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Henrique Santillo
Legislação Especial para Agente e Escrivão da Polícia Federal - Pós Edital Aula 02
Sumário
LEI Nº 9.455/1997 (CRIMES DE TORTURA). 3
NOÇÕES GERAIS 4
CRIME DE TORTURA 5
Tortura-prova, Tortura Para a Prática de Crime e Tortura Discriminatória (Art. 1º, I) 6
Tortura-castigo 10
Tortura do Preso ou de Pessoa Sujeita à Medida de Segurança 12
Omissão em Tortura ou Tortura-omissão 15
FORMAS QUALIFICADAS 17
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 19
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 20
OUTRAS DISPOSIÇÕES 22
LISTA DE QUESTÕES 26
GABARITO 33
RESUMO DIRECIONADO 53
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Hoje vamos prosseguir com o estudo da seguinte lei esparsa exigida pelo edital:
Vamos lá?
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Noções Gerais
Você, assim como eu, deve imaginar cenas horripilantes quando lê a palavra “tortura” ...
Os métodos de tortura causam dor e/ou sofrimento ao torturado, sendo aplicados ao longo dos séculos com
diferentes propósitos: como meio de prova, como fator de intimidação, como aplicação de pena ou castigo e até
mesmo para satisfazer o próprio torturador!
Veja só um caso fictício da prática de tortura, extraído do enunciado de uma questão contida na prova para
ingresso na carreira de Delegado Federal, cujo concurso foi promovido e organizado pela banca CESPE:
(CESPE – PF – 2018 – Adaptada) Cinco guardas municipais em serviço foram desacatados por dois
menores. Após breve perseguição, um dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas
conduziram o menor apreendido para um local isolado, imobilizaram-no, espancaram-no e ameaçaram-
no, além de submetê-lo a choques elétricos. Os outros três guardas deram cobertura.
Como se trata de um ato totalmente repugnante, a Constituição Federal proibiu expressamente a prática da
tortura, equiparando-lhe a crime hediondo:
Constituição Federal. Art. 5º (...) III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;
(...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;
Veja que a Constituição Federal não definiu nem tipificou conduta que representasse tortura – o que ela fez
foi determinar que o legislador punisse a prática da tortura!
Isso mesmo! A Constituição não criminaliza a conduta, mas “manda” o legislador fazê-lo!
Dito e feito: o Congresso editou o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) que, em um de seus
dispositivos, tipificou como o crime a prática de tortura contra crianças e adolescentes:
Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a
tortura: (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997
Pena - reclusão de dois a oito anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :
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Pena - reclusão de quatro a doze anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :
Pena - reclusão de quinze a trinta anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :
Em 1997, entretanto, entra em vigor a Lei nº 9.455/97 – a Lei da Tortura – que, além de revogar o art. 2331 do
ECA e criminalizar a prática da tortura, tipifica a omissão daqueles que deveriam evitá-la ou apurá-la!
(IBFC – PM/PB – 2018 – Adaptada) Com relação ao crime de tortura, julgue o item abaixo.
O crime de tortura contra pessoa menor de 18 (dezoito) anos não mais se encontra previsto no
Estatuto da Criança e do Adolescente.
RESOLUÇÃO:
Item corretíssimo.
É isso mesmo! A Lei de Crimes de Tortura também se aplica aos atos de tortura praticados contra
crianças e adolescentes, tendo revogado expressamente o art. 233 do ECA:
Lei nº 9.455/1997. Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Crime de Tortura
Como havíamos dito, o crime de tortura foi definido pela Lei nº 9.455/97.
Na realidade, como vamos observar, o crime de tortura comporta várias espécies. Leia comigo:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
1
Lei nº 9.455/1997. Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
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§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Agora vou deixar esses dispositivos bem claros para você, rs.
Constranger → o agente obriga a vítima a fazer algo contra a sua vontade, provocando-lhe
sofrimento físico e/ou mental e retirando a sua liberdade de autodeterminação.
Para isso, ele deve se valer de dois meios:
→ Violência (socos, chutes, choques elétricos, chicotadas, afogamento temporário etc.).
→ Grave ameaça (ameaça de morte, de estupro, de lesões etc.)
Quando pensamos em tortura, logo nos vêm à cabeça atos violentos, sanguinários...
Contudo, ATENÇÃO: o crime de tortura pode ser cometido também com o emprego de grave ameaça,
sem o uso da violência!
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Além disso, o agente deverá constranger a vítima com a finalidade de alcançar um dos seguintes
objetivos, os quais constituem espécies autônomas do crime do art. 1º, II:
Exemplos:
1) Credor chicoteia o devedor para que ele assine um termo de confissão de dívida
2) Policial militar dá choques no suspeito para que ele confesse a prática de determinado crime.
3) Esposa coloca uma arma na cabeça do filho na presença do marido para que ele confesse traição – típico
caso de tortura para que terceiro confesse.
Exemplos:
1) O chefe de uma organização criminosa tortura um membro para que ele pratique determinado crime.
2) A enfermeira que tortura o colega médico para ele que não preste socorro ao paciente X, inimigo mortal
da profissional da saúde
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
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Membros de um grupo racista empregam violência contra uma mulher negra, causando-lhe sofrimento
físico, discriminando-a sob o argumento de que “a raça negra é inferior”.
Ao contrário das outras duas espécies, na tortura discriminatória NÃO se exige a prática de
nenhuma conduta ou omissão por parte da vítima.
Os crimes de tortura do art. 1º, inciso I são formais, ou seja, se consumam com a prática do
constrangimento, pouco importando se o agente atingiu o objetivo pretendido!
Como o crime é formal, não é necessário que o sujeito ativo atinja o objetivo pretendido
(obtenção da informação, declaração ou confissão almejadas (tortura-prova); realização da
ação ou omissão criminosa pelo torturado (tortura-crime); ou do comportamento em razão da
discriminação racial ou religiosa (tortura-discriminatória).
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Trata-se de crimes comuns, pois não se exige condição especial do sujeito ativo!
Isso mesmo! Cuidado especialmente com questões que afirmem ser próprio o crime de tortura para
obtenção de informação, declaração ou confissão!
