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BIOLOGIA
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Citologia FRENTE 1

MÓDULO 11 Alterações Cromossômicas Numéricas


1. O conceito de Na drosófila, por exemplo, a fêmea pode produzir
alterações cromossômicas óvulos não reduzidos, isto é, diploides (2n) que, fertiliza-
Sabemos que cada espécie apresenta um cariótipo dos, originam fêmeas triploides (3n) (Fig. 1).
típico, isto é, um conjunto de cromossomos caracterizado
e identificado em número, forma e tamanho. Às vezes,
porém, acontecem irregularidades na divisão celular ou
ação de agentes externos como, por exemplo, as radia-
ções, que podem cortar cromossomos. Como os cromos-
somos são os depositários dos genes, qualquer alteração
numérica ou estrutural é capaz de modificar a expressão
gênica, originando organismos anormais ou inviáveis.

FÍSICA A
2. As mutações
cromossômicas numéricas
Cada espécie tem um número característico de cro-
mossomos. Geralmente, os organismos são diploides,
com dois grupos de cromossomos homólogos: um dos
grupos ou genoma é doado pelo pai, sendo o outro ge-
noma proveniente da mãe. As mutações cromossômicas
numéricas envolvem modificações no número cromos-
sômico da espécie e podem ser divididas em: euploidias Fig. 1 – Poliploidia em drosófila.
e aneuploidias.
Os alopoliploides originam-se da duplicação dos geno-
3. As euploidias mas de um híbrido diploide resultante de cruzamento in-
As euploidias consistem na variação numérica do con- terespecífico (Fig. 2).
junto básico de cromossomos, designado n. Compreen-
dem a haploidia e a poliploidia.

BIOLOGIA A
Monoploidia ou haploidia
Ocorre quando os organismos possuem apenas um
genoma, sendo designados n. São haploides os machos
de abelhas e vespas, originados de processos partenoge-
néticos.
Na maioria das algas e fungos e em todas as briófitas,
a fase haploide representa a fase predominante do ciclo
vital.
Naturalmente não há dominância e recessividade nos
haploides, enquanto a gametogênese é desprovida da
meiose.

Poliploidia
É a existência de três ou mais conjuntos cromossômi-
cos básicos nas células. Tais organismos são designados
Fig. 2 – O cruzamento interespecífico.
triploides (3n), tetraploides (4n), pentaploides (5n) etc.
Os poliploides podem ser autopoliploides e alopoli-
O exemplo clássico de alopoliploide experimental é o
ploides.
vegetal Raphanobrassica, estudado pelo cientista russo
Nos autopoliploides, existem três ou mais conjuntos
Karpechenko.
cromossômicos básicos (genomas) da mesma espécie.
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O rabanete Raphanus sativus e a couve Brassica


oleracea são espécies diferentes, mas apresentam o
mesmo número de cromossomos, ou seja, 18. Quando
cruzadas, podem originar um híbrido interespecífico de
grande vigor, mas estéril por apresentar 2 genomas dife-
rentes. Contudo, formam-se alguns gametas não reduzi-
dos, contendo 18 cromossomos. Da união de tais
gametas, originam-se zigotos viáveis, produzindo
sementes com 36 cromossomos, sendo 18 de Raphanus
e 18 de Brassica. Tais sementes podem produzir plantas
tetraploides férteis, constituindo uma nova espécie, a
Raphanobrassica (Fig. 3).

Fig. 4 – Origem das aneuploidias.

A aneuploidia pode ser dividida em: monossomia, po-


Fig. 3 – Origem da Raphanobrassica. lissomia e nulissomia.

Examinando-se o grande número de formas poliploi- Monossomia


des existentes, principalmente nos vegetais, pode-se con- Consiste na perda de um único cromossomo, sendo
cluir que há uma relação entre a multiplicação do número representada por 2n – 1. Na espécie humana, ocorre a
de cromossomos e a evolução desses organismos. síndrome de Turner, na qual as mulheres afetadas perdem
Uma das formas da poliploidia, a alopoliploidia, deve um cromossomo X. Tais mulheres são 45, X em vez de
ter contribuído bastante na formação de novas espécies, 46, XX.
que puderam ser obtidas experimentalmente pela anfi- A síndrome de Turner apresenta os seguintes sinto-
diploidia, isto é, reunião de dois genomas diferentes num mas clássicos: mulheres quase sempre com ovários resi-
indivíduo e a subsequente duplicação do número de cro- duais, baixa estatura, amenorreia, infantilismo genital,
mossomos. O fumo, por exemplo, originou-se do cruza- subdesenvolvimento dos caracteres sexuais secundários,
mento de duas espécies distintas, com duplicação do
BIOLOGIA A

frequentemente pescoço alado, coartação da aorta e ano-


número de cromossomos. malias dos dedos.
As espécies que contribuíram para a formação dessa Na figura 5, observamos o cariótipo de uma mulher
planta são Nicotiana sylvestris e Nicotiana tomentosiformes, com síndrome de Turner.
ambas com 12 pares de cromossomos, obviamente dife-
rentes. O híbrido é a espécie Nicotiana tabacum.
Na espécie humana, a poliploidia, como era de se es-
perar, raramente acontece e os casos relatados são de
abortos espontâneos ou natimortos.
4. As aneuploidias
As aneuploidias consistem na variação numérica, não
de grupos inteiros de cromossomos, mas de somente
parte do grupo. A origem dos aneuploides é devida à de- Fig. 5 – Cariótipo na síndrome de Turner.
sigual distribuição de cromossomos na meiose. Tal fenô-
meno é conhecido por não disjunção. Polissomia
Assim, se 2 cromossomos homólogos não pareiam Consiste no acréscimo de 1, 2 ou mais cromossomos
na divisão I da meiose, podem-se deslocar para o mesmo a um genoma. Assim, temos a trissomia (2n + 1), tetras-
polo celular. A divisão II formará, então, células, uma com somia (2n + 2), pentassomia (2n + 3) etc.
um cromossomo a mais e outra com um a menos. A Na espécie humana, existem várias trissomias, entre
união dessas células com um gameta normal produz, res- as quais destacamos:
pectivamente, um trissômico e um monossômico (Fig. 4).
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Síndrome de Down com implantação baixa; mãos fechadas e pés tortos, além
O afetado apresenta l autossoma a mais, o de de defeitos cardíacos. Cerca de 90% dos afetados mor-
número 21. As fórmulas cromossômicas são: 47, XX, + rem nos primeiros 6 meses de vida.
21 (mulher) e 47, XY, + 21 (homem).
A síndrome de Down se manifesta por um grande Síndrome de Patau
número de sintomas que variam bastante de indivíduo pa- Trata-se de uma trissomia do cromossomo 13 (47 +
ra indivíduo. Entre os principais, citamos: QI de 15 a 29, 13). O afetado apresenta deficiência mental e surdez,
prega palpebral presente, inflamação das pálpebras, prega lábio leporino e palato fendido, anomalias cardíacas e poli-
transversal contínua na palma das mãos, uma única prega dactilia. A morte ocorre dentro de horas ou dias.
no dedo mínimo.
Na figura 6, observamos o cariótipo de um homem, Síndrome do triplo X
no qual notamos a trissomia do cromossomo 21. As mulheres 47, XXX, têm, nas células somáticas,
dois Corpúsculos de Barr. Geralmente, tais pacientes são
normais quanto ao aspecto, mas portadoras de subnor-
malidade mental ou psicótica; outras são retardadas e
apresentam genitália pouco desenvolvida. Aparentemen-
te, todas são férteis.

Síndrome do tetra X
As mulheres com quatro cromossomos X (48, XXXX)

FÍSICA A
apresentam três Corpúsculos de Barr e são bastante
retardadas. Observa-se que, com o aumento dos cromos-
somos X, a inteligência é reduzida progressivamente.

Nulissomia
Representa a perda de um par de cromossomos ho-
mólogos, sendo representada por 2n – 2.
O resultado, geralmente, é letal para os diploides (2n
Fig. 6 – Cariótipo na síndrome de Down.
– 2). Porém, alguns poliploides podem perder dois
Síndrome de Klinefelter homólogos de um grupo e ainda sobreviver.
Trata-se de uma síndrome que só atinge os indivíduos No trigo são conhecidos diversos nulissômicos de
de sexo masculino. Os afetados são 47, XXY, apresen- hexaploides (6n – 2). Na figura 8, apresentamos o quadro
tando um cromossomo X extra. geral das mutações cromossômicas numéricas.
Na síndrome de Klinefelter, o homem apresenta-se

BIOLOGIA A
com testículos pequenos e atrofiados, caracteres sexuais
masculinos pouco desenvolvidos, corpo eunucoide e
retardamento mental.
Na figura 7, mostramos o cariótipo de um homem
portador da síndrome de Klinefelter.

Fig. 7 – Cariótipo na síndrome de Klinefelter.

Síndrome de Edwards
É provocada pela trissomia do cromossomo 18 (47 +
18). É caracterizada por múltiplas más-formações, entre
as quais citamos: retardo mental, orelhas malformadas
Fig 8. – As modificações cromossômicas numéricas.

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1. (UVSP-2018) – A tabela contém o número de cromossomos 4. (SSA-2019) – Com cuidados precoces, pessoas com Síndrome de
existentes no núcleo de células somáticas de três espécies de animais. Down (SD) podem vir a ter uma participação ativa na sociedade e
Espécie Número de cromossomos exercer sua cidadania. Mas nem sempre os cidadãos compreendem
como a SD ocorre.
Gallus gallus (galo) 78
Assinale a alternativa que apresenta a correta proposição sobre SD.
Felis catus (gato) 76 a) A euploidia surge quando os cromossomos se duplicam, e a célula
se divide, causando orelhas mais baixas e olhos puxadinhos aos seus
Pan troglodytes (chimpanzé) 48 portadores.
Dessa forma, o óvulo, o zigoto e o espermatozoide, respectivamente, b) Pode ocorrer durante um erro na formação de um gameta diploide
a) da chimpanzé, do gato e do galo apresentam 24, 76 e 39 que receberá um cromossomo qualquer a mais, o que levará à
cromossomos. formação de mãos curtas e largas.
b) da galinha, do gato e do chimpanzé apresentam 39, 38 e 24 c) A representação para a SD como mutação estrutural é (2n +1), na
cromossomos. qual 2n representa o número diploide da espécie, e o +1 significa
c) da gata, do galo e do chimpanzé apresentam 76, 78 e 48 que há um cromossomo sexual a mais, originando nariz pequeno e
cromossomos. achatado e rosto arredondado.
d) da chimpanzé, do galo e do gato apresentam 24, 39, 38 d) É uma das aneuploidias mais conhecidas em humanos, ocasionada,
cromossomos. na maioria dos casos, pela trissomia do cromossomo 21, o que leva
e) da galinha, do chimpanzé e do gato apresentam 39, 24, 38 a graus variados de dificuldade no aprendizado.
cromossomos. e) Seus portadores surgem por meio da não disjunção mitótica, na qual
acontece a separação adequada do par 21 durante a anáfase I; assim,
o gameta com o cromossomo extra deve conter duas cópias
paternas ou maternas, ocasionando a fraqueza nos músculos.

2. (USP-2018-Transferência) – O cariótipo de um feto com síndrome


de Patau apresentou células 47, XY, +13 e outras 46, XY.
O mecanismo genético que levou à aneuploidia, neste caso, é
a) deleção submicroscópica.
b) inversão cromossômica.
c) não disjunção na oogênese. 5. (FATEC-2019) – Atualmente existem exames pré-natais não invasivos
d) não disjunção mitótica. capazes de detectar anomalias cromossômicas nos embriões humanos
e) translocação robertsoniana. a partir da décima semana de gestação apenas com a análise de uma
BIOLOGIA A

amostra de sangue materno, do qual é recolhido DNA fetal diluído.


Suponha que uma mulher se tenha submetido a um desses exames
durante a gravidez, e que o resultado do laboratório tenha indicado que
o feto tem exatamente um par de cromossomos 13, exatamente um
par de cromossomos 18, exatamente um par de cromossomos 21,
apenas um cromossomo X e nenhum cromossomo Y.
3. (USP-Transferência-2019/20) – Considere os indivíduos com os Contando apenas com esses dados, o laudo de exame deve ser o de
seguintes cariótipos: que o bebê, quando nascer, apresentará sexo biológico
Indivíduo I: 47, XXY a) feminino e síndrome de Turner.
Indivíduo II: 45, X0 b) feminino e síndrome de Klinefelter.
Indivíduo III: 46, XX c) masculino e síndrome de Edwards.
Indivíduo IV: 47, XXX d) masculino e síndrome de Down.
Gônadas femininas deverão ser desenvolvidas no(s) indivíduo(s) e) masculino e síndrome de Patau.
a) III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

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MÓDULO 12 Alterações Cromossômicas Estruturais


1. As mutações
cromossômicas estruturais
Durante a prófase I da meiose, ocorrem fraturas cro-
mossômicas e, normalmente, as partes fraturadas são no-
vamente soldadas ou, então, permutadas. Às vezes,
porém, os segmentos fraturados se perdem ou se
soldam erradamente, resultando nas mutações
cromossômicas estruturais. Tais mutações podem ser
classificadas em: deficiência, inversão, translocação e
duplicação.

2. Deficiência ou deleção
É a perda de uma parte do cromossomo. Segundo a
posição, a deficiência pode ser terminal ou intercalar. As
terminais são mais raras que as intercalares. Os fragmen-
tos que permanecem com o centrômetro passam a fun-
cionar como cromossomos deficientes. Os pedaços que

FÍSICA A
não contiverem o centrômetro irão perder-se, pois, na mi-
tose, eles não podem prender-se às fibras do fuso. As de-
ficiências representam perda de genes e só permitirão a
sobrevivência se forem diminutas, ou incidirem em mate-
rial cromossômico de pouca importância. A deficiência po-
de ser originada de uma volta, seguida de uma ruptura, Fig. 2 – A deficiência Notch em drosófila.
como mostra a Fig. 1.
Na mulher, a perda de parte de um cromossomo X
não é letal porque, de qualquer modo, um dos cromos-
somos X das fêmeas dos mamíferos é praticamente
inativo.
No homem, existe um caso de deficiência autossômi-
ca que determina a leucemia mieloide crônica, uma varie-
dade de câncer. Os pacientes têm 46 cromossomos, mas

BIOLOGIA A
um dos que pertencem ao grupo 22 é menor. Tal cromos-
somo é designado como cromossomo de Philadelphia.
Uma deficiência do cromossomo número 5 causa, no
homem, a síndrome do miado de gato, assim chamada
em virtude do choro dos afetados lembrar um gato mian-
do. A síndrome mostra retardamentos neuromotor e
mental graves, bem como hipotrofia muscular.
Fig. 1 – A formação de uma deleção.
3. Duplicação
Em drosófila, é bem conhecida a alteração Notch,
É a presença de uma parte em duplicata no cromos-
uma mutação das asas produzida por uma deficiência no
somo, de maneira que a mesma sequência de genes
cromossomo X, constituindo um caráter sex-linked. A de-
aparece duas vezes. A duplicação resulta da inclusão, em
ficiência também atinge o lócus contendo os genes V pa-
um cromossomo, de um pedaço extra proveniente do seu
ra olho vermelho e v para olho branco. A deficiência Notch
homólogo, o qual fica, portanto, com uma deficiência. É
é sempre letal nos machos; nas fêmeas só é letal quando
evidente que a aberração resulta de uma troca de pe-
homozigótica. A figura 2 ilustra a herança da deficiência
daços desiguais entre homólogos (Fig. 3), pois a troca de
Notch no cruzamento de uma fêmea Notch de olho
pedaços iguais constitui uma simples permuta.
vermelho com um macho normal de olho branco.

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aparecem por divisão longitudinal e não transversal do


centrômetro. A figura 5 mostra a formação de isocromos-
somos.

Fig. 5 – Formação de isocromossomos.

5. Translocação
A translocação é a transferência de parte de um cro-
mossomo para um cromossomo não homólogo (Fig. 6).
Fig. 3 – Duplicação e Deficiência.

Enquanto os homólogos aberrantes permanecem na


mesma célula, o conjunto gênico total continua inalterado,
pois a duplicação existente num dos cromossomos com-
pensa a deficiência do outro. Entretanto, os homólogos
se separam durante a meiose, de modo que os gametas
resultantes ficarão com excesso ou com falta de material
hereditário. Um exemplo clássico de duplicação ocorre no
cromossomo X de drosófila, no qual existe um segmen-
to responsável pela forma normal do olho. Quando tal
segmento é duplicado, forma-se um olho reduzido conhe-
cido por “bar”. Se o segmento for triplicado, o olho apa-
BIOLOGIA A

rece mais atrofiado, originando a variedade “ultrabar” ou


“duplo bar” (Fig. 4).
Fig. 6 – A translocação.

Pode ser paracêntrica e pericêntrica.


A quebra de um cromossomo produz um fragmento
sem centrômero (acêntrico) e outro com centrômero
(cêntrico). Na translocação paracêntrica, cada fragmen-
to acêntrico se solda a um fragmento cêntrico, recompon-
do dois cromossomos que têm centrômero. Na
translocação pericêntrica (Fig. 7), os fragmentos cêntri-
cos se soldam um ao outro e os acêntricos também se
juntam: um dos cromossomos translocados fica dicêntri-
co (com 2 centrômeros) e outro acêntrico.

Fig. 4 – A mutação “bar” em drosófila.

4. Os isocromossomos
Os isocromossomos são cromossomos que
mostram, simultaneamente, um braço com deficiência Fig. 7 – Tipos de translocação.
total e outro com duplicação completa. Tais cromossomos

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O cromossomo acêntrico tende a perder-se e o dicên-


trico tende a romper-se, pois na anáfase os dois centrô-
meros podem migrar para os polos opostos. Por isso, é
raro encontrar nas células os produtos das translocações
pericêntricas, enquanto os resultados das translocações
paracêntricas podem persistir em todas as células do
organismo, como já se encontraram na espécie humana.

6. Inversão
A inversão consiste em duas fraturas cromossômicas
seguidas da reconstituição com o pedaço invertido entre
elas. Se ocorre em um único braço do cromossomo, é
chamada de paracêntrica; se envolve o centrômero, ela
é pericêntrica (Fig. 8).

FÍSICA A
Fig. 8 – Tipos de inversão.

7. O pareamento na meiose
Na figura 9, observamos as figuras do pareamento (sinapse zigotênica) em meioses com as respectivas aberrações.

BIOLOGIA A
Fig. 9 – O pareamento na meiose.

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1. (UDESC-2019) – Os cromossomos são os portadores do material 3. (UFBA) – O esquema representa um par de cromossomo pareado
genético – o DNA. São geralmente alongados, apresentam-se com durante a meiose evidenciando uma alteração denominada
“constantes” bem definidas: forma, tamanho e número. Só que essas
chamadas “constantes” cromossômicas não são realmente constantes;
se o fossem, não haveria evolução.
Texto extraído de: Teoria da Evolução: De Darwin à Teoria Sintética; Freire-Maia,
Newton; 1988; São Paulo; p. 415. Editora da Universidade de São Paulo.
a) adição. b) inversão.
Com base no texto, analise as proposições. c) deficiência. d) duplicação.
I. Alterações cromossômicas como translocações, deleções, e) translocação.
duplicações, entre outras, são mecanismos evolutivos das espécies.
II. Alterações no número de cromossomos, como as monossomias ou
as trissomias, podem resultar em síndromes.
III. Poliploidias podem resultar em espécies viáveis. 4. Durante a meiose de organismos de uma determinada espécie,
IV. Os cromossomos aparecem por ocasião da divisão celular e são o foram observados os pareamentos cromossômicos seguintes.
resultado da compactação do DNA com proteínas específicas.
V. O aumento ou a diminuição do tamanho dos cromossomos,
resultantes de deleções ou translocações, podem ocasionar doenças
ou mesmo a morte dos indivíduos.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
Para explicá-los, foram sugeridas as seguintes mutações cromossômicas:
b) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
I. inversão III. deficiência
c) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
II. duplicação IV. translocação
d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
As figuras observadas são compatíveis com
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
a) I e II. b) I e III. c) II e III.
d) I e IV. e) II e IV.

2. O cromossomo filadélfia é um cromossomo 22 resultante da


translocação recíproca com o cromossomo 9. Esse cromossomo está 5. (VUNESP) – Um pesquisador retirou células da medula óssea de
presente em cerca de 95% dos casos de leucemia mieloide crônica. um trabalhador e, ao fazer o cariótipo do trabalhador, pôde constatar
BIOLOGIA A

Esta mutação estrutural se associa com o desenvolvimento de tumor uma alteração que julgou ser provocada pelo uso contínuo de agrotóxico.
por promover ganho de função de Um dos cromossomos do par de homólogos de número 11 encontra-se
a) genes homeóticos. alterado.
b) DNA não codificante. Observe na figura que o cromossomo maior é normal.
c) gene de controle do ciclo celular.
d) genes de reparo do DNA.
e) oncogene.

O cromossomo alterado apresenta uma mutação do tipo estrutural


conhecida por
a) isocromossomo. b) translocação.
c) duplicação. d) deleção.
e) inserção.

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MÓDULO 13 Os Vírus
1. A estrutura dos vírus
Os vírus são micro-organismos constituídos por um
ácido nucleico circundado por uma cápsula proteica.
O ácido nucleico pode ser o DNA ou o RNA, mas
nunca os dois. A cápsula proteica é chamada de capsí-
deo. Em vírus mais complexos, ela apresenta outros
compostos, como lipídios e hidratos de carbono (Fig. 1).

