carência de vitamina A, e a doença é conhecida por nistagmo.
alternativa em que a correlação estabelecida está corretamente e) carência de vitamina D, e a doença é chamada escarlatina.
indicada.
15. (UERJ) – Um médico holandês observou, no final do século XIX,
Vitamina Sintoma da deficiência que galinhas alimentadas com arroz polido, ou descascado,
ruptura da mucosa da boca, dos lábios e das apresentava, os sintomas de uma doença conhecida como beri-
a) K béri, que era curada com a ingestão da película ou casca, retirada
bochechas.
dos grãos de arroz.
b) B1 escorbuto A substância necessária em pequenas quantidades na dieta para
evitar o beribéri é a vitamina denominada:
c) B2 hemorragias
a) E b) C c) B1 d) A
d) C beribéri
16. (FMJU) – A alimentação ideal é aquela que contém de tudo um
e) A cegueira noturna pouco. Muitos brasileiros têm ingerido muita massa e carne e
poucas verduras e frutas, que são ricas em vitaminas e sais
f) D lesão de mucosa, diarreia e distúrbios nervosos. minerais, além de consumir pouca água. A respeito dessas
substâncias, foram feitas algumas afirmações.
10. (UNICAMP) – Cada marinheiro da esquadra de Cabral recebia I. A água é importante, pois ela é fundamental no controle
mensalmente para suas refeições 15 kg de carne salgada, cebola, térmico, na hidrólise enzimática e atua como solvente de
vinagre, azeite e 12 kg de biscoito. O vinagre era usado nas refei- lipídios, substâncias polares.
ções e para desinfetar o porão, no qual, acreditava-se, escondia- II. Carnes e leguminosas são fontes de ferro, o qual atua na
se a mais temível enfermidade da vida no mar. A partir do século formação da hemoglobina e, assim, evita-se um quadro de
XVIII, essa doença foi evitada com a introdução de frutas ácidas anemia perniciosa.
na dieta dos marinheiros. Hoje, sabe-se que essa doença era III. Leite e derivados são fontes de cálcio e fósforo, minerais que
causada pela deficiência de um nutriente essencial na dieta. participam na formação e manutenção da estrutura de ossos e
(Adaptado de: Bueno, E. A viagem do descobrimento. Rio de Janeiro: dentes.
Objetiva, 1998.) IV. Cegueira noturna, escorbuto e raquitismo podem ser
a) Que nutriente é esse? causados, respectivamente, por falta de vitamina A, C e D.
b) Que doença é causada pela falta desse nutriente? É correto apenas o que se afirma em
c) Cite duas manifestações ou sintomas dessa doença. a) I. b) III. c) I e II. d) II e IV. e) III e IV.

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3) A obesidade é um fator de risco que pode desencadear doen- 10) a) Vitamina C ou ácido ascórbico.
ças, como a diabetes, e as doenças cardiovasculares, como a b) Escorbuto.
hipertensão. c) Fraqueza, dores musculares, hemorragia na gengiva e
Resposta: C queda de dentes.

4) A última alternativa mostra as vitaminas, cuja carência, estão 11) As vitaminas lipossolúveis são absorvidas junto com os
relacionadas com as consequências dessas hipovitaminoses. ácidos graxos e o glicerol, produtos resultantes da digestão
Resposta: E de lípides, processo catalisado pelas lipases (ex.: lipase
pancreática, atuando no intestino delgado).
5) O paratormônio, secretado pelas glândulas paratireóideas, na Resposta: C
presença de calciferol, ou seja, da vitamina D, auxilia na
absorção intestinal de cálcio. 12) A vitamina A é lipossolúvel. Fica armazenada no fígado. A
Resposta: D vitamina C, sendo hidrossolúvel, é eliminada facilmente na
urina.
6) A homocisteína é um aminoácido relacionado à doença de Resposta: C
Alzheimer e à formação de placas de aterosclerose.
Resposta: D 13) A primeira alternativa apresenta a associação correta.
Resposta: A
7) O escorbuto é uma hipovitaminose do ácido ascórbico. A
carência do calciferol produz o raquitismo. A cegueira no- 14) O escorbuto é uma consequência da hipovitaminose do ácido
turna é decorrente da carência da vitamina A. ascórbico, ou seja, da vitamina C.
Resposta: C Resposta: A

8) A carência da vitamina D (calciferol) dificulta a calcificação es- 15) Trata-se da tiamina, ou seja, da vitamina B1.
quelética. Resposta: C
Resposta: D
16) Os lípides são insolúveis na água. Anemia perniciosa é uma
carência da cianocobalamina (vitamina B12).
9) A cegueira noturna é uma hipovitaminose do retinol (vita- Resposta: E
mina A).
Resposta: E

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CAPÍTULO Biologia Animal

5
10 AS DROGAS

O tabaco é extraído das folhas da Nicotiana tabacum. Apresenta


uma grande quantidade de substâncias nocivas como, a nicotina, o alcatrão
e o monóxido de carbono. É uma droga que acarreta muitas doenças
como, por exemplo, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).

Tabaco.

1. Generalidades Compostos que ocasionam a dependência química


e/ou psíquica podem ser utilizados para fins medicinais
A palavra droga, em linguagem popular, significa
ou não. A dependência poderá ocorrer em função do tipo
“coisa ruim”. Na medicina, é sinônimo de remédio, me-
de composto, doses e tempo de utilização.
dicamento.
Talvez derive de drooge (holandês antigo), signifi-
cando “folha seca”. Antigamente, muitos medicamentos 4. Tolerância
já eram elaborados à base de folhas de vegetais. É a adaptação do organismo a determinada droga.
As drogas são compostos químicos que podem pro- Ela “obriga” o usuário, no decorrer do tempo, ao aumen-
vocar mudanças nas sensações, no grau de consciência e to das dosagens para a obtenção dos mesmos efeitos.
no estado emocional do indivíduo.
As drogas podem ser lícitas e ilícitas. 5. Síndrome da Abstinência
As lícitas ou legais podem ser comercializadas, co-
É um conjunto de sinais e sintomas que o indivíduo,
mo o álcool e o tabaco; algumas são de uso controlado,
usuário da droga, apresenta na interrupção do uso. Ela
compradas apenas com receita médica.
As ilícitas ou ilegais podem provocar dependência pode ocasionar calafrios, tremores, náuseas, vômitos, de-
química e/ou psíquica, sendo sua comercialização proibida. lírios, confusão mental etc.
Segundo a farmacologia, a “droga ruim” deveria ser de-
nominada psicotrópica. 6. Álcool
Há diferentes tipos de compostos psicoativos.

2. Dependência química
É um estado “anormal” que ocorre quando, após o uso
repetido de uma droga, há uma supressão de seu uso. A
heroína, a morfina etc. podem ocasionar esse tipo de de-
pendência. As drogas podem “interferir” no mecanismo
de transmissão sináptica realizada pelos neurotransmis-
sores (dopamina, serotonina, adrenalina, acetilcolina etc.).