Vimos que ele pode ser cometido tanto pelo particular (inclusive por você!), quanto pelos agentes
públicos – incluindo aí os policiais militares!
(IBFC – PM/BA – 2017 ) Assinale a alternativa correta considerando as previsões da Lei federal n°
9.455, de 07 de abril de 1997 (Crimes de tortura) sobre a pena aplicável no caso da conduta de
constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa.
RESOLUÇÃO:
A pena prevista para o crime de tortura-prova é de 2 a 8 anos de reclusão:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Resposta: D
(FCC – MP/PE – 2014 – Adaptado) Quanto aos crimes de tortura, julgue o item abaixo.
Todos são classificados como próprios, segundo expressa disposição legal.
RESOLUÇÃO:
Ainda não vimos as outras modalidades, mas podemos considerar o item incorreto: acabamos de
estudar três modalidades do crime de tortura que não exigem condição especial do sujeito ativo.
São, portanto, comuns os crimes do art. 1º, inciso I, alíneas a, b e c (tortura-prova, tortura para a
prática de crime e tortura discriminatória).
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Tortura-castigo
Também chamada de tortura-punição, estamos diante da conduta do agente que, por meio de violência ou
de grave ameaça, tem por objetivo aplicar:
→ Castigo
→ Medida de caráter preventivo (para evitar comportamentos indesejados)
Veja só:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
Exemplos: o pai contra o filho; o professor contra o aluno, o cuidador de idosos contra o idoso,
tutor contra o tutelado; professor em relação ao aluno, carcereiro em relação ao preso etc.
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
de correção ou disciplina:
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Mais uma vez: o intenso sofrimento mental causado para fins de aplicação de castigo ou medida
preventiva também configura o crime de tortura-castigo.
Ah, é importante que você visualize as duas elementares dos crimes de tortura do art. 1º:
Inciso I Inciso II
Tortura-prova,
Tortura-crime e
Tortura-castigo
Tortura-
discriminação
(CESPE – PC/GO – 2016 – Adaptada) À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes
de tortura, julgue o item seguinte.
A babá que, mediante grave ameaça e como forma de punição por mau comportamento durante uma
refeição, submeter menor que esteja sob sua responsabilidade a intenso sofrimento mental não
praticará crime de tortura por falta de tipicidade, podendo ser acusada apenas de maus tratos.
RESOLUÇÃO:
Opa! Veja que a conduta da babá se amolda perfeitamente ao crime de tortura-castigo, pois:
Submeteu menor sob sua responsabilidade...
Mediante grave ameaça
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Confere comigo:
Art. 1º Constitui crime de tortura: (...)
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Item incorreto.
Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa PRESA ou sujeita a MEDIDA DE
SEGURANÇA à sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei
ou não resultante de medida legal. (...)
O crime do art. 1º, §1º não exige uma finalidade específica, bastando o dolo simples para a sua
configuração.
Contudo, a presença de alguma finalidade (como o castigo) não desconfigura o crime.
Ao contrário das outras modalidades de tortura que vimos, NÃO é necessário haver o emprego
de violência ou grave ameaça.
A vítima será submetida a sofrimento físico ou mental pela pratica de ato não previsto em lei ou
não resultante de medida legal!
É o caso do carcereiro que submete o preso a cela escura ou solitária ou que deixa o preso sem alimentos
por vários dias.
Além disso, o carcereiro também responderá por esse crime quando colocar o preso em regime disciplinar
diferenciado sem autorização judicial.
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O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, embora normalmente figurem como autores o
carcereiro, o agente penitenciário, o diretor do estabelecimento prisional etc.
Contudo, o crime é considerado próprio em relação ao sujeito passivo, que deverá ser sempre pessoa
presa ou sujeita a medida de segurança!
Exemplo: pode ser sujeito ativo desse crime um grupo de presos que submete outro detento, que pertence
à facção rival, a sofrimento físico e mental.
Vamos de CESPE?!
(CESPE – PC/ES – 2011) Com relação à legislação especial, julgue o item que se segue.
É isso aí! O crime do art. 1º, §1º não exige uma finalidade específica, bastando o dolo simples de
praticar a conduta descrita no tipo objetivo para a sua configuração:
Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa PRESA ou sujeita a MEDIDA DE SEGURANÇA à
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
(...)
Item correto.
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Como o meu maior desejo é a sua aprovação, montei um quadro-resumo com as principais características
das modalidades de tortura que estudamos até aqui:
Veja como é importante a compreensão do esqueminha com uma questão da banca CESPE:
(CESPE – DEPEN – 2013) Em cada um dos itens de 33 a 36 é apresentada uma situação hipotética,
seguida de uma assertiva a ser julgada com base no disposto na Lei n.º 4.898/1965 e na Lei n.º
9.455/1997.
Um agente penitenciário federal determinou que José, preso sob sua custódia, permanecesse de pé
por dez horas ininterruptas, sem que pudesse beber água ou alimentar-se, como forma de castigo, já
que José havia cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar.
Nessa situação, esse agente cometeu crime de tortura, ainda que não tenha utilizado de violência ou
grave ameaça contra José.
RESOLUÇÃO:
Fica evidente que o agente cometeu o crime de tortura contra o preso, que não exige o emprego de
violência ou grave ameaça para a sua configuração; na realidade, basta a prática de ato não previsto
em lei ou não resultante de medida legal (permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, sem que
pudesse beber água ou alimentar-se).
Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa PRESA ou sujeita a MEDIDA DE SEGURANÇA à
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
(...)
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Não, pois não houve o emprego de violência ou de grave ameaça, elementares desta modalidade
de tortura:
Art. 1º Constitui crime de tortura: (...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego
de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
Item correto.
(CESPE – PC/GO – 2016 – Adaptada) À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes
de tortura, julgue o item seguinte.
O crime de tortura admite qualquer pessoa como sujeitos ativo ou passivo; assim, pelo fato de não
exigirem qualidade especial do agente, os crimes de tortura são classificados como crimes comuns.
RESOLUÇÃO:
Opa! Item incorreto.
A questão errou ao generalizar, pois sabemos que existem crimes de tortura comuns e próprios.
Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de EVITÁ-
LAS ou APURÁ-LAS, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Exemplo: Eduardo passou a morar com Marilene, que possuía 3 filhas de outro pai.
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Eduardo, exercendo autoridade sobre as meninas, passou a lhes aplicar um método de correção cruel,
amarrando-as em uma árvore e queimando partes do corpo com cigarros em brasa.
Mesmo estando a par de toda essa crueldade, a mãe das vítimas deixou de tomar qualquer providência
para evitar o resultado.
Quero que você perceba que Marilene será punida (detenção, de 1 a 4 anos) não por efetivamente ter
praticado ato de tortura, mas por ter se omitido, permitindo que o outro a realizasse!
Exemplo: a mãe de um suspeito relatou ao Delegado de Polícia que um dos agentes lotados na delegacia
praticou tortura contra o seu filho.
Se a autoridade policial tomar conhecimento do fato e não determinar a investigação para a apuração da
prática do crime, ela responderá pelo crime do art. 1º, §2º.
Art. 5º (...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;
(CESPE – PC/GO – 2016 – Adaptada) À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes
de tortura, julgue o item seguinte.
O delegado que se omite em relação à conduta de agente que lhe é subordinado, não impedindo que
este torture preso que esteja sob a sua guarda, incorre em pena mais branda do que a aplicável ao
torturador.
RESOLUÇÃO:
É isso aí! Muito embora não seja punido com a pena dos crimes de tortura (reclusão, de dois a oito
anos), o delegado estará sujeito à pena do crime de omissão em tortura, cuja pena é mais branda:
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Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
(IBFC – PM/PB – 2018 – Adaptada) Com relação ao crime de tortura, julgue o item abaixo.
O agente que deixa de agir em face do crime de tortura, quando era possuidor do dever jurídico de
apurar o ilícito ou de evitar o seu advento, incorre na pena de 1 (um) a 4 (quatro) anos de detenção.
RESOLUÇÃO:
É isso mesmo! O item enunciou corretamente o crime de omissão em tortura, cuja pena prevista é de
1 a 4 anos de detenção.
Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de EVITÁ-LAS ou APURÁ-
LAS, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Item correto.
Formas Qualificadas
A Lei nº 9.455/97 estabeleceu dois resultados que aumentam a pena prevista em abstrato para o crime de
tortura, tornando-a mais grave que a modalidade simples:
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Professor, quer dizer então que se o agente tem a intenção de tortura e matar, ele vai responder pela tortura
qualificada?
NÃO!
Se o agente queria praticar tortura como meio de provocar a morte da vítima, ele poderá responder pela
prática do crime de homicídio qualificado pela tortura, cuja pena é bem mais “salgada”: reclusão, de 12 a 30 anos!
CÓDIGO PENAL
Homicídio qualificado
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
de que possa resultar perigo comum;
(CESPE – TJDFT – Juiz – 2014 – Adaptada) Considerando a lei de trata da tortura, julgue o item
abaixo.
O crime de tortura que resulta em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima é punível conforme
as penas previstas para esse delito, acrescidas das referentes ao delito de lesão corporal grave ou
gravíssima.
RESOLUÇÃO:
O crime de tortura que resulta em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima será punido a título
de tortura preterdolosa, cuja pena em abstrato é de reclusão, de 4 a 10 anos:
Art. 1º (...) § 3º Se resulta lesão corporal de natureza GRAVE ou GRAVÍSSIMA, a pena é de reclusão de
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Item incorreto.
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Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Questão!
(FCC – AGEPEN/BA – 2010) NÃO constitui causa de aumento da pena prevista para o crime de tortura
ser este cometido
c) mediante sequestro.
RESOLUÇÃO:
Dentre as hipóteses apresentadas, a única que não aumenta a pena do crime de tortura é a da
alternativa ‘e’ – cometido contra pessoa sob custódia do Estado.
Art. 1º (...) 4º Aumenta-se a pena de UM SEXTO ATÉ UM TERÇO:
Resposta: e)
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Vamos esquematizar?
Cometido GESTANTE
1/6
PORTADOR DE DEFICIÊNCIA
Contra ADOLESCENTE
MAIOR DE 60 ANOS
É muito importante que você memorize o esquema abaixo, pois o §5º é muito cobrado em provas:
Efeitos da
Condenação
pelo DOBRO
INTERDIÇÃO para o
(2x) da pena
seu exercício aplicada
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É isso aí: a condenação do agente público pela prática de tortura deixa clara a grave violação de
seus deveres funcionais, de forma que a sociedade e o Estado perderam totalmente a sua
confiança!
Por esse motivo, além de ser “extirpado” da Administração Pública, a Lei de Tortura ainda
estabelece contra ele a impossibilidade de ocupação de qualquer cargo público (em sentido amplo)
pelo DOBRO do prazo da pena aplicada – policial militar condenado a 6 anos de reclusão por praticar
tortura: ele vai perder o seu cargo e vai ficar proibido de ingressar nos quadros da Administração
Pública pelo prazo de 12 anos!
(...) 3. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, uma vez reconhecida a
prática do crime de tortura, de acordo com a legislação especial aplicável a este delito, a perda
do cargo público é efeito automático e obrigatório da condenação. 4. Embora fosse dispensável
na hipótese, o Juízo de origem fundamentou concreta e pormenorizadamente a necessidade da
imposição da sanção de perda do cargo público em razão da violação dos deveres do funcionário
estatal (policial militar) para com a Administração Pública. (STJ, REsp nº 1.762.112/MT -
2018/0218898-8)
(IBFC – PM/PB – 2018 – Adaptada) Com relação ao crime de tortura, julgue o item abaixo.
Para que a condenação por crime de tortura possa importar na perda do cargo público, o juiz deve
fazer constar tal efeito na sentença condenatória.
RESOLUÇÃO:
Item incorreto, pois a perda do cargo, função ou emprego público é EFEITO AUTOMÁTICO da
condenação pela prática do crime de tortura, não sendo necessário que o juiz o aplique, de forma
fundamentada, na sentença.