Fig. 2 – Formas virais.

FÍSICA A
4. O metabolismo dos vírus
Os vírus não tem metabolismo próprio e dependem
Fig. 1 – A estrutura de um vírus.
das células hospedeiras tanto das substâncias quanto dos
organoides para a realização de sua multiplicação ou
Cada partícula de vírus, quando completa, é chamada replicação. Por isso os vírus são parasitas intracelulares
de vírion. obrigatórios.

5. Entrada dos vírus na célula


2. O tamanho dos vírus Os vírus penetram na célula quando a proteína viral é
Os vírus são micro-organismos muito menores do reconhecida por receptores (proteínas) da membrana
que as bactérias e pouco maiores do que as macromolé- palsmática da célula hospedeira ou pelo glicocálix dessa
culas proteicas. Seu tamanho varia de 15 a 350 nm. Os célula, no esquema “chave fechadura”.
vírus são filtráveis, isto é, passam através dos filtros de A entrada viral ocorre por endocitose quando a
porcelana que possuem diminutos poros e que retêm membrana quando a membrana plasmática, após o

BIOLOGIA A
bactérias. reconhecimento da proteína do vírus, sofre uma
imaginação e forma uma espécie de vacúolo no citosol,
que depois se desfaz, conforme o esquema abaixo.
3. A forma dos vírus
Os menores vírus são geralmente esféricos ou octaédri-
cos, sendo os maiores habitualmente icosaédricos (20 fa-
ces triangulares). Existem vírus, como os bacteriófagos
(vírus bacterianos), com morfologia mais complexa, dota-
dos de cabeça e cauda. A Fig. 2 apresenta algumas formas
virais.

Fusão: membrana plasmática da célula hospedeira se


funde ao envelope viral.

Translocação: a proteína da célula hospedeira movimenta


o vírus para o interior do citosol, conforme o esquema a
seguir

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7. Ciclo lítico

6. A replicação do vírus Bacteriófagos


Bacteriófagos são vírus que parasitam bactérias. São
vírus de DNA e penetram na célula apenas com o material
genético, por meio de uma proteína receptora
semelhante às porinas, que deixam um canal no seu
interior.

Alguns bacteriófagos são apenasdo ciclo lítico, isto


é, promovem a lise da célula. Outros apresentam o ciclo
lisogênico que entram em dormência após a sua entrada
na célula.
Existem os vírus temperados que podem atuar na
forma lítica e lisogênica.
A replicação viral pode ser quatro etapas: adsorção,
penetração, eclipse e liberação.

Adsorção
Consiste na fixação do vírus na superfície da célula
hospedeira.

Penetração
É a fase em que o ácido nucleico do vírus (DNA)
penetra no interior da célula hospedeira, ficando a cápsula
no exterior.
BIOLOGIA A

Eclipse
É a fase em que, no interior da célula hospedeira,
acontece a replicação do DNA e a montagem da cápsula.
Na replicação sucessiva, são formadas novas moléculas
de DNA. Nesse processo, são utilizados os nucleotídeos
resultantes da hidrólise do DNA da célula hospedeira.
Usando ribossomos, enzimas e aminoácidos da célula
parasitada, os vírus produzem as proteínas da cápsula.
Após a síntese dos diversos componentes, começa a
montagem dos novos vírus, processo automático que in-
depende da ação enzimática e do gasto de energia.

Liberação
Com a destruição enzimática da célula hospedeira,
ocorre a liberação dos vírus, potencialmente capazes de
nova infecção.

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8. Ciclo lisogênico

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BIOLOGIA A

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9. Vírus de RNA
• Vírus de RNA senso positivo
O RNA genômico do vírus é do mesmo sentido RNA mensageiro (RNAm) e neste caso quando penetra na célula
pode ser traduzido imediatamente na infecção da célula hospedeira.
Exemplos: Poliovírus que provoca a poliomielite nos seres humanos possui RNA de cadeia simples.
Flavivírus = vírus da dengue, zica, chikungunya (arboviroses) febre amarela.

• Vírus de RNA senso negativo


O RNA genômico do vírus é senso negativo, isto é, complementar ao RNAm. Para ocorrer a síntese de proteínas o
RNA䊞 tem que ser copiado em RNA䊝 senso positivo.
Exemplos: Influenza (gripe), sarampo, caxumba.

• Retrovírus
Vírus de RNA de cadeia simples. O RNA entra no citoplasma (citosol) da célula hospedeira e utiliza a enzima
transcriptase reversa para sintetizar uma cópia de DNA de fita dupla a partir do RNA genomico. O DNA sintetizado, de
cadeia dupla, entra no núcleo e por recombinação liga-se ao DNA do hospedeiro. O DNA viral pode ficar latente ou
produzir novas cópias do RNA viral. Durante a replicação o RNA viral, no citosol, utilizando os ribossomos da célula,
produz as proteínas da cápsula viral. Essas proteínas serão incorporadas à membrana plasmática da célula hospedeira.
Na saída do vírus a membrana plasmática da célula hospedeira forma um envelope em torno do capsídeo daí a
denominação de vírus envelopados ou encapsulados.
Exemplo: HIV (vírus da AIDS) – Figura a seguir
BIOLOGIA A

Fiocruz desenvolve drogas contra o HIV


Medicamentos: Objetivo é desenvolver um microbicida e um antiretroviral. Em forma de pomada, gel, espuma ou
creme, o microbicida deverá ser introduzido na vagina antes da relação sexual, ajudando a prevenir a doença. O
antiretroviral será utilizado de forma oral ou intravenosa no tratamento de pacientes já infectados, para impedir a
replicação do vírus.
(Folha de S. Paulo, 2017.)

12 –
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Fig. 7 – Ação do vírus HIV no linfócito.

10. As viroses
Viroses são doenças causadas por vírus. Esses micro-organismos são parasitas intracelulares que necessitam de

FÍSICA A
células vivas. Quando parasitam células humanas, fazem com que eleas deixem de realizar suas funçõs específicas e
passem a usar maquinaria para a produção de novos vírus. São numerosas as doenças provocadas por vírus, entre as
quais citamos: gripe, resfriado, rubéola, dengue, febre amarela, hepatite, poliomielite e Aids.
A prevenção contra viroses pode ser feita com vacinação. Os antivirais só impedem a multiplicação dos vírus sem
matá-los. Os organismos infectados desenvolvem anticorpos contra novas infecções. Esta é a função fundamental da
vacina. Observação: os antibióticos não devem ser utilizados nas infecções por vírus.

1. (UNIFACEF-2019) – Um estudante precisa multiplicar os vírus Influenza para uma pesquisa e para isso os inseriu em quatro diferentes ambientes de
cultura:
Ambiente 1: rico em proteínas e carboidratos.
Ambiente 2: com células mortas do sistema respiratório humano.
Ambiente 3: com células vivas de folhas de tabaco.

BIOLOGIA A
Ambiente 4: ovos de galinha embrionados.

Os vírus Influenza conseguiram reproduzir-se


a) no ambiente 1, apenas.
b) no ambiente 2, apenas.
c) em todos os ambientes.
d) no ambiente 3, apenas.
e) no ambiente 4, apenas.

– 13
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2. (FMCA) – Observe a estrutura bioquímica interna e externa do HIV, 4. (PUC-PR) –


representada de maneira estilizada. Febre chikungunya
A febre chikungunya é uma doença viral transmitida aos seres
humanos por mosquitos, como o Aedes aegypti e A. albopictus, os
mesmos que transmitem a dengue. Em razão da alta incidência desses
mosquitos no País, os pesquisadores estimaram o risco de transmissão
do vírus chikungunya por outras regiões do Brasil. Para isso,
submeteram dados sobre a presença das duas espécies de mosquitos
transmissores da doença a modelos matemáticos capazes de predizer
possíveis padrões geográficos de disseminação do vírus. O vírus
chikungunya (CHIKV) possui genoma de RNA positivo de fita simples,
pertencente ao gênero Alphavirus da família Togaviridae
Fonte: Adaptado de:
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/05/20/pesquisadores-identificam-
linhagem-do-virus-chikungunya-no-brasil/>.
As características do agente etiológico e da doença permitem inferir que
a) o risco de transmissão é maior, uma vez que o agente etiológico é
específico a um único vetor.
b) o genoma viral apresenta pareamento de bases nitrogenadas.
c) o RNA do virion é de mesmo sentido que o RNA mensageiro e,
portanto, funciona como RNA mensageiro, sendo totalmente ou
parcialmente traduzido em proteínas na primeira etapa da replicação
viral.
(www.fiocruz.br. Adaptado.) d) a utilização de modelos matemáticos capazes de predizer possíveis
padrões geográficos de disseminação do vírus será útil na
A região apontada pela seta é responsável pela adsorção viral à imunização passiva de pessoas não afetadas pela febre chikungunya.
membrana plasmática das células-alvo. É correto afirmar que a seta e) Aedes aegypti e Aedes albopictus são espécies pertencentes ao
indica mesmo gênero, mas de famílias diferentes.
a) lipídeos do envelope viral, que se ligam aos lipídeos da membrana
dos neutrófilos.
b) proteínas do cápside viral, que se ligam às proteínas da membrana
dos acidófilos.
c) proteínas da membrana viral, que se ligam aos lipídeos da membrana
dos macrófagos.
d) lipídeos do cápside viral, que se ligam ao glicocálix da membrana
dos eosinófilos.
e) proteínas do envelope viral, que se ligam ao glicocálix da membrana
BIOLOGIA A

dos linfócitos.

3. (PUC-RS) – Analise as afirmações a seguir em relação aos vírus.


I. Doenças como zika, dengue, febre amarela e hepatite C são
causadas por vírus.
II. Os vírus não necessitam de células hospedeiras para a reprodução,
apenas para a produção de proteínas, já que não possuem organelas.
III. O material genético viral pode ser DNA de fita dupla, DNA de fita
simples, RNA de fita dupla ou RNA de fita simples, dependendo do
tipo de vírus.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
a) I, apenas. b) II, apenas.
c) I e III, apenas. d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

14 –
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5. (PUC-PR-2018) – Leia as informações a seguir. 6. (UFU-2019) – O Truvada é o nome comercial da associação entre
A presença do vírus da febre amarela em amostras de urina e de sêmen duas drogas antirretrovirais (anti-HIV). Nos Estados Unidos, ele já é
de um paciente que sobreviveu à doença foi detectada quase um mês utilizado pelos adultos desde 2012; no Brasil, a Agência Nacional de
após ele ter sido infectado. A descoberta foi feita por pesquisadores do Vigilância Sanitária (ANVISA) o aprovou em 2017. O esquema abaixo
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB- representa o seu funcionamento como terapia preventiva.
USP), em colaboração com colegas dos institutos Butantan, de
Infectologia Emílio Ribas e da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP).
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/02/09/virus-da-febre-
amarela-e-detectado-em-urina-e-semen-quase-um-mes-apos-a-infecção/.
Acesso: 13/02/2018.

Para os pesquisadores, essa detecção é bastante preocupante, uma vez


que
a) dificulta o tratamento com antirretrovirais porque o conceito atual
afirma que o período de transmissibilidade da febre amarela inicia-se
entre 24 e 48 horas antes do aparecimento dos primeiros sintomas
e vai até três a sete dias após o início da manifestação da doença.
b) a febre amarela passa também a ser transmitida de forma vetorial
por contato sexual.
c) a presença desse micro-organismo por um período maior pode

FÍSICA A
desencadear reações anafiláticas como cirrose hepática.
d) sugere, primeiramente, que o período de transmissibilidade do vírus
da febre amarela pode ser mais extenso do que o esperado em uma
infecção aguda.
e) mostra a fragilidade do organismo humano diante do vírus, que, <https://aenfermagem.com.br/noticia/medicamento-que-previne-contra-hiv-sera-
mesmo em condições inóspitas, consegue realizar divisão binária e comercializado-truvada/>. Acesso em 14. fev.2019. Adaptado).
se multiplicar fora da corrente sanguínea. Qual o mecanismo de ação do Truvada?
a) Estimular o organismo a gerar uma resposta imunológica ao HIV.
b) Evitar a entrada do vírus no organismo.
c) Combater as moléculas de DNA viral das células infectadas.
d) Inibir que a replicação do vírus seja completada nas células de
defesa.

BIOLOGIA A

– 15
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MÓDULO 14 As Bactérias (Reino Monera)


1. As eubactérias polissacarídica e de consistência viscosa. A cápsula con-
Célula procariota de bactéria fere à bactéria resistência à ação fagocitária das células de
A célula bacteriana é a mais primitiva que se conhece, defesa do organismo que está sendo parasitado. A
daí a sua denominação de procariota. Esta célula não presença dessa membrana permite à bactéria maior ação
apresenta núcleo e o material genético é constituído por patogênica.
uma molécula circular de DNA. Não apresenta as proteí- A locomoção das bactérias realiza-se com batimento
nas chamadas histonas em torno das quais enrola-se a de flagelos, cuja estrutura é diferente daqueles observa-
molécula de DNA, como ocorre nas células eucariotas. dos em células eucariotas. Possuem apenas um flagelo
Dessa maneira não se observa um verdadeiro cromos- ou muitos e não ocorrem nas bactérias esféricas denomi-
somo. A molécula de DNA encontra-se enovelada, nadas cocos (Fig. 2).
constituindo o chamado nucleoide (Fig. 1).

Fig. 1 – Estrutura da célula procariota.


Fig. 2 – Os envoltórios celulares da bactéria.
O citoplasma só apresenta ribossomos onde ocorre
a síntese de proteínas. Não existem organelas membra- As formas são bastante variáveis. Bactérias esféricas
nosas como mitocôndrias, cloroplastos, sistema são chamadas cocos, as espiraladas espirilos, as com
golgiense, etc. Ainda no citoplasma observam-se forma de bastonete, bacilos e com forma de uma vírgula,
moléculas pequenas de DNA circulares, os plasmídeos. vibriões. Podem aparecer isoladas ou associadas, adqui-
Aparecem em número variável e são autoduplicáveis. A rindo várias formas, entre elas: diplococos (1 par de
duplicação do DNA do plasmídeo é independente do DNA cocos), estreptococos (fileira de cocos), estafilococos
BIOLOGIA A

do nucleoide. (cacho de cocos) etc. (Fig. 3).


O citoplasma está circundado pela membrana
plasmática, permeável seletiva e lipoproteica.
As enzimas respiratórias da bactéria estão associadas
com a membrana plasmática.
Durante algum tempo citou-se um dobramento da
membrana plasmática, formando uma alça no interior do
citoplasma, conhecida por mesossomo e nela estariam
concentradas as enzimas respiratórias. Atualmente consi-
dera-se o mesossomo como um artifício de técnica e por-
tanto inexistente.
Em torno da membrana plasmática, a célula produz
uma parede protetora constituída, geralmente por peptí-
deo-glicano, formando a parede celular.
O citoplasma também emite expansões, os Pili ou
Fig. 3 – A forma das bactérias.
Fímbrias, que apresentam proteínas tubulares, permi-
tindo a adesão das bactérias a uma superfície mucosa e As células procariotas apresentam pequena dimen-
também a passagem de plasmídeos de uma célula para são; assim, as formas esféricas possuem um diâmetro
outra, durante a conjugação bacteriana. variando entre 0,2 a 5 micrômetros, enquanto os
Bactérias patogênicas formam a cápsula localizada bastonetes alcançam 2 a 5 micrômetros de comprimento.
externamente à parede celular, geralmente de natureza
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Nutrição
A maioria é incapaz de produzir o seu próprio alimento
e precisa obtê-lo do meio em que vive. A sua nutrição é
chamada heterótrofa. Muitas se nutrem de matéria orgâ-
nica morta e agem como decompositoras. São muito
importantes porque promovem a reciclagem da matéria
nos ecossistemas. Outras atuam como parasitas de
vegetais, animais e do homem, provocando graves
doenças. Outras ainda são autótrofas, produzindo o seu
próprio alimento através da fotossíntese ou da
Fig. 5 – A conjugação bacteriana.
quimiossíntese.
Respiração: apresentam respiração aeróbia ou
anaeróbia, conforme utilizem ou não o oxigênio para
esse processo. As anaeróbias realizam a chamada fer-
mentação, processo usado para a fabricação de alguns
produtos, entre eles: coalhadas, iogurtes, probióticos,
vinagres etc.
Reprodução: ocorre principalmente pelo fenômeno
assexuado conhecido por bipartição ou cissiparidade.

FÍSICA A
Nesse caso uma bactéria pode dar origem a duas outras
num espaço de tempo de apenas 20 minutos. É a forma
mais rápida de multiplicação que se conhece na natureza Fig. 6 – Bactéria com esporo.
(Fig. 4). Também podem apresentar reprodução sexua- Finalmente chamamos de transdução a um proces-
da, chamada conjugação bacteriana, permitindo a re- so de transferência de material genético de uma bactéria
combinação genética. Nesse caso, duas bactérias para outra similar, através de um bacteriófago. Assim, um
unem-se através dos pili e uma delas conhecida por F䊝 gene bacteriano pode ser incorporado ao fago e, por es-
(fator de fertilidade) transfere plasmídeo para outra te, ser transmitido a outra bactéria, promovendo recom-
chamada F両, que passa então a ser F䊝 (Fig. 5). binação genética. Ocorre a transformação bacteriana
quando a célula engloba o DNA livre no meio ambiente,
que pode ser originado a partir de uma célula procariota
morta.
Cianobactérias: também denominadas cianofíceas
ou algas azuis são incluídas entre as eubactérias. Podem
aparecer isoladas ou associadas, tomando esses agrega-

BIOLOGIA A
dos formas variadas, sendo as mais conhecidas as fila-
mentosas.
Nas células de cianobactérias a membrana plasmá-
tica forma invaginações, originando vesículas achatadas
semelhantes aos tilacoides, encontrados nos
cloroplastos. Essas vesículas encontram-se somente na
parte periférica do citoplasma. No interior delas ocorrem
a clorofila a e os carotenoides e na superfície das
membranas os demais pigmentos, ficocianina (azul) e
Fig. 4 – A divisão da bactéria. ficoeritrina (vermelho), pigmentos conhecidos por
ficobilinas.
Em condições ambientais desfavoráveis, as bactérias Realizam fotossíntese utilizando água, carbônico e luz
dos gêneros Clostridium, Bacillus e Sporosarcina formam para a produção de compostos orgânicos, liberando o
os esporos, estruturas de resistência. Formados interna- oxigênio para o meio ambiente.
mente (endósporos), contêm, no interior de uma espes- São encontradas na água doce, no mar e no solo
sa membrana, o DNA e enzimas (Fig. 5). Altamente úmido. Reproduzem-se por cissiparidade e até hoje não
resistentes à dessecação, os esporos germinam em con- se conhecem processos de reprodução sexuada entre as
dições favoráveis (Fig. 6). cianobactérias.
Algumas espécies produzem toxinas capazes de
afetar o sistema nervoso, muscular e até o fígado.

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Bacterioses Humanas
Doenças causadas por bactérias
As bactérias são procariontes. Pertencem ao reino Monera. São agentes etiológicos relacionados às seguintes
doenças:

Doença Transmissão Agente Infeccioso


Antrax Através da inalação de esporos ou ingestão de ali- Bacilo do antraz
(carbúnculo) mentos contaminados, ou ferimentos cutâneos. (Bacillus anthracis)
Ingestão de alimentos contaminados (ex.: enlatados Bacilo botulínico
Botulismo
de palmito). (Clostridium botulinum)
Brucelose (febre
Contato com secreções animais contaminadas; pela
ondulante ou do (Brucella sp)
placenta; fetos abortados; ingestão de leite cru.
Mediterrâneo)
Cólera Ingestão de água ou de alimentos contaminados. Vibrião colérico (Vibrio cholerae)
Coqueluche Bacilo da coqueluche
Contato direto ou indireto com a saliva do doente.
(tosse comprida) (Bordetella pertussis)
Contato com a secreção do nariz, ou da garganta ou Bacilo de Krebs-Loeffler
Difteria (crupe)
através do leite cru. (Corynebacterium diphteriae)
Fasciíte necrosante Penetração através de cortes na pele. Estreptococo de tipo A
Contato direto pessoa a pessoa (com conjutivite) ou
Febre purpúrica Bacilo
indireto por intermediação mecânica (insetos,
brasileira (Haemophilus influenzae)
toalhas, mãos).
Contato direto ou indireto com fezes ou urina do
Febre tifoide (Tifo) Bacilo tífico (Salmonella typhi)
doente.
Gonorreia (blenorragia) Contato sexual. Gonococo (Neisseria gonorrhoeae)
Penetração no organismo pela pele ou mucosas Bacilo de Hansen
Lepra (Hanseníase)
(ex.: nasais). (Mycobacterium leprae)
Penetração no organismo pelas mucosas ou pela
Leptospirose (Leptospira sp)
pele ferida ou via oral (alimentos contaminados).
Lyme (doença de Lyme) Adesão de carrapatos à pele e sucção de sangue. (Bonnelia burgdorferi)
BIOLOGIA A

Meningite Por via respiratória, quando o doente fala, tosse, Meningococo


meningocócica espirra ou beija. (Neisseria meningitidis)
Peste Picada de pulgas infectadas; pessoa a pessoa. (Yersinia pestis)
Diversos exemplos
Por via respiratória; contato pessoa a pessoa; (Diplococcus pneumoniae,
Pneumonia
infecção hospitalar. micoplasmas, clamídias, legionelas
etc.)
Psitacose Por via respiratória; contato pessoa a pessoa. (Chlamydia psittaci)
Shigelose (disenteria) Ingestão de água ou de alimentos contaminados. (Shigella sp)
Contato sexual; transfusão de sangue; via vertical
Sífilis Espiroqueta (Treponema pallidum)
(placentária).
Penetração dos esporos através de ferimentos
Tétano Bacilo tetânico (Clostridium tetani)
perfurantes.
Bacilo de Koch
Tuberculose Por via respiratória, (inalando o bacilo).
(Mycobacterium tuberculosis)
Uretrite Ato sexual. (Chlamydia trachomatis)

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Outras são fixadoras do nitrogênio gasoso da atmosfera (Fig. 7).