O longo caminho do gole.


3. Dependência psíquica
É uma “vontade” incontrolável de utilizar determina- É usado como antisséptico na medicina.
da droga. A abstinência pode ocasionar tristeza, frustra- O consumo de bebidas alcoólicas pode tornar-se um
ção e insatisfação. hábito e ocasionar uma forte dependência.

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Beber pode ser agradável, sem prejudicar a saúde. O 8. Barbitúricos


efeito inicial é um “bem-estar”; traz alegria, desinibição,
Os barbitúricos podem ocasionar uma dependência
segurança.
semelhante à obtida por outras drogas, utilizadas como
O álcool ultrapassa facilmente a membrana celular,
tranquilizantes.
interferindo nos reflexos, no batimento cardíaco. O uso
Tanto o barbitúrico como o álcool possuem um efeito
sistemático de elevadas doses pode ocasionar uma forte
inicial estimulante que é, então, suprimido pelo sedativo.
depressão. Ele modifica o pensamento, a coordenação
Os barbitúricos provocam um relaxamento das inibi-
motora, estimulando a agressividade, o comportamento
ções, modificando o julgamento e a coordenação motora.
violento e o exibicionismo.
A administração periódica pode provocar uma in-
É um depressor do sistema nervoso central.
toxicação crônica, diminuindo a capacidade intelectual e
O álcool diminui o autocontrole, provoca sonolência,
podendo ocasionar a morte, nas “overdoses”.
reações lentas, relaxamento, reduz a capacidade de con-
A interrupção do uso de barbitúricos pode acarretar
centração.
ansiedade, tremores, insônia, emagrecimento e delírios.
O uso do álcool etílico ao longo do tempo pode oca-
O dependente químico necessita de acompanhamento
sionar a perda de memória, hipertensão, hepatite, cirrose médico.
hepática e até a impotência.
A abstinência pode gerar ansiedade, alucinações,
9. Esteroides anabolizantes
tremores e até convulsão.
São usados no combate ao cansaço e no aumento da
7. Anfetaminas (bolinhas) resistência física, da força muscular e do peso corpóreo,
causando agitação, euforia, hipertensão, insônia e até
São compostos químicos semelhantes aos utilizados alucinações.
na medicina para diminuir o apetite, reduzir a obesidade, Ao longo do tempo, poderão haver mudanças na per-
relaxar, dar ânimo ao indivíduo etc. sonalidade, no humor e danos ao cérebro, rins, fígado
São poderosos estimulantes com propriedades alucinó- (câncer), esqueleto e até a redução na gametogênese, ou
genas, elevando a atividade mental e a excitação do sis- seja, na produção de células sexuais.
tema nervoso. A abstinência pode acarretar depressão, dores abdo-
Ocasionam um “bem-estar” subjetivo e uma euforia, minais, exaustão e sono profundo.
podendo ocorrer a dependência quando não submetidos à
rigorosa supervisão médica.
10. Maconha
Pequenas doses mascaram o cansaço, aumentando a
vivacidade. Doses elevadas podem provocar um com-
portamento agressivo, violento e antissocial.

Maconha.

É uma droga derivada do cânhamo, Cannabis sativa.


Também conhecida por marijuana, skank, skunk, haxixe,
Anfetaminas. ganja, dagga, kif, bhano, diamba etc.
Costuma ser ingerida, junto ao alimento ou bebida e,
A tolerância a essas drogas pode produzir agita- também, fumada.
ção, insônia, alucinações e delírios. Apresenta mais de quatrocentos agentes químicos,
Sonolência, diarreia, dilatação das pupilas, depres- incluindo o THC (tetrahidrocannabinol). Alguns desses
são e ansiedade são também sintomas relacionados ao agentes são cancerígenos.
uso desses alucinógenos.
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Ela relaxa o corpo e a memória, modifica o humor. depressão, náuseas, hemorragia nasal, tosse crônica e até
A maconha é uma droga de patamar, ou seja, pode tendências ao suicídio.
conduzir ao uso de outras drogas, mais “pesadas”. Quando essa droga é injetada, usando seringas con-
Ocasiona euforia, mudanças sensitivas e perceptivas, taminadas, aumenta o risco da aquisição de DST(s), co-
alucinações visuais e auditivas. mo a AIDS.
Inflama as conjuntivas, tornando os olhos vermelhos O uso ao longo do tempo pode danificar o cérebro e
e as pupilas dilatadas. Prejudica a coordenação e a o coração.
concentração; provoca medo agudo e ansiedade. A interrupção do uso da cocaína pode resultar em
“Overdoses” podem acarretar uma intoxicação aguda, apatia, irritabilidade, depressão e dependência psíquica
confusão mental, pânico e agitação. profunda.
O uso dessa droga pode, ao longo do tempo, danifi-
car o coração, o pulmão, o cérebro e os órgãos sexuais,
diminuindo a fertilidade.
A abstinência pode provocar insônia, perda de apeti-
te e irritabilidade.
Skank ou skunk é uma maconha sete vezes mais po-
tente do que a convencional.

O pó de cocaína. Pedra de crack.

12. LSD/ Ecstasy


Compreendem a mescalina, alcaloide ativo extraído
de um cacto ou de sementes de ipomeia; a psilocibina,
extraída de um cogumelo; o LSD-25 (dietilamida do áci-
do lisérgico), extraído de um fungo denominado
Claviceps purpurea, que cresce no centeio e no trigo.
São alucinógenos. Excitam o sistema nervoso central
Uma droga perigosa, sim. e a atividade autônoma. Modificam o humor, ocasionan-
do euforia ou depressão, ansiedade, alterações visuais,
11. Cocaína/Crack dilatação das pupilas, hipertensão, confusão mental, pa-
É um alcaloide extraído das folhas da “coca”, arbus- ranoia e pânico.
to natural dos Andes. O crack é uma forma variante do Geralmente, o uso de alucinógenos aumenta o risco
pó de cocaína, fumável e conhecido por “pedra”. de acidentes.
Poderoso estimulante cerebral, muito destruidor, Ao longo do tempo, podem danificar o cérebro e
causando modificações na memória e danificando o sis- ocasionar sérios problemas gástricos.
tema nervoso central. A abstinência pode, esporadicamente, ocasionar
flash backs.

O “cachimbinho” do crack.

Pode dar ao usuário a sensação de possuir uma ele-


vada força muscular, fazendo o indivíduo superestimar a
sua capacidade.
Provoca alucinações auditivas, visuais e tácteis, náu-
seas, perda de apetite, insônia e comportamento antisso-
cial. Interfere no humor, provoca tremedeira, agitação, A ação dentro do cérebro.

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Heroína. Papoula.