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Outras disposições
O §6º estabeleceu algumas vedações:
Bom, esse dispositivo vai ao encontro do que estabelece a Constituição Federal e a Lei de Crimes Hediondos
(não se esqueça de que a prática da tortura é crime equiparado a hediondo):
Constituição Federal. Art. 5º (...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo
e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;
Lei de Crimes Hediondos. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
O inciso I do art. 2º da Lei n. 8.072/90 retira seu fundamento de validade diretamente do art. 5º,
XLII, da Constituição Federal. III — O art. 5º, XLIII, da Constituição, que proíbe a graça, gênero do
qual o indulto é espécie, nos crimes hediondos definidos em lei, não conflita com o art. 84, XII, da
Lei Maior.
STF — HC 90.364, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgado em 31/10/2007, public.
30/11/2007, p. 29).
Além disso, o §7º determina que o condenado por tortura (exceto por tortura imprópria ou omissiva) deverá
iniciar o cumprimento da pena em regime fechado:
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da
pena em regime fechado.
O STJ entende que não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o
cumprimento da pena em regime fechado.
Assim, o juiz deverá levar em conta as circunstâncias judiciais para estabelecer o regime inicial de
cumprimento da pena, que poderá ser o aberto, o semiaberto ou o fechado.
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Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no regime
prisional fechado. Dispõe o art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997 – lei que define os crimes de tortura e dá
outras providências – que “O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”. Entretanto, cumpre ressaltar que o Plenário
do STF, ao julgar o HC 111.840-ES (DJe 17.12.2013), afastou a obrigatoriedade do regime inicial
fechado para os condenados por crimes hediondos e equiparados, devendo-se observar, para a
fixação do regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos do
CP. Assim, por ser equiparado a crime hediondo, nos termos do art. 2º, caput e § 1º, da Lei
8.072/1990, é evidente que essa interpretação também deve ser aplicada ao crime de tortura,
sendo o caso de se desconsiderar a regra disposta no art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997, que possui a
mesma disposição da norma declarada inconstitucional. Cabe esclarecer que, ao adotar essa
posição, não se está a violar a Súmula Vinculante n.º 10, do STF, que assim dispõe: “Viola a
cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora
não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público,
afasta sua incidência, no todo ou em parte”. De fato, o entendimento adotado vai ao encontro
daquele proferido pelo Plenário do STF, tornando-se desnecessário submeter tal questão ao
Órgão Especial desta Corte, nos termos do art. 481, parágrafo único, do CPC: “Os órgãos
fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de
inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo
Tribunal Federal sobre a questão”. Portanto, seguindo a orientação adotada pela Suprema Corte,
deve-se utilizar, para a fixação do regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c
o art. 59, ambos do CP e as Súmulas 440 do STJ e 719 do STF. Confiram-se, a propósito, os
mencionados verbetes sumulares: “Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta,
com base apenas na gravidade abstrata do delito.” (Súmula 440 do STJ) e “A imposição do regime
de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.” (Súmula
719 do STF). HC 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014.
Por fim, temos duas hipóteses de extraterritorialidade incondicionada, já que a Lei de Tortura será aplicada
até mesmo a atos de tortura praticados no exterior, desde que:
Pelo princípio da territorialidade, a lei brasileira deve ser aplicada aos crimes cometidos no
território nacional.
Contudo, a Lei nº 9.455/97 será aplicada nos casos em que o crime de tortura não for cometido no
Brasil, mas a vítima é brasileira, ou quando o crime não for cometido no Brasil, mas o torturador vem
“passar férias” no Brasil.
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Confere:
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
(CESPE – MPCE – 2020) A respeito da Lei de Crimes de Tortura (Lei n.º 9.455/1997), julgue o próximo
item.
A Lei de Crimes de Tortura, ao prever sua incidência mesmo sobre crimes que tenham sido cometidos
fora do território nacional, estabelece hipótese de extraterritorialidade incondicionada.
RESOLUÇÃO:
Amigo/a, muito embora a regra seja a aplicação da lei brasileira aos crimes praticados no território
brasileiro, o nosso sistema escolheu algumas situações em que há maior nível de reprovação, as quais
é aplicada a legislação brasileira nos crimes praticados em outro território.
A Lei de Tortura prevê duas hipóteses de extraterritorialidade incondicionada, tendo em vista que
será aplicada aos crimes de tortura cometidos no exterior sem a exigência de qualquer outra condição:
OU
→ quando o agente estiver em local sujeito à jurisdição brasileira (existe, neste último caso, polêmica
quanto à natureza da extraterritorialidade: se condicionada ou incondicionada – contudo, a maioria
doutrinária adota a última corrente).
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo
a vítima brasileira OU encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
(FGV – PC/RJ – 2009) Com relação ao crime de tortura, previsto na Lei 9.455/97, analise as afirmativas
a seguir:
I. A condenação pelo crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
II. Constitui crime de tortura submeter alguém sob sua guarda, com emprego de grave ameaça, a
intenso sofrimento mental como forma de aplicar medida de caráter preventivo.
III. O disposto na Lei de Tortura (Lei 9.455/97) aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido
em território nacional, sendo a vítima brasileira.
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Assinale:
RESOLUÇÃO:
II. Também está correta, pois a grave ameaça e o intenso sofrimento mental configuram a tortura-
castigo, se cometida contra pessoa sob guarda do agente:
Art. 1º (...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça,
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
III. Perfeito! A Lei nº 9.455/97 também se aplica aos casos de tortura cometidos no exterior contra
vítima brasileira:
Todas as afirmativas estão corretas.
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Lista de Questões
1.(CESPE – PRF/CFO – 2020)
No que se refere ao uso diferenciado da força, julgue o item a seguir.
Se um policial rodoviário federal, com o objetivo de obter confissão de uma pessoa que tenha sido flagrada
cometendo infração, praticar intencionalmente algum ato para causar sofrimento mental a essa pessoa, essa
conduta poderá ser caracterizada como tortura.
2.(CESPE – PF – 2018)
Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores,
julgue o item que se segue.
A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada.
Considera-se tortura constranger alguém com grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental, com o fim de obter
informação, ainda que de terceira pessoa.
Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de tortura e de abuso de autoridade e dos crimes
hediondos,
a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, absorveu o crime de lesão corporal.