Fig. 7 – Algumas cianobactérias encontradas em meio aquático.

2. Reino Archaebacteria 3. A importância das bactérias


Esse nome foi dado pelo fato de que muitas bactérias • Algumas bactérias produzem antibióticos entre
são adaptadas à vida em condições extremas como a eles: tetraciclina, aureomicina, estreptomicina etc.
altas temperaturas, o que deve ter ocorrido na Terra
primitiva, durante o aparecimento da vida. • Outras são utilizadas na fabricação de vinagres,
Entre as arqueobactérias estão as metanogênicas, queijos e iogurtes.

FÍSICA A
que produzem o metano, as halófilas que vivem em
lagoas supersalgadas, as termoacidófilas, adaptadas à • Muitas são patogênicas, provocando graves doen-
acidez e altas temperaturas etc. ças no homem (veja tabela na página anterior).
As arqueobactérias são diferentes das eubactérias
em alguns aspectos, entre eles: a parede celular não • Muitas são decompositoras (sapróvoras ou sapró-
contém glicanopeptídeos e sim outros compostos como fitas), agem sobre a matéria orgânica morta, decompon-
glicoproteínas e heteropolissacarídeos, e as vias do-a. São muito importantes porque promovem,
metabólicas são diferentes daquelas encontradas na juntamente com os fungos, a ciclagem da matéria. São
eubactérias. especialmente importantes no ciclo do nitrogênio.

1. (UFLA-2019) – Considere a seguinte afirmação: a) Identifique as estruturas numeradas de I a IV.


Considere a seguinte afirmação: b) Qual a natureza química do plasmídeo?

BIOLOGIA A
“São seres unicelulares procarióticos, com estrutura celular composta c) O que representam os pilli ou fímbrias?
por membrana plasmática, parede celular, citoplasma e material d) Explique os tipos de nutrição das bactérias.
genético.”
Fonte: OSORIO, Tereza Costa. Ser protagonista: biologia, 2.o ano: ensino médio.
2.a ed. São Paulo: Edições SM, 2013.

Essa afirmação refere-se a


a) vírus. b) fungos. c) bactérias. d) protozoários.

2. A figura a seguir representa uma célula procariota de bactéria, com


estruturas indicadas de I a IV.

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3. (PUC-RS-Modificado) – Com relação às bactérias, foram feitas as 5. (UEPB) – As informações abaixo referem-se a processos de repro-
seguintes afirmativas: dução bacteriana. Identifique-os e assinale a alternativa que apresenta
I. Sua parede celular é constituída por uma rede de peptídeos ligada a a sequência correta.
polissacarídeos, denominada de peptoglicano. • Corresponde à transferência de genes de uma bactéria para outra
II. A forma mais comum de reprodução é por bipartição, um por meio de bacteriófagos.
mecanismo assexuado, em que não há troca de DNA por uma ponte • Mecanismo de reprodução assexuada em que um indivíduo dá
citoplasmática. origem a dois outros, geneticamente idênticos entre si.
III. Possuem DNA circular que se encontra associado a histonas, ou não • Processo por meio do qual alguns tipos de bactérias conseguem
histonas. adquirir trechos de moléculas de DNA dispersos no meio e incorporá-
IV. Algumas são fotoautotróficas e as moléculas de clorofila ficam em los ao seu próprio DNA.
plastos especiais, chamados de plasmídeos. • É a transferência direta de DNA de uma bactéria para outra, por meio
Pode-se afirmar que: de uma ponte citoplasmática que se estabelece temporariamente
a) Apenas I e II estão corretas. entre essas bactérias.
b) Apenas II e IV estão corretas.
a) Transdução, cissiparidade, transformação, conjugação bacteriana.
c) Apenas III e IV estão corretas.
b) Transdução, bipartição, conjugação bacteriana, cissiparidade.
d) Apenas I e IV estão corretas.
c) Transformação, bipartição, transdução, conjugação bacteriana.
e) Estão corretas I, II, III e IV.
d) Conjugação bacteriana, cissiparidade, transformação, transdução.
e) Transformação, transdução, conjugação bacteriana, cissiparidade.

4. As figuras a seguir representam a forma mais comum de reprodução


de uma bactéria.

6. Analise as frases a seguir em relação à célula procariota


I. Em condições desfavoráveis, muitas bactérias são capazes de formar
esporos interrompendo abruptamente o seu metabolismo e iniciam
a vida latente em que as suas atividades vitais são paralisadas.
II. As cianobactérias são todas autótrofas fotossintetizantes, mas suas
células não possuem cloroplastos e sua clorofila, do tipo A, fica
dispersa no hialoplasma e em lamelas fotossintetizantes.
III. Os plasmídios são pequenos elementos genéticos especializados,
BIOLOGIA A

no interior de procariotos, que têm capacidade de sofrer replicação.


Estão corretas:
a) I, II e III b) apenas I e II
c) apenas I e III d) apenas II e III

(Amabis e Martho – Conceitos de Biologia.)


Esse fenômeno é
a) assexuado, por mitose, conhecido por bipartição.
b) sexuado, por mitose, chamado conjugação.
c) assexuado, denominado bipartição ou cissiparidade.
d) sexuado, realizado por vírus, conhecido por transducção.

20 –
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Genética FRENTE 2

MÓDULO 11 Poli-Hibridismo
1. O Poli-hibridismo 5. Determinação da frequência de qualquer classe fenotípica
Falamos em poli-hibridismo quan-
Procede-se de maneira idêntica, analisando-se os caracteres independentes
do analisamos, simultaneamente, a
e multiplicando-se as frequências para os aspectos desejados.
herança de três ou mais caracteres.
Como veremos, não há necessidade
de se realizar o cruzamento completo
para a obtenção dos resultados.
2. Determinação do número de
tipos de gametas
Quando se deseja saber o número
de gametas que um indivíduo produz,
conhecendo-se o seu genótipo, usa-se

FÍSICA A
a seguinte expressão:
Número de gametas = 2n
sendo n o número de hibridismos exis-
tentes no genótipo. Vejamos um exemplo prático: dado o cruzamento AaBbCCtt x AabbccTt,
Exemplos: qual será a frequência (ou probabilidade) de nascer um indivíduo de genótipo
aaBbCctt?
No. de Tipos
Genótipos
de gametas Cruzamentos Geração Frequência desejada
AA bb cc dd EE 20 =1
AA x Aa AA, Aa, Aa e aa P(aa) = 1/4
AA Bb cc DD ee 21 = 2
Bb x bb Bb e bb P(Bb) = 1/2
AA BB Cc DD Ee 22 = 4
CC x cc Cc P(Cc) = 1
Aa BB Cc Dd ee 23 = 8
Aa bb Cc Dd Ee 24 = 16 tt x Tt Tt e tt P(tt) = 1/2

BIOLOGIA A
Aa Bb Cc Dd Ee 25 = 32 P(aa Bb Cc tt) = 1/4 x 1/2 x 1/2 = 1/16

Para exemplificar, considere, em R – semente lisa


3. Determinação dos tipos de ervilhas, os seguintes genes: r – semente rugosa
gametas V – semente amarela B – flor vermelha
v – semente verde b – flor branca
Para facilitarmos a determinação de
todas as combinações gênicas No cruzamento VvRRBb x Vvrrbb, qual será a probabilidade de se obter uma
existentes nos gametas, podemos apli- planta de semente verde-lisa e flor branca?
car o sistema de ramificação dicotô-
Cruzamentos Geração Frequência desejada
mica. Assim, determinaremos os tipos
de gametas produzidos por um in- Vv Vv Vv vv
divíduo tetraeterozigoto: AaBbCcDd. Vv x Vv P (verde) = 1/4
3/4 amarela 1/4 verde

4. Determinação da frequência de Rr
RR x rr P (lisa) = 1
qualquer classe genotípica 1 lisa

Poderá ser feita facilmente, se Bb bb


Bb x bb P(branca) = 1/2
analisarmos os caracteres indepen- 1/2 vermelha 1/2 vermelha
dentes e multiplicarmos as frequên-
P (verde, lisa e branca) = 1/4 x 1 x 1/2 = 1/8
cias para os aspectos desejados.

– 21
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1. Complete a tabela abaixo, relacionada ao cruzamento de duas 3. No cruzamento de AaBbCcDd com AabbCcDD, a proporção de
plantas, designadas por (1) e (2). descendentes que apresentam 4 caracteres dominantes é de:
a) 3/32 b) 9/32 c) 27/32 d) 27/54 e) 0
(1) AabbCCDd x (2) AaBbccDd

Número de tipos de (1)


gametas produzidos
(2)
pelas plantas
Genótipos possíveis
Números na geração Fenótipos possíveis
obtida Combinações
genotípicas

4. Considere o seguinte:

AaBbCcDdEeFfGg x AaBbCcDdEeFfGg

Após analisar a geração obtida no cruzamento, um grupo de alunos


obteve os seguintes resultados:

I II III IV
Número de
A 49 128 343 2187
fenótipos
Número de
B 343 2.187 21 128
genótipos
Número de
C 16.384 12.834 343 21.128
combinações
Estão corretas, respectivamente:
a) AII – BIV – CIV b) AIII – BI – CI c) AII – BII – CI
BIOLOGIA A

d) AI – BIV – C e) AII – BIII – CIV


2. No cruzamento de AaBBCcDdEe x AabbccDDEe, a probabilidade
de nascer um indivíduo de genótipo AABbccDDee é de:
a) 1/4 b) 1/8 c) 1/16 d) 1/32 e) 1/64

22 –
C3_TEO-EXER_CURSO_A_Biologia_Clayton_2020_aluno.qxp 07/02/2020 16:37 Página 23

5. (UFU-Modificado) – Na espécie humana, assim como em todas as


outras espécies de seres vivos, existem vários fenótipos dos quais as
heranças provêm de um par de alelos de dominância completa. Entre
esses fenótipos, podem ser citados:
1) sensibilidade gustativa para feniltiocarbamida (PTC) é dominante
sobre a não sensibilidade;
2) a forma do lobo da orelha, lobo solto é dominante sobre lobo
aderente;
3) a capacidade de dobrar a língua é dominante sobre a incapacidade de
fazê-lo.
Um casal é formado por um marido que tem lobo da orelha aderente, é
heterozigoto para a sensibilidade ao PTC e não é capaz de dobrar a língua
e por uma esposa que tem heterozigose para a forma do lobo da orelha,
para a sensibilidade ao PTC e para a capacidade de dobrar a língua. Com
base nesses conhecimentos, qual é a probabilidade deste casal ter uma
criança masculina e com lobo da orelha aderente, não sensível ao PTC
e não ser capaz de dobrar a língua?
a) 1/16 b) 1/32 c) 1/64
d) 1/128 e) 1/256

FÍSICA A
BIOLOGIA A

– 23
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MÓDULO 12 Alelos Múltiplos

1. Conceito P F1 F2
Os casos de herança até agora
Selvagem x 3 Selvagem:
estudados envolviam sempre carac- Selvagem
Chinchila 1 Chinchila
teres determinados por dois alelos, Selvagem x 3 Selvagem:
um dominante e outro recessivo. Exis- Selvagem
Himalaia 1 Himalaia
tem, entretanto, casos de herança em Selvagem x 3 Selvagem:
que um caráter é determinado por Selvagem
Albino 1 Albino
mais de dois alelos, constituindo uma Chinchila x 3 Chinchila:
série de alelos múltiplos. Tais alelos Chinchila
Himalaia 1 Himalaia
são produzidos por mutação de um Chinchila x 3 Chinchila:
Chinchila
gene inicial e ocupam o mesmo lócus Albino 1 Albino
em cromossomos homólogos. As re- Himalaia x
Himalaia
3 Himalaia:
lações entre os diversos alelos da Albino 1 Albino

série são variáveis, podendo existir As relações genotípicas e fenotí-


dominância completa e incompleta. picas são:
Resumindo: alelos múltiplos são Fenótipo Possíveis genótipos
séries de três ou mais formas alterna- Selvagem CC – Ccch – Cch – Cca
tivas de um mesmo gene, localizados Fig. 1
Chinchila cchcch – cchch – cchca
no mesmo lócus em cromossomos
3. A cor da pelagem em coelhos Himalaia chch – chca
homólogos e interagindo dois a dois
Em coelhos domésticos, a cor da Albino caca
na determinação de um caráter.
pelagem é determinada por uma série
de alelos múltiplos, possibilitando 4 4. O sistema ABO
2. Exemplos
fenótipos: Um exemplo clássico de alelos
Suponha um gene A sofrendo mu-
1) Selvagem ou aguti, com pela- múltiplos aparece no sistema sanguí-
tações e produzindo uma série de 4
gem cinza-escura. neo ABO no homem. Nele atuam 3
alelos: A, a1, a2 e a3.
alelos IA = IB > i. Veja agora os ge-
2) Chinchila, com pelagem cinza- nótipos e correspondentes fenótipos.
clara.
Genótipos Possíveis genótipos
3) Himalaia, com pelagem branca IAIA ou IAi Grupo A
e extremidades (patas, rabos, orelhas
IBIB ou IBi Grupo B
BIOLOGIA A

e focinho) pretas.
IAIB Grupo AB
4) Albino, sem pigmento. Damos, ii Grupo O
a seguir, os resultados dos cruzamen-
tos de parentais (P) homozigotos e o 5. O número de genótipos
endocruzamento de F1. Como verificamos, existem 3 ale-
Como tais genes são alelos, ocu- los e 6 genótipos no sistema ABO e 4
Os cruzamentos mostram a exis-
pam o mesmo lócus em cromosso- alelos e 10 genótipos na pelagem de
tência de 4 alelos com a seguinte re-
mos homólogos e cada indivíduo só coelhos. Note que, à medida que o
lação de dominância:
poderá ter um par de genes, determi- número de alelos aumenta, cresce
C (selvagem) > cch (chinchila) >
nando dez genótipos (Fig. 1). rapidamente o número de genótipos.
> ch (himalaia) > ca (albino)

Número de Genótipos
Número de alelos Total Homozigotos Heterozigotos
3 (A, a1 e a2) 6 3 (AA, a1a1 e a2a2) 3 (Aa1, Aa2 e a1a2)
4 (A, a1, a2 e a3) 10 4 (AA, a1a1, a2a2 e a3a3) 6 (Aa1, Aa2, Aa3, a1a2, a1a3 e a2a3)
10 (Aa1, Aa2, Aa3, Aa4, a1a2, a1a3,
5 (A, a1, a2, a3 e a4) 15 5 (AA, a1a1, a2a2, a3a3 e a4a4)
a1a4, a2a3, a2a4, a3a4)
n (n + 1) n (n – 1)
n ————— n —————
2 2

24 –
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1. Na prímula chinesa, a flor tem um centro, o “olho”, de uma cor 2. Em uma determinada espécie animal, a cor da pelagem é um caráter
diferente da do restante das pétalas. Normalmente, esse olho é de condicionado por uma série de 5 alelos múltiplos, com a seguinte
tamanho médio e de cor amarela. Estas variantes também ocorrem: relação de dominância:
olho amarelo muito grande (Primrose Queen), olho branco (Alexandra)
A (preto) > ac (cinza) > am (marrom) > ah (himalaia) > a (albino)
e olho azul (Blue Moon). Os resultados de alguns cruzamentos são:
P F1 F2 Complete a tabela abaixo, indicando os possíveis genótipos.

Normal Fenótipos Genótipos


3 Alexandra:
x Alexandra Preto
Alexandra 1 Normal
Cinza
Alexandra 3 Alexandra:
x Alexandra Marrom
Primrose Queen 1 Primrose Queen
Himalaia
Blue Moon 3 Normal: Albino
x Normal
Normal 1 Blue Moon

Primrose Queen 3 Blue Moon:


x Blue Moon
Blue Moon 1 Primrose Queen

FÍSICA A
a) Disponha estes fenótipos em ordem de dominância relativa.
b) Qual é o número total de genótipos possíveis?

3. Suponha que numa certa população existem dois caracteres

BIOLOGIA A
condicionados por alelos múltiplos. Um deles (X) com uma série de 6
alelos e outro (Y) com uma série de 3. Estudando os dois caracteres
simultaneamente, quantos genótipos distintos são possíveis?
a) 9 b) 18 c) 36 d) 72 e) 126

– 25
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4. (UEG) – O heredograma a seguir representa as linhagens de 5. (UFU-2019) – Em coelhos, os genes que condicionam a cor
coelhos definidas pela cor da pelagem (selvagem, chinchila, da pelagem apresentam a seguinte relação de dominância: C
himalaia e albino). Utilizando os alelos C, Cch, Ch e c, determine (aguti) > Cch (chinchila) > Ch (himalaia) > Ca (albina).
o genótipo de cada um desses coelhos. Baseando-se nessas informações, responda:
a) Quais são as proporções fenotípicas e genotípicas resultantes do
1 2 cruzamento entre uma fêmea chinchila heterozigota para himalaia e
um macho aguti heterozigoto para albino?
b) Qual a probabilidade de nascer um descendente chinchila
6 heterozigoto para albino do cruzamento entre uma fêmea aguti
3 4 5
heterozigota para chinchila e um macho himalaia heterozigoto?
Demonstre o cruzamento e a descendência por meio do Quadro de
7 8 9 10 Punett.

Selvagens Himalaias Albinos

COELHO GENÓTIPO COELHO GENÓTIPO


1 6
2 7
3 8
4 9
5 10
BIOLOGIA A

26 –
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MÓDULO 13 Noções de Imunização


1. Imunização 3. A produção dos Anticorpos Se houver uma segunda injeção
do antígeno, ocorre a resposta secun-
A célula-mestra no reconheci- dária, em que a produção de anticor-
Os seres vivos possuem uma pro-
mento de um antígeno e na formação pos é mais rápida e atinge níveis mais
priedade chamada imunização, por
de anticorpos é um tipo de leucócito elevados (Fig. 2).
meio da qual podem:
conhecido como linfócito.
1 – destruir células de agentes in-
Existem dois tipos de linfócitos: T
fecciosos, como os micro-
e B. Os linfócitos T devem passar pelo
organismos;
timo a fim de sofrer um processo de
2 – destruir ou eliminar moléculas,
maturação. O timo é um orgão linfoide
como as toxinas produzidas
esponjoso e bilobado situado acima do
pelas bactérias;
coração, logo atrás do esterno. Os
3 – eliminar tecidos estranhos ao
linfócitos T não produzem anticorpos e
organismo, como a rejeição de
atuam na imunidade celular, como é o
transplantes.
caso da rejeição de órgãos Fig. 2 – Respostas imunológicas.
Tais processos envolvem reações
transplantados, além de influenciarem
do tipo antígeno-anticorpo. A resposta secundária envolve a
a atividade dos linfócitos B. Estes não

FÍSICA A
2. Antígenos e Anticorpos necessitam de passagem pelo timo e ação das células de memória; por isso,
são responsáveis pela produção de é chamada de anamnésica.
Antígenos são substâncias que anticorpos circulantes, realizando a
5. Tipos de Imunização
podem estimular a produção de um chamada imunidade humoral e atuan-
Imunização Ativa
anticorpo e reagir especificamente do principalmente na lise de micro-
Trata-se da produção de anticorpos
com o próprio. organismos e na neutralização de
pelo próprio indivíduo que recebeu
Um antígeno típico é uma proteína venenos de animais peçonhentos e
antígenos. A imunização ativa pode ser
ou um polissacarídeo, ou um complexo toxinas bacterianas. Ao ser formado, o
natural ou artificial.
contendo ambas as substâncias. O linfócito, ainda imaturo, apresenta na
a) Natural: ocorre quando o
anticorpo é sempre uma proteína superfície uma série de anticorpos
antígeno penetra naturalmente no or-
denominada imunoglobulina. Com a específicos. Quando esse linfócito en-
ganismo nos processos infecciosos
formação do complexo antígeno-an- contra um antígeno específico para os
provocados por vírus, bactérias etc.
ticorpo, inicia-se uma série de reações seus anticorpos, acontece a união
b) Artificial: é determinada pela
que visam à remoção do antígeno entre antígenos e anticorpos. O linfó-
inoculação proposital de antígenos. A

BIOLOGIA A
estranho ao organismo. Esses pro- cito é, então, ativado e sofre divisão de
vacina é constituída pelo agente in-
cessos constituem a resposta imune. diferenciação, produzindo dois tipos de
células: os plasmócitos e feccioso enfraquecido ou por toxinas
as células de memória. As por ele produzidas. A vacina contém
primeiras produzem os anti- antígenos específicos, sendo utilizada
corpos circulantes e as de como um agente profilático.
memória persistem na circu- Quando um micro-organismo pe-
lação, secretando anticorpos netra em pessoas vacinadas, já en-
após reagirem com os antí- contra os anticorpos que inativam os
genos específicos (Fig. 1). antígenos por ele produzidos.