Ecstasy.
14. Inalantes
São compostos químicos, geralmente anestésicos, sol-
ECSTASY ventes voláteis que podem ocasionar embriaguez, ator-
doamento e até euforia. Compreendem o éter etílico, o
O ecstasy também é conhecido como a “droga clorofórmio, a acetona e o tolueno. Deprimem o sistema
do amor”. O usuário apresenta uma sensação de nervoso central, produzindo efeitos semelhantes aos do
leveza, alegria e “bem-estar”. Ele ocasiona uma álcool.
hipersensibilidade do tato. Qualquer toque no Podem ser inalados como fumaça ou cheirados ao
corpo do indivíduo leva-o a ter a sensação mul- natural. A cola de sapateiro, o spray de pintura, a gasoli-
tiplicada. A substância ativa do ecstasy é o MDMA na, o querosene, o lança-perfumes, o esmalte, os extinto-
(metilenodioxidometanfetamina). res de incêndio também podem ser incluídos nesse grupo
O MDMA não chega a produzir as mesmas de drogas.
alucinações do LSD, nem a excitação de Provocam alucinações, sangramento do nariz, con-
estimulantes, como a cocaína. Ele mistura efeitos vulsões, lesando o cérebro, o fígado e os rins.
moderados das duas drogas. A abstinência causa ansiedade, agitação e comporta-
O ecstasy pode provocar uma hipertermia, a mento antissocial.
elevação da temperatura do corpo e até a morte.

15. Tabaco
O “fumo” apresenta muitos compostos químicos
13. Ópio, morfina e heroína nocivos, destacando-se a nicotina, o alcatrão e o monóxi-
São obtidos a partir da resina da papoula, a Papaver do de carbono.
somniferum. A nicotina, alcaloide estimulante do sistema nervoso
Podem ocasionar a dependência psíquica, e também, central, é extraída de folhas da Nicotiana tabacum.
a tolerância, mesmo em pequenas doses. A heroína Há uma nítida relação entre o tabagismo e o câncer de
costuma ser injetada, fumada ou inalada. pulmão.
São inibidores dos impulsos, ocasionando uma indi- O tabaco apresenta substâncias cancerígenas, que
ferença à dor, à fome e à atividade sexual. causam mutações nos genes reguladores da divisão ce-
Provocam apatia, depressão respiratória, hipotensão, lular, facilitando a proliferação celular descontrolada e
contração da pupila etc. originando o tumor cancerígeno.
O dependente quer obter a droga por qualquer meio, Provoca perda do paladar, do apetite, astenia, tosse
lícito ou ilícito, devido à elevada dependência química. crônica, falta de fôlego, hipertensão, miocardiopatias e
enfisema pulmonar.

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(Folha de S. Paulo, 17. mar. 2002.)

Analisando o texto da Folha de S. Paulo e usando os seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.
a) Como acontece com todas as drogas, o ecstasy somente apresenta efeitos negativos no homem.
b) Todos os efeitos provenientes do uso do ecstasy são benéficos à saúde humana.
c) O uso do ecstasy não provoca danos psicológicos em seus usuários.
d) O uso do ecstasy pode provocar no ser humano um aumento da temperatura corpórea.
e) O comprimido de ecstasy apresenta MDMA, metilenodioximetanfetamina, produto sintético estimulante e alucinógeno que não interfere no
sistema nervoso
Resolução
O uso do ecstasy pode ocasionar uma hipertermia.
Resposta: D

2. Há cerca de dez anos, estimava-se que 11,2% da população brasileira poderiam ser considerados dependentes de álcool. Esse
índice, dividido por gênero, apontava que 17,1% da população masculina e 5,7% da população feminina eram consumidores da
bebida. Quando analisada a distribuição etária desse consumo, outro choque: a pesquisa evidenciou que 41,2% de estudantes da
educação básica da rede pública brasileira já haviam feito uso de álcool.
Dados atuais apontam que a porcentagem de dependentes de álcool subiu para 15%. Estima-se que o país gaste 7,3% do PIB por ano para
tratar de problemas relacionados ao alcoolismo, desde o tratamento de pacientes até a perda da produtividade no trabalho. A indústria do álcool
no Brasil, que produz do açúcar ao álcool combustível, movimenta 3,5% do PIB.

(Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 28, n.° 4, dez.2006 e Internet: <www.alcoolismo.com.br> (com adaptações).)

A partir dos dados acima, conclui-se que


a) o país, para tratar pessoas com problemas provocados pelo alcoolismo, gasta o dobro do que movimenta para produzir bebida alcoólica.
b) o aumento do número de brasileiros dependentes de álcool acarreta decréscimo no percentual do PIB gasto no tratamento dessas pessoas.
c) o elevado percentual de estudantes que já consumiram bebida alcoólica é indicativo de que o consumo do álcool é problema que deve ser
enfrentado pela sociedade.
d) as mulheres representam metade da população brasileira dependente de álcool.
e) o aumento na porcentagem de brasileiros dependentes de álcool deveu-se, basicamente, ao crescimento da indústria do álcool.
Resolução
O problema do consumo de álcool deve ser enfrentado pela sociedade.
Resposta: C

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3. (UNAERP) – Fumar durante a gravidez pode prejudicar o bebê. 8. (FUVEST) – O quadro abaixo destaca dois conceitos biológicos:
Essa frase, muito divulgada nas embalagens de cigarros, alerta as câncer e sistema respiratório de insetos.
gestantes quanto ao perigo de substâncias presentes na fumaça
do cigarro que podem alterar o desenvolvimento embrionário nor-
mal, provocando malformações.
Essas substâncias são denominadas genericamente
a) carcinogênicas.
b) clastogênicas.
c) teratogênicas.
d) mutagênicas.
e) patogênicas.

4. (UNIFESP) – Leia os versos seguintes.