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c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de diminuição de pena.
e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poderão ser soltos mediante o pagamento de fiança.
Com base na Lei Antitortura e na Lei contra Abuso de Autoridade, julgue o item subsequente.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade carcerária, colocou em perigo a
saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da disciplina, com a mera intenção de aplicar medida
educativa, sem lhe causar sofrimento. ASSERTIVA: Nessa situação, o referido agente responderá pelo crime de
tortura.
Agentes de polícia civil prenderam um ladrão de automóveis em flagrante delito e, para conseguir informações
sobre a quadrilha de que ele participava, disseram-lhe que ele sofreria graves conseqüências caso não entregasse
imediatamente seus cúmplices. Intimidado, o preso entregou o nome de seus comparsas. Nessa situação, os
policiais não cometeram crime de tortura, que somente se consuma com a violência, não bastando para a sua
caracterização a existência de uma ameaça, ainda que grave.
O agente público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou mental, ainda que por intermédio da prática
de ato previsto em lei ou resultante de medida legal, praticará o crime de tortura.
Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, definitivamente, a uma pena de três anos de reclusão, por
crime disposto na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim ficará impedido de exercer a referida
função pelo prazo de seis anos.
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Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue o item subsequente.
O delegado não pode ser considerado coautor ou partícipe da conduta do policial, pois o crime de tortura somente
pode ser praticado de forma comissiva.
Pratica crime de tortura o agente que expõe a perigo a saúde de pessoa sob sua autoridade, para fim de educação,
ensino, tratamento ou custódia, sujeitando-a a trabalho excessivo ou abusando de meios de correção ou disciplina.
A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada.
a) corresponde à somatória da pena do crime de tortura mais a majorante do sequestro, acrescida da pena do
sequestro do Código Penal.
b) é a da tortura, com a majorante do sequestro.
e) é a da tortura, com a majorante do sequestro qualificado, acrescida, em todo caso, de dois terços.
a) A consumação se dá com o emprego de meios violentos, ocasionando sofrimento físico ou mental, englobando,
inclusive, o mero aborrecimento, o qual é apto a configurar o crime de tortura.
b) A tortura-castigo exige uma relação de guarda, poder ou autoridade entre o sujeito ativo e o passivo.
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e) O dolo específico não constitui elementar fundamental para a configuração das modalidades do crime de tortura
previstas no art. 1º da Lei nº 9.455/199.
1. Aumenta-se a pena do crime de tortura de um sexto até um terço se o crime é cometido mediante sequestro.
2. A pena para o crime de tortura, quando resulta morte, é de reclusão de oito a doze anos.
4. O condenado por crime de tortura, quando resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
d) constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, com emprego de grave ameaça, a intenso
sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal.
e) o crime de tortura é suscetível de graça.
b) mediante rapto
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a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira
pessoa.
b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico ou mental, por
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal, incorre em pena diversa àquela
prevista para o crime de tortura
c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido por agente público
d) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido contra criança,
gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos.
Zélia, professora de determinada escola particular, no dia 12 de setembro de 2019, presencia, em via pública, o
momento em que Luiz, nascido em 20 de dezembro de 2012, adota comportamento extremamente mal-educado
e pega brinquedos de outras crianças que estavam no local.
Insatisfeita com a omissão da mãe da criança, sentindo-se na obrigação de intervir por ser professora, mesmo sem
conhecer Luiz anteriormente, Zélia passa a, mediante grave ameaça, desferir golpes com um pedaço de madeira
na mão de Luiz, como forma de lhe aplicar castigo pessoal, causando-lhe intenso sofrimento físico e mental.
Descobertos os fatos, foi instaurado inquérito policial. Nele, Zélia foi indiciada pelo crime de tortura com a causa
de aumento em razão da idade da vítima. Após a instrução, confirmada a integralidade dos fatos, a ré foi
condenada nos termos da denúncia, reconhecendo o magistrado, ainda, a presença da agravante em razão da
idade de Luiz.
Considerando apenas as informações expostas, a defesa técnica de Zélia, no momento da apresentação da
apelação, poderá, sob o ponto de vista técnico, requerer
a) a absolvição de Zélia do crime imputado, pelo fato de sua conduta não se adequar à figura típica do crime de
tortura.
b) a absolvição de Zélia do delito de tortura, com fundamento na causa de exclusão da ilicitude do exercício regular
do direito, em que pese a conduta seja formalmente típica em relação ao crime imputado.
c) o afastamento da causa de aumento de pena em razão da idade da vítima, restando apenas a agravante com o
mesmo fundamento, apesar de não ser possível pugnar pela absolvição em relação ao crime de tortura.
d) o afastamento da agravante em razão da idade da vítima, sob pena de configurar bis in idem, já que não é
possível requerer a absolvição do crime de tortura majorada.
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Em razão das lesões sofridas, o jovem vem a falecer. O fato foi descoberto e os policiais disseram que ocorreu um
acidente, porquanto não queriam a morte do rapaz por eles detido, apesar de confirmarem que davam choques
elétricos em seu corpo molhado com o fim de descobrir o esconderijo das drogas.
Diante desse quadro, que restou integralmente provado, os policiais deverão responder pelo crime de
d) abuso de autoridade.
a) integralmente fechado;
b) inicialmente fechado;
c) inicialmente semiaberto;
d) perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por oito anos.
e) perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição permanente para seu exercício.
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b) constranger alguém com emprego de violência, causando-lhe sofrimento físico em razão de discriminação
racial.
c) praticar o tráfico de pessoas com o fim de exploração sexual de adolescente em outro país.
d) privar alguém de sua liberdade mediante cárcere privado sem contato com seus familiares.
e) reduzir alguém a condição análoga à de escravo submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva.
a) se a vítima da tortura for criança, a Lei nº 9.455/97 deve ser afastada para incidência do tipo penal específico de
tortura previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 233 do ECA).
c) é inviável a suspensão condicional do processo para qualquer das modalidades típicas previstas na lei.
d) o regramento impõe, para todos os tipos penais que prevê, que o condenado inicie o cumprimento da pena em
regime fechado.
e) há vedação expressa, no corpo da lei, de aplicação do sursis para os condenados por tortura.