Imunização Passiva
4. Resposta primária e Consiste na inoculação, no orga-
secundária nismo, de anticorpos produzidos por
outro organismo contra o correspon-
Quando ocorre a primei- dente agente infeccioso. Constitui um
ra injeção de um antígeno, processo de soros terapêuticos. A
após uma semana começa a soroterapia é utilizada durante a fase
produção de anticorpos em aguda de uma infecção. Salienta-se
um nível pouco elevado, di- que o anticorpo inoculado só protege
minuindo a seguir: é a por tempo relativamente curto, sendo
Fig. 1 – A produção de anticorpos. resposta primária. logo destruído e eliminado.
– 27
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1. (FUVEST) – Se quisermos provocar uma imunização específica e 3. (FUVEST-2019) – Desde 2013, a cobertura vacinal para doenças
duradoura em uma pessoa em relação a um determinado antígeno, qual como caxumba, sarampo, rubéola e poliomielite vem caindo ano a ano
dos dois procedimentos abaixo é mais adequado? em todo o País, devido, entre outros motivos, ____I____. Contudo,
a) Injeção do próprio antígeno no indivíduo a ser imunizado. sabe-se que a vacina é o único meio de prevenir essas doenças e
b) Injeção de soro sanguíneo de um animal previamente inoculado consiste na inoculação de _____II_____.
como antígeno. Justifique a sua resposta. As lacunas I e II podem ser corretamente preenchidas por:

à baixa incidência dessas doenças atualmente, não


I
representando mais riscos à saúde pública.

a)
anticorpos que estimulam uma resposta imunológica
II
passiva contra uma doença específica, em pessoas sadias.

a movimentos antivacinação, que se têm expandido pelo


I
mundo.
2. (FUVEST) – As duas curvas (A e B) do gráfico mostram a concentração
de anticorpos produzidos por um camundongo, durante oito semanas, em b)
vírus patogênicos modificados em laboratório, causando a
resposta a duas injeções de um determinado antígeno. Essas injeções
II cura pela competição com os vírus não modificados da
foram realizadas com intervalo de seis meses.
pessoa doente.

a movimentos antivacinação, que se têm expandido pelo


I
mundo.

c)
antígenos do agente patogênico, estimulando uma resposta
II
imunológica ativa, em pessoas sadias.

ao alto custo dessas vacinas, não coberto pelo sistema


I público, o que as torna inacessíveis a grande parte da
população.
d)

antígenos do agente patogênico para assegurar a cura em


BIOLOGIA A

II
a) Identifique as curvas que correspondem à primeira e à segunda um curto espaço de tempo, em pessoas doentes.
injeção de antígenos.
b) Quais são as características das duas curvas que permitem distinguir
à baixa incidência dessas doenças atualmente, não
a curva correspondente à primeira injeção de antígenos daquela que I
representando mais riscos à saúde pública.
representa a segunda injeção?
c) Por que as respostas a essas duas injeções de antígenos são e)
anticorpos específicos produzidos em outro organismo, que
diferentes? II se multiplicam e eliminam o agente patogênico, em
pessoas doentes.

28 –
C3_TEO-EXER_CURSO_A_Biologia_Clayton_2020_aluno.qxp 07/02/2020 16:38 Página 29

4. (UNIFESP-2019) – Embora sejam produzidos e utilizados em situações distintas, os


Quem tem alergia ao ovo pode tomar a vacina da gripe? imunobiológicos I e II atuam de forma semelhante nos humanos e
Se fizerem parte dos grupos de risco, os alérgicos podem equinos, pois
(e devem) tomar a vacina a) conferem imunidade passiva.
Por anos, os médicos contraindicaram o imunizante para quem está b) transferem células de defesa.
proibido de ingerir esse alimento. Mas as recomendações mudaram no c) suprimem a resposta imunológica.
ano passado. d) estimulam a produção de anticorpos.
e) desencadeiam a produção de antígenos.

Alex Silva / A2 Estúdio 6. (UNESP) – O gráfico abaixo demonstra a concentração de anticorpos


“Nos últimos anos, tivemos avanços na produção da vacina que produzidos por uma criança em resposta à inoculação do antígeno em
permitiram reduzir substancialmente os traços de ovo na produção das períodos de dias diferentes.
doses”, esclarece a coordenadora do Departamento Científico de Concentração no plasma de anticorpos específicos para
Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Com essa o antígeno introduzido no corpo de um indivíduo

FÍSICA A
evolução, a probabilidade de um evento adverso alérgico ficou muito
100
pequena, quase nula.
Resposta
(https://saude.abril.com.br, 31.05.2018. Adaptado.) secundária
a) Explique por que, no processo de produção da vacina, são utilizados 10
ovos embrionados nos quais os vírus são inoculados. Resposta
b) Excluídos os casos dos alérgicos ao ovo, muitas pessoas ainda primária
1
relutam em se vacinar contra a gripe, alegando, erroneamente, que
o vírus presente na vacina pode causar a doença no vacinado.
Explique por que essa alegação é incorreta e explique por que a 0 10 20 30 40 50 60 Tempo
vacina protege o vacinado contra a gripe. em dias
1.a inoculação 2.a inoculação
do antígeno do mesmo antígeno
Compare as duas resposta imunológicas e identifique, dentre as opções
a seguir, qual delas representa o que acontece com o organismo da
criança ao receber o antígeno na 2.a inoculação:
a) O tempo para produção de anticorpos é maior, e a quantidade de

BIOLOGIA A
anticorpos é menor do que na 1.a inoculação.
b) O tempo para produção de anticorpos é menor, e a quantidade de
anticorpos é maior do que na 1.a inoculação.
c) O tempo e a quantidade de anticorpos produzidos são os mesmos
5. da 1.a inoculação.
d) O tempo e a quantidade de anticorpos produzidos se tornam
constantes, a partir da 2.a inoculação.
Imunobiológicos: e) O tempo e a quantidade de anticorpos dobram em relação à 1.a
diferentes formas de produção, diferentes aplicações inoculação e, a partir da 2.a inoculação, a quantidade de anticorpos
não se altera.

– 29
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MÓDULO 14 O Sistema ABO

1. Os Grupos Sanguíneos de um indivíduo possuírem um ou 1.o) Coloca-se num lado de uma


outro dos antígenos, o soro do mes- lâmina de microscopia uma gota de
Quando se injeta sangue de um mo indivíduo não poderá conter o soro anti-A e, no outro, uma gota de
indivíduo em outro, realizando-se a correspondente anticorpo, pois, se soro anti-B.
chamada transfusão, podem sobrevir houvesse a coexistência, ocorreria a
acidentes mais graves e até a morte. aglutinação das hemácias. Assim, o 2.o) Sobre cada gota de soro, co-
Isso se dá porque há certa incompa- tipo sanguíneo das pessoas pode ser loca-se uma gota de sangue a ser
tibilidade entre as hemácias de deter- classificado em quatro grupos, de identificado e observa-se o resultado:
minados indivíduos e o plasma de acordo com o quadro a seguir.
outros, que se caracteriza por uma • se não houver aglutinação em
aglutinação, ou seja, reunião de hemá- Grupo Aglutino- nenhum dos lados, o sangue em exa-
Aglutinina me é do grupo O;
cias em massas mais ou menos Sanguíneo gênio
(soro)
(fenótipo) (hemácias)
compactas, de tamanho variável, que
podem obstruir capilares provocando • se aglutinar dos dois lados, o
A A anti-B
embolias. Há também hemólise, isto sangue é AB;
é, desintegração de hemácias com
liberação de hemoglobina, da qual B B anti-A • se aglutinar somente com o
uma parte será excretada e outra soro anti-A, é do grupo A;
produzirá bilirrubina. AB AeB —
• se aglutinar somente com o
anti-A soro anti-B, é do grupo B.
2. O Sistema ABO O —
anti-B

Foi o austríaco Landsteiner que, A Herança do Grupo ABO


em 1900, descobriu os grupos san- Os grupos sanguíneos ABO são
A Determinação do Grupo
guíneos do sistema ABO, ao misturar determinados por uma série de três
o sangue de algumas pessoas com o alelos múltiplos: IA, IB e i.
soro sanguíneo de outra. Verificava O gene IA determina a formação
que, em alguns casos, ocorria agluti- do aglutinogênio A.
nação dos glóbulos vermelhos, isto é, O gene IB determina a formação
reunião deles em grumos, seguida de do aglutinogênio B.
destruição. Com essa descoberta, O gene i não forma aglutinogênio.
tornou-se possível explicar por que as Entre os alelos IA e IB, não há
BIOLOGIA A

transfusões de sangue às vezes dominância. Quando juntos, ambos


matavam (quando ocorria aglutinação manifestam seu efeito e a pessoa é do
nos vasos capilares de pessoas tipo AB.
transfundidas) e às vezes nada Por outro lado, tanto IA como IB
acontecia. Assim é que Landsteiner são dominantes em relação a i e, so-
mostrou que a aglutinação era a mente quando os alelos IA e IB não es-
manifestação de uma reação do tipo tiverem presentes, o indivíduo será do
antígeno-anticorpo, encontrando-se tipo O.
o antígeno nas hemácias e o anticorpo O quadro abaixo resume a heran-
no soro, mas com a particularidade de ça ABO.
o anticorpo ser natural, ou seja, não
necessitar da pre- sença do antígeno Grupo
Genótipos
para ser produzido. O antígeno foi cha- Sanguíneo
mado aglutinogênio, e o anticorpo, Fig. 1 – Determinação dos grupos
aglutinina. sanguíneos ABO por aglutinação em lâmina. Tipo A IAIA ou IAi

Classificação do Sistema ABO O processo de determinação do Tipo B IBIB ou IBi


Landsteiner encontrou dois aglutinó- grupo sanguíneo tem base na agluti-
genos: A e B, e duas aglutininas cor- nação ou não das hemácias, quando Tipo AB IAIB
respondentes, designadas anti-A e misturadas com os soros anti-A e anti-
anti-B. É evidente que, se os glóbulos B. Tipo O ii

30 –
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1. O heredograma a seguir mostra os tipos sanguíneos dos indivíduos a) O, A, B, AB. b) AB, B, A, O. c) AB, A, B, O.
de uma família. Com base nessas informações: d) O, B, A, AB. e) A, O, AB, B.
a) Determine os genótipos dos diversos indivíduos.
b) Calcule a probabilidade de um descendente do casal 12 X 13 ser do
sangue tipo O.

FÍSICA A
3. (FUVEST) – O casal Fernando e Isabel planeja ter um filho e ambos
têm sangue do tipo A. A mãe de Isabel tem sangue do tipo O. O pai e
a mãe de Fernando têm sangue do tipo A, mas um outro filho deles tem
sangue do tipo O.
a) Com relação ao tipo sanguíneo, quais são os genótipos do pai e da
mãe de Fernando?
b) Qual é a probabilidade de que uma criança gerada por Fernando e
Isabel tenha sangue do tipo O?

BIOLOGIA A

2. Grupo SORO

I Aglutina hemácias dos grupos A, B e AB.

II Aglutina hemácias dos grupos B e AB somente.

III Aglutina hemácias dos grupos A e AB somente.

IV Não aglutina hemácias de nenhum grupo.

O quadro acima mostra as propriedades de soros sanguíneos, no que se


refere ao sistema A, B, O. Os tipos sanguíneos dos quais os soros foram
obtidos estão indicados pelos algarismos romanos (I, II, III e IV) e são,
respectivamente, os grupos

– 31
C3_TEO-EXER_CURSO_A_Biologia_Clayton_2020_aluno.qxp 07/02/2020 16:38 Página 32

4. (UNESP-2018) – O heredograma mostra os tipos sanguíneos do 5. (UFRGS-2018) – Assinale a alternativa que preenche corretamente
sistema ABO de alguns familiares de João e de Maria. as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem.
Pessoas que pertencem ao grupo sanguíneo A têm na membrana
plasmática das suas hemácias_________________ e no plasma
sanguíneo __________________.
As que pertencem ao grupo sanguíneo O não apresentam ___________
na membrana plasmática das hemácias.
a) aglutinina anti-B – aglutinina anti-A e anti-B – aglutinogênio
b) aglutinogênio A – aglutinina anti-B – aglutinogênio
c) aglutinogênio B – aglutinogênio A e B – aglutinina anti-A e anti-B
d) aglutinina anti-A – aglutinogênio B – aglutinina anti-A e anti-B.
A probabilidade de João e Maria terem uma criança com o mesmo tipo e) aglutinina anti-A e anti-B – aglutinogênio A – aglutinina anti-B.
sanguíneo da mãe de Maria é
a) 1/8
b) 1/2
c) 1/4
d) 1/16
e) 1/32
BIOLOGIA A

32 –
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Biologia Animal FRENTE 3

MÓDULO 11 O Sistema Excretor

1. Conceito de Excreção e celenterados), a excreção ocorre por A célula-flama também é denomi-


Excreção é o processo de elimi- simples difusão. nada solenócito e ocorre nos cefa-
nação de substâncias que são produ- locordados (ex.: anfioxo).
zidas em excesso no organismo. Os asquelmintos apresentam dois
Essas substâncias resultam da ativi- tipos de sistema excretor: o simples e
dade (metabolismo) celular. o duplo. O simples aparece nos asquel-
As células estão sempre em ativi- mintos de vida livre e é constituído por
dade; mesmo que não estejam em uma grande célula ventral e anterior,
crescimento ou em movimento, estão com um ducto que se abre
constantemente sintetizando e de- posteriormente na linha mediana. No
compondo substâncias. Essas ativi- sistema duplo, também conhecido por
dades dão origem a subprodutos que “tubos em H”, existem dois canais

FÍSICA A
não podem ser utilizados e que, se Ameba (protozoário dulcaquícola). que correm ao longo das linhas late-
acumulados em grandes quantidades, rais. Na parte anterior, os dois tubos
seriam prejudiciais ao organismo. Alguns protozoários de água doce unem-se e formam um único, que se
apresentam outro mecanismo excre- abre na linha mediana ventral. Cada
Principais excretas
tor. Neles há estruturas chamadas tubo é constituído por uma única célula
As principais excretas são:
vacúolos contráteis ou pulsáteis, canaliculada. As paredes dos tubos
– CO2 (dióxido de carbono);
cuja principal função é remover o absorvem por osmose os catabólitos,
– H2O (água);
excesso de água que entra na célula que são enviados para o poro excretor.
– sais;
por osmose. Esse excesso é coletado Os crustáceos apresentam um
– bile;
nesses vacúolos que se contraem par de glândulas verdes situado ven-
– NH3 (amônia);
periodicamente e expulsam seu con- tralmente na cabeça, anterior em rela-
– CO (NH2)2 (ureia);
teúdo para o meio. Neles foram en- ção ao esôfago.
– C5H4N4O3 (ácido úrico);
contradas pequenas quantidades de Em cada glândula verde, distin-
– creatinina.
amônia, o que indica a função real- guem-se o saco terminal, o labirinto, o
A amônia, a ureia e o ácido úrico
tubo branco, a bexiga e o poro ex-

BIOLOGIA A
são provenientes do metabolismo dos mente excretora de tais vacúolos.
Os vermes achatados (platielmin- cretor.
aminoácidos.
tos) enfrentam o mesmo problema O saco terminal é uma cavidade
Denomina-se homeostase a ca-
dos protozoários de água doce, ou de natureza celomática, em contato
pacidade que tem o organismo de
seja, é o excesso de água que se com o labirinto, uma estrutura de cor
manter seu meio interno em estado
difunde para o interior das células e verde, também chamada córtex, cons-
de equilíbrio dinâmico.
que deve ser eliminado. Na planária, o tituída por numerosos canículos anas-
A homeostase é essencial para a
CO2 e a maior parte da amônia (NH3) tomosados, ficando o conjunto com
vida, e a manutenção de um meio inter-
são excretados por difusão. uma consistência esponjosa. Do labi-
no equilibrado depende tanto do sistema
Para remover o excesso de água, rinto sai o tubo branco, de contorno
excretor quanto dos sistemas digestório
a planária tem um sistema constituído sinuoso, dilatando-se na extremidade
e circulatório. Nos animais que têm
por um conjunto de tubos ramificados, e formando a bexiga com um curto
sistema circulatório, as substâncias que
terminando as ramificações menores ducto terminado em poro excretor,
devem ser removidas são transportadas
em uma célula especializada, a célu- situado na base da antena. As glân-
pelo sangue. Podemos dizer, portanto,
la-flama. Cada célula-flama abre-se dulas verdes absorvem catabólitos do
que o sistema excretor funciona de
em uma cavidade onde se projetam di- sangue e dos líquidos intersticiais.
modo que mantém praticamente
versos flagelos, cujo movimento leva a Os anelídeos (vermes metameri-
constante a composição do sangue.
água para os canais excretores. O no- zados), como a minhoca, utilizam o
2. Excreção nos Invertebrados me “célula-flama” deve-se ao movi- sistema circulatório como principal
Nos protozoários em geral e nos mento dos flagelos internos que meio de remoção do CO2 e também
pluricelulares mais simples (poríferos possui. apresentam tubos excretores que se

– 33
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dispõem em pares em quase todos os do sangue os produtos de excreção e A principal excreta nitrogenada
segmentos do corpo (não ocorrem nos os transferem para o tubo digestório, dos insetos é o ácido úrico. O fato de
dois primeiros e no último); são deno- de onde os catabólitos são eliminados, ser praticamente insolúvel em água é
minados nefrídios. pelo ânus, com as fezes. a propriedade mais importante dessa
Fluidos contendo as excretas (água substância, pois não requer água para
e amônia) entram na abertura em funil conservar os cristais de ácido úrico no
de cada tubo e são levados à porção interior dos seus tubos excretores.
terminal deste, que é circundada por Esses cristais passam para o tubo di-
numerosos vasos sanguíneos. A gestório e daí são eliminados, pelo
abertura configura-se na cavidade do ânus, com as fezes.
corpo, de onde as excretas são Nematoide – sistema excretor em H.
coletadas. A parte final do tubo abre-se
em um poro na parede do corpo, por
onde as excretas são eliminadas.
Os moluscos também apresentam
nefrídios.
Os insetos utilizam-se de diferen-
tes mecanismos de excreção: o dióxi-
do de carbono é eliminado pelas
traqueias; as excretas nitrogenadas
são eliminadas através de estruturas Nefrídio de um anelídeo.
especializadas, os túbulos de Malpi-
ghi. Uma das extremidades desembo-
ca no intestino e a outra se aloja nas
lacunas do sistema sanguíneo. Retiram Glândula verde de crustáceo.
BIOLOGIA A

Tubo de Malpighi na barata.

Os miriápodos e os aracnídeos também apresen-


tam túbulos de Malpighi.
Os aracnídeos, além dos túbulos de Malpighi,
apresentam um ou dois pares de glândulas coxais
excretoras, situadas no assoalho do cefalotórax. Essas
glândulas são consideradas homólogas às glândulas
verdes dos crustáceos.

3. Classificação dos animais quanto à principal


excreta nitrogenada

A amônia é muito tóxica para as células, a ureia é


menos tóxica do que a amônia e o ácido úrico prati-
camente não é tóxico.

34 –
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O fato de os insetos excretarem o Classificam-se os animais, quanto em tal sistema fechado, poderia ser
ácido úrico, e não amônia ou ureia, é à principal excreta nitrogenada, em fatal porque tais excretas são tóxicas.
uma adaptação para a vida no meio três grupos: amonotélicos, ureotélicos Esses embriões produzem ácido úrico
ambiente terrestre, onde a economia e uricotélicos. que, por ser insolúvel, precipita e per-
hídrica é vital para a sobrevivência. Animais que vivem em ambiente manece acumulado no alantoide
A amônia é a excreta nitrogenada terrestre não têm um suprimento ilimi- (anexo embrionário). Tais caracterís-
de animais de pequeno porte que dis- tado de água em contato tão próximo ticas, tão necessárias ao desenvolvi-
põem de muita água. A ureia, como a com seus tecidos, como é o caso dos mento embrionário, são levadas
amônia, também necessita de água aquáticos. Por ser bastante tóxica, a posteriormente ao indivíduo adulto.
para sua eliminação; portanto, sua ex- amônia produzida no metabolismo não O girino, que é aquático, excreta
creção ocorre em animais que dis- pode ser acumulada. Assim, muitos principalmente amônia. Entretanto, ao
põem de água em quantidades animais terrestres desenvolveram pro- sofrer o processo de metamorfose,
suficientes. cessos para converter a amônia em torna-se um verdadeiro anfíbio e passa
O homem excreta ureia dissolvida ureia ou ácido úrico. muito tempo fora d’água. Durante a
em água em quantidade tal que a sua De acordo com Needham, bioquí- metamorfose, o animal começa a pro-
concentração é bastante baixa. mico inglês, a excreção de ureia ou duzir ureia em lugar de amônia e,
Os peixes ósseos eliminam amô- ácido úrico é determinada pelas con- quando a metamorfose se completa,
nia, e os peixes cartilaginosos excre- dições em que o embrião se forma. O a ureia passa a ser produto de

FÍSICA A
tam ureia. embrião do mamífero desenvolve-se excreção predominante.
Os répteis e as aves, da mesma em estreito contato com o sistema Os peixes dipnoicos constituem
maneira que os insetos, também eli- circulatório materno. Assim, a ureia, outro exemplo interessante. Enquan-
minam o ácido úrico como principal que é bastante solúvel, pode ser to na água, excretam principalmente
excreta nitrogenada. Nesses animais, removida do embrião pela circulação amônia; quando o rio ou o lago secam,
a excreção se dá com uma perda de materna e, a seguir, excretada. permanecem na lama e começam a
água muito pequena. Sob esse aspec- Os embriões de ave e de réptil estivar e acumular ureia como produto
to, insetos, aves e répteis ajustam-se desenvolvem-se em um ovo de casca final nitrogenado. Quando as chuvas
da mesma maneira à vida terrestre, na rígida e no meio externo (ovíparos). Os voltam, esses peixes excretam uma
qual, frequentemente, o suprimento ovos são postos com água suficiente grande quantidade de ureia e iniciam
de água é limitado. para mantê-los durante a incubação. A novamente a excreção de amônia.
produção de amônia ou mesmo ureia,

BIOLOGIA A
Animais Ocorrência Observação

Amonotélicos Maioria dos invertebrados aquáticos, te-


Solúvel (muito tóxica).
NH3 leósteos (peixes ósseos), protocordados.