“Uns tomam éter, outros cocaína
Eu tomo alegria!” a) Faça uma breve descrição de como o nefasto hábito de fumar
(Manuel Bandeira, Não sei dançar.) está associado ao desenvolvimento de câncer de pulmão, garan-
tindo que, em seu texto apareçam, de forma relacionada, os se-
Éter e cocaína são drogas que agem, respectivamente, como de- guintes conceitos: tumor, mutação, fumo, proliferação celular
pressora e estimulante do sistema nervoso central (SNC). Depres- descontrolada, genes reguladores da divisão celular.
são e estimulação do SNC também podem ser efeitos do uso, b) Descreva o caminho da fumaça de um cigarro desde o meio
respectivamente, de externo até as células do corpo de uma barata.
a) nicotina e maconha. 9. Em relação à maconha, assinale a alternativa falsa.
b) ácido lisérgico (LSD) e álcool. a) É extraída da planta denominada Cannabis sativa.
c) crack e ecstasy. b) É um alucinógeno.
d) álcool e crack. c) Torna os olhos vermelhos e dilata as pupilas.
d) Costuma ser fumada e nunca ingerida pelo usuário.
e) maconha e LSD.
e) Seu princípio ativo é o THC (tetrahidrocanabinol).
10. Em relação à cocaína, assinale a alternativa falsa.
5. O poder de adaptação do corpo, caracterizado pela diminuição dos a) É um alcaloide.
efeitos à mesma quantidade de droga, é denominado b) Estimula o sistema nervoso central.
a) tolerância. c) É extraída de folhas do arbusto denominado Erythroxylon coca.
b) síndrome de abstinência. d) Somente é aspirada pelo usuário.
c) vício irreversível. e) Como efeitos imediatos do seu uso, ocorrem diminuição da
d) dependência psíquica. fadiga, da fome e taquicardia.
e) efeito patamar.
11. Sobre a heroína, assinale a alternativa verdadeira.
6. As drogas anorexigênicas, usadas para diminuir o apetite nos re- a) É extraída da papoula, Papaver somniferum.
gimes de emagrecimento, são farmacologicamente semelhantes b) Como forma de uso, sempre é injetada.
a) às anfetaminas. c) Nunca é fumada.
b) aos derivados alcoólicos. d) Nunca é inalada.
c) aos opiatos. e) Nunca interfere no desejo sexual.
d) aos solventes orgânicos, ex.: éter.
e) à acetona e ao benzeno. 12. (UNESP) – A placenta desempenha várias funções no organismo
humano, entre elas a de transporte de substâncias.
7. Associar a) Cite duas substâncias que são transportadas do feto para o
I. alucinógeno extraído da Cannabis sativa. organismo da mãe e duas que são transportadas do organismo
II. alcaloide estimulante do sistema nervoso central, extraído de da mãe para o feto, considerando, neste último caso, apenas
folhas do arbusto Erythroxylon coca. substâncias que podem causar prejuízos ao feto.
III. narcótico analgésico e relaxante extraído da seiva da papoula, b) Além da função de troca de materiais entre o feto e o orga-
Papaver somniferum. nismo materno, cite outras duas funções da placenta.
IV. estimulante alucinógeno sintético conhecido como a “droga
do amor”, metilenodioximetanfetamina (MDMA). 13. (UEPB – MODELO ENEM) – O câncer é uma doença ocasionada
V. alcaloide estimulante do sistema nervoso central, extraído das pela incapacidade das células em responder aos processos nor-
folhas da Nicotiana tabacum. mais de controle de suas divisões. Nesta doença, as células
passam a se dividir de forma anormal e descontroladamente e
A– cocaína
podem invadir outros órgãos, além daquele onde se originam.
B– heroína
Atualmente, muitas formas de câncer podem ser tratadas, por
C– nicotina
meio de cirurgias, medicamentos ou radioterapias. No entanto, o
D– ecstasy
conhecimento sobre os denominados fatores de risco, é um
E– maconha
caminho para a prevenção de várias formas de câncer. O câncer
de pulmão e laringe está associado com o fator de risco:
a) I – E; II – A; III – B; IV – D; V – C.
a) Substâncias químicas
b) I – E; II – B; III – A; IV – D; V – C.
b) Radiação solar em excesso
c) I – D; II – C; III – A; IV – B; V – E.
c) Determinadas infecções
d) I – D; II – E; III – B; IV – C; V – A.
d) Tabagismo
e) I – C; II – D; III – E; IV – A; V – B.
e) Alcoolismo

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14. (MODELO ENEM) – O gráfico a seguir apresenta resultados de Dentre as drogas relacionadas, há uma que tem sido detectada
uma pesquisa sobre o consumo de drogas, realizada com 943 em alguns atletas que participam de competições esportivas e
jovens estudantes de um grande município do Estado de São Paulo utilizada por jovens ou adolescentes que cultuam o chamado
“corpo sarado”. Trata-se
a) do ecstasy, pois melhora o desempenho nas práticas espor-
tivas, embora provoque ansiedade.
b) do anabolizante, que, na forma de esteroides, aumenta a massa
muscular, sem provocar sérios problemas ou danos à saúde.
c) do anabolizante, que, na forma de esteroides, aumenta a
massa muscular, mas pode causar esterilidade, impotência e
doenças cardíacas.
d) do ecstasy, pois aumenta a massa muscular, embora
provoque depressão.
e) da cocaína, pois acelera a circulação e, consequentemente, as
contrações musculares, embora provoque sérios efeitos
colaterais.

(Folha de S. Paulo, 01. jun. 2004)

3) As drogas que podem modificar o desenvolvimento embrio- 10) A cocaína costuma ser aspirada, fumada e injetada por
nário, ocasionando malformações, são denominadas: terato- dependentes.
gênicas (ex.: Talidomida). Resposta: D
Resposta: C

11) É extraída da seiva da papoula. Costuma ser fumada, inalada


4) O álcool e o crack são drogas, respectivamente, depressora e ou ingerida. Pode diminuir a libido, ou seja, o desejo sexual.
estimulante do sistema nervoso central. É analgésica e relaxante.
Resposta: D Resposta: A

5) Trata-se da tolerância. O dependente, para obter as mesmas 12) a) Do feto para a mãe: gás carbônico e ureia.
sensações, aumenta as dosagens. Da mãe para o feto: álcool e nicotina.
Resposta: A b) Produção de hormônios (estrógenos, progesterona e
gonadotrofina coriônica) e defesa imunológica.

6) As anfetaminas diminuem o apetite.


Resposta: A 13) Há uma grande relação entre o câncer de pulmão e da laringe
e o tabagismo.
Resposta: D
7) A primeira alternativa contém a associação correta.
Resposta: A
14) Os esteroides anabolizantes são hormônios que aumentam a
massa muscular, mas podem causar efeitos colaterais graves.
8) a) O fumo apresenta substâncias cancerígenas que provo- São exemplos: esterilidade, impotência sexual, doenças car-
cam mutação nos genes reguladores da divisão celular, díacas etc.
ocasionando uma proliferação celular descontrolada e ori- Resposta: C
ginando o tumor cancerígeno.
b) A fumaça penetra através dos espiráculos, difunde-se pe-
los canais traqueais, chegando às células do animal. A he-
molinfa não transporta gases respiratórios.

9) Há dependentes que ingerem o THC.


Resposta: D

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CAPÍTULO Biologia Animal

5
11 TIPOS DE REPRODUÇÃO

A reprodução consiste na produção de novos indivíduos,


favorecendo à continuidade da espécie.

1. Generalidades Divisão múltipla ou esquizogênese


A célula divide primeiro o núcleo e depois o proto-
Reprodução é a capacidade que uma espécie apre-
plasma, formando quatro ou mais indivíduos. A célula-
senta de produzir novos indivíduos, da mesma espécie. mãe é chamada esquizonte e as resultantes merozoítas.
Há dois tipos de reprodução: assexuada e sexuada. Ex.: Plasmodium vivax, agente etiológico da malária.