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Gabarito
1. C
2. E
3. C
4. C
5. A
6. E
7. E
8. E
9. C
10. E
11. E
12. E
13. B
14. B
15. C
16. D
17. C
18. B
19. A
20. B
21. B
22. D
23. B
24. B
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RESOLUÇÃO:
Isso mesmo! O crime de tortura não exige, necessariamente, a utilização de meios físicos, sendo possível a sua
prática mediante grave ameaça da qual resulte sofrimento mental e com o objetivo de obter informação que
diga respeito ao próprio torturado e/ou à terceira pessoa.
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Resposta: C
2.(CESPE – PF – 2018)
Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores,
julgue o item que se segue.
A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada.
RESOLUÇÃO:
Item incorreto, pois a prática de tortura resulta na perda do cargo, função ou emprego público, bem como na
interdição para o seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada:
Resposta: E
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Considera-se tortura constranger alguém com grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental, com o fim de obter
informação, ainda que de terceira pessoa.
RESOLUÇÃO:
Vimos que o crime de tortura não exige, necessariamente, a utilização de meios físicos, sendo possível a sua prática
mediante grave ameaça da qual resulte sofrimento mental e com o objetivo de obter informação que diga
respeito ao próprio torturado e/ou à terceira pessoa.
Perfeito! Vimos que o crime de tortura também prevê a figura omissiva, a qual recai sobre aquele que tinha o dever
de evitar ou de apurar a sua prática:
Dessa forma, a nossa assertiva está correta, pois de acordo com art. 1º, I, a).
Resposta: C
RESOLUÇÃO:
Perfeito! Vimos que o crime de tortura também prevê a figura omissiva, a qual recai sobre aquele que tinha o dever
de evitar ou de apurar a sua prática:
Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
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uma das abordagens realizadas, eles encontraram José, conhecido por efetuar pequenos furtos, e, durante a
abordagem, verificaram que José portava um celular caro. Jair começou a questionar a quem pertencia o celular e,
à medida que José negava que o celular lhe pertencia, alegando não saber como havia ido parar em sua mochila,
começou a receber empurrões do policial e, persistindo na negativa, foi derrubado no chão e começou a ser
pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada para si. Como não respondeu de forma alguma a quem pertencia o
celular, José foi colocado na viatura depois de apanhar bastante, e os policiais ficaram rodando por horas com ele,
com o intuito de descobrirem a origem do celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite, somente
levando-o para a delegacia no dia seguinte.
Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de tortura e de abuso de autoridade e dos crimes
hediondos,
a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, absorveu o crime de lesão corporal.
c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de diminuição de pena.
e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poderão ser soltos mediante o pagamento de fiança.
RESOLUÇÃO:
a) CORRETO. Os policiais cometeram o crime de tortura-prova, pois observamos a presença do dolo específico de
obter confissão, informação ou declaração:
Como o crime de lesão corporal foi cometido como meio de se praticar a tortura, aquele ficará absorvido pelo
último.
b) INCORRETO. Como vimos, houve a prática do crime de tortura, que também absorverá o crime de abuso de
autoridade.
c) INCORRETO. O fato de Rui e Jair serem policiais militares confere maior reprovabilidade à conduta de ambos,
representa causa de aumento de pena:
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d) INCORRETO. O crime de tortura-castigo apenas se configura se cometido contra pessoa presa ou sujeita à
medida de segurança, o que não se observa no caso narrado.
(...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
Resposta: A
RESOLUÇÃO:
Para a caracterização do crime de tortura-castigo, é necessário observar o intuito do agente em causar intenso
sofrimento físico ou mental à vítima, como forma de impor disciplina:
(...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
Como não foi observado o sofrimento do preso, o agente responderá pela prática do crime de maus-tratos.
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
de correção ou disciplina:
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Resposta: E
Agentes de polícia civil prenderam um ladrão de automóveis em flagrante delito e, para conseguir informações
sobre a quadrilha de que ele participava, disseram-lhe que ele sofreria graves conseqüências caso não entregasse
imediatamente seus cúmplices. Intimidado, o preso entregou o nome de seus comparsas. Nessa situação, os
policiais não cometeram crime de tortura, que somente se consuma com a violência, não bastando para a sua
caracterização a existência de uma ameaça, ainda que grave.
RESOLUÇÃO:
Item incorreto. A tortura-prova também se configura com o emprego de grave ameaça, que poderá constranger a
vítima a fornecer informações, causando-lhe sofrimento mental (como ocorreu no caso):
Resposta: E
O agente público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou mental, ainda que por intermédio da prática
de ato previsto em lei ou resultante de medida legal, praticará o crime de tortura.
RESOLUÇÃO:
Opa! Não cometerá crime de tortura o agente público que praticar ato previsto em lei ou resultante de medida
legal, submetendo pessoa presa a sofrimento físico ou mental.
O crime só se configurará se o ato praticado não estiver previsto em lei ou não for resultante de medida legal:
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§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal.
Resposta: E
Em cada um dos itens de 33 a 36 é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada
com base no disposto na Lei n.º 4.898/1965 e na Lei n.º 9.455/1997.
Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, definitivamente, a uma pena de três anos de reclusão, por
crime disposto na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim ficará impedido de exercer a referida
função pelo prazo de seis anos.
RESOLUÇÃO:
Perfeito! A prática de tortura resulta na perda do cargo, função ou emprego público, bem como na interdição para
o seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada:
Dessa forma, se Joaquim foi condenado a uma pena de três anos de reclusão pela prática de tortura, ele ficará
impedido de exercer a função pelo prazo de seis anos!
Resposta: C
Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue o item subsequente.
O delegado não pode ser considerado coautor ou partícipe da conduta do policial, pois o crime de tortura somente
pode ser praticado de forma comissiva.
RESOLUÇÃO:
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Epa! Vimos que o crime de tortura também prevê a figura omissiva, a qual recai sobre aquele que tinha o dever de
evitar ou de apurar a sua prática:
Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Como o delegado de polícia tomou ciência da prática da tortura ocorrida na sala de interrogatório e se manteve
inerte, ele responderá pelo crime de tortura-omissão – o que torna a nossa afirmativa errada.