Ureotélicos Peixes condrictes (cartilaginosos), an- Solúvel (menos tóxica


CO(NH2)2 fíbios, mamíferos. do que a amônia).

Uricotélicos
Insetos, répteis, aves. Insolúvel (não tóxica).
C5H4N4O3

Classificação dos animais quanto à principal excreta nitrogenada.

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1. (FUVEST-2018) – Borboleta, lula e avestruz têm como principal 3. Durante uma expedição, um grupo de estudantes
excreta nitrogenado, respectivamente, perdeu-se de seu guia. Ao longo do dia em que esse
a) ácido úrico, amônia e ácido úrico. grupo estava perdido, sem água e debaixo de sol, os
b) ácido úrico, ureia e amônia. estudantes passaram a sentir cada vez mais sede.
c) amônia, ácido úrido e amônia. Consequentemente, o sistema excretor desses indivíduos teve um
d) amônia, ureia e ácido úrico. acréscimo em um dos seus processos funcionais.
e) ureia, amônia e ácido úrico. Nessa situação o sistema excretor dos estudantes
a) aumentou a filtração glomerular.
b) produziu maior volume de urina.
c) produziu urina com menos ureia.
d) produziu urina com maior concentração de sais.
e) reduziu a reabsorção de glicose e aminoácidos.

2. (Fameca-Medicina Cantaduva) – Os túbulos de Malpighi, os


metanefrídios e as células-flama são estruturas especializadas na
excreção de substâncias do corpo dos invertebrados. Assinale a
alternativa que relaciona corretamente a origem e o destino das
excretas, bem como a estrutura excretora.
a) Tanto os metanefrídios como os túbulos de Malpighi retiram
excretas da hemolinfa, transferindo-as para o interior do intestino e
eliminando-as posteriormente pelo ânus.
b) As células-flama retiram excretas do mesênquima, transferindo-as
para intestino; já os metanefrídios absorvem excretas do sangue e
da hemolinfa, eliminando-as pela superfície corporal.
c) Os túbulos de Malpighi absorvem excretas da hemolinfa, enviando-
as ao intestino; já os metanefrídios retiram excretas do fluido
celomático e dos vasos sanguíneos, eliminando-as pela superfície
BIOLOGIA A

corporal.
d) Os túbulos de Malpighi retiram excretas de vasos sanguíneos e do
mesênquima; já as células-flama absorvem excretas do intestino,
eliminando-as pela superfície do corpo.
e) As células-flama retiram excretas de vasos sanguíneos, eliminando-
as pela superfície do corpo; já os metanefrídios retiram excretas do
mesênquima e do fluido celomático, enviando-as ao intestino.

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4. (UNICID-MEDICINA) – As glândulas lacrimais de alguns animais 5. (UEFS) – A estrutura a seguir é típica de um grupo de animais
marinhos, como a tartaruga, são adaptadas a esse ambiente e auxiliam invertebrados e apresenta um conjunto de cílios que se movem
no importante processo fisiológico osmorregulador. Em contrapartida, a promovendo o fluxo de fluido intersticial que é direcionado para uma
presença de narinas indica que o sistema respiratório é adaptado ao rede de túbulos.
ambiente terrestre.
núcleo

fluido
intersticial
cílios

túbulo

(https://biology-forums.com. Adaptado.)
Essa estrutura tem por função realizar
(http://ultimosegundo.ig.com.br)
a) a excreção em platelmintos.
a) O que é osmorregulação? Cite o principal órgão responsável por esse
b) o fluxo de líquidos em equinodermos.
processo.

FÍSICA A
c) a digestão em poríferos.
b) Considerando o sistema respiratório das tartarugas marinhas, em
d) a troca de gases em artrópodes.
que local ocorre a hematose nesse animal? Como é transportada a
e) a circulação da hemolinfa em artrópodes.
maior porção do gás oxigênio absorvido?

BIOLOGIA A

– 37
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MÓDULO 12 A Excreção Humana


1. Excreção nos Mamíferos Bowman flui ao longo do túbulo renal
Arteríola eferente (túbulo contornado proximal, alça de
Nos animais mais evoluídos, a ex- Henle e túbulo contornado distal) e
Cápsula glomerular
creção ocorre por meio de diversos Túbulo contorcido proximal atinge o ducto coletor. Nesse trajeto, a
órgãos. No homem, por exemplo, os maior parte da água e das substâncias
rins formam a urina, que é uma so- nela dissolvidas é reabsorvida pelos
lução de excretas nitrogenadas em Glomérulo Túbulo capilares sanguíneos; o restante do
renal
água; a pele excreta o suor, que é contorcido
filtrado irá constituir a urina.
distal
também um produto de excreção; o Arteríola Nos dois rins do homem, são pro-
aferente
fígado elimina a bile, fluido que con- duzidos por minuto cerca de 130 cm3
tém excretas, os pigmentos biliares; de filtrado capsular; porém, esse fluido
Alça néfrica
os pulmões excretam água e dióxido modifica-se bastante à medida que flui
Duto
de carbono. coletor
ao longo dos túbulos renais até atingir
reto

O rim O néfron (unidade funcional do rim). o ureter. Já a produção de urina é de


A unidade morfológica e funcional cerca de 1 cm3 por minuto; portanto,
do rim é chamada néfron. Cada rim Filtração glomerular mais de 99% do filtrado é reabsor-
apresenta cerca de 1 milhão de né- Ocorre na cápsula de Bowman: o vido à medida que percorre os túbulos
frons. sangue que chega aos capilares san- renais e os ductos coletores.
O néfron é constituído pela guíneos do glomérulo pela arteríola Muitas substâncias componentes
arteríola aferente, glomérulo de aferente é forçado pela pressão san- do filtrado capsular são necessárias ao
Malpighi, arteríola eferente, cápsula guínea contra as paredes do capilar e organismo e não podem ser perdidas
de Bowman, túbulo contornado da cápsula (paredes semipermeáveis); com a urina (como água, sais,
proximal, alça de Henle e túbulo desse modo, uma parte do plasma substâncias alimentares etc.). Essas
contornado distal. Os túbulos distais sanguíneo extravasa, ou seja, é filtrada substâncias são transportadas do in-
de vários néfrons desembocam em para o interior da cápsula. terior do túbulo para o interior dos ca-
ductos coletores. Os vários coletores O líquido filtrado tem composição pilares peritubulares e contra um gra-
desembocam na pelve do rim. Da química semelhante à do plasma san- diente de concentração, isto é, de
pelve partem para o ureter, que se guíneo, diferindo deste pela ausência uma região de menor concentração
dirige para a bexiga urinária. A urina é de proteínas. (interior do túbulo) para uma de maior
formada continuamente no rim e A pressão de filtração pode ser concentração (interior do capilar san-
acumulada na bexiga urinária. obtida da seguinte maneira: guíneo). Esse transporte, através das
BIOLOGIA A

A formação da urina, que ocorre células dos túbulos renais (reabsor-


nos néfrons, deve-se aos processos: ção), é feito por meio do mecanismo
PF = PS – (PO + PC)
filtração glomerular, reabsorção e de transporte ativo.
secreção tubular. em que: A reabsorção ativa dos solutos ci-
PF = pressão de fil- tados pelos túbulos proximais é acom-
tração. panhada de uma reabsorção passiva
PS = pressão hidrostá- do seu solvente – a água. Esse
tica do sangue nos mecanismo, denominado reabsorção
capilares. obrigatória, é decorrente da ne-
PO = pressão osmó- cessidade de manter-se o equilíbrio
tica das proteínas do osmótico nessa região do néfron.
plasma (pressão oncó- O mecanismo de reabsorção ao
tica). longo da alça de Henle acontece da
PC = pressão hidrostá- seguinte maneira: o ramo ascendente
tica da cápsula de é impermeável à água, porém reabsor-
Bowman. ve sódio; dessa maneira, o fluido
tubular torna-se menos concentrado
Reabsorção renal ao chegar ao túbulo contornado distal
O filtrado capsular for- e ao ducto coletor.
mado na cápsula de A permeabilidade à água das pa-
Rim completo. redes do túbulo distal e do ducto co-
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letor é variável. Assim, nessas por- 2. O Fator Natriurético Atrial (FNA) menos tóxico, a ureia; desse modo,
ções, a reabsorção da água é contro- nos animais ureotélicos, a ureia é
lada pelo hormônio antidiurético Adolpho de Bold descobriu um produzida principalmente no fígado, a
(ADH). hormônio denominado FNA. Trata-se partir dos resíduos metabólicos de
O ADH faz aumentar a permeabi- de um composto químico produzido amônia e de carbono, de acordo com
lidade da membrana, levando a uma pelo átrio cardíaco. O FNA promove a seguinte reação:
uma vasodilatação da arteríola afe-
maior reabsorção de água. Na ausên- 2NH3 + CO2 → H2N — C — NH2 + H2O
cia do ADH, a membrana torna-se im- rente e uma vasoconstrição simultâ- ||
nea da arteríola eferente, aumentando O
permeável à água, que, então, é
eliminada na urina. Essa absorção de a pressão glomerular e o volume de A ureogênese dá-se da seguinte
água controlada pelo ADH é denomi- urina produzida e contribuindo para a maneira: uma molécula de amônia e
nada reabsorção facultativa, porque diminuição da pressão sanguínea. uma de CO2 combinam-se com a
depende somente das necessidades ornitina, originando outro aminoácido,
hídricas do organismo e não tem rela- 3. Ciclo da Ornitina a citrulina. Este aminoácido se com-
ção com a concentração dos solutos Os aminoácidos que não são uti- bina com uma molécula de ácido
do fluido tubular. lizados na síntese proteica são trans- aspártico (uma segunda molécula de
formados, para fornecer parte da amônia é consumida na produção do
Secreção tubular energia utilizada pelo organismo. Esse ácido aspártico), formando a arginina,
Ao longo do néfron, substâncias processo envolve a perda do grupo que reage com água, dando ureia e

FÍSICA A
indesejáveis podem ser eliminadas NH2. Os grupos NH2 reagem forman- ornitina. Note que temos aqui um
pelo sangue, diretamente no fluido do do amônia. No fígado, a maior parte da mecanismo cíclico, que se denomina
túbulo renal. É o que ocorre, por amônia dá origem a um composto ciclo da ornitina.
exemplo, com o antibiótico que o
indivíduo doente recebeu. Ele é secre-
tado ativamente na urina em
formação.

1. (UEL) – Foram analisadas amostras de urina de cinco pessoas.


A composição dessas amostras é a seguinte:

BIOLOGIA A
I. ácido úrico, glicose, água e cloreto de sódio.
II. ureia, ácido úrico, água e cloreto de sódio.
III. proteínas, ureia, água e glicose.
IV. ureia, ácido úrico, glicose, água e cloreto de sódio.
V. ureia, proteínas, água e cloreto de sódio.

A amostra que corresponde a um indivíduo normal é a:


a) V b) IV c) III d) II e) I

– 39
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2. (UERJ) – Observe nas ilustrações dois tipos de néfrons: o néfron 3. (UNICAMP) – O hormônio ADH (antidiurético), produzido no
cortical, com alça néfrica ou alça de Henle, curta; o néfron justamedular, hipotálamo e armazenado na hipófise, é o príncipal regulador fisiológico
com alça néfrica longa. do equilíbro hídrico no corpo humano. Assinale a alternativa correta.
a) A redução na ingestão de água aumenta a pressão osmótica do
sangue. O ADH atua nos rins, aumentando a reabsorção de água e
diminuindo a pressão osmótica do sangue.
NÉFRON CORTICAL NÉFRON JUSTAMEDULAR b) O aumento na ingestão de água aumenta a pressão osmótica do
sangue. O ADH atua nos rins, aumentando a reabsorção de água e
cápsula diminuindo a pressão osmótica do sangue.
néfrica c) A redução na ingestão de água diminui a pressão osmótica do
túbulo cápsula sangue. O ADH atua nos rins, aumentando a reabsorção de água e
proximal néfrica túbulo
túbulo aumentando a pressão osmótica do sangue.
distal proximal d) O aumento na ingestão de água diminui a pressão osmótica do
túbulo sangue. O ADH atua nos rins, diminuindo a reabsorção de água e
distal aumentando a pressão osmótica do sangue.

alça
néfrica
alça
ducto ducto néfrica
coletor coletor

córtex renal
medula renal

Adaptado de studyblue.com 4. (FATEC) – Em grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo


de 2014, são realizados testes anti-doping nos atletas, em busca de
Suponha três vertebrados adultos hipotéticos, X, Y e Z, caracterizados
substâncias estimulantes, como as anfetaminas, utilizadas para
pelos seguintes tipos de néfrons: X, apneas néfrons corticais; Y, apenas
melhorar o desempenho de forma artificial. Essas substâncias são, em
néfrons justamedulares; Z, apenas néfrons de outro tipo, sem alça
geral, ingeridas por via oral ou então injetadas diretamente na corrente
néfrica.
sanguínea do indivíduo. O modo mais comum de detectá-las é por meio
Com base apenas nessa característica, aponte o vertebrado mais
do exame da urina ou do sangue dos atletas.
adaptado para a minha vida em um ambiente terrestre com pouca água.
Considerando as duas formas de utilização dessas substâncias
Justifique sua resposta a partir da função desempenhada pela alça
dopantes, o exame de urina pode ser um método eficiente na detecção
néfrica.
a) apenas de substâncias ingeridas, pois a urina contém somente os
Considerando os três principais tipos de excretas nitrogenados, nomeie
líquidos e as substâncias que não são absorvidas no intestino.
aquele mais adequado a ambientes muito secos. Cite, ainda, uma das
b) apenas de substâncias injetadas, pois a urina é formada a partir da
BIOLOGIA A

propriedades desse excreta que justifique sua escolha.


filtração do sangue e as substâncias ingeridas não passam para esse
meio.
c) apenas de substâncias injetadas, pois a urina é formada a partir da
filtração do sangue e, apesar das substâncias ingeridas estarem
presentes nesse meio, elas não são filtradas.
d) tanto de substâncias ingeridas quanto injetadas, pois a urina é
formada a partir da filtração do sangue e as substâncias ingeridas,
absorvidas no intestino, estão presentes nesse meio e também
podem ser filtradas.
e) tanto de substâncias ingeridas quanto injetadas, pois a urina contém
as substâncias que não são absorvidas pelo intestino e também
aquelas presentes no sangue e filtradas pelos rins.

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5. Em relação ao ciclo da ornitina, esquematizado abaixo, assinale a c) estímulo à síntese de ADH que irá atuar sobre os túbulos contorcidos
alternativa falsa: proximal e distal tornando-os mais permeáveis à água, que será
reabsorvida para o sangue do capilar.
d) inibição da síntese de ADH que deixará de atuar sobre o túbulo
proximal, o qual irá reter a glicose elevando a osmolariade do líquido
tubular, que reabsorverá água do capilar.
e) inibição da síntese de ADH que deixará de atuar sobre o duto coletor,
o qual permanecerá impermeável à água impedindo que esta seja
reabsorvida para o sangue na veia renal.

a) Ocorre no hepatócito, ou seja, na célula do fígado.


b) Consome adenosina trifosfato (ATP).
c) Transforma a amônia, que é muito tóxica, em ureia que é menos
tóxica.
d) Usa uma molécula de dióxido de carbono e duas moléculas de
amônia para formar uma molécula de ureia.
e) Como consequência, aumenta o consumo hídrico na excreção
nitrogenada.

FÍSICA A
6. (UEA) – O esquema representa um nefro, uma unidade
morfofuncional do rim humano.
arteríola
eferente capilar peritubular
túbulo
contorcido
distal

BIOLOGIA A
túbulo
arteríola cápsula contorcido
aferente renal proximal

alça
néfrica
veia renal
duto
coletor

urina

(https://resumosparaensinomedio.wordpress.com. Adaptado.)

Suponha que uma pessoa adulta, saudável, seja submetida a um regime


de pouca ingestão de água. Nessas condições, é correto afirmar que no
hipotálamo dessa pessoa haverá
a) estímulo à síntese de ADH que irá atuar sobre o duto coletor
tornando-o mais permeável à água, que será reabsorvida para o
sangue na veia renal.
b) estímulo à síntese de ADH que irá atuar sobre o duto coletor
tornando-o impermeável à água, de modo que não venha a
reabsorvê-la do sangue da veia renal.

– 41
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MÓDULO 13 O Sistema Muscular


1. Generalidades menta no relaxamento.
Como os únicos contatos obser-
Os músculos apresentam as se- váveis entre os miofilamentos são as
guintes funções: pontes laterais, que partem dos miofi-
la- mentos de miosina, admite-se que
– sustentação; tais pontes sejam as responsáveis pe-
lo deslizamento, deslocando-se os fila-
– locomoção (movimentação); mentos de actina em relação aos de
miosina.
– fornecimento de calor (homeo-
termos);

– manutenção da forma;

– pressão sanguínea (coração).


Estrutura do músculo
Na minhoca, a sustentação é exer- estriado cardíaco de mamífero.
cida especialmente pelos músculos,
pois ela não apresenta esqueleto. As miofibrilas, vistas ao microscó-
A função de movimento deve pio eletrônico, aparecem constituídas
compreender não somente os movi- por miofilamentos, com espessura
mentos macroscópicos (visíveis facil- de 50 Å a 100 Å. Esses miofilamentos A contração muscular.
mente), como também o movimento interdigitam-se de tal modo que seu
dos órgãos internos. arranjo determina as faixas A e I. Dependência do Sistema
Podemos classificar os músculos A banda A é composta de filamen- Nervoso
em três tipos: liso ou visceral, cardíaco tos grossos de uma proteína – a mio- Os músculos estriados são esti-
e estriado esquelético. sina, que se imbrica com filamentos mulados para a contração por impul-
O músculo é constituído de um finos de outra proteína – a actina. A sos nervosos. Dependem de impulsos
grande número de fibras ou células banda I contém somente fila- mentos provenientes dos nervos medulares e
que possuem cerca de 100 µm de diâ- finos de actina. Os filamentos grossos cerebrais para iniciar sua atividade.
metro. A célula (esquema 2) apresen- de miosina mostram pontes laterais Essa dependência é tão grande que,
BIOLOGIA A

ta-se com estriação transversal. que se dirigem para os filamentos quando há uma separação entre nervo
Observando-se uma célula isolada (em finos de actina. e músculo, não há mais contração e os
3), nota-se que há inúmeras fibrilas músculos se atrofiam.
dispostas longitudinalmente no seu 2. Mecanismo da Contração
O músculo estriado nunca está
interior – são denominadas miofibri- Muscular
em repouso completo, mas levemen-
las, com cerca de 1 µm de espessura.
Segundo Huxley (Prêmio Nobel em te contraído, porque recebe constan-
Nos esquemas 4, 5 e 6, aparecem, em
aumento crescente, porções de uma 1963), a contração muscular obedece à temente impulsos nervosos da
miofibrila. A miofibrila apresenta es- teoria dos filamentos deslizantes. medula e do cérebro. Esse estado de
triações transversais e tais estrias De acordo com essa teoria, quan- contração chama-se tônus.
seguem um padrão definido: o trecho do ocorre a contração, os miofilamen- Quando o impulso nervoso atinge
compreendido entre duas estrias Z tos de actina e miosina não se a junção neuromuscular, ocorre aí uma
denomina-se sarcômero (unidade encurtam nem se esticam; eles desli- série de fenômenos bioquímicos.
estrutural e fisiológica da contração); zam uns sobre os outros, de maneira Nem todas essas reações são comple-
estria Z é uma região de condensação que os filamentos de actina se aproxi- tamente conhecidas. O resultado final
de proteína; a faixa mais clara, situa- mam, diminuindo a faixa H. Observan- do impulso nervoso é a contração das
da entre duas bandas A, chama-se do a figura que se segue, notamos
fibras musculares. A contração total
banda I. que a banda A não altera suas dimen-
do músculo esquelético é o resultado
sões durante a contração e o rela-
da contração maciça das fibrilas das
xamento, enquanto a banda I diminui
de comprimento na contração e au- células musculares.