A reprodução que envolve apenas um pai e não apre-


senta estruturas reprodutivas especiais é denominada as-
sexuada. Esta reprodução limita-se aos animais inferior-
mente organizados. Origina clones de indivíduos.
Entre os principais tipos de reprodução assexuada,
citaremos: cissiparidade, esquizogênese, estrobilização,
gemiparidade e regeneração.
Em populações de reprodução assexuada, todos os
Esquizogonia ou esquizogênese.
indivíduos são geneticamente iguais, diferindo apenas
quando ocorrer mutação. Estrobilização
É um tipo de reprodução em que ocorre a fragmen-
Cissiparidade, bipartição ou reprodução binária tação de um indivíduo em duas ou mais partes, as quais
crescem, refazendo animais completos ou formando co-
lônias. Ocorre, por exemplo, na Taenia solium.

Cissiparidade na ameba (protista).

É um processo muito primitivo de reprodução. Ocor-


re nas bactérias (reino monera), nos unicelulares (ex.:
ameba) e consiste na divisão de uma célula-mãe em duas
células-filhas. Estrobilização em Taenia solium, formando uma colônia.

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Gemiparidade ou brotamento
É um tipo de reprodução que consiste no apare-
cimento, sobre um indivíduo pai, de uma protuberância
(gema ou broto), que se destaca, cresce, originando um
novo indivíduo. Em alguns casos, a gema ou broto per-
manece unida ao pai, formando uma colônia. Ocorre, nos
protistas, nas esponjas, nos celenterados etc.
O óvulo.
Regeneração
Alguns animais têm a capacidade de regenerar, ou Num típico espermatozoide de mamífero, distinguimos
seja, reconstituir partes perdidas por mutilações ou quais- três partes: cabeça, colo ou peça intermediária e cauda. A
quer outras causas. Os animais jovens e as espécies cabeça varia nas diversas espécies, podendo ser esférica,
inferiormente situadas possuem uma capacidade de rege- ovoide, alongada etc.
neração bem maior do que em animais idosos e espécies Nela, encontramos o núcleo, o acrossomo e o capucho
superiores. Citaremos, como exemplo, a regeneração da cefálico. O acrossomo é uma pequena hemisfera, situada
planária. no ápice do núcleo. O capucho cefálico é uma estrutura
membraniforme que cresce à volta do acrossomo, na
superfície da membrana nuclear.

Regeneração na planária.

Os crustáceos permitem que suas tenazes sejam ar-


rancadas. A lagartixa consegue fugir de um perseguidor,
quebrando a própria cauda. A este processo de ampu-
tação voluntária, dá-se o nome de autotomia. O espermatozoide.

Eventualmente, metade da superfície nuclear é recoberta


2. Reprodução sexuada pelo capucho cefálico. Salienta-se que o acrossomo e o
Em muitos grupos de animais ocorre a reprodução capucho são formados pelo complexo golgiense.
sexuada, na qual os novos indivíduos são originados a Na peça intermediária, encontramos dois centríolos, um
partir das células produzidas pelos pais. proximal, na base do núcleo, e o outro distal, de onde
parte o flagelo, cuja porção inicial aparece envolvida por
uma bainha mitocondrial. A cauda apresenta estrutura si-
Os gametas que se unem na fecundação podem ser iguais milar à de um flagelo, com um feixe de filamentos, en-
ou diferentes entre si; no primeiro caso, temos a volvido por delgada bainha citoplasmática, que não che-
isogamia, e no segundo, a anisogamia ou heterogamia. ga até a extremidade.
Os casos de heterogamia são muito mais frequentes. O
processo de penetração do espermatozoide no óvulo e a 3. Fecundação
consequente fusão chama-se fertilização, embora possa A fecundação consiste na união de dois gametas de
ser chamado também de fecundação. Antes de descrever sexos diferentes, com a fusão dos núcleos e formação de
os fenômenos da fertilização, vamos considerar, sumaria- uma célula com núcleo diploide (ovo ou zigoto).
mente, que o óvulo é uma célula grande, contendo um
citoplasma volumoso e rico em uma mistura altamente
nutritiva (o vitelo ou deutoplasma).
Quando a penetração do espermatozoide é efetuada
O óvulo é envolvido por duas membranas: a mais inter-
no interior do organismo produtor de gametas femininos,
na é a plasmática e a externa chama-se membrana vite-
podendo ocorrer no ovário ou então ao longo dos condu-
línica.
tores genitais (ovidutos).

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Comum em animais aquáticos, nos quais a união dos


gametas é feita na água.