Resposta: E
Pratica crime de tortura o agente que expõe a perigo a saúde de pessoa sob sua autoridade, para fim de educação,
ensino, tratamento ou custódia, sujeitando-a a trabalho excessivo ou abusando de meios de correção ou disciplina.
RESOLUÇÃO:
Item incorreto, pois a assertiva faz referência ao crime de maus tratos, constante no Código Penal:
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino,
tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Resposta: E
RESOLUÇÃO:
Item incorreto, pois a prática de tortura resulta na perda do cargo, função ou emprego público, bem como na
interdição para o seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada:
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Resposta: E
e) é a da tortura, com a majorante do sequestro qualificado, acrescida, em todo caso, de dois terços.
RESOLUÇÃO:
Primeiramente, é interessante percebermos que a conduta do policial se amolda ao crime de tortura-prova:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
O fato de Galego ter tido a sua liberdade franqueada pelo policial faz com que as penas do crime de tortura sejam
majoradas de um sexto a um terço, já que o sequestro é uma das causas de aumento para os crimes de tortura:
Art. 1º (...) § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
Resposta: B
a) A consumação se dá com o emprego de meios violentos, ocasionando sofrimento físico ou mental, englobando,
inclusive, o mero aborrecimento, o qual é apto a configurar o crime de tortura.
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b) A tortura-castigo exige uma relação de guarda, poder ou autoridade entre o sujeito ativo e o passivo.
d) O objeto jurídico tutelado pela norma penal no crime de tortura é apenas a integridade corporal e a saúde física.
e) O dolo específico não constitui elementar fundamental para a configuração das modalidades do crime de tortura
previstas no art. 1º da Lei nº 9.455/199.
RESOLUÇÃO:
(a) INCORRETA. Sofrimento físico ou mental não engloba, obviamente, o mero aborrecimento.
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
(b) CORRETA. O crime de tortura-castigo (art. 1º, II) é próprio, exigindo condição especial do:
Sujeito ativo: só pode ser autor desse crime aquele que tiver a guarda da vítima ou exercer sobre ela algum tipo
de poder ou autoridade, momentâneo ou permanente.
Sujeito passivo: por outro lado, só pode ser vítima aquele que está sob a guarda, poder ou autoridade do sujeito
ativo!
(c) INCORRETA. O dolo específico do crime de tortura-castigo é o animus corrigendi – vontade de aplicar castigo
ou medida preventiva!
Dessa forma, não responderá pelo crime de tortura-castigo o pai que, por sadismo, submete o filho a intenso
sofrimento físico mediante o uso de violência.
(d) INCORRETA. O bem jurídico protegido pelo crime de tortura é a integridade corporal e a saúde física e
psicológica das pessoas.
(e) INCORRETA. Os crimes de tortura do art. 1º, II exigem, para a sua configuração, a presença de dolo específico:
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Resposta: B
1. Aumenta-se a pena do crime de tortura de um sexto até um terço se o crime é cometido mediante sequestro.
2. A pena para o crime de tortura, quando resulta morte, é de reclusão de oito a doze anos.
RESOLUÇÃO:
Vem analisar comigo cada uma das assertivas?
1. Aumenta-se a pena do crime de tortura de um sexto até um terço se o crime é cometido mediante sequestro.
CORRETA. O aumento de pena será, de fato, de um sexto a um terço nessa circunstância:
Art. 1º, § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: (...)
2. A pena para o crime de tortura, quando resulta morte, é de reclusão de oito a doze anos.
INCORRETA. A pena para o crime de tortura qualificada pelo resultado morte será de oito a dezesseis anos de
reclusão:
Art. 1º, § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte,
a reclusão é de oito a dezesseis anos.
4. O condenado por crime de tortura, quando resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
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INCORRETA. Amigo/a, a banca deu como correta a assertiva acima, pois considerou a literalidade da Lei de
Tortura. Contudo, não se esqueça de que o STF entendeu pela não obrigatoriedade do cumprimento de pena em
regime inicialmente fechado.
Art. 1º, § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º tortura imprópria ou omissão], iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
Resposta: C
c) a condenação deve acarretar a perda do cargo público e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da
pena aplicada
d) constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, com emprego de grave ameaça, a intenso
sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal.
RESOLUÇÃO:
c) INCORRETA. A condenação acarreta a perda do cargo público e a interdição para seu exercício pelo DOBRO do
prazo da pena aplicada:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
Resposta: D
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b) mediante rapto
RESOLUÇÃO:
Dentre as alternativas apresentadas, a única que constitui, no crime de tortura, causa de aumento de 1/6 a 1/3 é a
‘c’, quando o crime é cometido por agente público:
Resposta: C
Assinale a alternativa incorreta sobre as previsões expressas da Lei Federal n° 9.455, de 07 de abril de 1997 que
define os crimes de tortura e dá outras providências.
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira
pessoa.
b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico ou mental, por
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal, incorre em pena diversa àquela
prevista para o crime de tortura
c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido por agente público
d) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido contra criança,
gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos.
RESOLUÇÃO:
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b) INCORRETA. A pena para o crime descrito (tortura-castigo, art. 1º, II) é exatamente a mesma do crime de tortura
do art. 1º, I:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
Resposta: B
Zélia, professora de determinada escola particular, no dia 12 de setembro de 2019, presencia, em via pública, o
momento em que Luiz, nascido em 20 de dezembro de 2012, adota comportamento extremamente mal-educado
e pega brinquedos de outras crianças que estavam no local.
Insatisfeita com a omissão da mãe da criança, sentindo-se na obrigação de intervir por ser professora, mesmo sem
conhecer Luiz anteriormente, Zélia passa a, mediante grave ameaça, desferir golpes com um pedaço de madeira
na mão de Luiz, como forma de lhe aplicar castigo pessoal, causando-lhe intenso sofrimento físico e mental.
Descobertos os fatos, foi instaurado inquérito policial. Nele, Zélia foi indiciada pelo crime de tortura com a causa
de aumento em razão da idade da vítima. Após a instrução, confirmada a integralidade dos fatos, a ré foi
condenada nos termos da denúncia, reconhecendo o magistrado, ainda, a presença da agravante em razão da
idade de Luiz.