42 –
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Tipos de N.o de núcleos Estrias Velocidade Comando


músculos por célula transversais (da contração) nervoso

Liso ou S. N. Autônomo
1 ausentes lenta
viceral (involuntário)

Estriado S. N. Autônomo
1 ou 2 presentes rápida
cardíaco (involuntário)

FÍSICA A
Estriado Cerebral
vários presentes rápida
esquelético (voluntário)

3. Excitabilidade Muscular tricos) ao músculo ou ao nervo (es- Uma fibra muscular isolada, quan-
timulação direta ou indireta, respec- do estimulada, obedece à “Lei do
A contração pode ser provocada tivamente). Tudo ou Nada”.
artificialmente nos músculos in situ ou Se o estímulo for subliminar, a
recém-separados do organismo. O fibra não responde, mas, se for limiar
agente aplicado ao músculo para se ou supraliminar, responde com intensi-
obter a resposta deste chama-se es- dade máxima.
tímulo. O músculo, bem como o nervo,
Em preparações neuromuscula- obedece à “Lei do Tudo ou Nada”.

BIOLOGIA A
res, pode-se produzir a contração apli-
cando-se diversas classes dos Observação da contração de
estímulos (mecânicos, químicos, elé- um músculo na tela de um osciloscópio.

Lei do Tudo ou Nada.

– 43
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A figura acima mostra a estrutura da célula (fibra) muscular estriada esquelética, desde o músculo visível a olho nu em 1 até o nível ultramicroscópico
em 6.

1. No sarcômero (miômero) representado pelo desenho:


BIOLOGIA A

2. (UNICAMP) – O tecido muscular cardíaco apresenta fibras


a) lisas, de contração voluntária e aeróbia.
b) lisas, de contração involuntária e anaeróbia.
c) estriadas, de contração involuntária e aeróbia.
d) estriadas, de contração voluntária e anaeróbia.

a) Quais são as zonas que diminuem seu comprimento na contração?


b) Quais não se modificam?
c) Qual a fonte energética usada na contração?
d) Qual a fonte energética usada na fosforilação do ATP, no
relaxamento?

44 –
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3. (UERJ) 5. (FUVEST) – A tabela abaixo apresenta algumas características de


Cientistas produzem primeiro hambúrguer de laboratório dois tipos de fibras musculares do corpo humano.
O primeiro hambúrguer totalmente cultivado em laboratório foi
Fibras musculares
preparado e degustado durante uma entrevista coletiva em Londres.
Cientistas transformaram células-tronco de uma vaca em fibras mus-
Características Tipo I Tipo II
culares esqueléticas, em quantidade suficiente para preparar um ham-
búrguer de 140 gramas. Os pesquisadores disseram que a tecnologia
Velocidade de contração Lenta Rápida
poderia ser uma forma ecologicamente sustentável de atender à
demanda crescente por carne no planeta, pois sua produção gasta 45%
menos energia, emite 96% menos gás metano e gasta 99% menos Concentração de enzimas oxidativas Alta Baixa
hectares de terra para a mesma quantidade de carne convencional.
(O Globo, 06/08/2013. Adaptado.)
Concentração de enzimas
Baixa Alta
glicolíticas
Nomeie as duas proteínas mais abundantes das fibras musculares,
responsáveis por sua contração. Explique, ainda, a relação entre a a) Em suas respectivas provas, um velocista corre 200m, com veloci-
expansão mundial dos rebanhos de bovinos e o aumento do efeito dade aproximada de 36km/h, e um maratonista corre 42km, com
estufa. velocidade aproximada de 18km/h. Que tipo de fibra muscular se
espera encontrar, em maior abundância, nos músculos do corpo de
cada um desses atletas?
b) Em que tipo de fibra muscular deve ser observado o maior número
de mitocôndrias? Justifique.

FÍSICA A
6. (UNITAU-Med. Taubaté) – O gráfico indica a produção de ácido
lático num músculo humano, em 4 níveis de intensidade de exercícios:
I, II, III e IV.
4. Se um músculo da perna de uma rã for dissecado e mantido em
uma solução isotônica em recipiente hermeticamente fechado, ele será
capaz de se contrair algumas vezes quando estimulado, mas logo
deixará de responder aos estímulos.

BIOLOGIA A
No entanto, se a solução for arejada, o músculo readquirirá a capacidade
de se contrair quando estimulado. A explicação para o fenômeno é que
o ar fornece o gás
a) nitrogênio, necessário à transmissão do impulso nervoso ao
músculo.
b) nitrogênio, necessário à síntese dos aminoácidos componentes da
miosina.
c) oxigênio, necessário à oxidação da miosina e da actina que se unem
na contração.
d) oxigênio, necessário à respiração celular da qual provém a energia
para a contração.
e) carbônico, necessário à oxidação do ácido láctico acumulado nas
A maior intensidade de exercícios e a predominância de exercício
fibras musculares.
aeróbico ocorreram, respectivamente, em
a) I e II. b) II e III. c) I e IV.
d) III e IV. e) IV e II.

– 45
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MÓDULO 14 O Neurônio

1. O Neurônio 2. Sinapse potencial: o interior do axônio passa a


ser positivo e o exterior negativo
O sistema nervoso é constituído As células nervosas e seus pro- [potencial de ação (PA)].
por uma rede de unidades celulares longamentos fazem contatos umas Logo após a passagem da onda
denominadas neurônios (células ner- com as outras através de pontos de- de despolarização (inversão de estado
vosas). Os neurônios mostram uma nominados sinapses. Na sinapse, o elétrico), o equilíbrio iônico se esta-
variedade de forma e tamanho, porém axônio terminal não está em contato belece e a fibra estará em condi- ções
possuem elementos comuns. Uma direto (continuidade) com a membrana de desenvolver um novo potencial de
célula nervosa típica tem três partes das ramificações do neurônio seguin- ação (influxo). Isto ocorre por me-
principais: dendritos, axônio (cilindro- te, mas existe aí uma fenda da ordem canismo de transporte ativo de íons
eixo ou fibra nervosa) e corpo celular. de 200 Å de largura. A transferência com consumo de energia (ATP).
Os dendritos e o axônio (este de um influxo nervoso através dessa
sempre único em cada célula) são sinapse é feita por meios químicos.
prolongamentos do neurônio. Os den- Uma característica importante é que a
dritos conduzem o influxo nervoso em transmissão do impulso na sinapse se
direção ao corpo celular. No axônio, processa somente no sentido axônio-
pode haver, além de membrana dendrito e nunca no sentido inverso.
celular, duas outras bainhas: bainha de Desse modo, a sinapse atua como
mielina (interna) e bainha de Schwann uma válvula de sentido único.
(externa, celular). Essas bainhas são
interrompidas em intervalos regulares
por estrangulamentos chamados nó-
dulos de Ranvier, que têm papel im-
portante na velocidade da condução
nervosa.
Nervo é um grande número de
axônios, cada um originário de um
neurônio diferente. O nervo não con-
tém corpos celulares, pois estes es-
tão localizados no encéfalo, na medula A sinapse.
e nos gânglios nervosos.
BIOLOGIA A

3. Condução do Impulso

No neurônio, em razão da per-


meabilidade seletiva, há uma diferente
distribuição de íons através da mem-
brana, gerando um maior acúmulo de
íons positivos fora da membrana (do
axônio) em relação a seu interior. Essa
distribuição diferencial de íons cria
uma diferença de potencial que oscila
ao redor de – 70 mV, que é o potenci-
al de repouso (PR).
Quando um impulso nervoso se
propaga pelo axônio, o que se observa
é uma onda de aumento de permea-
bilidade, provocando uma intensa Condução do impulso
Esquema de um neurônio. entrada de íons sódio com inversão do nervoso ao longo do axônio.

46 –
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1. (FM-JUNDIAI) – O gráfico mostra a formação de um potencial de 2. O gráfico a seguir mostra a correlação entre a massa corporal dos
ação em um neurônio. animais e o custo em energia de três tipos de locomoção por eles
usados: natação, corrida e voo.

Após aplicar um estímulo na célula nervosa, ocorre uma fase de


despolarização e, em seguida, ocorre a fase de repolarização, retornando
ao estado de “repouso”. A alteração de polaridade é conhecida como Sob a suposição de que os animais que nadam estão bem adaptados
potencial de ação, que permite a propagação do impulso nervoso. para tal, a natação é, sabidamente, o meio mais eficiente de locomoção.

FÍSICA A
Assim, de acordo com o gráfico, após ocorrer o estímulo, a Indique qual das três curvas representa a natação. Justifique sua
despolarização consiste na resposta.
a) saída de íons sódio por transporte passivo.
b) entrada de íons potássio por transporte ativo.
c) saída de íons cloro por difusão.
d) saída de íons potássio por transporte ativo.
e) entrada de íons sódio por difusão.

BIOLOGIA A

– 47
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3. (MODELO ENEM) – Foi Galvani (1780) quem constatou, pela primeira 4. (FMTM) – Pode-se comparar a resposta de um neurônio aos
vez, a natureza elétrica da atividade nervosa. Sabe-se que, em repouso, estímulos recebidos com um interruptor de lâmpada elétrica: acionada,
a membrana do axônio tem carga elétrica positiva externamente e, a lâmpada acende, sempre com a mesma intensidade. Da mesma
negativa, internamente. Na figura abaixo mostra-se forma, quando o estímulo for suficiente para desencadear o potencial de
ação, este terá sempre a mesma intensidade. É o que os fisiologistas
chamam de lei do tudo ou nada. O gráfico que melhor representa essa
lei é:

a) o impulso nervoso em um axônio mielinizado.


b) o impulso nervoso em um axônio amielínico.
c) a condução saltatória do impulso nervoso.
d) a ação de neurotransmissores.
e) o limiar de excitação neuronal.
BIOLOGIA A

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5. (Santa Casa-2019) – As figuras representam três diferentes 6. (UNICASTELO-Med.) – Analise a imagem que retrata a sinapse,
estágios do axônio de um neurônio. região pela qual se dá a transmissão do impulso nervoso, fundamental
para o funcionamento do sistema nervoso.

(www.todamateria.com.br. Adaptado.)

Os estágios 1, 2 e 3 do axônio representam, respectivamente,


a) despolarização, repolarização e potencial de repouso.
b) potencial de repouso, repolarização e despolarização.
c) despolarização, potencial de repouso e repolarização.

FÍSICA A
d) repolarização, potencial de repouso e despolarização.
e) repolarização, despolarização e potencial de repouso. (Roberto Lent. Cem bilhões de neurônios?, 2010. Adaptado.)

As estruturas presentes no interior de cada vesícula sináptica


correspondem a
a) neurotransmissores, responsáveis pela despolarização da membrana
do neurônio pós-sináptico.
b) neurotransmissores, responsáveis pelo equilíbrio químico interno de
um neurônio.
c) hormônios proteicos, responsáveis pela digestão intracelular que
ocorre no neurônio pré-sináptico.
d) hormônios proteicos, responsáveis pela comunicação entre
dendritos de diferentes neurônios.
e) neurotransmissores, responsáveis pela polarização da membrana do
neurônio pré-sináptico.

BIOLOGIA A

– 49
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Biologia Vegetal FRENTE 4

MÓDULO 11 A Química da Fotossíntese


1. Fotossíntese
A fotossíntese é o processo de conversão de energia
luminosa em energia química, em que o vegetal sintetiza
substâncias orgânicas a partir de água, dióxido de carbono
e luz.
O fenômeno da fotossíntese pode ser expresso pela
seguinte equação:

luz
12H2O + 6CO2 ⎯⎯⎯⎯→ C6H12O6 + 6H2O + 6O2 Fig. 2 – Estrutura do cloroplasto.
clorofila
Os pigmentos fotossintéticos
O órgão da planta adaptado para a fotossíntese é a Pigmentos são substâncias que absorvem a luz que
folha. As células dos parênquimas clorofilianos são ricas será utilizada na fotossíntese.
em cloroplastos, e é no interior destas estruturas que As plantas apresentam dois grupos de pigmentos:
ocorre a transformação de energia luminosa em energia clorofilas e carotenoides. As clorofilas pertencem a
química. dois tipos: a e b. São verdes e absorvem as radiações
Atualmente, a fotossíntese é dividida em duas vermelha, azul e violeta. Refletem intensamente as
etapas: radiações verde e amarela, daí a sua coloração. Os
1.a) luminosa ou fotoquímica (ocorre nos grana do carotenoides podem ser alaranjados, vermelhos ou
cloroplasto). amarelos. Absorvem luz nas radiações azul, verde e
2.a) química, escura ou enzimática (ocorre na matriz violeta. Dividem-se em dois tipos: carotenos e xantofilas.
ou estroma do cloroplasto). As algas vermelhas apresentam pigmentos denomi-
nados ficobilinas: ficoeritrina e ficocianina. O pigmen-
to predominante é a ficoeritrina, que reflete coloração
vermelha e absorve luz azul e verde.
A clorofila b, os carotenoides e as ficobilinas são
chamados pigmentos antena, porque absorvem luz nos
BIOLOGIA A

comprimentos de onda diferentes daqueles absorvidos


pela clorofila a. Pigmentos antena absorvem fótons de
luz e passam energia para a clorofila a, que está direta-
mente relacionada com a transformação da energia lu-
minosa em química.
O gráfico a seguir representa o espectro de absorção
dos pigmentos fotossintéticos:

Fig. 1 – Morfologia e estrutura da folha.

Fig. 3 – Espectro de absorção dos pigmentos.

50 –
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Clorofila a: é o pigmento que participa diretamente Existem dois tipos de fotossistemas (PS) conhecidos
das reações luminosas da fotossíntese. Essa molécula por PSI e PSII. Foram assim denominados na ordem em
apresenta uma “cabeça” (responsável pela absorção de que foram descobertos. No entanto PSII ocorre em pri-
luz) constituída por quatro radicais pirrol, formando um meiro lugar, seguido pelo PSI.
anel de porfirina e contendo no centro um átomo de mag- PSI absorve luz em torno de 700nm, por esse motivo
nésio, com ligações simples ou duplas que têm também é chamada P700. PSII absorve luz ao redor de
participação especial nas reações luminosas, uma vez que 680nm, daí a denominação P680.
são fornecedores de elétrons para a cadeia transportadora
de elétrons. Ligado ao anel existe uma longa cadeia de Reações luminosas
hidrocarboneto, o fitol. A luz é absorvida pelos fotossistemas (PSI e PSII) nas
membranas do tilacoide, provocando um transporte de
A seguir a molécula da clorofila a:
elétrons através de uma cadeia transportadora de
elétrons. Existem dois caminhos para o transporte de
elétrons, conhecidos por fotofosforilação cíclica e foto-
fosforilação acíclica. Fotofosforilação é a síntese de ATP
(adenosina trifosfato) a partir do ADP e P (fosfato).

Fotofosforilação acíclica
Os elétrons realizam dois caminhos através da cadeia

FÍSICA A
transportadora, provocando a síntese de ATP e NADPH2
(nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato reduzido).
A fotofosforilação acíclica começa no PSII, seguindo
os caminhos:
Fotossistema II (P680): a luz é absorvida e elétrons
da clorofila a são energizados, isto é, passam de um nível
energético baixo para outro mais elevado. Esses elétrons
são capturados por um aceptor primário de elétrons.

Fotólise: a molécula de água é quebrada, fornecendo


elétrons para a clorofila a (P680). A fotólise da água
produz 2 elétrons e 2 prótons (íons hidrogênio ou H+) e
um átomo de oxigênio. Dois átomos de oxigênio combi-
nam-se para formar uma molécula de oxigênio (O2) que

BIOLOGIA A
será liberado como um subproduto da fotossíntese.

Cadeia transportadora de elétrons: os elétrons ori-


ginados do P680 passam ao longo de uma cadeia trans-
portadora constituída por uma plastoquinona (PQ), dois
Fig. 4 – Molécula de clorofila a. citocromos e várias proteínas até alcançarem o fotos-
sistema I (P700). Esse transporte de elétrons é exergô-
A química da fotossíntese nico (libera energia), permitindo a síntese de ATP
Fase luminosa (fotoquímica ou clara) (fotofosforilação). O ATP formado será utilizado no ciclo
Fotossistemas: são complexos receptores de luz de Calvin (fase escura da fotossíntese) para a síntese de
presentes nas membranas dos tilacoides. Existem cen- açúcar.
tenas de fotossistemas em cada tilacoide.
O fotossistema consiste em um centro de reação
contendo clorofila a e uma região contendo várias cente-
nas de pigmentos antena que transmitem a energia para
a clorofila a.

– 51
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Fig. 5 – Fotofosforilações.

Quimiosmose: é o processo pelo qual o ATP é pro- Fotofosforilação cíclica


duzido durante a etapa luminosa da fotossíntese. Prótons A fotofosforilação cíclica produz apenas ATP. Nessa
provenientes da fotólise da água são bombeados pela fase não se produz NADPH2 e não ocorre liberação
membrana do tilacoide do estroma para o espaço (lúmen de O2.
do tilacoide). O ATP é formado quando estes prótons A produção de açúcar durante o ciclo de Calvin
difundem-se do espaço do tilacoide através dos canais consome enormes quantidades de ATP. Quando a quan-
de síntese de ATP para o estroma. A enzima que atua é tidade de ATP é insuficiente, o cloroplasto lança mão da
“ATPsintase” (isto é semelhante à produção de ATP na fotofosforilação cíclica para manter o nível de ATP.
mitocôndria durante a respiração).
Redução do NADP: ocorre quando o NADP recebe
os dois prótons (2H+) provenientes da fotólise da água
(P680). O NADPH2 formado transporta o hidrogênio para
o ciclo de Calvin.
BIOLOGIA A

Fotossistema I – P700: A energia luminosa é absor-


vida. Elétrons da “cabeça” da clorofila a são energizados
e capturados por um aceptor primário. O processo é se-
melhante àquele do P680. Uma diferença é que os elé-
trons que saem da clorofila a são repostos por elétrons
provenientes do P680 e não da água. Outra diferença é
que a cadeia transportadora de elétrons contém ferrodo-
xina e termina com a produção de NADPH2, não produ-
Fig. 6 – Esquema da fotofosforilação cíclica.
zindo ATP.

52 –
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A seguir, um resumo da fase luminosa da fotossíntese:

Fig. 7 – Reações da fase luminosa.

Etapa luminosa ou fotoquímica mando-se em NADPH2 reduzido, quando recebe hidro-


Essa etapa caracteriza-se pela: gênios provenientes da fotólise da água.

FÍSICA A
• absorção de luz pelos pigmentos do cloroplasto,
especialmente as clorofilas; A reação pode ser representada:
• transformação de energia luminosa em energia luz
química, que leva à formação de dois compostos ener- 4H2O + 2NADP ⎯⎯⎯→ 2NADPH2 + 2H2O + O2
clorofila
géticos: ATP (Adenosina Trifosfato) e NADPH (Nicoti-
namida Adenina Dinucleotídeo Fosfato reduzido). Simplificando, a reação também pode ser expressa
O ATP é uma substância de alto conteúdo energético. por:
A energia fica acumulada nas ligações fosfatos (P). Esse luz
2H2O + 2NADP ⎯⎯⎯⎯→ 2NADPH2 + O2
composto é formado por uma base nitrogenada chamada clorofila
adenina, um açúcar chamado ribose (pentose) e três
grupos fosfatos (PO4–3). 2. Fase escura,
A molécula de ATP está assim esquematizada: bioquímica ou enzimática
Ocorre na matriz (estroma) do cloroplasto onde estão
as enzimas que catalisam as reações até a formação dos
compostos orgânicos, entre eles a glicose (C6H12O6).

BIOLOGIA A
Essa etapa caracteriza-se pela
• utilização dos produtos da fase luminosa (ATP e
NADPH2);
~ = ligação de alto
• absorção do dióxido de carbono (CO2);
conteúdo
energético.
• fixação do CO2;
Quando o ATP, por hidrólise, transforma-se em ADP • redução do CO2 e a consequente formação do
e fosfato, libera muita energia; essa energia será utilizada carboidrato ou açúcar que pode ser representado pela
pelo cloroplasto na síntese dos compostos orgânicos. fórmula mínima (CH2O).
Assim, na fotossíntese, ocorre a síntese de ATP a A redução do CO2 pode ser expressa pela seguinte
partir de ADP e fosfato. Esse processo absorve a energia equação:
luminosa captada pelas moléculas de clorofila.
O processo chama-se fotofosforilação e a reação
pode ser assim representada:
luz Nessa fase, o desdobramento do ATP em ADP + P
ADP + P ⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ ATP fornece a energia que será utilizada para a síntese do
clorofila
açúcar.
O NADP (nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato) Melvin Calvin e seus colaboradores forneceram CO2
é uma substância aceptora de hidrogênio. Através da com carbono 14 (carbono radiativo) a uma suspensão de
enzima NADP redutase sofre uma redução transfor- algas verdes do gênero Chlorella e conseguiram de-

– 53
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terminar o caminho do carbono do CO2 na fotossíntese. 3. Equações de fotossíntese


Para explicar a redução do CO2 na fase escura, propu- Fase luminosa
seram uma série de reações que recebem o nome de luz
ciclo do carbono, ciclo das pentoses ou ciclo de Calvin. 4H2O + 2NADP ⎯⎯⎯⎯→ 2NADPH2 + 2H2O + O2
clorofila
Nesse ciclo, podem-se observar as seguintes pas- luz
sagens: ADP + P ⎯⎯⎯⎯→ ATP
clorofila
1.a) A fase escura começa com um açúcar de cinco
Fase escura
carbonos chamado ribulose difosfato (RuDP). Esse com-
posto é ativado e tem capacidade de reagir com o dióxido CO2 + 2NADPH2 ⎯→ (CH2O) + H2O + 2NADP
de carbono (CO2), formando um composto instável de ATP ⎯⎯⎯⎯⎯→ ADP + P
seis carbonos, que imediatamente se rompe para formar
duas moléculas de ácido fosfoglicérico (PGA). A enzima
Somando as reações acima e fazendo as devidas sim-
que catalisa essa fase é a ribulose bifosfato carboxilase
plificações, chegaremos a uma equação simplificada da
(rubisco).
fotossíntese:
luz
2H2O + CO2 ⎯⎯⎯→ (CH2O) + H2O + O2
clorofila

A multiplicação dessa reação simplificada por (6) seis


resulta na equação global de fotossíntese:
luz
12H2O + 6CO2 ⎯⎯⎯→ C6H12O6 + 6H2O + 6O2
clorofila

2.a) O ácido fosfoglicérico (PGA) é reduzido, por


ação do NADPH2, até a formação de uma triose fosfo-
rilada chamada aldeído fosfoglicérico (PGAL). Nesse
processo consome-se ATP.
BIOLOGIA A

3.a) O aldeído fosfoglicérico (PGAL) pode seguir dois


caminhos diferentes:
• formar glicose – C6H12O6;
• regenerar a ribulose difosfato (RuDP).