4. Fenômenos
morfológicos da fecundação
Na fecundação, distinguimos fenômenos internos e
externos. O primeiro fenômeno externo é a produção, por
parte do óvulo, de certas substâncias pelas quais os es-
permatozoides têm quimiotactismo positivo, isto é, atra-
ção por substâncias químicas. Tais substâncias são deno-
minadas fertilizinas. O fenômeno seguinte é a formação
do chamado cone de atração, isto é, pequena elevação
localizada no óvulo. O nome não é muito apropriado,
porque, muitas vezes, em vez de elevação, aparece uma
depressão e, outras vezes, nenhum fenômeno ocorre, po-
Animal monoico ou hermafrodita é aquele que apresenta,
rém, quando o cone existe, é por aí que o espermatozoide
no mesmo organismo, gônadas masculinas e femininas.
penetra, perfurando as duas membranas do óvulo.
É o que acontece com numerosos invertebrados, como,
Depois da penetração do espermatozoide, ocorre mais por exemplo, a minhoca.
um fenômeno visível externamente: é a eliminação de Ao observar a reprodução em certos hermafroditas,
uma parte do vitelo para o espaço compreendido entre as notam-se, frequentemente, certos dispositivos que im-
duas membranas; consequentemente, por fora do óvulo, possibilitam a autofecundação; estes podem consistir em:
fica uma espessa membrana de fertilização. Cientistas 1 – uma disposição tal dos órgãos que não permite a
acreditam que a membrana de fertilização consegue im- cópula entre os mesmos;
pedir a entrada de outros espermatozoides, por ser muito 2 – ocorrência de dicogamia, isto é, maturação de ga-
espessa. O fenômeno da eliminação do vitelo chama-se metas em épocas diferentes. Denominamos em protan-
dria, quando os espermatozoides são produzidos antes dos
deutoplasmólise.
óvulos e protoginia, quando sucede o contrário.
O primeiro fenômeno interno de fertilização é a perda e
Nas espécies dioicas ou unissexuadas, cada organismo
absorção da cauda, embora não seja obrigatória. Em apresenta um dos órgãos reprodutores (animais unis-
seguida, o restante do espermatozoide sofre uma rotação sexuados ou de sexo separado).
de 180°, voltando-se a peça intermediária na direção do
núcleo do óvulo, e, em torno de sua extremidade, organi- 5. Dimorfismo sexual
za-se um áster.
Com o nome de dimorfismo sexual designamos as
Continuando o processo de fertilização, verificamos que
diferenças morfológicas que, nos animais unissexuados,
a peça intermediária vai desaparecendo, enquanto a permitem diferenciar o macho da fêmea.
região da cabeça vai sofrendo um arredondamento, tor-
na-se esférica e o núcleo passa então a chamar-se pro- 6. Evolução do ovo
núcleo masculino. Aos poucos, a peça intermediária, a
membrana e o citoplasma do espermatozoide vão sendo
absorvidos. Aos poucos, o pronúcleo masculino vai São aquelas que eliminam ovos que irão se desenvol-
deslizando à procura do pronúcleo feminino. ver totalmente no meio externo. Ex.: aves.
Já perto do fim do processo, verificamos que os pro-
núcleos masculino e feminino ocupam o mesmo plano,
que é perpendicular ao plano formado por um fuso; final- Produzem ovos, cujo desenvolvimento é feito par-
mente, ocorre a fusão entre o pronúcleo masculino e o cialmente no interior do organismo materno. Durante sua
pronúcleo feminino, fenômeno este chamado anfimixia permanência no corpo materno, o embrião não se nutre a
ou cariogamia. expensas da mãe, mas consome as reservas nutritivas
existentes no ovo. Ex.: répteis.
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CURIOSIDADES REPRODUTIVAS
Neste caso, o desenvolvimento é feito totalmente no
interior do útero, realizando-se a expulsão do filho atra- 8. Partenogênese
vés do parto. Ex.: mamíferos.
Fala-se em partenogênese quando um óvulo é capaz
de se desenvolver, sem que um gameta masculino o tenha
7. Tipos de desenvolvimento fertilizado. Em numerosas espécies animais, o óvulo é
capaz de entrar espontaneamente em segmentação, mas o
processo é mais comum em insetos e crustáceos.
Em certos animais, após os primeiros estádios de de-
senvolvimento, o embrião apresenta uma forma relativa-
mente parecida com a dos adultos de sua espécie; por ou-
tro lado, sem diferenças profundas entre as diversas fases. Partenogênese arrenótoca
Neste caso, o desenvolvimento é chamado direto. Dos óvulos partenogenéticos evoluem apenas os
Ex.: aves. machos. Ex.: abelhas (zangões).

Partenogênese telítoca
Dos óvulos partenogenéticos evoluem apenas as fê-
meas. Ex.: afídeos (pulgões).
Outros seres, antes de chegarem ao estado adulto,
passam por uma série de formas externas, denominadas
Partenogênese deuterótoca
larvas, que diferem profundamente da forma adulta. Ex.:
Dos óvulos partenogenéticos evoluem indivíduos de
anfíbios.
ambos os sexos. Ex.: afídeos (pulgões).

POLIEMBRIONIA
9. Pedogênese
O fenômeno conhecido por poliembrionia
consiste na formação de dois ou mais indivíduos Denomina-se pedogênese a ocorrência de parteno-
a partir de um só ovo. O fenômeno chega a gênese na fase larvária, produzindo outras larvas. Cita-
lembrar uma espécie de reprodução assexuada, remos como exemplo típico o Schistosoma mansoni. Ele
devido à separação dos blastômeros, no início da realiza pedogênese no interior do caramujo.
segmentação.
No homem, a poliembrionia é responsável
pela formação de gêmeos idênticos. Se um 10. Neotenia
embrião se parte acidentalmente em dois nas
Nas salamandras, as larvas, denominadas axolotles,
fases iniciais da segmentação, dois indivíduos
sob certas condições, tornam-se sexualmente maduras,
idênticos (com o mesmo patrimônio genético)
produzindo óvulos fertilizáveis; a este fenômeno, dá-se o
serão formados. Quando a separação das células
nome de neotenia.
não é completa, resultam os chamados gêmeos
siameses, que nascem unidos por alguma parte
do corpo.
Nos tatus, a poliembrionia é uma condição
normal, pela qual cada ovo produz de quatro a
seis organismos idênticos. Trata-se de uma
clonação natural.

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1. 2. (MODELO ENEM) – Considere o ciclo de vida da hidra, represen-


tado a seguir.

(Sônia Lopes. BIO 2. São Paulo: Saraiva. 1992. p. 194)

Quando as condições ambientais são favoráveis e constantes, só


ocorre o processo II, mas, no caso de haver modificações
desfavoráveis nessas condições, as hidras passam a reproduzir-se
como esquematizado em I.
Nas condições ambientais desfavoráveis, o processo
a) I e o processo II são igualmente vantajosos porque somente
produzem indivíduos geneticamente iguais entre si e aos pais.
(Fernando Gonsales. Vá Pentear Macacos! São Paulo: Devir, 2004.)
b) I é mais vantajoso porque promove a variabilidade genética
São características do tipo de reprodução representado na tirinha: entre os descendentes.
a) Simplicidade, permuta de material gênico e variabilidade gené- c) I é mais vantajoso porque produz somente indivíduos
tica. geneticamente iguais entre si.
b) Rapidez, simplicidade e semelhança genética. d) II é mais vantajoso porque promove a variabilidade genética
c) Variabilidade genética, mutação e evolução lenta. entre os descendentes.
d) Gametogênese, troca de material gênico e complexidade. e) II é mais vantajoso porque produz somente indivíduos geneti-
e) Clonagem, gemulação e partenogênese. camente iguais entre si.
Resolução Resolução
A tira mostra o processo de reprodução chamado bipartição. Por A reprodução sexuada é mais vantajosa porque aumenta a
ser uma forma reprodutiva assexuada, é rápida, simples e não variabilidade da espécie, aumentando a probabilidade do animal
produz variabilidade genética. sobreviver em novos ambientes.
Resposta: B Resposta: B

3. O padrão reprodutivo mais frequente entre os protistas é o 4. Qual dos gráficos a seguir representa o crescimento de uma po-
assexuado. Abaixo, temos exemplo de pulação de procariontes que se reproduzem por divisão binária?

a) cissiparidade ou bipartição.
b) divisão múltipla.
c) conjugação.
d) esporogonia.
e) brotamento ou gemiparidade.