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a) a absolvição de Zélia do crime imputado, pelo fato de sua conduta não se adequar à figura típica do crime de
tortura.
b) a absolvição de Zélia do delito de tortura, com fundamento na causa de exclusão da ilicitude do exercício regular
do direito, em que pese a conduta seja formalmente típica em relação ao crime imputado.
c) o afastamento da causa de aumento de pena em razão da idade da vítima, restando apenas a agravante com o
mesmo fundamento, apesar de não ser possível pugnar pela absolvição em relação ao crime de tortura.
d) o afastamento da agravante em razão da idade da vítima, sob pena de configurar bis in idem, já que não é
possível requerer a absolvição do crime de tortura majorada.
RESOLUÇÃO:
Lendo de forma apressada o enunciado, poderíamos nos confundir e concluir que Zélia responderia pela prática
do crime de tortura-castigo, previsto no art. 1º, II:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
Como Zélia não exercia guarda, poder ou autoridade sobre Luiz (por não ser sua professora na data dos fatos), sua
conduta não pode ser tipificada como crime de tortura.
E, como advogado da professora malvada, o que você deve requerer ao juiz? A sua absolvição!
Resposta: A
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Em razão das lesões sofridas, o jovem vem a falecer. O fato foi descoberto e os policiais disseram que ocorreu um
acidente, porquanto não queriam a morte do rapaz por eles detido, apesar de confirmarem que davam choques
elétricos em seu corpo molhado com o fim de descobrir o esconderijo das drogas.
Diante desse quadro, que restou integralmente provado, os policiais deverão responder pelo crime de
d) abuso de autoridade.
RESOLUÇÃO:
Como praticaram um ato de constrangimento com uso de violência física para obtenção de prova, os agentes
policiais responderão pela prática do crime de tortura-prova qualificada pelo resultado morte, cuja pena prevista
é de oito a dezesseis anos de reclusão:
Como os agentes integravam a Polícia Militar, devemos observar o aumento de 1/6 a 1/3 em suas penas:
Resposta: B
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a) integralmente fechado;
b) inicialmente fechado;
c) inicialmente semiaberto;
d) inicialmente semiaberto, no caso de tortura vindicativa;
e) aberto.
RESOLUÇÃO:
Bom, como a questão nos pede a alternativa correta “na forma da Lei nº 9.455/97, devemos marcar como correta
a alternativa que determina, aos condenados pelo crime de tortura (exceto tortura-omissão), o cumprimento da
pena em regime inicialmente fechado:
Art. 1º (...) § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
Resposta: B
e) perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição permanente para seu exercício.
RESOLUÇÃO:
A prática de tortura resulta na perda do cargo, função ou emprego público, bem como na interdição para o seu
exercício pelo dobro da pena aplicada:
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Lindomar, condenado a 4 anos de reclusão pela prática de tortura, perderá o seu cargo e ficará interditado para
exercê-lo por 8 anos, dobro do prazo da pena aplicada.
Resposta: D
a) privar a liberdade de alguém durante a ação de subtrair seu patrimônio mediante grave ameaça.
b) constranger alguém com emprego de violência, causando-lhe sofrimento físico em razão de discriminação
racial.
c) praticar o tráfico de pessoas com o fim de exploração sexual de adolescente em outro país.
d) privar alguém de sua liberdade mediante cárcere privado sem contato com seus familiares.
e) reduzir alguém a condição análoga à de escravo submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva.
RESOLUÇÃO:
Dentre as condutas descritas, a única que caracteriza crime de tortura tipificado pela Lei nº 9.455/97 é a da
alternativa b) constranger alguém com emprego de violência, causando-lhe sofrimento físico em razão de
discriminação racial.
Resposta: B
a) se a vítima da tortura for criança, a Lei nº 9.455/97 deve ser afastada para incidência do tipo penal específico de
tortura previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 233 do ECA).
c) é inviável a suspensão condicional do processo para qualquer das modalidades típicas previstas na lei.
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d) o regramento impõe, para todos os tipos penais que prevê, que o condenado inicie o cumprimento da pena em
regime fechado.
e) há vedação expressa, no corpo da lei, de aplicação do sursis para os condenados por tortura.
RESOLUÇÃO:
a) INCORRETA. O art. 233 do ECA foi revogado pela Lei nº 9.455/97, que abrange a prática de tortura contra
crianças e adolescentes.
b) CORRETA. O sujeito que tinha o dever de evitar ou apurar a prática de tortura, mas se omite, responderá pelo
crime de omissão em tortura da Lei nº 9.455/97:
Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
c) INCORRETA. A pena para o crime de omissão em tortura é de de 1 a 4 anos de detenção, cabendo a suspensão
condicional do processo:
Lei 9.099/95. Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um
ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor
a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal)
d) INCORRETA. Em regra, o condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena no regime fechado,
exceto no caso de condenação pelo crime de omissão em tortura:
Art. 1º (...) § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
e) INCORRETA. Não encontramos, na Lei de Tortura, vedação à aplicação do sursis para os condenados por
tortura!
Resposta: B
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Resumo direcionado
Crimes de Tortura
Sujeito Ativo e Meio de Resultado Finalidade
(Dolo Específico)
Passivo execução
Sujeito ativo
Quem, podendo, tinha o dever de EVITÁ-LA, mas não evita. (omissão imprópria)
Quem, devendo, tinha o dever de APURÁ-LA, mas não apura. (omissão própria)
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Formas Qualificadas
Cometido GESTANTE
PORTADOR DE DEFICIÊNCIA
a Contra ADOLESCENTE
MAIOR DE 60 ANOS
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Efeitos da Condenação
Efeitos da
Condenação
pelo DOBRO
INTERDIÇÃO para o
(2x) da pena
seu exercício aplicada
Outras disposições
PRÁTICA DE TORTURA
VEDAÇÕES
Graça
Fiança Anistia
(*indulto)
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Regime
Inicial
FECHADO
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I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de
detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta
morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro
do prazo da pena aplicada.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime
fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
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Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
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