Fig. 8 – Esquema do ciclo de Calvin.

54 –
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As plantas são autótrofas, isto é, a partir de H2O, gás ácido oxalacético (oxalacetato), daí o nome plantas C-4.
carbônico, luz e minerais, são capazes de produzirem A enzima que catalisa essa reação é a PEP carbo-
todos os compostos orgânicos necessários a sua vida. xilase. Essa enzima não reage com o oxigênio e é capaz
Observe no ciclo de Calvin que a partir do gliceraldeido-3- de fixar o CO2 mais eficientemente do que a rubisco.
fosfato podem-se obter carboidratos, aminoácidos e daí • A partir do oxalacetato, as células do mesófilo pro-
as proteínas, lípides e ácidos nucleicos. duzem o ácido málico (malato), que é bombeado
através dos plasmodesmos para as células da bainha do
feixe. Uma vez nestas células, o malato libera CO2 que
será incorporado ao PGAL no ciclo de Calvin. Devido ao
fato de a bainha do feixe estar profundamente localizada
na folha, a quantidade de O2 presente nesta região é pe-
quena e a enzima rubisco pode fixar eficientemente o
CO2 sem passar pelo caminho da fotorrespiração. Esse
caminho alternativo é chamado de Hatch-Slack. O seu
propósito é remover o CO2 do ar da câmara substomática.
• Com o sequestro do CO2 nas células da bainha do
feixe, ocorre um aumento do gradiente entre os espaços
intercelulares próximos aos estômatos e o ar externo.
Com isto aumenta-se a difusão do CO2 para o interior da

FÍSICA A
folha e minimiza-se o espaço de tempo em que os estô-
Fig. 9 – Cloroplasto e as duas fases da fotossíntese (luminosa e escura). matos devem ficar abertos.
• A estrutura das folhas C-4 difere daquela das C-3.
Fotorrespiração: em muitas plantas o CO2 entra no Nas folhas C-4 a bainha do feixe fica abaixo das células do
ciclo de Calvin e é fixado e transformado em 3-fosfo- mesófilo.
glicerato (3-PGA) pela enzima rubisco. Essas plantas são As reações luminosas ocorrem nas células do mesó-
chamadas C-3 porque produzem o 3-PGA, um composto filo, enquanto as reações de escuro, nas células da
de 3 carbonos. Este primeiro passo não é muito eficiente bainha do feixe.
porque a enzima rubisco combina tanto com o O2 quanto
com o CO2. Quando a rubisco combina com o O2 no lugar
do CO2, o processo é chamado fotorrespiração e difere
da fotossíntese em dois processos:
1.º) Diferentemente da respiração normal não produz
ATP;
2.º) Diferentemente da fotossíntese não produz

BIOLOGIA A
açúcar.
Os peroxissomos quebram os produtos da fotorres-
piração.

Plantas C-4: essas plantas apresentam uma modifi- Fig. 10 – Estrutura de uma folha C-3.
cação na fotossíntese para adaptação a ambientes secos.
Plantas C-4 exibem modificações anatômicas e bioquím-
icas que permitem minimizar a falta de água e maximizar
a produção de açúcar. O resultado é que as plantas C-4
sobrevivem em ambientes quentes e ensolarados onde
normalmente as C-3 murcham e morrem. As plantas C-4
são gramíneas, como o milho, a cana-de-açúcar os capins,
entre outras.
Nas plantas C-4, uma série de etapas precede o ciclo
de Calvin que bombeia o CO2 nas células das folhas que
formam uma bainha em torno do feixe vascular. A
sequência a seguir mostra os principais acontecimentos Fig. 11 – Estrutura de uma folha C-4.
nessas plantas:
• CO2 penetra nas células do mesófilo foliar e se Plantas CAM (metabolismo ácido das crassuláceas):
combina com uma molécula de 3 carbonos, o fosfoenol- são plantas também adaptadas às condições de seca.
piruvato (PEP), formando uma molécula de 4 carbonos, o Essas plantas mantêm os estômatos fechados durante o
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dia e abrem-nos durante a noite. O CO2 que penetra du- Existem ainda bactérias que são capazes de sintetizar
rante a noite é armazenado sob forma de compostos os compostos orgânicos através de um fenômeno
orgânicos (malatos). denominado quimiossíntese.

5. A quimiossíntese das bactérias


É a síntese de substâncias orgânicas a partir de inor-
gânicas, utilizando-se a energia liberada durante uma rea-
ção química exotérmica.
A quimiossíntese pode ser dividida em duas fases:
1.a) Através de uma reação química exotérmica, libera-se
energia. Nessa fase um composto químico inorgânico é
oxidado, liberando energia.

Composto inorgânico + O2 ⎯→ Composto inorgânico + Energia


reduzido oxidado

2.a) Utilizando-se a energia liberada naquela reação,


mais CO2, mais H2O, forma-se o composto orgânico.

Energia
CO2 + H2O ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ Composto orgânico
(carboidrato)

Bactérias sulfurosas
Fig. 12 – Planta C-4. Essas bactérias oxidam o sulfidreto (H2S) em duas
etapas:
Os malatos são armazenados nos vacúolos e durante
1.a) O H2S é oxidado a enxofre elementar e água,
o dia o CO2 é liberado e utilizado no ciclo de Calvin. Esse
liberando energia:
ciclo ocorre nas células da bainha do feixe e não nas
células do mesófilo (parênquima clorofiliano). Plantas
CAM utilizam a enzima PEP carboxilase para fixar CO2 e 2H2S + O2 ⎯⎯→ 2H2O + 2S + energia
transformá-lo em ácido málico.
Nas folhas C-3, todas as células clorofiladas têm aces-
2.a) O enxofre é oxidado em presença de água, for-
so ao CO2.
mando ácido sulfúrico e liberando energia:
Durante o dia, quando ocorrem as reações luminosas,
BIOLOGIA A

o CO2 é liberado desses compostos orgânicos e transfor-


2S + 2H2O + 3O2 ⎯⎯→ 2H2SO4 + energia
mado em açúcares.

4. Fotossíntese em bactérias
As bactérias, como já sabemos, são seres procarion- Nitrobactérias
tes. Suas células não possuem cloroplastos, mas podem Neste caso, temos:
possuir clorofilas chamadas bacterioclorofilas. Essas Nitrosomonas e nitrosococcus: bactérias que oxi-
bactérias realizam fotossíntese, mas nunca utilizam a dam a amônia a nitrito:
água como fonte de hidrogênio e nunca liberam oxigênio
para a atmosfera. 2NH3 + 3 O2 ⎯→ 2NO2– + 2H+ + 2H2O + energia
O composto inorgânico doador de hidrogênio pode
ser o sulfeto de hidrogênio (H2S), como ocorre com as Nitrobacter: são bactérias que oxidam o nitrito a
sulfobactérias, que vivem em águas sulfurosas, ricas nitrato:
nesse composto.
Essas bactérias retiram o hidrogênio do H2S e libe- 2NO2– + O2 ⎯⎯→ 2NO3–
ram enxofre (S). O hidrogênio é usado na redução do CO2
até a formação do carboidrato (CH2O). A reação pode ser Essas bactérias vivem no solo, e o NO3– formado é
expressa por: absorvido pelas raízes das plantas. Esse NO3– é reduzido
no interior das plantas e transformado em matérias orgâ-
luz
2H2S + CO2 ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ (CH2O) + H2O + 2S nicas nitrogenadas.
bacterioclorofila

56 –
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1. (PUC-SP-2019) – A figura a seguir ilustra uma organela 2. (VUNESP) – O esquema a seguir mostra importante fenômeno
citoplasmática e alguns dos processos químicos ocorridos em seu biológico.
interior. Os algarismos I, II, III e IV representam compostos requeridos
para a ocorrência desses processos e outros que são produzidos a partir
deles e distribuídos para os demais setores celulares.

A equação que expressa o fenômeno que ocorre no estroma é:


a) 6 CO2 + 12 H2O → C6H12O6 + 6 H2O + 6 O2
b) 12 H2O + 12 NADP → 12 NADPH2 + 12 O2
c) 12 ADP + 12 PO–3 → 12 ATP

FÍSICA A
4
d) 12 NADPH2 + 6 CO2 → 6 (CH2O) + 6 H2O + 12 NADP
(Reece e Cols. Biologia de Campbell. e) 12 NADPH2 + 12 CO2 → 12 C6H12O6
Ed. Artmed, 10 ed., 2015 (adaptado).)

O oxigênio molecular (O2) e o gás carbônico (CO2) estão representados


na figura, respectivamente, pelos algarismos
a) I e IV. 3. (UFFS-2018) – A figura ilustra as trocas gasosas para três processos
b) III e II. metabólicos realizados pelos vegetais.
c) I e III.
d) IV e II.

BIOLOGIA A
(http://meioambiente.culturamix.com)
Com relação aos processos indicados, é correto afirmar que
a) a fotossíntese é responsável por produzir o gás oxigênio a partir do
gás carbônico.
b) a maior parte das moléculas de água liberadas na transpiração é
produzida na respiração.
c) as plantas realizam a fotossíntese apenas durante o dia e a respiração
apenas durante a noite.
d) a transpiração envolve a participação de válvulas foliares
denominadas estômatos.
e) a respiração é realizada na mesma organela celular que realiza a
fotossíntese.

– 57
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4. (UFFS-2018) – Com relação à fotossíntese: 6. (UFCE) – A fotossíntese é um processo que produz a energia
a) As reações da fase fotoquímica produzem ATP e NADPH utilizados necessária ao início da cadeia alimentar, daí a incontestável importância
na fixação de CO2 pelas reações da fase química ou bioquímica da das plantas para a manutenção da vida no planeta. Durante a
fotossíntese. fotossíntese, a energia luminosa é absorvida principalmente pela
b) O O2 liberado pelas plantas durante a fase fotoquímica da clorofila e, posteriormente, transformada em energia química. Para isso
fotossíntese é proveniente da oxidação do CO2 atmosférico. as plantas precisam consumir ____________e _________________ para
c) A enzima rubisco pode atuar também durante a noite, desde que as produzir _________________ e ao final liberar ___________________.
células fotossintetizantes apresentem um acúmulo de ATP e NADPH Assinale a alternativa que contém a sequência que preenche
para fixação de CO2. corretamente e na ordem as lacunas do texto anterior.
d) Radiação fotossinteticamente ativa compreende os comprimentos a) água, CO2, glicose e oxigênio.
de onda absorvidos somente pelas clorofilas. b) CO2, oxigênio, glicose e água.
e) O monossacarídeo que inicia o Ciclo de Calvin ou Ciclo C3 é a c) glicose, água, CO2 e oxigênio.
glicose. d) água, glicose, oxigênio e CO2.

5. (FUVEST) – A energia entra na biosfera majoritariamente pela


7. (UFPR) – Leia o texto a seguir.
fotossíntese. Por esse processo,
Elysia chlorotica (um tipo de lesma-do-mar) é um molusco híbrido de
a) é produzido açúcar, que pode ser transformado em várias
substâncias orgânicas, armazenado como amido ou, ainda, utilizado animal e vegetal, considerado o primeiro animal autotrófico. Cientistas
na transferência de energia. identificaram que o Elysia incorporou o gene das algas Vaucheria litorea
— o psbO — das quais ele se alimentava, por isso desenvolveu a
b) é produzido açúcar, que pode ser transformado em várias
substâncias orgânicas, unido a aminoácidos e armazenado como
capacidade de fazer fotossíntese por aproximadamente nove meses.
proteínas ou, ainda, utilizado na geração de energia.
Os últimos estudos revelam que o molusco marinho também
c) é produzido açúcar, que pode ser transformado em substâncias
desenvolveu capacidades químicas, permitindo-lhe sintetizar clorofila,
catalisadoras de processos, armazenado como glicogênio ou, ainda,
produzindo, assim, seu alimento. Essa capacidade é a mais nova proeza
utilizado na geração de energia.
do Elysia, cujas habilidades evolutivas têm chamado a atenção da
d) é produzida energia, que pode ser transformada em várias
comunidade científica.
substâncias orgânicas, armazenada como açúcar ou, ainda,
(Adaptado de: Superinteressante. mar.2010. Disponível em:
transferida a diferentes níveis tróficos.
<http://super.abril.com.br/mundo-animal/criatura-fusao-animal-vegetal-
e) é produzida energia, que pode ser transformada em substâncias
543145.shtml>. Acesso em: 20 jun. 2012)
catalisadoras de processos, armazenada em diferentes níveis
tróficos ou, ainda, transferida a outros organismos.
a) Explique a função da clorofila na fotossíntese.
b) Pelo fato de realizar fotossíntese, qual seria uma possível vantagem
BIOLOGIA A

adaptativa do Elysia chlorotica em relação a outros moluscos que


são heterotróficos?

58 –
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MÓDULO 12 Fatores que influenciam na Fotossíntese: CO2 e temperatura

1. A influência do fato pode levar ao agravamento do chamado “efeito


CO2 na fotossíntese estufa”, provocando um aumento na temperatura média
A atmosfera, normalmente, possui 0,03% de CO2 anual no planeta. Se isso ocorrer, poderá haver degelo das
(300 partes por milhão). Parte deste CO2 penetra na folha calotas polares e aumento no volume das águas
através dos estômatos e entra em contato com a parede oceânicas. As terras litorâneas seriam cobertas pela água
celular que está hidratada. A entrada do CO2 pelos estô- com consequências graves para a vida do homem na
matos ocorre por simples difusão, obedecendo ao gra- Terra.
diente de concentração (de alta para baixa concentração).
Os cloroplastos, utilizando o CO2 na fotossíntese, criam 2. A temperatura e a fotossíntese
uma baixa concentração de CO2 no interior da folha, Nas reações fotoquímicas, praticamente a tempera-
facilitando a entrada deste gás. tura não tem nenhum efeito. Mas, como já vimos, a fotos-
Ao entrar em contato com a parede celular hidrata- síntese tem uma etapa química que é catalisada por
da, o CO2 dissolve-se na água e forma íons HCO3– (CO2 + enzimas. Aí, a temperatura tem grande influência. De um
+ H2O ← → H CO ← → H+ + HCO –). Os íons HCO – chegam
2 3 3 3 modo geral, de 0°C até cerca de 40°C, as reações enzi-
ao cloroplasto por gradiente de concentração. máticas dobram de velocidade a cada aumento de 10°C
Isto significa que a velocidade com que o CO2 se na temperatura.

FÍSICA A
difunde para o interior da folha depende fundamental- Observe o gráfico abaixo:
mente da concentração de CO2 no ar. Um aumento na
taxa de CO2 no ar provoca um aumento na velocidade de
difusão do gás. Assim, uma das técnicas para aumentar
a produtividade das plantas é o enriquecimento do ar de
estufas com CO2, durante o dia. O processo é chamado
adubação por CO2.
O cultivo de tomates, pepinos, verduras e tabaco em
ar contendo 0,1% de CO2 provocou uma duplicação na
velocidade de crescimento desses vegetais.
O gráfico seguinte mostra a influência da concentra-
ção de CO2 na velocidade de fotossíntese de uma planta
terrestre.
Fig. 18 – Influência da temperatura na fotossíntese.

BIOLOGIA A
O gráfico mostra que, com baixa intensidade lumi-
nosa, a temperatura praticamente não influi no processo,
pois a luz é fator limitante. Já com alta intensidade lu-
minosa, o aumento da temperatura intensifica o processo
de fotossíntese, como em qualquer reação enzimática.
Em plantas aquáticas e subtropicais, a fotossíntese
cessa à temperatura de alguns graus acima de zero. Já
nas zonas temperadas, só paralisa quando a temperatura
cai a 0°C ou a temperaturas abaixo de zero.
De um modo geral, a temperatura ótima está entre
Fig. 17 – Influência do CO2 na fotossíntese.
30 e 38°C.
Em temperaturas elevadas (57°C), a fotossíntese
Atualmente, a utilização de combustíveis fósseis (pe-
cessa (destruição das enzimas).
tróleo e carvão) e as queimadas de matas tendem a pro-
vocar um aumento na taxa de CO2 na atmosfera. Esse

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1. (UNESP) – CO2 e temperatura são dois importantes fatores que 3. Sobre a fotossíntese, analise as assertivas a seguir, marcando V, se
influenciam o processo de fotossíntese. Copie em seu caderno de verdadeiras, ou F, se falsas.
respostas as coordenadas apresentadas. Em uma delas trace a curva que ( ) Plantas C3 toleram temperaturas mais elevadas e condições mais
representa a variação na taxa de fotossíntese em resposta à concentração secas do que as plantas C4.
de CO2 e, na outra, em resposta à variação de temperatura. ( ) Plantas C4 têm sucesso ao competirem em temperaturas abaixo de
25°C.
( ) Plantas C4 são mais sensíveis ao frio do que plantas C3.
( ) Plantas CAM são bem adaptadas a condições muito áridas.

A sequência correta do preenchimento dos parênteses, de cima para


baixo, é:
a) V – V – F – F.
b) V – F – V – F.
c) V – F – F – V.
d) F – F – V – V.
e) F – V – V – F.

4. Em uma estufa fechada e com controle de luz e temperatura, o CO2


pode ser utilizado como uma forma de adubação?

2. Explique a origem do CO2 utilizado na fotossíntese de uma planta


aquática e de outra planta que vive no meio terrestre.
BIOLOGIA A

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5. Em um aquário de vidro com algas verdes, mantido em ambiente 6. (UEL) – Analise o gráfico a seguir.
tropical, em local aberto e iluminado apenas pela luz solar, mas fechado

Taxa de fotossíntese por unidade de área foliar


com tampa de vidro a partir do início do teste, registraram-se, a Plantas C4
intervalos de 2 horas, durante 12 horas, as pressões parciais dos gases
O2 (PO2) e CO2 (PCO2), dissolvidos na água. O gráfico abaixo apresenta
os resultados:

Plantas C3

1% 50% 100%
Insolação máxima

Luminosidade

0º 20º 40º

FÍSICA A
Temperatura (ºC)

ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1988. p. 20.

Com base no gráfico e nos conhecimentos sobre o tema, analise as


O teste descrito só poderia ter sido iniciado no seguinte período do dia:
afirmativas a seguir.
a) meio-dia
I. As plantas C3 tendem a atingir a taxa fotossintética máxima, por
b) meia-noite
unidade de área de superfície foliar, sob intensidades luminosas e
c) fim da tarde
temperaturas moderadas e a serem inibidas por altas temperaturas
d) início da manhã
e à plena luz do sol.
II. As plantas C4 estão adaptadas à luz intensa e altas temperaturas,
superando em muito a produção das plantas C3 sob essas
condições. Uma razão para esse comportamento é que nas plantas
C4 ocorre pouca fotorrespiração, ou seja, o fotossintato da planta
não se perde por respiração, à medida que aumenta a intensidade
luminosa.

BIOLOGIA A
III. As plantas C4 são particularmente numerosas na família das
dicotiledôneas, mas ocorrem em muitas outras famílias.
Estão corretas:
a) apenas I. b) apenas II.
c) apenas III. d) apenas I e II.
e) apenas I e III.