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5. (FUVEST) – Diversas espécies de seres vivos se reproduzem as- d) a grande produção de gametas masculinos garante o desen-
sexuadamente quando o ambiente é favorável e estável. Quando volvimento de zigotos.
as condições ambientais se tornam desfavoráveis, esses orga- e) as mitoses existentes em cada zigoto são consequência de
nismos passam a se reproduzir sexuadamente. Justifique a im- recombinação gênica.
portância de mudança do tipo de reprodução na sobrevivência
dessas espécies. 11. (UNICAMP) – Sobre uma mesa há dois ratinhos semelhantes, em
tamanho, forma e cor. Um deles goteja um pouco de líquido, des-
6. (FUVEST) – Quais organismos têm maior probabilidade de se loca-se em uma linha reta até cair da mesa e emite um ruído como
adaptarem a ambientes em contínua modificação: aqueles que se de engrenagens, que logo cessa. O outro ratinho percorre a mesa
reproduzem por autofecundação ou aqueles que se reproduzem em linha sinuosa, vai até a borda e volta; anda para lá e para cá,
por fecundação cruzada? Por quê? parecendo indeciso, como à procura de algo. De repente, dirige-se
para um punhado de grãos, dos quais alguns são mordiscados e
7. Como é denominada a reprodução representada abaixo? Qual é o ingeridos. Em seguida, esse ratinho urina e defeca e, depois disso,
volta para junto dos seus filhotes, numa caixinha em cima da
filo deste animal?
mesa. Quais as características, que você pode usar, da descrição
acima, para dizer que um dos dois ratinhos é um ser vivo?

12. (PUC) – Os gêmeos Renato e Marcelo e as gêmeas Cristina e


Fernanda originaram-se de zigotos distintos. Já Eduardo e Rodri-
go desenvolveram-se a partir de blastômeros originados de um
mesmo zigoto.

8. (FARM. ODONT. ALFENAS) – Observe o ciclo reprodutivo da Assinale a alternativa correta relativa aos gêmeos citados.
abelha doméstica e assinale a alternativa correta. a) Os três pares de gêmeos são fraternos.
b) Os três pares de gêmeos são univitelinos.
c) Dois dos pares de gêmeos são fraternos.
d) Apenas Eduardo e Rodrigo são gêmeos fraternos.
e) Apenas os gêmeos Renato e Marcelo e as gêmeas Cristina e
Fernanda são univitelinos.

13. (UNICAMP) – No início deste ano, pesquisadores anunciaram o


nascimento da ovelha Dolly, considerada o primeiro clone de ma-
mífero gerado artificialmente. Um dos objetivos dessa pesquisa é
a melhoria da pecuária, através da formação de rebanhos homo-
gêneos. Clones, no entanto, ocorrem naturalmente no cotidiano,
Os números 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente, a lembra o geneticista Ademar Freire Maia, em um artigo do Boletim
a) fecundação, meiose, partenogênese e mitose. Germinis do Conselho Federal de Biologia, de maio/junho de 1997.
b) meiose, fecundação, mitose e partenogênese. a) Qual seria a desvantagem biológica de um rebanho de clones?
c) fecundação, meiose, mitose e partenogênese. b) Dê um exemplo de clone que ocorre naturalmente. Justifique.
d) partenogênese, meiose, mitose e fecundação.
e) meiose, partenogênese, fecundação e mitose. 14. Associação.
I. Divisão de uma célula-mãe, em duas células-filhas (ex.:
9. A figura ao lado apresenta o padrão de bandas, similar ao código Entomoeba).
de barras usado no comércio, de 19 locos distintos, de 6 II. Fragmentação de um indivíduo em duas ou mais partes, as
indivíduos, identificados de 1 a 6. quais crescem, refazendo animais completos (ex.: Taenia
solium).
III. Um organismo origina 4 ou mais indivíduos. A célula-mãe é
esquizonte e as resultantes merozoítas (ex.: Plasmodium
vivax).

a) I – cissiparidade, II – estrobilização, III – esquizogênese.


b) I – estrobilização, Il – cissiparidade, III – esquizogênese.
c) I – estrobilização, II – esquizogênese, III – cissiparidade.
d) I – cissiparidade, Il – esquizogênese, III – estrobilização.
e) I – esquizogênese, II – cissiparidade, III – estrobilização.

15. (UNESP) – Analise as oito informações seguintes, relacionadas


com o processo reprodutivo.
I. A união de duas células haploides para formar um indivíduo di-
ploide caracteriza uma forma de reprodução dos seres vivos.
II. O brotamento é uma forma de reprodução que favorece a
Analise a figura e responda: diversidade genética dos seres vivos.
a) Quais indivíduos correspondem a gêmeos monozigóticos? III. Alguns organismos unicelulares reproduzem-se por meio de
b) Justifique. esporos.
IV. Gametas são produzidos pela gametogênese, um processo
10. (CESGRANRIO) – “Bactérias formam clones desde o início da que envolve a divisão meiótica.
vida na Terra.” V. Brotamento e regeneração são processos pelos quais novos
(Imprensa local, setembro/97) indivíduos são produzidos por meio de mitoses.
VI.Fertilização é um processo que não ocorre em organismos
Hoje, algumas espécies de tatus produzem, por clonagem, de monoicos.
quatro a doze filhotes. Esse tipo de clonagem é possível porque VII.A regeneração de um pedaço ou secção de um organismo,
a) o zigoto formado é capaz de se dividir várias vezes. gerando um indivíduo completo, não pode ser considerada
b) os zigotos formados são consequência de meioses constantes. uma forma de reprodução.
c) a fêmea produz um grande número de ovos. VIII. Gametas são produzidos a partir de células somáticas.

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a) Elabore um quadro com duas colunas. Relacione, em uma de- A qual das alternativas esta conceituação se aplica melhor?
las, os números, em algarismos romanos, correspondentes às a) Ontogênese. b) Pedogênese. c) Metamorfose.
afirmações corretas que dizem respeito à reprodução assexua- d) Neotenia. e) Metagênese.
da; na outra, os números correspondentes às afirmações
corretas relacionadas à reprodução sexuada. 22. (FUVEST) – Explique a razão biológica da quadrinha sul-rio-gran-
b) Qual a maior vantagem evolutiva da reprodução sexuada? Que dense:
processo de divisão celular e que eventos que nele ocorrem “O tatu, mais a mulita
contribuem para que essa vantagem seja promovida? É lei da sua criação;
Sendo macho não pode ter irmã,
16. Quando um gameta feminino entra em desenvolvimento, Quando fêmea não pode ter irmão.”
originando um novo indivíduo, temos um caso de
a) neotenia. b) metagênese. 23. (UFCE) – A metamorfose, fenômeno observado na ontogenia de
c) conjugação. d) gametogênese. alguns animais, consiste em
e) partenogênese. a) alterações morfológicas e funcionais controladas genetica-
mente.
17. (PUCC) – Óvulos partenogenéticos, que originam apenas ma- b) modificações somáticas induzidas por pressão ambiental.
chos, constituem um caso de partenogênese c) alterações morfológicas e funcionais provocadas por muta-
a) arrenótoca. b) telítoca. c) deuterótoca. ções somáticas.
d) artificial. e) facultativa. d) alterações orgânicas temporárias determinadas em resposta
às oscilações do clima.
18. (UNESP) – Em algumas espécies de tartarugas marinhas que
usam as areias da praia para desovar, a determinação do sexo dos 24. (UFG) – Em uma sociedade de abelhas, a casta operária é consti-
embriões, se machos ou fêmeas, está relacionada com a tuída de indivíduos do sexo
temperatura. A figura mostra a porcentagem de machos e fêmeas a) masculino adulto. b) masculino e feminino.
eclodidos de ovos incubados a diferentes temperaturas. c) feminino. d) masculino jovem.
e) não determinado.

25. (UFG) – Um tatu fêmea sempre produz uma ninhada de filhotes


do mesmo sexo. Este fenômeno denomina-se
a) poliovulação. b) poliembrionia. c) conjugação.
d) pedogênese. e) ovulação.

26. (UEG) – O esquema a seguir resume a sequência do desenvol-


vimento de irmãos gêmeos:

Tendo como referência as informações presentes na figura e


considerando o aquecimento global causado pelo efeito estufa,
qual seria a consequência mais imediata para as populações
dessas espécies de tartarugas? Se um gráfico de mesmo tipo
fosse construído para representar a porcentagem de embriões
machos e fêmeas que se desenvolvem a partir de ovos das aves,
na faixa de temperatura correspondente a 38 graus Celsius, quais
seriam as porcentagens esperadas para cada um dos sexos?
Justifique.

19. (MED-ITAJUBÁ) – Denomina-se poliembrionia:


a) A prenhez gemelar com sexos diferentes.
b) A prenhez gemelar com a presença de uma placenta para cada
feto.
c) A prenhez gemelar com dois fetos masculinos e um feminino.
d) A prenhez gemelar em que cada feto provém de um ovo dife-
rente.
e) A prenhez gemelar em que todos os fetos provêm de um
mesmo ovo.

20. (PUC) – Logo após a penetração do espermatozoide, o óvulo se


torna impenetrável para outros espermatozoides. Quando isto
acontece, deve-se à formação
a) do cone de atração.
b) da membrana de fecundação.
c) da membrana vitelina.
d) de fina película de celulose.
e) do início da epiderme.

21. (UFMG) – “é um fenômeno biológico de desenvolvimento que


está associado a uma dramática mudança de hábitat e, con-
sequentemente, do modo de vida, tal como a mudança de uma a) Sob o ponto de vista embriológico, o que são gêmeos?
vida no plâncton para uma no bento, no ouriço-do-mar; de uma b) Analisando a figura, quais são geneticamente idênticos?
vida aquática para uma vida terrestre, nos sapos e rãs; de uma Justifique sua resposta.
incapacidade para uma capacidade de voar, em alguns insetos.”

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3) Trata-se de uma simples divisão, denominada cissiparidade b) A reprodução sexuada aumenta a biodiversidade, elevan-
ou bipartição. do a probabilidade de sobrevivência em novos ambientes.
Resposta: A A divisão celular que contribui para essa vantagem é a
meiose, graças ao crossing over e à distribuição indepen-
4) Trata-se de um crescimento populacional, segundo a pro- dente dos não alelos.
gressão: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64...
Resposta: B 16) Ocorre o desenvolvimento de um óvulo virgem, ou seja, que
5) Aumento da variabilidade, facilitando a adaptação aos novos não foi fecundado.
ambientes e permitindo a continuidade da espécie. Resposta: E

6) Têm maior probabilidade de se adaptarem a ambientes em 17) Partenogênese arrenótoca ocorre na sociedade da Apis
contínua modificação os organismos que se reproduzem por mellifera, ou seja, nas abelhas.
fecundação cruzada, porque, neste caso, ocorre um aumento Resposta: A
de variabilidade, graças à união de materiais genéticos de
indivíduos diferentes. 18) A consequência imediata seria o aumento da população de
7) Estrobilização da Aurelia aurita, animal do filo dos celenterados. tartarugas fêmeas e redução da de machos. Em relação às
aves, a influência da temperatura na proporção machos/fê-
8) O zigoto origina-se através da fecundação; a rainha (diploide) meas é desprezível, uma vez que esses animais são
forma óvulo (haploide), por meiose; o zangão é partenoge- endotérmicos, e sua determinação sexual ocorre por meio de
nético e forma espermatozoides, por mitose. heterocromossomos.
Resposta: A
19) Trata-se de gêmeos univitelinos ou monozigóticos.
9) a) 1 é gêmeo monozigótico de 2; 5 é gêmeo monozigótico de 6; Resposta: E
b) gêmeos monozigóticos resultam do mesmo ovo e, conse-
quentemente, apresentam padrão de bandas do DNA 20) A membrana de fecundação impede a penetração de outros
idêntico entre si. gametas masculinos no óvulo fecundado (ovo).
Resposta: B
10) Trata-se da poliembrionia. Há a formação de vários descen-
dentes, a partir de um único ovo (gêmeos univitelinos ou mo- 21) Trata-se de desenvolvimento indireto. Há a formação de lar-
nozigóticos). vas, durante a metamorfose.
Resposta: A Resposta: C

11) Coordenação motora, nutrição (ingestão), excreção, egestão


e reprodução. 22) Trata-se de uma poliembrionia. O zigoto divide-se em várias
células, cada qual originando um embrião (gêmeos univite-
12) Os pares de irmãos Renato e Marcelo, Cristina e Fernanda são linos ou monozigóticos).
gêmeos fraternos, dizigóticos ou bivitelinos, porque se ori-
ginaram a partir de zigotos distintos. 23) As modificações na forma (morfologia) e no funcionamento
Eduardo e Rodrigo são gêmeos idênticos, monozigóticos ou (fisiologia), observadas durante a metamorfose, são controla-
univitelinos, pois se desenvolveram a partir de blastômeros das geneticamente.
originados de um mesmo zigoto. Resposta: A
Resposta: C
24 As operárias são fêmeas estéreis, de uma sociedade de abelhas.
13) a) Nos clones, organismos obtidos pela clonagem, o patri- Resposta: C
mônio genético é idêntico, ou seja, não existe variedade
genética entre eles. No caso de ocorrência de uma adver-
25) Os gêmeos obtidos na poliembrionia são idênticos entre si.
sidade ambiental (por exemplo: em uma epidemia viróti-
ca), todos os componentes do rebanho serão afetados. Resposta: B
b) A clonagem natural aparece na reprodução assexuada dos
organismos unicelulares e pluricelulares. Um caso típico é 26) a) Gêmeos são indivíduos produzidos na mesma gestação.
a poliembrionia, na qual a divisão de um zigoto origina os b) Univitelinos, porque são formados a partir do mesmo ovo
gêmeos univitelinos ou monozigóticos (ex.: tatu). São clones naturais.

14) São três tipos de reprodução assexuada.


Resposta: A

15) a)
Afirmações corretas

reprodução assexuada III e V

reprodução sexuada I e IV

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