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Questões Interdisciplinares Biologia/Inglês 8. Which of the following is reasonable hypothesis for the evolution of
the chloroplast?
The table below compares the genomes of a plant nucleus to those of a) Chloroplast evolved as intracellular parasites after plants colonized
the chloroplast and cyanobacteria. land.
Number of Number of Chromosome Ribosome b) Chloroplasts evolved as starch storage organelles from the
Genome mitochondria, an organelle that produces large amounts of starch
Base Pairs Chromosomes Shape Size (S)
from respiration.
Plant nucleus 1 x 109 Many Linear 80 c) Chloroplasts originated long before land plants when ancestors of
cyanobacteria became engulfed in heterotrofic cells.
Chloroplast 1 x 106 One Circular 70
d) Chloroplasts evolved as outgrowths of the endoplasmic reticulum.
Cyanobacteria 1 x 106 One Circular 70

7. Which of the following is reasonable conclusion based on the data


presented?
a) Chloroplast DNA and cyanobacteria DNA should share little to no
sequence similarities.
b) Plant cells regularly incorporate modern cyanobacteria in their cells.
c) When evolving compartmentation, convergent evolution caused
plant cells to develop something similar to cyanobacteria.
d) Chloroplasts are more closely related to cyanobacteria than they are
to the nucleus of the cell in which the chloroplasts exist.
BIOLOGIA A

62 –
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Fatores que influenciam na Fotossíntese:


MÓDULO 13
luz e ponto de compensação luminoso (PCL)
1. Fatores que 2. A luz na fotossíntese
influenciam na fotossíntese A luz é uma pequena parte da energia radiante que
A fotossíntese é influenciada por fatores internos chega à Terra. É a parte visível do espectro eletromag-
(grau de abertura dos estômatos, quantidade de clorofila nético, que vai desde as ondas de rádio até os raios X e
etc.) e por fatores externos, como luz, concentração de raios gama. A faixa de luz visível (espectro luminoso) é de
CO2, temperatura. A eficiência desse processo vai depen- interesse especial para a fotossíntese; compreende luz
der de todos estes fatores, que agem separadamente um de diferentes cores: violeta, azul, verde, amarela, alaran-
do outro. jada e vermelha.
Analisando-se um dos fatores que agem no processo, A energia luminosa propaga-se em unidades chama-
por exemplo, a intensidade luminosa, varia-se esse fator das fótons, cada uma “transportando” 1 quantum de
e mantêm-se os demais constantes, sem esquecer que energia. A taxa de fotossíntese depende da energia
também eles estão atuando. Com base nisso, Blackman, luminosa disponível, da eficiência dos pigmentos em
em 1905, emitiu o princípio do fator limitante, segundo o absorver e transmitir a energia luminosa e da
qual: disponibilidade do CO2.
Teoricamente as reações fotoquímicas da fotossín-

FÍSICA A
“Quando um processo é influenciado por diversos tese requerem cerca de 4 quanta por molécula de CO2
fatores que agem isoladamente, a velocidade do absorvida.
processo fica limitada pelo fator que está em menor As medições, no entanto, efetuadas em folhas de
intensidade.” plantas superiores, mostram que são necessários de 9 a
13 quanta; o que indica uma eficiência entre 30 e 45%.
Tal princípio está ilustrado no gráfico abaixo, que
Os pigmentos mais importantes nas plantas que ab-
mostra o efeito da concentração de CO2 na fotossíntese
sorvem luz utilizada na fotossíntese são:
de uma planta, em três diferentes intensidades
• Clorofila a: pigmento de coloração verde-azulada
luminosas:
que ocorre em todos os vegetais clorofilados. Os picos
de absorção estão próximos de 430nm (violeta) e 660nm
(vermelho).
• Clorofila b: verde-amarela, ocorrendo associada
com a clorofila a nas clorofíceas, briófitas e traqueófitas.
Os picos máximos de absorção estão na região de 465nm
(azul) e 660nm (vermelho).

BIOLOGIA A
• Carotenoides: pigmentos amarelos, alaranjados,
vermelhos ou pardos. Dividem-se em dois grupos: caro-
tenos e xantofilas, que absorvem na faixa de 400 a 500
nm (azul) do espectro luminoso visível. Ocorrem em todos
os vegetais.
Fig. 1 – Influência da concentração de CO2 na fotossíntese.
• Ficobilinas: pigmentos azuis (ficocianinas) ou ver-
Nesse gráfico, pode-se observar que em A (concen- melhos (ficoeritrinas). São encontrados nas algas azuis
tração zero de CO2) não há fotossíntese. À medida que se (cianofíceas) e nas algas vermelhas (rodofíceas).
aumenta a concentração de CO2, a velocidade de fotos- As ficobilinas absorvem fortemente entre 500 e 600
síntese também aumenta até 5cc de CO2 absorvido por nm do espectro (verde e amarelo).
hora. Nessa porção AB da curva, a concentração de CO2
é fator limitante. Entretanto, na porção BC, a luz passa a
ser o fator limitante. Agora, para um aumento na veloci-
dade do processo, em resposta ao aumento da concen-
tração de CO2 (BD), deve-se aumentar a intensidade
luminosa, a qual passa a ser limitada na porção DE, e
assim sucessivamente.

Fig. 2 – Espectro de absorção das clorofilas A e B.

– 63
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Verificando-se o espectro de absorção de clorofila a, Quando uma planta recebe luz no seu ponto de com-
observam-se maior intensidade de absorção nas radia- pensação fótico, toda a glicose produzida na fotossíntese
ções violeta e vermelha e pequena absorção na região será consumida na respiração; assim como todo o O2
azul e verde, daí a coloração verde-azulada que apresenta. produzido na fotossíntese será gasto na respiração, todo o
Já a clorofila b absorve mais intensamente a azul e CO2 produzido na respiração será utilizado na fotossíntese.
vermelha. A absorção na verde e amarela é muito Conclui-se que os dois fenômenos se neutralizam no
reduzida, daí a coloração verde-amarelada que possui. chamado ponto de compensação luminoso.
No entanto, quando a planta recebe luz acima do
3. Ação da luz na fotossíntese
ponto de compensação fótico, a taxa de fotossíntese é
Quando se quer saber a ação da luz no fenômeno da maior que a taxa de respiração, sendo a produção de gli-
fotossíntese, varia-se o comprimento de onda e mede-se cose e oxigênio maior do que o seu consumo; em con-
a velocidade de fotossíntese em função dessa variação. sequência, ocorre o crescimento da planta.
O ponto de compensação varia de espécie para espé-
cie, mas, de um modo geral, as plantas são classificadas
em plantas de sombra (umbrófilas), quando possuem
ponto de compensação baixo, e plantas de sol (heliófilas),
quando o ponto de compensação é alto.

Fig. 3 – Espectro da ação da fotossíntese em folhas de feijão (Phaseolus vulgaris).

4. Ponto de compensação luminoso (fótico)


Ponto de compensação é uma intensidade luminosa,
em que a razão de fotossíntese é igual à razão de respiração. Fig. 4 – Determinação do ponto de compensação luminoso (fótico).
Na determinação do ponto de compensação lumino-
so de uma planta, devemos estabelecer uma
comparação entre a fotossíntese e sua respiração em
função da variação de intensidade luminosa.
Observe as reações de fotossíntese e de respiração
e note que são fenômenos opostos:
BIOLOGIA A

fotossíntese
⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ C H O + 6H O + 6O
12H2O + 6CO2 ←⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ 6 12 6 2 2
respiração

Fig. 5 – Ponto de compensação fótico para umbrófilas e heliófilas.

1. Um pesquisador, estudando fotossíntese, mediu:


I. A quantidade de glicose existente nas folhas de certa planta, nos tempos t1 – t2.
II. O volume de água absorvida pela planta no intervalo de tempo t2 – t1.
III. O volume de oxigênio eliminado pelas folhas no intervalo de tempo t2 – t1.
IV. O volume de gás carbônico absorvido pela planta no intervalo de tempo t2 – t1.
Dessas medidas, as que ele deve utilizar para calcular, com menor margem de erro, a taxa de fotossíntese dessa planta são:
a) I e III. b) I e IV. c) II e III.
d) lI e IV. e) III e IV.

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2. A maioria dos seres autotróficos capta a energia da radiação Esse experimento permite inferir que a atividade
luminosa que recebem. No entanto, seus pigmentos fotossintetizantes a) fotossintética da alga é maior nas faixas do azul, do verde e do
são capazes de absorver essa radiação, com eficiência, apenas para amarelo.
determinadas frequências. b) fotossintética da alga é maior nas faixas do violeta, do laranja e do
O gráfico abaixo mostra o espectro de absorção de luz desses vermelho.
pigmentos, encontrados em um determinado fitoplâncton: c) fotossintética não varia nas diferentes faixas do espectro luminoso.
d) respiratória da alga é maior nas faixas do azul, do verde e do amarelo.
taxa de absorção de radiação

e) respiratória da alga é maior nas faixas do violeta, do laranja e do


vermelho.

4. As plantas realizam fotossíntese quando expostas à luz, absorvendo


CO2 do meio e liberando O2 para esse ambiente. Além das trocas
gasosas, a planta também sintetiza substâncias orgânicas
indispensáveis para o crescimento e reprodução. A velocidade da
0 fotossíntese depende da intensidade luminosa que a planta recebe.
300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 O esquema abaixo mostra três exemplares de vegetais da mesma
comprimento de onda (nm) espécie (marcados pelos números 1, 2 e 3), com aproximadamente a

FÍSICA A
Uma mesma quantidade desse fitoplâncton foi adicionada a cada um mesma idade, peso e tamanho. A luminosidade proveniente da fonte
de quatro recipientes, contendo meio de crescimento adequado. luminosa F é tal que a planta 2 se encontra no ponto de compensação
Durante determinado tempo, os recipientes foram mantidos sob fótico.
temperatura constante e iluminados com a mesma quantidade de
energia. Foram usados, porém, comprimentos de onda diferentes, como
mostra a tabela:

Número do recipiente Comprimento de onda usado (nm)

1 700

2 650

3 500
No gráfico a seguir localize a posição das plantas 1, 2 e 3.
4 400

Ao final do experimento, o número de células em cada um foi contado.


A maior e a menor quantidade de células foram encontradas,

BIOLOGIA A
respectivamente, nos recipientes de números:
a) 1 e 4 b) 2 e 3 c) 2 e 4 d) 3 e 1

3. (CESGRANRIO) – Em 1881, Engelmann dispôs um filamento da alga


verde Cladophora sobre o espectro luminoso. Bactérias aeróbicas
presentes no meio concentraram-se em determinadas regiões do
filamento, como pode ser visto no esquema abaixo.

– 65
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Gráfico a seguir para as questões 5 e 6. 7. O gráfico abaixo mostra a variação da taxa de fotossíntese e de
respiração em duas espécies de vegetais em função da intensidade
luminosa.

5. O gráfico apresentado foi baseado em dados obtidos com uma


cultura de algas unicelulares, variando-se a intensidade luminosa e a
concentração de CO2. As curvas indicam que a luz age como fator limi-
tante na fotossíntese nos segmentos:
a) C e E b) A e B c) D e F
d) C e D e) E e F

Ao se considerar a transferência desses vegetais para um lugar sombrio,


pode-se afirmar que
a) a espécie A se adaptará melhor que a espécie B.
b) a espécie B se adaptará melhor que a espécie A.
c) A e B se adaptarão igualmente.
d) a adaptação das duas espécies dependerá do teor de oxigênio do
novo ambiente.
e) a adaptação das duas espécies dependerá do teor de CO2 do novo
ambiente.

6. Ainda em relação ao gráfico da questão anterior:


I. O ponto 1 indica que a velocidade da fotossíntese é igual à velo-
cidade da respiração.
II. O ponto 2 indica a intensidade de saturação luminosa para xCO2.
III. O ponto 5 indica a intensidade luminosa que inicia a inibição de
BIOLOGIA A

fotossíntese para 2xCO2.


Assinale:
a) se todas as afirmações forem incorretas.
b) se apenas uma das afirmações for correta, qualquer que seja ela.
c) se todas as afirmações forem corretas.
d) se apenas as afirmações I e II forem corretas.
e) se apenas as afirmações II e III forem corretas.

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MÓDULO 14 Mitocôndria e respiração aeróbia

1. Respiração aeróbia Inibição alostérica:


A respiração é o processo pelo qual as células retiram A enzima fosfofrutosequinase (PFK) é uma enzima
energia acumulada nos compostos orgânicos, transfe- alostérica, catalisando a formação da frutose bifosfato.
rindo parte dessa energia para as moléculas do ATP (ade- O ATP funciona como um inibidor alostérico para a
nosina trifosfato). A energia é acumulada PFK. Se a quantidade de ATP na célula for grande, ele
temporariamente no ATP, sendo depois utilizada nos inibe a enzima, alterando a sua conformação, paralisando
fenômenos que gastam energia tais como a contração a glicólise. Quando a célula o consome, para as suas ati-
muscular, o batimento de cílios e flagelos, transporte vidades, a quantidade de ATP diminui e a glicólise realiza-
ativo, síntese de proteínas e de ácidos nucleicos etc. se normalmente, nesse caso a enzima fica desinibida.
A equação completa da respiração aeróbica de uma Este é um importante exemplo de como a célula
molécula de glicose é fortemente exergônica e pode ser regula a produção de ATP através de uma inibição alos-
representada por: térica (ver figuras a seguir):

C6H12O6 + 6O2 ⎯→ 6CO2 + 6H2O + Energia (686 kcal/mol)

A respiração aeróbia é dividida em três fases:

FÍSICA A
• Glicólise: ocorre no citoplasma (citosol ou
hialoplasma).

• Ciclo de Krebs: ocorre na matriz (estroma) da


mitocôndria.

• Cadeia respiratória (cadeia transportadora de


elétrons): acontece na membrana interna da mitocôndria
que forma as cristas mitocondriais. O ciclo de Krebs
Também conhecido por ciclo do ácido cítrico, ocorre
Glicólise na matriz ou estroma da mitocôndria e requer o ácido
É um processo anaeróbico que envolve 10 fases a pirúvico, produzido na glicólise. Esse ácido combina-se
partir da molécula de glicose até a formação de 2 com a coenzima A, ocorrendo nessa passagem, descar-
moléculas de ácido pirúvico (piruvato). boxilação (eliminação de CO2) e desidrogenação, com
formação de NADPH2 e consequente produção da acetil-

BIOLOGIA A
Principais eventos da glicólise: coenzima-A, que entra no ciclo de Krebs. A
– Ocorre no citoplasma. acetilcoenzima-A reage com o ácido oxalacético

– Produz 2NADH2 (4H+ + 4 e ). originando o ácido cítrico. Inicia-se assim o ciclo de Krebs
– Consome 2 ATPs na ativação da molécula de ou ciclo do ácido cítrico.
glicose. Principais eventos do ciclo de Krebs:
– Produz 4 ATPs, deixando um saldo de 2ATPs. • Ocorre na matriz (estroma) da mitocôndria.
– Forma 2 moléculas de ácido pirúvico. • Série de reações enzimáticas que se inicia quando
Reações da Glicólise: a acetilcoenzima-A se combina com o ácido oxala-
cético para formar o ácido cítrico.
• Cada volta do ciclo usa 1 piruvato. Desde que a
glicólise produza 2 piruvatos, tem-se que para cada
molécula de glicose ocorrem 2 voltas no ciclo.
• Cada volta do ciclo de Krebs produz 3NADH,
1FADH, 1ATP e 2CO2, que serão eliminados.
• NAD (Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo) e FAD
(Flavina Adenina Dinucleotídeo) são coenzimas que
transportam prótons (H+) e elétrons (e–) provenientes da

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glicólise e do ciclo de Krebs para a cadeia transpor-


tadora de elétrons. A enzima que atua chama-se NAD
desidrogenase e FAD desidrogenase, facilitando a trans-
ferência de prótons e elétrons para a coenzima NAD+.
Na ausência de NAD+ para aceitar prótons e elétrons,
o ciclo de Krebs cessa e a célula morre.

• NAD+ é a forma oxidada.

• NADH é a forma reduzida, transportando 1 próton


e 2 elétrons.

• FAD é a forma oxidada e FADH é a forma reduzida.

A seguir um esquema simplificado do ciclo de Krebs:

2. Cadeia transportadora de elétrons ou cadeia respiratória


A cadeia transportadora de elétrons ocorre nas cristas mitocondriais e representa uma bomba de prótons, trans-
portando prótons (H+) da matriz para fora da membrana interna da mitocôndria. Nesse bombeamento utiliza-se a energia
liberada no fluxo de elétrons que ocorre ao longo das proteínas transportadoras, representadas principalmente pelos
citocromos (b, c, a e a3). Isso cria um gradiente de prótons entre a matriz e o lado externo à membrana interna
mitocondrial.
BIOLOGIA A

Os prótons fluem para o interior da matriz somente através dos canais da proteína ATPsintetase ou ATPsintase. À
medida que fluem através da ATPsintetase, geram a energia para a síntese de ATP a partir do ADP e P, fenômeno
conhecido por fosforilação oxidativa também conhecida por quimiosmose.
O oxigênio é aceptor final de hidrogênio.
A combinação de 1/2 O2 + 2 prótons + 2 elétrons forma uma molécula de água.
Fosforilação ao nível do substrato ocorre quando, por ação enzimática (quinase), um fosfato do substrato, com
alta energia, é transferido diretamente ao ADP. Apenas uma pequena quantidade de ATP é produzida dessa maneira. É
o caso da produção de 2ATPs na glicólise e de 2ATPs no ciclo de Krebs.

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Fig. 2 – Cadeia transportadora de elétrons e a produção de ATP.

O esquema abaixo representa a produção de 38ATPs.


Total
FADH NADH ATP
de ATP
Fig. 1 – Quimiosmose na mitocôndria. Glicólise 2 6
Glicólise (fosforilação
Durante a respiração aeróbia, a quantidade de ATP 2 2

FÍSICA A
ao nível do substrato)
formada varia, mesmo porque a eficiência do processo
também é variada entre as células. Assim alguns autores Piruvato → Acetil-CoA 2 6
consideram a produção de 38ATPs a partir de uma Ciclo de Krebs 2 4
molécula de glicose e outros, apenas 36ATPs. Em geral Ciclo de Krebs 6 18
1 NADH entrando na cadeia transportadora de elétrons
produz 3ATPs; 1 FADH nessa cadeia produz 2ATPs. Ciclo de Krebs (fosforilação
2 2
ao nível do substrato)
Total de ATP a partir
38
de 1 molécula de glicose

1. (CESGRANRIO) – No que se refere à respiração aeróbia, podemos 2. (PUCCAMP) – As etapas da respiração celular que ocorrem nas

BIOLOGIA A
dizer que mitocôndrias são:
a) é no Ciclo de Krebs que ocorre diretamente a conversão de ADP em ATP. a) o Ciclo de Krebs, na matriz, e a cadeia transportadora de elétrons,
b) é no interior das mitocôndrias que se processa a glicólise, uma das nas cristas.
etapas da respiração. b) a via glicolítica, nas cristas e o ciclo de Krebs no espaço entre as
c) é no nível do hialoplasma que se realiza o Ciclo de Krebs. membranas.
d) é no nível da membrana interna das mitocôndrias que ficam c) o Ciclo de Krebs, nas cristas, e a cadeia transportadoras de elétrons,
localizadas as substâncias que formam a cadeia transportadora de na matriz.
elétrons. d) a via glicolítica, no espaço entre as membranas, e o Ciclo de Krebs,
e) é na glicólise que se dá a maior produção de moléculas de ATP. nas cristas.
e) a quimiosmose, no espaço entre as membranas, e o fluxo de
elétrons, na matriz.

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3. (VUNESP) – Observe o esquema abaixo. 6. Analise a reação a seguir e assinale a opção correta sobre esse
fenômeno: C6H12O6 + 6 O2 → 6 H2O + 6 CO2 + 38 ATP
a) A reação é um processo endergônico de redução.
b) A reação é um processo exergônico de redução.
c) A reação é um processo endergônico de oxidação.
d) A reação é um processo exergônico de oxidação.
e) A reação não é um processo de oxidação ou redução.

Essa etapa do processo de respiração celular é denominada e ocorre


a) glicólise – citosol.
b) oxigenação – mitocôndria.
c) Ciclo de Krebs – matriz mitocondrial.
d) cadeia respiratória – crista mitocondrial.
e) fermentação – hialoplasma.
7. Assinale a alternativa que descreve a fonte imediata de energia que
promove a síntese de ATP na mitocôndria.
a) Fluxo de eletrons que ocorre durante a cadeia transportadora.
b) Gradiente de concentração de H+ através da membrana da crista
4. (CESGRANRIO) – A respiração celular é realizada por muitos seres
mitocondrial.
vivos. Pode-se considerar a respiração como um processo realizado em
c) A hidrólise do ATP em ADP.
cinco mecanismos bioquímicos integrados: glicólise, formação de acetil-
d) A afinidade do oxigênio pelos elétrons transportados na cadeia
coA, Ciclo de Krebs, cadeia respiratória e fosforilação oxidativa.
respiratória.
Sobre a respiração aeróbia, é incorreto afirmar que
e) O consumo de oxigênio para a produção de água.
a) a glicólise é uma etapa anaeróbia do processo de degradação da
glicose. Nas células eucarióticas a glicólise ocorre no citosol.
b) nos seres procariontes, todo o processo de respiração ocorre no
citoplasma e na face citoplasmática da membrana celular.
c) a cadeia respiratória acontece nas cristas mitocondriais e o seu
bloqueio provoca a morte do organismo aeróbio.
d) na respiração, o ATP é produzido principalmente no Ciclo de Krebs,
que ocorre na matriz mitocondrial.
e) todo CO2 liberado na respiração provém da formação de acetil e do
BIOLOGIA A

Ciclo de Krebs.

5. Considere o seguinte texto:


A ________________ ocorre no citoplasma, sendo esta um conjunto de
cerca de dez reações consecutivas. Ao final do processo, são formadas
duas moléculas de _____________, que podem seguir rotas metabólicas
distintas. Na matriz mitocondrial, a oxidação completa destas moléculas
resulta na produção de ____________ e ______________ necessários à
geração de um gradiente eletroquímico para a produção de ATP.
As palavras ou expressões que preenchem de forma correta as lacunas
do texto acima são, respectivamente,
a) glicólise/ etanol/ prótons/CO2.
b) glicólise/ piruvato/ prótons/O2.
c) fermentação láctica/ etanol/ CO2/ elétrons.
d) glicólise/ piruvato/ prótons/ elétrons.
e) fermentação láctica/ piruvato/ O2/ elétrons.

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